Livro Anatomia - Unip

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Anatomia

Autores: Prof. João Augusto Barbieri da Cunha


Prof. Fábio Prosdócimi
Prof. Thiago Aloia
Colaboradoras: Profa. Vanessa Santhiago
Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Professores conteudistas: João Augusto Barbieri da Cunha / Fábio Prosdócimi /
Thiago Aloia

João Augusto Barbieri da Cunha

Professor adjunto da Universidade Paulista – UNIP, com especialização e mestrado na área de Morfologia pela
Universidade de São Paulo – USP. Líder de Anatomia do curso de Educação Física da Universidade Paulista – UNIP.
Cirurgião titular do Hospital do Servidor Público Estadual – HSPE.

Fábio Prosdócimi

Professor titular de Anatomia da Universidade Paulista – UNIP (desde 2004), com especialização, mestrado e
doutorado na área de Morfologia pela Universidade de São Paulo – USP e pós‑doutorado na área de Biologia Molecular
pela Fundação Medicina do ABC‑SP.

Thiago Aloia

Professor titular de Anatomia da Universidade Paulista – UNIP (desde 2013), com especialização, mestrado e
doutorado na área de Morfologia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ da Universidade de São
Paulo – USP e pós‑doutorado na área de Neuroimunomodulação pela mesma instituição. Pesquisador associado pelo
Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein de São Paulo.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C972a Cunha, José Augusto Barbieri da.

Anatomia. / José Augusto Barbieri da Cunha, Fábio Prosdócimi,


Thiago Aloia. – São Paulo: Editora Sol, 2016.

204 p., il.

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e


Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2-055/16, ISSN 1517-9230.

1. Sistema esquelético. 2. Sistema muscular. 3. Sistema nervoso.


I. Prosdócimo, Fábio. II. Aloia, Thiago. III.Título.
CDU 611

© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
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Vice-Reitora de Graduação

Unip Interativa – EaD

Profa. Elisabete Brihy


Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli

Material Didático – EaD

Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)

Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos

Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto

Revisão:
Aline Ricciardi
Lucas Ricardi
Sumário
Anatomia

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7

Unidade I
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................9
1.1 Sobre a anatomia humana................................................................................................................ 10
1.2 Divisão do corpo humano................................................................................................................. 11
1.3 Posição anatômica................................................................................................................................ 12
1.4 Terminologia anatômica..................................................................................................................... 13
1.5 Termos de direção................................................................................................................................. 13
1.6 Termos regionais.................................................................................................................................... 14
2 PLANOS DE ESTUDO........................................................................................................................................ 14
2.1 Planos de delimitação do corpo humano................................................................................... 14
2.2 Planos de secção do corpo humano.............................................................................................. 17
2.3 Eixos do corpo humano...................................................................................................................... 17
2.4 Termos de posição e direção............................................................................................................. 19
2.5 Planos e secções (cortes) no corpo................................................................................................ 19
2.6 Regiões do corpo................................................................................................................................... 20
2.6.1 Por regiões.................................................................................................................................................. 20
2.7 Cavidades do corpo.............................................................................................................................. 21
3 SISTEMA ESQUELÉTICO.................................................................................................................................. 22
3.1 Introdução................................................................................................................................................ 22
3.2 Funções do esqueleto.......................................................................................................................... 23
3.3 Divisão do esqueleto............................................................................................................................ 25
3.4 Número de ossos................................................................................................................................... 27
3.5 Tipos de ossos: classificação morfológica................................................................................... 28
3.6 Estrutura dos ossos............................................................................................................................... 32
3.7 Periósteo................................................................................................................................................... 33
4 MINIATLAS DE OSTEOLOGIA........................................................................................................................ 34

Unidade II
5 SISTEMA ARTICULAR....................................................................................................................................... 49
5.1 Classificação............................................................................................................................................ 49
5.1.1 Articulações fibrosas............................................................................................................................... 49
5.1.2 Articulações cartilaginosas.................................................................................................................. 52
5.1.3 Articulações sinoviais............................................................................................................................. 53
5.2 Miniatlas de artrologia........................................................................................................................ 58
6 SISTEMA MUSCULAR...................................................................................................................................... 61
6.1 Tipos de músculos................................................................................................................................. 61
6.2 Anatomia do músculo estriado esquelético............................................................................... 62
6.2.1 Anatomia microscópica......................................................................................................................... 62
6.2.2 Anatomia macroscópica....................................................................................................................... 63
6.3 Origem e inserção................................................................................................................................. 63
6.3.1 Classificação............................................................................................................................................... 63
6.4 Análise funcional................................................................................................................................... 70
6.5 Lista dos principais músculos........................................................................................................... 71
6.6 Miniatlas de miologia........................................................................................................................104

Unidade III
7 CONCEITO GERAL E FUNCIONAL DA NEUROANATOMIA................................................................123
7.1 Embriologia: divisões e organização geral do sistema nervoso.......................................124
7.1.1 Divisões e organização geral do sistema nervoso................................................................... 126
7.1.2 Tecido nervoso: neurônios, sinapses, neuróglia, fibras nervosas....................................... 130
7.2 Sinapses nervosas...............................................................................................................................132
7.2.1 Sinapses elétricas.................................................................................................................................. 133
7.2.2 Sinapse química.................................................................................................................................... 133
7.2.3 Neuróglia.................................................................................................................................................. 136
7.2.4 Fibras nervosas....................................................................................................................................... 138
8 CONCEITO E DESCRIÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL.........................................................143
8.1 Meninges e líquor...............................................................................................................................144
8.2 Tronco encefálico................................................................................................................................150
8.3 Diencéfalo..............................................................................................................................................151
8.4 Telencéfalo.............................................................................................................................................153
8.5 Cerebelo..................................................................................................................................................158
8.6 Conceito e descrição do sistema nervoso periférico: nervos espinais e cranianos.............. 161
8.6.1 Nervos espinais.......................................................................................................................................161
8.6.2 Nervos cranianos.................................................................................................................................. 166
8.7 Sistema nervoso autônomo (SNA): conceitos, divisões, considerações
anatômicas e fisiológicas.........................................................................................................................167
8.8 Terminologia, localização e reconhecimento na prática.....................................................175
APRESENTAÇÃO

Todo início de uma obra didática visa, essencialmente, conduzir uma linha de pensamento acerca
de um assunto específico. A área da saúde, um dos pilares da sociedade moderna, norteia‑se pelo
conhecimento do corpo humano. Assim, uma base sólida de conceitos fornece o substrato adequado
para um futuro profissional na saúde.

Partindo dessa premissa, um grupo de professores com experiência nessa área dedicou‑se a elaborar
um texto, ao mesmo tempo, simples de ser lido e extenso o suficiente para abordar todo o volume básico
necessário para a compreensão de como o corpo humano se apresenta.

Com uma melhor visão de como o corpo humano é composto, o futuro profissional da área
de Educação Física terá capacitação para responsabilizar‑se pelo bem‑estar proporcionado pela
correta prática de atividades físicas, visando a diferentes finalidades, incluindo aquelas como
treinamentos individualizados, coletivos, específicos e generalizados. Associado ao aprendizado
virtual, realizado adequadamente, essa obra visa permitir ao aluno interessado em conhecer e
compreender a importância da Anatomia no contexto da prática da profissão aplicar esses
conhecimentos na prática da profissão em seus múltiplos momentos de aplicabilidade teórica e
prática; identificar fundamentos e conceitos anatômicos e reconhecer estruturas anatômicas para
um melhor desempenho profissional e, ainda, elaborar, com fundamentos científicos, metodologias
adequadas às exigências das mais diferentes situações.

INTRODUÇÃO

Dividido sistemicamente em unidades subsequentes, o aluno poderá estudar primeiramente a


parte introdutória do estudo da anatomia humana. Assim você poderá ser levado a um novo campo de
conhecimento, entendendo alguns conceitos fundamentais, termos adequados de emprego de palavras
específicas e composição de conhecimentos científicos adotados no mundo todo.

Desse modo, aquilo que pessoas de diferentes culturas aplicam apresenta conformidade universal.
Na sequência, os sistemas esquelético, articular e muscular são expostos de modo didático, facilitando
assim a compreensão do aparelho locomotor, composto justamente por esses três sistemas. Nesse
aparelho locomotor, os sistemas esquelético e articular mostram‑se como elementos passivos, e o
sistema muscular apresenta‑se como o elemento ativo do movimento voluntário. Os autores expõem
alguns miniatlas que, associados às figuras dispostas ao longo do texto, permitem uma excelente
descrição das principais estruturas que formam o nosso corpo. Na sequência, o tema abordado será o
sistema nervoso, principal sistema orgânico, uma vez que controla todas as funções. Nele, elementos
celulares, teciduais e órgãos nervosos são dispostos de modo didaticamente acessível ao estudante.
Assim, após um estudo dedicado, você será capaz de descrever a posição anatômica; aprender conceitos
gerais e específicos de anatomia humana; empregar corretamente a terminologia anatômica; descrever
os planos de delimitação do corpo, assim como os planos de secção; identificar as estruturas anatômicas
do sistema locomotor; identificar os elementos anatômicos dos sistemas ósseo, articular e muscular,
assim como do sistema nervoso, permitindo assim a aplicação correta no desempenho da profissão de
professor de Educação Física; descrever a localização das estruturas que compõem os sistemas ósseo,
7
articular e muscular; identificar as estruturas macroscópicas que compõem os sistemas: ósseo, articular
e muscular e ainda o sistema nervoso, assim como relacionar estruturas anatômicas com os sistemas de
que participam.

8
ANATOMIA

Unidade I
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E SISTEMA ESQUELÉTICO

1 INTRODUÇÃO

Anatomia, do grego ana (= em partes) e tomein (= cortar), é a ciência que estuda de forma
macroscópica (suficientemente grande para ser observado a olho nu) e microscopicamente (impossível
de ser visto a olho nu) a estrutura e a organização interna e externa do seres vivos.

A anatomia clássica estudava a organização interna dos seres vivos, prática que se concretizava
através de métodos precisos de corte e dissecação de cadáveres, com intuito de descrever as suas
estruturas e organização.

Karl Von Rokitansky (1804‑1878) nasceu na Áustria e foi um médico patologista que supervisionou
cerca de 70.000 necropsias, executando 30.000 delas no Instituto de Patologia em Viena. Sua técnica
de necropsia é utilizada até hoje: a técnica Rokitansky. Certa vez, elaborou um poema sobre a necropsia
chamado Oração ao Cadáver Desconhecido:

Ao curvar‑te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido,


lembra‑te que este corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado
pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou, sorriu e sonhou
os mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou e foi amado
e sentiu saudades dos outros que partiram, acalentou um amanhã feliz e
agora jaz na fria lousa, sem que por ele tivesse derramado uma lágrima
sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas o
destino inexorável deu‑lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade
que por ele passou indiferente. Tu que tivestes o teu corpo perturbado em
seu repouso profundo pelas nossas mãos ávidas de saber, o nosso respeito e
agradecimento (ORAÇÃO..., [s.d.]).

Esse poema nos remete ao fato de que o cadáver malcheiroso que nos serviu e ainda serve como
base de todo o conhecimento anatômico um dia foi cheio de movimento e compartilhou as emoções e
sentimentos de uma vida em sociedade. Temos relatos antigos de do grego Teofrasto (287 a. C.), discípulo
de Aristóteles (filósofo grego). Alcméon, na Grécia, lutando contra o tabu que envolvia o estudo do corpo
humano, realizou pesquisas anatômicas já no século VI a.C., por isso muitos consideram‑no o pai da
Anatomia. Na Idade Média, os preconceitos morais e religiosos, que consideravam pecado a dissecação
de cadáveres, retardaram o aparecimento de uma anatomia científica. O Renascimento favoreceu o
progresso dos estudos anatômicos.

9
Unidade I

Figura 1

Observação

Renascimento é o nome que se dá a um grande movimento de mudanças


culturais, que atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os
séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura
greco‑romana, ou seja, da cultura clássica. Esse momento é considerado
como um importante período de transição envolvendo as estruturas feudo
capitalistas.

Após esse breve relato da história da anatomia humana, poderemos começar a entendê‑la, pois seu
estudo exige dedicação. Teremos um longo tempo juntos nesta caminhada do conhecimento do corpo
humano e seus detalhes.

1.1 Sobre a anatomia humana

Para iniciarmos o estudo do corpo humano, temos que aprender como ele é organizado e como
funciona, para entender o que acontece com o corpo quando é ferido, está doente, é submetido a
estresse elevado ou quando está em movimento. Primeiramente, é preciso ter um entendimento básico
de como o corpo é organizado, de como suas diferentes partes funcionam e das várias condições que
afetarão o seu funcionamento. Vamos começar pelos níveis de formação que o corpo humano apresenta.

Comecemos pelo nível químico, que inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter a vida.
Essas substâncias são constituídas de átomos, a menor unidade da matéria, e alguns deles, como carbono (C),
hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), cálcio (Ca), potássio (K) e sódio (Na), são essenciais. Iremos observar
que essas substâncias estão contidas em nosso planeta ou em torno dele. Continuando nosso estudo, vamos
misturar estes elementos químicos e acrescentar a vida; assim, temos as células, que são as unidades estruturais
e funcionais básicas de um organismo. Entre os muitos tipos de células existentes no corpo humano, podemos
citar as células musculares, nervosas e sanguíneas, cada uma tendo suas funções e características próprias.
10
ANATOMIA

Nessa caminhada pelos níveis estruturais de formação do corpo humano, vamos acrescentar os tecidos, que
são grupos de células semelhantes e que, juntas, realizam uma função particular. Os quatro tipos básicos de
tecido são: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.

Falamos em organismo humano. Qual seria sua formação? É composto de dois ou mais tecidos
diferentes, têm funções específicas e apresentam forma reconhecível, por exemplo: coração, fígado e
pulmões. E, para terminarmos a formação básica do corpo humano, vamos completar com os sistemas
do corpo, que consistem de órgãos relacionados que desempenham uma função comum, por exemplo:
sistema digestório, sistema sanguíneo.

Figura 2 – Estruturas básicas de formação do corpo humano

1.2 Divisão do corpo humano

O corpo humano divide‑se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça corresponde à


extremidade superior do corpo unida ao tronco por uma porção mais delgada, o pescoço. O corpo é
composto pelo tórax e o abdome, com suas respectivas cavidades: cavidade torácica e abdominal. Em
relação aos membros, dois são superiores laterais e dois inferiores, também laterais.
11
Unidade I

Cabeça
Pescoço

Membro superior Tórax e abdome

Membro inferior

Figura 3

1.3 Posição anatômica

Na Anatomia, como em todas as áreas estudadas, existem linguagens próprias, portanto também
foi criada uma nomenclatura anatômica internacional. Além disso, há uma convenção de que as
descrições do corpo humano consideram que o corpo esteja em uma posição específica, chamada
“posição anatômica”. Nessa posição, o indivíduo está de pé, ereto, de frente para o observador, com
os membros superiores (extremidades) posicionados lateralmente, as palmas das mãos voltadas
para frente e os pés apoiados no chão, ou seja, olhamos um corpo humano sempre de frente, não
importando a posição dele no ambiente. A partir dessa posição, podemos identificar a posição de
qualquer estrutura no corpo humano.

Figura 4

12
ANATOMIA

Observação

A posição anatômica derivou da posição fundamental de Educação Física


e determinou uma mudança para melhor do estudo da anatomia humana.

1.4 Terminologia anatômica

Cada ramo da ciência desenvolveu sua própria terminologia especial, e a Anatomia não é exceção.
Houve mudanças ao longo do tempo – aqui, ela está atualizada. Um número relativamente grande
dos termos usados originou‑se séculos atrás, de raízes gregas ou latinas. Embora esses termos possam
ser assustadores, eles são totalmente absorvidos se forem compreendidas suas raízes. Citando alguns
exemplos: radial refere‑se a um osso do antebraço, e braqui refere‑se ao braço. Assim, o músculo
braquiorradial estende‑se do braço até o antebraço. Se pudermos entender e conhecer os termos
usados ao longo dos estudos anatômicos, a Anatomia será naturalmente assimilada. Os prefixos e sufixos
serão um auxiliar valioso no entendimento dos termos anatômicos.

1.5 Termos de direção

A partir da posição anatômica estipulada, definimos posições de direção, pois toda estrutura corpórea
apresenta uma direção que ajudará a localização desta e de outras estruturas corporais, umas em relação às
outras, entendendo a posição relativa entre essas várias estruturas. Por essa razão, é essencial familiarizar‑se
com os termos que são usados para descrever essas relações. Se o corpo estiver posicionado de costas, com
a face para cima, está na posição de supinação. Se estiver posicionado horizontalmente, com a face para
baixo, está na posição de pronação. Essa relação acontece com outras várias estruturas do corpo, cada
uma sendo diferente nessas posições. Com o intuito de que a comunicação em Anatomia seja realizada, o
corpo deve ser considerado numa posição padronizada para que as relações entre as estruturas mostrem‑se
bem claras e coerentes. As figuras a seguir melhoram a visualização em relação aos termos de direção.

Superior Cranial

Axial

Lateral

Inferior

Podálico

Figura 5

13
Unidade I

1.6 Termos regionais

Para que o nosso estudo em relação à anatomia do corpo humano possa ser mais completo,
adicionamos aos termos de direção frequentemente usados e que referem‑se às áreas específicas do
corpo: cefálica (crânio), cervical (posterior nuca), torácica (posterior dorso), lombar, sacral (anterior
pelve), palmar (dorso da mão), plantar (dorsal do pé, superior do pé), braço, antebraço, coxa e perna.
Entre o braço e o antebraço, há o cotovelo; entre o antebraço e a mão, há o punho; entre a coxa e a
perna, há o joelho; e entre a perna e o pé, há o tornozelo.

Cefálica
Pescoço
Torácica

Cotovelo

Pelve
Palmar

Joelho

Pé Tornozelo

Plantar

Figura 6

2 PLANOS DE ESTUDO

2.1 Planos de delimitação do corpo humano

Veja como é importante a posição anatômica. A partir dessa posição, o corpo pode ser delimitado
por planos que o tangenciam em sua superfície, os quais, com suas intersecções, vão determinar uma
compacta imagem geométrica comparável a uma caixa retangular. Assim, para as faces desta compacta
imagem, os seguintes planos correspondem:

14
ANATOMIA

Figura 7

• Dois planos verticais, um tangente ao ventre, plano ventral ou anterior, e outro, ao dorso ou
posterior. São designados paralelos ou planos frontais, por serem paralelos à fronte (face).
Cefálico

Ventral

Anterior Posterior

Dorsal

Figura 8

• Dois planos verticais tangentes aos lados do corpo: planos laterais direito e esquerdo.

15
Unidade I

Figura 9 – Planos verticais

• Dois planos horizontais, um tangente à cabeça, plano cranial ou superior, e outro à planta dos
pés, plano podálico (de podos = pés) ou inferior.

Figura 10 – Planos horizontais

16
ANATOMIA

2.2 Planos de secção do corpo humano

Podemos traçar planos de secção no corpo humano dividindo em metades iguais e desiguais. O
plano que divide o corpo humano em metades direita e esquerda é denominado mediano, e toda
secção do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital. Os planos que são
paralelos aos planos ventral e dorsal são chamados de frontais, e a secção é denominada frontal.
Os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são horizontais, e a
secção é chamada transversal.

Secção mediana Secção transversal Secção frontal

Figura 11

2.3 Eixos do corpo humano

Eixos do corpo humano são linhas imaginárias traçadas no corpo considerado colocado no
paralelepípedo. Os eixos principais seguem três direções ortogonais:

• Eixo sagital, anteroposterior, unindo o centro do plano ventral ao centro do plano dorsal. Suas
extremidades tocam em porções não correspondentes do corpo.

17
Unidade I

Figura 12 – Eixo transversal

• Eixo longitudinal, crânio‑caudal (podálico), unindo o centro do plano cranial ao centro do plano
podálico.

Figura 13 – Eixo longitudinal, crânio‑caudal

• Eixo transversal, látero‑lateral, unindo o centro do plano lateral direito ao centro do plano lateral
esquerdo.

18
ANATOMIA

Figura 14 – Eixo transversal, látero‑lateral

2.4 Termos de posição e direção

O estudo das formas dos órgãos vale‑se, geralmente, da comparação geométrica. Assim,
conforme os órgãos são descritos, margens, extremidades, ângulos e faces são designados de
acordo com os correspondentes planos para os quais estão voltados. Por exemplo: uma face que
está voltada para o plano de um dos lados é lateral. Uma face que está voltada para o plano
mediano é medial. Dentro desse contexto, a posição dos órgãos é indicada em função desses
planos. Um órgão próximo ao plano mediano é medial ou se acha medialmente em relação a
outro que fica lateralmente, ou seja, mais perto do plano lateral direito ou esquerdo.

