Introdução A Filosofia
Introdução A Filosofia
Introdução A Filosofia
Turma: L
1.2. Objectivos
1.2.1. Geral
Abordar sobre a Contextualização da Filosofia Grega
1.2.2. Específicos
Na visão desse mesmo autor, as técnicas mais importantes da pesquisa bibliográfica são o
levantamento e a seleção bibliográfica, a leitura e o fichário.
Assim utilizou-se dessas técnicas para uma melhor análise da pesquisa. Para o desenvolvimento
do referencial teórico, foram utilizadas fontes através de levantamento bibliográfico, com o
objetivo de discutir teorias e pensamentos dos utores clássicos sobre ética e responsabilidade
social, abordando em livros, revistas, artigos científicos e sites.
Para atingir os objetivos do trabalho, fez-se uma seleção bibliográfica das obras coletadas, que
servirá de base para a leitura. Ao iniciar a leitura, é possível conseguir as informações sobre o tema
da pesquisa.
3.Fundamentos Teóricos
Para os gregos, a palavra filosofia possuía um significado bastante intenso: era caracterizada pela
constante busca da sabedoria. O saber era considerado um dom possuído apenas pelos deuses e
cabia aos humanos tentar encontrá-lo, entendê-lo e compartilhá-lo. Desde então, a filosofia é a
atividade que se dedica a compreender, identificar e comunicar a realidade através de conceitos
lógico-racionais. Ela surgiu do abandono gradativo das explicações dadas pela mitologia
(desmitificação) e a busca por um conhecimento seguro.
1) Período homérico (isto é, a época entre 1200 e 800 a.C., narrada por Homero na llíada e
na Odisseia), quando os aqueus, os jônios e os dórios conquistam e dominam Micenas,
Troia e Creta, trazendo para as costas do mar Egeu um regime patriarcal e pastoril,
passando, no decorrer de quatrocentos anos à economia doméstica e agrícola e, em
seguida, à economia urbana e comercial, quando começam a visitar países distantes.
2) Período da Grécia arcaica, ou dos Sete Sábios, dos fmais do século VIII a.c. ao início do
século V a.c. Nesse período os agrupamentos constroem cidadelas ou fortalezas para sua
defesa e, à sua volta, começam a surgir as cidades como sedes dos governos das
comunidades (surgem Atenas, Tebas, Megara, no continente; Esparta e Corinto no
Peloponeso; Mileto e Éfeso na Ásia Menor; Mitilene, Samos e Cálcis nas ilhas do mar
Egeu). Passando da monarquia agrária à oligarquia urbana, economicamente predominam
o artesanato e o comércio (portanto, a economia monetária), os artífices e comerciantes se
sobrepõem aos aristocratas fundiários e os gregos se espalham por toda a orla do
Mediterrâneo.
3) Período clássico, do século V a.c. ao IV a.C., quando, com as reformas de Clístenes,
primeiro, e, mais tarde, com o governo de Péricles, Atenas se coloca à frente de toda a
Grécia: desenvolve-se a democracia e surge o império marítimo ateniense. O porto de
Atenas, o Pireu, é o centro para onde convergem produtos e ideias do mundo inteiro e de
onde partem, em todas as direções, produtos e ideias, no apogeu da vida urbana, intelectual
e artística. Acirram-se as rivalidades entre as cidades e tem início a Guerra do Peloponeso,
que trará o fim do império ateniense e das cidades-estado gregas.
4) 4) Período helenístico, quando a Grécia passa para o domínio da Macedônia, com Filipe e
Alexandre, e, depois, para o domínio de Roma, integrando-se num mercado mundial e
tomando-se colônia de um império universal, numa sociedade organizada regionalmente,
agrupada por corporações profissionais e desenvolvendo um pensamento cosmopolita que
se abre para o Oriente, ao mesmo tempo que passa a influenciá-lo intelectual e
artisticamente.
Seguindo essa periodização, a fllosofia nasce na Grécia arcaica, alcança seu apogeu na Grécia
clássica e se expande para além das fronteiras gregas no período helenístico. Ao todo, seis séculos.
E se considerarmos o helenismo como período de uma fllosofia greco-romana e de doutrinas
cristãs (a patrística), a fllosofia antiga se estende até o século VI d.C. Ao todo, dez séculos.
