O documento discute a história da psicologia, desde as contribuições dos filósofos gregos como Platão e Aristóteles até o estabelecimento da psicologia como ciência por Wilhelm Wundt. Aborda como a psicologia evoluiu de uma reflexão filosófica sobre a alma para um campo científico focado no estudo sistemático do comportamento e processos mentais.
O documento discute a história da psicologia, desde as contribuições dos filósofos gregos como Platão e Aristóteles até o estabelecimento da psicologia como ciência por Wilhelm Wundt. Aborda como a psicologia evoluiu de uma reflexão filosófica sobre a alma para um campo científico focado no estudo sistemático do comportamento e processos mentais.
O documento discute a história da psicologia, desde as contribuições dos filósofos gregos como Platão e Aristóteles até o estabelecimento da psicologia como ciência por Wilhelm Wundt. Aborda como a psicologia evoluiu de uma reflexão filosófica sobre a alma para um campo científico focado no estudo sistemático do comportamento e processos mentais.
O documento discute a história da psicologia, desde as contribuições dos filósofos gregos como Platão e Aristóteles até o estabelecimento da psicologia como ciência por Wilhelm Wundt. Aborda como a psicologia evoluiu de uma reflexão filosófica sobre a alma para um campo científico focado no estudo sistemático do comportamento e processos mentais.
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RESUMO: PSICOLOGIAS YASMIN ROMERO RODRIGUES
Capitulo 1 Psicologia ou Psicologias
1. Qual a relao entre cotidiano e conhecimento cientfico? D um exemplo de uso cotidiano do conhecimento cientfico (em qualquer rea). Quando fazemos cincia, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Afastamo-nos dela para refletir e conhecer alm de suas aparncias. O cotidiano e o conhecimento cientifico que temos da realidade aproximam-se e se afastam: aproximam-se porque a cincia se refere ao real; afastam-se porque a cincia abstrai a realidade para compreend-la melhor, ou seja, a cincia afasta-se da realidade, transformando-a em objeto de investigao. 2. Explique o que senso comum. D um exemplo desse tipo de conhecimento. O conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano chamado de senso comum. Sem esse conhecimento intuitivo, espontneo, de tentativas e erros a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. O senso comum, na produo desse tipo de conhecimento, percorre um caminho que vai do hbito tradio, a qual, quando estabelecida passa de gerao a gerao. Ex: Usar a garrafa trmica para deixar o caf quente.
3. Explique o que voc entendeu por viso-de-mundo. Chamamos de viso de mundo a mistura e reciclagem de saberes, mais especializados que so reproduzidos em um tipo de teoria simplificada. O senso comum integra de um modo precrio o conhecimento humano 4. Cite alguns exemplos de conhecimentos da Psicologia apropriados pelo senso comum. Rapaz complexado, menina histrica, ficar neurtico, quando utilizamos essas expresses no nos preocupamos em definir as palavras usadas e nem por isso eixamos de ser entendidos pelo outro. 5. Quais os domnios do conhecimento humano? O que cada um deles abrange? A arte, religio, filosofia, cincia e senso comum so domnios do conhecimento humano. 6. Quais as caractersticas atribudas ao conhecimento cientfico? A cincia compe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade expressa por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemtica e controlada, para que se permita a verificao de sua validade. 7. Quais as diferenas entre senso comum e conhecimento cientfico? Apesar de reconhecermos a existncia de uma psicologia do senso comum e, de certo modo, estarmos preocupados em defini-la, a psicologia como cincia bem mais rdua e complicada. 8. Quais so os possveis objetos de estudo da Psicologia? Certamente esta diviso ampla demais e apenas coloca a Psicologia entre as cincias humanas. Se dermos a palavra a um psiclogo comportamentalista, ele dir: O objetivo de estuo da psicologia o comportamento humano. Se a palavra for dada a um psiclogo psicanalista, ele dir: O objeto de estuo da psicologia o inconsciente e etc... 9. Quais os motivos responsveis pela diversidade de objetos para a Psicologia? A diversidade de objetivos da Psicologia explicada pelo fato e este campo do conhecimento ter-se constitudo como rea do conhecimento cientifico s muito recentemente. No sentido mais amplo, o objetivo do estudo da psicologia o homem, e neste caso o pesquisador est inserido na categoria a ser estudada. 10. Qual a matria-prima da Psicologia? A identidade da psicologia o que a diferencia dos demais ramos as cincias humanas, e pode ser obtida considerando-se cada um desses ramos enfoca o homem de maneira particular. Assim cada especialidade trabalha essa matria prima de maneira particular. A psicologia colabora com o estudo da subjetividade: essa forma particular, especifica de contribuio para a compreenso da totalidade humana. 11. O que subjetividade? A subjetividade a sntese singular e individual que cada um de ns vai construindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experincias da vida social e cultural; uma sntese que nos identifica, de um lado, por ser nica, nos iguala de outro lado, na medida em que os elementos que a constituem so experincias no campo comum da objetividade social. 12. Por que a subjetividade no inata? A subjetividade a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. Ou seja, cada qual o que : sua singularidade. A subjetividade se constri aos poucos apropriando-se do material do mundo social e cultural, e faz isso ao mesmo tempo em que atua sobre este mundo, o homem constri e transforma a si mesmo. 13. Por que as prticas msticas no compem o campo da Psicologia cientfica? O tar, a astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras praticas no so do campo da Psicologia. Capitulo 2 Psicologias ou Psicologias 1. Qual a importncia de se conhecer a histria da Psicologia? Toda produo humana tem por trs de si a contribuio de inmeros homens, que, num tempo anterior ao presente, fizeram indagaes, realizaram descobertas, inventaram tcnicas e desenvolveram ideias, isto , por trs de qualquer produo material ou espiritual, existe histria. 