2.5 Planos e secções (cortes) no corpo

O corpo humano pode ser descrito em termos de planos (superfícies planas imaginárias)
que o atravessam. Podemos descrever o plano sagital, que divide o corpo em lados direito e
esquerdo. Um plano sagital mediano passa através da linha mediana do corpo, dividindo‑o em
dois lados iguais: direito e esquerdo. Um plano parassagital (para = perto) não atravessa o
corpo na sua linha mediana, dividindo o corpo em porções desiguais: direita e esquerda. Um
plano frontal (coronal) divide o corpo em porções anterior (fronte) e posterior (dorso). Um
plano transversal (horizontal) divide o corpo em porções superior e inferior. Um plano oblíquo
atravessa o corpo ou um órgão em um ângulo entre o plano transversal e os planos sagital
mediano, parassagital (sagital paramediano) ou frontal.

19
Unidade I

Observação

Quando você estuda a estrutura do corpo, frequentemente ele é visto


em secção, o que significa que você está olhando apenas uma superfície
de uma estrutura tridimensional. Portanto, essas secções não só dividem o
corpo, mas também os órgãos que nelas estão contidos.

2.6 Regiões do corpo

Para uma melhor localização dos órgãos, a cavidade abdominopélvica é dividida em nove
regiões, também podendo ser dividida em quadrantes (quad = quarta parte), delimitada por uma
linha vertical e uma linha horizontal que atravessam o umbigo. Essas duas linhas dividem o abdome
em um quadrante superior direito, um quadrante superior esquerdo, um quadrante inferior
direito e um quadrante inferior esquerdo. A diferença entre divisões por quadrantes e regiões fica
por conta da adequação. A divisão por regiões é mais utilizada para estudos anatômicos, enquanto
por quadrantes é mais adequada para localização de sítios de dor.

2.6.1 Por regiões

Traçam‑se dois planos verticais que passam pelo meio das clavículas; em seguida, dois planos
horizontais que passam logo abaixo do final da caixa torácica e pela parte superior dos ossos do quadril
(cristas ilíacas):

• Umbilical (mesogástrica): localizada centralmente, ao redor do umbigo (centro).

• Lateral: localizada à direita e à esquerda da umbilical.

• Epigástrica (epi = acima de ou sobre; gástrica = referente ao estômago): ou seja, está superior à
região mediana, superiormente à umbilical. Como o nome indica, a maior parte do estômago está
nessa região.

• Hipocondríaca (hipo = abaixo de ou sob; condríaca = refere‑se à cartilagem): regiões direita e


esquerda da epigástrica. O nome indica que essas regiões localizam‑se abaixo das cartilagens das
costelas.

• Hipogástrica (púbica): região mediana imediatamente abaixo da região umbilical.

• Ilíaca (inguinal): regiões de cada lado da hipogástrica. O nome é derivado do osso ilíaco, que
forma o limite lateral dessas regiões. Podem ser referidas como regiões inguinais, que formam a
dobra da virilha.

20
ANATOMIA

Epigástrica

Hipocondríaca direita Hipocondríaca esquerda

Lateral direita Lateral esquerda

Ilíaca direita Ilíaca esquerda


Hipogástrica Umbilical

Figura 15 – Regiões do corpo

2.7 Cavidades do corpo

O corpo humano tem espaços (cavidades) que contêm os órgãos internos. Essas cavidades ajudam
a proteger, isolar e sustentar os órgãos internos. Duas principais cavidades formam o corpo: cavidade
dorsal e cavidade ventral, sendo que a cavidade dorsal localiza‑se próximo à superfície posterior ou
dorsal do corpo, composta por uma cavidade craniana, que é formada pelos ossos do crânio contendo
o encéfalo e suas membranas (meninges), e por um canal vertebral, formado pelas vértebras da coluna
vertebral, abrangendo, no seu interior, a medula espinhal e suas membranas (meninges), como também
o começo (raízes) dos nervos espinhais.

A cavidade ventral localiza‑se na porção anterior ou ventral (frontal) do corpo e contém órgãos
denominados coletivamente de vísceras. Como a cavidade dorsal, a cavidade ventral do corpo apresenta
duas subdivisões, sendo uma denominada cavidade torácica (porção superior) e outra chamada
cavidade abdominopélvica (inferior). O diafragma (diaphragma = partição ou parede), importante
músculo da respiração em forma de domo, separa essas cavidades. A cavidade torácica contém duas
cavidades pleurais ao redor de cada pulmão, e a cavidade pericárdica (peri = em volta; cardi =
coração), espaço em torno do coração.

O mediastino (medias = meio; stare = parar, estar) localizado na cavidade torácica, contém todas
as estruturas na cavidade torácica, exceto os próprios pulmões. Entre as estruturas localizadas no
mediastino estão o coração, o timo, o esôfago, a traqueia e grandes vasos sanguíneos.

A cavidade abdominopélvica está dividida em duas porções, embora nenhuma estrutura específica
as separem. A porção superior (cavidade abdominal) contém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula
biliar, o pâncreas, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso. A porção inferior (cavidade
pélvica) contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos genitais internos.

21
Unidade I

Figura 16

Saiba mais

Uma fonte segura de links e sites sobre a anatomia humana é a


Sociedade Brasileira de Anatomia:

<www.sbanatomia.org.br>.

3 SISTEMA ESQUELÉTICO

3.1 Introdução

O esqueleto humano é um endoesqueleto, ou seja, situa‑se entre os tecidos moles do corpo; é uma
estrutura com metabolismo intenso, capaz de desenvolver‑se, adaptar‑se e reparar‑se; difere muito do
exoesqueleto dos artrópodes, tais como besouros e camarões de água doce, uma vez que o exoesqueleto
desses animais não é uma estrutura viva. Tais animais devem desprender sua estrutura esquelética e
formar uma nova, maior que a anterior, para continuar desenvolvendo‑se.

O esqueleto consiste de um conjunto de ossos e cartilagens que se articulam para formar o arcabouço
do corpo do animal e desempenhar várias funções; já os ossos são definidos como peças rijas, de número,
coloração e forma variáveis e que, em conjunto, constituem o esqueleto.
22
ANATOMIA

Genericamente, o esqueleto se desenvolve pela diferenciação de tecido conjuntivo do embrião em


osso através de dois processos distintos: endocondral e intramembranoso. Entretanto, tal assunto não
será descrito na Anatomia, mas sim na Embriologia Humana.

3.2 Funções do esqueleto

Uma das funções do esqueleto é a proteção contra traumas externos, uma vez que propicia a
situação de uma estrutura rígida revestir ou circundar estruturas internas compostas por tecido mole.
Exemplo: encéfalo, na cavidade craniana; medula espinal, no canal vertebral; coração e pulmões, na
cavidade torácica etc.

A B

Figura 17

A sustentação e conformação do corpo atuam como arcabouço do corpo, dando suporte aos
tecidos moles e propiciando fixação para a maioria dos músculos estriados esqueléticos do corpo.

Figura 18

23
Unidade I

Outra função é o movimento (sistema de alavancas) devido ao fato de muitos músculos estriados
esqueléticos estarem unidos ao esqueleto e se relacionarem por articulações móveis, o esqueleto
desempenha um papel importante na determinação do tipo e extensão do movimento que o corpo é
capaz de realizar. Os ossos transformam as contrações musculares em movimento e também aumentam
as forças geradas pelas contrações.

Figura 19

A reserva de minerais, como cálcio, fósforo, sódio e potássio, compõe o tecido ósseo. Estes minerais
podem ser utilizados e distribuídos pelos vasos sanguíneos para outras regiões segundo as necessidades
do organismo – por exemplo, durante a gestação, uma parte do cálcio utilizado pelo feto é obtido
diretamente do esqueleto da mãe.

Hemopoese é a produção de células do sangue; após o nascimento, a medula óssea vermelha de


certos ossos (esterno, vértebras, costelas, quadril) produz as células sanguíneas encontradas no sistema
circulatório. Esse processo indica que quem produz o sangue é a medula óssea, ou seja, a hemopoese
acontece principalmente na medula óssea vermelha.

24
ANATOMIA

Figura 20

3.3 Divisão do esqueleto

O esqueleto é dividido em duas partes:

• Axial: ossos relacionados ao longo do eixo do corpo, na cabeça, pescoço e tronco, totalizando
80 ossos. Localizam-se:

— na cabeça;

— no pescoço;

— na coluna vertebral;

— no tórax.

25
Unidade I

A B

Figura 21

• Apendicular: formada por ossos dos membros superiores e inferiores e unindo os dois esqueletos,
as cinturas (ou cíngulos ou raízes), totalizando 114 ossos. Localizam-se:

— nos membros superiores;

— nos membros inferiores.

A B

Figura 22

26
ANATOMIA

Entretanto, o esqueleto apendicular é unido ao esqueleto axial por meio dos cíngulos, totalizando
seis ossos:

• cíngulo do membro superior: composto pela clavícula e pela escápula;

• cíngulo do membro inferior: composto pelo osso do quadril.

3.4 Número de ossos

No indivíduo adulto, o número total de ossos é 206; todavia, alguns fatores podem alterar esse número:

• Fatores hereditários: do nascimento à senilidade, há uma diminuição do número de ossos, uma


vez que dois ou mais ossos podem se unir. Por exemplo, no feto, o osso frontal é formado por
dois ossos, mas no adulto, somente por um; o feto apresenta três ossos no quadril: o ílio, o ísquio
e o púbis, mas o adulto apresenta a união desses três ossos, compondo o osso do quadril. Além
disso, em indivíduos idosos, há uma tendência à união de dois ou mais ossos do crânio, com isso
diminuindo o número e determinando um processo denominado sinostose.

Figura 23

• Fatores individuais: em alguns indivíduos, pode haver persistência da divisão do osso frontal no
adulto (a persistência dos dois ossos no indivíduo adulto indica a presença da sutura metópica,
assim, nesse caso, o indivíduo passa a apresentar 207 ossos) e a presença de ossos extranumerários,
como no caso da polidactilia, ou ainda ausência de ossos, como no caso de indivíduos que se
apresentam sem um membro.

27
Unidade I

Figura 24

• Critérios de contagem: os anatomistas utilizam às vezes critérios pessoais para a contagem dos
ossos; consideram ou não a patela, os ossículos da orelha média (martelo, estribo e bigorna) etc.

Figura 25

3.5 Tipos de ossos: classificação morfológica

Os ossos longos são quando o comprimento excede a largura e espessura. Por exemplo: rádio, ulna,
úmero, fêmur, tíbia, fíbula, metacarpais e metatarsais, falanges etc. As principais características é que
possuem um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises proximal e distal), normalmente compondo
uma articulação e um canal medular.

28
ANATOMIA

Figura 26

Os ossos alongados são quando o comprimento excede a largura e a espessura, porém não têm
canal medular. Por exemplo: costelas e clavícula.

Figura 27

Os ossos curtos apresentam as três dimensões aproximadamente iguais. Por exemplo: ossos do
carpo e tarso, patela.

29
Unidade I

Figura 28

Os sesamoides são um tipo de osso curto, situado geralmente no interior de um músculo estriado
esquelético (no tendão) ou observado ao redor de algumas articulações sinoviais (nas cápsulas articulares,
geralmente nas articulações interfalângicas). Por exemplo: patela.

Figura 29

O plano tem comprimento e largura equivalentes, predominando sobre a espessura. Tem duas
camadas de osso compacto com uma camada média de osso esponjoso e medula óssea. Além disso, não
apresenta canal medular. Por exemplo: esterno, escápula, frontal, parietal, occipital etc.

30
ANATOMIA

Figura 30

O osso irregular apresenta morfologia complexa, que não encontra correspondência em formas
geométricas conhecidas. Por exemplo: vértebras, osso do quadril, esfenoide, temporal.

Figura 31

Os ossos pneumáticos são aqueles que contêm cavidades ou seios revestidos por mucosa e
preenchidos por ar. Por exemplo: maxila, frontal, esfenoide e etmoide.

31
Unidade I

Figura 32

3.6 Estrutura dos ossos

Substância óssea

A substância óssea pode ser compacta, formada por trabéculas ósseas imediatamente aplicadas
umas às outras sem cavidades, ou esponjosa, formada por lâminas de diferentes orientações que
entram em contato apenas em certos pontos, deixando entre si um sistema de pequenas cavidades, nas
quais acumula‑se medula óssea. Apresenta‑se com o aspecto de esponja.

Figura 33

Medula óssea

A medula óssea é um tecido mole, de consistência polposa, observado em todas as cavidades da


substância óssea, quer seja no canal medular ou na substância esponjosa dos diferentes tipos de ossos. A

32
ANATOMIA

função é contribuir juntamente com outros órgãos para a formação de células do sangue. Apresenta‑se
vermelha (medula óssea rubra) e amarela (medula óssea flava).

• Medula óssea vermelha: ocupa todas as cavidades dos ossos do feto; no adulto, encontra‑se no
interior do esterno, vértebras, costelas, ossos do quadril e epífises de alguns ossos longos.

• Medula óssea amarela: ocupa quase a totalidade das cavidades ósseas do adulto, principalmente
no canal medular dos ossos longos. Composta por tecido adiposo, sem a propriedade de produzir
células sanguíneas.

Figura 34

Saiba mais

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site para maiores informações:

<www.ameo.org.br>.

3.7 Periósteo

Os ossos são revestidos externamente em toda extensão, exceto nas superfícies articulares,
por uma membrana fibrocelular com aspecto esbranquiçado, sendo sua espessura proporcional às
dimensões ósseas.
33
Unidade I

Apresenta duas camadas: uma superficial, fibrosa, externa, bastante resistente, por meio do
qual os tendões e ligamentos se fixam nos ossos, e uma profunda, interna, celular, a camada
osteogênica, responsável pelo crescimento em espessura do osso e pela reparação óssea em caso
de fraturas ou fissuras.

Figura 35

Observação

Para que seja possível um processo de recuperação de uma fratura


óssea, é necessário que, inicialmente, seja realizada uma limpeza da região.
Esse procedimento é realizado por células conhecidas como macrófagos.

4 MINIATLAS DE OSTEOLOGIA

Figura 36

34
ANATOMIA

Figura 37

Figura 38

Figura 39

35
Unidade I

Figura 40

Figura 41

36
ANATOMIA

Figura 42

Figura 43

37
Unidade I

Figura 44

Figura 45

Figura 46

38
ANATOMIA

Figura 47

Figura 48

Figura 49

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Unidade I

Figura 50

Figura 51

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ANATOMIA

Figura 52

Figura 53

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Unidade I

Figura 54

Figura 55

42
ANATOMIA

Figura 56

Figura 57

Figura 58

43
Unidade I

Figura 59

Figura 60

44
ANATOMIA

Resumo

A curiosidade e a busca do conhecimento acerca do corpo humano


remontam ao início da história da civilização. Conhecer como o corpo é
“por dentro” sempre despertou a imaginação das pessoas e iniciou uma
busca sobre como isso poderia ser realizado. A partir dessa premissa,
o “cortar em partes”, ou seja, o próprio significado de anatomia (ana +
tomein = anatomia), tornou‑se algo necessário como a base do saber.
Assim, poder descrever as estruturas internas e externas, pré e pós‑natal,
firmou‑se como o primeiro passo para dominar a extensa área da saúde.
Para isso tornar‑se realidade, desde os primórdios da civilização, alguns
cientistas destacaram‑se, e, ao longo do tempo, a discussão sobre como os
órgãos se desenvolvem, como se posicionam e como funcionam ocupou as
mentes privilegiadas. Com isso, ao longo dos anos, regras foram impostas
acerca de uma linguagem única entre os anatomistas, surgindo, assim, a
terminologia anatômica para uniformizar esse trânsito de informações
entre os profissionais. Com essa relação de nomes, pudemos, enfim, observar
a evolução dos estudos sobre os planos de delimitação e de secção e os
termos de posição e de direção.

O nosso corpo pode ser dividido ainda em partes, de acordo com


pontos de vista distintos, utilizando‑se critérios variados. Nesse aspecto, ao
agruparmos sistemas que operam juntos, formamos os aparelhos.

O aparelho locomotor é formado por três sistemas: esquelético, articular


e muscular. Assim, no estudo mais comum de Anatomia, o primeiro sistema
a ser estudado é o sistema esquelético, aprendendo sobre as suas funções
gerais, classificação, disposição das medulas (medula significa miolo),
das suas substâncias e ainda sobre o número de ossos, como variam, os
diferentes tipos de esqueleto, desenvolvimento e classificações.

A partir do conhecimento das estruturas ósseas, podemos observar sua


importância, uma vez que diferentes estruturas são relacionadas a detalhes
ósseos, como no caso da descrição da trajetória de artérias, veias, nervos,
músculos... E ainda saber que são revestidos por membranas com diferentes
funções entre si, o periósteo.

Com isso, esperamos que a leitura tenha sido fornecedora de uma base
que o levará ao conhecimento sobre aquilo que é fundamental a todos: o
nosso próprio corpo!

45
Unidade I

Exercícios

Questão 1. Observe a figura que representa as regiões de um osso longo e analise as afirmativas:

Figura

I – Na medula óssea amarela, é armazenada gordura.

II – A epífise é o corpo do osso longo.

III – Periósteo é a membrana que reveste o osso.

IV – No osso longo e nas vértebras, são produzidas células do sangue.

É(são) verdadeira(s):

A) Apenas as afirmativas I e III.


46
ANATOMIA

B) Apenas as afirmativas II e III.

C) Apenas as afirmativas I, III e IV.

D) Apenas a afirmativa I.

E) Todas as afirmativas.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa correta.

Justificativa: a medula óssea vermelha está presente nos fetos, em quase todos os seus ossos, e
essa quantidade de hemocitoblastos vai diminuindo conforme aumenta a idade do indivíduo, sendo
substituída por células adiposas. Modificando a cor da medula de vermelha para amarela, já não é
produzido mais sangue, servindo como depósito de gordura. A produção de sangue se concentra na
extremidade dos ossos.

II – Afirmativa incorreta.

Justificativa: a epífise é a parte de um osso longo que se desenvolve por um centro de ossificação
diferente do corpo do osso e que dele é separado por uma camada de cartilagem.

III – Afirmativa correta.

Justificativa: o periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo denso, muito fibroso, que reveste
a superfície externa da diáfise, fixando‑se firmemente a toda a superfície externa do osso, exceto à
cartilagem articular.

IV – Afirmativa correta.

Justificativa: a medula óssea vermelha apenas permanece ativa principalmente nas costelas, no
esterno, nas vértebras, nos ossos do crânio, na pélvis e nas partes distais dos ossos longos (fémur, úmero).

47
Unidade I

Questão 2. Observe a figura e relacione as letras com os tipos de ossos:

Figura

A) A – osso plano; B – osso longo; C – osso curto.

B) A – osso curto; B – osso longo; C – osso chato.

C) A – osso plano; B – osso irregular; C – osso longo.

D) A – osso longo; B – osso chato; C – osso curto.

E) A – osso irregular; B – osso chato; C – osso longo.

Resolução desta questão na plataforma.

48
ANATOMIA

Unidade II
SISTEMA ARTICULAR E SISTEMA MUSCULAR

5 SISTEMA ARTICULAR

Uma articulação, por definição, é a união entre quaisquer partes rígidas do esqueleto, quer
sejam ossos, dentes ou cartilagens.

5.1 Classificação

Podemos classificar as articulações de acordo com uma série de critérios, como: embriológico,
volume, movimento e tecido interposto.

De acordo com o tipo de tecido interposto, as articulações podem ser classificadas como: fibrosas,
cartilaginosas ou sinoviais.

5.1.1 Articulações fibrosas

Nessas articulações, os ossos são unidos por tecido conjuntivo fibroso, apresentando‑se de modo diferenciado.

Suturas

As suturas são as articulações em que os ossos se articulam através de pequena quantidade de tecido
fibroso, com pouca ou nenhuma mobilidade; são encontradas exclusivamente entre alguns dos ossos
do crânio. De acordo com suas superfícies de contato, ou seja, as superfícies rígidas que entrarão em
contato, classificam‑se em:

• Planas: as superfícies que entrarão em contato são aproximadamente planas. Por exemplo:
sutura internasal.

Figura 61

49
Unidade II

• Serrátil: as superfícies que entrarão em contato apresentam‑se com aspecto semelhante aos
dentes de uma serra. Por exemplo: sutura sagital.

Figura 62

• Escamosa: as superfícies que entrarão em contato estão sobrepondo‑se entre si. Por exemplo:
sutura escamosa.

