Trabalho de Ecologia

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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental

IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS AOS ECOSSISTEMAS MARINHOS EM


MOÇAMBIQUE, CASO DE ESTUDO AS ZONAS COSTEIRAS EM MOÇAMBIQUE

Nome: Nema da Ilda Rachide: código: 96231374

Lichinga, Setembro de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Gestão Ambiental

IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS AOS ECOSSISTEMAS MARINHOS EM


MOÇAMBIQUE, CASO DE ESTUDO AS ZONAS COSTEIRAS EM MOÇAMBIQUE

Nome: Nema da Ilda Rachide: código: 96231374

Trabalho realizado em prol do


cumprimento das actividades
curriculares da cadeira de Ecologia, a
ser remetido no departamento do
curso de Gestão Ambiental da
UnISCED.

Lichinga, Setembro de 2023


Índice
1. Introdução .................................................................................................................................... 4

1.1. OBJECTIVOS ...................................................................................................................... 5

1.1.1. Geral ............................................................................................................................... 5

1.1.2. Específicos ..................................................................................................................... 5

1.2. Metodologia .......................................................................................................................... 5

2. IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS AOS ECOSSISTEMAS MARINHOS EM


MOÇAMBIQUE, CASO DE ESTUDO AS ZONAS COSTEIRAS EM MOÇAMBIQUE ........... 6

2.1. Zonas costeiras em Moçambique e seu potencial económico .............................................. 6

2.2. Mudanças climáticas e seus impactos sobre as populações e a biodiversidade na zona


costeira de Moçambique .............................................................................................................. 6

2.3. Principais ecossistemas costeiros em risco resultante das mudanças climáticas .................. 7

2.4. Medidas de prevenção e mitigação dos ecossistemas costeiros face as mudanças climáticas
……………………………………………………………………………………………8

3. Conclusão .................................................................................................................................. 10

4. Referências bibliográficas ......................................................................................................... 11


1. Introdução
As zonas costeiras de Moçambique possuem características únicas que as tornam ecossistemas
vitais e altamente produtivos. De acordo com (Santos et al. 2018), as zonas costeiras
moçambicanas se estendem ao longo de aproximadamente 2.700 km, banhadas pelas águas do
Oceano Índico. Essa extensa faixa litoráneas abrange uma variedade de ambientes, incluindo
praias arenosas, estuários, mangais, recifes de coral e planícies de maré.

O presente estudo irá versar por impacto das mudanças climáticas aos ecossistemas marinhos em
Moçambique, caso de estudo as zonas costeiras em Moçambique e com isso garantir a análise
crítica e cientifica da importância de preservação do meio ambiente face as mudanças climáticas;
consciencializar a população em geral sobre os benefícios que proporcionam os ecossistêmicos à
sociedade, directa ou indirectamente e propor medidas de prevenção e mitigação dos
ecossistemas costeiros face as mudanças climáticas.

A promoção de estratégias de diversificação económica é fundamental para reduzir a


dependência directa dos recursos naturais costeiros. Para tal, (Hinkel et al. 2013) destacam a
importância de investir em alternativas económicas, como o ecoturismo e aquicultura sustentável,
para fortalecer a resiliência das comunidades em face das mudanças climáticas.

A construção de infra-estruturas potentes, como diques e barreiras de protecção costeira, é uma


medida de adaptação de extrema importância.

O presente estudo será norteado pelos objectivos abaixo descritos.

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1.1. OBJECTIVOS
1.1.1. Geral
 Analisar o impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas marinhos em Moçambique,
concretamente nas zonas costeiras.
1.1.2. Específicos
 Garantir a análise crítica e cientifica da importância de preservação do meio ambiente
face as mudanças climáticas;
 Consciencializar a população em geral sobre os benefícios que proporcionam os
ecossistêmicos à sociedade, directa ou indirectamente;
 Propor medidas de prevenção e mitigação dos ecossistemas costeiros face as mudanças
climáticas.
1.2. Metodologia

Para a realização deste trabalho usou-se o método bibliográfico, que consistiu em consulta de
obras, artigos científicos de onde foram extraídos os conceitos para adequação do estudo em
causa, versando por vários autores.

A pesquisa bibliográfica pode ser definida como aquela que “[...] possibilita um amplo alcance de
informações, além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras publicações,
auxiliando também na construção, ou na melhor definição do quadro conceitual que envolve o
objecto de estudo proposto (GIL, 1994 apud LIMA; MIOTO, 2007, p.400).

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2. IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS AOS ECOSSISTEMAS MARINHOS
EM MOÇAMBIQUE, CASO DE ESTUDO AS ZONAS COSTEIRAS EM
MOÇAMBIQUE
2.1. Zonas costeiras em Moçambique e seu potencial económico

As zonas costeiras de Moçambique possuem características únicas que as tornam ecossistemas


vitais e altamente produtivos. De acordo com (Santos et al. 2018), as zonas costeiras
moçambicanas se estendem ao longo de aproximadamente 2.700 km, banhadas pelas águas do
Oceano Índico. Essa extensa faixa litoráneas abrange uma variedade de ambientes, incluindo
praias arenosas, estuários, mangais, recifes de coral e planícies de maré.