2. Quais as condies econmicas e sociais da Grcia Antiga que propiciaram o incio da reflexo sobre o homem? As riquezas da Grcia geraram crescimento e este crescimento exigia solues prticas para diversas reas do conhecimento. Tais avanos permitiram que o cidado ocupasse das coisas do espirito. entre os filsofos gredos que surge a primeira tentativa de sistematizar a psicologia. O prprio termo psicologia vem do grego psych, que significa alma, e de logos que significa razo. Psicologia etimologicamente significa o estudo da alma. 3. Quais as contribuies fundamentais para a Psicologia apontadas nos textos de Scrates, Plato e Aristteles? Com Scrates (469-399 a.C.) que a Psicologia na Antiguidade ganha consistncia. Sua principal preocupao era com o limite que separa o homem dos animais. Desta forma, postulava que a principal caracterstica humana era a razo. A razo permitia ao homem sobrepor-se aos instintos, que seriam a base da irracionalidade. Em 2 300 anos antes do advento da Psicologia cientfica, os gregos j haviam formulado duas teorias: a platnica, que postulava a imortalidade da alma e a concebia separada do corpo, e a aristotlica, que afirmava a mortalidade da alma e a sua relao de pertencimento ao corpo. 4. Com a hegemonia da Igreja, na Idade Mdia, qual a contribuio de Santo Agostinho e So Toms de Aquino para o conhecimento em Psicologia? Psicologia nesse perodo relacion-la ao conhecimento religioso, j que, ao lado do poder econmico e poltico, a Igreja Catlica tambm monopolizava o saber e, consequentemente, o estudo do psiquismo. Nesse sentido, dois grandes filsofos representam esse perodo: Santo Agostinho (354-430) e So Toms de Aquino (1225-1274). Santo Agostinho, inspirado em Plato, tambm fazia uma ciso entre alma e corpo. Entretanto, para ele, a alma no era somente a sede da razo, mas a prova de uma manifestao divina no homem. A alma era imortal por ser o elemento que liga o homem a Deus. E, sendo a alma tambm a sede do pensamento, a Igreja passa a se preocupar tambm com sua compreenso. 5. Em qual perodo histrico situa-se a contribuio de Descartes para a Psicologia? Qual essa contribuio? Ren Descartes (1596-1659), um dos filsofos que mais contribuiu para o avano da cincia, postula a separao entre mente (alma, esprito) e corpo, afirmando que o homem possui uma substncia material e uma substncia pensante, e que o corpo, desprovido do esprito, apenas uma mquina. Esse dualismo mente- corpo torna possvel o estudo do corpo humano morto, o que era impensvel nos sculos anteriores (o corpo era considerado sagrado pela Igreja, por ser a sede da alma), e dessa forma possibilita o avano da Anatomia e da Fisiologia, que iria contribuir em muito para o progresso da prpria Psicologia. 6. Quais as contribuies da Fisiologia e da Neurofisiologia para a Psicologia? A Fisiologia e a Neurofisiologia atingiram avanos que levaram formulao de teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as percepes e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema. 7. Qual o papel de Wundt na histria da Psicologia? Psicologia, at ento estudados exclusivamente pelos filsofos, passam a ser, tambm, investigados pela Fisiologia e pela Neurofisiologia em particular. Os avanos que atingiram tambm essa rea levaram formulao de teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as percepes e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema. 8. Quais os critrios que a Psicologia deveria satisfazer para adquirir o status de cincia? Seu status de cincia obtido medida que se liberta da Filosofia, que marcou sua histria at aqui, e atrai novos estudiosos e pesquisadores, que, sob os novos padres de produo de conhecimento, passam a: definir seu objeto de estudo (o comportamento, a vida psquica, a conscincia); delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras reas de conhecimento, como a Filosofia e a Fisiologia; formular mtodos de estudo desse objeto; formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimentos na rea. Essas teorias devem obedecer aos critrios bsicos da metodologia cientfica, isto , deve-se buscar a neutralidade do conhecimento cientfico, os dados devem ser passveis de comprovao, e o conhecimento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida para outros experimentos e pesquisas na rea. 9. O que caracteriza o Funcionalismo, o Associacionismo e o Estruturalismo? A escola funcionalista de W. James, importa responder o que fazem os homens e por que o fazem. Para responder a isto, W. James elege a conscincia como o centro de suas preocupaes e busca a compreenso de seu funcionamento, na medida em que o homem a usa para adaptar-se ao meio. O Estruturalismo est preocupado com a compreenso do mesmo fenmeno que o Funcionalismo: a conscincia. Mas, diferentemente de W. James, Titchner ir estud-la em seus aspectos estruturais, isto , os estados elementares da conscincia como estruturas do sistema nervoso central. O termo associacionismo origina-se da concepo de que a aprendizagem se d por um processo de associao das idias das mais simples s mais complexas. Assim, para aprender um contedo complexo, a pessoa precisaria primeiro aprender as ideias mais simples, que estariam associadas quele contedo. 10. Quais as principais teorias em Psicologia, no sculo 20? As trs mais importantes tendncias tericas da Psicologia neste sculo so consideradas por inmeros autores como sendo o Behaviorismo ou Teoria (S-R) (do ingls Stimuli-Respond Estmulo- Resposta), a Gestalt e a Psicanlise. O Behaviorismo, que nasce com Watson e tem um desenvolvimento grande nos Estados Unidos, em funo de suas aplicaes prticas, tornou-se importante por ter definido o fato psicolgico, de modo concreto, a partir da noo de comportamento (behavior). A Gestalt, que tem seu bero na Europa, surge como uma negao da fragmentao das aes e processos humanos, realizada pelas tendncias da Psicologia cientfica do sculo 19, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade. A Gestalt a tendncia terica mais ligada Filosofia. A Psicanlise, que nasce com Freud, na ustria, a partir da prtica mdica, recupera para a Psicologia a importncia da afetividade e postula o inconsciente como objeto de estudo, quebrando a tradio da Psicologia como cincia da conscincia e da razo.
