Seminario PC - 30.05 - Beatriz, João, Luísa

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

DIREITO PROCESSUAL CIVIL MC9


PROF. MARCUS VINICIUS DE ABREU SAMPAIO

Luisa Franco Lins Delgadinho - RA00227135

Beatriz Pecci Marani - RA00232329

João Pedro Sucupira

1. a) Por aplicação dos artigos 920 e 933 do CPC as ações possessórias são: (i) a ação de
reintegração de posse, adequada aos casos de esbulho, sendo este caracterizado pela perda
total da posse molestada injustamente, para a recuperação da posse perdida; (ii) manutenção
da posse, adequada para a tutela da posse contra a turbação, ou seja, busca o exercício
tranquilo da posse; e (iii) interdito probatório, de demanda preventiva, na busca de cessar
ameaças contra a posse. Por se tratar de ações com momentos específicos de utilização, ou
seja, devem ser ajuizadas conforme o momento e espécie da agressão sofrida. No entanto,
não há no direito material critérios precisos para distinguir com clareza a referida agressão,
sendo portanto, aplicável entre elas o princípio da fungibilidade, possibilitando ao juiz o
julgamento de uma pela outra sem a necessidade de instauração de um novo processo.

Ainda, as ações possessórias possuem caráter dúplice, uma vez que enquadra sempre dois
sujeitos que pretendem ser titulares da posse em questão.

b) Por intermédio da vasta discussão doutrinária sobre o assunto em questão, ou seja, a


aplicabilidade do instrumento processual cabível para impugnar decisões proferidas na
primeira fase da Ação de Exigir Contas, concluiu-se que, por aplicação do Princípio da
Fungibilidade Recursal , admite-se o conhecimento da Apelação como recurso de Agravo de
Instrumento. Dessa forma, o TSJ decidiu que “se esta decisão for de procedência, é uma
decisão parcial de mérito e então cabe o agravo. Se ela for de improcedência, cabe apelação”
assim como demonstra a jurisprudência a seguir.

"1. A Ação de Exigir Contas consiste em um procedimento bifásico, em que,


na primeira fase, perquire-se o dever de prestar contas, as quais serão
julgadas e apreciadas na segunda fase, caso declarado o dever de prestá-las.
2. O provimento jurisdicional que encerra a primeira fase da Ação de Exigir
Contas possui natureza jurídica de Decisão Interlocutória, quando julgada
procedente, sendo impugnável pela interposição do Agravo de Instrumento;
ou de Sentença, caso julgada improcedente, recorrível por meio de Apelação
3. Diante da discussão doutrinária e jurisprudencial acerca do instrumento
processual cabível para impugnar decisões proferidas na primeira fase da
Ação de Exigir Contas, admite-se a aplicação do Princípio da Fungibilidade
Recursal para conhecimento da Apelação como recurso de Agravo de
Instrumento."

Acórdão 1374232, 07027359620198070011, Relator: EUSTÁQUIO DE


CASTRO, Oitava Turma Cível, data de julgamento: 23/9/2021, publicado no
DJE: 5/10/2021.”

2. A) A alternativa é verdadeira. Isso porque, conforme o art. 682 do CPC, aquele que
pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu
poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. Dessa forma, como
indica o art. 685, a oposição tramita simultaneamente à ação originária. Portanto, é correta a
afirmação de que o manejo da oposição pelo terceiro é facultativo, pois cabe a ele avaliar se
pretende discutir, desde logo, o objeto da lide pendente, por meio da oposição, ou se
aguardará o desfecho daquele feito para ajuizar ação autônoma apenas em face do vencedor.

B) A alternativa é verdadeira. A razão disso é que o STJ já firmou entendimento, por meio do
Tema Repetitivo 967, de que, em ação consignatória, a insuficiência do depósito realizado
pelo devedor conduz ao julgamento de improcedência do pedido, pois o pagamento parcial da
dívida não extingue o vínculo obrigacional.

Tanto é que o art. 544, IV, do CPC prevê que o réu da ação de consignação em pagamento
pode alegar, em sua contestação, que o depósito realizado não é integral. Alegada a
insuficiência do depósito, o autor pode completá-lo, em 10 dias, salvo se corresponder a
prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato, conforme o art. 545.
Assim, o § 1º deste dispositivo determina que o réu pode levantar, desde logo, a quantia ou a
coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo
quanto à parcela controvertida; e o § 2º afirma que a sentença que concluir pela insuficiência
do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título
executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após
liquidação, se necessária.

Ainda, o próprio Código Civil determina, em seu art. 313, que o credor não é obrigado a
receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

Portanto, fica evidenciado que, quando o pagamento não é integral, o autor da ação deve
completá-lo. Caso contrário, a ação consignatária será improcedente, tendo em vista a
permanência do vínculo obrigacional.

C) A Alternativa é falsa. A Ação de habilitação é processo autônomo (não acessório), julgada


por sentença e sujeita a coisa julgada.

D) A primeira parte da alternativa é falsa, uma vez que a ação de dissolução parcial de
sociedade não segue rito bifásico, vez que a apuração de haveres deve ser realizada em ação
autônoma (liquidação de sentença). Já a segunda parte é verdadeira, e encontra seu
fundamento legal no art. 1046, § 3º, do CPC, o qual prevê que os processos mencionados no
art. 1.218 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, cujo procedimento ainda não tenha sido
incorporado por lei submetem-se ao procedimento comum previsto neste Código.

Você também pode gostar