Figura 63

• Esquindilese: as superfícies que entrarão em contato apresentam‑se como montadas em uma


sela. Por exemplo: sutura esfenovomeriana.

Figura 64

50
ANATOMIA

Observação

Algumas suturas cranianas sofrem um processo denominado sinostose,


que determina uma diminuição do número de ossos. Esse processo ocorre
em indivíduos com mais de 65 anos.

Sindesmose

Sindesmoses são articulações nas quais os ossos se relacionam à distância, através de tecido
conjuntivo fibroso, como a membrana interóssea da perna ou do antebraço, com razoável elasticidade.
Por exemplo: articulação tibiofibular distal.

A B

Figura 65

Gonfose

Gonfose é uma articulação dentoalveolar, com organização de tecido fibroso entre as raízes dos
dentes e seus respectivos alvéolos. Deriva do grego gonphos, que significa prego.

Figura 66

51
Unidade II

Observação

A presença de uma articulação fibrosa entre as raízes dos dentes e o


osso alveolar permite uma movimentação ortodôntica.

5.1.2 Articulações cartilaginosas

Nessas articulações, os ossos são unidos por tecido conjuntivo cartilaginoso.

Sincondrose

Sincondroses são articulações em que os ossos se unem através de cartilagem hialina. Podem ser:

• Intraóssea: observada entre as epífises (proximal e distal) e a diáfise dos ossos longos, em que a
cartilagem epifisária, com o desenvolvimento e sob a atuação de diversos hormônios, é substituída
por osso, na fase adulta. Por exemplo: rádio.

Figura 67

• Interóssea: envolve dois ossos distintos, podendo ser temporária (a maioria observada na base
do crânio), como a articulação esfenooccipital, entre o osso occipital e o osso esfenoide; ou
permanente, como as sincondroses entre o osso esterno e as costelas (articulações esternocostais).

Figura 68

52
ANATOMIA

Observação

O processo de crescimento craniofacial é bastante complexo e envolve


principalmente as sincondroses cranianas.

Sínfise

Sínfeses são articulações semimóveis, em que os ossos se articulam por tecido fibrocartilaginoso. Por
exemplo: sínfise púbica, sínfise intervertebral e sínfise manubrioesternal (durante o desenvolvimento
da mandíbula, é unida por uma sínfise mediana). Entretanto, essa articulação torna‑se completamente
ossificada na idade adulta).

Figura 69

5.1.3 Articulações sinoviais

Essas articulações, móveis, não se apresentam articuladas através de um tecido conjuntivo, mas sim
por meio de um líquido denominado sinovial ou sinóvia.

Elementos essenciais:

• Superfícies articulares: a forma das superfícies ósseas é extremamente variável, podendo


ser planas, esféricas, elipsoides, condilares. Em geral, situam‑se nas epífises dos ossos longos,
apresentando‑se lisas e polidas.

Figura 70

53
Unidade II

• Cartilagem articular: as superfícies articulares são revestidas por uma camada de cartilagem
hialina (exceção ATM → fibrocartilagem), tecido avascular que se nutre por embebição, com
espessura variável, sendo sua superfície lisa, permitindo o deslizamento.

Figura 71

• Cápsula articular: tecido de natureza fibrosa, que envolve a articulação, inserindo‑se pelas
suas extremidades aos ossos. A face interna ou articular da cápsula está revestida por uma fina
membrana, a chamada membrana sinovial.

Figura 72

• Membrana sinovial: tecido conjuntivo frouxo, vascular, que reveste a superfície interna da
cápsula e é responsável pela formação do líquido sinovial. A função do líquido sinovial é nutrir as
cartilagens articulares e permitir sua lubrificação, além de servir como elemento amortecedor.

• Cavidade articular: espaço entre as superfícies articulares preenchido pelo líquido sinovial.

• Líquido sinovial: substância com aspecto e coloração semelhantes ao de uma clara crua de ovo
que preenche a cavidade articular.

Elementos acessórios:

• Ligamentos: como a cápsula, são espessamentos de fibras colágenas (tecido conjuntivo denso
fibroso) que desempenham papel importante na manutenção da posição dos ossos que se
articulam e, ao mesmo tempo, que limitam movimentos considerados normais e em planos
indesejáveis. Podem ser intra‑articulares, extracapsulares ou capsulares.

54
ANATOMIA

A B

Figura 73

• Disco articular: feixes de fibrocartilagem que se interpõem às superfícies articulares discordantes.


Por exemplo: articulação temporomandibular, esternoclavicular.

Figura 74

• Menisco articular: estruturas semilunares de fibrocartilagem que fixam‑se pela sua periferia
à cápsula articular, permitindo que as superfícies articulares entrem em contato somente pela
porção central, tornando as superfícies mais congruentes. Por exemplo: articulação do joelho.

Figura 75

• Bolsa sinovial: bursa, em latim, estruturas preenchidas por líquido sinovial, com a função de
diminuição do atrito entre estruturas ósseas durante movimentos.

• Bainha dos tendões: estruturas preenchidas por líquido sinovial que envolvem alguns tendões
de músculos estriados esqueléticos com a finalidade de diminuição de atrito entre os tendões e as
estruturas ósseas.

55
Unidade II

Figura 76

• Lábio articular: estruturas que circundam cavidades ósseas rasas, tornando‑as mais profundas,
permitindo maior estabilidade em articulações esferoides, como a do ombro e do quadril.

Figura 77

As articulações sinoviais podem ser classificadas de acordo com a forma e tipos de movimentos das
superfícies articulares. A forma geométrica das superfícies articulares determina a nomenclatura, o tipo
e a amplitude de movimentos da articulação sinovial:

• Plana: apresenta uma superfície articular plana ou ligeiramente curva, sendo seus movimentos
considerados de deslizamento de um osso sobre o outro. Por exemplo: articulações intercárpicas.

Figura 78

• Gínglimo: articulações que realizam movimentos de extensão e flexão. Por exemplo: articulação
úmero‑ulnar, articulação interfalângica, articulação do joelho.

56
ANATOMIA

Figura 79

• Articulação trocoide: realiza movimentos de rotação ao redor do eixo longitudinal do osso. Por
exemplo: articulação radioulnar proximal, articulação atlantoaxial mediana.

Figura 80

• Articulação elipsoide (condilar): apresenta uma superfície articular levemente côncava e


outra ligeiramente convexa, apresentando, pelo menos uma delas, um formato elíptico; permite
movimentos em dois planos perpendiculares entre si – movimentos de extensão, flexão, abdução
e adução, sendo possível a circundução, mas não a rotação axial. Por exemplo: articulação
radiocárpica, metacarpofalângicas.

Figura 81

• Articulação selar: a superfície articular de cada osso é côncava numa direção e convexa na
outra. Desse modo, relacionam‑se como duas selas cujas superfícies giram em torno de 90° e se
colocam uma contra outra – movimentos de flexão, extensão, abdução, adução e circundução.
Por exemplo: a única selar verdadeira do corpo é a articulação do polegar.

Figura 82

57
Unidade II

• Articulação esferoide: são formadas por uma cabeça esférica de um osso contrapondo‑se a
uma cavidade em forma de taça de outro; realizam movimentos de flexão, extensão, abdução,
adução, além de realizar movimentos de rotação medial e lateral. Por exemplo: há somente duas
articulações esferoides no corpo – ombro e quadril.

Figura 83

As articulações sinoviais podem ainda ser classificadas de acordo com o número de eixos de
movimento que apresentam. Desse modo, podem ser:

• Não axiais: quando não apresentam um eixo evidente.

• Monoaxiais ou uniaxiais: quando apresentam um único eixo.

• Biaxiais: quando apresentam dois eixos de movimento.

• Triaxiais: quando apresentam três eixos de movimento.

5.2 Miniatlas de artrologia

Figura 84

58
ANATOMIA

A B

Figura 85

Figura 86

59
Unidade II

Figura 87

Figura 88

A B

Figura 89

60
ANATOMIA

6 SISTEMA MUSCULAR

Reagir em resposta a uma modificação do meio ambiente constitui uma das propriedades
fundamentais do animal. Desse modo, uma ameba (ser unicelular), em contato com uma agressão,
contrai‑se no ponto de estímulo e emite um prolongamento do citoplasma no ponto oposto àquele que
foi estimulado (pseudópodo), determinando um movimento. A ameba, sendo unicelular, realiza com
uma única célula as funções de absorção, respiração, excreção e movimentação. Entretanto, em seres
multicelulares, as células diferenciam‑se para realizar funções específicas. As células musculares são
especializadas em duas dessas funções: contração e relaxamento.

Essas células agrupam‑se em feixes para formar massas macroscópicas, os músculos, os quais são
fixados pelas suas extremidades; portanto, irão deslocar os segmentos do corpo por encurtamento da
distância que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por contração.

Aproximadamente metade do peso total do corpo é composta por tecido muscular, e grande parte do
aspecto externo do formato do corpo é devida aos numerosos músculos fixados ao esqueleto e subjacentes à
pele. Outros músculos estão localizados nas paredes dos órgãos ocos e nos vasos sanguíneos.

As funções dependem da localização das células musculares; mas, de modo geral, a ação muscular é
o resultado da ação individual das células musculares que são especiais pelo fato de serem as células que
melhor exibem a propriedade de contratilidade, que permite encurtar‑se e desenvolver tensão. Desse
modo, são importantes em atividades de movimento de várias partes do corpo, alteração do calibre de vasos
sanguíneos, propulsão de materiais e expulsão de resíduos. Porém, além de elemento ativo no movimento,
a musculatura assegura a estática do corpo e determina a posição e postura do esqueleto junto aos ossos.

Saiba mais

Acesse para obter informações sobre contração muscular:

OLIVEIRA, M. Contração muscular. [s.d.]. Disponível em: <www.


infoescola.com/fisiologia/contracao‑muscular>. Acesso em: 5 jul. 2016.

6.1 Tipos de músculos

A célula muscular está normalmente sob o controle do sistema nervoso. Cada músculo possui o seu próprio
nervo motor, o qual se ramifica em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo, compondo
desse modo a placa motora. Quando o impulso nervoso é conduzido de um nervo, a placa motora transmite
o impulso às células musculares, determinando a sua contração; se o impulso para a contração resulta de um
ato consciente e voluntário, observamos um músculo voluntário; se o impulso parte de uma porção do sistema
nervoso sobre o qual o indivíduo não apresenta controle, diz‑se que é um músculo involuntário.

Entretanto, sob diversas condições, as contrações dos músculos voluntários não requerem um
propósito consciente. Desse modo, o indivíduo não pensa na contração dos músculos envolvidos na
manutenção da postura.

61
Unidade II

Portanto, funcionalmente, observamos o músculo voluntário e o músculo involuntário.


Histologicamente, observamos o músculo voluntário com estrias transversais, que corresponde ao
músculo estriado esquelético, o músculo involuntário, que corresponde ao músculo liso, e o músculo
cardíaco, semelhante ao músculo estriado, mas com ação involuntária. Topograficamente, observamos
os músculos estriados esqueléticos, isto é, estão fixados pelo menos em uma extremidade no esqueleto,
e os músculos lisos, que são viscerais, encontrados nas paredes das vísceras.

Observação

O conceito de víscera é bastante amplo e envolve características


embriológicas. Entretanto, como conceito geral, víscera é todo órgão ou
estrutura formado por músculo liso ou músculo cardíaco ou que é uma glândula.

6.2 Anatomia do músculo estriado esquelético

6.2.1 Anatomia microscópica

Em um músculo, os feixes de fibras não estão agrupados aleatoriamente, mas estão altamente
organizados em feixes revestidos por uma membrana externa de tecido conjuntivo: o epimísio.

Do epimísio, partem septos delgados que se orientam para o interior do músculo, dividindo‑o em
fascículos. Esses septos são denominados perimísios. Cada fibra muscular é envolvida por uma camada
muito delgada de tecido conjuntivo: o endomísio.

Figura 90

62
ANATOMIA

6.2.2 Anatomia macroscópica

Macroscopicamente, o músculo possui uma porção média e extremidades; a porção média


é carnuda, vermelha no ser vivo, descrita como o ventre muscular, em que predominam as fibras
musculares, sendo a parte ativa do músculo, isto é, a porção contrátil. As extremidades são cilindroides
ou em forma de fita, denominadas tendões, e laminares, denominadas aponeuroses, com a função de
fixar o músculo ao esqueleto.

Os tendões são esbranquiçados e brilhantes, muito resistentes e praticamente inextensíveis, constituídos


de tecido conjuntivo denso, rico em fibras colágenas (os tendões e as aponeuroses se fixam ao esqueleto,
podendo ainda ser fixados em cartilagens, cápsulas articulares, septos intermusculares, derme etc.).

A fáscia muscular é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo e funciona como uma
autêntica bainha elástica de contenção, para que o músculo possa realizar seu trabalho de tração. Outra
função da fáscia é permitir o deslizamento dos músculos ou grupos musculares entre si, diminuindo o
atrito e prevenindo uma necrose.

6.3 Origem e inserção

Didaticamente, convencionou‑se chamar origem a extremidade do músculo fixo à peça óssea e que
não se desloca durante a contração, denominado ponto fixo.

Inserção é a extremidade do músculo fixa à peça óssea que se desloca em direção à origem,
denominado ponto móvel. Por exemplo: em um movimento de flexão do antebraço, o músculo braquial
apresenta sua origem na face anterior do úmero e sua inserção na face anterior da ulna; com isso, um
atleta eleva seu corpo numa barra.

6.3.1 Classificação

Quanto à forma do músculo e arranjo das fibras

Na disposição paralela das fibras, o comprimento predomina sobre a largura (músculo longo).
Por exemplo: músculo sartório.

63
Unidade II

Figura 91

A convergência das fibras resulta em músculo fusiforme. Por exemplo: músculo braquial.

Figura 92

64
ANATOMIA

Figura 93

O comprimento pode ser proporcional à largura, resultando em músculo curto largo. Por exemplo:
músculo quadrado da coxa.

A convergência das fibras a uma extremidade equivale ao músculo em leque. Por exemplo:
músculo temporal.

Figura 94

65
Unidade II

Disposição oblíqua das fibras em relação ao eixo de tração (peniformes)

Se as fibras musculares se fixarem a uma margem da linha tendínea, tornam‑se iguais ao unipenado.
Por exemplo: músculo extensor longo do hálux.

Figura 95

Se as fibras se fixarem a duas margens da linha tendínea, tornam‑se iguais ao bipenado. Por exemplo:
músculo reto da coxa e músculo milo‑hioideo.

Figura 96

66
ANATOMIA

Quanto à origem (ou número de tendões de origem)

Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz‑se que apresentam mais de uma
cabeça de origem.

• Duas cabeças equivalem ao bíceps. Por exemplo: músculo bíceps do braço.

Figura 97

• Três cabeças equivalem ao tríceps. Por exemplo: músculo tríceps da perna.

Figura 98

67
Unidade II

• Quatro cabeças equivalem à quadríceps. Por exemplo: músculo quadríceps da coxa.

Figura 99

Quanto à inserção

Os músculos podem se inserir por mais de um tendão.

• Dois tendões bicaudados. Por exemplo: músculo flexor curto do hálux, músculo bíceps braquial
em movimento de elevação do tronco.

Figura 100

68
ANATOMIA

• Mais de dois tendões policaudados. Por exemplo: músculo flexor longo dos dedos.

Figura 101

Quanto ao ventre muscular

Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados
entre eles.

• Dois ventres e um tendão intermediário digástrico. Por exemplo: músculo digástrico.

Figura 102

69
Unidade II

• Mais de dois ventres poligástricos. Por exemplo: músculo reto do abdome.

Figura 103

Quanto à ação

A principal ação do músculo é resultado da contração muscular: flexores, adutores, abdutores,


extensores etc.

6.4 Análise funcional

Quando um músculo é o principal músculo na execução de um movimento, é considerado


agonista. Quando um músculo se opõe ao trabalho de um agonista, seja para regular a rapidez ou
a potência de ação deste agonista, limitando‑o, é considerado antagonista; entretanto, eles mais
cooperam que se opõem.

Os músculos que indiretamente auxiliam um movimento, estabilizando uma articulação, prevenindo


movimentos indesejados e permitindo que os agonistas atuem eficientemente, são considerados
estabilizadores, fixadores ou posturais.

Músculos sinergistas são aqueles que auxiliam o agonista.

As ações dos antagonistas e sinergistas fazem com que os movimentos sejam delicados e precisos.
Por exemplo, no movimento de extensão do antebraço, observamos:

Músculo tríceps agonista + Músculo braquial antagonista

70
ANATOMIA

Por exemplo: uma flexão pode ser acompanhada de uma rotação, e neste caso, a contração dos
sinergistas pode auxiliar os agonistas, opondo‑se aos movimentos de rotação não desejados.

Observação

As cãibras são derivadas de contrações involuntárias de um músculo,


podendo ser observadas em determinadas condições clínicas, como
hipocalcemia, hipopotassemia e baixa oxigenação.

6.5 Lista dos principais músculos

Em relação à origem, inserção, função e inervação dos principais músculos do corpo, podemos
agrupá‑los.

Os músculos da cabeça e pescoço correspondem aos movimentos da mastigação.

• Músculo masseter:

— Origem – corpo do zigomático.

— Inserção – face lateral de ramo e ângulo de mandíbula.

— Inervação – nervo trigêmeo.

— Função – elevação da mandíbula.

• Músculo temporal:

— Origem – face lateral do crânio (fossa temporal). Feixes: anterior, médio e posterior.

— Inserção – processo coronoide da mandíbula.

— Inervação – nervo trigêmeo.

— Função – elevação da mandíbula.

• Músculo pterigoideo medial:

— Origem – processo pterigoide.

— Inserção – face medial do ângulo da mandíbula.

71
Unidade II

— Inervação – nervo trigêmeo.

— Função – elevação da mandíbula.

• Músculo pterigoideo lateral:

— Origem – processo pterigoide de asa maior do esfenoide.

— Inserção – processo condilar da mandíbula; cápsula e disco articular da articulação


temporomandibular (ATM).

— Inervação – nervo trigêmeo.

— Função – elevação da mandíbula.

Os músculos da expressão facial são classificados da forma a seguir:

• Músculo platisma:

— Origem – acrômio da escápula e clavícula.

— Inserção – margem da mandíbula e ângulo da boca.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo bucinador:

— Origem – processo alveolar da maxila e mandíbula na região dos molares, processo pterigoide.

— Inserção – ângulo da boca.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo orbicular da boca:

— Origem – não possui origem esquelética.

— Inserção – pele e mucosa dos lábios.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo orbicular do olho:

— Origem – processo frontal da maxila e osso lacrimal.


72
ANATOMIA

— Inserção – pele ao redor da órbita.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo nasal:

— Origem – processo alveolar da região anterior da maxila.

— Inserção – asa e dorso do nariz.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo zigomático maior:

— Origem – processo temporal do zigomático.

— Inserção – ângulo da boca.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo zigomático menor:

— Origem – corpo do zigomático.

— Inserção – lábio superior.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz:

— Origem – processo frontal da maxila.

— Inserção – lábio superior e asa do nariz.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo levantador do lábio superior:

— Origem – face anterior do corpo da maxila.

— Inserção – lábio superior.

— Inervação – nervo facial.

73
Unidade II

• Músculo levantador do ângulo da boca:

— Origem – face anterior do corpo da maxila.

— Inserção – ângulo da boca.

— Inervação – ramo bucal superior (nervo facial).

• Músculo abaixador do ângulo da boca:

— Origem – região anterior do corpo da mandíbula.

— Inserção – ângulo da boca.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo abaixador do lábio inferior:

— Origem – região anterior do corpo.

— Inserção – lábio inferior.

— Inervação – nervo facial.

• Músculo prócero:

— Origem – ossos nasais.

— Inserção – pele da região frontal.

— Inervação – nervo facial.

Os músculos supra‑hioideos ocorrem das formas a seguir:

• Músculo digástrico:

— Origem – processo mastoideo.

— Inserção – região anterior do corpo da mandíbula (face interna).

— Inervação – nervo trigêmeo e nervo facial.

74
ANATOMIA

• Músculo milo‑hioideo:

— Origem – região lateral e anterior do corpo da mandíbula (face interna).

— Inserção – osso hioide.

— Inervação – nervo trigêmeo.

• Músculo gênio‑hioideo:

— Origem – região anterior do corpo da mandíbula (face interna).

— Inserção – osso hioide.

— Inervação – nervos espinais cervicais.

• Músculo estilo‑hioideo:

— Origem – processo estiloide do temporal.

— Inserção – osso hioide.

— Inervação – nervo facial.

Os músculos infra‑hioideos são classificados:

• Músculo esterno‑hioideo:

— Origem – manúbrio do esterno.