3.3. Os períodos da filosofia grega
A tradição da história da fllosofia distingue três grandes períodos da fllosofia antiga:
São elas:
A vida
Segundo relato de Heródoto, Tales de Mileto foi um dos Sete Sábios da Grécia arcaica e, conforme
Diógenes de Laércio, teria sido o primeiro a ser assim chamado. Sua origem é desconhecida e
alguns o consideram fenício. Nasceu provavelmente no século VII a.C. Sua akmé* (ponto de
maturação fllosófica) está ligada à predição que fez de um eclipse solar e cuja data não é segura
(610, 597 ou 548 a.C.). A grande dificuldade para conhecer sua vida e sua obra deve -se ao fato de
que nada deixou escrito (se é que escreveu alguma coisa). Tudo quanto sabemos sobre ele deve-se
a fontes indiretas, as principais sendo Aristóteles, Teofrasto e Simplício.
Platão faz uma breve referência a Tales para repetir uma anedota muito espalhada na Grécia: por
ser um teórico, isto é, um contemplador puro, Tales, caminhando com os olhos voltados para o
céu, tropeçou numa pedra e caiu num poço. Consagrou-se, assim, a imagem que, daí por diante,
os outros possuem do ftlósofo como pessoa distraída para as coisas práticas da vida e perdido em
pensamentos abstratos.
No entanto, os relatos sobre Tales nos oferecem uma imagem muito diferente desta. Foi um
político interessado, procurando unir as cidades da Jônia numa confederação contra os persas; um
hábil engenheiro, pretendendo desviar o curso de rios para favorecer a navegação e a irrigação;
um hábil comerciante. Tales teria também estudado as causas das inundações do Nilo, desfazendo
mitos que as narravam. Fez algumas descobertas astronômicas: além da previsão do eclipse solar,
descobriu a constelação da Ursa Menor e aconselhou os navegantes a se guiarem por ela.
Prodo lhe atribui o "Teorema de Tales" (dois triângulos são iguais quando possuem um lado igual
compreendido entre dois ângulos iguais), mas é improvável que tenha sido seu autor. O mais
provável é que o teorema tenha sido inspirado por um fato relatado por Plutarco: Tales descobriu
um método para medir a altura de uma pirâmide colocando a prumo uma vara no fmal da sombra
da pirâmide e, traçando dois triângulos com a linha descrita pelo raio do sol, mostrou que havia
proporção entre a altura da pirâmide e a da vara ou entre os dois triângulos de suas sombras.
É Aristóteles que consagra Tales como fundador da ftlosofia cosmológica, tendo sido o primeiro
a tratar de modo sistemático e racional o problema da origem, transformação e conservação do
mundo. Para Tales, a physis é a água, ou melhor, a qualidade da água, o úmido.
O pensamento de Tales
Os intérpretes oferecem várias razões para essa escolha, baseando-se naqueles autores que
expuseram as opiniões do mósofo de Mileto:
1) a água apresenta-se sob as mais variadas formas e em todos os estados em que vemos os
corpos da natureza: líquido, sólido, gasoso. Vemos a água passar de um estado a outro, de
uma forma a outra, num processo contínuo no qual mantém a identidade consigo mesma.
O fenômeno da evaporação faz pensar que a água é a causa do céu e do que nele existe; o
fenômeno da chuva, que a água é a causa da terra e do que nela existe;
2) a água está diretamente vinculada à vida: as sementes, o sêmen animal e humano são
úmidos (o cadáver em putrefação é uma umidade que vai se ressecando). 'As coisas mortas
secam, as sementes são úmidas, o alimento é suculento", escreve Simplício, explicando a
escolha de Tales;
3) Tales viajou pelo Egito e certamente se assombrou com as cheias do Nilo: a terra seca e
desértica, antes da cheia, tomava-se fértil, verdejante, cheia de flores e frutos depois dela.
Tales teria concluído que a água é a causa das plantas;
4) a existência de fósseis de animais marinhos, descobertos nas montanhas e em grandes
altitudes, teria levado Tales a considerar que, no início, tudo era água e que a vida animal
fora causada pela água;
5) a mitologia grega falava no rio Oceano que circundava toda a terra e que teria engendrado
nosso mundo. Não seria descabido, portanto, supor que Tales houvesse dado uma
explicação racional para a narrativa mítica. A água ou o úmido, por ser princípio de todas
as coisas, é também o princípio do devir, isto é, da mudança ou do movimento (kínesis).
O fato de considerar a água como alma, isto é, como princípio vital, leva Tales a considerar que
todas as coisas são viventes ou animadas e por isso se transformam e se conservam. A água é o
"deus inteligente" que faz todas as coisas e é a matéria e a alma de todas elas. Eis por que se atribui
a Tales a afirmação: "Todas as coisas estão cheias de deuses".
