Trabalho de Campo de Geografia de Mocambique
Trabalho de Campo de Geografia de Mocambique
Trabalho de Campo de Geografia de Mocambique
2 º Ano/2024
DISCIPLINA: GEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE
Tutor:
Moatize, Março,2024
Indice
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 4
2. ÁREA DE ESTUDO............................................................................................................................ 5
2.1. PLANEJAMENTO TERRITORIAL E A INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO ........................ 5
2.2. DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DE EXTRAÇÃO MINERAL E
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL ............................................................................................ 6
2.3. MUDANÇAS SOCIAIS E NO USO E COBERTURA DO SOLO NO SUBDISTRITO DE
MOATIZE ................................................................................................................................................... 7
3. Conclusão ............................................................................................................................................. 8
Referências Bibliográficas .......................................................................................................................... 9
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento econômico que o Homem tanto almeja, é o grande motor para a excessiva
exploração dos recursos naturais e a principal causa dos impactos nefastos ao meio ambiente. É a
procura de acumulação de capital que vastas extensões de florestas são devastadas, alterando
consequentemente o uso e cobertura do solo.
O capitalismo sempre se mostrou como o modo de produção que mais alterações trás para a
mudança do uso e cobertura do solo, na dinâmica populacional e econômica, nas relações sociais
trazendo as desigualdades, assim como é responsável pelas transformações e pela degradação do
meio ambiente.
A área de estudo que compreende a Cidade de Moatize, está inserido na província de Tete que se
localiza a oeste do distrito de mesmo nome, na região Leste da província de Tete região central de
Moçambique, limitado pelas coordenadas geográficas 15° 37’ e 16°38’ Latitude Sul, 32°22’ e 34°
28’ Longitude Leste.
Predominam na região habitações construídas com material tradicional (areia, argila, estacas,
capim), com exceção da Sede do Subdistrito onde se encontra grande parte das construções em
alvenaria (blocos e cimento). É importante salientar que existe ao nível do subdistrito outro tipo
de ocupação que é caracterizada, na sua maioria, por extensas áreas de concessões para exploração
minerária e algumas de exploração florestal.
O território passa por transformações ao longo do tempo que são resultantes do seu modo de
produção. Estas transformações podem ser desencadeadas pelo modo de produção capitalista e
movido pelas necessidades de consumo global. Pois segundo Harvey (2005), “as transformações
no espaço geográfico não estão dissociadas do tempo. É necessário que se perceba como as
transformações ocorreram no território através de seus relatos históricos e a compreensão do seu
processo”, para que se visualizem as transformações no tempo e espaço, pois o território é palco
da construção do espaço.
Desta forma, pode-se afirmar que existe uma conformação de que as relações sociais, econômicas
e ambientais se dão no território, ao mesmo tempo em que as relações sociais são reproduzidas no
espaço. É nele que ocorrem as transformações geográficas e espaciais decorrentes do
desenvolvimento do capitalismo.
Ainda que a população de Moatize seja na sua maioria rural, as condições em que os assentamentos
vão se instalando não oferecem melhorias, o saneamento do meio é precário, bem como o
abastecimento de água. Existe uma clara falta de planejamento territorial, pois não houve controle
da população que vinha se instalando no distrito, com consequente ocupação de áreas de risco a
erosão de enchentes, evidenciando assim parte dos impactos ambientais resultantes da
aglomeração urbana.
“Os bairros nas periferias crescem de forma desordenada, sem que a oferta de serviços básicos
(educação, saúde, saneamento, etc.) aumente ao mesmo ritmo. Existe uma importante pressão
sobre o solo, nas zonas de maior aumento demográfico, assim como na concessão de terras para
exploração mineira.”
Estas novas dinâmicas acarretam impactos ambientais, pois a maior pressão é exercida sobre os
recursos naturais em Moatize. A degradação ambiental é um fenômeno que vem se agravando,
quando se adota o modelo do capitalismo na exploração de recursos naturais. Uma gestão e
ocupação sustentável do espaço, bem como a redução no crescimento econômico, podem levar a
uma conservação e preservação da biodiversidade.
2.3. MUDANÇAS SOCIAIS E NO USO E COBERTURA DO SOLO NO SUBDISTRITO
DE MOATIZE
A dinâmica resultante da exploração do carvão mineral que Moatize vivencia, tem a sua gênese
na função pela qual foi criado, sendo desde o período colonial um território de exploração
minerária. Somente com o início da guerra civil (que terminou em 1992) a atividade de exploração
do carvão mineral pela empresa Carbomoc entre 1978-1980 foi paralisada. Houve com esta
paralização uma diversificação das atividades econômicas desenvolvidas, sendo a agricultura, a
pecuária, a pesca, a silvicultura as mais praticadas até então.
Após a reativação da exploração minerária o subdistrito voltou a ser conhecido pela sua atividade
principal que é a exploração do carvão mineral. Iniciou-se um processo de atribuição de licenças
às empresas multinacionais a partir de 2004, onde foram atribuídas 36 licenças numa área de
434.155ha, desde licenças de pesquisa e prospecção, certificado de mineração e concessão
minerária. O carvão que está sendo explorado em Moatize é do tipo metalúrgico e o térmico.
3. Conclusão