— Inserção – osso hioide.

— Inervação – nervos espinais cervicais.

• Músculo omo‑hioideo:

— Origem – escápula.

— Inserção – osso hioide.

— Inervação – nervos espinais cervicais.

75
Unidade II

• Músculo esternotireoideo:

— Origem – manúbrio do esterno.

— Inserção – cartilagem tireóidea da laringe.

— Inervação – nervos espinais cervicais.

• Músculo tíreo‑hioideo:

— Origem – cartilagem tireoídea da laringe.

— Inserção – osso hioideo.

— Inervação – nervos espinais cervicais.

• Músculo esternocleidomastoideo:

— Origem – manúbrio do esterno e terço medial da clavícula.

— Inserção – processo mastoideo.

— Inervação – nervo acessório.

Os músculos do tronco podem ser classificados da forma a seguir:

Tórax

• Músculo peitoral maior:

— Origem – metade medial da clavícula, esterno, cartilagens costais, aponeurose do músculo


oblíquo externo do abdome.

— Inserção – tubérculo maior do úmero.

— Inervação – nervos peitorais (medial e lateral) do plexo braquial.

— Função

– abaixador da escápula:

– projeta a escápula anteriormente;

– rotador medial do braço;


76
ANATOMIA

– adutor do braço;

– flexor do braço.

• Músculo peitoral menor:

— Origem – 2º a 5º costelas.

— Inserção – processo coracoide.

— Inervação – nervo peitoral medial (ramo do plexo braquial).

— Função – abaixador da escápula

• Músculo serrátil anterior:

— Origem – oito costelas superiores.

— Inserção – ângulo superior, margem medial e ângulo inferior da escápula.

— Inervação – nervo torácico longo (ramo do plexo braquial).

— Função:

– projeta a escápula anteriormente;

– rotador superior da escápula.

• Músculos intercostais:

— internos;

— externos.

Abdome

• Músculo reto do abdome:

— Origem – sínfise púbica.

— Inserção – processo xifoide.

— Inervação – nervos intercostais.

— Função – flexor da coluna vertebral.

77
Unidade II

• Músculo oblíquo externo do abdome:

— Origem – oito costelas inferiores.

— Inserção – crista ilíaca e linha branca.

— Inervação – nervos intercostais.

— Função:

– rotador da coluna vertebral;

– flexor lateral da coluna vertebral.

• Músculo oblíquo interno do abdome:

— Origem – crista ilíaca e fáscia toracolombar.

— Inserção – quatro costelas inferiores, púbis e linha branca.

— Inervação – nervos intercostais.

— Função – rotador da coluna vertebral.

• Músculo transverso do abdome:

— Origem – seis últimas cartilagens costais, fáscia toracolombar e crista ilíaca.

— Inserção – linha branca.

— Inervação – nervos intercostais.

— Função – flexor lateral da coluna vertebral.

• Músculo quadrado lombar:

— Origem – crista ilíaca.

— Inserção – 12º costela e processos transversos das vértebras L1, L2, L3 e L4.

— Inervação – nervos espinhas T12 e L1.

— Função – flexor lateral da coluna vertebral.

78
ANATOMIA

Dorso

• Músculo trapézio:

— Origem – escama occipital, processos espinhosos das vértebras torácicas.

— Inserção – terço lateral da clavícula, acrômio e espinha da escápula.

— Inervação – nervo acessório e ramos do plexo cervical.

— Função:

– levantador da escápula;

– abaixador da escápula;

– projeta a escápula posteriormente;

– rotador superior da escápula.

• Músculo grande dorsal:

— Origem – processo espinhoso das vértebras T7 a T12 e L1 a L5, crista ilíaca e sacro.

— Inserção – sulco intertubercular.

— Função:

– abaixador da escápula;

– projeta a escápula posteriormente;

– extensor, adutor e rotador do braço.

• Músculo romboide maior:

— Origem – processos espinhosos das vértebras T2 a T5.

— Inserção – margem medial da escápula.

— Inervação – nervo escapular dorsal.

— Função:

79
Unidade II

– levantador da escápula;

– projeta a escápula posteriormente;

– rotador inferior da escápula.

• Músculo romboide menor:

— Origem – processos espinhosos das vértebras C7 e T1.

— Inserção – margem medial da escápula.

— Inervação – nervo escapular dorsal.

— Função:

– levantador da escápula;

– projeta a escápula posteriormente;

– rotador inferior da escápula.

• Músculo levantador da escápula:

— Origem – processo transverso das vértebras C1 a C4.

— Inserção – margem medial da escápula.

— Inervação – nervos ramos do plexo cervical.

— Função:

– levantador da escápula;

– rotador inferior da escápula.

• Músculo eretor da espinha:

— Origem – ílio, sacro, vértebras lombares, torácicas e cervicais inferiores, costelas.

— Inserção – vértebras e costelas.

— Inervação – nervos ramos dorsais dos nervos espinais.

— Função – extensor da coluna vertebral.

80
ANATOMIA

Os músculos do membro superior são descritos das formas a seguir:

Ombro

• Músculo deltoide:

— Origem – espinha da escápula, acrômio e terço lateral da clavícula.

— Inserção – tuberosidade deltóidea do úmero.

— Inervação – nervo axilar.

— Funções:

– flexor do braço;

– extensor do braço;

– abdutor do braço;

– rotador medial do braço;

– rotador lateral do braço.

• Músculo supra‑espinhal:

— Origem – fossa supra‑espinhal da escápula.

— Inserção – tubérculo maior do úmero.

— Inervação – nervo supra‑escapular.

— Função – abdutor do braço.

• Músculo infra‑espinhal:

— Origem – fossa infra‑espinhal da escápula.

— Inserção – tubérculo maior do úmero.

— Inervação – nervo supra‑escapular.

— Função – rotador lateral do braço.

81
Unidade II

• Músculo redondo maior:

— Origem – margem lateral da escápula.

— Inserção – tubérculo menor do úmero.

— Inervação – nervos subescapulares.

— Função – adutor do braço.

• Músculo redondo menor:

— Origem – margem lateral da escápula.

— Inserção – tubérculo maior do úmero.

— Inervação – nervo axilar.

— Função – rotador lateral do braço.

• Músculo subescapular:

— Origem – fossa subescapular.

— Inserção – tubérculo menor do úmero.

— Inervação – nervos subescapulares.

— Função – rotador medial do braço.

Braço

Região anterior

• Músculo bíceps braquial:

— Origem:

– cabeça longa – tubérculo supraglenoidal;

– cabeça curta – processo coracoide da escápula.

— Inserção – tuberosidade do rádio.

82
ANATOMIA

— Inervação – nervo musculocutâneo.

— Função:

– flexor do braço;

– flexor do antebraço;

– supinador do antebraço.

• Músculo coracobraquial:

— Origem – processo coracobraquial da escápula.

— Inserção – terço médio do úmero, mediamente.

— Inervação – nervo musculocutâneo.

— Função – flexor do braço.

• Músculo braquial:

— Origem – face anterior do úmero.

— Inserção – tuberosidade da ulna.

— Inervação – nervo musculocutâneo.

— Função – flexor do antebraço.

Região posterior

• Músculo tríceps braquial:

— Origem:

– cabeça longa: tubérculo infraglenoidal da escápula;

– cabeça lateral: face posterior do úmero, acima do sulco do nervo radial;

– cabeça medial: face posterior do úmero, abaixo do sulco do nervo radial.

— Inserção – olécrano da ulna.

83
Unidade II

— Inervação – nervo radial.

— Função – extensor do antebraço.

Antebraço

Região anterior – superficial

• Músculo flexor superficial dos dedos:

— Origem – epicôndilo medial, processo coronoide da ulna, margem anterior do rádio (parte
proximal).

— Inserção – falange média dos dedos 2, 3, 4 e 5.

— Inervação – nervo mediano.

— Função – flexor da falange média.

• Músculo flexor radial do carpo:

— Origem – epicôndilo medial do úmero.

— Inserção – 2º e 3º metacarpal.

— Inervação – nervo mediano.

— Função:

– flexor da mão;

– abdutor da mão.

• Músculo flexor ulnar do carpo:

— Origem – epicôndilo medial do úmero.

— Inserção – osso pisiforme, hamato e 5º metacarpal.

— Inervação – nervo ulnar.

— Função:

84
ANATOMIA

– flexor da mão;

– adutor da mão.

• Músculo palmar longo:

— Origem – epicôndilo medial do úmero.

— Inserção – aponeurose palmar.

— Inervação – nervo mediano.

— Função – flexor da mão.

• Músculo pronador redondo:

— Origem:

– cabeça umeral – crista supracondilar medial do úmero;

– cabeça ulnar – processo coronoide da ulna.

— Inserção – face lateral do rádio (terço médio).

— Inervação – nervo mediano.

— Função:

– flexor do antebraço;

– pronador do antebraço.

Profundos

• Músculo flexor profundo dos dedos:

— Origem – face anterior e medial da ulna e membrana interóssea.

— Inserção – falange distal 2, 3, 4 e 5 dos dedos.

— Inervação – nervo mediano e ulnar.

— Função – flexor da falange distal.

85
Unidade II

• Músculo pronador quadrado:

— Origem – face anterior da ulna (terço distal).

— Inserção – face anterior do rádio (terço distal).

— Inervação – nervo mediano.

— Função – pronador do antebraço.

• Músculo flexor longo do polegar:

— Origem – face anterior do rádio (terço médio) e membrana interóssea.

— Inserção – falange distal do polegar.

— Inervação – nervo mediano.

Região posterior

Superficiais

• Músculo braquiorradial:

— Origem – crista supracondilar lateral do úmero.

— Inserção – processo estiloide do rádio.

— Inervação – nervo radial

— Função – flexor do antebraço.

• Músculo extensor radial longo do carpo:

— Origem – Crista supracondilar lateral do úmero.

— Inserção – 2º metacarpal.

— Inervação – nervo radial.

— Função:

– extensor da mão;

– abdutor da mão.

86
ANATOMIA

• Músculo extensor radial curto do carpo:

— Origem – epicôndilo lateral do úmero.

— Inserção – 3º metacarpal.

— Inervação – nervo radial.

— Função:

– extensor da mão;

– abdutor da mão.

• Músculo extensor dos dedos:

— Origem – epicôndilo lateral do úmero.

— Inserção – falanges proximal, medial e distal dos dedos 2, 3, 4, e 5.

— Inervação – nervo radial.

— Função – extensor dos dedos.

• Músculo extensor ulnar do carpo:

— Origem – epicôndilo lateral do úmero.

— Inserção – 5º metacarpal.

— Inervação – nervo radial.

— Função:

– extensor da mão;

– adutor da mão.

• Músculo extensor do dedo mínimo:

— Origem – epicôndilo lateral do úmero.

— Inserção – falanges proximal, medial e distal do dedo mínimo.

— Inervação – nervo radial.

87
Unidade II

Observação

O músculo extensor do dedo mínimo é considerado por alguns autores


como parte do músculo extensor dos dedos.

Profundos

• Músculo supinador:

— Origem – epicôndilo lateral do úmero e face posterior da epífise proximal da ulna.

— Inserção – face lateral do rádio.

— Inervação – nervo radial.

— Função – supinador do antebraço.

• Músculo abdutor longo do polegar:

— Origem – face posterior da ulna e do rádio, membrana interrósea.

— Inserção – 1º metacarpal.

— Inervação – nervo radial.

• Músculo extensor curto do polegar:

— Origem – face posterior do rádio e membrana interóssea.

— Inserção – falange proximal do polegar.

— Inervação – nervo radial.

• Músculo extensor longo do polegar:

— Origem – face posterior da ulna (terço distal) e membrana interóssea.

— Inserção – falange distal do polegar.

— Inervação – nervo radial.

88
ANATOMIA

• Músculo extensor do indicador:

— Origem – face posterior da ulna e membrana interóssea.

— Inserção – falanges proximal, medial e distal do indicador.

— Inervação – nervo radial.

Mão

• Músculo abdutor curto do polegar:

— Origem – trapézio, trapezoide e escafoide.

— Inserção – falange proximal do polegar.

— Inervação – nervo mediano.

• Músculo flexor curto do polegar:

— Origem – trapézio e trapezoide.

— Inserção – falange proximal do polegar.

— Inervação – nervo mediano.

• Músculo oponente do polegar:

— Origem – trapézio.

— Inserção – 1º metacarpal.

— Inervação – nervo mediano.

• Músculo adutor do polegar:

— Origem – trapezoide, capitato, 2º e 3º metacarpais.

— Inserção – falange proximal do polegar.

— Inervação – nervo ulnar.

89
Unidade II

• Músculos lumbricais (quatro):

— Origem – tendões do músculo flexor profundo dos dedos.

— Inserção – aponeurose extensora (tendão do músculo extensor dos dedos).

— Inervação – nervos mediano e ulnar.

— Função – flexor da falange proximal.

• Músculos interósseos palmares:

— Origem – metacarpais 2, 4 e 5.

— Inserção – aponeurose extensora.

— Inervação – nervo ulnar.

— Função:

– flexor da falange proximal;

– adutor dos dedos.

• Músculos interósseos dorsais:

— Origem – metacarpais 1, 2, 3, 4 e 5.

— Inserção – aponeurose extensora e falange proximal.

— Inervação – nervo ulnar.

— Função:

– flexor da falange proximal;

– abdutor dos dedos.

• Músculo abdutor do dedo mínimo:

— Origem – pisiforme.

— Inserção – falange proximal do 5º dedo.

— Inervação – nervo ulnar.

90
ANATOMIA

• Músculo flexor curto do dedo mínimo:

— Origem – hamato.

— Inserção – falange proximal do 5º dedo.

— Inervação – nervo ulnar.

• Músculo oponente do dedo mínimo:

— Origem – hamato.

— Inserção – 5º metacarpal.

— Inervação – nervo ulnar.

Os músculos do membro inferior podem ser classificados:

Região glútea

• Músculo tensor da fáscia lata:

— Origem – espinha ilíaca ântero‑superior e crista ilíaca (parte anterior).

— Inserção – trato iliotibial da fáscia lata.

— Inervação – nervo glúteo superior do plexo lombossacral.

— Função:

– flexor da coxa;

– rotador medial da coxa.

• Músculo glúteo máximo:

— Origem – posteriormente à linha glútea.

— Inserção – tuberosidade glútea do fêmur.

— Inervação – nervo glúteo inferior do plexo lombossacral.

— Função – extensor da coxa.

91
Unidade II

• Músculo glúteo médio:

— Origem – entre as linhas glúteas posterior e anterior do ílio.

— Inserção – trocânter maior.

— Inervação – nervo glúteo superior do plexo lombossacral.

— Função:

– abdutor da coxa;

– rotador medial da coxa.

• Músculo glúteo mínimo:

— Origem – entre as linhas glúteas anterior e inferior do ílio (profundamente ao músculo glúteo
médio).

— Inserção – trocânter maior.

— Inervação – nervo glúteo superior do plexo lombossacral.

— Função:

– abdutor da coxa;

– rotador medial da coxa.

• Músculo piriforme:

— Origem – face pélvica do sacro.

— Inserção – trocânter maior.

— Inervação – nervos ramos do plexo lombossacral.

— Função – rotador lateral da coxa.

• Músculo quadrado da coxa:

— Origem – túber isquiático.

— Inserção – crista intertrocantérica.


92
ANATOMIA

— Inervação – nervos pequenos ramos do plexo lombossacral.

— Função – rotador lateral da coxa.

• Músculo gêmeo superior:

— Origem – espinha isquiática.

— Inserção – trocânter maior.

— Inervação – nervos pequenos ramos do plexo lombossacral.

— Função – rotador lateral da coxa.

• Músculo gêmeo inferior:

— Origem – túber isquiático.

— Inserção – trocânter maior.

— Inervação – nervos pequenos ramos do plexo lombossacral.

— Função – flexão da perna.

• Músculo obturador interno:

— Origem – forame obturado.

— Inserção – trocânter maior.

— Inervação – nervos pequenos ramos do plexo lombossacral.

— Função – rotador lateral da coxa.

• Músculo obturador externo:

— Origem – forame obturado.

— Inserção – fossa trocantérica.

— Inervação – nervo obturador.

— Função – rotador lateral da coxa.

93
Unidade II

Coxa

Região anterior

• Músculo sartório:

— Origem – espinha ilíaca ântero‑superior.

— Inserção – face medial da epífise proximal da tíbia.

— Inervação – nervo femoral.

— Função – flexor da perna.

Músculo quadríceps da coxa

• Músculo reto da coxa:

— Origem – espinha ilíaca ântero‑inferior e margem do acetábulo.

— Inserção – tuberosidade da tíbia.

— Inervação – nervo femoral.

— Função – flexão da coxa.

• Músculo vasto medial:

— Origem – linha intertrocantérica e linha áspera do fêmur.

— Inserção – tuberosidade da tíbia.

— Inervação – nervo femoral.

— Função – extensão da perna.

• Músculo vasto intermédio:

— Origem – face anterior e lateral da diáfise do fêmur.

— Inserção – tuberosidade da tíbia.

— Inervação – nervo femoral.

— Função – extensão da perna.

94
ANATOMIA

• Músculo vasto lateral:

— Origem – trocânter maior e linha áspera.

— Inserção – tuberosidade da tíbia.

— Inervação – nervo femoral.

— Função – extensão da perna.

• Músculos iliopsoas (músculo ilíaco + psoas maior):

— Origem – ilíaco:

– fossa ilíaca;

– psoas maior: processos transversos e corpos das vértebras lombares.

— Inserção – trocânter maior do fêmur.

— Inervação – nervo ramo do plexo lombar (psoas maior) e nervo femoral (ilíaco).

— Função:

– flexor da coxa;

– flexor da coluna vertebral.

Região medial

• Músculo adutor longo:

— Origem – púbis do quadril.

— Inserção – linha áspera do fêmur.

— Inervação – nervo obturatório.

— Função – adutor da coxa.

• Músculo adutor curto:

— Origem – púbis do quadril.

95
Unidade II

— Inserção – linha áspera.

— Inervação – nervo obturatório.

— Função – adutor da coxa.

• Músculo adutor magno (parte adutora):

— Origem – púbis.

— Inserção – linha áspera do fêmur.

— Inervação – nervo obturatório.

— Função – adutor da coxa.

• Músculo adutor magno (parte extensora):

— Origem – túber isquiático.

— Inserção – linha áspera do fêmur e tubérculo do adutor.

— Inervação – nervo isquiático.

— Função – extensor da coxa.

• Músculo grácil:

— Origem – púbis do quadril.

— Inserção – face medial da epífise proximal da tíbia.

— Inervação – nervo obturatório.

— Função:

– adutor da coxa;

– flexão da perna.

• Músculo pectíneo:

— Origem – púbis do quadril.

96
ANATOMIA

— Inserção – linha pectínea do fêmur.

— Inervação – nervo obturatório.

— Função – adutor da coxa.

Região posterior

• Músculo semitendíneo:

— Origem – túber isquiático.

— Inserção – face medial da epífise proximal da tíbia.

— Inervação – nervo isquiático.

— Função:

– extensor da coxa;

– rotador medial da perna.

• Músculo semimembranáceo:

— Origem – túber isquiático.

— Inserção – face medial da epífise proximal da tíbia.

— Inervação – nervo isquiático.

— Função – extensor da coxa.

• Músculo bíceps da coxa:

— Origem:

– cabeça longa: túber isquiático;

– cabeça curta: linha áspera do fêmur.

— Inserção – cabeça da fíbula.

— Inervação – nervo isquiática.

97
Unidade II

— Função:

– extensor da coxa;

– rotador lateral da perna.

Perna

Região anterior

• Músculo tibial anterior:

— Origem – côndilo lateral, proximal da diáfise da tíbia e membrana interóssea.

— Inserção – 1º metatarsal e cuneiforme medial.

— Inervação – nervo fibular profundo (ramo do fibular comum).

— Função:

– dorsiflexisor;

– inversor do pé.

• Músculo extensor longo do hálux:

— Origem – terço médio da fíbula e membrana interóssea.

— Inserção – falange distal do hálux.

— Inervação – nervo fibular profundo.

— Função – dorsiflexor.

• Músculo extensor longo dos dedos:

— Origem – proximais da fíbula, côndilo lateral da tíbia e membrana interóssea.

— Inserção – falanges média e distal dos dedos 2, 3, 4 e 5.

— Inervação – nervo fibular profundo.

— Função:

98
ANATOMIA

– dorsiflexor;

– eversor do pé;

– extensor dos dedos.

Região lateral

• Músculo fibular longo:

— Origem – cabeça e proximais da fíbula.

— Inserção – cuneiforme medial e 1º metatarsal (região plantar).

