TCC 2 Thawan

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ESTUDO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM

REVESTIMENTO CERÂMICO DE FACHADA EM EDIFÍCIOS


RESIDENCIAIS

STUDY OF PATHOLOGICAL MANIFESTATIONS IN CERAMIC


FACADE COATING IN RESIDENTIAL BUILDINGS

Silva, T. D. A. 1
Graduando, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil
Carvalho, M. A. 2
Professora Dra, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

1
[email protected]; 2 [email protected]

RESUMO: A indústria da construção civil se reinventa, a cada dia, com o uso de novos materiais e técnicas construtivas.
Entretanto, apesar de toda essa evolução tecnológica e vantagens comprovadas do uso de novos materiais. manifestações
patológicas não são raras de se encontrar, em todos os tipos de obras. Este trabalho realizou, a partir de um compilado de trabalhos
especializados sobre as principais patologias de revestimentos cerâmicos em fachadas, uma análise de possíveis causas e medidas
que poderiam ser adotadas, para evitar ou minimizar manifestações patológicas. Buscou-se fazer, também, um estudo para ratificar
esse conhecimento, com a análise de três estudos de casos. Foram utilizadas duas linhas de pesquisa, a bibliográfica e a qualitativa,
sobre o reconhecimento e a prevenção das manifestações patológicas mais comuns. A primeira foi centrada na teoria que engloba
as patologias em foco, e a segunda tratou da interpretação das patologias encontradas, nas edificações visitadas, situadas no Distrito
Federal. A coleta de dados foi feita in loco, com base na análise visual e em registros fotográficos da fachada das edificações. Na
análise dos dados coletados, foi verificada a existência de patologias de desplacamentos, em todas as edificações, devido ao mau
uso do prédio ou à má qualidade de execução. Outras patologias também foram encontradas nas fachadas, justificadas por falhas
executivas e pelas altas solicitações e movimentações do corpo das edificações, devidas às variações térmicas sazonais. Em todos
os três casos estudados, pode-se observar que as edificações nunca receberam manutenção preventiva. A correção das patologias
identificadas foi feita, retirando-se o material da fachada e refazendo sua colocação adequada.

Palavras-chaves: cerâmica, execução, patologia, revestimento.

ABSTRACT: The civil construction industry has been innovating with the use of new materials and modern construction
techniques in facade cladding. However, with all this technological evolution and proven advantages in the use of new ceramic
materials in facade cladding, pathological manifestations are not rare. The work seeks, from a compilation of specialized tasks on
the main pathologies in ceramic tiles, a wide bibliographic review, analyzing possible causes and measures that could be used to
avoid or minimize such pathological manifestations. The aim is to carry out a complete study of the main pathologies and to ratify
this knowledge by analyzing three case studies in addition to analyzing the possible causes and measures with which such
pathological manifestations can be avoided or minimized. For the elaboration of this work, two lines of research were used, the
bibliographical and qualitative. The first was one of the key points for the elaboration of the entire theory that encompasses the
subject under analysis, since the search was carried out through the reading of books and data available on the internet, data that
were essential to present all the existing theory that includes pathologies. Subsequent to this theoretical study, the interpretation of
the pathologies of three case studies in buildings in the Federal District was carried out. Data collection was basically made of
visual analysis and photographic record of the facade of the buildings. In the data analysis, the existence of displacement pathologies
was verified in all buildings, due to misuse or poor execution. The pathology found on the facade is justified by the high requests
and movements due to thermal variations, in addition to executive failures. In all three works it can be observed that there was no
preventive maintenance in the buildings, which would serve to avoid these pathologies. The correction was made by removing the
material with pathology and re-positioning the ceramic tiles in an appropriate manner.

Keywords: ceramics, execution, pathology, coating .


Área de Concentração: 01 – Construção Civil .

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Engenharia Civil 2017/1 1


Conforme ensina Just e Franco (2001), com a
finalização da obra, a camada resistente do
1 INTRODUÇÃO
revestimento cerâmico é a que permanece exposta, de
modo a garantir seu desempenho funcional e
Em pesquisa realizada pelo Sinduscon-MG (2018), nos
compositivo. Peixoto (1992) é forte defensor do uso de
últimos 20 anos o mercado da construção civil tem sido
revestimento cerâmico, afirmando que “não há
marcado pelo acelerado crescimento. Conforme dados
qualquer outro material utilizado em fachadas que
relatados, entre o período de 1998 a 2018, o setor
possa apresentar a riqueza de composições e a
apresentou crescimento de 74,25%, contribuindo
durabilidade deste, com um custo tão acessível”.
fortemente com a redução da elevada taxa de
desemprego, assim como, para o avanço da economia De acordo com SIQUEIRA (2017), no Brasil, a
no país. No que se refere a sistemas de revestimento de necessidade de se estudar a fundo as patologias em
fachada, a indústria vem desenvolvendo técnicas revestimentos cerâmicos se dá pelo somatório de um
próprias. O setor tem inovado com o uso de técnicas conjunto de fatores: desvalorização do projeto, mão de
construtivas modernas e novos materiais. De acordo obra pouco qualificada, falta de fiscalização, má-
com Antunes (2010), apresenta uma gama de execução, falta de limpeza e negligência com a
alternativas de acabamentos como: placas cerâmicas, necessidade de manutenção.
tijolos aparentes, pedras assentadas, painéis de vidro e
ROSCOE (2008) acrescenta que no Brasil o
alumínio, dentre outros.
revestimento com placas cerâmicas em fachada é
De acordo com dados da Associação Nacional dos bastante utilizado por apresentar boa proteção em
Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças ambientes agressivos em agentes oxidantes fortes,
Sanitárias e Congêneres - ANFACER (2021), o Brasil facilidade de limpeza, bom custo-benefício, baixa
é um dos principais players do mercado mundial de manutenção e bom aspecto estético.
revestimentos cerâmicos. Ocupa a 3ª posição em
O interesse em identificar as principais e mais
produção e a 2ª posição em consumo no mundo, além
frequentes patologias encontradas em fachadas de
de ser o 7º do ranking das exportações. Conforme
edifícios verticais revestidas com elementos cerâmicos
ANFACER (2021) o Gráfico 01 indica o nível de
concretizou após observar que o fenômeno não atinge
produção brasileira, em m², de revestimentos
apenas edificações antigas, mas também as novas, e
cerâmicos.
pela repercussão que esse tema apresenta em pesquisas
A associação ANFACER (2021) acrescenta que há um acadêmicas. SHOHET (1996) diz que as patologias
constante crescimento, na qualidade, varie-dade e ocorrem em 50% dos casos em fachadas revestidas com
utilização de produtos cerâmicos no país, argamassas cimentícias com menos de 10 anos de uso e
principalmente para revestir pisos, paredes internas, 89% naqueles com mais de 10 anos.
espaços externos e fachadas.
Entretanto, com toda essa evolução tecnológica em
curso, e vantagens comprovadas no uso de placas
Gráfico 01 – Produção Brasileira de revestimentos cerâmicas para o revestimento de fachadas, Luz (2004)
cerâmicos. Fonte: ANFACER (2021) observa que, neste sistema, as manifestações
patológicas não são raras. De acordo com Sabbatini
(2000), estas patologias podem estar associadas a
diversas causas, desde o desenvolvimento do projeto,
com omissão ou não cumprimento das especificações
anotadas, execução de acabamento inadequada e
ausência de manutenção, comprometendo a vida útil do
material ao longo do tempo.
A forma mais comum de patologias em revestimentos
cerâmicos são os desplacamentos das peças, decorrente
excesso de água na argamassa, uso de técnicas
inadequadas, pressão inadequada no momento da
colocação da peça, infiltração de água, dentre outros.
Os revestimentos cerâmicos apresentam diversas Com isso, a peça cerâmica ficará sem resistência e pode
vantagens como: durabilidade, custo-benefício, causar danos estéticos e outras patologias decorrentes.
facilidade de limpeza e manutenção. Mostram-se Quando utilizado em fachadas, pode causar danos até
apropriados para diversos tipos de ambientes, desde mesmo de segurança àqueles que ali transitam.
decoração em pequenos detalhes, ambientes internos ou Para isso, o presente trabalho teve como objetivo
grandes áreas de revestimento, como em fachadas realizar um estudo bibliográfico a respeito das
residenciais.

