Livro Anatomia - Unip
Livro Anatomia - Unip
Livro Anatomia - Unip
Professor adjunto da Universidade Paulista – UNIP, com especialização e mestrado na área de Morfologia pela
Universidade de São Paulo – USP. Líder de Anatomia do curso de Educação Física da Universidade Paulista – UNIP.
Cirurgião titular do Hospital do Servidor Público Estadual – HSPE.
Fábio Prosdócimi
Professor titular de Anatomia da Universidade Paulista – UNIP (desde 2004), com especialização, mestrado e
doutorado na área de Morfologia pela Universidade de São Paulo – USP e pós‑doutorado na área de Biologia Molecular
pela Fundação Medicina do ABC‑SP.
Thiago Aloia
Professor titular de Anatomia da Universidade Paulista – UNIP (desde 2013), com especialização, mestrado e
doutorado na área de Morfologia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ da Universidade de São
Paulo – USP e pós‑doutorado na área de Neuroimunomodulação pela mesma instituição. Pesquisador associado pelo
Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein de São Paulo.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Aline Ricciardi
Lucas Ricardi
Sumário
Anatomia
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................9
1.1 Sobre a anatomia humana................................................................................................................ 10
1.2 Divisão do corpo humano................................................................................................................. 11
1.3 Posição anatômica................................................................................................................................ 12
1.4 Terminologia anatômica..................................................................................................................... 13
1.5 Termos de direção................................................................................................................................. 13
1.6 Termos regionais.................................................................................................................................... 14
2 PLANOS DE ESTUDO........................................................................................................................................ 14
2.1 Planos de delimitação do corpo humano................................................................................... 14
2.2 Planos de secção do corpo humano.............................................................................................. 17
2.3 Eixos do corpo humano...................................................................................................................... 17
2.4 Termos de posição e direção............................................................................................................. 19
2.5 Planos e secções (cortes) no corpo................................................................................................ 19
2.6 Regiões do corpo................................................................................................................................... 20
2.6.1 Por regiões.................................................................................................................................................. 20
2.7 Cavidades do corpo.............................................................................................................................. 21
3 SISTEMA ESQUELÉTICO.................................................................................................................................. 22
3.1 Introdução................................................................................................................................................ 22
3.2 Funções do esqueleto.......................................................................................................................... 23
3.3 Divisão do esqueleto............................................................................................................................ 25
3.4 Número de ossos................................................................................................................................... 27
3.5 Tipos de ossos: classificação morfológica................................................................................... 28
3.6 Estrutura dos ossos............................................................................................................................... 32
3.7 Periósteo................................................................................................................................................... 33
4 MINIATLAS DE OSTEOLOGIA........................................................................................................................ 34
Unidade II
5 SISTEMA ARTICULAR....................................................................................................................................... 49
5.1 Classificação............................................................................................................................................ 49
5.1.1 Articulações fibrosas............................................................................................................................... 49
5.1.2 Articulações cartilaginosas.................................................................................................................. 52
5.1.3 Articulações sinoviais............................................................................................................................. 53
5.2 Miniatlas de artrologia........................................................................................................................ 58
6 SISTEMA MUSCULAR...................................................................................................................................... 61
6.1 Tipos de músculos................................................................................................................................. 61
6.2 Anatomia do músculo estriado esquelético............................................................................... 62
6.2.1 Anatomia microscópica......................................................................................................................... 62
6.2.2 Anatomia macroscópica....................................................................................................................... 63
6.3 Origem e inserção................................................................................................................................. 63
6.3.1 Classificação............................................................................................................................................... 63
6.4 Análise funcional................................................................................................................................... 70
6.5 Lista dos principais músculos........................................................................................................... 71
6.6 Miniatlas de miologia........................................................................................................................104
Unidade III
7 CONCEITO GERAL E FUNCIONAL DA NEUROANATOMIA................................................................123
7.1 Embriologia: divisões e organização geral do sistema nervoso.......................................124
7.1.1 Divisões e organização geral do sistema nervoso................................................................... 126
7.1.2 Tecido nervoso: neurônios, sinapses, neuróglia, fibras nervosas....................................... 130
7.2 Sinapses nervosas...............................................................................................................................132
7.2.1 Sinapses elétricas.................................................................................................................................. 133
7.2.2 Sinapse química.................................................................................................................................... 133
7.2.3 Neuróglia.................................................................................................................................................. 136
7.2.4 Fibras nervosas....................................................................................................................................... 138
8 CONCEITO E DESCRIÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL.........................................................143
8.1 Meninges e líquor...............................................................................................................................144
8.2 Tronco encefálico................................................................................................................................150
8.3 Diencéfalo..............................................................................................................................................151
8.4 Telencéfalo.............................................................................................................................................153
8.5 Cerebelo..................................................................................................................................................158
8.6 Conceito e descrição do sistema nervoso periférico: nervos espinais e cranianos.............. 161
8.6.1 Nervos espinais.......................................................................................................................................161
8.6.2 Nervos cranianos.................................................................................................................................. 166
8.7 Sistema nervoso autônomo (SNA): conceitos, divisões, considerações
anatômicas e fisiológicas.........................................................................................................................167
8.8 Terminologia, localização e reconhecimento na prática.....................................................175
APRESENTAÇÃO
Todo início de uma obra didática visa, essencialmente, conduzir uma linha de pensamento acerca
de um assunto específico. A área da saúde, um dos pilares da sociedade moderna, norteia‑se pelo
conhecimento do corpo humano. Assim, uma base sólida de conceitos fornece o substrato adequado
para um futuro profissional na saúde.
Partindo dessa premissa, um grupo de professores com experiência nessa área dedicou‑se a elaborar
um texto, ao mesmo tempo, simples de ser lido e extenso o suficiente para abordar todo o volume básico
necessário para a compreensão de como o corpo humano se apresenta.
Com uma melhor visão de como o corpo humano é composto, o futuro profissional da área
de Educação Física terá capacitação para responsabilizar‑se pelo bem‑estar proporcionado pela
correta prática de atividades físicas, visando a diferentes finalidades, incluindo aquelas como
treinamentos individualizados, coletivos, específicos e generalizados. Associado ao aprendizado
virtual, realizado adequadamente, essa obra visa permitir ao aluno interessado em conhecer e
compreender a importância da Anatomia no contexto da prática da profissão aplicar esses
conhecimentos na prática da profissão em seus múltiplos momentos de aplicabilidade teórica e
prática; identificar fundamentos e conceitos anatômicos e reconhecer estruturas anatômicas para
um melhor desempenho profissional e, ainda, elaborar, com fundamentos científicos, metodologias
adequadas às exigências das mais diferentes situações.
INTRODUÇÃO
Desse modo, aquilo que pessoas de diferentes culturas aplicam apresenta conformidade universal.
Na sequência, os sistemas esquelético, articular e muscular são expostos de modo didático, facilitando
assim a compreensão do aparelho locomotor, composto justamente por esses três sistemas. Nesse
aparelho locomotor, os sistemas esquelético e articular mostram‑se como elementos passivos, e o
sistema muscular apresenta‑se como o elemento ativo do movimento voluntário. Os autores expõem
alguns miniatlas que, associados às figuras dispostas ao longo do texto, permitem uma excelente
descrição das principais estruturas que formam o nosso corpo. Na sequência, o tema abordado será o
sistema nervoso, principal sistema orgânico, uma vez que controla todas as funções. Nele, elementos
celulares, teciduais e órgãos nervosos são dispostos de modo didaticamente acessível ao estudante.
Assim, após um estudo dedicado, você será capaz de descrever a posição anatômica; aprender conceitos
gerais e específicos de anatomia humana; empregar corretamente a terminologia anatômica; descrever
os planos de delimitação do corpo, assim como os planos de secção; identificar as estruturas anatômicas
do sistema locomotor; identificar os elementos anatômicos dos sistemas ósseo, articular e muscular,
assim como do sistema nervoso, permitindo assim a aplicação correta no desempenho da profissão de
professor de Educação Física; descrever a localização das estruturas que compõem os sistemas ósseo,
7
articular e muscular; identificar as estruturas macroscópicas que compõem os sistemas: ósseo, articular
e muscular e ainda o sistema nervoso, assim como relacionar estruturas anatômicas com os sistemas de
que participam.
8
ANATOMIA
Unidade I
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E SISTEMA ESQUELÉTICO
1 INTRODUÇÃO
Anatomia, do grego ana (= em partes) e tomein (= cortar), é a ciência que estuda de forma
macroscópica (suficientemente grande para ser observado a olho nu) e microscopicamente (impossível
de ser visto a olho nu) a estrutura e a organização interna e externa do seres vivos.
A anatomia clássica estudava a organização interna dos seres vivos, prática que se concretizava
através de métodos precisos de corte e dissecação de cadáveres, com intuito de descrever as suas
estruturas e organização.
Karl Von Rokitansky (1804‑1878) nasceu na Áustria e foi um médico patologista que supervisionou
cerca de 70.000 necropsias, executando 30.000 delas no Instituto de Patologia em Viena. Sua técnica
de necropsia é utilizada até hoje: a técnica Rokitansky. Certa vez, elaborou um poema sobre a necropsia
chamado Oração ao Cadáver Desconhecido:
Esse poema nos remete ao fato de que o cadáver malcheiroso que nos serviu e ainda serve como
base de todo o conhecimento anatômico um dia foi cheio de movimento e compartilhou as emoções e
sentimentos de uma vida em sociedade. Temos relatos antigos de do grego Teofrasto (287 a. C.), discípulo
de Aristóteles (filósofo grego). Alcméon, na Grécia, lutando contra o tabu que envolvia o estudo do corpo
humano, realizou pesquisas anatômicas já no século VI a.C., por isso muitos consideram‑no o pai da
Anatomia. Na Idade Média, os preconceitos morais e religiosos, que consideravam pecado a dissecação
de cadáveres, retardaram o aparecimento de uma anatomia científica. O Renascimento favoreceu o
progresso dos estudos anatômicos.
9
Unidade I
Figura 1
Observação
Após esse breve relato da história da anatomia humana, poderemos começar a entendê‑la, pois seu
estudo exige dedicação. Teremos um longo tempo juntos nesta caminhada do conhecimento do corpo
humano e seus detalhes.
Para iniciarmos o estudo do corpo humano, temos que aprender como ele é organizado e como
funciona, para entender o que acontece com o corpo quando é ferido, está doente, é submetido a
estresse elevado ou quando está em movimento. Primeiramente, é preciso ter um entendimento básico
de como o corpo é organizado, de como suas diferentes partes funcionam e das várias condições que
afetarão o seu funcionamento. Vamos começar pelos níveis de formação que o corpo humano apresenta.
Comecemos pelo nível químico, que inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter a vida.
Essas substâncias são constituídas de átomos, a menor unidade da matéria, e alguns deles, como carbono (C),
hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), cálcio (Ca), potássio (K) e sódio (Na), são essenciais. Iremos observar
que essas substâncias estão contidas em nosso planeta ou em torno dele. Continuando nosso estudo, vamos
misturar estes elementos químicos e acrescentar a vida; assim, temos as células, que são as unidades estruturais
e funcionais básicas de um organismo. Entre os muitos tipos de células existentes no corpo humano, podemos
citar as células musculares, nervosas e sanguíneas, cada uma tendo suas funções e características próprias.
10
ANATOMIA
Nessa caminhada pelos níveis estruturais de formação do corpo humano, vamos acrescentar os tecidos, que
são grupos de células semelhantes e que, juntas, realizam uma função particular. Os quatro tipos básicos de
tecido são: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
Falamos em organismo humano. Qual seria sua formação? É composto de dois ou mais tecidos
diferentes, têm funções específicas e apresentam forma reconhecível, por exemplo: coração, fígado e
pulmões. E, para terminarmos a formação básica do corpo humano, vamos completar com os sistemas
do corpo, que consistem de órgãos relacionados que desempenham uma função comum, por exemplo:
sistema digestório, sistema sanguíneo.
Cabeça
Pescoço
Membro inferior
Figura 3
Na Anatomia, como em todas as áreas estudadas, existem linguagens próprias, portanto também
foi criada uma nomenclatura anatômica internacional. Além disso, há uma convenção de que as
descrições do corpo humano consideram que o corpo esteja em uma posição específica, chamada
“posição anatômica”. Nessa posição, o indivíduo está de pé, ereto, de frente para o observador, com
os membros superiores (extremidades) posicionados lateralmente, as palmas das mãos voltadas
para frente e os pés apoiados no chão, ou seja, olhamos um corpo humano sempre de frente, não
importando a posição dele no ambiente. A partir dessa posição, podemos identificar a posição de
qualquer estrutura no corpo humano.
Figura 4
12
ANATOMIA
Observação
Cada ramo da ciência desenvolveu sua própria terminologia especial, e a Anatomia não é exceção.