Capitulo 3 Behaviorismo 1. Quem o fundador do Behaviorismo e quais as diferentes denominaes dessa tendncia terica? O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B. Watson, em artigo publicado em 1913, que apresentava o ttulo Psicologia: como os behavioristas a vem. O termo ingls behavior significa comportamento; por isso, para denominar essa tendncia terica, usamos Behaviorismo e, tambm, Comportamentalismo, Teoria Comportamental, Anlise Experimental do Comportamento, Anlise do Comportamento. 2. Para os behavioristas, qual o objeto da Psicologia e como caracterizado? Watson, postulando o comportamento como objeto da Psicologia, dava a esta cincia a consistncia que os psiclogos da poca vinham buscando um objeto observvel, mensurvel, cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes condies e sujeitos. Essas caractersticas foram importantes para que a Psicologia alcanasse o status de cincia, rompendo definitivamente com a sua tradio filosfica. Watson tambm defendia uma perspectiva funcionalista para a Psicologia, isto , o comportamento deveria ser estudado como funo de certas variveis do meio. Certos estmulos levam o organismo a dar determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos se ajustam aos seus ambientes por meio de equipamentos hereditrios e pela formao de hbitos. Watson buscava a construo de uma Psicologia sem alma e sem mente, livre de conceitos mentalistas e de mtodos subjetivos, e que tivesse a capacidade de prever e controlar. 3. Como o homem estudado pelo Behaviorismo? O Behaviorismo dedica-se ao estudo das interaes entre o indivduo e o ambiente, entre as aes do indivduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulaes). Os psiclogos desta abordagem chegaram aos termos resposta e estmulo para se referirem quilo que o organismo faz e s variveis ambientais que interagem com o sujeito. Para explicar a adoo desses termos, duas razes podem ser apontadas: uma metodolgica e outra histrica. A razo metodolgica deve-se ao fato de que os analistas experimentais do comportamento tomaram, como modo preferencial de investigao, um mtodo experimental e analtico. 4. Qual o mais importante terico do Behaviorismo? O mais importante dos behavioristas que sucedem Watson B. F. Skinner (1904-1990). O Behaviorismo de Skinner tem influenciado muitos psiclogos americanos e de vrios pases onde a Psicologia americana tem grande penetrao, como o Brasil. Esta linha de estudo ficou conhecida por Behaviorismo radical, termo cunhado pelo prprio Skinner, em 1945, para designar uma filosofia da Cincia do Comportamento (que ele se props defender) por meio da anlise experimental do comportamento. 5. O que comportamento reflexo ou respondente? D exemplos. O comportamento reflexo ou respondente o que usualmente chamamos de no-voluntrio e inclui as respostas que so eliciadas (produzidas) por estmulos antecedentes do ambiente. Como exemplo, podemos citar a contrao das pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos, a salivao provocada por uma gota de limo colocada na ponta da lngua, o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge, as famosas lgrimas de cebola etc. 6. Como o comportamento respondente pode ser condicionado? D exemplo. Esses comportamentos reflexos ou respondentes so interaes estmulo-resposta (ambiente-sujeito) incondicionadas, nas quais certos eventos ambientais confiavelmente eliciam certas respostas do organismo que independem de aprendizagem. 7. O que comportamento operante? D exemplos. O comportamento operante abrange um leque amplo da atividade humana dos comportamentos do beb de balbuciar, de agarrar objetos e de olhar os enfeites do bero aos mais sofisticados, apresentados pelo adulto. Como nos diz Keller, o comportamento operante inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento, tm efeito sobre ou fazem algo ao mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta, quer indiretamente. 8. Como se condiciona o comportamento operante? D exemplo. Para exemplificarmos melhor os conceitos apresentados at aqui, vamos relembrar um conhecido experimento feito com ratos de laboratrio. Um ratinho, ao sentir sede em seu habitat, certamente manifesta um comportamento operante que tem efeito sobre o mundo algum comportamento que lhe permita satisfazer a sua necessidade orgnica. Esse comportamento foi aprendido por ele e se mantm pelo efeito proporcionado: saciar a sede. Assim, se deixarmos um ratinho privado de gua durante 24 horas, ele certamente apresentar o comportamento de beber gua no momento em que tiver sede. Sabendo disso, os pesquisadores da poca decidiram simular esta situao em laboratrio sob condies especiais de controle, o que os levou formulao de uma lei comportamental. Um ratinho foi colocado na caixa de Skinner um recipiente fechado no qual