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patologias ocorrentes em revestimentos cerâmicos em utilizadores, como a queda de placas de cerâmica da
fachadas de edificações, com o intuito de compreender parede exterior.
as causas e formas de prevenção destas patologias. Por
fim, também foi feito a apresentação das recomen-
dações executivas destes revestimentos para que, assim, 2.2 Tipos de falhas
diminua-se a chance de patologias futuramente. Conforme a literatura da área, são três os tipos de falhas
Para nortear o estudo bibliográfico, utilizou-se também encontrados com mais frequência em revestimentos
estudos de casos referentes ao mesmo tema em estudo. cerâmicos de fachada:
Inicialmente buscou-se obras que estavam na etapa − Falha de projeto ou concepção: devido constante
construtiva adequada e localizadas na cidade de busca por durabilidade e maior vida útil, podem
Goiânia/GO, ou próximas, para ratificar o estudo acontecer na parte de planejamento, do projeto em si ou
teórico, porém não foi encontrado, ou não foi permitido dos materiais utilizados. Geralmente ocorrem por erros
o acesso às obras. Desta forma, buscando manter o tema de cálculo, erros na execução, falta de compatibilização
inicialmente escolhido, foi decidido que essa análise in de projetos, materiais fora das normas técnicas, dentre
loco seria substituída pela interpretação de outros outros.
trabalhos acadêmicos com o mesmo tema, os quais
obtiveram resultados satisfatórios. − Falha de execução: muitas vezes o executor do
projeto, em busca de economia, não respeita o que foi
calculado pelo projetista, e isso pode gerar patologias
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA visto que há falhas de respeito ao projeto ou ao
fabricante dos materiais, assim como mão de obra
desqualificada e controle de qualidade.
2.1 Conceito de patologia
− Falhas de utilização: muitas vezes o usuário
Conforme os ensinamentos de Lima (2018), patologia do produto não possui o conhecimento necessário de
compreende um termo de origem grega, significando o utilização, então acaba tomando atitudes arbitrárias e
“estudo das doenças”, geralmente relacionado às áreas que podem pôr a estrutura em risco. Além disso,
da saúde. Porém, utiliza-se também este conceito no raramente todas as manutenções de forma correta e no
setor da construção civil, como sendo o estudo das período adequado.
doenças das obras, ou seja, a representação dos danos
que foram causados a esta edificação, como:
rachaduras, infiltrações, manchas, dentre outras. 2.3 Descolamento

Este entendimento torna-se essencial para todas as Conforme ensina Faria (2018), o descolamento de
edificações porque deixa entender os motivos que placas cerâmicas (Figura 01) é uma patologia
levaram ao atual estágio de degradação, além de se preocupante e que envolve a segurança de uso e
estudar as formas de reparo e também as futuras formas operação do empreendimento, devido aos riscos
de prevenção para que patologias reapareçam. Vale envolvidos. Desde que ocorra de forma correta, de
ressaltar que toda edificação, seja nova ou antiga, de acordo com as normas técnicas, o revestimento será
qualquer material, pode apresentar alguma patologia, seguro e terá uma alta durabilidade para a edificação.
seja de pequena ou grande intensidade. Isso ocorre Caso aconteça má-execução ou utilização, prejudicará
porque em alguma das etapas poderá haver falhas, seja a estrutura gera patologias e causa riscos ao usuário.
de projeto, execução ou de não respeito às normas Há casos que acontece o descolamento da cerâmica de
técnicas. fachadas e acaba atingindo algum usuário, por exemplo.
De acordo com Capelo (2010), as patologias podem se Caso aconteça, deve ser avaliado por especialistas e/ou
manifestar de diversas formas e em qualquer etapa peritos civis, pois não se trata de um entendimento
executiva, por utilizar materiais de baixa qualidade, na patológico simples, visto que envolva análise do
etapa de projeto ou até mesmo na etapa de utilização cálculo estrutural e até do método executivo.
pós-entreg ao usuário, como por falta de manutenção ou O mesmo ainda indica que as principais causas do
utilização incorreta. descolamento são:
LUZ (2004) destaca que as manifestações patológicas − Excesso de água na argamassa colante;
dos sistemas de revestimentos cerâmicos de paredes − Uso de técnicas e/ou ferramentas inadequadas para
externas são caracterizadas pela degradação parcial ou aplicação da argamassa;
total do sistema. Basicamente, temos dois níveis de − Aplicação da argamassa sem limpeza do substrato;
expressão: os que não representam riscos para os − Pressão inadequada quando da colocação da placa
utilizadores e os que representam riscos para os cerâmica;
− Infiltração de água;

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− Movimentações excessiva do substrato; prevista em projeto, muitas vezes a condição
− Substrato inadequado; encontrada no local é diferente da esperada na fase de
− Falta de acompanhamento, inspeção e controle nas projeto. Os materiais possuem deformações diferentes
fases executivas do revestimento cerâmico; e dependendo da intensidade dessa deformação
− Falta de mão de obra qualificada; diferencial, pode ocorrer descolamento do revestimento
− Uso de produtos inadequados. cerâmico por instabilidade do suporte.
Figura 01 – Representação de descolamento em O item 4.1.4 da ABNT NBR – 13755/1996 traz o
revestimento cerâmico. Fonte: (a) e (b) Galleto, 2013. seguinte requisito: “fica expressamente vedada a
execução do revestimento antes que a estrutura-suporte
já esteja solicitada pelo seu peso próprio e sobrecarga
de todas as alvenarias, prevenindo-se assim tensões
advindas da deformação imediata, parte da deformação
lenta, recalque admissível das fundações e retração das
argamassas utilizadas nas alvenarias”. Essa
recomendação visa diminuir a ocorrência de descola-
mentos cerâmicos, e até mesmo desplacamentos, por
Silva (2014) explica que a descolagem da cerâmica é a instabilidade do suporte do revestimento.
perda de adesão e pode ser entendida como trincas ou
quebras na interface da peça cerâmica com a camada
fixa ou na interface desta camada com o substrato. O 2.3.2 Movimentações térmicas e higroscópicas
autor cita que o desprendimento de revestimentos As fachadas dos edifícios estão sempre sujeitas a
cerâmicos em fachadas pode ocorrer nas interfaces mudanças de temperatura e umidade. Essas mudanças
azulejo/argamassa colante, argamassa colante/reboco, térmicas e higroscópicas afetam cada componente da
reboco/reboco e manta/suporte. fachada com intensidade variável. A influência do meio
A seguir, serão tratados alguns mecanismos ambiente deve ser considerada na execução de projetos
responsáveis pelo descolamento cerâmico em fachadas de construção para minimizar a ocorrência de
(Figura 02), problema que tem atingido muitas manifestações patológicas como o derramamento de
edificações. cerâmica.

