INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

Efeitos dos assentamentos informais face as mudanças

climáticas: Caso de bairro 5º Congresso de Vilankulos

Lina Zubaida Alfredo

 
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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

Efeitos dos assentamentos informais face as mudanças

climáticas: Caso de bairro 5º Congresso de Vilankulos

Trabalho de campo entregue ao Departamento de Ciências de educação, para

efeitos de avaliação.

Lina Zubaida Alfredo

Maxixe, 20 de Março de 2020

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Índice

Conteúdo Página
1.Introdução.......................................................................................................................3

1.1.Objectivos....................................................................................................................3

1.2.Metodologia.................................................................................................................3

2.Assentamentos urbanos informais..................................................................................4

2.1.Características dos assentamentos informais...............................................................4

2.2.Mudanças climáticas...................................................................................................5

2.3.Consequências das mudanças climáticas.....................................................................5

2.4.Efeitos dos assentamentos informais face as mudanças climáticas.............................6

2.5.Análise dos efeitos dos assentamentos informais face as mudanças climáticas no bairro 5º
Congresso de Vilankulos...................................................................................................6

2.6.Algumas sugestões que visam minimizar os efeitos dos assentamentos informais face as
mudanças climáticas no bairro 5º Congresso de Vilankulos.............................................7

3.Considerações finais.......................................................................................................8

4.Referências bibliográficas..............................................................................................9
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1.Introdução
Ao longo do processo de urbanização intensiva, mercados de terras especulativos, sistemas
políticos clientelistas e regimes jurídicos elitistas não têm oferecido condições suficientes,
adequadas e acessíveis de acesso à terra urbana e à moradia, para os grupos sociais mais pobres,
assim provocando a ocupação irregular e inadequada do meio ambiente urbano. As cidades
moçambicanas são fortemente marcadas pela presença dos assentamentos informais, vilas e
loteamentos clandestinos que se constituem em espaços irregulares, vulneráveis aos efeitos das
mudanças climáticas e inseguros onde vive grande parte da nossa população.  

Nesta óptica os assentamentos informais são mais vulneráveis às enchentes, aos deslizamentos,
às enxurradas, às erosões do que o resto da cidade. Quase sempre estão ocupando os locais mais
sujeitos à acção destrutiva destes fenómenos climáticos sendo grande perigo para a ida das
populações.

No presente trabalho pretende-se debruçar acerca dos  efeitos dos assentamentos informais face
as mudanças climáticas no bairro 5º Congresso de Vilankulos.

1.1.Objectivos

Geral

 Analisar os efeitos dos assentamentos informais face as mudanças climáticas no bairro 5º

Congresso de Vilankulos.

Específicos

 Descrever os efeitos dos assentamentos informais face as mudanças climáticas no bairro

5º Congresso de Vilankulos.
 Sugerir acções que visam reduzir o surgimento de assentamentos informais propensos a
efeitos das mudanças climáticas no bairro 5º Congresso de Vilankulos.

1.2.Metodologia

Para a materialização do trabalho fez-se busca de informações em obras devidamente citadas no

texto e nas referências bibliográficas, observação dos efeitos das mudanças climáticas nos
assentamentos informais no bairro 5º Congresso de Vilankulos, análise de informações tendo
culminado com a compilação de informações e produção final do trabalho
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2.Assentamentos urbanos informais

Segundo Souza (2006.p.34), são todo tipo de ambiente urbano cujo processo de construção
implica na sua totalidade ou em parte práticas alheias às normas legais em vigor. A expressão de
bairros informais tem sido utilizada ultimamente nas ciências humanas principalmente para
caracterizar bairros auto-construídos em terrenos urbanos baldios ocupados ilegalmente, seja de
forma progressiva ao longo de um período variável de tempo ou através de uma acção colectiva
planejada.

Na perspectiva de Lamborg (2002, p.230, informalidade urbana pode ser compreendida como
uma forma singular de “produção do espaço”, um modo específico de “planificar, disciplinar e
exercer o poder” no contexto urbano, que sem ser necessariamente extralegal se caracteriza por
possuir “zonas sombrias” e integrar “combinações distintas de legalidade e formalidade

Percebe-se no entanto que os assentamentos informais acarretam a consequente falta de

segurança da posse, vulnerabilidade política e baixa qualidade de vida dos seus  ocupantes que
lhes são características, resultam não somente do padrão excludente dos processos de
desenvolvimento, planejamento e gestão das áreas urbanas, mas também da natureza da ordem
jurídica em vigor.