Houve mudanças ao longo do tempo – aqui, ela está atualizada. Um número relativamente grande
dos termos usados originou‑se séculos atrás, de raízes gregas ou latinas. Embora esses termos possam
ser assustadores, eles são totalmente absorvidos se forem compreendidas suas raízes. Citando alguns
exemplos: radial refere‑se a um osso do antebraço, e braqui refere‑se ao braço. Assim, o músculo
braquiorradial estende‑se do braço até o antebraço. Se pudermos entender e conhecer os termos
usados ao longo dos estudos anatômicos, a Anatomia será naturalmente assimilada. Os prefixos e sufixos
serão um auxiliar valioso no entendimento dos termos anatômicos.
A partir da posição anatômica estipulada, definimos posições de direção, pois toda estrutura corpórea
apresenta uma direção que ajudará a localização desta e de outras estruturas corporais, umas em relação às
outras, entendendo a posição relativa entre essas várias estruturas. Por essa razão, é essencial familiarizar‑se
com os termos que são usados para descrever essas relações. Se o corpo estiver posicionado de costas, com
a face para cima, está na posição de supinação. Se estiver posicionado horizontalmente, com a face para
baixo, está na posição de pronação. Essa relação acontece com outras várias estruturas do corpo, cada
uma sendo diferente nessas posições. Com o intuito de que a comunicação em Anatomia seja realizada, o
corpo deve ser considerado numa posição padronizada para que as relações entre as estruturas mostrem‑se
bem claras e coerentes. As figuras a seguir melhoram a visualização em relação aos termos de direção.
Superior Cranial
Axial
Lateral
Inferior
Podálico
Figura 5
13
Unidade I
Para que o nosso estudo em relação à anatomia do corpo humano possa ser mais completo,
adicionamos aos termos de direção frequentemente usados e que referem‑se às áreas específicas do
corpo: cefálica (crânio), cervical (posterior nuca), torácica (posterior dorso), lombar, sacral (anterior
pelve), palmar (dorso da mão), plantar (dorsal do pé, superior do pé), braço, antebraço, coxa e perna.
Entre o braço e o antebraço, há o cotovelo; entre o antebraço e a mão, há o punho; entre a coxa e a
perna, há o joelho; e entre a perna e o pé, há o tornozelo.
Cefálica
Pescoço
Torácica
Cotovelo
Pelve
Palmar
Joelho
Pé Tornozelo
Plantar
Figura 6
2 PLANOS DE ESTUDO
Veja como é importante a posição anatômica. A partir dessa posição, o corpo pode ser delimitado
por planos que o tangenciam em sua superfície, os quais, com suas intersecções, vão determinar uma
compacta imagem geométrica comparável a uma caixa retangular. Assim, para as faces desta compacta
imagem, os seguintes planos correspondem:
14
ANATOMIA
Figura 7
• Dois planos verticais, um tangente ao ventre, plano ventral ou anterior, e outro, ao dorso ou
posterior. São designados paralelos ou planos frontais, por serem paralelos à fronte (face).
Cefálico
Ventral
Anterior Posterior
Dorsal
Figura 8
• Dois planos verticais tangentes aos lados do corpo: planos laterais direito e esquerdo.
15
Unidade I
• Dois planos horizontais, um tangente à cabeça, plano cranial ou superior, e outro à planta dos
pés, plano podálico (de podos = pés) ou inferior.
16
ANATOMIA
Podemos traçar planos de secção no corpo humano dividindo em metades iguais e desiguais. O
plano que divide o corpo humano em metades direita e esquerda é denominado mediano, e toda
secção do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital. Os planos que são
paralelos aos planos ventral e dorsal são chamados de frontais, e a secção é denominada frontal.
Os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são horizontais, e a
secção é chamada transversal.
Figura 11
Eixos do corpo humano são linhas imaginárias traçadas no corpo considerado colocado no
paralelepípedo. Os eixos principais seguem três direções ortogonais:
• Eixo sagital, anteroposterior, unindo o centro do plano ventral ao centro do plano dorsal. Suas
extremidades tocam em porções não correspondentes do corpo.
17
Unidade I
• Eixo longitudinal, crânio‑caudal (podálico), unindo o centro do plano cranial ao centro do plano
podálico.
• Eixo transversal, látero‑lateral, unindo o centro do plano lateral direito ao centro do plano lateral
esquerdo.
18
ANATOMIA
O estudo das formas dos órgãos vale‑se, geralmente, da comparação geométrica. Assim,
conforme os órgãos são descritos, margens, extremidades, ângulos e faces são designados de
acordo com os correspondentes planos para os quais estão voltados. Por exemplo: uma face que
está voltada para o plano de um dos lados é lateral. Uma face que está voltada para o plano
mediano é medial. Dentro desse contexto, a posição dos órgãos é indicada em função desses
planos. Um órgão próximo ao plano mediano é medial ou se acha medialmente em relação a
outro que fica lateralmente, ou seja, mais perto do plano lateral direito ou esquerdo.
O corpo humano pode ser descrito em termos de planos (superfícies planas imaginárias)
que o atravessam. Podemos descrever o plano sagital, que divide o corpo em lados direito e
esquerdo. Um plano sagital mediano passa através da linha mediana do corpo, dividindo‑o em
dois lados iguais: direito e esquerdo. Um plano parassagital (para = perto) não atravessa o
corpo na sua linha mediana, dividindo o corpo em porções desiguais: direita e esquerda. Um
plano frontal (coronal) divide o corpo em porções anterior (fronte) e posterior (dorso). Um
plano transversal (horizontal) divide o corpo em porções superior e inferior. Um plano oblíquo
atravessa o corpo ou um órgão em um ângulo entre o plano transversal e os planos sagital
mediano, parassagital (sagital paramediano) ou frontal.
19
Unidade I
Observação
Para uma melhor localização dos órgãos, a cavidade abdominopélvica é dividida em nove
regiões, também podendo ser dividida em quadrantes (quad = quarta parte), delimitada por uma
linha vertical e uma linha horizontal que atravessam o umbigo. Essas duas linhas dividem o abdome
em um quadrante superior direito, um quadrante superior esquerdo, um quadrante inferior
direito e um quadrante inferior esquerdo. A diferença entre divisões por quadrantes e regiões fica
por conta da adequação. A divisão por regiões é mais utilizada para estudos anatômicos, enquanto
por quadrantes é mais adequada para localização de sítios de dor.
Traçam‑se dois planos verticais que passam pelo meio das clavículas; em seguida, dois planos
horizontais que passam logo abaixo do final da caixa torácica e pela parte superior dos ossos do quadril
(cristas ilíacas):
• Epigástrica (epi = acima de ou sobre; gástrica = referente ao estômago): ou seja, está superior à
região mediana, superiormente à umbilical. Como o nome indica, a maior parte do estômago está
nessa região.
• Ilíaca (inguinal): regiões de cada lado da hipogástrica. O nome é derivado do osso ilíaco, que
forma o limite lateral dessas regiões. Podem ser referidas como regiões inguinais, que formam a
dobra da virilha.
20
ANATOMIA
Epigástrica
O corpo humano tem espaços (cavidades) que contêm os órgãos internos. Essas cavidades ajudam
a proteger, isolar e sustentar os órgãos internos. Duas principais cavidades formam o corpo: cavidade
dorsal e cavidade ventral, sendo que a cavidade dorsal localiza‑se próximo à superfície posterior ou
dorsal do corpo, composta por uma cavidade craniana, que é formada pelos ossos do crânio contendo
o encéfalo e suas membranas (meninges), e por um canal vertebral, formado pelas vértebras da coluna
vertebral, abrangendo, no seu interior, a medula espinhal e suas membranas (meninges), como também
o começo (raízes) dos nervos espinhais.
A cavidade ventral localiza‑se na porção anterior ou ventral (frontal) do corpo e contém órgãos
denominados coletivamente de vísceras. Como a cavidade dorsal, a cavidade ventral do corpo apresenta
duas subdivisões, sendo uma denominada cavidade torácica (porção superior) e outra chamada
cavidade abdominopélvica (inferior). O diafragma (diaphragma = partição ou parede), importante
músculo da respiração em forma de domo, separa essas cavidades. A cavidade torácica contém duas
cavidades pleurais ao redor de cada pulmão, e a cavidade pericárdica (peri = em volta; cardi =
coração), espaço em torno do coração.
O mediastino (medias = meio; stare = parar, estar) localizado na cavidade torácica, contém todas
as estruturas na cavidade torácica, exceto os próprios pulmões. Entre as estruturas localizadas no
mediastino estão o coração, o timo, o esôfago, a traqueia e grandes vasos sanguíneos.
A cavidade abdominopélvica está dividida em duas porções, embora nenhuma estrutura específica
as separem. A porção superior (cavidade abdominal) contém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula
biliar, o pâncreas, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso. A porção inferior (cavidade
pélvica) contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos genitais internos.
21
Unidade I
Figura 16
Saiba mais
<www.sbanatomia.org.br>.
3 SISTEMA ESQUELÉTICO
3.1 Introdução
O esqueleto humano é um endoesqueleto, ou seja, situa‑se entre os tecidos moles do corpo; é uma
estrutura com metabolismo intenso, capaz de desenvolver‑se, adaptar‑se e reparar‑se; difere muito do
exoesqueleto dos artrópodes, tais como besouros e camarões de água doce, uma vez que o exoesqueleto
desses animais não é uma estrutura viva. Tais animais devem desprender sua estrutura esquelética e
formar uma nova, maior que a anterior, para continuar desenvolvendo‑se.
O esqueleto consiste de um conjunto de ossos e cartilagens que se articulam para formar o arcabouço
do corpo do animal e desempenhar várias funções; já os ossos são definidos como peças rijas, de número,
coloração e forma variáveis e que, em conjunto, constituem o esqueleto.
22
ANATOMIA
Uma das funções do esqueleto é a proteção contra traumas externos, uma vez que propicia a
situação de uma estrutura rígida revestir ou circundar estruturas internas compostas por tecido mole.
Exemplo: encéfalo, na cavidade craniana; medula espinal, no canal vertebral; coração e pulmões, na
cavidade torácica etc.
A B
Figura 17
A sustentação e conformação do corpo atuam como arcabouço do corpo, dando suporte aos
tecidos moles e propiciando fixação para a maioria dos músculos estriados esqueléticos do corpo.
Figura 18
23
Unidade I
Outra função é o movimento (sistema de alavancas) devido ao fato de muitos músculos estriados
esqueléticos estarem unidos ao esqueleto e se relacionarem por articulações móveis, o esqueleto
desempenha um papel importante na determinação do tipo e extensão do movimento que o corpo é
capaz de realizar. Os ossos transformam as contrações musculares em movimento e também aumentam
as forças geradas pelas contrações.
Figura 19
A reserva de minerais, como cálcio, fósforo, sódio e potássio, compõe o tecido ósseo. Estes minerais
podem ser utilizados e distribuídos pelos vasos sanguíneos para outras regiões segundo as necessidades
do organismo – por exemplo, durante a gestação, uma parte do cálcio utilizado pelo feto é obtido
diretamente do esqueleto da mãe.
24
ANATOMIA
Figura 20
• Axial: ossos relacionados ao longo do eixo do corpo, na cabeça, pescoço e tronco, totalizando
80 ossos. Localizam-se:
— na cabeça;
— no pescoço;
— na coluna vertebral;
— no tórax.
25
Unidade I
A B
Figura 21
• Apendicular: formada por ossos dos membros superiores e inferiores e unindo os dois esqueletos,
as cinturas (ou cíngulos ou raízes), totalizando 114 ossos. Localizam-se:
A B
Figura 22
26
ANATOMIA
Entretanto, o esqueleto apendicular é unido ao esqueleto axial por meio dos cíngulos, totalizando
seis ossos:
No indivíduo adulto, o número total de ossos é 206; todavia, alguns fatores podem alterar esse número:
Figura 23
• Fatores individuais: em alguns indivíduos, pode haver persistência da divisão do osso frontal no
adulto (a persistência dos dois ossos no indivíduo adulto indica a presença da sutura metópica,
assim, nesse caso, o indivíduo passa a apresentar 207 ossos) e a presença de ossos extranumerários,
como no caso da polidactilia, ou ainda ausência de ossos, como no caso de indivíduos que se
apresentam sem um membro.
27
Unidade I
Figura 24
• Critérios de contagem: os anatomistas utilizam às vezes critérios pessoais para a contagem dos
ossos; consideram ou não a patela, os ossículos da orelha média (martelo, estribo e bigorna) etc.
Figura 25
Os ossos longos são quando o comprimento excede a largura e espessura. Por exemplo: rádio, ulna,
úmero, fêmur, tíbia, fíbula, metacarpais e metatarsais, falanges etc. As principais características é que
possuem um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises proximal e distal), normalmente compondo
uma articulação e um canal medular.
28
ANATOMIA
Figura 26
Os ossos alongados são quando o comprimento excede a largura e a espessura, porém não têm
canal medular. Por exemplo: costelas e clavícula.