Figura 02 - Descolamento cerâmico. Fonte: (LEM – “A penetração e movimentação da umidade na fachada


UnB, arquivo fotográfico apud Silva, 2014) podem causar dilatações oriundas da expansão de seus
materiais. Estas movimentações são prejudiciais para a
aderência do sistema de revestimento e também
contribuem para o processo de degradação da
edificação” (SANTOS, 2017).
Bauer et al. (2012) explicam que à medida que o ciclo
de carga térmica continua, o mecanismo de
desprendimento da cerâmica de fachada também está
evoluindo. Os autores analisaram várias paredes
externas e descobriram que a maioria dos sistemas de
revestimento com falhas de rejunte (FIGURA 03)
foram expostos a altas taxas de incidência de calor. Essa
deterioração do rejunte promove a penetração da água
no revestimento e faz com que ocorra a separação.
2.3.1 Instabilidade do suporte
]
Assim como no caso de fissurações, a deformação
excessiva da estrutura também pode levar à ocorrência
de desprendimento da cerâmica. Santos (2017) cita
alguns fatores que levam a fundações instáveis para
aplicação de revestimentos, como a adaptabilidade das
edificações e a lenta deformação das estruturas de
concreto armado, conhecida como fluência.
O item 8.2.11 da ABNT NBR – 6118/2014 estabelece
coeficientes de fluência para as estruturas de concreto
armado. Os valores dependem da umidade do ambiente
e da classe do concreto. Apesar dessa deformação ser

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Figura 03 - Falha de rejunte (LEM – UnB, arquivo A ABNT NBR – 13755/1996 explica que se a área de
fotográfico apud Antunes, 2010) aplicação da argamassa colante for agressiva, ao iniciar
a secagem uma película se formará na linha de
argamassa, diminuindo o tempo aberto da argamassa e
a aderência da peça. Póvoas et al. (2002), a formação
de um filme é o principal motivo para demonstrar a
diminuição da aderência da argamassa ao longo do
tempo. Os autores explicam ainda que a perda de água
da camada de base por evaporação ou absorção pode ser
um dos motivos da perda de aderência da argamassa
antes da aplicação do ladrilho.
A ABNT NBR – 13755/1996 também proíbe o reapro-
veitamento de argamassa colada de uma sessão de
trabalho para outra ou de um dia para o outro. Essa
recomendação visa evitar o uso de argamassa colante
“Para o caso de revestimentos cerâmicos, se após o expediente, mas muitos empreendimentos não
lembrarmos que o seu coeficiente de dilatação térmica atendem a essa exigência para evitar desperdícios e
linear é a metade do coeficiente de dilatação térmica aumentar a produtividade.
linear da argamassa e do concreto, haverá compressão
à medida que a temperatura cai em todo o conjunto”
2.3.4 Imperícia e negligência da equipe de execução no
(FIORITO, 2009). As diferenças entre as deformações
controle dos serviços
dos componentes da fachada provocam movimentações
diferenciais, que levam ao descolamento cerâmico. Manifestações patológicas em uma fachada podem
ocorrer devido a vários motivos, como falhas de
De acordo com Pereira (2007), o descolamento está
projeto, má seleção de materiais e erros de execução.
ligado às condições climáticas de uma região.
Este último motivo surgiu repetidamente à medida que
Analisando o caso do Distrito Federal, que em uma
as equipes de execução do trabalho buscam cada vez
época se encontra quente e seco, é possível observar
mais aumentar a produtividade e reduzir o tempo de
uma maior ocorrência desse tipo de manifestação
trabalho e os custos. Com isso, torna-se frequente a
patológica.
utilização de materiais de baixa qualidade e a
negligência em realizar os procedimentos adequados
2.3.3 Utilização de argamassa colante com tempo em em cada etapa, causando diversos transtornos após a
aberto vencido conclusão da obra.
A ABNT NBR – 14081/2005 define tempo em aberto A ABNT NBR – 13755/1996 recomenda que as
como: “maior intervalo de tempo para o qual uma placa superfícies das peças que entram em contato com a
cerâmica pode ser assentada sobre a pasta de argamassa argamassa estejam livres de poeira, grumos de pó e
colante, a qual proporcionará, após um período de cura, partículas soltas que possam fazer com que as telhas
resistência à tração simples ou direta”. Dessa forma, grudem na argamassa de cola. Este processo muitas
quando o tempo em aberto ultrapassa esse intervalo, a vezes não recebe a atenção que merece e é uma das
resistência à tração do revestimento pode ser afetada, razões pelas quais a cerâmica se descola.
contribuindo para a ocorrência de descolamento na Outra recomendação trazida pela ABNT NBR –
interface entre a placa cerâmica e a argamassa colante 13755/1996 é com relação às disposições construtivas
como apresentado na Figura 04. de juntas de assentamento, movimentação e
Figura 04 - Desplacamento na interface entre a placa dessolidarização. De acordo com Silva (2014), as falhas
cerâmica e a argamassa colante em juntas podem implicar em queda do rejunte. Caso
isso ocorra, a estanqueidade e aderência do
revestimento ficam comprometidas e aumenta-se a
probabilidade de ocorrência de descolamentos na
fachada.
Antunes (2010) discute falhas de execução que podem
levar a fachadas patológicas. Ela explicou que essas
falhas estavam ligadas a diversos fatores como a baixa
qualidade das equipes de trabalho, soluções, má gestão
e falta de explicação do serviço completo a ser
executado. Os autores citam alguns erros comuns de
execução que podem ser de causa patológica, como

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grandes espessuras de revestimento e alisamento Figura 05 – Representação de fissura em revestimento
prematuro. As normas fazem recomendações para cerâmico. Fonte: (a) e (b) Galleto, 2013.
todos os tipos de serviços que devem ser executados na
construção civil e, portanto, devem ser observadas e
seguidas a fim de minimizar a probabilidade de
ocorrência de anomalias na edificação.