— Inervação – nervo fibular superficial.

— Função:

– flexor plantar;

– eversor do pé.

• Músculo fibular curto:

— Origem – distal da fíbula.

— Inserção – 5º metatarsal.

— Inervação – nervo fibular superficial.

— Função – eversores do pé.

Região posterior – superficiais

Tríceps da perna

• Músculo gastrocnêmio:

— Origem:

– cabeça lateral: côndilo lateral do fêmur;

– cabeça medial: côndilo medial do fêmur.

99
Unidade II

— Inserção – calcâneo.

— Inervação – nervo tibial.

— Função:

– flexor da perna;

– flexão plantar.

• Músculo sóleo:

— Origem – face posterior da tíbia e da fíbula.

— Inserção – calcâneo.

— Inervação – nervo tibial.

— Função – flexor palmar.

Músculo plantar

Profundos

• Músculo poplíteo:

— Origem – côndilo lateral do fêmur.

— Inserção – face posterior da tíbia (parte proximal).

— Inervação – nervo tibial.

— Função – rotador medial da perna.

• Músculo flexor longo dos dedos:

— Origem – face posterior da tíbia (terço médio).

— Inserção – falange distal dos dedos 2, 3, 4 e 5.

— Inervação – nervo tibial.

— Função – flexor das falanges distal.

100
ANATOMIA

• Músculo tibial posterior:

— Origem – face posterior da tíbia e fíbula proximal e membrana interóssea.

— Inserção – navicular, cuboide, cuneiforme e metatarsais 2, 3 e 4.

— Inervação – nervo tibial.

— Função:

– flexor plantar;

– inversor do pé.

• Músculo flexor longo do hálux:

— Origem – face posterior da tíbia.

— Inserção – falange distal do hálux.

— Inervação – nervo tibial.

• Músculo extensor curto dos dedos:

— Origem – face superior do calcâneo.

— Inserção – une‑se aos tendões do músculo extensor longo dos dedos 2, 3 e 4.

— Inervação – nervo fibular profundo.

— Função – extensor dos dedos.

• Músculo extensor curto do hálux:

— Origem – face superior do calcâneo.

— Inserção – falange proximal do hálux.

— Inervação – nervo fibular profundo.

101
Unidade II

Os músculos plantares (camada superficial) podem ser classificados:

• Músculo abdutor do hálux:

— Origem – calcâneo.

— Inserção – falange proximal do hálux.

— Inervação – nervo plantar medial.

• Músculo flexor curto dos dedos:

— Origem – calcâneo.

— Inserção – falange média dos dedos 2, 3, 4 e 5.

— Inervação – nervo plantar medial.

— Função – flexor da falange medial.

• Músculo abdutor do dedo mínimo:

— Origem – calcâneo.

— Inserção – falange proximal do dedo mínimo.

— Inervação – nervo palmar lateral.

Segunda camada

• Músculo quadrado plantar:

— Origem – calcâneo.

— Inserção – tendão do músculo flexor longo dos dedos.

— Inervação – nervo plantar lateral.

— Função – flexor da falange distal.

• Músculos lumbricais (quatro):

— Origem – tendões do músculo flexor longo dos dedos.

— Inserção – tendões do músculo extensor longo dos dedos.

102
ANATOMIA

— Inervação – nervos plantares medial e lateral.

— Função – flexor da falange proximal.

Terceira camada

• Músculo flexor curto do hálux:

— Origem – cuboide, cuneiforme intermédio e lateral.

— Inserção – falange proximal do hálux.

— Inervação – nervo plantar medial.

— Função – flexo do hálux.

• Músculo adutor do hálux:

— Origem:

– cabeça oblíqua 2º, 3º e 4º metatarsais;

– cabeça transversa: art. metatarsofalângicas dos dedos 2, 3, 4 e 5.

— Inserção – falange proximal do hálux.

— Inervação – nervo plantar lateral.

• Músculo flexor curto do dedo mínimo:

— Origem – 5º metatarsal.

— Inserção – falange proximal do dedo mínimo.

— Inervação – nervo plantar lateral.

— Função – flexão do dedo mínimo.

Quarta camada

• Músculos interósseos plantares:

— Origem – metatarsais 3, 4, e 5.

103
Unidade II

— Inserção – falange proximal dos dedos 3, 4, e 5.

— Inervação – nervo plantar lateral.

— Função:

– flexor da falange proximal;

– adutor dos dedos.

• Músculos interósseos dorsais:

— Origem – metatarsais 1, 2, 3, 4 e 5.

— Inserção – falange proximal dos dedos 2, 3 e 4.

— Inervação – nervo plantar lateral.

— Função – abdutor dos dedos.

6.6 Miniatlas de miologia

Figura 104

104
ANATOMIA

Figura 105

Figura 106

105
Unidade II

Figura 107

Figura 108

Figura 109

106
ANATOMIA

Figura 110

Figura 111

107
Unidade II

Figura 112

Figura 113

108
ANATOMIA

Figura 114

Figura 115

109
Unidade II

Figura 116

Figura 117

110
ANATOMIA

Figura 118

Figura 119

111
Unidade II

Figura 120

Figura 121

112
ANATOMIA

Figura 122

Figura 123

113
Unidade II

A B

Figura 124

Figura 125

114
ANATOMIA

Figura 126

A B

Figura 127

115
Unidade II

Figura 128

Figura 129

116
ANATOMIA

A B

Figura 130

Figura 131

117
Unidade II

A B

Figura 132

A B

Figura 133

118
ANATOMIA

A B

Figura 134

Figura 135

119
Unidade II

Resumo

O aparelho locomotor é formado por três sistemas: o esquelético, o


articular e o muscular. Os sistemas esquelético e articular são considerados
elementos passivos, uma vez que sofrem a ação, enquanto o sistema
muscular é considerado elemento ativo, pois pratica a ação. As junturas,
ou articulações, são estruturas presentes no nosso cotidiano, normalmente
relacionadas a movimento. Sabe‑se que esse conceito é incompleto, uma
vez que articulação é apenas a união entre estruturas rígidas, e isso não
representa essencialmente movimento. Assim, estudar a articulação do
joelho é diferente de estudar a articulação do ombro e da coluna vertebral.

Vimos diariamente situações em que saber o que fazer faz toda


a diferença entre o sucesso e o fracasso, e nenhuma área é tão rica em
exemplos como a de lesões e traumas articulares, especialmente em
esportes de contato mais intenso. Lesões ligamentares, de meniscos, de
bolsas sinoviais fazem, infelizmente, parte do nosso dia‑a‑dia. Saber
diferenciá‑las pode determinar uma melhor possibilidade de sucesso.

Já o sistema muscular, para o estudante de Educação Física, é


absolutamente fundamental, porque, em geral, nele são observadas as
alterações iniciais mais visíveis de um planejamento físico específico, seja
de resistência, potência ou ainda desses fatores conjugados em diferentes
proporções. Assim, saber o nome, a disposição, a extensão, a vascularização,
a inervação de determinados músculos ou grupos musculares é essencial
à elaboração de um adequado planejamento físico individual ou coletivo.

No nosso cotidiano, faz‑se presente a relação entre qualidade de vida,


bem‑estar e felicidade agregados à prática de exercícios físicos. E isso é
verdade, demostrada em inúmeros estudos e pesquisas de alto nível de
complexidade. E lembre‑se ainda de que a área de atuação de um educador
físico é praticamente infinita, pois pode‑se ser um treinador, professor,
pesquisador etc.

Exercícios

Questão 1. As articulações fibrosas, que apresentam uma pequena porção de tecido conjuntivo
fibroso entre os ossos, podem ser classificadas em suturas e sindesmoses. Denominam‑se de suturas as
articulações encontradas:

A) Entre a tíbia e a fíbula.

120
ANATOMIA

B) Entre os ossos da costela e o esterno.

C) Entre os ossos do crânio.

D) Entre os ossos da mão.

E) Entre os ossos dos pés.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: é uma articulação sinovial plana entre a face articular da cabeça da fíbula e a face
articular fibular da tíbia.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: as articulações das cartilagens costais com o esterno são sinoviais (diartroses) planas,
apresentando todas as características de uma articulação sinovial com uma exceção: a cartilagem da
primeira costela está diretamente unida ao esterno e se trata de uma sincondrose.

C) Alternativa correta.

Justificativa: as suturas são as articulações fibrosas encontradas entre os ossos do crânio.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: entre os ossos da mão, temos as articulações metafalângicas ou metacarpais.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: entre os ossos dos pés, temos as articulações metatarsais.

Questão 2. (Fuvest 2007, adaptada). A arte de Leonardo da Vinci se beneficiou de seus estudos
pioneiros de anatomia, que revelam como músculos, tendões e ossos constituem sistemas mecânicos de
trações, alavancas e torques, como é possível ver em alguns dos seus desenhos.

121
Unidade II

Bíceps
Dorsais

Tríceps

Peitorais

Para que Leonardo da Vinci pudesse representar ações de abraçar-se ou abrirem-se os braços, foi
importante saber que entre os principais músculos contraídos em cada situação, estão, respectivamente:

A) Os peitorais e os tríceps / Os dorsais e os bíceps.

B) Os peitorais e os bíceps / Os dorsais e os tríceps.

C) Os dorsais e os tríceps / Os peitorais e os bíceps.

D) Os dorsais e os bíceps / Os peitorais e os tríceps.

E) Os peitorais e os dorsais / Os bíceps e os tríceps.

Resolução desta questão na plataforma.

122
ANATOMIA

Unidade III
SISTEMA NERVOSO

7 CONCEITO GERAL E FUNCIONAL DA NEUROANATOMIA

O sistema nervoso tem uma importante função ligada à adaptação dos seres vivos ao meio ambiente
que habitam. Para isso, o desenvolvimento de propriedades de irritabilidade (propriedade de ser
sensível a um estímulo), condutibilidade (impulso elétrico conduzido pelas células do tecido nervoso) e
contratilidade (movimentos celulares) foram e são essenciais para sua sobrevivência.

Para a execução dessas propriedades, o tecido nervoso é constituído pelos neurônios e células gliais.
Os neurônios têm funções de receber, processar e enviar informações, além de serem maiores que as
células gliais; as células da glia atuam na sustentação, revestimento, isolamento, modulação da atividade
neural e defesa do tecido nervoso e localizam‑se entre os neurônios.

Iremos compreender desde a origem embriológica do sistema nervoso, suas classificações anatômica
e funcional, assim como os aspectos anatomofisiológicos do tecido como um todo.

Figura 136 – Funções do sistema nervoso

123
Unidade III

7.1 Embriologia: divisões e organização geral do sistema nervoso

Embriologia

O tubo neural origina‑se da placa neural, uma área espessada do ectoderma neural na região dorsal
média, que surge por volta da terceira semana, induzida pela notocorda e mesoderma paraxial.

Figura 137 – Formação do sulco neural e da crista neural em embrião de 20 e 21 dias

124
ANATOMIA

Formação do tubo neural

A placa neural muda sua conformação, com elevação das suas bordas laterais (pregas neurais),
passando a chamar‑se sulco neural. Da fusão das pregas neurais, forma‑se então o tubo neural. A
formação do tubo neural começa em torno do 22º ao 23º dia, induzido pela epiderme da região dorsal
e pela notocorda. O tubo neural se fecha primeiramente na região medial do embrião, sendo que as
extremidades ainda abertas são denominadas neuroporos.

Figura 138 – Desenvolvimento do tubo neural a partir do ectoderma embrionário

125
Unidade III

Observação

Uma gestante deve fazer o controle pré‑natal, ou seja, antes do


nascimento de seu bebê. Um ultrassom pode indicar uma má‑formação do
tubo neural, acarretando problemas graves de desenvolvimento fetal. Isso
ocorre uma vez a cada mil casos.

7.1.1 Divisões e organização geral do sistema nervoso

Divisão anatômica

O sistema nervoso central localiza‑se dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral)
e é formado pelo encéfalo (situado dentro do crânio) e medula espinhal. No encéfalo, inclui‑se o
cérebro, o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e o cerebelo.

O sistema nervoso periférico encontra‑se fora do esqueleto axial e é constituído pelos nervos
(estruturas esbranquiçadas que conectam o sistema nervoso central aos órgãos periféricos). Os nervos
podem ser cranianos (quando se comunicam com o encéfalo) ou espinhais (quando se comunicam
com a medula espinhal). Além dos nervos, fazem parte do sistema nervoso periférico os gânglios
(dilatações dos nervos formados por corpos de neurônios existentes entre o sistema nervoso central e o
periférico e próximas às raízes nervosas). Funcionalmente, os gânglios podem ser divididos em gânglios
sensitivos e gânglios motores viscerais (pertence ao sistema nervoso visceral). Na porção final dos
nervos, encontram‑se as terminações nervosas, que podem ser sensitivas (ou aferentes) ou motoras
(ou eferentes).

126
ANATOMIA

Figura 139 – Níveis de organização do sistema nervoso

Na figura anterior: (a) diagrama organizacional; (b) órgãos viscerais inervados por fibras
sensoriais viscerais e motoras do sistema nervoso autônomo. As setas indicam a direção dos
impulsos nervosos.

Divisão embriológica

Na divisão embriológica, o sistema nervoso central é dividido de acordo com a vesícula cefálica
primordial que lhe deu origem: prosencéfalo (origina o telencéfalo e diencéfalo), mesencéfalo e
rombencéfalo (forma o metencéfalo e o mielencéfalo).

127
Unidade III

Rombencéfalo Diencéfalo Metencéfalo


Mesencéfalo Medula Telencéfalo Mielencéfalo
primitiva

Prosancéfalo 25 dias 35 dias 40 dias 50 dias 100 dias

Figura 140 – Desenhos esquemáticos do encéfalo primitivo ilustrando as vesículas cefálicas primordiais e seu desenvolvimento

A partir do tubo neural, as vesículas primordiais são formadas e destas, vesículas encefálicas
secundárias e estruturas adultas darão origem às cavidades neurais do encéfalo adulto.

Figura 141 – Desenvolvimento embrionário do sistema nervoso humano

Divisão funcional

A divisão funcional divide‑se em sistema nervoso da vida de relação, chamado de somático, e sistema
nervoso relacionado à vida vegetativa, ou visceral. O sistema nervoso somático da vida de relação é aquele
que usa a via aferente para trazer ao sistema nervoso central o que se passa com o meio externo do nosso
corpo por meio de receptores periféricos. O componente eferente realiza os movimentos voluntários
levando aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos. Já o sistema nervoso visceral
comunica‑se com as vísceras fazendo seu controle e inervação. Através da via visceral, nosso corpo consegue
comandar órgãos de forma automática e involuntária, fazendo a manutenção da constância do meio
interno. O componente aferente do sistema nervoso visceral, assim como na via somática, também possui
receptores que captam informações, mas, neste caso, elas são provenientes das vísceras (visceroceptores).
Essas informações são levadas a áreas específicas do sistema nervoso central. O componente eferente leva
informações, por meio de impulsos nervosos, dos centros nervosos em direção às vísceras (glândulas, músculos
lisos dos órgãos e ao músculo cardíaco). A via eferente do sistema nervoso visceral é subdivida em: sistema

128
ANATOMIA

nervoso autônomo simpático e parassimpático, de acordo com as funções inibitórias e/ou estimulatórias
dos centros nervosos aos órgãos‑alvo, que serão estudados com mais detalhes adiante.

Figura 142 – Desenho esquemático do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático

Divisão com base na segmentação/metameria

A divisão do sistema nervoso pode ser segmentar ou suprassegmentar, sendo que a segmentação é
evidenciada pela conexão com os nervos.

• Sistema nervoso segmentar: compreende todo sistema nervoso periférico, medula espinhal e
tronco encefálico.

• Sistema nervoso suprassegmentar: compreendido pelo cérebro e cerebelo.

Essa divisão refere‑se a evidências funcionais e estruturais entre esses órgãos, como o córtex no
sistema nervoso suprassegmentar, uma camada fina e externa de substância cinzenta que reveste a
substância branca. No sistema nervoso segmentar, não há córtex e, como na medula, a substância
cinzenta é interna em relação à branca.

Observação

Espinha bífida: defeito do tubo neural na região espinhal, causada por


uma divisão dos arcos vertebrais, podendo ou não envolver o tecido neural
subjacente. Tem origem multifatorial, estando associada com hipotermia,
ácido valpróico e hipervitaminose A.
129
Unidade III

7.1.2 Tecido nervoso: neurônios, sinapses, neuróglia, fibras nervosas

O tecido nervoso é formado por dois tipos celulares: os neurônios e as células gliais. As funções
de receber e enviar estímulos, que são processados pelo sistema nervoso central, são designadas pelos
neurônios; as células gliais também são chamadas de neuróglia e situam‑se entre os neurônios,
tendo funções de sustentação, revestimento, isolamento, modulação da atividade neuronal e defesa.

Observação

A punção lombar pode ser realizada sem lesão medular no nível da


cauda equina, já que nesse espaço só são encontrados feixes de raízes
nervosas.

Neurônios

Os neurônios são células que não se multiplicam após a diferenciação. Ainda estuda‑se a capacidade
de regeneração deles. Uma vez danificados por efeitos de agentes tóxicos, morte natural, doenças etc,
jamais serão substituídos. Cada vez mais, estuda‑se a possibilidade de os neurônios terem capacidade
regenerativa, e hoje, sabe‑se que, no bulbo olfatório e no hipocampo, são gerados novos neurônios
diariamente em grande número em pessoas adultas.

As células neuronais têm a capacidade de comunicar‑se com outros neurônios por meio de uma
diferença do potencial de suas membranas. A comunicação entre neurônios recebe o nome de sinapse
nervosa e é mediada por sinalizadores conhecidos como neurotransmissores que permitem a condução
dos impulsos nervosos. Essa comunicação elétrica ocorre porque os neurônios são excitáveis e
respondem a um estímulo através de três porções de sua estrutura celular: corpo celular, dendritos
(do grego dédron = árvores) e axônio (do grego áxon = eixo).

130
ANATOMIA

Figura 143

A figura anterior representa um desenho esquemático de um neurônio‑motor evidenciando o corpo


celular, dendritos e axônio. O axônio é formado ao seu redor pela bainha de mielina (células de Schwann)
que, após se ramificar, termina em placas motoras nas fibras musculares esqueléticas

O corpo do neurônio contém núcleo, citoplasma e as mesmas organelas encontradas em uma célula
eucarionte animal. O citoplasma do corpo celular recebe o nome de pericário. Estruturas basófilas (grumos)
encontrados no pericário são chamadas de corpúsculo de Nissl ou substância cromidial. Os neurônios
possuem um citoesqueleto composto por microtúbulos, microfilamentos de actina e microfilamentos
intermediários (mais conhecidos como neurofilamentos). No corpo do neurônio, são sintetizadas todas
as proteínas neuronais, assim como a degradação e renovação dos constituintes celulares. Como nos
dendritos, no corpo celular, ocorre a recepção dos estímulos por meio de contato sináptico.

Dendritos são várias e pequenas ramificações que se projetam do corpo celular, e funcionam
como “galhos de árvores”, para captar sinais elétricos e retransmiti‑los através do axônio. Apresentam
as mesmas organelas do pericário e são especializados em receber estímulos que são traduzidos em
alterações do potencial de repouso da membrana dos neurônios. Este potencial propaga‑se em direção
ao corpo do neurônio que continua sua transmissão ao axônio.

131
Unidade III

Os axônios conduzem o impulso nervoso do corpo do neurônio até outro neurônio. A condução
também pode terminar em um órgão efetor, como músculo ou glândulas. Os axônios são envolvidos por
uma bainha de mielina compostas por células de Schwann (envoltórios contendo material lipídico)
ou por oligodendrócitos (descrito com mais detalhes adiante). Essas células aumentam a velocidade
de condução do impulso nervoso pelo axônio, tornando‑os mais rápidos. Os axônios podem ter vários
tamanhos, dependendo da espécie e localização, podendo ter poucos milímetros a um metro de
comprimento, como o neurônio de inervação, que parte da medula aos músculos do pé.

Geralmente, os neurônios emitem ramificações pelos axônios que sofrem arborização terminal, que
fazem contato com outros neurônios ou órgãos efetuadores. Também, alguns neurônios têm a capacidade
de serem secretores e seus axônios terminam em capilares sanguíneos que recebem o polipeptídeo gerado
por esses neurônios. São conhecidos como neurossecretores e são encontrados no hipotálamo.

7.2 Sinapses nervosas

Os neurônios entram em contato com outros neurônios transportando informações através da


sinapse nervosa. Essa comunicação ocorre entre regiões do sistema nervoso central e o periférico,
podendo também relacionar‑se e controlar as funções de células não neuronais ou efetuadoras, como
as células musculares (esqueléticas, cardíacas ou lisas) e as secretoras (glândulas). Existem dois tipos de
sinapses: sinapses elétricas e sinapses químicas.