encontrava apenas uma barra. Esta barra, ao ser pressionada por ele, acionava um mecanismo (camuflado) que lhe permitia obter uma gotinha de gua, que chegava caixa por meio de uma pequena haste. Que resposta esperava-se do ratinho? Que pressionasse a barra. Como isso ocorreu pela primeira vez? Por acaso. Durante a explorao da caixa, o ratinho pressionou a barra acidentalmente, o que lhe trouxe, pela primeira vez, uma gotinha de gua, que, devido sede, fora rapidamente consumida. Por ter obtido gua ao encostar na barra quando sentia sede, constatou-se a alta probabilidade de que, estando em situao semelhante, o ratinho a pressionasse novamente. Neste caso de comportamento operante, o que propicia a aprendizagem dos comportamentos a ao do organismo sobre o meio e o efeito dela resultante a satisfao de alguma necessidade, ou seja, a aprendizagem est na relao entre uma ao e seu efeito. Este comportamento operante pode ser representado da seguintemaneira: R ? S, em que R a resposta (pressionar a barra) e S (do ingls stimuli) o estmulo reforador (a gua), que tanto interessa ao organismo; a flecha significa levar a. Esse estmulo reforador chamado de reforo. O termo estmulo foi mantido da relao R-S do comportamento respondente para designar-lhe a responsabilidade pela ao, apesar de ela ocorrer aps a manifestao do comportamento. O comportamento operante refere-se interao sujeito-ambiente. Nessa interao, chama-se de relao fundamental relao entre a ao do indivduo (a emisso da resposta) e as consequncias. 9. O que reforo? O que reforo negativo e positivo? D um exemplo para cada caso. O reforo pode ser positivo ou negativo. O reforo positivo todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz. O reforo negativo todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua. Assim, poderamos voltar nossa caixa de Skinner que, no experimento anterior, oferecia uma gota de gua ao ratinho sempre que encostasse na barra. Agora, ao ser colocado na caixa, ele recebe choques do assoalho. Aps vrias tentativas de evitar os choques, o ratinho chega barra e, ao pression-la acidentalmente, os choques cessam. Com isso, as respostas de presso barra tendero a aumentar de frequncia. Chama-se de reforamento negativo ao processo de fortalecimento dessa classe de respostas (presso barra), isto , a remoo de um estmulo aversivo controla a emisso da resposta. condicionamento por se tratar de aprendizagem, e tambm reforamento, porque um comportamento apresentado e aumentado em sua frequncia ao alcanar o efeito desejado. O reforamento positivo oferece alguma coisa ao organismo (gotas de gua com a presso da barra, por exemplo); o negativo permite a retirada de algo indesejvel (os choques do ltimo exemplo). 10. Explique os processos de esquiva e fuga com os reforamentos negativos. Esquiva um processo no qual os estmulos esto separados por um intervalo de tempo aprecivel, permitindo que o indivduo execute um comportamento que previna a ocorrncia ou reduza a magnitude do segundo estimulo. No processo de fuga o comportamento reforado aquele que termina com um estimulo aversivo j em andamento. No caso da esquiva h um estimulo condicionado que antecede o estimulo incondicionado e me possibilita a emisso do comportamento de esquiva. No caso da fuga, s h um estimulo aversivo incondicionado que, quando apresentado, ser evitado pelo comportamento de fuga. Neste caso no se evita o estimulo aversivo, mas se foge dele depois de iniciado. 11. O que extino e punio? D um exemplo para cada caso. Extino: um procedimento no qual uma resposta deixa abruptamente de ser reforada. Como consequncia, a resposta diminuir de frequncia e at mesmo poder deixar e ser emitida. Ex: quando uma menina que estvamos paquerando deixa de nos olhar e passa a nos ignorar, nossas investidas tendero a desaparecer. Punio: envolve a conseqenciao de uma resposta quando h apresentao de um estimulo aversivo ou remoo de um reforador positivo presente. Ex: No transito, apesar das punies aplicadas aos infratores, elas no tem os motivados a adotar um comportamento considerado adequado para o transito. Em vez de adotarem novos comportamentos, tornaram-se especialistas na esquiva e fuga. 12. O que generalizao e discriminao? D exemplos. Diz-se que se desenvolveu uma discriminao de estmulos quando uma resposta se mantm na presena e um estmulo, mas sofre certo grau de extino na presena de outro. Isto , um estimulo adquire a possibilidade de ser conhecido como discriminativo da situao reforadora. Ex: parar quando o semforo estiver vermelho. Na generalizao respondemos de forma semelhante a um conjunto de estmulos percebidos como semelhantes. Ex: aprendemos como ler e escrever e podemos transferir estes conceitos bsicos para situaes diferentes como dar e receber troco, escrever uma carta para a namorada.