2.4 Fissuras
A NBR 9575 (ABNT, 2003) considera fissuras (Figura
05) como aberturas menores ou iguais a 0,5 mm
causadas por quebra de material ou componente, 2.5 Manchas
microfissuras com espessura menor que 0,05 mm e
Conforme ensina Gail (2020), há diversos fatores que
fissuras com aberturas maiores que 0,05 mm 0,5 mm e
podem ocasionar manchas nos revestimentos
menores que 1 mm.
cerâmicos, na maioria das vezes é causado por falhas
Por outro lado, a NBR 15575-2 (ABNT, 2008) define executivas ou por baixa qualidade dos materiais
fissura como uma seção da superfície ou toda a seção utilizados. Porém, a principal causa das manchas
transversal de uma peça com aberturas capilares (Figura 06) decorre quando o executor não elimina a
causadas por tensões normais ou tangenciais. As umidade na subcamada do revestimento (contrapiso)
fissuras podem ser classificadas como ativas (mudança eposteriormente esta umidade será transmitida ao
de abertura devido ao calor ou outros movimentos) ou revestimento, com isso manchas serão geradas. Como a
passivas (abertura contínua). A fissura é expressa por peça não é permeável, a umidade ficará retida.
uma expressão coloquial, que significa fenda com
Figura 06 – Representação de mancha em revestimento
abertura maior ou igual a 0,6 mm. cerâmico Fonte: (a) LACERDA, 2014, (b) Raiylson,
Gail (2021) enfatiza que trinca ou quebra de placas 2017.
cerâmicas ocorre quando a peça cerâmica vem com
defeito de fabricação ou quando a execução não é feita
de acordo com as normas técnicas ou conforme o
prescrito pelo fabricante do material – visto que este
deve respeitar as normas técnicas quando do momento
da produção. Este último caso é o mais recorrente nas
obras.
De acordo com os ensinamentos de PIZZINATTO
(2017), a fissuração pode apresentar-se de diversas
formas patológicas, como: movimentação ou Conforme ensina Souza, Reboita, Werle e Costa
deformação do substrato; perda de água da argamassa, (2017), há uma forte influência das variáveis
por dosagem inadequada ou baixa qualidade dos atmosféricas que podem causar degradação dos
materiais; alvenaria recebendo carga estrutural e materiais utilizados na construção civil. Desde a
transmite no revestimento; dentre outros. radiação solar, temperatura, precipitação, vento e
poluição, há vários fatores que contribuem para
Além disso, Gail (2021) ensina que há algumas falhas diminuição da vida útil das estruturas, algo que é de
de assentamento ou também falha no rejunte que constante busca dos atuais construtores.
também causa esta patologia, como:
Ainda de acordo com os mesmos autores, os materiais
Falta de argamassa de assentamento na parte traseira que mais sofre com essas variações atmosféricas são os
das placas; cerâmicos, quando expostos a temperatura, umidade ou
− Assentamento com argamassa irregular; agentes agressivos, podem apresentar fissuras, variação
− Falha na especificação da argamassa de assenta- volumétrica (expansão ou retração) e eflorescências.
mento; Estas três patologias são as mais comuns e serão
− Liberação de trânsito no local antes do tempo ressaltadas abaixo.
mínimo necessário; Por fim, entende-se por eflorescência (Figura 07) a
− Movimentações do substrato. reação causada por sais dissolvidos na água em contato
com o revestimento e que, após sua evaporação,
formam manchas na superfície. Evidencia-se as
eflorescências em forma de manchas esbranquiçadas,
que normalmente são evidenciadas em fachadas.

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Figura 07 – Eflorescência em revestimentos cerâmicos comportamento fora desses limites varia muito,
de fachadas Fonte: Luz, 2004 dependendo da espécie considerada. o meio, e algumas
espécies mostram um crescimento razoável quando o
pH é ligeiramente superior a 7. Ressalta-se que, para
prevenir e combater o mofo nas edificações, é
necessário adicionar fungicidas ao revestimento, e até
mesmo tomar medidas para combater qualquer um dos
fatores já mencionados que causem sua disseminação.
Figura 08 – Representação de manchas em revestimento
cerâmico. Fonte: (a) Carvalho et al, 2017 (b) Roscoe,
2008.

Conforme ensina Roscoe (2008), a eflorescência ocorre


devido à dissolução dos sais presentes na argamassa ou
nos componentes cerâmicos, ou devido à contaminação
externa e seu posterior transporte através do material
poroso pela água. Se durante esse transporte a
concentração de sais na solução aumentar (devido à
perda de água ou aumento da quantidade de sal), eles
podem sofrer um processo de cristalização e causar esse
fenômeno. Essa cristalização ocorre na superfície, 2.6 Deterioração das juntas
causando o intemperismo mais comum e visível; se Conforme ensina Moura (2004), a deterioração das
ocorrer no interior do material, causa o intemperismo, juntas de assentamento e de movimentação como
muitas vezes difícil de identificar. mostrado na Figura 09 afetam diretamente o
Como forma de se evitar o aparecimento de desempenho e a durabilidade dos revestimentos. Como
eflorescência nos revestimentos cerâmicos, deve ser as juntas são responsáveis pela estanqueidade do
realizado as manutenções preventivas no período revestimento e também de sua capacidade de absorver
correto, assim consegue-se evitar com que haja deformações, o mau desempenho destes elementos
aberturas ou falhas que permitam a penetração de água causa danos ao sistema de vedação como um todo.
e, consequentemente, de sais que possam danificar o Normalmente as causas são: falta de manutenção das
revestimento. juntas, material inadequado ou envelhecimento.

De acordo com Alucci et al. (1988), o bolor é uma Figura 09 – Representação de deterioração das juntas.
Fonte: (a) Moraes e Neves e (b) Galletto, 2013
alteração macroscópica observável na superfície de
diferentes materiais, resultante do desenvolvimento de
microrganismos pertencentes ao grupo dos fungos. Em
edifícios, os fungos promovem a decomposição de
diferentes tipos de componentes, especialmente
revestimentos ou materiais orgânicos depositados sobre
eles. Portanto, eles secretam enzimas para quebrar
moléculas orgânicas complexas em compostos mais
simples, que são absorvidos e usados em seu
A insuficiente calafetagem da junta de assentamento
desenvolvimento. O molde é geralmente escuro, preto,
permite a entrada de água na argamassa de
marrom ou verde.
assentamento e no corpo cerâmico, afetando-os a
O aparecimento de fungos e algas pode aparecer na expansão e contração da absorção de água, formando
argamassa de rejuntamento, que é ocasionado pelo uso pressão de vapor d'água e intemperismo localizado no
de argamassa de alta porosidade sem adição de agentes revestimento. Quanto às juntas móveis e soltas
de resistência e desses microrganismos. (CICHIELLI, Fontenelle e Moura (2004) ensinam que sua
2006, P.47). deterioração pode ser expressa pela perda de vedação
da junta e pelo envelhecimento do material de
Mofo ou microrganismos produtores de mofo (Figura
enchimento, embora afete diretamente a argamassa de
08) se desenvolvem e proliferam sob condições
enchimento, afetará a argamassa de enchimento
climáticas favoráveis, como em ambientes muito
desempenho da cerâmica revestida como um todo. Uma
úmidos, mal ventilados e / ou mal iluminados. Aruch et
vez que a perda de estanqueidade começará logo após a
al. (1988) apontam que a formação de mofo em
implementação e, com o tempo, se deteriorará devido a
edificações requer umidade relativa do ar superior a
procedimentos de limpeza inadequados (como o uso de
75%, a temperatura varia entre 10º e 35ºC e o