Figura 27
Os ossos curtos apresentam as três dimensões aproximadamente iguais. Por exemplo: ossos do
carpo e tarso, patela.
29
Unidade I
Figura 28
Os sesamoides são um tipo de osso curto, situado geralmente no interior de um músculo estriado
esquelético (no tendão) ou observado ao redor de algumas articulações sinoviais (nas cápsulas articulares,
geralmente nas articulações interfalângicas). Por exemplo: patela.
Figura 29
O plano tem comprimento e largura equivalentes, predominando sobre a espessura. Tem duas
camadas de osso compacto com uma camada média de osso esponjoso e medula óssea. Além disso, não
apresenta canal medular. Por exemplo: esterno, escápula, frontal, parietal, occipital etc.
30
ANATOMIA
Figura 30
O osso irregular apresenta morfologia complexa, que não encontra correspondência em formas
geométricas conhecidas. Por exemplo: vértebras, osso do quadril, esfenoide, temporal.
Figura 31
Os ossos pneumáticos são aqueles que contêm cavidades ou seios revestidos por mucosa e
preenchidos por ar. Por exemplo: maxila, frontal, esfenoide e etmoide.
31
Unidade I
Figura 32
Substância óssea
A substância óssea pode ser compacta, formada por trabéculas ósseas imediatamente aplicadas
umas às outras sem cavidades, ou esponjosa, formada por lâminas de diferentes orientações que
entram em contato apenas em certos pontos, deixando entre si um sistema de pequenas cavidades, nas
quais acumula‑se medula óssea. Apresenta‑se com o aspecto de esponja.
Figura 33
Medula óssea
32
ANATOMIA
função é contribuir juntamente com outros órgãos para a formação de células do sangue. Apresenta‑se
vermelha (medula óssea rubra) e amarela (medula óssea flava).
• Medula óssea vermelha: ocupa todas as cavidades dos ossos do feto; no adulto, encontra‑se no
interior do esterno, vértebras, costelas, ossos do quadril e epífises de alguns ossos longos.
• Medula óssea amarela: ocupa quase a totalidade das cavidades ósseas do adulto, principalmente
no canal medular dos ossos longos. Composta por tecido adiposo, sem a propriedade de produzir
células sanguíneas.
Figura 34
Saiba mais
<www.ameo.org.br>.
3.7 Periósteo
Os ossos são revestidos externamente em toda extensão, exceto nas superfícies articulares,
por uma membrana fibrocelular com aspecto esbranquiçado, sendo sua espessura proporcional às
dimensões ósseas.
33
Unidade I
Apresenta duas camadas: uma superficial, fibrosa, externa, bastante resistente, por meio do
qual os tendões e ligamentos se fixam nos ossos, e uma profunda, interna, celular, a camada
osteogênica, responsável pelo crescimento em espessura do osso e pela reparação óssea em caso
de fraturas ou fissuras.
Figura 35
Observação
4 MINIATLAS DE OSTEOLOGIA
Figura 36
34
ANATOMIA
Figura 37
Figura 38
Figura 39
35
Unidade I
Figura 40
Figura 41
36
ANATOMIA
Figura 42
Figura 43
37
Unidade I
Figura 44
Figura 45
Figura 46
38
ANATOMIA
Figura 47
Figura 48
Figura 49
39
Unidade I
Figura 50
Figura 51
40
ANATOMIA
Figura 52
Figura 53
41
Unidade I
Figura 54
Figura 55
42
ANATOMIA
Figura 56
Figura 57
Figura 58
43
Unidade I
Figura 59
Figura 60
44
ANATOMIA
Resumo
Com isso, esperamos que a leitura tenha sido fornecedora de uma base
que o levará ao conhecimento sobre aquilo que é fundamental a todos: o
nosso próprio corpo!
45
Unidade I
Exercícios
Questão 1. Observe a figura que representa as regiões de um osso longo e analise as afirmativas:
Figura
É(são) verdadeira(s):
D) Apenas a afirmativa I.
E) Todas as afirmativas.
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a medula óssea vermelha está presente nos fetos, em quase todos os seus ossos, e
essa quantidade de hemocitoblastos vai diminuindo conforme aumenta a idade do indivíduo, sendo
substituída por células adiposas. Modificando a cor da medula de vermelha para amarela, já não é
produzido mais sangue, servindo como depósito de gordura. A produção de sangue se concentra na
extremidade dos ossos.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a epífise é a parte de um osso longo que se desenvolve por um centro de ossificação
diferente do corpo do osso e que dele é separado por uma camada de cartilagem.
Justificativa: o periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo denso, muito fibroso, que reveste
a superfície externa da diáfise, fixando‑se firmemente a toda a superfície externa do osso, exceto à
cartilagem articular.
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: a medula óssea vermelha apenas permanece ativa principalmente nas costelas, no
esterno, nas vértebras, nos ossos do crânio, na pélvis e nas partes distais dos ossos longos (fémur, úmero).
47
Unidade I
Figura
48
ANATOMIA
Unidade II
SISTEMA ARTICULAR E SISTEMA MUSCULAR
5 SISTEMA ARTICULAR
Uma articulação, por definição, é a união entre quaisquer partes rígidas do esqueleto, quer
sejam ossos, dentes ou cartilagens.
5.1 Classificação
Podemos classificar as articulações de acordo com uma série de critérios, como: embriológico,
volume, movimento e tecido interposto.
De acordo com o tipo de tecido interposto, as articulações podem ser classificadas como: fibrosas,
cartilaginosas ou sinoviais.
Nessas articulações, os ossos são unidos por tecido conjuntivo fibroso, apresentando‑se de modo diferenciado.
Suturas
As suturas são as articulações em que os ossos se articulam através de pequena quantidade de tecido
fibroso, com pouca ou nenhuma mobilidade; são encontradas exclusivamente entre alguns dos ossos
do crânio. De acordo com suas superfícies de contato, ou seja, as superfícies rígidas que entrarão em
contato, classificam‑se em:
• Planas: as superfícies que entrarão em contato são aproximadamente planas. Por exemplo:
sutura internasal.
Figura 61
49
Unidade II
• Serrátil: as superfícies que entrarão em contato apresentam‑se com aspecto semelhante aos
dentes de uma serra. Por exemplo: sutura sagital.
Figura 62
• Escamosa: as superfícies que entrarão em contato estão sobrepondo‑se entre si. Por exemplo:
sutura escamosa.
Figura 63
Figura 64
50
ANATOMIA
Observação
Sindesmose
Sindesmoses são articulações nas quais os ossos se relacionam à distância, através de tecido
conjuntivo fibroso, como a membrana interóssea da perna ou do antebraço, com razoável elasticidade.
Por exemplo: articulação tibiofibular distal.
A B
Figura 65
Gonfose
Gonfose é uma articulação dentoalveolar, com organização de tecido fibroso entre as raízes dos
dentes e seus respectivos alvéolos. Deriva do grego gonphos, que significa prego.
Figura 66
51
Unidade II
Observação
Sincondrose
Sincondroses são articulações em que os ossos se unem através de cartilagem hialina. Podem ser:
• Intraóssea: observada entre as epífises (proximal e distal) e a diáfise dos ossos longos, em que a
cartilagem epifisária, com o desenvolvimento e sob a atuação de diversos hormônios, é substituída
por osso, na fase adulta. Por exemplo: rádio.
Figura 67
• Interóssea: envolve dois ossos distintos, podendo ser temporária (a maioria observada na base
do crânio), como a articulação esfenooccipital, entre o osso occipital e o osso esfenoide; ou
permanente, como as sincondroses entre o osso esterno e as costelas (articulações esternocostais).
Figura 68
52
ANATOMIA
Observação
Sínfise
Sínfeses são articulações semimóveis, em que os ossos se articulam por tecido fibrocartilaginoso. Por
exemplo: sínfise púbica, sínfise intervertebral e sínfise manubrioesternal (durante o desenvolvimento
da mandíbula, é unida por uma sínfise mediana). Entretanto, essa articulação torna‑se completamente
ossificada na idade adulta).
Figura 69
Essas articulações, móveis, não se apresentam articuladas através de um tecido conjuntivo, mas sim
por meio de um líquido denominado sinovial ou sinóvia.
Elementos essenciais:
Figura 70
53
Unidade II
• Cartilagem articular: as superfícies articulares são revestidas por uma camada de cartilagem
hialina (exceção ATM → fibrocartilagem), tecido avascular que se nutre por embebição, com
espessura variável, sendo sua superfície lisa, permitindo o deslizamento.
Figura 71
• Cápsula articular: tecido de natureza fibrosa, que envolve a articulação, inserindo‑se pelas
suas extremidades aos ossos. A face interna ou articular da cápsula está revestida por uma fina
membrana, a chamada membrana sinovial.
Figura 72
• Membrana sinovial: tecido conjuntivo frouxo, vascular, que reveste a superfície interna da
cápsula e é responsável pela formação do líquido sinovial. A função do líquido sinovial é nutrir as
cartilagens articulares e permitir sua lubrificação, além de servir como elemento amortecedor.
• Cavidade articular: espaço entre as superfícies articulares preenchido pelo líquido sinovial.
• Líquido sinovial: substância com aspecto e coloração semelhantes ao de uma clara crua de ovo
que preenche a cavidade articular.
Elementos acessórios:
• Ligamentos: como a cápsula, são espessamentos de fibras colágenas (tecido conjuntivo denso
fibroso) que desempenham papel importante na manutenção da posição dos ossos que se
articulam e, ao mesmo tempo, que limitam movimentos considerados normais e em planos
indesejáveis. Podem ser intra‑articulares, extracapsulares ou capsulares.
54
ANATOMIA
A B
Figura 73
Figura 74
• Menisco articular: estruturas semilunares de fibrocartilagem que fixam‑se pela sua periferia
à cápsula articular, permitindo que as superfícies articulares entrem em contato somente pela
porção central, tornando as superfícies mais congruentes. Por exemplo: articulação do joelho.
Figura 75
• Bolsa sinovial: bursa, em latim, estruturas preenchidas por líquido sinovial, com a função de
diminuição do atrito entre estruturas ósseas durante movimentos.
• Bainha dos tendões: estruturas preenchidas por líquido sinovial que envolvem alguns tendões
de músculos estriados esqueléticos com a finalidade de diminuição de atrito entre os tendões e as
estruturas ósseas.
55
Unidade II
Figura 76
• Lábio articular: estruturas que circundam cavidades ósseas rasas, tornando‑as mais profundas,
permitindo maior estabilidade em articulações esferoides, como a do ombro e do quadril.
Figura 77
As articulações sinoviais podem ser classificadas de acordo com a forma e tipos de movimentos das
superfícies articulares. A forma geométrica das superfícies articulares determina a nomenclatura, o tipo
e a amplitude de movimentos da articulação sinovial:
• Plana: apresenta uma superfície articular plana ou ligeiramente curva, sendo seus movimentos
considerados de deslizamento de um osso sobre o outro. Por exemplo: articulações intercárpicas.
Figura 78
• Gínglimo: articulações que realizam movimentos de extensão e flexão. Por exemplo: articulação
úmero‑ulnar, articulação interfalângica, articulação do joelho.
56
ANATOMIA
Figura 79
• Articulação trocoide: realiza movimentos de rotação ao redor do eixo longitudinal do osso. Por
exemplo: articulação radioulnar proximal, articulação atlantoaxial mediana.
Figura 80
Figura 81
• Articulação selar: a superfície articular de cada osso é côncava numa direção e convexa na
outra. Desse modo, relacionam‑se como duas selas cujas superfícies giram em torno de 90° e se
colocam uma contra outra – movimentos de flexão, extensão, abdução, adução e circundução.
Por exemplo: a única selar verdadeira do corpo é a articulação do polegar.
Figura 82
57
Unidade II
• Articulação esferoide: são formadas por uma cabeça esférica de um osso contrapondo‑se a
uma cavidade em forma de taça de outro; realizam movimentos de flexão, extensão, abdução,
adução, além de realizar movimentos de rotação medial e lateral. Por exemplo: há somente duas
articulações esferoides no corpo – ombro e quadril.
Figura 83
As articulações sinoviais podem ainda ser classificadas de acordo com o número de eixos de
movimento que apresentam. Desse modo, podem ser:
Figura 84
58
ANATOMIA
A B
Figura 85
Figura 86
59
Unidade II
Figura 87
Figura 88
A B
Figura 89
60
ANATOMIA
6 SISTEMA MUSCULAR
Reagir em resposta a uma modificação do meio ambiente constitui uma das propriedades
fundamentais do animal. Desse modo, uma ameba (ser unicelular), em contato com uma agressão,
contrai‑se no ponto de estímulo e emite um prolongamento do citoplasma no ponto oposto àquele que
foi estimulado (pseudópodo), determinando um movimento. A ameba, sendo unicelular, realiza com
uma única célula as funções de absorção, respiração, excreção e movimentação. Entretanto, em seres
multicelulares, as células diferenciam‑se para realizar funções específicas. As células musculares são
especializadas em duas dessas funções: contração e relaxamento.