Capitulo 4 Gestalt
1. Qual o ponto de partida da teoria da Gestalt? O ponto de partida da teoria da Gestalt foram os estudos da percepo e sensao do movimento. Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos envolvidos na iluso de tica, quando o estimulo fsico percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade. 2. Qual a crtica que a Gestalt faz ao Behaviorismo? O confronto pode ser resumido na posio que cada uma das teorias assume diante do objeto da psicologia. O behaviorismo, dentro da preocupao com a objetividade, estuda o comportamento atravs da relao estimulo-resposta, procurando isolar o estimulo que corresponderia resposta esperada e controlar cientificamente essas variveis. A Gestalt ir criticar essa abordagem, por considerar que o comportamento, quando estudado de maneira isolada de um contexto mais amplo, pode perder seu significado (o seu entendimento) para o psiclogo. 3. Qual a importncia da percepo do estmulo para a compreenso do comportamento humano, na teoria da Gestalt? A Gestalt encontra nesses fenmenos da percepo as condies para a compreenso do comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estimulo ira desencadear nosso comportamento. 4. Cite um exemplo que mostre uma percepo do ambiente diferente de sua realidade fsica. Ao cumprimentarmos a distancia uma pessoa conhecida e, ao chegarmos mais perto, depararmos com um atnito desconhecido. Um erro de percepo nos levou ao comportamento de cumprimentar o desconhecido. Essa pequena confuso demonstra que as condies ambientais dadas mediatizada pela forma de interpretarmos o contedo percebido. 5. O que necessrio para alcanarmos a boa-forma? Equilbrio, simetria, estabilidade e simplicidade so necessrios para superar a iluso tica. 6. Qual a importncia da relao figura-fundo na percepo? Quanto mais clara estiver a forma, mais clara ser a separao entre a figura e o fundo. 7. Como denominado o conjunto de estmulos determinantes do comportamento? O conjunto de estmulos determinantes do comportamento denominado meio ou meio ambiental. So conhecidos dois tipos de meio: o geogrfico e o comportamental. 8. Explique, atravs de um exemplo, o meio geogrfico e o meio comportamental. O meio geogrfico o meio enquanto tal, fsico em termos objetivos. O meio comportamental o meio fsico e implica a interpretao desse meio atravs das foras que regem a percepo (equilbrio, simetria, estabilidade e simplicidade). 9. O que campo psicolgico? Campo psicolgico entendido como um campo de fora que nos leva a procurar a boa-forma. Funciona figurativamente como um campo eletromagntico criado por um im (a fora da atrao e repulso). Essse campo de fora psicolgico tem uma tendncia que garante a busca a melhor forma possvel em situaes que no esto muito estruturadas. 10. Quais princpios regem o campo psicolgico na busca da boa-forma? Proximidade: os elementos semelhantes tendem a ser agrupados. Semelhana: os elementos semelhantes so agrupados. Fechamento: ocorre uma tendncia de completar os elementos faltantes a figura para garantir sua compreenso. 11. O que insight? D um exemplo. Insight um fenmeno que acontece de estarmos olhando para uma figura que no tem sentido para ns e, de repente, sem que tenhamos feito nenhum esforo especial para isso, a relao figura-fundo elucida-se. O termo designa uma compreenso imediata, enquanto uma espcie de entendimento interno. 12. Baseado na teoria de Lewin, explique os conceitos de espao vital e de campo psicolgico. A Teoria do Espao Vital exibe diversos graus de desenvolvimento em funo da quantidade e do tipo de experincia acumulados. Como o beb tem pouca experincia, possui poucas regies diferenciadas no seu espao vital. Um adulto extremamente culto e sofisticado dotado de um espao vital complexo e bem diferenciado, exigindo grande variedade de experincias. profissional tentou criar um odelo matemtico para representar esse conceito terico de processos psicolgicos. elaborou a teoria de campo, que se baseia em duas suposies fundamentais. a) o comportamento humano derivado da totalidade de fatos coexistentes; b) esses fatos coexistentes tm o carter de um campo dinmico, no qual cada parte do campo depende de uma inter-relao com as demais outras partes. O comportamento humano no depende somente do passado, ou do futuro, mas do campo dinmico atual e presente. Esse campo dinmico "o espao de vida que contm a pessoa e o seu ambiente psicolgico.
13. Segundo Lewin, qual a caracterstica definidora do grupo? a interdependncia de seus membros. resultante dos processos que ali ocorrem. A mudana de um membro do grupo pode alterar completamente a dinmica deste. Lewin deu muita nfase ao pequeno grupo, por considerar que a Psicologia ainda no possui instrumental suficiente para o estudo de grandes massas.