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ácidos e álcalis concentrados), o que aumenta o ataque − Preparo do substrato: esta etapa consiste na
de agentes atmosféricos agressivos. verificação do substrato que receberá o revestimento. É
verificado a planicidade e rugosidade e, caso estas não
estejam de acordo, essas características devem ser
2.7 Recomendações para revestimento cerâmico
corrigidas. Este substrato deve estar limpo e com a
Rebelo (2010) ensina que as recomendações para a espessura definida em projeto.
execução correta de um revestimento cerâmico
− Execução da camada de acabamento: para
primeiramente dependem um projeto executivo
fachadas recomenda-se, no mínimo, quinze dias de
adequado, visto que aborda pontos a serem
finalizada a regularização para dar início ao
equacionados antes da execução visando evitar o
acabamento. É feito o preparo e aplicação da argamassa
surgimento de vícios permanentes. O bom projeto
e do revestimento cerâmico deixando-os no prumo, no
consegue diminuir custos, otimizar etapas de execução
esquadro e desempenados, e com a espessura
e perdas de materiais, reduzir o prazo e especificar
determinada no projeto.
todos materiais utilizados. Pode ser dividido em três
etapas: − Preparo e aplicação da argamassa colante: deve
ser preparada em caixote próprio, limpo, com
− Análise preliminar: é realizado o estudo dos
dimensões ergonômicas. O traço da argamassa deve
demais elementos do edifício os quais o revestimento
respeitar a quantidade de água prevista em projeto e das
cerâmico comunicará;
recomendações do fabricante da argamassa. Após o
− Elaboração do projeto: é feito o estudo da
preparo, deve ser espalhada pelo operário sobre a
necessidade de todos os detalhes construtivos
superfície com desempenadeira de aço dentada.
específicos para execução do revestimento cerâmicos;
− Redefinição do projeto: etapa que se realiza − Assentamento da cerâmica: a placa cerâmica pode
alterações pontuais visando melhorar ou adaptar o ser assentada de três diferentes formas, devendo ser
projeto já feito. respeitado o que foi colocado em projeto, sendo: em
diagonal, a prumo ou em amarração. Devem estar
2.7.1 Etapas de execução do revestimento limpas, isentas de pó, gorduras, ou partículas secas e
cerâmico não deve ser molhado antes do assentamento. A
colocação é feita de baixo para cima, uma fiada de cada
A correta aplicação de revestimento cerâmico em vez a partir de uma régua colocada de nível para
paredes externas, nas fachadas dos edifícios, sempre alinhamento e galga da primeira fiada de assentamento
requer mais cuidados, além do uso de equipamentos como apresentado na Figura 10.
específicos, mais exigência das equipes de execução se
comparados a execução de ambientes internos (pisos ou Figura 10 – Representação esquemática de um
paredes), tudo isso visando a segurança dos usuários, a revestimento cerâmico, Fonte: Watanabi, 2018.
maior preocupação com a preservação do edifício e a
dificuldade de manutenção deste subsistema. A
necessidade de retrabalho nas fachadas pode ter custos
mais altos que ambientes internos da edificação.
Mesmo com a escolha de bons profissionais na
execução das obras, que estão acostumados com a
aplicação das pacas cerâmicas nas fachadas, é comum
a deficiência de mão de obra. Para CAMPANTE;
SABBATINI (2000) assentadores despreparados e sem
treinamento uma das causas para a ocorrência de Por fim, há também as etapas de controle. São um
manifestações patológicas no sistema de revestimento conjunto de ações antes, durante e após a execução do
cerâmico de fachada. revestimento. O profissional responsável por execução
LIMA; SICHIERI; GONÇALVES (1998) também da obra deve acompanhar as etapas e elaborar um
enfatizam que muitos problemas ocorridos nestes check-list das atividades a serem realizadas e checar se
sistemas se devem ao assentamento, da má qualidade está de acordo com o planejado. Colocou-se um
ou falha do profissional, que a mão de obra exemplo de check-list utilizado após a finalização em
desqualificada é uma das constatações mais frequentes revestimentos cerâmicos (Tabela 1).
da pesquisa sobre manifestações patológicas de
revestimento cerâmico em fachadas. De acordo com
Rebelo (2010), as corretas etapas de execução do
revestimento cerâmico são:

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à análise de conteúdo. E por fim, os resultados foram
Tabela 1 – Check-list do controle após a conclusão das interpretado de cada um deles para generalizar um
atividades – Fonte: Rebelo, 2010. comparativo entre eles no final.

3.1 Estudo de caso 1


Este estudo, realizado por Nascimento (2017), aborda
especificamente a torre 3 de um empreendimento
residencial, com três torres idênticas, localizado no
Distrito Federal. Possui dezoito pavimentos, com 1
subsolo e 120 apartamentos no total (Figura 11). As
obras foram concluídas no ano de 2012 e cinco anos de
ocupação começou a apresentar danos patológicos,
como fissuras e descolamentos cerâmicos, conforme
relatos e registros fotográficos (Fig. 08 e 11).
A metodologia de Santos (2017) foi dividida em três
etapas: (1) Levantamento das patologias, baseado em
3 METODOLOGIA mapas de danos e inspeções realizadas in loco pela
equipe do laboratório de ensaios de materiais da UnB
Trata-se de um estudo do tipo bibliográfico,
LEM – UnB; (2) Classificação das patologias, baseado
exploratório, descritivo, com análise integrativa. O
nos trabalhos de Silva (2014) e Souza (2016), de acordo
primeiro é movido pela necessidade de conhecer o que
com as regiões das fachadas; (3) Catalogação das
já foi construído e produzido no processo de evolução
patologias, que foram classificadas em fichas de acordo
da ciência, para buscar o que falta ser feito e divulgá-lo
com a sua tipologia.
à sociedade acadêmica.
A primeira fase do estudo baseou-se, sobretudo, em
Para mapear essa produção, o estudo parte de um
visitas in loco, para conhecer as condições de
criterioso levantamento bibliográfico da literatura
construção e os principais problemas existentes. A
científica a partir da compilação de trabalhos
fachada do Edifício A foi inspecionada por uma
publicados em revistas, livros especializados e em
empresa profissional, marcando o ponto de ocorrência
bases de dados da rede SCIELO - periódicos, livros e
de manifestações patológicas. Isso ajuda a identificar o
artigos científicos já elaborados.
principal problema da amostra devido à grande área de
Para esta composição, optou-se por começar pelo fachada.
estudo-levantamento das patologias de fachadas em
Com as imagens produzidas, foi possível aplicar o
revestimento cerâmico de edificações, como:
Método de Mensuração da Degradação (MMD),
desplacamento/descolamento, trincas e fissuras. Após
baseado nos trabalhos de Silva (2014), com algumas
todo o estudo e interpretação da teoria, foi feita a escrita
adaptações. O trabalho de Silva (2014) utiliza uma
da redação.
malha de 0,5 m x 0,5 m, mas para realizar uma análise
Conforme Severino (2007), estudo descritivo- com maior refinamento, optou-se por dividir o Edifício
exploratório orienta o estabelecimento das relações A em uma malha com aberturas nas dimensões de 0,4m
entre as variáveis a serem estudadas, permite x 0,4m.
aprofundar as buscas e alcançar os objetivos da
Figura 11 – Fachada do edifício do estudo de caso 1,
pesquisa. Fonte: Nascimento, 2017.
Já a análise integrativa combina diversos meios de
exploração do estudo, podendo ser experimentais,
estudo de caso ou revisão de literaturas. Permite a
busca, a avaliação crítica e a síntese das evidências
disponíveis do tema investigado, sendo o seu produto
final o estado atual do conhecimento do tema
investigado, bem como a identificação de lacunas que
direcionam para o desenvolvimento de futuras
pesquisas. (ALVES, 2007)
Os dados levantados foram decorrentes de três estudos
de casos encontrados em trabalhos acadêmicos. Estes
estudos propiciaram a construção do trabalho e
seguindo os objetivos desta pesquisa, foram submetidos