2.1.Características dos assentamentos informais

Segundo Cordani (2011, p.56), em assentamentos informais  as edificações são mais frágeis e
muitas vezes implantadas de maneira técnico-construtiva inadequada (em função do menor
acesso a tecnologias construtivas, do grau de organização social da comunidade, das condições
de emprego e renda, da velocidade de implantação, da relação do assentamento com a cidade
formal, da acessibilidade e capacidade de transporte dos materiais de construção, etc.) e a infra-
estrutura urbana e de serviços públicos (como calçamento de acessos, drenagens, colecta de
águas servidas, esgotos e colecta de lixo) geralmente é ausente ou insuficiente.

Quando afectadas por um acidente ambiental como os deslizamentos de encostas, as populações

destes assentamentos precários encontram enorme dificuldade para restabelecer a sua condição
anterior (baixa resiliência) (Cordani, 2011, p.57).
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2.2.Mudanças climáticas
De acordo com Santos(2014, p.32), mudanças climáticas é uma alternância na distribuição
estatística de tempo padrões quando essa ocorrência tem a duração de um período prolongado de
tempo ou seja, décadas a milhões de anos.

Para Souza (2012, p.43), mudanças climáticas podem se referir a uma oscilação nas condições
meteorológicas médias, ou na variação do tempo de clima em torno condições médias de longo
prazo ou seja, mais ou menos meteorológicos extremos eventos

No meu entender Mudança climática é o nome que se dá ao conjunto de alterações nas condições
do clima da Terra pelo acúmulo de seis tipos de gases como o dióxido de carbono (CO2) e o
metano (CH4) na atmosfera, emitidos em quantidade excessiva há pelo menos 150 anos, desde a
Revolução Industrial, através da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, e
do uso inadequado da terra com a conversão das florestas e da vegetação natural em pastagens,
plantações, áreas urbanas ou degradadas.

2.3.Consequências das mudanças climáticas

Segundo Mota (2003, p.45), grande parte do calor também é absorvido pelos
oceanos provocando a acidificação do mesmo e ameaçando gravemente a biodiversidade
marinha. Outro efeito conhecido é a elevação do nível do mar, devido ao derretimento das
calotas polares, afetando cidades litorâneas e ilhas.
Os animais marinhos que vivem em regiões polares também sofrem com as mudanças climáticas,
como vem acontecendo o pinguim e o urso polar. Além disso, existe a teoria de que as mudanças
climáticas contribuíram com a extinção do mamute.

As consequências podem ser sentidas no nosso cotidiano, se olharmos nos noticiários veremos
que tem se tornado cada vez mais frequentes os desastres naturais, tais como tornados, furacões,
tempestades, inundações, ondas de calor e secas (Santos, 2014, p.33).
Também é referida como consequência os impactos na agricultura, afetando diretamente a
alimentação e a vida da humanidade. O aumento da temperatura deve produzir uma redução da
produtividade, gerando com isso o aumento das migrações e de conflitos resultantes dos períodos
mais secos.
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2.4.Efeitos dos assentamentos informais face as mudanças climáticas

Segundo Carlos (2016, p.41), o crescimento da faixa populacional abaixo da linha de pobreza
que se assenta em solos periféricos e precários dos núcleos urbanos excede totalmente os
recursos socioeconómicos disponíveis.

Actualmente a percentagem da população vivendo nos perímetros urbanos é de 77%, e só

crescerá com os refugiados climáticos. Estes se assentam conforme a disponibilidade, em
terrenos alagadiços, com risco de desmoronamento ou zonas de descarte de resíduos industriais.

Submetidas a doenças, falta de saneamento básico e agora aos efeitos climáticos, essas
populações se transformam em uma enorme carga económica e assistencial, não só para as
grandes metrópoles como paras as cidades de médio porte, causando dramáticas situações de
desamparo.

Ainda na ocorrência de fortes tempestades, os resíduos mal acondicionados e destinados de

forma inadequada são espalhados e carregados para os sistemas de drenagem, contribuindo para
a obstrução das galerias e canais e gerando mais alagamentos.