Figura 144 – Imagens de sinapses interneuronais

132
ANATOMIA

Na figura anterior: (a) sinapses axodendríticas, axossomáticas e axoaxônicas; (b) microscopia


eletrônica de varredura mostrando fibras de entrada em sinapses axossomáticas (4.000x).

7.2.1 Sinapses elétricas

Nas sinapses elétricas, os neurônios entram em contato entre si através de uma interação de canais
iônicos, estabelecendo uma comunicação entre neurônios. Há a passagem de pequenas moléculas como
íons de um citoplasma para outro citoplasma das células. Essas junções são chamadas de junções
comunicantes e são utilizadas para organizar a atividade de grupos de células de tecidos epiteliais,
muscular liso e cardíaco. Essa comunicação é bidirecional, ou seja, se faz nos dois sentidos (dendritos/
corpo do neurônio/axônio e axônio/corpo do neurônio/dendritos).

7.2.2 Sinapse química

As sinapses representam a maioria das sinapses interneuronais e neuroefetoras. Na sinapse química,


a comunicação entre as células ocorre com a liberação de uma substância química denominada
neurotransmissores. Exemplos de neurotransmissores: acetilcolina, glicina, glutamato, aspartato,
ácido‑amino‑butírico (GABA), dopamina, noradrenalina, adrenalina, histamina, substância P, endorfina
e encefalina.

As sinapses químicas apresentam como característica a polarização da membrana, elemento


pré‑sináptico, neurotransmissor, elemento pós‑sináptico e uma fenda sináptica que separa as
membranas sinápticas. Os neurotransmissores são armazenados em vesículas sinápticas formando
vesículas agranulares, granulares pequenas e granulares grandes e opacas. As vesículas são produzidas
pelo pericárdio e nas terminações axônicas por brotamento do retículo endoplasmático liso e são
eliminadas por exocitose (figura a seguir).

Figura 145 – Sinapse química em resposta à despolarização

133
Unidade III

As sinapses entre neurônios são chamadas de sinapses químicas interneuronais e podem ser
axodendríticas, axossomáticas (somáticas = pericário), axoaxônicas, dendrodendríticas, dendrossomáticas,
somatossomáticas, somatodendríticas e somatoaxônicas. Nas sinapses em que o elemento pré‑sináptico
é o axônio, o contato interneuronal é feito por dilatações ao longo de toda arborização terminal, que
são chamadas botões sinápticos de passagem.

A membrana pós‑sináptica tem receptores específicos formados por proteínas integrais para os
neurotransmissores. A transmissão sináptica é resultado da junção do neurotransmissor com seu
receptor na membrana pós‑sináptica. Cerca de 1.000‑10.000 contatos sinápticos podem ocorrer entre
os neurônios.

Já as sinapses químicas neuroefetoras, também chamadas de junções neuroefetoras, são


formadas por axônios dos nervos periféricos e uma célula efetuadora não neuronal. A junção pode ser
neuroefetora somática (com uma célula muscular) ou neuroefetora visceral (com células musculares
lisas, células musculares estriadas cardíacas ou glândulas). A junção neuroefetora somática ocorre
pelas placas motoras, em que o elemento pré‑sináptico é a terminação axônica do neurônio motor
somático. Esse neurônio tem seu corpo na coluna anterior da medula espinhal ou no tronco encefálico.
Já nas junções neuroefetoras viscerais, o contato entre as terminações nervosas é dos neurônios do
sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. O corpo celular desses neurônios localiza‑se nos
gânglios autonômicos.

Durante a transmissão do impulso nervoso, a membrana do elemento pré‑sináptico sofre uma


alteração de potencial de membrana, que tem por finalidade abrir os canais de cálcio, permitindo sua
entrada no neurônio. A maior concentração de cálcio no interior do elemento pré‑sináptico resulta na
fusão de vesículas sinápticas com a membrana pré‑sináptica, ocorrendo liberação do neurotransmissor na
fenda sináptica. Os neurotransmissores atingem os receptores da membrana do elemento pós‑sináptico.
Os movimentos iônicos agem a favor de um gradiente de concentração (Na+, Cl‑, K+) e modificam o
potencial de membrana, causando uma despolarização (entrada Na+), hiperpolarização (entrada de Cl–:
aumento de cargas negativas do lado de dentro; ou saída de K+: aumento de cargas positivas do lado
de fora).

O cone de implantação do axônio é a região integradora desses potenciais que são graduáveis
pós‑sinápticos excitatórios e/ou inibitórios, devendo eles serem somados ou integrados. Se, na região
integradora, chegar uma voltagem de excitabilidade do neurônio (por exemplo, uma despolarização de
15mV), é gerado um potencial de ação.

134
ANATOMIA

Figura 146 – Mecanismos dos canais iônicos

A mudança de carga elétrica da membrana dos neurônios (diferença de potencial de membrana) é


necessária para a condução do impulso nervoso entre os neurônios.

Figura 147 – Alteração do potencial de membrana dos neurônios

135
Unidade III

Na figura anterior, a difusão de K+ para o exterior da célula, através dos canais de vazamento,
é fortemente promovida por seu gradiente de concentração. Pela mesma razão, o Na+ também é
fortemente atraído para o interior celular, mas a passagem é menor devido à quase inexistência de
canais de vazamento para o NA+. A difusão resultante de cargas positivas para fora (K+) gera o estado de
relativa negatividade na face interna da membrana (‑70mV).

Por meio de um voltímetro, é possível medir o potencial de membrana de um neurônio. Um


microelétrodo dentro do neurônio capta a diferença em milivolts em relação ao eletrodo de referência.

Figura 148 – Potencial de membrana medido por um eletrodo dentro da célula

Na figura anterior, a diferença de potencial entre este eletrodo e o eletrodo de referência fora da
célula é aproximadamente‑70mV (interior negativo).

Observação

A sinapse elétrica é aproximadamente 1.000 vezes mais rápida que a


sinapse química.

7.2.3 Neuróglia

As células da glia, neuróglia ou gliócitos são do tecido nervoso central e periférico, encontradas
entre os neurônios e presentes em maior número que eles. No sistema nervoso central, as células da glia
são classificadas em: astrócitos e oligodendrócitos (macróglia) e microgliócitos (micróglia).

Os astrócitos (nome devido à semelhança com as estrelas) controlam os níveis de potássio


extraneuronal, são o principal sítio de armazenamento de glicogênio do sistema nervoso central e também

136
ANATOMIA

auxiliam na fagocitose de botões sinápticos em casos de degeneração axônica. Após injúrias, sofrem
mitoses e aumentam sua quantidade nas áreas lesionadas. As células são caracterizadas por inúmeros
prolongamentos, sendo identificados dois tipos: astrócitos protoplasmáticos (prolongamentos mais
espessos e curtos), localizados na substância cinzenta, e astrócitos fibrosos (prolongamentos finos e
longos), na substância branca.

Os oligodendrócitos apresentam poucos prolongamentos e são menores que os astrócitos. São


responsáveis pela formação da bainha de mielina no sistema nervoso central. Existem dois tipos
de oligodendrócitos classificados de acordo com sua localização: o oligodendrócito satélite (ou
perineuronal), encontrado no pericário ou nos dendritos; e o oligodendrócito fascicular, encontrado
nas fibras nervosas.

Os microgliócitos são células com poucos prolongamentos, pequenas, alongadas, encontradas


tanto na substância branca como na cinzenta, que apresentam funções fagocíticas, removendo
restos de células mortas e micro‑organismos invasores. Evidências sugerem a origem dos
microgliócitos monócitos. Em casos de inflamação, essas células são mais numerosas devido
ao suporte sanguíneo que fornece monócitos (são os microgliócitos reativos que podem conter
vacúolos digestivos).

As células ependimárias fazem o revestimento epitelial simples das paredes dos ventrículos
cerebrais, do aqueduto cerebral e do canal central da medula. Apresentam microvilosidades e são ciliadas.
Também formam os plexos coroides nos ventrículos cerebrais, que são responsáveis pela produção do
líquido cerebrospinal.

No sistema nervoso periférico, a neuroglia é formada pelas células satélites ou anfícitos,


localizadas nos pericários dos neurônios dos gânglios sensitivos do sistema nervoso autônomo, e
pelas células de Schwann, que envolvem os axônios formando envoltórios chamados bainha de
mielina e o neurilema. Em casos de lesões nos nervos, as células de Schwann realizam o papel de
regeneração da fibra nervosa.

137
Unidade III

Figura 149 – Células da glia (a‑d)

Na figura anterior, estão os tipos de neuroglia encontrados no sistema nervoso central. Em (d),
prolongamento de oligodendrócito que forma a bainha de mielina em torno das fibras nervosas do
sistema nervoso central; em (e), a relação das células de Schwann e células satélites de um neurônio
sensorial no sistema nervoso periférico.

Observação

As células da glia participam do processo de comunicação celular no


sistema nervoso central. Tal observação, feita no final do século passado,
impulsionou o estudo desse grupo de células nervosas.

7.2.4 Fibras nervosas

As fibras nervosas são formadas pelo axônio e sua bainha de mielina quando presente. A bainha de
mielina age como um isolante elétrico e forma as fibras nervosas mielínicas. Axônios sem bainha de
mielina são classificados como fibras nervosas amielínicas. Os dois tipos ocorrem no sistema nervoso
central e periférico, sendo que no central, a bainha de mielina é formada por oligodendrócitos, e no
periférico, pelas células de Schwann.

138
ANATOMIA

Figura 150 – Relação de células de Schwann com os axônios do sistema nervoso periférico (a‑c). Mielinização de uma fibra
nervosa (axônio) (d). Eletrofotomicrografia de uma secção transversal de axônio mielinizado

O sistema nervoso é formado por substância branca e substância cinzenta. Trata‑se de uma
classificação macroscópica no qual a substância branca contém basicamente fibras nervosas mielínicas e

139
Unidade III

neuróglia, ao passo que a substância cinzenta possui corpos de neurônios, fibras amielínicas e neuróglia.
No sistema nervoso central, as fibras nervosas estão concentradas em tractos ou fascículos, e no
sistema nervoso periférico, estão agrupados em feixes formando os nervos.

Figura 151 – Estruturas encontradas no nervo

Na figura anterior: em (a), microscopia eletrônica de varredura de uma secção transversal de um


segmento de um nervo (500x); em (b), vista tridimensional de um segmento de um nervo mostrando os
envoltórios de tecido conjuntivo.

No sistema nervoso periférico, os axônios motores e a maioria dos sensitivos dos nervos são
constituídos por duas bainhas: a mielina e o neurilema. Essas bainhas são formadas pelas células de
Schwann, que circundam todo o axônio em intervalos ao longo de sua extensão. Esses intervalos são
chamados de nódulos de Ranvier, e os segmentos entre esses nódulos são denominados internódulos,
compreendendo a região ocupada por uma célula de Schwann.

140
ANATOMIA

Figura 152 – Células de Schwann formando a bainha de mielina em torno do axônio

Já no sistema nervoso central, os oligodendrócitos, por meio de seus prolongamentos, formam a


bainha de mielina. A principal função da bainha de mielina é permitir a condução do impulso nervoso
de forma mais rápida, saltatória, utilizando‑se do potencial de ação.

Figura 153 – Condução do impulso nervoso de forma saltatória em um axônio mielinizado

Na figura anterior, nas fibras nervosas mielinizadas, as correntes locais (setas pretas finas) dão origem
ao potencial de ação propagado (seta rosa e vermelha), que parece pular de nó em nó.

As fibras nervosas amielínicas são impedidas de fazer a transmissão dos impulsos nervosos de forma
saltatória pela ausência da mielina. Os canais de sódio e potássio não se distanciam, e a condução do impulso
é feita mais lentamente. São encontradas no sistema nervoso periférico, nas fibras pós‑ganglionares do
sistema nervoso autônomo e em algumas fibras sensitivas muito finas que são envolvidas por neurilema
(células de Schwann), mas sem a formação de mielina. Danos à bainha de mielina causam interferência
na comunicação entre o cérebro, medula espinhal e outras áreas do seu corpo. Essa condição pode
resultar na deterioração dos próprios nervos em um processo irreversível, causando a doença chamada
esclerose múltipla. Ao longo do tempo, a degeneração da mielina provocada pela doença vai causando
lesões no cérebro, que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral.
141
Unidade III

Os nervos são formados por fibras nervosas envolvidas por tecido conjuntivo (fibras colágenas) e são
divididos em nervos espinhais e cranianos (descrito com detalhes adiante). Grandes nervos (nervo isquiático,
mediano, radial etc.) são mielínicos e apresentam um envoltório de tecido conjuntivo chamado epineuro.
As fibras nervosas se localizam em seu interior e formam fascículos delimitados pelo perineuro. Dentro de
cada fascículo, fibras colágenas delicadas formam o endoneuro, que envolve cada fibra nervosa. Os axônios
possuem a capacidade de regeneração devido ao suporte fornecido pelas células de Schwann e macrófagos.

Figura 154 – Regeneração de uma fibra nervosa em um nervo periférico

142
ANATOMIA

Na figura anterior: (a) fragmentação do axônio no local da lesão; (b) macrófagos destroem o axônio
distal à lesão; (c) filamentos axonais crescem através de um tubo formado por células de Schwann; (d)
axônio regenerado e formação de uma nova bainha de mielina.

8 CONCEITO E DESCRIÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O sistema nervoso central é responsável por receber e processar informações. É formado pelo
encéfalo e medula espinal e protegidos pelo crânio e coluna vertebral. O encéfalo é subdividido em
cérebro, tronco encefálico e cerebelo.

Medula espinal

A medula espinal é o centro dos arcos reflexos. Encontra‑se organizada em segmentos (região
cervical, lombar, sacral, caudal, raiz dorsal e ventral). É uma estrutura subordinada ao cérebro que pode
agir independente dele.

Cérebro

O cérebro é um órgão capaz de armazenar informações e é considerado o centro da inteligência


e do aprendizado. Está relacionado com a maioria das funções do organismo, como a recepção de
informações visuais e movimentos do corpo que requerem coordenação de grande número de partes do
corpo. Ele tem uma superfície cheia de sulcos e giros cerebrais e é dividido em dois hemisférios cerebrais:
direito e esquerdo. O cérebro encontra‑se protegido pelas meninges: pia‑máter, dura‑máter e aracnoide.

Tronco encefálico

O tronco encefálico é composto por mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano. O mesencéfalo está
localizado ao lado do tálamo e hipotálamo e é responsável pelos reflexos visuais e auditivos. A ponte é o
centro de retransmissão de impulsos e se constitui de fibras nervosas que se unem ao cerebelo e ao córtex
cerebral. O bulbo raquidiano, também chamado de medula oblonga, é constituído de importantes regiões
que controlam as funções vitais, como ritmo cardíaco, vasoconstrição, respiração etc.

Cerebelo

O cerebelo é responsável pelo controle motor e pesquisas recentes sugerem a atribuição de funções
na coordenação sensorial, além do controle motor.

Lembrete

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro


e medula espinhal e degenera a bainha de mielina nos nervos. Pessoas
com casos graves de esclerose múltipla podem perder a capacidade de
andar ou falar.
143
Unidade III

8.1 Meninges e líquor

As meninges são membranas formadas por tecido conjuntivo que envolvem o sistema nervoso. São
divididas em: dura‑máter, aracnoide e pia‑máter. A aracnoide e pia‑máter são formadas por um só
folheto embrionário, sendo, por isso, classificadas no grupo das leptomeninges (membranas finas). Já
a dura‑máter é classificada no grupo das paquimeninges, ou membranas espessas. As meninges têm
um papel importante na proteção do sistema nervoso central. Sua infecção pode causar a meningite, e
tumores podem se desenvolver nas meninges, sendo chamados de meningiomas.

Figura 155 – Meninges cranianas. Em (a), visão frontal mostrando a relação entre a dura‑máter, aracnoide e pia‑máter;
Em (b), visão posterior do encéfalo mostrando a dura‑máter e seus seios

A dura‑máter é a meninge mais superficial, resistente e formada por tecido conjuntivo com
abundantes fibras colágenas. No encéfalo e na medula espinhal, a dura‑máter se comporta de forma
diferente. No encéfalo, ela tem dois folhetos: um interno e outro externo, que adere aos ossos do crânio,
comportando‑se como periósteo desses ossos. Na medula espinhal, a meninge é formada apenas pelo
folheto interno da dura‑máter. Em algumas regiões, o folheto interno da dura‑máter forma pregas (foice
do cérebro, tenda do cerebelo, foice do cerebelo, diafragma da sela), dividindo a cavidade craniana em
compartimentos. A dura‑máter é vascularizada e inervada, sendo que a terminação nervosa sensitiva
intracraniana se localiza na dura‑máter, ocasionando a maioria das dores de cabeça.

144
ANATOMIA

Figura 156 – Projeção da dura‑máter formando a foice do cérebro

Justaposta, a dura‑máter encontra‑se na camada aracnoide, uma membrana delicada que se


separa da dura‑máter pelo espaço subdural. A aracnoide também se separa da pia‑máter pelo
espaço subaracnoideo que contém o líquido cerebrospinal (também chamado de líquor ou líquido
céfalo‑raquidiano). Fazendo ligações com a pia‑máter, as trabéculas aracnóideas partem da aracnoide
e se assemelham a teias de aranha, dando origem ao seu nome. Em algumas regiões, a aracnoide forma
projeções que penetram no interior dos seios da dura‑máter, formando granulações aracnóideas. Em
pessoas adultas e mais velhas, algumas granulações tornam‑se maiores, formando corpos de Pacchioni,
que sofrem calcificação, deixando impressões na abóboda craniana.

Granulação Seio sagital


aracnóide superior
Aracnóide
Pia máter

Espaço
perivascular

Pia máter
Espaço
(dilatado)
Espaço
subaracnoideo

Figura 157 – Ilustração das meninges e formação das granulações aracnóideas

A membrana mais interna das meninges é a pia‑máter. Está aderida à superfície do encéfalo e da
medula, acompanhando as depressões e saliências do tecido nervoso, dentre elas, os sulcos e giros cerebrais.
Apresenta função de fornecer suporte aos órgãos nervosos e é acompanhada por vasos que penetram no
145
Unidade III

tecido nervoso a partir do espaço subaracnoideo, denominado espaço perivascular. Nele, está presente o
líquor que protege os vasos, amortecendo o efeito da pulsação das artérias no tecido adjacente.

A dura‑máter craniana continua com a dura‑máter espinhal, envolvendo toda a medula e formando o saco
dural. Em sua porção caudal, a dura‑máter termina em um fundo de saco ao nível da vértebra S2. Lateralmente
à medula espinhal, partem prolongamentos da dura‑máter encapsulando as raízes dos nervos espinhais, que
continuam a formar os nervos, estes revestidos pelo tecido conjuntivo rico em colágeno: o epineuro.
Substância Coluna dorsal/posterior da
branca substância cinzenta
Canal central Coluna lateral da
Gânglio da raiz dorsal
substância cinzenta

Nervo espinhal Coluna ventral/anterior da


Raiz dorsal do substância cinzenta
nervo espinhal

Raiz ventral do Pia‑máter


nervo espinhal

Aracnoide

Dura‑máter

Figura 158 – Esquema ilustrativo das meninges

A aracnoide espinhal se dispõe na mesma forma que a meninge craniana. Já a pia‑máter penetra na
fissura mediana anterior, continuando caudalmente, mesmo após a medula terminar no cone medular, e
formando um filamento esbranquiçado chamado filamento terminal. Existem, na medula das meninges,
os espaços epidural, subdural e subaracnoideo. O espaço epidural ou extradural encontra‑se entre a
dura‑máter e o periósteo do canal vertebral (local de aplicação de anestesia epidural na região lombar
que se difunde, alcançando as raízes dos nervos espinhais). O espaço subdural situa‑se entre a dura‑máter
e a aracnoide e tem pequena quantidade de líquido a fim de evitar a aderência entre as paredes.

Quadro 1

Características dos espaços meníngeos


Espaço Localização Conteúdo
Entre a dura‑máter e o periósteo do Tecido adiposo e plexo venoso
Epidural (extradural) canal vertebral vertebral interno
Espaço virtual entre a dura‑máter e
Subdural Pequena quantidade de líquido
a aracnóide
Subaracnoideo Entre a aracnóide e a pia‑máter Líquido cérebro‑espinhal (ou líquor)

Adaptado de: Machado (2014, p. 43).