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Com o auxílio de documentação fotográfica, a malha Com auxílio de binóculos e câmeras fotográficas
foi sobreposta com a identificação de todos os pontos especiais, para realizar as inspeções, Moreira (2017)
onde ocorreu a separação da cerâmica. Portanto, cada encontrou danos causados por detalhes técnicos
célula da grade identificada como uma região fraturada relacionados a instalação de aparelhos de ar-
corresponde a uma área de 0,16 m² degradada por esse condicionado e redes de proteção. Foi feito a retirada da
dano. cerâmica local e danos das juntas de dilatação para
adaptar os aparelhos.
A segunda etapa da metodologia de pesquisa o
tratamento dos dados, com base na análise apresentada Figura 12 – Fachada do edifício do estudo de caso 2,
por Silva (2014). Com as informações obtidas na fase Fonte: Adaptado de Google Earth (2022).
de investigação dos dados, pode-se quantificar a
incidência de danos na amostra. Esta etapa pode ser
dividida em duas etapas: (1) quantificação da
patogênese e (2) cálculo dos fatores de dano.
O cálculo do Fator de Dano (FD) permite uma análise
geral dos estágios de degradação da fachada a serem
realizados. Os trabalhos de Silva (2014) e Souza (2016)
utilizam esse índice como uma análise preliminar e,
com o auxílio de outros cálculos, estabelecem uma
avaliação mais detalhada da fachada.
O Fator de Danos representa a quantidade de área
degradada, em relação à área total da amostra. O cálculo Com a utilização de uma câmera de infravermelho
é feito pela seguinte expressão: (Figura 13) foi possível detectar onde o revestimento
cerâmico esta tendo a perda de aderência (figura 17).
𝐹𝐷 = (𝐴𝑑/𝐴) ∗ 100 Com a diferença térmica, a imagem indica claramente
(1): a região danificada representada pela cor mais escura
como o roxo e o preto.
− FD – Fator de Danos da amostra (%);
Figura 13 - Utilização de Câmera de Infravermelho,
− 𝐴𝑑 – Área de manifestações patológicas na Fonte: TECNOPLAN (2017)
fachada (m²);
− A – Área total da amostra (m²).

O cálculo de Fator de Danos foi realizado de forma total


para a amostra e também de forma separada, por tipo de
manifestação patológica. Assim, foi possível calcular
quatro índices: Fator de Danos Total (FD - TOTAL),
Fator de Danos de Fissuras (FD - FI), Fator de Danos
de Pinturas (FD-PI) e Fator de Danos de Descolamentos
Cerâmicos (FD - DC).
Além dos abusos, também foram observados casos de
O Fator de Danos é um índice calculado para um desplacamentos. Para dar conta dessa patologia, foram
entendimento inicial da situação da fachada. Com essa realizados testes de impacto para verificar as condições
informação, pode-se analisar o estágio geral de de adesão dos revestimentos e testes de resistência à
degradação da amostra e assim, fornece insumos para tração para determinar a resistência mecânica dos
análises mais complexas sobre as manifestações revestimentos.
patológicas na fachada.
O objetivo do teste de toque é verificar rapida-mente a
adesão do revestimento. Para análise, os autores
3.2 Estudo de caso 2 bateram levemente no revestimento cerâmico com um
martelo de metal para identificar possíveis ruídos de
O segundo estudo de caso, realizado por Moreira cavo e esvaziamento, que indica falta de aderência entre
(2017), trata de um edifício residencial de 7 pavimentos o revestimento de argamassa e a peça cerâmica. O
(Figura 12), localizado na cidade de Brasília, no objetivo da técnica de percussão é verificar rapidamente
Distrito Federal. Trata-se de um edifício bastante a adesão do revestimento. Usa-se um martelo de metal
desgastado patologicamente em sua fachada, o qual para bater levemente nas peças e ouvir o som. Se houver
necessitou de interdição pelo órgão público um som oco, significa que não há aderência entre o
responsável, a fim de evitar acidentes com os tijolo de argamassa e a placa cerâmica.
transeuntes.

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A figura 14 mostra o ensaio de percussão sendo para cada tipo diferente de patologia, pela seguinte
realizado no edifício. A imagem mostra a equipe fórmula:
fazendo as marcações através da verificação do som,
𝐴𝑛 𝑥 𝐾𝑛 𝑥 𝐾𝑐,𝑛
áreas que apresenta som cavo outras apresenta o som
𝐹𝐺𝐷 = ∑ 𝐴 .𝐾 (2)
oco.
Figura 14 - Ensaio de Percussão, Fonte: TECNOPLAN onde:
(2017) Ensaio de Percussão.
− 𝐴𝑛 – Área da fachada afetada pela patologia (m²);
− 𝑘𝑛 – Nível de condição para cada tipo de patologia;
− k – Constante (k=4);
− 𝑘𝑐,𝑛 – Custo relativo de reparo das anomalias;
− A - Área de amostra de fachada.

Pelas análises, pôde-se perceber que o desplacamento


da cerâmica de fachada representou 80,34% do dano
total.