Sistemas informais, tipicamente desenvolvidos com pouca organização e recursos, devem ser
ainda menos capazes de suportar os impactos do clima com a possibilidade de agravamento da
situação sanitária/ambiental já adversa.

2.5.Análise dos efeitos dos assentamentos informais face as mudanças climáticas no bairro
5º Congresso de Vilankulos.
De outro lado, as mudanças climáticas se fazem sentir particularmente no âmbito local devido a
fragilidade da população vulnerável (baixos níveis de renda, educação e saúde), a baixa
qualidade da infra-estrutura urbana, a falta de fornecimento de serviços públicos e as
dificuldades de implementação efectiva de uma planificação urbana que leve em consideração a
agenda climática, observa-se no bairro 5º Congresso de Vilankulos uma tendência nos espaços
urbanos em maiores riscos de perda de vidas e bens materiais deflagrados por eventos climáticos
extremos.

Eventos climáticos extremos são deflagradores de impactos directos e indirectos à infra-estrutura

à economia, à saúde e segurança da população do no bairro 5º Congresso de Vilankulos. Nesse
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sentido, no bairro as principais vulnerabilidades relacionadas às mudanças climáticas dizem

respeito a:

 Enchentes e inundações de vido à impermeabilização e canalização das várzeas e fundos

de vales de seus rios;
 Alagamentos difusos e frequentes em diversos pontos da aglomeração, sendo que esses
já ocorrem com precipitações inferiores a 30mm/dia;
 Deslizamentos de terra pois o bairro 5º Congresso de Vilankulos é caracterizado por
terrenos de topografia acidentada com declividade acentuada e que tem sido alvo do
avanço da ocupação urbana, principalmente, por assentamentos precários;
 Enxurradas com alto potencial de arraste, devido à canalização e rectificação de córregos
para a implantação de vias públicas construídas em fundos de vale;
 Desabastecimento de água potável em todo bairro 5º Congresso de Vilankulos tendo em
vista o elevado contingente populacional situado em uma zona de cabeceiras do rio local.
 Prejuízos à saúde, relacionadas as dificuldades de dispersão de poluentes, entre outros.

Os principais factores naturais que condicionam a ocorrência de escorregamentos estão

relacionados às características do relevo e declividade do no bairro 5º Congresso de Vilankulos
bem como da distribuição da incidência de eventos extremos de chuva sobre esse bairro.

2.6.Algumas sugestões que visam minimizar os efeitos dos assentamentos informais face as
mudanças climáticas no bairro 5º Congresso de Vilankulos.

É necessário que a vereação do município vire atenções para este bairro no sentido de reverter a
situação da emergência de mais assentamentos informais vulneráveis a eventos climáticos.
Há necessidade de as entidades competentes desenhem formas eficazes de conscientizar a
população sobre os riscos de fazer assentamentos informais em zonas de risco.

O processo de urbanização deve ser bem planificado no sentido de evitar o surgimento de bairros
com assentamentos informais.
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3.Considerações finais
A mudança climática questiona directamente os modos de desenvolvimento e funcionamento dos
assentamentos informais devido a sua vulnerabilidade a eventos climáticos que já ocorrem na
actualidade e que tendem a se tornar cada vez mais frequentes e intensos no Distrito de
Vilankulos em particular.

O processo de urbanização espraiada e impermeabilização no bairro 5º Congresso de Vilankulos

são apontados como os principais factores das alterações climáticas locais observadas. Nesse
sentido, a expansão da mancha urbana segue a mesma tendência de espraiamento que tem se
verificado ao longo de todo Distrito proporcionando a vulnerabilidade a efeitos climáticos tendo
em vista a fragilidade dos solos, grau de declividade e elevada frequência da incidência de
eventos extremos de chuva.
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4.Referências bibliográficas
Cordani, Umberto (2011). Deslizamentos e inundações - o que fazer? O Estado de São Paulo.
São Paulo, p.34.

Lamborg, Bjorn (2002). O ambientalista cético. Rio de Janeiro: Campus, p.54

Mota, Suetónio (2003). Urbanização e Meio Ambiente, 3 ed. Rio de Janeiro, p.45-46.

Santos, Milton (2014), Metamorfoses do espaço habitado. 5ª Ed., São Paulo, pp.34-41.

Souza, Marcelo Lopes. (2002). ABC do Desenvolvimento Urbano. Rio de Janeiro, Bertan do
Brasil, p.26.