Capitulo 5 Psicanlise. 1. Quais os trs usos do termo Psicanlise? O termo psicanlise usado para se referir a uma teoria, a um mtodo de investigao e a uma prtica profissional. 2. Quais so as prticas de Freud que antecederam a formulao da teoria psicanaltica? Freud trabalhou algum tempo em um laboratrio de Fisiologia e deu aulas de Neuropatologia no instituto onde trabalhava. Comeou ento a clinicar atendendo pessoas acometidas de problemas nervosos. 3. Quais foram as descobertas finais que configuraram a criao da Psicanlise? As descobertas que constituam a base principal da compreenso das neuroses e impuseram uma modificao no trabalho teraputico. A fora psquica que se opunha a tornar consciente e revelar o processo psquico que visa encobrir, fazer desaparecer da conscincia, uma ideia ou representao insuportvel e dolorosa que est na origem do sintoma. Estes contedos psquicos localizam-se no inconsciente. 4. Como se caracteriza a primeira teoria sobre a estrutura do aparelho psquico? O inconsciente exprime o conjunto dos contedos no presentes no campo atual da conscincia. constitudo por contedos reprimidos, que no tem acesso aos sistemas pr-consciente/consciente, pela ao de censuras internas. O pr-consciente refere-se ao sistema onde permanecem aqueles contedos acessveis conscincia. aquilo que no est na conscincia, neste momento, e no momento seguinte pode estar. O consciente o sistema do aparelho psquico que recebe ao mesmo tempo as informaes do mundo exterior e as do mundo interior. 5. O que Freud descobriu de importante sobre a sexualidade? As descobertas de Freud colocam a sexualidade no centro da vida psquica, e postulada a existncia da sexualidade infantil. Os principais aspectos destas descobertas so: A funo sexual existe desde o principio da vida, logo aps o nascimento, e no s a partir da puberdade como afirmavam as ideias dominantes. O perodo de desenvolvimento da sexualidade longo e complexo at chegar sexualidade adulta, onde as funes de reproduo e de obteno do prazer podem estar associadas, tanto no homem quanto na mulher. A libido a energia dos instintos sexuais e s deles. 6. Como se caracterizam as fases do desenvolvimento sexual? O desenvolvimento progressivo levou Freud a postular as fases do desenvolvimento sexual em: fase oral (a zona de erotizao a boca), fase anal (a zona de erotizao o nus), fase flica (a zona de erotizao o rgo sexual) em seguida vem o perodo de latncia que se prolonga at a puberdade e se caracteriza por uma diminuio das atividades sexuais, isto , h um intervalo na evoluo da sexualidade. E finalmente na puberdade atingida a ultima fase, a fase genital, quando o objeto de erotizao no est mais no prprio corpo, mas era um objeto externo ao individuo o outro. 7. Caracterize o complexo de dipo. No complexo de dipo, a me o objeto de desejo do menino, e o pai o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Ele procura ento ser o pai para ter a me, escolhendo-o como modelo de comportamento, passando a internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente, por medo da perda do amor do pai, desiste da me, isto , a me trocada pela riqueza do mundo social e cultural, e o garoto pode, ento, participar do mundo social, pois tem suas regras bsicas internalizadas atravs da identificao com o pai. Este processo tambm ocorre cora as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificao. Freud fala em dipo feminino. 8. O que realidade psquica? No processo teraputico e de postulao terica, Freud, inicialmente, entendia que todas as cenas relatadas pelos pacientes tinham de fato ocorrido. Posteriormente, descobriu que poderiam ter sido imaginadas, mas com a mesma fora e consequncias de uma situao real. Aquilo que, para o indivduo, assume valor de realidade a realidade psquica. E isso o que importa, mesmo que no corresponda realidade objetiva. 9. Como se caracterizam os modelos econmico, tpico e dinmico do funcionamento psquico? O funcionamento psquico concebido a partir de trs pontos de vista: o econmico (existe uma quantidade de energia que alimenta os processos psquicos), o tpico (o aparelho psquico constitudo de um nmero de sistemas que so diferenciados quanto a sua natureza e modo de funcionamento, o que permite consider-lo como lugar psquico) e o dinmico (no interior do psiquismo existem foras que entram em conflito e esto, permanentemente, ativas. A origem dessas foras a pulso). Compreender os processos e fenmenos psquicos considerar os trs pontos de vista simultaneamente. 10. Como se caracteriza a pulso? A pulso refere-se a um estado de tenso que busca, atravs de um objeto, a supresso deste estado. Eros a pulso de vida e abrange as pulses sexuais e as de auto conservao. Tanatos a pulso de morte, pode ser autodestrutiva ou estar dirigida para fora e se manifestar como pulso agressiva ou destrutiva. 11. O que sintoma? Sintoma, na teoria psicanaltica, uma produo quer seja um comportamento quer seja um pensamento resultante de um conflito psquico entre o desejo e os mecanismos de defesa. O sintoma, ao mesmo tempo em que sinaliza, busca encobrir um conflito, substituir a satisfao do desejo. Ele ou pode ser o ponto de partida da Investigao psicanaltica na tentativa de descobrir os processos psquicos encobertos que determinam sua formao. Os sintomas de Ana O. eram a paralisia e os distrbios do pensamento. 