Trabalho de Psicologia Geral-1-Sardio Dos Santos Ramalho
Trabalho de Psicologia Geral-1-Sardio Dos Santos Ramalho
Trabalho de Psicologia Geral-1-Sardio Dos Santos Ramalho
1. Introdução.....................................................................................................................1
1.2. Metodologias............................................................................................................2
2. Referencial Teórico......................................................................................................3
3. Considerações Finais..................................................................................................10
4. Referências Bibliográficas.........................................................................................11
1. Introdução
Tomasello propõe uma explicação de porque esses comportamentos não são exibidos
por aqueles primatas: “Eles não fazem essas coisas, a meu ver, porque não compreendem que
o coo específico possui estados intencionais e mentais que podem ser afetados” (Ibid. id.).
Com isto, quer dizer que estudar o comportamento humano não é tarefa fácil,
psicólogos acredita que a Psicologia é tão complexa quanto o próprio homem. Não é fácil,
sobretudo, quando o objecto de estudo é o próprio homem, capaz de se transformar em sujeito
da pesquisa. Daí todo o cuidado que se tem ao estudar o comportamento humano.
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1.1. Objectivos do Trabalho
O presente estudo tem como proposta metodológica uma revisão da literatura. Trata-
se, portanto, de uma pesquisa exploratória de carácter descritivo. Acredita-se que esta
abordagem vai de encontro dos objectivos e necessidades do estudo proposto.
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2. Referencial Teórico
2.1. Psicologia como Ciência
Diante disto, percebe-se um ponto delicado. Como se poderia provar que os estudos da
Psicologia eram válidos, ou que o objecto era de forma, nitidamente, observável e concreta,
como exigia os métodos de fazer ciência? Foi esse o prisma que se iniciou o processo de
externar que ela poderia ser uma ciência autônoma, sem dependência de outras para
constituir-se como ciência, mesmo tratando coisas não concretas de facto (Alberti, 2004).
Neste prisma, a Psicologia sendo tida como parte, reforça o momento histórico e como
ela era vista, dado que a Medicina, Matemática e a Filosofia, eram áreas que remetiam saberes
concretos e observáveis, a medida que isso é configurado, o tempo vai se consolidando até
então chegar na Psicologia, por estabelecer seu objecto como ‘’Psiquê’’ mais compreendida
como ‘’mente’’, apesar de quando comparada com a Matemática, não era reconhecida como
ciência. Com isso, grandes teóricos da época estabelecem períodos, um deles é o Positivismo,
de Augusto Conte (1798-1857), ele até que considera que há um espaço para Psicologia, mas
esse lugar se apresentava sempre como uma cota das ciências biológicas ou sociais, por isso,
Figueiredo reitera:
“Ainda hoje, após mais de cem anos de esforços para se criar uma psicologia como
ciência, os estudos psicológicos mantêm relações estreitas com muitas ciências
biológicas e com muitas ciências sociais. Isso parece ser bom e, na verdade,
indispensável. Mas várias vezes é mais fácil, por exemplo, um psicólogo
experimentalista que trabalha em laboratórios com animais, tais como o rato e o
pombo, entender-se com um biólogo do que com um psicólogo social que estuda o
homem em sociedade” (Figueiredo e Santi, 2008, p. 15,16).