Os mangais, são um componente significativo das zonas costeiras de Moçambique. Dahdouh-


Guebas et al. (2020), destacam que esses ecossistemas de transição entre a terra e o mar
desempenham papéis cruciais, servindo como berçários de várias espécies marinhas, reguladores
de nutrientes e protecção contra a erosão costeira. A biodiversidade única dos mangais
moçambicanos é notável, abrigando uma variedade de organismos adaptados às condições de
maré e salinidade.

O turismo oferece um potencial económico para o país. Moçambique já teve uma indústria de
turismo desenvolvido, principalmente na região centro e sul do país. O período da Guerra Civil,
durante as décadas 80 e 90 registou um decréscimo, tal como nas outras actividades sócio-
económicas do país. O turismo costeiro esta relativamente bem desenvolvido, principalmente no
sul do Save e no norte, na costa da Província de Cabo Delgado. Os principais centros turísticos de
praia são: Ponta de Ouro, Inhaca, Bilene, Tofo, Pomene, Bazaruto e Quirimbas. As principais
actividades turísticas de praia incluem laser e a pesca desportiva, entre outros jogos de praia.

2.2. Mudanças climáticas e seus impactos sobre as populações e a biodiversidade na zona


costeira de Moçambique

A problemática das mudanças climáticas e seus impactos sobre as populações e a biodiversidade


na zona costeira de Moçambique tem ganho maior relevância entre governantes e pesquisadores,
em consequência da observação do aumento da frequência e intensidade dos ciclones e
tempestades tropicais.

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A fragilidade das populações que vivem nas zonas costeiras em Moçambique face aos ciclones é
substancialmente grande quando se compara com a fragilidade das populações dos países
costeiros da região sudeste de África. Por exemplo, a devastação causada pelo ciclone Idai que
atingiu Moçambique em 2019 superou em 107 % no número de mortes e em 900 % com o
número de afectados, do que o deixado pelo ciclone Galifo que atingiu Madagascar em 2004,
embora o Idai tenha sido menos intenso em rajadas de vento (205 km/h) do que o ciclone Galifo
(260 km/h).

Moçambique está sujeito ao fenómeno da maré meteorológica, que é uma elevação temporária
do nível do mar causada pela interacção entre ventos intensos e a pressão atmosférica. NCCS,
(2016), observou-se que a combinação da elevação do nível do mar decorrente do aquecimento
global com a maré meteorológica pode resultar em inundações costeiras mais frequentes e
intensas, afectando directamente as comunidades e a infra-estrutura costeira.

2.3. Principais ecossistemas costeiros em risco resultante das mudanças climáticas

Um ecossistema é um sistema ecológico processador de energia que inclui a comunidade e o seu


ambiente físico. As populações de organismos do sistema (plantas, animais e outros organismos)
são os objectos através dos quais o sistema funciona. As entradas para dentro do ecossistema
(inputs) são abióticas e bióticas. Os inputs abióticos são energia e a matéria inorgânica. A energia
influencia a temperatura e a humidade. A matéria inorgânica é constituída pelos nutrientes que
influenciam o crescimento e a reprodução. Os inputs bióticos incluem outros organismos que
entram para o ecossistema bem como as influências exercidas por outros ecossistemas (Smith,
1992).

Ainda segundo Smith (1992), é muito importante reter que nenhum ecossistema se encontra
isolado de outros ecossistemas. Um ecossistema é influenciado por outros ecossistemas, como
sistemas abertos, as saídas de um ecossistema podem ser as entradas de outro vice-versa.

Do exposto entendemos que, os ecossistemas podem variar desde, por exemplo um vaso contendo
solo e plantas, um jardim, uma machamba até as formas mais amplas como as florestas e savanas;
os ecossistemas podem ser sistemas naturais ou sistemas criados pela acção humana.

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Os ecossistemas costeiros em risco resultante das mudanças climáticas são: biomas que segundo
O’ Hare (1988), são definidos como sendo ecossistemas globais, caracterizados em função da
vegetação predominate. Assim definidos, os biomas, mostram uma relação estreita entre:

a) O solo e o clima ( factores abióticos);


b) A vegetação e os organismos adaptados a ela ( factores bióticos).

E Tundra que segundo UCMP (2007) e Krohne ( 2001), o termo tundra provém da palavra
finlandesa, tunturi que significa " planície sem árvores". A tundra ocorre a partir do limite norte
da linha de árvores, na região sul da massa de gelo do oceano Árctico, estendendo-se até as zonas
montanhosas da América do Norte, Europa e Sibéria,. Compreende enormes planícies sem
árvores, cercadas de lagos e charcos.