12. Como se caracteriza a segunda teoria do aparelho psquico? O id constitui o reservatrio da energia psquica, onde se localizam as pulses: a de vida e a de morte. As caractersticas atribudas ao sistema inconsciente, na primeira teoria, so, nesta teoria, atribudas ao id. regido pelo princpio do prazer. O ego o sistema que estabelece o equilbrio entre as exigncias do id, as exigncias da realidade e as ordens do superego. Procura dar conta dos interesses da pessoa. regido pelo princpio da realidade, que, com o princpio do prazer, rege o funcionamento psquico. um regulador, na medida em que altera o princpio do prazer para buscar a satisfao considerando as condies objetivas da realidade. Neste sentido, a busca do prazer pode ser substituda pelo evitamento do desprazer. As funes bsicas do ego so: percepo, memria, sentimentos, pensamento. O superego origina-se com o complexo de dipo, a partir da internalizao das proibies, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais so funes do superego. O contedo do superego refere-se a exigncias sociais e culturais. Para compreender a constituio desta instncia o superego necessrio introduzir a ideia de sentimento de culpa. Neste estado, o indivduo sente-se culpado por alguma coisa errada que fez o que parece bvio ou que no fez e desejou ter feito, alguma coisa considerada m pelo ego, mas no, necessariamente, perigosa ou prejudicial; pode, pelo contrrio, ter sido muito desejada. Por que, ento, considerada m? Porque algum importante para ele, como o pai, por exemplo, pode puni-lo por isso. E a principal punio a perda do amor e do cuidado desta figura de autoridade. Portanto, por medo dessa perda, deve-se evitar fazer ou desejar fazer a coisa m; mas, o desejo continua e, por isso, existe a culpa. Uma mudana importante acontece quando esta autoridade externa internalizada pelo indivduo. Ningum mais precisa lhe dizer no. como se ele ouvisse esta proibio dentro de si. Agora, no importa mais a ao para sentir-se culpado: o pensamento, o desejo de fazer algo mau se encarregam disso. E no h como esconder de si mesmo esse desejo pelo proibido. Com isso, o mal-estar instala-se definitivamente no interior do indivduo. A funo de autoridade sobre o indivduo ser realizada permanentemente pelo superego. importante lembrar aqui que, para a Psicanlise, o sentimento de culpa origina-se na passagem pelo Complexo de dipo. O ego e, posteriormente, o superego so diferenciaes do id, o que demonstra uma interdependncia entre esses trs sistemas, retirando a ideia de sistemas separados. O id refere-se ao inconsciente, mas o ego e o superego tm, tambm, aspectos ou partes inconscientes. E importante considerar que estes sistemas no existem enquanto uma estrutura vazia, mas so sempre habitados pelo conjunto de experincias pessoais e particulares de cada um, que se constitui como sujeito em sua relao com o outro e em determinadas circunstncias sociais. Isto significa que, para compreender algum, necessrio resgatar sua histria pessoal, que est ligada histria de seus grupos e da sociedade em que vive. 13. Como se caracteriza o mtodo de investigao da Psicanlise? E a prtica teraputica? 14. Qual a funo e como operam os mecanismos de defesa do ego? Estes mecanismos so: Recalque: o indivduo no v, no ouve o que ocorre. Existe a supresso de uma parte da realidade. Este aspecto que no percebido pelo indivduo faz parte de um todo e, ao ficar invisvel, altera, deforma o sentido do todo. E como se, ao ler uma palavra ou uma das linhas no estivesse impressa, e isto impedisse a compreenso da frase ou desse outro sentido ao que est escrito. Um exemplo quando entendemos uma proibio como permisso porque no ouvimos o no. O recalque, ao suprimir a percepo do que est acontecendo, o mais radical dos mecanismos de defesa. Os demais se referem a deformaes da realidade. Formao reativa: o ego procura afastar o desejo que vai em determinada direo, e, para isto, o indivduo adota uma atitude oposta a este desejo. Um bom exemplo so as atitudes exageradas ternura excessiva, superproteo que escondem o seu oposto, no caso, um desejo agressivo intenso. Aquilo que aparece (a atitude) visa esconder do prprio indivduo suas verdadeiras motivaes (o desejo), para preserv- lo de uma descoberta acerca de si mesmo que poderia ser bastante dolorosa. o caso da me que superprotege o filho, do qual tem muita raiva porque atribui a ele muitas de suas dificuldades pessoais. Para muitas destas mes, pode ser aterrador admitir essa agressividade em relao ao filho. Regresso: o indivduo retorna a etapas anteriores de seu desenvolvimento; uma passagem para modos de expresso mais primitivos. Um exemplo o da pessoa que enfrenta situaes difceis com bastante ponderao e, ao ver uma barata, sobe na mesa, aos berros. Com certeza, no s a barata que ela v na barata. Projeo: uma confluncia de distores do mundo externo e interno. O indivduo localiza (projeta) algo de si no mundo externo e no percebe aquilo que foi projetado como algo seu que considera indesejvel. um mecanismo de uso frequente e observvel na vida cotidiana. Um exemplo o jovem que critica os colegas por serem extremamente competitivos e no se d conta de que tambm o , s vezes at mais que os colegas. Racionalizao: o indivduo constri uma argumentao intelectualmente convincente e aceitvel, que justifica os estados deformados da conscincia. Isto , uma defesa que justifica as outras. Portanto, na racionalizao, o ego coloca a razo a servio do irracional e utiliza para isto o material fornecido pela cultura, ou mesmo pelo saber cientfico. Dois exemplos: o pudor excessivo (formao reativa), justificado com argumentos morais; e as justificativas ideolgicas para os impulsos destrutivos que eclodem na guerra, no preconceito e na defesa da pena de morte. Alm destes mecanismos de defesa do ego, existem outros: De negao, identificao, isolamento, anulao retroativa, inverso e retorno sobre si mesmo. Todos ns os utilizamos em nossa vida cotidiana, isto , deformamos a realidade para nos defender de perigos internos ou externos, reais ou imaginrios.
15. Qual a contribuio social da Psicanlise? A caracterstica essencial do trabalho psicanaltico o deciframento do inconsciente e a integrao de seus contedos na conscincia. Isto porque so estes contedos desconhecidos e inconscientes que determinam, em grande parte, a conduta dos homens e dos grupos as dificuldades para viver, o mal-estar, o sofrimento.
Capitulo 6 Psicologia em construo.