Essas células agrupam‑se em feixes para formar massas macroscópicas, os músculos, os quais são
fixados pelas suas extremidades; portanto, irão deslocar os segmentos do corpo por encurtamento da
distância que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contração.
Aproximadamente metade do peso total do corpo é composta por tecido muscular, e grande parte do
aspecto externo do formato do corpo é devida aos numerosos músculos fixados ao esqueleto e subjacentes à
pele. Outros músculos estão localizados nas paredes dos órgãos ocos e nos vasos sanguíneos.
As funções dependem da localização das células musculares; mas, de modo geral, a ação muscular é
o resultado da ação individual das células musculares que são especiais pelo fato de serem as células que
melhor exibem a propriedade de contratilidade, que permite encurtar‑se e desenvolver tensão. Desse
modo, são importantes em atividades de movimento de várias partes do corpo, alteração do calibre de vasos
sanguíneos, propulsão de materiais e expulsão de resíduos. Porém, além de elemento ativo no movimento,
a musculatura assegura a estática do corpo e determina a posição e postura do esqueleto junto aos ossos.
Saiba mais
A célula muscular está normalmente sob o controle do sistema nervoso. Cada músculo possui o seu próprio
nervo motor, o qual se ramifica em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo, compondo
desse modo a placa motora. Quando o impulso nervoso é conduzido de um nervo, a placa motora transmite
o impulso às células musculares, determinando a sua contração; se o impulso para a contração resulta de um
ato consciente e voluntário, observamos um músculo voluntário; se o impulso parte de uma porção do sistema
nervoso sobre o qual o indivíduo não apresenta controle, diz‑se que é um músculo involuntário.
Entretanto, sob diversas condições, as contrações dos músculos voluntários não requerem um
propósito consciente. Desse modo, o indivíduo não pensa na contração dos músculos envolvidos na
manutenção da postura.
61
Unidade II
Observação
Em um músculo, os feixes de fibras não estão agrupados aleatoriamente, mas estão altamente
organizados em feixes revestidos por uma membrana externa de tecido conjuntivo: o epimísio.
Do epimísio, partem septos delgados que se orientam para o interior do músculo, dividindo‑o em
fascículos. Esses septos são denominados perimísios. Cada fibra muscular é envolvida por uma camada
muito delgada de tecido conjuntivo: o endomísio.
Figura 90
62
ANATOMIA
A fáscia muscular é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo e funciona como uma
autêntica bainha elástica de contenção, para que o músculo possa realizar seu trabalho de tração. Outra
função da fáscia é permitir o deslizamento dos músculos ou grupos musculares entre si, diminuindo o
atrito e prevenindo uma necrose.
Didaticamente, convencionou‑se chamar origem a extremidade do músculo fixo à peça óssea e que
não se desloca durante a contração, denominado ponto fixo.
Inserção é a extremidade do músculo fixa à peça óssea que se desloca em direção à origem,
denominado ponto móvel. Por exemplo: em um movimento de flexão do antebraço, o músculo braquial
apresenta sua origem na face anterior do úmero e sua inserção na face anterior da ulna; com isso, um
atleta eleva seu corpo numa barra.
6.3.1 Classificação
Na disposição paralela das fibras, o comprimento predomina sobre a largura (músculo longo).
Por exemplo: músculo sartório.
63
Unidade II
Figura 91
A convergência das fibras resulta em músculo fusiforme. Por exemplo: músculo braquial.
Figura 92
64
ANATOMIA
Figura 93
O comprimento pode ser proporcional à largura, resultando em músculo curto largo. Por exemplo:
músculo quadrado da coxa.
A convergência das fibras a uma extremidade equivale ao músculo em leque. Por exemplo:
músculo temporal.
Figura 94
65
Unidade II
Se as fibras musculares se fixarem a uma margem da linha tendínea, tornam‑se iguais ao unipenado.
Por exemplo: músculo extensor longo do hálux.
Figura 95
Se as fibras se fixarem a duas margens da linha tendínea, tornam‑se iguais ao bipenado. Por exemplo:
músculo reto da coxa e músculo milo‑hioideo.
Figura 96
66
ANATOMIA
Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz‑se que apresentam mais de uma
cabeça de origem.
Figura 97
Figura 98
67
Unidade II
Figura 99
Quanto à inserção
• Dois tendões bicaudados. Por exemplo: músculo flexor curto do hálux, músculo bíceps braquial
em movimento de elevação do tronco.
Figura 100
68
ANATOMIA
• Mais de dois tendões policaudados. Por exemplo: músculo flexor longo dos dedos.
Figura 101
Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados
entre eles.
Figura 102
69
Unidade II
Figura 103
Quanto à ação
As ações dos antagonistas e sinergistas fazem com que os movimentos sejam delicados e precisos.
Por exemplo, no movimento de extensão do antebraço, observamos:
70
ANATOMIA
Por exemplo: uma flexão pode ser acompanhada de uma rotação, e neste caso, a contração dos
sinergistas pode auxiliar os agonistas, opondo‑se aos movimentos de rotação não desejados.
Observação
Em relação à origem, inserção, função e inervação dos principais músculos do corpo, podemos
agrupá‑los.
• Músculo masseter:
• Músculo temporal:
— Origem – face lateral do crânio (fossa temporal). Feixes: anterior, médio e posterior.
71
Unidade II
• Músculo platisma:
• Músculo bucinador:
— Origem – processo alveolar da maxila e mandíbula na região dos molares, processo pterigoide.
• Músculo nasal:
73
Unidade II
• Músculo prócero:
• Músculo digástrico:
74
ANATOMIA
• Músculo milo‑hioideo:
• Músculo gênio‑hioideo:
• Músculo estilo‑hioideo:
• Músculo esterno‑hioideo:
• Músculo omo‑hioideo:
— Origem – escápula.
75
Unidade II
• Músculo esternotireoideo:
• Músculo tíreo‑hioideo:
• Músculo esternocleidomastoideo:
Tórax
— Função
– abaixador da escápula:
– adutor do braço;
– flexor do braço.
— Origem – 2º a 5º costelas.
— Função:
• Músculos intercostais:
— internos;
— externos.
Abdome
77
Unidade II
— Função:
— Inserção – 12º costela e processos transversos das vértebras L1, L2, L3 e L4.
78
ANATOMIA
Dorso
• Músculo trapézio:
— Função:
– levantador da escápula;
– abaixador da escápula;
— Origem – processo espinhoso das vértebras T7 a T12 e L1 a L5, crista ilíaca e sacro.
— Função:
– abaixador da escápula;
— Função:
79
Unidade II
– levantador da escápula;
— Função:
– levantador da escápula;
— Função:
– levantador da escápula;
80
ANATOMIA
Ombro
• Músculo deltoide:
— Funções:
– flexor do braço;
– extensor do braço;
– abdutor do braço;
• Músculo supra‑espinhal:
• Músculo infra‑espinhal:
81
Unidade II
• Músculo subescapular:
Braço
Região anterior
— Origem:
82
ANATOMIA
— Função:
– flexor do braço;
– flexor do antebraço;
– supinador do antebraço.
• Músculo coracobraquial:
• Músculo braquial:
Região posterior
— Origem:
83
Unidade II
Antebraço
— Origem – epicôndilo medial, processo coronoide da ulna, margem anterior do rádio (parte
proximal).
— Inserção – 2º e 3º metacarpal.
— Função:
– flexor da mão;
– abdutor da mão.
— Função:
84
ANATOMIA
– flexor da mão;
– adutor da mão.
— Origem:
— Função:
– flexor do antebraço;
– pronador do antebraço.
Profundos
85
Unidade II
Região posterior
Superficiais
• Músculo braquiorradial:
— Inserção – 2º metacarpal.
— Função:
– extensor da mão;
– abdutor da mão.
86
ANATOMIA
— Inserção – 3º metacarpal.
— Função:
– extensor da mão;
– abdutor da mão.
— Inserção – 5º metacarpal.
— Função:
– extensor da mão;
– adutor da mão.
87
Unidade II
Observação
Profundos
• Músculo supinador:
— Inserção – 1º metacarpal.
88
ANATOMIA
Mão
— Origem – trapézio.
— Inserção – 1º metacarpal.
89
Unidade II
— Origem – metacarpais 2, 4 e 5.
— Função:
— Origem – metacarpais 1, 2, 3, 4 e 5.
— Função:
— Origem – pisiforme.
90
ANATOMIA
— Origem – hamato.
— Origem – hamato.
— Inserção – 5º metacarpal.
Região glútea
— Função:
– flexor da coxa;
91
Unidade II
— Função:
– abdutor da coxa;
— Origem – entre as linhas glúteas anterior e inferior do ílio (profundamente ao músculo glúteo
médio).
— Função:
– abdutor da coxa;
• Músculo piriforme:
93
Unidade II
Coxa
Região anterior
• Músculo sartório:
94
ANATOMIA
— Origem – ilíaco:
– fossa ilíaca;
— Inervação – nervo ramo do plexo lombar (psoas maior) e nervo femoral (ilíaco).
— Função:
– flexor da coxa;
Região medial
95
Unidade II
— Origem – púbis.
• Músculo grácil:
— Função:
– adutor da coxa;
– flexão da perna.
• Músculo pectíneo:
96
ANATOMIA
Região posterior
• Músculo semitendíneo:
— Função:
– extensor da coxa;
• Músculo semimembranáceo:
— Origem:
97
Unidade II
— Função:
– extensor da coxa;
Perna
Região anterior
— Função:
– dorsiflexisor;
– inversor do pé.
— Função – dorsiflexor.
— Função:
98
ANATOMIA
– dorsiflexor;
– eversor do pé;
Região lateral
— Função:
– flexor plantar;
– eversor do pé.
— Inserção – 5º metatarsal.
Tríceps da perna
• Músculo gastrocnêmio:
— Origem:
99
Unidade II
— Inserção – calcâneo.
— Função:
– flexor da perna;
– flexão plantar.
• Músculo sóleo:
— Inserção – calcâneo.
Músculo plantar
Profundos
• Músculo poplíteo:
100
ANATOMIA
— Função:
– flexor plantar;
– inversor do pé.
Pé
101
Unidade II
— Origem – calcâneo.
— Origem – calcâneo.
— Origem – calcâneo.
Segunda camada
— Origem – calcâneo.
102
ANATOMIA
Terceira camada
— Origem:
— Origem – 5º metatarsal.
Quarta camada
— Origem – metatarsais 3, 4, e 5.
103
Unidade II
— Função:
— Origem – metatarsais 1, 2, 3, 4 e 5.
Figura 104
104
ANATOMIA
Figura 105
Figura 106
105
Unidade II
Figura 107
Figura 108
Figura 109
106
ANATOMIA
Figura 110
Figura 111
107
Unidade II
Figura 112
Figura 113
108
ANATOMIA
Figura 114
Figura 115
109
Unidade II
Figura 116
Figura 117
110
ANATOMIA
Figura 118
Figura 119
111
Unidade II
Figura 120
Figura 121
112
ANATOMIA
Figura 122
Figura 123
113
Unidade II
A B
Figura 124
Figura 125
114
ANATOMIA
Figura 126
A B
Figura 127
115
Unidade II
Figura 128
Figura 129
116
ANATOMIA
A B
Figura 130
Figura 131
117
Unidade II
A B
Figura 132
A B
Figura 133
118
ANATOMIA
A B
Figura 134
Figura 135
119
Unidade II
Resumo
Exercícios
Questão 1. As articulações fibrosas, que apresentam uma pequena porção de tecido conjuntivo
fibroso entre os ossos, podem ser classificadas em suturas e sindesmoses. Denominam‑se de suturas as
articulações encontradas:
120
ANATOMIA
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: é uma articulação sinovial plana entre a face articular da cabeça da fíbula e a face
articular fibular da tíbia.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: as articulações das cartilagens costais com o esterno são sinoviais (diartroses) planas,
apresentando todas as características de uma articulação sinovial com uma exceção: a cartilagem da
primeira costela está diretamente unida ao esterno e se trata de uma sincondrose.
C) Alternativa correta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. (Fuvest 2007, adaptada). A arte de Leonardo da Vinci se beneficiou de seus estudos
pioneiros de anatomia, que revelam como músculos, tendões e ossos constituem sistemas mecânicos de
trações, alavancas e torques, como é possível ver em alguns dos seus desenhos.
121
Unidade II
Bíceps
Dorsais
Tríceps
Peitorais
Para que Leonardo da Vinci pudesse representar ações de abraçar-se ou abrirem-se os braços, foi
importante saber que entre os principais músculos contraídos em cada situação, estão, respectivamente:
122
ANATOMIA
Unidade III
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso tem uma importante função ligada à adaptação dos seres vivos ao meio ambiente
que habitam. Para isso, o desenvolvimento de propriedades de irritabilidade (propriedade de ser
sensível a um estímulo), condutibilidade (impulso elétrico conduzido pelas células do tecido nervoso) e
contratilidade (movimentos celulares) foram e são essenciais para sua sobrevivência.