Para tanto, por meio dos estudos feitos na área da psicologia como ciência, quando se
mensura a história das teorias psicológicas se torna mais coerente a atribuição de sentido,
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precisamente pelo seu próprio objecto de estudo ser tão discutido por alguns teóricos, dessa
maneira, alguns vão dizer que seriam os processos psicológicos básicos, outros o
comportamento, alguns dizem que é a mente, outros diriam que seria o homem. Desse modo,
em síntese se configura em uma família constituída como ciência que assinaria sobrenomes
iguais, mas que compõem atributos diferente, apesar disso, deve-se ter em mente que a
Psicologia, antes de tudo, estuda o sujeito e sua subjectividade, logo, os seres humanos, por se
diferenciarem das outras espécies, justamente por ser um resultado do meio cultural em que
foi socializado, Laraia (1993). Com essas posturas, considera-se que:
A partir desse resgate histórico da psicologia como ciência, entra para discussão o
considerado pai da Psicologia Científica, Wilhelm Wundt , e seu projecto. Segundo Davidoff
(2001) o objectivo principal dele era provar que a Psicologia era autônoma e não uma
derivação da Filosofia, na qual era a concepção da época. Após isso, ele conseguiu fundar o
primeiro laboratório de Psicologia Experimental, nesse cenário, ele se dedicou ao estudo da
consciência, mais precisamente aos processos elementares da consciência humana’’
(Davidoff, 2001, p. 10). A metodologia utilizada por ele se interessava em saber as estruturas
da consciência, as interacções, relações e combinações, por isso, ele foi chamado de
estruturalista e também por comparar o estudo das estruturas da consciência, como se fossem
átomos.
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Olhemos para o século XIX. Esse foi um século marcado pelo advento de muitas
ciências e pelo recuo da Filosofia, enquanto teoria do conhecimento. Foi nesse contexto que
surgiu a Psicologia Científica. Com a crise econômica e social causada pela emergência do
modo de produção capitalista, o indivíduo também entrava em crise, questionando vários
aspectos da sua existência. Surgiu, então, a necessidade de uma ciência que explicasse os
aspectos individuais e subjectivos do ser humano (Araújo, 2009 & Ribeiro, 2003).
Outra contribuição veio do filósofo e físico Gustav Fechner (1801-1887) que mostrou
como os métodos científicos podiam ser aplicados ao estudo dos processos mentais. O
principal trabalho de Fechner, “Elementos de Psicofísica”, foi publicado em 1860, mostrando
como podiam ser utilizados procedimentos experimentais e matemáticos para estudar a mente
humana. Cerca de vinte anos mais tarde, o psicólogo alemão Wilhelm Wundt fundou uma
disciplina a que chamou de Psicologia (Bock; Furtado; & Teixeira, 2008).
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Este método transformou-se num movimento conhecido como Estruturalismo, que
apresentava limitações claras, pois a introspecção é um processo obscuro e exclui
automaticamente do estudo as experiências de crianças e animais, pois estes não podem ser
treinados convenientemente (Mayers, 1999, p. 1).
Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2008, p. 33) Outra ciência que contribuiu para o
desenvolvimento da Psicologia Científica foi a Psiquiatria, surgida a partir da medicina e, com
sua origem moderna, datada em 1793 com o médico Filipe Pinel. A Psiquiatria trouxe uma
série de ideias e metodologias para o campo da Psicologia, principalmente à Psicologia
Clínica e Psicopatologia, por estas tratarem e lidarem com doenças mentais.
Por outro lado, mas não de maneira antagônica, ter-se-á a psicologia científicaa ou
ciência psicológica. Dentre outras características, o conhecimento científico é aquele
constituído por rigorosos estudos, faz uso de linguagem precisa e objectiva, é passível de
verificação e busca minimizar a interferência dos aspectos emocionais (incluindo crenças e
opiniões) do pesquisador. Por maiores que sejam as dissemelhanças entre o conhecimento do
senso comum e o conhecimento científico, ambos têm entre si uma relação de co
dependência.
A psicologia do senso comum contribui com a evolução da ciência, uma vez que são
as situações quotidianas, as problemáticas do dia-a-dia, que inspiram novos estudos e
movimentam a ciência, tornando-a sempre dinâmica. Ao mesmo tempo, a psicologia do senso
comum é, em partes, constituído pela apropriação de saberes ou termos da ciência. Ou seja,
muitos saberes populares têm um fundamento científico, mas não são compreendidos em sua
totalidade, ou então, passaram por variações no seu entendimento em função de elementos
culturais, religiosos, entre outros (Bock; Furtado; & Teixeira, 2008).