3.3 Estudo de caso 3


O último estudo de caso selecionado, foi feito por
Com a técnica de percussão foi realizada as
Oliveira (2013), também trata de um edifício
demarcações com tinta, identificando as áreas
residencial de doze pavimentos localizado na zona
comprometidas (Figura 15).
urbana de Águas Claras, Distrito Federal (Figura 17).
Figura 15 - Identificação das áreas comprometidas, Tem atualmente 11 anos e apresenta um elevado grau
Fonte: TECNOPLAN (2017). de separação em termos de cerâmica na fachada.
O Condomínio do Edifício Residencial Heitor Villa
Lobos é um edifício com garagem coberta de dois
pavimentos e área de lazer com jardim e salão de festas,
além de quarto executivo, apartamento de vedação, dois
elevadores e elevador de serviço.
Quanto ao aspecto geral do edifício, observam-se
principalmente os elementos de fachada e apesar de 11
anos de construção, o edifício apresenta um aspecto de
envelhecimento significativamente acelerado.
Para a análise de resistência a tração, utiliza-se o ensaio As inspeções começaram em 25 de março e terminaram
de acordo com a norma NBR 13.528, de 2010. Foi em 14 de junho de 2013. As inspeções visuais
retirado um total de 6 corpos de prova com medidas de confirmaram que a estrutura da edificação de concreto
(100x100) mm, distribuídos de forma aleatória e armado, vedada por alvenaria de tijolo cerâmico e
espaçados como está representado na Figura 16. revestida com reboco com revestimentos cerâmicos
coloridos: azul Capri e argila. As varandas laterais
Figura 16 - Ensaio de Aderência, Fonte: TECNOPLAN revestidas com o mesmo material cerâmico.
(2017).

Para melhor análise das patologias das fachadas,


utilizou-se o Fator Geral de Dano, método criado por
Silva (2014). Consiste em calcular a degradação da
fachada com revestimento cerâmico ponderando pesos

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Figura 18 – Patologia na fachada do edifício do estudo
Figura 17 – Fachada do edifício do estudo de caso 3, de caso 1, Fonte: Nascimento, 2017.
Fonte: Oliveira, 2013.

A amostra estudada sobre os descolamentos cerâmicos


apresentou um baixo Fator de Danos, visto que a
relação entre a área degradada por descolamentos
cerâmicos e a área total da amostra apresentou um valor
de 0,40%. Esta patologia aconteceu em todas as regiões
das fachadas, exceto em regiões de topo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.2 Estudo de caso 2


Neste item, apresenta-se os resultados das patologias de Com auxílio de binóculos e câmeras fotográficas
desplacamento de cada estudo de caso utilizado. especiais para realizar as inspeções, o autor encontrou
danos causados pelos moradores para instalação de
4.1 Estudo de caso 1 aparelhos de ar-condicionado (Fgura 19) e redes de
proteção. Foi feita a retirada da cerâmica local e danos
Pelas inspeções realizadas, identifica-se apenas casos das juntas de dilatação para adaptar os aparelhos.
de fissuras e descolamentos cerâmicos. Como forma de
uniformização dos três trabalhos em estudo, far-se-á Além do mau uso, observa-se casos de desplacamentos.
utilização apenas dos dados de descolamentos. Para interpretar esta patologia, foi realizado o Ensaio de
Percussão, para verificar as condições de aderência do
No edifício em estudo, as patologias de descolamento revestimento e também Ensaio de Resistência a Tração,
representaram apenas 6% do total encontrado, com o para determinar a resistência mecânica do revestimento.
equivalente a 18,24m² de área degradada. A patologia É possível verificar pelo cálculo de fator de dano que a
encontrada na fachada (Figura 18), justifica-se pelas pato-logia que mais se manifesta é de desplacamento,
altas solicitações e movimentações por variações que res´pomde por 80,34% do Fator de Danos total.
térmicas, conforme representado na figura 11. Para
determinação da área degradada, utilizou-se método de O cálculo do Fator Geral de Danos (FGD) deu um
Mensuração da Degradação e em seguida calculou-se resultado mais preciso em relação a degradação da
os Fatores de Danos. fachada, pois pondera cada tipo de patologia.

As regiões das fachadas que apresentaram a maior


frequência de patologias foram as regiões de aberturas
(26%), extremidades (24%) e transição entre
pavimentos (19%).

Figura 19 – Patologia na fachada do edifício, Fonte:


Moreira, 2017.

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Figura 20 – Descolamento do RCF, Fonte: Oliveira,
2013.

O cálculo do Fator Geral de Danos (FGD) deu um


resultado mais preciso, em relação à degradação da
fachada, pois ponderou cada tipo de patologia.
Com o resultado do Fator Geral de Danos (FGD =
41,79%), em comparação com a curva estabelecida por
Silva (2014), ele apresenta uma curvatura na média
prevista para a região do Distrito Federal. A margem de A lateral esquerda e na posterior, o índice de
erro entre o Fator de Danos e o Fator Geral de Danos desplacamento foram de 43%. Em todos os locais
foi de 1,22 vezes. examinados pôde-se perceber que as falhas foram
causadas pelo mal assentamento falha da pastilha assim
4.3 Estudo de caso 3 como por falha na cola entre a argamassa e o emboço,
conforme figura 21.
O autor começou a inspeção visual com a fachada
frontal e, com auxílio da fotogrametria, estimou cerca
de 31% das peças descoladas e com o teste de percussão
chegou em 53%. Para a fachada lateral, o índice de
desplacamento foi de aproximadamente 21%,
claramente causada pela falha executiva da pastilha. A
Figura 20 representa os descolamentos em trechos da
fachada lateral. Figura 21 – Patologia na fachada lateral e posterior,
Fonte: Oliveira, 2013.
Devido a vários fatores que são importantes tanto em
termos de material produção, as causas e efeitos das
lesões RCF durante a produção são complexos por isso
é fundamental uma visão do aspecto global do processo.
Segundo Campante (2001), não conhecer a gravidade
do problema e toda a gama de parâmetros envolvidos
pode levar a conclusões errôneas a soluções inviáveis e
ineficazes. A falta de consideração das interações da
camada RCF explica várias das manifestações
patológicas encontradas.

Nota-se, na Figura 22 áreas grandes com descola-mento


de revestimento. Nos pilares foram executadas juntas
falsas, ou seja, sem preenchimento com material
elastomérico (Figura 23).

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Figura 22 - Áreas de descolamento da cerâmica. Fonte: Devido a vários fatores que são importantes tanto em
Oliveira, 2013. termos de material, as causas e efeitos das lesões RCF
durante a produção são complexos, por isso é
fundamental ter uma visão.

4.3.1 Exames complementares

Os ensaios para determinação da resistência de


aderência à tração foram realizadas cinco áreas, no
intuito de avaliar o desempenho da argamassa de
emboço e a argamassa colante utilizada no
assentamento da cerâmica. Conforme a norma NBR
13.755 (ABNT, 1996) foram realizados 6 (seis) pontos
Figura 23 - Juntas falsas nos pilares do térreo. Fonte: de arrancamento da cerâmica e 12 (doze) pontos de
Oliveira, 2013. arrancamento de argamassa de emboço em cada área de
ensaio conforme recomendado pela NBR 13.528
(ABNT,2010). A figura 25 ilustra onde foram
realizados os ensaios.
O primeiro ponto foi realizado na fachada direita perto
da entrada da garagem e descrito na Figura 5.15 como
Ensaio 2. Os resultados foram satisfatórios à norma que
pede quatro corpos de prova acima de 0,30 MPa. Na
argamassa de emboço o resultado foi satisfatório, ou
seja, acima de oito corpos de prova com resistência
A Figura 24 apresenta uma situação mista onde houve superiores à 0,30 MPa.
falha tanto no assentamento da pastilha como também O segundo ponto foi realizado na fachada direita perto
no processo de colagem da pastilha. Há falha da da entrada principal na Figura 5.15 mostrada como
argamassa de assentamento conjuntamente com o Ensaio 5. Os resultados foram insatisfatórios, apenas
emboço este último com vazios próprios de uma três corpos de prova acima de 0,30 MPa. E na
execução deficiente. argamassa de emboço o resultado foi abaixo do
Figura 24 – Detalhe de descolamento com requerido por norma. Apenas dois corpos de prova
ranhuras da desempenadeira visíveis. Fonte: passaram de 0,30 MPa.
Autor Figura 25 – Oliveira, 2013.