Para a execução dessas propriedades, o tecido nervoso é constituído pelos neurônios e células gliais.
Os neurônios têm funções de receber, processar e enviar informações, além de serem maiores que as
células gliais; as células da glia atuam na sustentação, revestimento, isolamento, modulação da atividade
neural e defesa do tecido nervoso e localizam‑se entre os neurônios.
Iremos compreender desde a origem embriológica do sistema nervoso, suas classificações anatômica
e funcional, assim como os aspectos anatomofisiológicos do tecido como um todo.
123
Unidade III
Embriologia
O tubo neural origina‑se da placa neural, uma área espessada do ectoderma neural na região dorsal
média, que surge por volta da terceira semana, induzida pela notocorda e mesoderma paraxial.
124
ANATOMIA
A placa neural muda sua conformação, com elevação das suas bordas laterais (pregas neurais),
passando a chamar‑se sulco neural. Da fusão das pregas neurais, forma‑se então o tubo neural. A
formação do tubo neural começa em torno do 22º ao 23º dia, induzido pela epiderme da região dorsal
e pela notocorda. O tubo neural se fecha primeiramente na região medial do embrião, sendo que as
extremidades ainda abertas são denominadas neuroporos.
125
Unidade III
Observação
Divisão anatômica
O sistema nervoso central localiza‑se dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral)
e é formado pelo encéfalo (situado dentro do crânio) e medula espinhal. No encéfalo, inclui‑se o
cérebro, o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e o cerebelo.
O sistema nervoso periférico encontra‑se fora do esqueleto axial e é constituído pelos nervos
(estruturas esbranquiçadas que conectam o sistema nervoso central aos órgãos periféricos). Os nervos
podem ser cranianos (quando se comunicam com o encéfalo) ou espinhais (quando se comunicam
com a medula espinhal). Além dos nervos, fazem parte do sistema nervoso periférico os gânglios
(dilatações dos nervos formados por corpos de neurônios existentes entre o sistema nervoso central e o
periférico e próximas às raízes nervosas). Funcionalmente, os gânglios podem ser divididos em gânglios
sensitivos e gânglios motores viscerais (pertence ao sistema nervoso visceral). Na porção final dos
nervos, encontram‑se as terminações nervosas, que podem ser sensitivas (ou aferentes) ou motoras
(ou eferentes).
126
ANATOMIA
Na figura anterior: (a) diagrama organizacional; (b) órgãos viscerais inervados por fibras
sensoriais viscerais e motoras do sistema nervoso autônomo. As setas indicam a direção dos
impulsos nervosos.
Divisão embriológica
Na divisão embriológica, o sistema nervoso central é dividido de acordo com a vesícula cefálica
primordial que lhe deu origem: prosencéfalo (origina o telencéfalo e diencéfalo), mesencéfalo e
rombencéfalo (forma o metencéfalo e o mielencéfalo).
127
Unidade III
Figura 140 – Desenhos esquemáticos do encéfalo primitivo ilustrando as vesículas cefálicas primordiais e seu desenvolvimento
A partir do tubo neural, as vesículas primordiais são formadas e destas, vesículas encefálicas
secundárias e estruturas adultas darão origem às cavidades neurais do encéfalo adulto.
Divisão funcional
A divisão funcional divide‑se em sistema nervoso da vida de relação, chamado de somático, e sistema
nervoso relacionado à vida vegetativa, ou visceral. O sistema nervoso somático da vida de relação é aquele
que usa a via aferente para trazer ao sistema nervoso central o que se passa com o meio externo do nosso
corpo por meio de receptores periféricos. O componente eferente realiza os movimentos voluntários
levando aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos. Já o sistema nervoso visceral
comunica‑se com as vísceras fazendo seu controle e inervação. Através da via visceral, nosso corpo consegue
comandar órgãos de forma automática e involuntária, fazendo a manutenção da constância do meio
interno. O componente aferente do sistema nervoso visceral, assim como na via somática, também possui
receptores que captam informações, mas, neste caso, elas são provenientes das vísceras (visceroceptores).
Essas informações são levadas a áreas específicas do sistema nervoso central. O componente eferente leva
informações, por meio de impulsos nervosos, dos centros nervosos em direção às vísceras (glândulas, músculos
lisos dos órgãos e ao músculo cardíaco). A via eferente do sistema nervoso visceral é subdivida em: sistema
128
ANATOMIA
nervoso autônomo simpático e parassimpático, de acordo com as funções inibitórias e/ou estimulatórias
dos centros nervosos aos órgãos‑alvo, que serão estudados com mais detalhes adiante.
A divisão do sistema nervoso pode ser segmentar ou suprassegmentar, sendo que a segmentação é
evidenciada pela conexão com os nervos.
• Sistema nervoso segmentar: compreende todo sistema nervoso periférico, medula espinhal e
tronco encefálico.
Essa divisão refere‑se a evidências funcionais e estruturais entre esses órgãos, como o córtex no
sistema nervoso suprassegmentar, uma camada fina e externa de substância cinzenta que reveste a
substância branca. No sistema nervoso segmentar, não há córtex e, como na medula, a substância
cinzenta é interna em relação à branca.
Observação
O tecido nervoso é formado por dois tipos celulares: os neurônios e as células gliais. As funções
de receber e enviar estímulos, que são processados pelo sistema nervoso central, são designadas pelos
neurônios; as células gliais também são chamadas de neuróglia e situam‑se entre os neurônios,
tendo funções de sustentação, revestimento, isolamento, modulação da atividade neuronal e defesa.
Observação
Neurônios
Os neurônios são células que não se multiplicam após a diferenciação. Ainda estuda‑se a capacidade
de regeneração deles. Uma vez danificados por efeitos de agentes tóxicos, morte natural, doenças etc,
jamais serão substituídos. Cada vez mais, estuda‑se a possibilidade de os neurônios terem capacidade
regenerativa, e hoje, sabe‑se que, no bulbo olfatório e no hipocampo, são gerados novos neurônios
diariamente em grande número em pessoas adultas.
As células neuronais têm a capacidade de comunicar‑se com outros neurônios por meio de uma
diferença do potencial de suas membranas. A comunicação entre neurônios recebe o nome de sinapse
nervosa e é mediada por sinalizadores conhecidos como neurotransmissores que permitem a condução
dos impulsos nervosos. Essa comunicação elétrica ocorre porque os neurônios são excitáveis e
respondem a um estímulo através de três porções de sua estrutura celular: corpo celular, dendritos
(do grego dédron = árvores) e axônio (do grego áxon = eixo).
130
ANATOMIA
Figura 143
O corpo do neurônio contém núcleo, citoplasma e as mesmas organelas encontradas em uma célula
eucarionte animal. O citoplasma do corpo celular recebe o nome de pericário. Estruturas basófilas (grumos)
encontrados no pericário são chamadas de corpúsculo de Nissl ou substância cromidial. Os neurônios
possuem um citoesqueleto composto por microtúbulos, microfilamentos de actina e microfilamentos
intermediários (mais conhecidos como neurofilamentos). No corpo do neurônio, são sintetizadas todas
as proteínas neuronais, assim como a degradação e renovação dos constituintes celulares. Como nos
dendritos, no corpo celular, ocorre a recepção dos estímulos por meio de contato sináptico.
Dendritos são várias e pequenas ramificações que se projetam do corpo celular, e funcionam
como “galhos de árvores”, para captar sinais elétricos e retransmiti‑los através do axônio. Apresentam
as mesmas organelas do pericário e são especializados em receber estímulos que são traduzidos em
alterações do potencial de repouso da membrana dos neurônios. Este potencial propaga‑se em direção
ao corpo do neurônio que continua sua transmissão ao axônio.
131
Unidade III
Os axônios conduzem o impulso nervoso do corpo do neurônio até outro neurônio. A condução
também pode terminar em um órgão efetor, como músculo ou glândulas. Os axônios são envolvidos por
uma bainha de mielina compostas por células de Schwann (envoltórios contendo material lipídico)
ou por oligodendrócitos (descrito com mais detalhes adiante). Essas células aumentam a velocidade
de condução do impulso nervoso pelo axônio, tornando‑os mais rápidos. Os axônios podem ter vários
tamanhos, dependendo da espécie e localização, podendo ter poucos milímetros a um metro de
comprimento, como o neurônio de inervação, que parte da medula aos músculos do pé.
Geralmente, os neurônios emitem ramificações pelos axônios que sofrem arborização terminal, que
fazem contato com outros neurônios ou órgãos efetuadores. Também, alguns neurônios têm a capacidade
de serem secretores e seus axônios terminam em capilares sanguíneos que recebem o polipeptídeo gerado
por esses neurônios. São conhecidos como neurossecretores e são encontrados no hipotálamo.
132
ANATOMIA
Nas sinapses elétricas, os neurônios entram em contato entre si através de uma interação de canais
iônicos, estabelecendo uma comunicação entre neurônios. Há a passagem de pequenas moléculas como
íons de um citoplasma para outro citoplasma das células. Essas junções são chamadas de junções
comunicantes e são utilizadas para organizar a atividade de grupos de células de tecidos epiteliais,
muscular liso e cardíaco. Essa comunicação é bidirecional, ou seja, se faz nos dois sentidos (dendritos/
corpo do neurônio/axônio e axônio/corpo do neurônio/dendritos).
133
Unidade III
As sinapses entre neurônios são chamadas de sinapses químicas interneuronais e podem ser
axodendríticas, axossomáticas (somáticas = pericário), axoaxônicas, dendrodendríticas, dendrossomáticas,
somatossomáticas, somatodendríticas e somatoaxônicas. Nas sinapses em que o elemento pré‑sináptico
é o axônio, o contato interneuronal é feito por dilatações ao longo de toda arborização terminal, que
são chamadas botões sinápticos de passagem.
A membrana pós‑sináptica tem receptores específicos formados por proteínas integrais para os
neurotransmissores. A transmissão sináptica é resultado da junção do neurotransmissor com seu
receptor na membrana pós‑sináptica. Cerca de 1.000‑10.000 contatos sinápticos podem ocorrer entre
os neurônios.
O cone de implantação do axônio é a região integradora desses potenciais que são graduáveis
pós‑sinápticos excitatórios e/ou inibitórios, devendo eles serem somados ou integrados. Se, na região
integradora, chegar uma voltagem de excitabilidade do neurônio (por exemplo, uma despolarização de
15mV), é gerado um potencial de ação.
134
ANATOMIA
135
Unidade III
Na figura anterior, a difusão de K+ para o exterior da célula, através dos canais de vazamento,
é fortemente promovida por seu gradiente de concentração. Pela mesma razão, o Na+ também é
fortemente atraído para o interior celular, mas a passagem é menor devido à quase inexistência de
canais de vazamento para o NA+. A difusão resultante de cargas positivas para fora (K+) gera o estado de
relativa negatividade na face interna da membrana (‑70mV).
Na figura anterior, a diferença de potencial entre este eletrodo e o eletrodo de referência fora da
célula é aproximadamente‑70mV (interior negativo).
Observação
7.2.3 Neuróglia
As células da glia, neuróglia ou gliócitos são do tecido nervoso central e periférico, encontradas
entre os neurônios e presentes em maior número que eles. No sistema nervoso central, as células da glia
são classificadas em: astrócitos e oligodendrócitos (macróglia) e microgliócitos (micróglia).
136
ANATOMIA
auxiliam na fagocitose de botões sinápticos em casos de degeneração axônica. Após injúrias, sofrem
mitoses e aumentam sua quantidade nas áreas lesionadas. As células são caracterizadas por inúmeros
prolongamentos, sendo identificados dois tipos: astrócitos protoplasmáticos (prolongamentos mais
espessos e curtos), localizados na substância cinzenta, e astrócitos fibrosos (prolongamentos finos e
longos), na substância branca.
As células ependimárias fazem o revestimento epitelial simples das paredes dos ventrículos
cerebrais, do aqueduto cerebral e do canal central da medula. Apresentam microvilosidades e são ciliadas.
Também formam os plexos coroides nos ventrículos cerebrais, que são responsáveis pela produção do
líquido cerebrospinal.
137
Unidade III
Na figura anterior, estão os tipos de neuroglia encontrados no sistema nervoso central. Em (d),
prolongamento de oligodendrócito que forma a bainha de mielina em torno das fibras nervosas do
sistema nervoso central; em (e), a relação das células de Schwann e células satélites de um neurônio
sensorial no sistema nervoso periférico.
Observação
As fibras nervosas são formadas pelo axônio e sua bainha de mielina quando presente. A bainha de
mielina age como um isolante elétrico e forma as fibras nervosas mielínicas. Axônios sem bainha de
mielina são classificados como fibras nervosas amielínicas. Os dois tipos ocorrem no sistema nervoso
central e periférico, sendo que no central, a bainha de mielina é formada por oligodendrócitos, e no
periférico, pelas células de Schwann.