146
ANATOMIA

Saiba mais

Os filmes a seguir podem propiciar uma inter‑relação com os conteúdos


da unidade:

PARA SEMPRE ALICE. Dir. Richard Glatzer. EUA: Wash Westmoreland,


2015. 99 minutos.

DECISÕES EXTREMAS. Dir. Tom Vaughan. EUA: CBS Films, 2010. 105 minutos.
Secção de uma vértebra torácica

Aorta
Corpo vertebral
Gordura do
Dura-máter espaço epidural
Aracnoide Gânglio simpático
Espaço sub‑aracnoideo Ligamento dentado
Pia‑máter Raiz ventral
Ramos comunicantes
Ramos meníngeos brancos e cinzentos
recorrentes do nervo Nervo espinhal
espinhal
Pleura Nervo ventral
(nervo intercostal)
Pulmão Ramo dorsal

Gânglio espinhal
sensitivo (raiz dorsal)

Raiz dorsal
Coluna lateral da substância
cinzenta da medula espinhal

Ramo medial Ramo medial Plexo venoso interno (epidural)


Secção de uma vértebra torácica dorsal do nervo
Ramo lateral
espinhal

Gânglio
Dura-máter
simpático
Ramo Aracnoide
comunicante Raiz ventral
cinzento
Nervo espinhal
Gordura
do espaço Ramo ventral (contribui na formação do plexo lombar)
epidural
Ramo dorsal

Gânglio espinhal
sensitivo (raiz dorsal)
Raízes dorsais e ventrais
Raiz dorsal
dos nervos espinhais
lombares formando a Filum terminal interno
cauda equina

Figura 159 – Meninges na medula espinhal

147
Unidade III

O espaço subaracnoideo é o mais importante do ponto de vista clínico, pois contém uma quantidade
considerável de líquor e é a área ideal para sua punção com finalidades terapêuticas e de diagnósticos.
Não há perigo de lesão na medula, uma vez que a introdução de agulha é feita abaixo do espaço 2L,
local com ausência da medula espinhal. Nessa região também é feita a administração de substâncias de
contrastes em radiografias (mielografia) e de fármacos, como na anestesia raquidiana.

Figura 160 – Visualização da punção lombar

O líquido cerebrospinal (líquor) é um fluído aquoso, incolor, localizado no espaço subaracnoideo e nas
cavidades ventriculares com função de proteção mecânica. Seu volume total é de cerca de 100‑150 cm3,
renovando‑se a cada oito horas. É secretado pelo epitélio ependimário dos plexos corioides, epêndima
das paredes ventriculares e vasos da leptomeninge. É reabsorvido no sangue principalmente através das
granulações aracnoideas.

148
ANATOMIA

Figura 161 – Formação, localização e circulação do líquido cerebrospinal

Os ventrículos laterais contribuem com o maior contingente liquórico, que passa ao terceiro ventrículo
pelos forames interventriculares e em seguida ao quarto ventrículo através do aqueduto cerebral.

Figura 162 – Ventrículos do sistema nervoso central

149
Unidade III

Lembrete

A meningite é uma infecção das meninges, podendo ser viral ou


bacteriana. O exame do líquor é o diagnóstico mais adequado para
determinar qual tipo de meningite é apresentada por um paciente. Desse
modo, com um diagnóstico correto, o tratamento é mais eficaz.

8.2 Tronco encefálico

O tronco encefálico se encontra entre a medula e o diencéfalo, anteriormente ao cerebelo. É formado


por corpos de neurônios que formam núcleos e fibras nervosas. O conjunto de fibras nervosas formam
os feixes que, agrupados, originam os tractos, fascículos ou lemniscos. Vários núcleos do tronco
encefálico recebem ou enviam fibras nervosas que formam os 10 dos 12 pares de nervos cranianos. O
tronco encefálico é dividido em: mesencéfalo, ponte e bulbo.

Figura 163 – Secção sagital mediana do encéfalo mostrando o diencéfalo e tronco encefálico

Interposto entre a ponte e o cérebro, localiza‑se o mesencéfalo. Está separado por um plano que liga
os corpos mamilares (diencéfalo) à comissura posterior. É atravessado pelo aqueduto cerebral, que
une o terceiro ao quarto ventrículo. Dorsalmente ao aqueduto encontra‑se o tecto do mesencéfalo;
ventralmente aparecem os dois pedúnculos cerebrais. Colículos superiores e inferiores são vistos no
plano dorsal do tecto do mesencéfalo, sendo formados por quatro eminências arredondadas.

150
ANATOMIA

A ponte está situada entre o mesencéfalo e bulbo. Sua porção anterior é separada do bulbo pelo
sulco bulbo‑pontino, de onde emergem o sexto, sétimo e oitavo pares de nervos cranianos. Sua porção
dorsal constitui o assoalho do quarto ventrículo.

O bulbo ou medula oblonga continua inferiormente com a medula espinhal, e seu limite
superior é delimitado pelo sulco bulbo‑pontino. Sua superfície é formada por sulcos que delimitam
as áreas anterior e posterior. Uma fissura mediana anterior forma o forame cego e as pirâmides
(eminência alongada). Na porção inferior do bulbo, fibras cruzam obliquamente o plano mediano,
formando a decussação das pirâmides. A oliva é uma eminência oval na área lateral do bulbo e é
formada por substância cinzenta. Também são encontrados os núcleos grácil e cuneiforme (formados
por substância cinzenta) e o pedúnculo cerebelar inferior, que é formado por fibras fletindo‑se
dorsalmente em direção ao cerebelo.

Figura 164 – Visão ventral do encéfalo humano mostrando as três regiões do tronco encefálico

8.3 Diencéfalo

O prosencéfalo origina o diencéfalo e o telencéfalo, sendo que o cérebro corresponde a essas


estruturas, representando 80% da cavidade craniana. O diencéfalo se localiza na face mediana e,
portanto, na região interna e inferior do cérebro. É dividido em: tálamo, hipotálamo, epitálamo e
subtálamo.

O diencéfalo possui uma cavidade estreita chamada terceiro ventrículo, que se comunica com o
quarto ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais. O sulco hipotalâmico delimita
151
Unidade III

o tálamo do hipotálamo e no assoalho do terceiro ventrículo estão o quiasma óptico, o infundíbulo,


o túber cinéreo e os corpos mamilares (pertencentes ao hipotálamo) A parede posterior do terceiro
ventrículo forma o epitálamo, que se localiza acima do sulco hipotalâmico.

Lobo frontal
Fissura longitudinal
do cérebro
Fornix

Corpo caloso Parte lateral da face


superior do tálamo

Parte central do Parte medial da face


ventrículo lateral superior do tálamo
Plexo corroide do
ventrículo lateral Tálamo

Fissura transversa
do cérebro Cápsula interna

Estria medular do tálamo Hipotálamo

Núcleo subtalâmico
Terceiro ventrículo

Base do
pedúnculo cerebral
Subtálamo
Fossa interpeduncular Base da ponte

Figura 165 – Secção frontal do cérebro passando pelo terceiro ventrículo

De cada lado do diencéfalo, são encontrados os tálamos, duas massas ovoides. A face inferior do
tálamo continua com o hipotálamo e subtálamo e, na extremidade posterior, apresenta o pulvinar
projetado sobre os corpos geniculados lateral e medial. Sua porção medial constitui juntamente com
tecto do terceiro ventrículo, o assoalho da fissura transversa do cérebro, como o tecto formando o fórnix
e o corpo caloso do telencéfalo.

O hipotálamo é encontrado abaixo do tálamo e compreende estruturas situadas nas paredes


laterais do terceiro ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico. Tem funções ligadas ao controle das
atividades viscerais e também pertence ao hipotálamo: corpos mamilares, quiasma óptico, túber cinério
e infundíbulo.

152
ANATOMIA

Figura 166 – Estruturas do tálamo e hipotálamo no diencéfalo: em (a), principais núcleos do tálamo;
em (b), principais núcleos hipotalâmicos

O epitálamo é encontrado posteriormente ao terceiro ventrículo, acima do sulco hipotalâmico e


na transição com o mesencéfalo. Nele está presente a glândula pineal, uma glândula endócrina de
forma piriforme, ímpar e mediana, apoiando‑se sobre o tecto do mesencéfalo. A base da glândula pineal
prende‑se às comissuras anteriores das habênulas.

O subtálamo está presente na zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo


e abaixo do tálamo. É de difícil visualização, sendo melhor observado em secção frontal do encéfalo.
Sua limitação lateral é dada pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo, sendo o núcleo
subtalâmico seu elemento mais evidente.

8.4 Telencéfalo

O telencéfalo é compreendido pelos hemisférios cerebrais direito e esquerdo e por uma porção
mediana denominada diencéfalo. A fissura longitudinal separa de forma incompleta os hemisférios
cerebrais e, no assoalho da fissura, há uma larga faixa de fibras comissurais chamada corpo caloso.
Os hemisférios cerebrais possuem cavidades conhecidas como ventrículos laterais direito e esquerdo, e
cada hemisfério é dividido nos polos frontal, occipital e temporal e nas faces súpero‑lateral e convexa,
medial e plana, inferior ou na base do cérebro.

153
Unidade III

Figura 167 – Corte sagital mediano do encéfalo

A superfície do cérebro apresenta depressões denominadas sulcos, que delimitam os giros cerebrais,
aumentando a superfície do córtex. É variável o padrão de sulcos e giros do cérebro, mas há a prevalência
de sulcos importantes, como sulco lateral e sulco central. O sulco central é limitado pelos giros
pré‑central e pós‑central.

154
ANATOMIA

Figura 168 – Em (a), lobos e fissuras dos hemisférios cerebrais e estruturas do telencéfalo; em (b), vista lateral do encéfalo

Os sulcos cerebrais delimitam os lobos cerebrais que recebem sua denominação de acordo com os
ossos do crânio. Dessa forma, são encontrados os lobos frontal, da ínsula, parietal e occipital.

155
Unidade III

A
Lobo frontal Sulco central

Lobo parietal

Sulco parieto-occipital

Lobo occipital
Lobo temporal
Sulco lateral (ramo posterior) Incisura pré-occipital

Sulco central
Lobo frontal B Lobo parietal

Sulco parieto-occipital

Corpo caloso Lobo occipital

Lobo temporal

Figura 169 – Lobos do cérebro vistos lateralmente e medialmente

O lobo da ínsula também é encontrado profundamente ao sulco lateral e sem relação com os ossos
do crânio.

Figura 170 – Lobo da ínsula

156
ANATOMIA

São encontrados no telencéfalo os principais sulcos: pré‑central, frontal superior e inferior, temporal
superior e inferior, pós‑central, pré‑central, intraparietal, calcarino, parieto‑occipital, do corpo caloso,
do cíngulo, occipito‑temporal, colateral, do hipocampo e olfatório.

Figura 171 – Sulcos e giros cerebrais

São encontrados no telencéfalo os principais giros: frontal superior, frontal inferior, pré‑central,
temporal superior, temporal médio, temporal inferior, pós‑central, supramarginal e angular (do
lóbulo parietal inferior), cúneus, pré‑cúneus, occipito‑temporal medial e lateral, para‑hipocampal,
do cíngulo e reto.

157
Unidade III

Figura 172 – Giros cerebrais

Figura 173 – Sulcos e giros cerebrais

As áreas situadas adiante do sulco central relacionam‑se com a motricidade, enquanto as situadas
atrás desse sulco estão ligadas com a sensibilidade.

8.5 Cerebelo

O cerebelo localiza‑se dorsalmente ao bulbo e a ponte e forma o tecto do terceiro ventrículo.


Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e liga‑se à medula e ao bulbo por meio do pedúnculo
cerebelar inferior e à ponte e ao mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior. Tem
funções relacionadas ao equilíbrio e controle dos movimentos musculares.

158
ANATOMIA

Figura 174 – Vista sagital mediana do cerebelo

O cerebelo possui dois hemisférios cerebelares e uma porção intermediária aos hemisférios
denominada vérmis. A superfície do cerebelo apresenta sulcos, que demarcam lâminas finas chamadas
folhas do cerebelo. As fissuras do cerebelo delimitam os lóbulos, que podem conter várias folhas.
Em seu interior, há a presença de substância branca, e na periferia, o revestimento é formado pelo
córtex cerebelar.

A divisão do cerebelo não tem importância funcional. Para seu melhor entendimento, é sugerido um
estudo por meio do corte sagital mediano do cerebelo. Os lóbulos recebem denominações diferentes no
vérmis e nos hemisférios (veja a figura anterior e a seguinte).

Fazem parte dos lóbulos do cerebelo: língula, lóbulo central, cúlmen, declive, folium, túber, pirâmide,
úvula e nódulo. Constituem as fissuras: pré‑central, pré‑culminar, prima, pós‑clival, horizontal,
pré‑piramidal, pós‑piramidal, póstero‑lateral.

159
Unidade III

Figura 175 – Vista inferior do cerebelo

Fazem parte dos hemisférios do cerebelo: asa do lóbulo posterior, parte anterior do lóbulo
quadrangular, parte posterior do lóbulo quadrangular, lóbulo semilunar superior, lóbulo semilunar
inferior, lóbulo biventre, tonsila, flóculo.

Figura 176 – Vista superior do cerebelo

160
ANATOMIA

8.6 Conceito e descrição do sistema nervoso periférico: nervos espinais e


cranianos

O sistema nervoso periférico é aquele que está fora do esqueleto axial e é composto pelos nervos
espinhais, nervos cranianos, gânglios e receptores nervosos.

Figura 177 – Classificação do sistema nervoso, com destaque ao sistema nervoso periférico

8.6.1 Nervos espinais

Os nervos espinhais são aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela
inervação do tronco, dos membros superiores e partes da cabeça. São ao todo 31 pares, 33 se contados
os dois pares de nervos coccígeos vestigiais, que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes.
Estão distribuídos em: oito pares de nervos cervicais; 12 pares de nervos torácicos; cinco pares de nervos
lombares; cinco pares de nervos sacrais; um par de nervos coccígeos.

161
Unidade III

Figura 178 – Distribuição dos nervos espinhais

As fibras nervosas dos nervos se modificam, formando terminações nervosas que podem ser
sensitivas ou motoras. As terminações nervosas sensitivas quando estimuladas (calor, luz etc.)
originam impulsos nervosos que são levados ao sistema nervoso central para serem interpretados. Já
as terminações nervosas motoras são os elementos de ligação entre as fibras nervosas e os órgãos
efetuadores: músculos ou glândulas. O nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal (sensitiva)
e ventral (motora), as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da
medula através de filamentos radiculares.

162
ANATOMIA

Figura 179 – Distribuição dos nervos espinhais

A raiz ventral projeta‑se da superfície ventral da medula espinhal como diversas radículas ou
filamentos que em geral se combinam para formar dois feixes próximos ao forame intervertebral. A
raiz dorsal é maior que a raiz ventral em tamanho e número de radículas. Elas prendem‑se ao longo do
sulco lateral posterior da medula espinhal e unem‑se para formar dois feixes que penetram no gânglio
espinhal.

As raízes ventral e dorsal juntam‑se para formar o nervo espinhal, que então emerge através do
forame inter‑espinhal. O gânglio espinhal é um conjunto de células nervosas na raiz dorsal do nervo
espinhal com forma oval e tamanho proporcional à raiz dorsal na qual se encontra. Encontra‑se próximo
ao forame intervertebral.

163
Unidade III

Figura 180 – Vista posterior da estrutura macroscópica da medula espinhal

164
ANATOMIA

Na figura anterior: (a) os arcos ósseos vertebrais foram removidos para visualização da medula
espinhal e de suas raízes nervosas, e a dura‑máter e a aracnoide foram seccionadas e arremetidas
lateralmente; (b) região cervical da medula espinhal; (c) região torácica da medula espinhal, mostrando
o ligamento denticulado; (d) região inferior da medula espinhal, mostrando o cone medular, a cauda
equina e o filamento terminal.

Os receptores sensitivos são encontrados nas terminações nervosas sensitivas do sistema nervoso
periférico e captam informações da periferia do corpo (via aferente ou sensitiva), que são enviadas
ao sistema nervoso central. Os receptores especiais fazem parte dos órgãos dos sentidos, estando
presentes na visão, audição, equilíbrio, gustação e olfação. Os receptores gerais ocorrem em todo o
corpo, sendo encontrados em maior concentração na pele.

Os receptores motores ou as terminações nervosas motoras terminam nas junções neuroefetoras


e se assemelham às junções das sinapses nervosas. As terminações nervosas podem ser somáticas,
quando terminam em um músculo estriado esquelético, ou viscerais, quando entram em contato com
as glândulas, músculo liso ou músculo cardíaco (fazem parte do sistema nervoso autônomo).

Os ramos dorsais dos nervos espinhais são menores que os ventrais correspondentes e se distribuem
aos músculos e à pele da região dorsal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos occipitais
representam a continuação do tronco do nervo espinhal, distribuindo‑se pela musculatura, pela pele,
pelos ossos e pelos vasos dos membros, bem como na região ântero‑lateral do pescoço e do tronco.

Muitos dos sistemas de controle homeostático do organismo têm como base fisiológica
uma sequência de estímulo‑resposta chamada de reflexo. Em muitos reflexos, o indivíduo tem
consciência do estímulo e/ou da resposta, mas nos que regulam o meio interno, não existe
qualquer consciência por parte do indivíduo. O arco reflexo é a via usada por um reflexo e pode
ser monossináptico ou polissináptico.

O arco reflexo é a resposta involuntária rápida que busca a proteção do organismo. É originado
de um estímulo externo antes mesmo de o cérebro tomar conhecimento do estímulo periférico e é
comandado pela substância cinzenta da medula espinhal e do bulbo. É constituído por um órgão
sensitivo (um neurônio aferente), uma (monossináptica) ou mais sinapses (polissináptico) numa estação
de integração, um neurônio eferente e outro efetor.

165
Unidade III

Figura 181 – Ilustração do reflexo de estiramento

Na figura anterior: (a) eventos do reflexo de estiramento pelo qual o estiramento do músculo é
refreado; (b) reflexo patelar exitando fusos musculares no músculo quadríceps. Impulsos aferentes
seguem para a medula espinhal, onde fazem sinapses com neurônios motores e interneurônios. Os
neurônios motores enviam impulsos que ativam o quadríceps, provocando sua contração, o que resulta
na extensão do joelho e no movimento para frente do pé, impedindo o estiramento inicial.

A atividade no arco reflexo tem início num receptor sensitivo com um potencial receptor e com uma
amplitude proporcional à intensidade do estímulo. Se o estímulo for suficientemente intenso, gera‑se em
seguida um potencial de ação no nervo aferente. Os potenciais de ação dos nervos aferentes originam‑se
no sistema nervoso central potenciais sinápticos inibitórios ou excitatórios. No nervo eferente, são gerados
novamente potenciais de ação que quando atingem o efetor, originam uma resposta.

8.6.2 Nervos cranianos

Os nervos cranianos fazem conexão com o encéfalo, e a maioria deles tem relação com o tronco
encefálico (exceto os nervos olfatório e óptico). São 12 pares de nervos cranianos numerados
pela sequência crânio‑caudal. Os nervos I e II são os nervos olfatório e óptico, respectivamente.
Os nervos III, IV e VI inervam o músculo do olho. O nervo trigêmeo, o V par, dá origem aos
ramos oftálmico, maxilar e mandibular. O par VII é o nervo facial, compreendendo também o
nervo intermédio. O nervo vestíbulo‑coclear é o VIII par de nervo craniano, representando a parte
coclear (audição) e vestibular (equilíbrio). O nervo glossofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso
formam, respectivamente, o IX, X, XI e XII par de nervos cranianos (figura a seguir).
166
ANATOMIA

A extremidade cefálica dos animais desenvolveu‑se durante a evolução dos órgãos dos sentidos
mais complexos, como visão, audição, gustação e olfação. Os receptores encontrados nesses
órgãos são especiais e em todo o corpo são ditos gerais. Esses são os componentes aferentes dos
nervos cranianos. Os componentes eferentes inervam pelas fibras eferentes viscerais especiais
os músculos viscerais (músculos lisos, cardíaco e das glândulas). As fibras eferentes viscerais
gerais pertencem à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e terminam em
gânglios viscerais que, por sua vez, levam os impulsos nervosos a diversas estruturas viscerais. A
figura a seguir mostra no plano ínfero‑superior da base do encéfalo a projeção dos 12 pares de
nervos cranianos.