Quadro 1 – Resumo das áreas de descolamento, Fonte:


Oliveira, 2013.

Porcentagens de descolamento
Fachadas
Visual Percussão
Frontal 31% 53%
Posterior 43% 62% O terceiro ponto foi realizado na fachada frontal perto
da antiga guarita do zelador mostrado na Figura 5.2
Lateral esquerda 43% 62%
como Ensaio 1. Os resultados atingiram o desejado por
Lateral direita 21% 53% norma para o ensaio da cerâmica e para o emboço
apenas um corpo de prova alcançou o desejado por
norma.

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O quarto ponto foi realizado na fachada esquerda perto Segundo Campante (2001), não conhecer a gravidade
da garagem na Figura 5.15 foi marcado como o Ensaio do problema e toda a gama de parâmetros envolvidos
4. Os resultados ficaram abaixo dos valores pode levar a conclusões errôneas e levar a soluções
recomendados pelas normas em ambos os testes. inviáveis e ineficazes. A falta de consideração das
interações da camada RCF explica várias das
O quinto e último ponto foi realizado na fachada
manifestações patológicas encontradas.
posterior mostrado na Figura 5.15 como o Ensaio 3. O
resultado na cerâmica foi satisfatório à norma. O A lateral esquerda e na posterior, o índice de
resultado do emboço não foi atingido requerido por desplacamento foram de 43%. Em todos os locais
norma. O quadro 2 apresenta um resumo dos resultados examinados pôde-se perceber que as falhas foram
obtidos. causadas pelo mal assentamento da pastilha assim como
por falha na cola entre a argamassa e o emboço,
Quadro 2 – Resumo dos resultados obtidos nos testes de
aderência à tração Fonte: Autor conforme figura 27.

Locais de Resultado dos testes 4.4 Semelhanças nos resultados


ensaio
Emboço Cerâmica Com o estudo dos três trabalhos escolhidos como
referência, pôde-se perceber um número considerável
Ensaio 1 Insatisfatório Satisfatório de desplacamento nos trabalhos 2 e 3 já no 1 não
Ensaio 2 Satisfatório Satisfatório representa um dano elevado, porque neste houve falhas
intensas apenas na pintura.
Ensaio 3 Insatisfatório Satisfatório
Em todos os casos, foi notado que as falhas encontradas
Ensaio 4 Insatisfatório Insatisfatório são decorrentes da má-execução do material cerâmico.
Como forma de analisar as patologias encontradas,
Ensaio 5 Insatisfatório Insatisfatório apenas o trabalho 1 não utilizou de técnicas
especializadas para determinação da patologia, como
fizeram 1 e 2. Isso aconteceu porque o índice de
A Figura 26 abaixo exemplifica alguns dos resultados
obtidos nos testes de resistência da cerâmica e a área de desplacamentos no trabalho 1 foi baixo.
testes do revestimento e argamassa. Nos 3 trabalhos a patologia foi encontrada e
Figura 26 - Detalhe de rompimento entre argamassa brevemente solucionada, com a substituição e execução
colante e cerâmica (foto da esquerda). Área de testes correta do substrato e das pastilhas cerâmicas –
(foto da esquerda). Fonte: autor nenhuma comprometeu a estrutura da edificação ou
causou danos físicos e orçamentários.

Por falta de manutenção periódica, as fachadas


apresenta um estado grave de danos que poderiam ser
evitados.

5 CONCLUSÕES

As Figuras 27 exemplifica alguns dos resultados Nos três estudos em análise, foi observado que o
obtidos nos testes de resistência de aderência da revestimento cerâmico das fachadas apresenta
argamassa de emboço. problemas decorrentes principalmente de uma
Figura 27 – Detalhe de fratura na interfase
execução inadequada, sem a devida atenção
substrato/chapisco (foto da esquerda). Detalhe de normas técnicas e manuais dos fabricantes destes
rompimento no emboço (foto da direita). Fonte: Autor materiais e, sem manutenção preventiva,
fundamental na qualidade de vida útil de qualquer
produto.
As patologias encontradas foram basicamente de
descolamentos, exceto no estudo de caso 1 também se
encontra fissuras, porém foram feitas análises apenas de
descolamentos. Vale ressaltar que com os dados
analisados, não foi possível constatar interferência dos
aspectos estruturais nas patologias dos revestimentos de
fachadas.

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Engenharia Civil 2017/1 15


De modo geral, a falta de manutenção periódica visando Brasília. Faculdade de tecnologia. Disponível em:
evitar o surgimento de patologias, foi o principal fator https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/8932/1/201
para os danos nas edificações. 0_GiselleReisAntunes.pdf Acesso em: 09/10/2022.
As causas relacionadas ao processo, que pode na fase
de projeto ou execução, apresentaram grande ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
contribuição para o surgimento e desenvolvimento das TÉCNICAS. NBR 9575. Impermeabilização – Seleção
patologias. Essas causas foram identificadas nos três e Projeto. 2010.
estudos de casos estudados.
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
O método de inspeção utilizado pelos autores apresenta
um desempenho muito satisfatório. Foi possível atingir TÉCNICAS. NBR 15.575. Desempenho de edificações
todos os objetivos propostos para este trabalho e habitacionais – Procedimento. 2015.
fornecer subsídios para a definição de ações de
manutenção preventiva e corretiva em trabalhos BRAUWERS, R. W.; BANDEIRA, F. I.;
futuros. Olhando para os diferentes resultados obtidos RODRIGUES, P. C. Patologias e a relação com a
para os dois edifícios, pode-se concluir que o método durabilidade. Salão do Conhecimento – Seminário de
utilizado durante a fase de recolha de dados um grande Iniciação Científica. Unijuí. 2017.
impacto nos resultados encontrados.
Ao analisar os mecanismos que leva à patologia, CBIC - Câmara Braisleira da Industria da Construção.
percebe-se que existem problemas de comunicação Fortaleza: Gadioli Cipolla Comunicação, 2020, 308p.
entre as várias etapas. As falhas ocorrem devido a erros 2010.
de projetos, seleção incorreta de material, execução
defeituosa ou manutenção insuficiente. Desta forma, CAMPANTE, E. F. Metodologia de diagnóstico,
necessário controlar todas essas etapas e ter uma recuperação e prevenção de manifestações patológicas
comunicação efetiva entre elas, para que todas as em revestimentos cerâmicos de fachada. Tese
decisões sejam compatíveis, para encontrar a melhor (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade de
solução para a fachada, levando em consideração as
São Paulo. São Paulo, 2001.
condições do local e os agentes degenerados.
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