1. Quais so os princpios da Psicologia Scio-Histrica de Vigotski? A compreenso das funes superiores do homem no pode ser alcanada pela psicologia animal, pois os animais no tm vida social e cultural. As funes superiores do homem no podem ser vistas apenas como resultado da maturao de um organismo que j possui, em potencial, tais capacidades. A linguagem e o pensamento humano tm origem social. A cultura faz parte do desenvolvimento humano e deve ser integrada ao estudo e explicao das funes superiores. A conscincia e o comportamento so aspectos integrados de uma unidade, no podendo ser isolados pela Psicologia. Vigotski desenvolveu, tambm, uma estrutura terica marxista para a Psicologia: Todos os fenmenos devem ser estudados como processos em permanente movimento e transformao. O homem constitui-se e se transforma ao atuar sobre a natureza com sua atividade e seus instrumentos. No se pode construir qualquer conhecimento a partir do aparente, pois no se captam as determinaes que so constitutivas do objeto. Ao contrrio, preciso rastrear a evoluo dos fenmenos, pois esto em sua gnese e em seu movimento as explicaes para sua aparncia atual. A mudana individual tem sua raiz nas condies sociais de vida. Assim, no a conscincia do homem que determina as formas de vida, mas a vida que se tem que determina a conscincia. 2. Quais crticas tal abordagem faz viso liberal de homem e quais as consequncias desta viso para a Psicologia? O homem visto como ser autnomo, responsvel pelo seu prprio processo de individuao. Uma relao de antagonismo entre o homem e a sociedade, em que esta faz eterna oposio aos anseios que seriam naturais do homem. Uma viso de fenmeno psicolgico, na qual este tomado como uma entidade abstrata que tem, por natureza, caractersticas positivas que s no se manifestam se sofrerem impedimentos do mundo material e social. O fenmeno psicolgico, visto como enclausurado no homem, concebido como um verdadeiro eu.
3. Como voc compreende a afirmao: Para a Psicologia Scio- Histrica, no existe natureza humana; existe a condio humana. No existe natureza humana. No existe uma essncia eterna e universal do homem, que no decorrer de sua vida se atualiza, gerando suas pontencialidades e faculdades. Tal ideia de natureza humana tem sido utilizada como fundamento da maioria das correntes psicolgicas e faz, na verdade, um trabalho de ocultamente das condies sociais, que so determinantes das individualidades. Esta ideia est ligada viso de indivduo autnomo, que tambm no aceita na Psicologia Scio-Histrica. O indivduo construdo ao longo de sua vida a partir de sua interveno no meio (sua atividade instrumental) e da relao com os outros homens. Somos nicos, mas no utnomos no sentido de termos um desenvolvimento independente ou j previsto pela semente de homem que carregamos.
4. O que significa a afirmao: O homem um ser ativo, social e histrico.? A concepo de homem da Psicologia Scio-Histrica pode ser assim sintetizada: o homem um ser ativo, social e histrico. essa sua condio humana. O homem constri sua existncia a partir de uma ao sobre a realidade, que tem, por objetivo, satisfazer suas necessidades. 5. Para a concepo Scio-Histrica, qual a importncia da linguagem? A linguagem instrumento fundamental nesse processo e, como instrumento, tambm produzida social e historicamente, e dela tambm o homem deve se apropriar. A linguagem materializa e d forma a uma das aptides humanas: a capacidade de representar a realidade. Juntamente com a atividade, o homem desenvolve o pensamento. Atravs da linguagem, o pensamento objetiva-se, permitindo a comunicao das significaes e o seu desenvolvimento. 6. Segundo esta abordagem, como se desenvolve a conscincia humana? O pensamento humano, historicamente transforma-se em algo mais complexo, justamente por representar, cada vez melhor, a complexidade da vida humana em sociedade. Transforma-se em conscincia. A linguagem instrumento essencial na construo da conscincia, na construo de um mundo interno, psicolgico. Permite a representao no s da realidade imediata, mas das mediaes que ocorrem na relao do homem com essa realidade. Assim, a linguagem apreende e materializa o mundo de significaes, que construdo no processo social e histrico. Quando se apropria da linguagem enquanto instrumento, o indivduo tem acesso a um mundo de significaes historicamente produzido. 7. Os fenmenos sociais esto, de forma simultnea, dentro e fora dos indivduos. A partir desta frase, discuta as noes de subjetividade individual e social. A subjetividade individual representa a constituio da histria de relaes sociais do sujeito concreto dentro de um sistema individual. O indivduo, ao viver relaes sociais determinadas e experincias determinadas em uma cultura que tem idias e valores prprios, vai se constituindo, ou seja, vai construindo sentido para as experincias que vivencia. Este espao pessoal dos sentidos que atribumos ao mundo se configura como a subjetividade individual. A subjetividade social exatamente a aresta subjetiva da constituio da sociedade. Refere-se ao sistema integral de configuraes subjetivas (grupais ouindividuais), que se articulam nos distintos nveis da vida social... Assim, para a Psicologia Scio-Histrica, no h como se saber de um indivduo sem que se conhea seu mundo. Para compreender o que cada um de ns sente e pensa, e como cada um de ns age, preciso conhecer o mundo social no qual estamos imersos e do qual somos construtores; preciso investigar os valores sociais, as formas de relao e de produo da sobrevivncia de nosso mundo, e as formas de ser de nosso tempo.