138
ANATOMIA
Figura 150 – Relação de células de Schwann com os axônios do sistema nervoso periférico (a‑c). Mielinização de uma fibra
nervosa (axônio) (d). Eletrofotomicrografia de uma secção transversal de axônio mielinizado
O sistema nervoso é formado por substância branca e substância cinzenta. Trata‑se de uma
classificação macroscópica no qual a substância branca contém basicamente fibras nervosas mielínicas e
139
Unidade III
neuróglia, ao passo que a substância cinzenta possui corpos de neurônios, fibras amielínicas e neuróglia.
No sistema nervoso central, as fibras nervosas estão concentradas em tractos ou fascículos, e no
sistema nervoso periférico, estão agrupados em feixes formando os nervos.
No sistema nervoso periférico, os axônios motores e a maioria dos sensitivos dos nervos são
constituídos por duas bainhas: a mielina e o neurilema. Essas bainhas são formadas pelas células de
Schwann, que circundam todo o axônio em intervalos ao longo de sua extensão. Esses intervalos são
chamados de nódulos de Ranvier, e os segmentos entre esses nódulos são denominados internódulos,
compreendendo a região ocupada por uma célula de Schwann.
140
ANATOMIA
Na figura anterior, nas fibras nervosas mielinizadas, as correntes locais (setas pretas finas) dão origem
ao potencial de ação propagado (seta rosa e vermelha), que parece pular de nó em nó.
As fibras nervosas amielínicas são impedidas de fazer a transmissão dos impulsos nervosos de forma
saltatória pela ausência da mielina. Os canais de sódio e potássio não se distanciam, e a condução do impulso
é feita mais lentamente. São encontradas no sistema nervoso periférico, nas fibras pós‑ganglionares do
sistema nervoso autônomo e em algumas fibras sensitivas muito finas que são envolvidas por neurilema
(células de Schwann), mas sem a formação de mielina. Danos à bainha de mielina causam interferência
na comunicação entre o cérebro, medula espinhal e outras áreas do seu corpo. Essa condição pode
resultar na deterioração dos próprios nervos em um processo irreversível, causando a doença chamada
esclerose múltipla. Ao longo do tempo, a degeneração da mielina provocada pela doença vai causando
lesões no cérebro, que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral.
141
Unidade III
Os nervos são formados por fibras nervosas envolvidas por tecido conjuntivo (fibras colágenas) e são
divididos em nervos espinhais e cranianos (descrito com detalhes adiante). Grandes nervos (nervo isquiático,
mediano, radial etc.) são mielínicos e apresentam um envoltório de tecido conjuntivo chamado epineuro.
As fibras nervosas se localizam em seu interior e formam fascículos delimitados pelo perineuro. Dentro de
cada fascículo, fibras colágenas delicadas formam o endoneuro, que envolve cada fibra nervosa. Os axônios
possuem a capacidade de regeneração devido ao suporte fornecido pelas células de Schwann e macrófagos.
142
ANATOMIA
Na figura anterior: (a) fragmentação do axônio no local da lesão; (b) macrófagos destroem o axônio
distal à lesão; (c) filamentos axonais crescem através de um tubo formado por células de Schwann; (d)
axônio regenerado e formação de uma nova bainha de mielina.
O sistema nervoso central é responsável por receber e processar informações. É formado pelo
encéfalo e medula espinal e protegidos pelo crânio e coluna vertebral. O encéfalo é subdividido em
cérebro, tronco encefálico e cerebelo.
Medula espinal
A medula espinal é o centro dos arcos reflexos. Encontra‑se organizada em segmentos (região
cervical, lombar, sacral, caudal, raiz dorsal e ventral). É uma estrutura subordinada ao cérebro que pode
agir independente dele.
Cérebro
Tronco encefálico
O tronco encefálico é composto por mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano. O mesencéfalo está
localizado ao lado do tálamo e hipotálamo e é responsável pelos reflexos visuais e auditivos. A ponte é o
centro de retransmissão de impulsos e se constitui de fibras nervosas que se unem ao cerebelo e ao córtex
cerebral. O bulbo raquidiano, também chamado de medula oblonga, é constituído de importantes regiões
que controlam as funções vitais, como ritmo cardíaco, vasoconstrição, respiração etc.
Cerebelo
O cerebelo é responsável pelo controle motor e pesquisas recentes sugerem a atribuição de funções
na coordenação sensorial, além do controle motor.
Lembrete
As meninges são membranas formadas por tecido conjuntivo que envolvem o sistema nervoso. São
divididas em: dura‑máter, aracnoide e pia‑máter. A aracnoide e pia‑máter são formadas por um só
folheto embrionário, sendo, por isso, classificadas no grupo das leptomeninges (membranas finas). Já
a dura‑máter é classificada no grupo das paquimeninges, ou membranas espessas. As meninges têm
um papel importante na proteção do sistema nervoso central. Sua infecção pode causar a meningite, e
tumores podem se desenvolver nas meninges, sendo chamados de meningiomas.
Figura 155 – Meninges cranianas. Em (a), visão frontal mostrando a relação entre a dura‑máter, aracnoide e pia‑máter;
Em (b), visão posterior do encéfalo mostrando a dura‑máter e seus seios
A dura‑máter é a meninge mais superficial, resistente e formada por tecido conjuntivo com
abundantes fibras colágenas. No encéfalo e na medula espinhal, a dura‑máter se comporta de forma
diferente. No encéfalo, ela tem dois folhetos: um interno e outro externo, que adere aos ossos do crânio,
comportando‑se como periósteo desses ossos. Na medula espinhal, a meninge é formada apenas pelo
folheto interno da dura‑máter. Em algumas regiões, o folheto interno da dura‑máter forma pregas (foice
do cérebro, tenda do cerebelo, foice do cerebelo, diafragma da sela), dividindo a cavidade craniana em
compartimentos. A dura‑máter é vascularizada e inervada, sendo que a terminação nervosa sensitiva
intracraniana se localiza na dura‑máter, ocasionando a maioria das dores de cabeça.
144
ANATOMIA
Espaço
perivascular
Pia máter
Espaço
(dilatado)
Espaço
subaracnoideo
A membrana mais interna das meninges é a pia‑máter. Está aderida à superfície do encéfalo e da
medula, acompanhando as depressões e saliências do tecido nervoso, dentre elas, os sulcos e giros cerebrais.
Apresenta função de fornecer suporte aos órgãos nervosos e é acompanhada por vasos que penetram no
145
Unidade III
tecido nervoso a partir do espaço subaracnoideo, denominado espaço perivascular. Nele, está presente o
líquor que protege os vasos, amortecendo o efeito da pulsação das artérias no tecido adjacente.
A dura‑máter craniana continua com a dura‑máter espinhal, envolvendo toda a medula e formando o saco
dural. Em sua porção caudal, a dura‑máter termina em um fundo de saco ao nível da vértebra S2. Lateralmente
à medula espinhal, partem prolongamentos da dura‑máter encapsulando as raízes dos nervos espinhais, que
continuam a formar os nervos, estes revestidos pelo tecido conjuntivo rico em colágeno: o epineuro.
Substância Coluna dorsal/posterior da
branca substância cinzenta
Canal central Coluna lateral da
Gânglio da raiz dorsal
substância cinzenta
Aracnoide
Dura‑máter
A aracnoide espinhal se dispõe na mesma forma que a meninge craniana. Já a pia‑máter penetra na
fissura mediana anterior, continuando caudalmente, mesmo após a medula terminar no cone medular, e
formando um filamento esbranquiçado chamado filamento terminal. Existem, na medula das meninges,
os espaços epidural, subdural e subaracnoideo. O espaço epidural ou extradural encontra‑se entre a
dura‑máter e o periósteo do canal vertebral (local de aplicação de anestesia epidural na região lombar
que se difunde, alcançando as raízes dos nervos espinhais). O espaço subdural situa‑se entre a dura‑máter
e a aracnoide e tem pequena quantidade de líquido a fim de evitar a aderência entre as paredes.
Quadro 1
146
ANATOMIA
Saiba mais
DECISÕES EXTREMAS. Dir. Tom Vaughan. EUA: CBS Films, 2010. 105 minutos.
Secção de uma vértebra torácica
Aorta
Corpo vertebral
Gordura do
Dura-máter espaço epidural
Aracnoide Gânglio simpático
Espaço sub‑aracnoideo Ligamento dentado
Pia‑máter Raiz ventral
Ramos comunicantes
Ramos meníngeos brancos e cinzentos
recorrentes do nervo Nervo espinhal
espinhal
Pleura Nervo ventral
(nervo intercostal)
Pulmão Ramo dorsal
Gânglio espinhal
sensitivo (raiz dorsal)
Raiz dorsal
Coluna lateral da substância
cinzenta da medula espinhal
Gânglio
Dura-máter
simpático
Ramo Aracnoide
comunicante Raiz ventral
cinzento
Nervo espinhal
Gordura
do espaço Ramo ventral (contribui na formação do plexo lombar)
epidural
Ramo dorsal
Gânglio espinhal
sensitivo (raiz dorsal)
Raízes dorsais e ventrais
Raiz dorsal
dos nervos espinhais
lombares formando a Filum terminal interno
cauda equina
147
Unidade III
O espaço subaracnoideo é o mais importante do ponto de vista clínico, pois contém uma quantidade
considerável de líquor e é a área ideal para sua punção com finalidades terapêuticas e de diagnósticos.
Não há perigo de lesão na medula, uma vez que a introdução de agulha é feita abaixo do espaço 2L,
local com ausência da medula espinhal. Nessa região também é feita a administração de substâncias de
contrastes em radiografias (mielografia) e de fármacos, como na anestesia raquidiana.
O líquido cerebrospinal (líquor) é um fluído aquoso, incolor, localizado no espaço subaracnoideo e nas
cavidades ventriculares com função de proteção mecânica. Seu volume total é de cerca de 100‑150 cm3,
renovando‑se a cada oito horas. É secretado pelo epitélio ependimário dos plexos corioides, epêndima
das paredes ventriculares e vasos da leptomeninge. É reabsorvido no sangue principalmente através das
granulações aracnoideas.
148
ANATOMIA
Os ventrículos laterais contribuem com o maior contingente liquórico, que passa ao terceiro ventrículo
pelos forames interventriculares e em seguida ao quarto ventrículo através do aqueduto cerebral.
149
Unidade III
Lembrete
Figura 163 – Secção sagital mediana do encéfalo mostrando o diencéfalo e tronco encefálico
Interposto entre a ponte e o cérebro, localiza‑se o mesencéfalo. Está separado por um plano que liga
os corpos mamilares (diencéfalo) à comissura posterior. É atravessado pelo aqueduto cerebral, que
une o terceiro ao quarto ventrículo. Dorsalmente ao aqueduto encontra‑se o tecto do mesencéfalo;
ventralmente aparecem os dois pedúnculos cerebrais. Colículos superiores e inferiores são vistos no
plano dorsal do tecto do mesencéfalo, sendo formados por quatro eminências arredondadas.
150
ANATOMIA
A ponte está situada entre o mesencéfalo e bulbo. Sua porção anterior é separada do bulbo pelo
sulco bulbo‑pontino, de onde emergem o sexto, sétimo e oitavo pares de nervos cranianos. Sua porção
dorsal constitui o assoalho do quarto ventrículo.
O bulbo ou medula oblonga continua inferiormente com a medula espinhal, e seu limite
superior é delimitado pelo sulco bulbo‑pontino. Sua superfície é formada por sulcos que delimitam
as áreas anterior e posterior. Uma fissura mediana anterior forma o forame cego e as pirâmides
(eminência alongada). Na porção inferior do bulbo, fibras cruzam obliquamente o plano mediano,
formando a decussação das pirâmides. A oliva é uma eminência oval na área lateral do bulbo e é
formada por substância cinzenta. Também são encontrados os núcleos grácil e cuneiforme (formados
por substância cinzenta) e o pedúnculo cerebelar inferior, que é formado por fibras fletindo‑se
dorsalmente em direção ao cerebelo.
Figura 164 – Visão ventral do encéfalo humano mostrando as três regiões do tronco encefálico
8.3 Diencéfalo
O diencéfalo possui uma cavidade estreita chamada terceiro ventrículo, que se comunica com o
quarto ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais. O sulco hipotalâmico delimita
151
Unidade III
Lobo frontal
Fissura longitudinal
do cérebro
Fornix
Fissura transversa
do cérebro Cápsula interna
Núcleo subtalâmico
Terceiro ventrículo
Base do
pedúnculo cerebral
Subtálamo
Fossa interpeduncular Base da ponte
De cada lado do diencéfalo, são encontrados os tálamos, duas massas ovoides. A face inferior do
tálamo continua com o hipotálamo e subtálamo e, na extremidade posterior, apresenta o pulvinar
projetado sobre os corpos geniculados lateral e medial. Sua porção medial constitui juntamente com
tecto do terceiro ventrículo, o assoalho da fissura transversa do cérebro, como o tecto formando o fórnix
e o corpo caloso do telencéfalo.