A tundra é o bioma que ocorre em regiões de clima mais frio, com temperaturas que chegam a
atingir 40o C negativos durante o inverno escuro que dura cerca de seis meses; a precipitação
anual total é escassa (150 a 250 mm), chegando a ser inferior do que a da maioria dos desertos
quentes.

2.4. Medidas de prevenção e mitigação dos ecossistemas costeiros face as mudanças


climáticas

A restauração e conservação de mangueis são medidas essenciais para proteger a biodiversidade e


aumentar a resiliência das comunidades costeiras. De acordo com (Dahdouh-Guebas et al. 2005),
os mangueis actuam como barreiras naturais contra a erosão costeira e inundações, além de
fornecerem habitats críticos para diversas espécies.

A implementação de práticas de manejo sustentável da pesca é fundamental para preservar os


recursos marinhos e garantir a segurança alimentar das populações costeiras. Com isso (Cinner et
al. 2018), acrescentam a importância de regimes de pesca baseados na comunidade, que
promovam a gestão participativa e a co-administração dos recursos pesqueiros.

A criação de áreas marinhas protegidas (AMPs) é uma abordagem eficaz para preservar os
ecossistemas costeiros e marinhos. Para (Claudet et al. 2010), as AMPs contribuem para a
conservação da biodiversidade, promovem a pesca sustentável e fortalecem a resiliência dos
ecossistemas às mudanças climáticas.
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A promoção de estratégias de diversificação económica é fundamental para reduzir a
dependência directa dos recursos naturais costeiros. Para tal, (Hinkel et al. 2013) destacam a
importância de investir em alternativas económicas, como o ecoturismo e aquicultura sustentável,
para fortalecer a resiliência das comunidades em face das mudanças climáticas.

A construção de infra-estruturas potentes, como diques e barreiras de protecção costeira, é uma


medida de adaptação de extrema importância.

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3. Conclusão
Terminado o presente estudo percebemos que, as principais áreas de ecossistemas costeiros,
como mangueis, recifes de coral, estuários e praias, estão sob risco significativo. A
biodiversidade marinha desses ecossistemas, que sustenta a pesca e o turismo, encontra-se
ameaçada pelas mudanças climáticas, comprometendo a subsistência de comunidades locais que
dependem desses recursos naturais. A degradação dos mangueis, por exemplo, priva a fauna
marinha de áreas essenciais para a reprodução e crescimento, além de diminuir a capacidade de
protecção contra erosões costeiras. Moçambique, com sua extensa costa ao longo do Oceano
Índico, é especialmente vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas, representam uma
importante preocupação ambiental e socioeconómica para o país.

É essencial aumentar a conscientização da população em geral sobre os impactos das mudanças


climáticas e a importância da preservação dos ecossistemas marinhos costeiros. A educação
ambiental, a participação activa da sociedade civil e a sensibilização das autoridades são
fundamentais para a adopção de políticas públicas eficazes, que possam enfrentar os desafios
impostos pelas mudanças climáticas e promover a sustentabilidade ambiental. É imperativo que
medidas de prevenção e mitigação sejam implementadas para proteger os ecossistemas marinhos
e garantir a sobrevivência dessas populações. Acções como a restauração de mangueis, a
implementação de sistemas de alerta precoce para eventos climáticos extremos, a promoção de
práticas de manejo sustentável dos recursos marinhos e a criação de áreas marinhas protegidas
são fundamentais para a conservação dos ecossistemas costeiros.

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4. Referências bibliográficas

CDS Zonas Costeiras, Relatório sobre o estado de Conservação das Tartarugas Marinhas
Em Moçambique. Maputo, Janeiro de 2006.

DS Zonas Costeiras, Curso de Gestão Costeira para Membros de comités Inter-institucionais

Dajoz, Roger (1983). Ecologia. 4a edição, Rio de Janeiro, Editora Vozes.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1994.

Krebs, Charles. J. (1972). Ecology. The Experimental Analysis of Distribution and Abundance.
New York. Harper & Row, Publications.

LIMA, T.C.S de; MIOTO, R.C.T (2007). Procedimentos metodológicos na construção do


conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Katál, Florianópolis, v.10, spe

O´Hare, G. (1992). Soil, Vegetation, Ecosystems. UK: Oliver and Boyd.

Odum, Eugene P. (1997). Fundamentos de Ecologia. Lisboa. Lisboa, Fundação Calouste


Gulbenkian.

Rodrigues at all (1999). Reef Monitoring in Mozambique. The monitoring Programme and
report. Maputo, MCOA.

Saket, M. e Matusse, R. V., (1994). Estudo da Determinação da taxa de Desflorestamento da


Vegetação de mangal Em Moçambique. Ministério de Agricultura

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