Segundo o testemunho de Aristóteles, um dos argumentos de Tales para afirmar que todos os seres
são animados ou vivos, e que por isso todas as coisas estão " cheias de deuses", foi a observação
sobre a chamada pedra de Magnésia, isto é, o ímã, que move o ferro. Jonathan Bames nos diz que
precisamos acercar-nos desse fato para nele percebermos um traço marcante do surgimento da
fIlosofia como uma maneira nova de pensar.
Com efeito, Tales considera que o princípio vital ou a psykhé* (em latim, anima e, em português,
alma) é uma força motriz ou cinética, isto é, uma força capaz de kínesis, capaz de mover-se e de
mover outras coisas. Diante do ímã, Tales observa que há uma força cinética que atrai o ferro. Ora,
se a alma é o princípio vital e uma força cinética, deve-se concluir que o ímã possui essa força e,
portanto, uma alma; ou seja, é preciso concluir que o ímã é animado, vivo. Em outras palavras, diz
Bames, Tales oferece um argumento cuja estrutura é propriamente fIlosófica, pois "deriva uma
conclusão notável [tudo é animado] a partir de premissas que dependem, ao mesmo tempo, da
observação empírica [o ímã move o ferro] e de uma análise conceitual [o que tem força cinética
ou motora é vivo]" (Bames, 1997, p. 1 1).
Assim, não nos interessa tanto saber se Tales estava "cientificamente" certo ou errado quanto à
natureza viva ou animada do ímã, mas deve interessar -nos a maneira como ele raciocinou para
chegar a tal afirmação, pois é essa maneira que é nova e propriamente fIlosófica. Foi esse modo
novo de raciocinar que o fez concluir que a água era a physis, isto é, ele deduziu e inferiu de fatos
visíveis uma conclusão obtida apenas pelo pensamento ou pela razão.
Anaximandro de Mileto
A vida
Pouco se sabe da vida de Anaximandro de Mileto. É descrito por Teofrasto como concidadão,
discípulo e sucessor de Tales, tendo sido geógrafo, matemático, astrônomo e político. Não
possuímos suas obras.
Os relatos doxográficos afirmam que escreveu um livro intitulado Sobre a natureza, considerado
pelos gregos como o primeiro livro de fllosofia escrito em língua grega. Perdeu-se o livro, dele
restando apenas fragmentos e notícias de fllósofos posteriores e doxógrafos
. Como Tales, Anaximandro possuía interesses práticos. A ele é atribuída a confecção do primeiro
mapa-múndi com a descrição de todo o mundo habitado conhecido de sua época; inventou o
relógio de sol pelo qual se poderia verificar a obliquidade do zodíaco; introduziu o uso do gnómon*
(o esquadro) e a medição da distância entre as estrelas e o cálculo de suas magnitudes, sendo por
isso considerado o iniciador da astronomia grega. De fato, segundo o testemunho de Aristóteles
no Tratado do céu, Anaximandro teria explicado por que a Terra permanece imóvel, ou, nas
palavras de Aristóteles, "a Terra permanece em seu lugar por indiferença".
Para um corpo que ocupa um lugar num centro, mover-se para o alto ou para baixo, para a direita
ou para a esquerda é a mesma coisa ou perfeitamente indiferente; por outra parte, como não é
possível realizar ao mesmo tempo dois movimentos em direções contrárias, o corpo que ocupa o
centro deve necessariamente permanecer em seu lugar.
Ora, a Terra, que Anaximandro julga ter a forma cilíndrica, ocupa o centro do mundo sem estar
sustentada por nada a não ser por um equilíbrio interno de todas as suas partes e, por sua forma,
por seu equilíbrio interno e por seu lugar central está imóvel. Vemos, assim, que a afirmação de
Anaximandro (independentemente de estar incorreta do ponto de vista da astronomia moderna)
não é arbitrária, mas resulta de um raciocínio preciso, ou seja, a Terra não se move por razões de
ordem lógica.
Anaxímenes de Mileto
A vida
Escreveu um livro em prosa, em dialeto jônio, também intitulado tardiamente de Sobre a natureza,
mas que parece ter-se conservado por muito tempo, já que alguns fazem observações sobre seu
estilo e Teofrasto chegou a escrever uma monografia sobre ele, atestando a autenticidade da obra
e da tradição que a acompanhou.
o pensamento de Anaxímenes
Heráclito de Éfeso
Heráclito está entre os jônios, porém escreve após Pitágoras e deixa supor que seria contemporâneo
de Parmênides. Vamos, primeiro, aos pitagóricos e depois retomaremos a ele.
3.3.3.A escola Pitagórica ou Tálica
Para compreendermos a Escola Pitagórica precisamos considerar dois acontecimentos que foram
decisivos em sua instauração: 1) o processo emigra tório da Ásia Menor para o Sul da Itália e para
a Sicília, conhecidas, na época, como Magna Grécia; 2) a efervescência religiosa, de tipo
dionisíaco, promovendo uma religiosidade de cunho místico e oracular.