152
ANATOMIA
Figura 166 – Estruturas do tálamo e hipotálamo no diencéfalo: em (a), principais núcleos do tálamo;
em (b), principais núcleos hipotalâmicos
8.4 Telencéfalo
O telencéfalo é compreendido pelos hemisférios cerebrais direito e esquerdo e por uma porção
mediana denominada diencéfalo. A fissura longitudinal separa de forma incompleta os hemisférios
cerebrais e, no assoalho da fissura, há uma larga faixa de fibras comissurais chamada corpo caloso.
Os hemisférios cerebrais possuem cavidades conhecidas como ventrículos laterais direito e esquerdo, e
cada hemisfério é dividido nos polos frontal, occipital e temporal e nas faces súpero‑lateral e convexa,
medial e plana, inferior ou na base do cérebro.
153
Unidade III
A superfície do cérebro apresenta depressões denominadas sulcos, que delimitam os giros cerebrais,
aumentando a superfície do córtex. É variável o padrão de sulcos e giros do cérebro, mas há a prevalência
de sulcos importantes, como sulco lateral e sulco central. O sulco central é limitado pelos giros
pré‑central e pós‑central.
154
ANATOMIA
Figura 168 – Em (a), lobos e fissuras dos hemisférios cerebrais e estruturas do telencéfalo; em (b), vista lateral do encéfalo
Os sulcos cerebrais delimitam os lobos cerebrais que recebem sua denominação de acordo com os
ossos do crânio. Dessa forma, são encontrados os lobos frontal, da ínsula, parietal e occipital.
155
Unidade III
A
Lobo frontal Sulco central
Lobo parietal
Sulco parieto-occipital
Lobo occipital
Lobo temporal
Sulco lateral (ramo posterior) Incisura pré-occipital
Sulco central
Lobo frontal B Lobo parietal
Sulco parieto-occipital
Lobo temporal
O lobo da ínsula também é encontrado profundamente ao sulco lateral e sem relação com os ossos
do crânio.
156
ANATOMIA
São encontrados no telencéfalo os principais sulcos: pré‑central, frontal superior e inferior, temporal
superior e inferior, pós‑central, pré‑central, intraparietal, calcarino, parieto‑occipital, do corpo caloso,
do cíngulo, occipito‑temporal, colateral, do hipocampo e olfatório.
São encontrados no telencéfalo os principais giros: frontal superior, frontal inferior, pré‑central,
temporal superior, temporal médio, temporal inferior, pós‑central, supramarginal e angular (do
lóbulo parietal inferior), cúneus, pré‑cúneus, occipito‑temporal medial e lateral, para‑hipocampal,
do cíngulo e reto.
157
Unidade III
As áreas situadas adiante do sulco central relacionam‑se com a motricidade, enquanto as situadas
atrás desse sulco estão ligadas com a sensibilidade.
8.5 Cerebelo
158
ANATOMIA
O cerebelo possui dois hemisférios cerebelares e uma porção intermediária aos hemisférios
denominada vérmis. A superfície do cerebelo apresenta sulcos, que demarcam lâminas finas chamadas
folhas do cerebelo. As fissuras do cerebelo delimitam os lóbulos, que podem conter várias folhas.
Em seu interior, há a presença de substância branca, e na periferia, o revestimento é formado pelo
córtex cerebelar.
A divisão do cerebelo não tem importância funcional. Para seu melhor entendimento, é sugerido um
estudo por meio do corte sagital mediano do cerebelo. Os lóbulos recebem denominações diferentes no
vérmis e nos hemisférios (veja a figura anterior e a seguinte).
Fazem parte dos lóbulos do cerebelo: língula, lóbulo central, cúlmen, declive, folium, túber, pirâmide,
úvula e nódulo. Constituem as fissuras: pré‑central, pré‑culminar, prima, pós‑clival, horizontal,
pré‑piramidal, pós‑piramidal, póstero‑lateral.
159
Unidade III
Fazem parte dos hemisférios do cerebelo: asa do lóbulo posterior, parte anterior do lóbulo
quadrangular, parte posterior do lóbulo quadrangular, lóbulo semilunar superior, lóbulo semilunar
inferior, lóbulo biventre, tonsila, flóculo.
160
ANATOMIA
O sistema nervoso periférico é aquele que está fora do esqueleto axial e é composto pelos nervos
espinhais, nervos cranianos, gânglios e receptores nervosos.
Figura 177 – Classificação do sistema nervoso, com destaque ao sistema nervoso periférico
Os nervos espinhais são aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela
inervação do tronco, dos membros superiores e partes da cabeça. São ao todo 31 pares, 33 se contados
os dois pares de nervos coccígeos vestigiais, que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes.
Estão distribuídos em: oito pares de nervos cervicais; 12 pares de nervos torácicos; cinco pares de nervos
lombares; cinco pares de nervos sacrais; um par de nervos coccígeos.
161
Unidade III
As fibras nervosas dos nervos se modificam, formando terminações nervosas que podem ser
sensitivas ou motoras. As terminações nervosas sensitivas quando estimuladas (calor, luz etc.)
originam impulsos nervosos que são levados ao sistema nervoso central para serem interpretados. Já
as terminações nervosas motoras são os elementos de ligação entre as fibras nervosas e os órgãos
efetuadores: músculos ou glândulas. O nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal (sensitiva)
e ventral (motora), as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da
medula através de filamentos radiculares.
162
ANATOMIA
A raiz ventral projeta‑se da superfície ventral da medula espinhal como diversas radículas ou
filamentos que em geral se combinam para formar dois feixes próximos ao forame intervertebral. A
raiz dorsal é maior que a raiz ventral em tamanho e número de radículas. Elas prendem‑se ao longo do
sulco lateral posterior da medula espinhal e unem‑se para formar dois feixes que penetram no gânglio
espinhal.
As raízes ventral e dorsal juntam‑se para formar o nervo espinhal, que então emerge através do
forame inter‑espinhal. O gânglio espinhal é um conjunto de células nervosas na raiz dorsal do nervo
espinhal com forma oval e tamanho proporcional à raiz dorsal na qual se encontra. Encontra‑se próximo
ao forame intervertebral.
163
Unidade III
164
ANATOMIA
Na figura anterior: (a) os arcos ósseos vertebrais foram removidos para visualização da medula
espinhal e de suas raízes nervosas, e a dura‑máter e a aracnoide foram seccionadas e arremetidas
lateralmente; (b) região cervical da medula espinhal; (c) região torácica da medula espinhal, mostrando
o ligamento denticulado; (d) região inferior da medula espinhal, mostrando o cone medular, a cauda
equina e o filamento terminal.
Os receptores sensitivos são encontrados nas terminações nervosas sensitivas do sistema nervoso
periférico e captam informações da periferia do corpo (via aferente ou sensitiva), que são enviadas
ao sistema nervoso central. Os receptores especiais fazem parte dos órgãos dos sentidos, estando
presentes na visão, audição, equilíbrio, gustação e olfação. Os receptores gerais ocorrem em todo o
corpo, sendo encontrados em maior concentração na pele.
Os ramos dorsais dos nervos espinhais são menores que os ventrais correspondentes e se distribuem
aos músculos e à pele da região dorsal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos occipitais
representam a continuação do tronco do nervo espinhal, distribuindo‑se pela musculatura, pela pele,
pelos ossos e pelos vasos dos membros, bem como na região ântero‑lateral do pescoço e do tronco.
Muitos dos sistemas de controle homeostático do organismo têm como base fisiológica
uma sequência de estímulo‑resposta chamada de reflexo. Em muitos reflexos, o indivíduo tem
consciência do estímulo e/ou da resposta, mas nos que regulam o meio interno, não existe
qualquer consciência por parte do indivíduo. O arco reflexo é a via usada por um reflexo e pode
ser monossináptico ou polissináptico.
O arco reflexo é a resposta involuntária rápida que busca a proteção do organismo. É originado
de um estímulo externo antes mesmo de o cérebro tomar conhecimento do estímulo periférico e é
comandado pela substância cinzenta da medula espinhal e do bulbo. É constituído por um órgão
sensitivo (um neurônio aferente), uma (monossináptica) ou mais sinapses (polissináptico) numa estação
de integração, um neurônio eferente e outro efetor.
165
Unidade III
Na figura anterior: (a) eventos do reflexo de estiramento pelo qual o estiramento do músculo é
refreado; (b) reflexo patelar exitando fusos musculares no músculo quadríceps. Impulsos aferentes
seguem para a medula espinhal, onde fazem sinapses com neurônios motores e interneurônios. Os
neurônios motores enviam impulsos que ativam o quadríceps, provocando sua contração, o que resulta
na extensão do joelho e no movimento para frente do pé, impedindo o estiramento inicial.
A atividade no arco reflexo tem início num receptor sensitivo com um potencial receptor e com uma
amplitude proporcional à intensidade do estímulo. Se o estímulo for suficientemente intenso, gera‑se em
seguida um potencial de ação no nervo aferente. Os potenciais de ação dos nervos aferentes originam‑se
no sistema nervoso central potenciais sinápticos inibitórios ou excitatórios. No nervo eferente, são gerados
novamente potenciais de ação que quando atingem o efetor, originam uma resposta.
Os nervos cranianos fazem conexão com o encéfalo, e a maioria deles tem relação com o tronco
encefálico (exceto os nervos olfatório e óptico). São 12 pares de nervos cranianos numerados
pela sequência crânio‑caudal. Os nervos I e II são os nervos olfatório e óptico, respectivamente.
Os nervos III, IV e VI inervam o músculo do olho. O nervo trigêmeo, o V par, dá origem aos
ramos oftálmico, maxilar e mandibular. O par VII é o nervo facial, compreendendo também o
nervo intermédio. O nervo vestíbulo‑coclear é o VIII par de nervo craniano, representando a parte
coclear (audição) e vestibular (equilíbrio). O nervo glossofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso
formam, respectivamente, o IX, X, XI e XII par de nervos cranianos (figura a seguir).
166
ANATOMIA
A extremidade cefálica dos animais desenvolveu‑se durante a evolução dos órgãos dos sentidos
mais complexos, como visão, audição, gustação e olfação. Os receptores encontrados nesses
órgãos são especiais e em todo o corpo são ditos gerais. Esses são os componentes aferentes dos
nervos cranianos. Os componentes eferentes inervam pelas fibras eferentes viscerais especiais
os músculos viscerais (músculos lisos, cardíaco e das glândulas). As fibras eferentes viscerais
gerais pertencem à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e terminam em
gânglios viscerais que, por sua vez, levam os impulsos nervosos a diversas estruturas viscerais. A
figura a seguir mostra no plano ínfero‑superior da base do encéfalo a projeção dos 12 pares de
nervos cranianos.
Figura 182 – Localização e função dos nervos cranianos. Em uma visão ventral, o encéfalo humano
A divisão funcional do sistema nervoso separa‑o em somático e visceral. O sistema nervoso somático
é o da vida e relaciona o organismo com o meio. O sistema nervoso visceral é o da vida vegetativa e
relaciona‑se com a inervação das estruturas viscerais, sendo importante na manutenção da homeostase.
167
Unidade III
Assim como no sistema nervoso somático, o sistema nervoso visceral apresenta uma divisão aferente
ou sensorial e outra eferente ou motora.
Figura 183 – Divisão funcional do sistema nervoso, com destaque para a porção motora do sistema nervoso autônomo
Denomina‑se sistema nervoso autônomo apenas o componente eferente do sistema nervoso visceral.
Por sua vez, sistema nervoso autônomo divide‑se em simpático e parassimpático.
Os impulsos nervosos que seguem pelo sistema nervoso autônomo terminam em músculo
cardíaco, músculo liso e glândulas, sendo, portanto, involuntários. Os neurônios do sistema
nervoso autônomo podem ter corpos localizados fora do sistema nervoso central dentro de
gânglios chamados neurônios pós‑ganglionares. Já os neurônios que têm seus corpos dentro do
sistema nervoso central são denominados neurônios pré‑ganglionares. Outra diferença entre
o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático é o local de sua comunicação com o
sistema nervoso central.
168
ANATOMIA
169
Unidade III
Figura 185 – Divisão parassimpática craniossacral do sistema nervoso. As linhas inteiras indicam fibras pré‑ganglionares. As linhas
tracejadas representam fibras pós‑ganglionares
170
ANATOMIA
171
Unidade III
O tronco simpático é formado por uma cadeia de gânglios simpáticos unidos através de gânglios
interganglionares. No sistema nervoso autônomo simpático, o corpo do neurônio pré‑ganglionar,
localizado na coluna vertebral da medula (entre T1 a L2), emite fibras pré‑ganglionares pelas raízes
ventrais do nervo espinhal. Essas fibras pré‑ganglionares se dirigem ao nervo espinhal correspondente
passando pelo tronco simpático. Essas fibras terminam fazendo sinapse com neurônios pós‑ganglionares
que estão longe das vísceras e próximo da coluna vertebral. Esses neurônios podem ser encontrados em
três posições: em dois gânglios paravertebrais ou em um gânglio pré‑vertebral do tronco simpático.