Parafraseando em outras palavras isto não quer dizer que a psicologia do senso comum
seja inferior, ela é apenas uma psicologia diferente, construído de modo distinto. Um outro
exemplo, que pode auxiliar na compreensão desta diferença, é o caso de uma estudante que
compreende que a repetição é importante para a memorização de uma informação, mas ela
não sabe explicar por que isso acontece, desconhece os fenômenos cerebrais envolvidos neste
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processo. Essa explicação detalhada e rigorosa é função da ciência. Para a ciência não basta
saber que é assim, deve-se compreender o porquê das coisas. Algumas das diferenças entre a
psicologia do senso comum e a psicologia científica que estão apresentadas no quadro abaixo:
Com isto (quadro 1) diz-se que o senso comum é oposto a psicologia científica. O
senso comum é contraditório, não tem consistência interna, as fronteiras do saber são obscuras
e indefinidas, as circunstâncias da sua aplicação são vagas e confusas e falta-lhe precisão na
capacidade preditiva. Só a investigação psicológica é capaz de demonstrar sistematicamente
as deficiências e os enviesamentos do pensar comum (Nisbet e Ross, 1980; Tversky e
Kahneman, 1978).
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medidas de resolução de problemas quotidianos continua a melhorar até uma idade avançada
(Sternberg, 1995, p. 923).
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3. Considerações Finais
Para a consecução deste trabalho foram percorridas várias etapas e todas elas se
mostraram de importância vital para o enriquecimento deste trabalho.
De uma forma sintética, além da psicologia como ciência e do senso comum, está a
psicologia científica. Em domínios como a cognição, a psicologia pode pretender fundamentar
o senso comum, elaborar modelos e indicar as circunstâncias em que as afirmações do senso
comum são ou não apoiadas empiricamente. Mas a psicologia é uma ciência que tem por
objectivo descobrir leis e regularidades entre fenómenos de modo semelhante às ciências
físicas e biológicas. Até ao presente tem sido bem-sucedida, ao contrário do que supõem
alguns detractores. A psicologia é ainda uma ciência, porque formula modelos e teorias
consistentes para compreender, explicar e prever os fenómenos humanos e depois avalia,
modifica, retém ou abandona tais modelos explicativos se não forem capazes de resistir às
provas empíricas, à replicação dos resultados e ao escrutínio dos especialistas, ao contrário da
psicologia popular e do senso comum que apresenta um corpo de saber praticamente imutável
ao longo de gerações.
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4. Referências Bibliográficas
Bock, A. M. B.; Furtado, O.; & Teixeira, M. L. T. (2008). Psicologias: uma introdução ao
estudo da psicologia. (14ª. ed.). São Paulo: Saraiva.
Figueiredo, L. C. M.; & Santi, P. L.R. (2008). Psicologia, uma (nova) introdução: Uma visão
histórica da psicologia como ciência. (3a. ed.). p. 13-76.
Hamer, D. & Copeland, P. (1998). Vivendo com nossos genes: por que eles importam mais
do que você pensa. Nova York: Doubleday.
Martinez, J.L., & Kesner, R.P. (1998). Neurobiologia da aprendizagem e da memória. São
Diego: Imprensa Acadêmica.
Myers, David. (1999). Introdução psicologia geral. São Paulo: Editora Santuário.
Nisbet, R., & Ross, L. (1980). Inferência humana: Estratégias e deficiências da julgamento.
Englewood Cliffs, N.J: Prentice-Hall.
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Ribeiro, B. A. (2003). Algumas considerações sobre o fazer científico realizado a partir da
análise dos modelos de ciência propostos por Taylor, Wundt e Watson. Psicologia
Ciência e Profissão, Brasília, v.23, n.2, p.92-97, jun, Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932003000200013&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 4 Out. 2022.
Schacter, D.L. (Ed.). (1995). Distorção da memória: como mentes, cérebros e sociedades
reconstruir o passado. Cambridge, MA: Harvard University Press.
Sternberg, R.J., Wagner, R.K., Williams, W.M., & Horvath, J.A. (1995). Teste senso comum.
American Psychologist, 50, 912-926.
Tversky, A., & Kahneman, D. (1978). Esquemas causais em julgamentos sob incerteza. Em
M. Fishbein (Ed.), Progress in social psychology (pp. 49-72). Hillsdale, NJ: Lawrence
Erlbaum Associates 26.
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