O avanço dos persas sobre ajônia, nos meados do século VI a.C., ocasionou uma série de migrações
da Ásia Menor rumo ao Sul da Itália e à Sicília, para as colônias gregas da Magna Grécia. Esse
deslocamento teve dois efeitos principais sobre a ftlosofia nascente. Em primeiro lugar, o
desenvolvimento ftlosófico, que se fizera naturalmente e sem conflitos najônia, como
consequência natural de suas condições sociais, econômicas, religiosas e políticas, encontrará,
agora, barreiras e dificuldades, pois a sociedade onde os exilados ftlósofos vêm se instalar não
possuía as mesmas condições que aquela que haviam deixado.
Assim, os primeiros conflitos entre a fllosofia e a cidade (a pólis) - que iriam marcá-la para sempre
- têm início neste transplante das ideias jônicas para a Magna Grécia. Em segundo lugar, colocou
os exilados jônios em contato com uma cultura que havia desenvolvido a oratória ou retórica, "um
dos produtos mais característicos da Grécia ocidental", conforme Burnet. Em outras palavras,
colocou a fllosofia em contato com um dos efeitos da palavra dialogada e leiga dos guerreiros: a
dialética. Esse efeito será menos visível em Pitágoras, mas será decisivo em Parrnênides de Eleia.
Pitágoras de Samos
A vida
Quase nada sabemos sobre Pitágoras. Alguns chegam mesmo a dizer que não existiu e que seu
nome teria sido criado para unificar os adeptos de uma seita fllosófico-religiosa. Na verdade, o
problema da existência de Pitágoras se deve, por um lado, ao fato de que dele não restou sequer
um fragmento escrito e, de outro, ao fato de que muito cedo sua vida foi envolta em aspectos
lendários (filho de Apolo, teria recebido a fllosofia por uma revelação divina e seria dotado do
dom da ubiquidade). As duas "Vida de Pitágoras" mais conhecidas foram escritas por Porfirio e
Jâmblico na altura do século III d.C., portanto quase sete séculos depois de sua morte.
Sabemos que nasceu em Samos, rival comercial de Mileto, e que, conforme Diógenes de Laércio,
sua akmé se situa em 540-537 a.c., embora Apolodoro a situe em 532-53 1 a.c. Por volta de 540
a.C., com a contínua invasão dos persas à Ásia Menor, deixou a Jônia, dirigiu-se para a Magna
Grécia e estabeleceu -se em Crotona, onde fundou uma confraria religiosa, cujas doutrinas eram
mantidas em segredo pelos iniciados. A finalidade da confraria religiosa era oferecer aos seus
membros uma satisfação interior que a religião externa, oficial, não lhes dava, porém o deus dos
pitagóricos era Apolo Delfo (o espírito racional) e não Dionisos (o espírito trágico). As
comunidades pitagóricas logo se espalharam pela Magna Grécia (Tarento, Metaponto, Sibaris,
Régio, Siracusa).
A ordem pitagórica foi politicamente ativa e chegou a ter o poder em Crotona. Um rico aristocrata,
Quílon, desejoso de participar do poder, pretendeu entrar na ordem, mas foi recusado. Armou,
então, um partido contrário, fez uma rebelião, tomou o poder e parte dos pitagóricos, entre os quais
Pitágoras, foi obrigada a abandonar Crotona. Pitágoras dirigiu-se a Metaponto, onde veio a morrer
em 497 ou 496 a.c.
4. Conclusão
Concluiu-se que o conhecimento científico, de cuja tradição somos herdeiros, surge na Grécia
por volta do séc. VI a.C., nosso primeiro passo deverá ser procurar entender porque se considera
que esse novo tipo de pensamento aparece aí pela primeira vez e o que significa essa “ciência”
cujo surgimento coincide com a emergência do pensamento filosófico. Quando dizemos que o
pensamento filosófico-científico surge na Grécia, caracterizando-o como uma forma específica do
homem tentar entender o mundo que o cerca, isto não quer dizer que anteriormente não houvesse
também outras formas de se entender essa realidade.
Referencia
ARNES, J. "Les Penseurs préplatoniciens". In: CANTO-SPERBER, M. (org.) Philosophie
grecque. Paris, P.u.F., 1997.
BURNET, J. Early Greek Philosophy. Londres, 1920. Tradução francesa, citada: L'Aurore de la
philosophie grecque. Paris, Payot, 1952. Tradução brasileira: O despertar da filosofta grega. São
Paulo, Siciliano, 1994.