Desses gânglios que saem as fibras pós‑ganglionares com destino às glândulas, músculo liso ou cardíaco.
A inervação visceral possui o papel de manter a homeostase ideal para o meio interno. Em resposta à
emoção e ao meio externo, a atividade dos músculos lisos e das glândulas e o músculo cardíaco regulam os
reflexos viscerais. Os sinais aferentes chegam ao sistema nervoso central através de neurônios sensitivos
primários e esses impulsos desencadeiam respostas reflexas nas vísceras e sensações de plenitude de
órgãos cavitários, como estômago, intestino grosso e bexiga urinária.
A sensibilidade visceral difere da somática por ser mais difusa e sem localização precisa. Sentimos a dor
da ponta dos dedos, mas não somos capazes de identificar uma dor local no colo descendente do intestino
grosso. Os estímulos que determinam dor na via somática e visceral são diferentes. Um corte na pele causa
dor; em uma víscera, não. Frequentemente, nota‑se que certos processos inflamatórios das vísceras e órgãos
internos acarretam em manifestações dolorosas nos territórios cutâneos. Processos irritativos no diafragma
podem causar hipersensibilidade na pele e ombro, assim como apendicite pode causar hipersensibilidade
cutânea na parede abdominal da fossa ilíaca direita. Esse fenômeno é denominado dor referida.
172
ANATOMIA
As fibras que formam as vias ascendentes da medula relacionam‑se direta ou indiretamente com
as fibras que penetram pela raiz dorsal, trazendo impulsos aferentes de várias partes do corpo.
Cada filamento radicular da raiz dorsal divide‑se em dois grupos de fibras: um grupo lateral e outro
medial. As fibras do grupo lateral dirigem‑se ao ápice da coluna posterior, enquanto as fibras do grupo
medial projetam‑se à face medial da coluna posterior. Antes de penetrar na coluna posterior, cada
uma destas fibras se bifurca, formando um ramo descendente e outro ascendente, além de um grande
número de ramos colaterais mais finos (figura 188).
173
Unidade III
Na figura anterior, em (a), à direita, vemos vias específicas para tato discriminativo e a propriocepção
consciente, conduzidas pelos fascículos grácil e cuneiforme, que continuam no lemnisco medial; à esquerda,
vemos o trato espinocerebelar posterior (que segue apenas para o cerebelo); em (b), vemos as vias não
específicas para a nocicepção, a termocepção e o trato grosseiro, conduzidos pelo trato espino‑talâmico lateral,
que compõe o sistema ântero‑lateral. Todo o trajeto da via é mostrado para cada caso.
As vias descendentes são formadas por fibras que se originam no córtex cerebral ou em várias áreas
do tronco encefálico e terminam fazendo sinapse com os neurônios da medula. Algumas terminam nos
neurônios pré‑ganglionares do sistema nervoso autônomo, constituindo as vias descendentes viscerais.
Outras terminam fazendo sinapse com neurônios da coluna posterior e participam dos mecanismos
que regulam a entrada dos impulsos sensoriais no sistema nervoso central. Uma importante porção da
via termina direta ou indiretamente nos neurônios motores somáticos, constituindo as vias motoras
descendentes somáticas, que se divide em dois grupos: vias piramidais e vias extrapiramidais. As vias
piramidais passam pelas pirâmides bulbares, ao passo que as extrapiramidais não passam pelas pirâmides.
174
ANATOMIA
Na figura anterior, em (a), vemos as vias diretas, ou seja, os tratos piramidais (tratos corticospinais
lateral e anterior) que carregam impulsos para o controle dos músculos esqueléticos; em (b), vemos o
trato rubro‑espinal, um dos tratos indiretos ou extrapiramidais, que auxilia na regulação do tônus em
músculos localizados no lado oposto do corpo.
Saiba mais
Resumo
175
Unidade III
Exercícios
Questão 1 (Fuvest 1999). A figura representa um arco‑reflexo: o calor da chama de uma vela
provoca a retração do braço e o afastamento da mão da fonte de calor. Imagine duas situações: em A,
seria seccionada a raiz dorsal do nervo e, em B, a raiz ventral.
176
ANATOMIA
Figura 190
A) I / II.
B) I / III.
C) II / I.
D) II / III.
E) III / II.
Justificativa: o nervo espinal liga‑se à medula por duas raízes: a dorsal (sensorial) e a ventral
(motora). No primeiro caso – secção da raiz dorsal (corte A) –, o indivíduo não sente a dor e o
arco‑reflexo não é completado; assim, ele não afasta a mão da chama. No segundo caso – secção da
raiz ventral (corte B) –, a pessoa sente a queimadura, mas não afasta a mão da fonte de calor, pois o
impulso não chega ao músculo por causa da interrupção do nervo motor.
Figura 191
5 – ( ) A região IV do desenho representa um nódulo de Ranvier. Tais nódulos são vistos somente
nos neurônios mielinizados e são responsáveis pelo aumento da velocidade do impulso neles. Como a
inversão da polaridade na fibra ocorre somente nesses nódulos, o impulso se propagará “saltando” de
nódulo em nódulo e aumentando sua velocidade na fibra.
Figura 1
REMBRANDT. A lição de anatomia do Dr. Deyman. 1656. 1 original de arte, 1 óleo sobre tela, 100 cm x
134 cm.
Figura 2
TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 4. ed. São
Paulo: Artmed, 2001. p. 10.
Figura 17
A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 40.
Figura 17
B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 42.
Figura 18
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 6.
Figura 19
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.
Figura 20
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 7.
Figura 21
A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 33.
Figura 21
B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 50.
Figura 22
A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 165.
179
Figura 22
B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 264.
Figura 23
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 38.
Figura 24
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 184.
Figura 25
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 386.
Figura 26
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 276.
Figura 27
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 154.
Figura 28
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 179.
Figura 29
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 286.
Figura 30
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 64.
Figura 31
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 62.
Figura 32
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 41.
180
Figura 33
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 277.
Figura 34
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 277.
Figura 35
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 277.
Figura 36
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 4.
Figura 37
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 6.
Figura 38
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 12.
Figura 39
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 33.
Figura 40
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 2.
Figura 41
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 2.
Figura 42
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 34.
Figura 43
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 35.
181
Figura 44
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 42.
Figura 45
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 45.
Figura 46
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 88.
Figura 47
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 88.
Figura 48
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 89.
Figura 49
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 90.
Figura 50
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 92.
Figura 51
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 93.
Figura 52
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 96.
Figura 53
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 98.
Figura 54
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 190.
182
Figura 55
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 193.
Figura 56
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 194.
Figura 57
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 195.
Figura 58
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 196.
Figura 59
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 198.
Figura 60
WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 200.
Figura 61
Figura 62
Figura 63
Figura 64
183
Figura 65
Figura 65
Figura 66
Figura 67
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C.; LUTJEN‑DRECOLL, E. Anatomia humana: atlas fotográfico de anatomia
sistêmica e regional. 5. ed. São Paulo: Manole, 1993. p. 33.
Figura 68
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C.; LUTJEN‑DRECOLL, E. Anatomia humana: atlas fotográfico de anatomia
sistêmica e regional. 5. ed. São Paulo: Manole, 1993. p. 33.
Figura 69
Figura 70
Figura 71
Figura 72
Figura 73
Figura 74
Figura 75
Figura 76
Figura 77
Figura 78
Figura 79
Figura 80
Figura 82
Figura 83
Figura 84
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2006. p. 69.
Figura 85
A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 182.
Figura 85
B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 182.
Figura 85
C) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 182.
Figura 86
A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 22.
Figura 86
B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 22.
Figura 87
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 438.
186
Figura 88
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C.; LUTJEN‑DRECOLL, E. Anatomia humana: atlas fotográfico de anatomia
sistêmica e regional. 7. ed. São Paulo: Manole, 2007. p. 125.
Figura 89
A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 288.
Figura 89
B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 288.
Figura 90
Figura 91
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 310.
Figura 92
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.
Figura 93
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 319.
Figura 94
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 79.
Figura 95
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.
Figura 96
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.
187
Figura 97
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 193.
Figura 98
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 331.
Figura 99
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 311.
Figura 100
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 344.
Figura 101
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 336.
Figura 102
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.
Figura 103
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.
Figura 104
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 78.
Figura 105
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 79.
Figura 106
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 71.
Figura 107
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 113.
188
Figura 108
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 141.
Figura 109
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 77.
Figura 110
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 75.
Figura 111
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 188.
Figura 112
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 189.
Figura 113
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 250.
Figura 114
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 263.
Figura 115
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 244.
Figura 116
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 244.
Figura 117
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 244.
Figura 118
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 431.
189
Figura 119
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 431.
Figura 120
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 432.
Figura 121
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 440.
Figura 122
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 442.
Figura 123
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 440.
Figura 124
A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 441.
Figura 124
B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 441.
Figura 125
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 460.
Figura 126
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 463.
Figura 127
A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 454.
Figura 127
B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 455.
190
Figura 128
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 495.
Figura 129
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 263.
Figura 130
A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 492.
Figura 130
B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 492.
Figura 131
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 493.
Figura 132
A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 519.
Figura 132
B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 521.
Figura 133
A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 516.
Figura 133
B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 517.
Figura 134
A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 522.
Figura 134
B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 530.
191
Figura 135
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 530.
Figura 136
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 229.
Figura 137
NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 53.
Figura 138
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 386.
Figura 139
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 230.
Figura 140
LENT, R. Cem bilhões de neurônios? 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2010. p. 38.
Figura 141
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 388.
Figura 142
MACHADO, A. B. M. HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 126.
Figura 143
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 233.
Figura 144
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 231.
Figura 145
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 239.
192
Figura 146
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 238.
Figura 147
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 238.
Figura 148
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 238.
Figura 149
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 231.
Figura 150
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 481.
Figura 151
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 481.
Figura 152
MACHADO, A. B. M.; HARTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 33.
Figura 153
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 256.
Figura 154
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 257.
Figura 155
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 249.
Figura 156
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 249.
193
Figura 157
MACHADO, A. B. M.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 77.
Figura 158
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 256.
Figura 159
NETTER, F. H; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 156.
Figura 160
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 263.
Figura 161
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 250.
Figura 162
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 389.
Figura 163
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 247.
Figura 164
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 248.
Figura 165
MACHADO, A. B. M. HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 55.
Figura 166
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 248.
Figura 167
NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 105.
194
Figura 168
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 244.
Figura 169
MACHADO, A. B. M.; HARTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 61.
Figura 170
NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 104.
Figura 171
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Figura 172
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 452.
Figura 173
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 453.
Figura 174
NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 114.
Figura 175
NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. p. 112.
Figura 176
NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. p. 112.
Figura 177
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 440.
Figura 178
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 263.
195
Figura 179
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 429.
Figura 180
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 262.
Figura 181
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 241.
Figura 182
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 484.
Figura 183
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 262.
Figura 184
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 517.
Figura 185
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 268.
Figura 186
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 520.
Figura 187
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 524.
Figura 188
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 257.
Figura 189
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 258.
196
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
DECISÕES extremas. Dir. Tom Vaughan. EUA: CBS Films, 2010. 105 minutos.
PARA sempre Alice. Dir. Richard Glatzer. EUA: Wash Westmoreland, 2015. 99 minutos.
Textuais
D’ÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
GOSS, C. M. Gray: anatomia. 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
MACHADO, A. B. M.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
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Sites
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Questão 17. Disponível em: <http://www.colegiosantarosa‑pa.com.br/material_do_professor/
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Unidade I – Questão 2: RÊGO, C. COLÉGIO SANTA ROSA. Sistema locomotor: exercícios de revisão.
Questão 19. Disponível em: <http://www.colegiosantarosa‑pa.com.br/material_do_professor/
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Unidade II – Questão 1: BRASIL ESCOLA. Exercícios sobre articulações. Questão 3. Disponível em:
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Unidade II – Questão 2: PROJETO MEDICINA. Exercícios sobre esqueleto, sustentação e movimento com
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biologia_exercicios_fisiologia_animal_esqueleto_sustentacao_movimento_gabarito_resolucao.
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Unidade III – Questão 1: PROJETO MEDICINA. Exercícios sobre esqueleto, sustentação e movimento
com gabarito. Questão 1. Disponível em: <http://projetomedicina.com.br/site/attachments/
article/670/biologia_exercicios_fisiologia_animal_sistema_nervoso_gabarito_resolucao.pdf>.
Acesso em: 5 jul. 2016.
Unidade III – Questão 2: PROJETO MEDICINA. Exercícios sobre esqueleto, sustentação e movimento com
gabarito. Questão 30. Disponível em: <http://projetomedicina.com.br/site/attachments/article/670/biologia_
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198
199
200
201
202
203
204
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000