Figura 182 – Localização e função dos nervos cranianos. Em uma visão ventral, o encéfalo humano

8.7 Sistema nervoso autônomo (SNA): conceitos, divisões, considerações


anatômicas e fisiológicas

A divisão funcional do sistema nervoso separa‑o em somático e visceral. O sistema nervoso somático
é o da vida e relaciona o organismo com o meio. O sistema nervoso visceral é o da vida vegetativa e
relaciona‑se com a inervação das estruturas viscerais, sendo importante na manutenção da homeostase.
167
Unidade III

Assim como no sistema nervoso somático, o sistema nervoso visceral apresenta uma divisão aferente
ou sensorial e outra eferente ou motora.

Figura 183 – Divisão funcional do sistema nervoso, com destaque para a porção motora do sistema nervoso autônomo

Denomina‑se sistema nervoso autônomo apenas o componente eferente do sistema nervoso visceral.
Por sua vez, sistema nervoso autônomo divide‑se em simpático e parassimpático.

As fibras viscerais aferentes conduzem impulsos nervosos originados em receptores das


vísceras chamados visceroceptores. Os impulsos nervosos aferentes viscerais passam por
gânglios sensitivos em direção ao sistema nervoso central. Já nos impulsos que percorrem os
nervos espinhais, passam por gânglios espinhais, não havendo gânglios diferentes para fibras
espinhais e somáticas.

Os impulsos nervosos que seguem pelo sistema nervoso autônomo terminam em músculo
cardíaco, músculo liso e glândulas, sendo, portanto, involuntários. Os neurônios do sistema
nervoso autônomo podem ter corpos localizados fora do sistema nervoso central dentro de
gânglios chamados neurônios pós‑ganglionares. Já os neurônios que têm seus corpos dentro do
sistema nervoso central são denominados neurônios pré‑ganglionares. Outra diferença entre
o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático é o local de sua comunicação com o
sistema nervoso central.

168
ANATOMIA

Figura 184 – Subdivisões do sistema nervoso autônomo

No sistema nervoso parassimpático, os neurônios pré‑ganglionares localizam‑se no tronco encefálico


e na medula sacral (S2, S3, S4), sendo, portanto, craniossacrais.

169
Unidade III

Figura 185 – Divisão parassimpática craniossacral do sistema nervoso. As linhas inteiras indicam fibras pré‑ganglionares. As linhas
tracejadas representam fibras pós‑ganglionares

170
ANATOMIA

Já no sistema nervoso simpático, os neurônios pré‑ganglionares localizam‑se na medula torácica e


lombar (entre T1 e L2), sendo, portanto, tóraco‑lombares.

Figura 186 – Divisão simpática da região tóraco‑lombar do sistema nervoso autônomo

Na figura anterior, as linhas inteiras indicam fibras pré‑ganglionares e as linhas tracejadas


representam fibras pós‑ganglionares. A inervação simpática para estruturas periféricas é mostrada
apenas na região cervical, porém ocorre em todas as outras áreas.

171
Unidade III

O tronco simpático é formado por uma cadeia de gânglios simpáticos unidos através de gânglios
interganglionares. No sistema nervoso autônomo simpático, o corpo do neurônio pré‑ganglionar,
localizado na coluna vertebral da medula (entre T1 a L2), emite fibras pré‑ganglionares pelas raízes
ventrais do nervo espinhal. Essas fibras pré‑ganglionares se dirigem ao nervo espinhal correspondente
passando pelo tronco simpático. Essas fibras terminam fazendo sinapse com neurônios pós‑ganglionares
que estão longe das vísceras e próximo da coluna vertebral. Esses neurônios podem ser encontrados em
três posições: em dois gânglios paravertebrais ou em um gânglio pré‑vertebral do tronco simpático.
Desses gânglios que saem as fibras pós‑ganglionares com destino às glândulas, músculo liso ou cardíaco.

A inervação visceral possui o papel de manter a homeostase ideal para o meio interno. Em resposta à
emoção e ao meio externo, a atividade dos músculos lisos e das glândulas e o músculo cardíaco regulam os
reflexos viscerais. Os sinais aferentes chegam ao sistema nervoso central através de neurônios sensitivos
primários e esses impulsos desencadeiam respostas reflexas nas vísceras e sensações de plenitude de
órgãos cavitários, como estômago, intestino grosso e bexiga urinária.

A sensibilidade visceral difere da somática por ser mais difusa e sem localização precisa. Sentimos a dor
da ponta dos dedos, mas não somos capazes de identificar uma dor local no colo descendente do intestino
grosso. Os estímulos que determinam dor na via somática e visceral são diferentes. Um corte na pele causa
dor; em uma víscera, não. Frequentemente, nota‑se que certos processos inflamatórios das vísceras e órgãos
internos acarretam em manifestações dolorosas nos territórios cutâneos. Processos irritativos no diafragma
podem causar hipersensibilidade na pele e ombro, assim como apendicite pode causar hipersensibilidade
cutânea na parede abdominal da fossa ilíaca direita. Esse fenômeno é denominado dor referida.

Figura 187 – Dor referida de órgãos viscerais

172
ANATOMIA

O sistema nervoso autônomo está relacionado ao controle e à comunicação interna do organismo


e do estado vegetativo, controle de vasos sanguíneos, vísceras, glândulas e respiração, regulação de
temperatura e digestão. O hipotálamo é um importante órgão que regula essas atividades autonômicas
do sistema nervoso central

As fibras que formam as vias ascendentes da medula relacionam‑se direta ou indiretamente com
as fibras que penetram pela raiz dorsal, trazendo impulsos aferentes de várias partes do corpo.

Cada filamento radicular da raiz dorsal divide‑se em dois grupos de fibras: um grupo lateral e outro
medial. As fibras do grupo lateral dirigem‑se ao ápice da coluna posterior, enquanto as fibras do grupo
medial projetam‑se à face medial da coluna posterior. Antes de penetrar na coluna posterior, cada
uma destas fibras se bifurca, formando um ramo descendente e outro ascendente, além de um grande
número de ramos colaterais mais finos (figura 188).

Figura 188 – Vias de tractos ascendentes da medula espinhal

173
Unidade III

Na figura anterior, em (a), à direita, vemos vias específicas para tato discriminativo e a propriocepção
consciente, conduzidas pelos fascículos grácil e cuneiforme, que continuam no lemnisco medial; à esquerda,
vemos o trato espinocerebelar posterior (que segue apenas para o cerebelo); em (b), vemos as vias não
específicas para a nocicepção, a termocepção e o trato grosseiro, conduzidos pelo trato espino‑talâmico lateral,
que compõe o sistema ântero‑lateral. Todo o trajeto da via é mostrado para cada caso.

As vias descendentes são formadas por fibras que se originam no córtex cerebral ou em várias áreas
do tronco encefálico e terminam fazendo sinapse com os neurônios da medula. Algumas terminam nos
neurônios pré‑ganglionares do sistema nervoso autônomo, constituindo as vias descendentes viscerais.
Outras terminam fazendo sinapse com neurônios da coluna posterior e participam dos mecanismos
que regulam a entrada dos impulsos sensoriais no sistema nervoso central. Uma importante porção da
via termina direta ou indiretamente nos neurônios motores somáticos, constituindo as vias motoras
descendentes somáticas, que se divide em dois grupos: vias piramidais e vias extrapiramidais. As vias
piramidais passam pelas pirâmides bulbares, ao passo que as extrapiramidais não passam pelas pirâmides.

Figura 189 – Vias de tractos descendentes para a medula espinhal

174
ANATOMIA

Na figura anterior, em (a), vemos as vias diretas, ou seja, os tratos piramidais (tratos corticospinais
lateral e anterior) que carregam impulsos para o controle dos músculos esqueléticos; em (b), vemos o
trato rubro‑espinal, um dos tratos indiretos ou extrapiramidais, que auxilia na regulação do tônus em
músculos localizados no lado oposto do corpo.

Saiba mais

Os artigos a seguir podem propiciar uma inter‑relação com os conteúdos


da unidade:

CARDOSO, A. S. et al. O processo de envelhecimento do sistema nervoso e


possíveis influências da atividade física. Publicatio UEPG: Ciências Biológicas
e da Saúde, Ponta Grossa, v. 3/4, n. 13, p. 29‑44, set./dez. 2007. <http://
www.revistas2.uepg.br/index.php/biologica/article/viewFile/457/458>.
Acesso em: 24 jun. 2016.

SARTORI, J. et al. Reabilitação física na lesão traumática da medula espinhal:


relato de caso. Neurociências, Rio de Janeiro, v. 4, n. 17, p. 364‑70, 2009.
Disponível em: <http://revistaneurociencias.com.br/edicoes/2009/RN%20
17%2004/224%20relato%20de%20caso.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2016.

8.8 Terminologia, localização e reconhecimento na prática

A Anatomia tem sua linguagem própria. Nomenclatura anatômica é o conjunto de termos


empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes. As mesmas estruturas do corpo
humano recebiam denominações diferentes no século passado, sobretudo na Itália, França, Inglaterra
e Alemanha. A partir dessa situação, mais de 20.000 termos anatômicos chegaram a ser consignados.
Hoje são poucos mais de 5.000 termos e, em 1895, houve a primeira tentativa de uniformizar e criar
uma nomenclatura anatômica internacional. Nos dias atuais, a língua oficialmente adotada é o latim,
porém, cada país pode traduzi‑la para seu próprio vernáculo.

Resumo

O sistema nervoso (SN) nos permite perceber e interagir com o ambiente


externo que nos rodeia, sendo a sede de todas as funções cognitivas. O
sistema nervoso é dividido anatomicamente em sistema nervoso periférico
(SNP) e central (SNC) e seus componentes celulares podem ser divididos em
neurônios e células gliais.

Os neurônios são células excitáveis organizadas em redes e são as


vias que processam toda a informação consciente e inconsciente. Essa

175
Unidade III

comunicação no sistema nervoso se dá por sinais elétricos mediados por


íons que permitem as sinapses entre os neurônios.

A divisão funcional do sistema nervoso se baseia nos sistema nervoso


somático, que tem por função reagir a estímulos provenientes do
ambiente externo (aferente). Ele é constituído por fibras motoras que
conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos
(eferente). O sistema nervoso autônomo (SNA) é, por sua vez, subdividido
em parassimpático, simpático e entérico e funciona independentemente
de nossa vontade. Tem por função regular o ambiente interno do corpo
captando estímulos das vísceras para o sistema nervoso central (aferente),
controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor
e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do
sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura
do coração (eferente). No SNC, encontram‑se os giros e sulcos cerebrais
do telencéfalo. Na base do encéfalo, o tronco encefálico faz comunicação
com a medula espinhal e grande parte dos nervos cranianos também é
encontrada nessa região.

O encéfalo é formado em sua periferia por uma substância cinzenta


e seu interior é formado por uma substância branca, estando essas
substâncias invertidas topograficamente na medula espinhal. As meninges
estão protegendo todo o SNC, além de também auxiliarem na produção do
líquido cérebro‑espinhal (líquor). Da medula espinhal partem 31 pares de
nervos espinhais que inervarão diversas partes do corpo.

O sistema nervoso está espalhado por todo o organismo e interage com


diferentes tecidos. É um órgão complexo, especializado e vital que rege as
funções dos sistemas que formam o corpo do ser humano.

Exercícios

Questão 1 (Fuvest 1999). A figura representa um arco‑reflexo: o calor da chama de uma vela
provoca a retração do braço e o afastamento da mão da fonte de calor. Imagine duas situações: em A,
seria seccionada a raiz dorsal do nervo e, em B, a raiz ventral.

176
ANATOMIA

Figura 190

Considere as seguintes possibilidades relacionadas à transmissão dos impulsos nervosos neste


arco‑reflexo:

I – A pessoa sente a queimadura, mas não afasta a mão da fonte de calor.


II – A pessoa não sente a queimadura e não afasta a mão da fonte de calor.
III – A pessoa não sente a queimadura, mas afasta a mão da fonte de calor.

Indique quais dessas possibilidades aconteceriam na situação A e na situação B, respectivamente:

A) I / II.
B) I / III.
C) II / I.
D) II / III.
E) III / II.

Resposta correta: alternativa C.


177
Unidade III

Justificativa: o nervo espinal liga‑se à medula por duas raízes: a dorsal (sensorial) e a ventral
(motora). No primeiro caso – secção da raiz dorsal (corte A) –, o indivíduo não sente a dor e o
arco‑reflexo não é completado; assim, ele não afasta a mão da chama. No segundo caso – secção da
raiz ventral (corte B) –, a pessoa sente a queimadura, mas não afasta a mão da fonte de calor, pois o
impulso não chega ao músculo por causa da interrupção do nervo motor.

Questão 2 (UFSC 2007, adaptada). Em relação à condução do impulso nervoso e considerando os


desenhos a seguir, coloque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmativas.

Figura 191

1 – ( ) As regiões I, II e III do desenho representam, respectivamente, o axônio, o corpo celular


e o dendrito.

2 – ( ) A região V do desenho é o local onde ocorre a sinapse.

3 – ( ) A região VI do desenho indica que aquela parte da fibra está polarizada.

4 – ( ) A propagação do impulso nervoso em um neurônio ocorre sempre no sentido III, II, I.

5 – ( ) A região IV do desenho representa um nódulo de Ranvier. Tais nódulos são vistos somente
nos neurônios mielinizados e são responsáveis pelo aumento da velocidade do impulso neles. Como a
inversão da polaridade na fibra ocorre somente nesses nódulos, o impulso se propagará “saltando” de
nódulo em nódulo e aumentando sua velocidade na fibra.

Assinale a alternativa correta quanto às afirmativas anteriores.

A) 1‑F; 2‑V; 3‑V; 4‑F; 5‑V.

B) 1‑V; 2‑V; 3‑V; 4‑F; 5‑F.

C) 1‑F; 2‑F; 3‑V; 4‑F; 5‑V.

D) 1‑F; 2‑V; 3‑V; 4‑V; 5‑V.

E) 1‑V; 2‑F; 3‑F; 4‑F; 5‑F.

Resolução desta questão na plataforma.


178
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

REMBRANDT. A lição de anatomia do Dr. Deyman. 1656. 1 original de arte, 1 óleo sobre tela, 100 cm x
134 cm.

Figura 2

TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 4. ed. São
Paulo: Artmed, 2001. p. 10.

Figura 17

A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 40.

Figura 17

B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 42.

Figura 18

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 6.

Figura 19

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.

Figura 20

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 7.

Figura 21

A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 33.

Figura 21

B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 50.

Figura 22

A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 165.

179
Figura 22

B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 264.

Figura 23

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 38.

Figura 24

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 184.

Figura 25

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 386.

Figura 26

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 276.

Figura 27

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 154.

Figura 28

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 179.

Figura 29

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 286.

Figura 30

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 64.

Figura 31

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 62.

Figura 32

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 41.

180
Figura 33

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 277.

Figura 34

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 277.

Figura 35

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 277.

Figura 36

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 4.

Figura 37

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 6.

Figura 38

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 12.

Figura 39

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 33.

Figura 40

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 2.

Figura 41

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 2.

Figura 42

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 34.

Figura 43

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 35.

181
Figura 44

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 42.

Figura 45

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 45.

Figura 46

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 88.

Figura 47

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 88.

Figura 48

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 89.

Figura 49

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 90.

Figura 50

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 92.

Figura 51

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 93.

Figura 52

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 96.

Figura 53

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 98.

Figura 54

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 190.

182
Figura 55

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 193.

Figura 56

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 194.

Figura 57

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 195.

Figura 58

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 196.

Figura 59

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 198.

Figura 60

WOLF‑HEIDEGGER. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 200.

Figura 61

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 8.

Figura 62

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 9.

Figura 63

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 9.

Figura 64

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 9.

183
Figura 65

A) PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 18.

Figura 65

B) PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 18.

Figura 66

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 19.

Figura 67

ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C.; LUTJEN‑DRECOLL, E. Anatomia humana: atlas fotográfico de anatomia
sistêmica e regional. 5. ed. São Paulo: Manole, 1993. p. 33.

Figura 68

ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C.; LUTJEN‑DRECOLL, E. Anatomia humana: atlas fotográfico de anatomia
sistêmica e regional. 5. ed. São Paulo: Manole, 1993. p. 33.

Figura 69

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 23.

Figura 70

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 24.

Figura 71

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 23.

Figura 72

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 23.
184
Figura 73

A) PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 22.

Figura 73

B) PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 23.

Figura 74

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 9.

Figura 75

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 24.

Figura 76

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 28.

Figura 77

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 23.

Figura 78

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 21.

Figura 79

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 21.

Figura 80

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 21.
185
Figura 81

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 21.

Figura 82

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 21.

Figura 83

PROSDÓCIMI, F. C; NOGUEIRA, M. I. Anatomia: caderno ilustrado de exercícios. São Paulo: Manole,


2009. p. 21.

Figura 84

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2006. p. 69.

Figura 85

A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 182.

Figura 85

B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 182.

Figura 85

C) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 182.

Figura 86

A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 22.

Figura 86

B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 22.

Figura 87

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 438.

186
Figura 88

ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C.; LUTJEN‑DRECOLL, E. Anatomia humana: atlas fotográfico de anatomia
sistêmica e regional. 7. ed. São Paulo: Manole, 2007. p. 125.

Figura 89

A) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 288.

Figura 89

B) SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 288.

Figura 90

TORTORA, G. J; GRABOWSKI, S. R. Princípios de anatomia e fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara


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Figura 91

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Figura 92

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.

Figura 93

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 319.

Figura 94

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 79.

Figura 95

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.

Figura 96

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.

187
Figura 97

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 193.

Figura 98

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 331.

Figura 99

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 311.

Figura 100

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 344.

Figura 101

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 336.

Figura 102

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.

Figura 103

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11.

Figura 104

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 78.

Figura 105

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 79.

Figura 106

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 71.

Figura 107

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 113.

188
Figura 108

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 141.

Figura 109

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 77.

Figura 110

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 75.

Figura 111

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 188.

Figura 112

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 189.

Figura 113

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 250.

Figura 114

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 263.

Figura 115

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 244.

Figura 116

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 244.

Figura 117

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 244.

Figura 118

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 431.

189
Figura 119

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 431.

Figura 120

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 432.

Figura 121

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 440.

Figura 122

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 442.

Figura 123

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 440.

Figura 124

A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 441.

Figura 124

B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 441.

Figura 125

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 460.

Figura 126

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 463.

Figura 127

A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 454.

Figura 127

B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 455.

190
Figura 128

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 495.

Figura 129

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 263.

Figura 130

A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 492.

Figura 130

B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 492.

Figura 131

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 493.

Figura 132

A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 519.

Figura 132

B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 521.

Figura 133

A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 516.

Figura 133

B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 517.

Figura 134

A) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 522.

Figura 134

B) NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 530.

191
Figura 135

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 530.

Figura 136

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 229.

Figura 137

NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 53.

Figura 138

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 386.

Figura 139

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 230.

Figura 140

LENT, R. Cem bilhões de neurônios? 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2010. p. 38.

Figura 141

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 388.

Figura 142

MACHADO, A. B. M. HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 126.

Figura 143

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 233.

Figura 144

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 231.

Figura 145

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 239.

192
Figura 146

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 238.

Figura 147

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 238.

Figura 148

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 238.

Figura 149

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 231.

Figura 150

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 481.

Figura 151

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 481.

Figura 152

MACHADO, A. B. M.; HARTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 33.

Figura 153

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 256.

Figura 154

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 257.

Figura 155

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 249.

Figura 156

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 249.

193
Figura 157

MACHADO, A. B. M.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 77.

Figura 158

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 256.

Figura 159

NETTER, F. H; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 156.

Figura 160

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 263.

Figura 161

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 250.

Figura 162

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 389.

Figura 163

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 247.

Figura 164

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 248.

Figura 165

MACHADO, A. B. M. HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 55.

Figura 166

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 248.

Figura 167

NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 105.

194
Figura 168

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 244.

Figura 169

MACHADO, A. B. M.; HARTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. p. 61.

Figura 170

NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 104.

Figura 171

NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 104.

Figura 172

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 452.

Figura 173

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. 22. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 453.

Figura 174

NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 114.

Figura 175

NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. p. 112.

Figura 176

NETTER, F. H.; COCHARD, L. R. Atlas de embriologia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. p. 112.

Figura 177

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 440.

Figura 178

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 263.

195
Figura 179

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 429.

Figura 180

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 262.

Figura 181

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 241.

Figura 182

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 484.

Figura 183

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 262.

Figura 184

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 517.

Figura 185

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 268.

Figura 186

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 520.

Figura 187

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 524.

Figura 188

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 257.

Figura 189

MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 258.

196
REFERÊNCIAS

Audiovisuais

DECISÕES extremas. Dir. Tom Vaughan. EUA: CBS Films, 2010. 105 minutos.

PARA sempre Alice. Dir. Richard Glatzer. EUA: Wash Westmoreland, 2015. 99 minutos.

Textuais

CARDOSO, A. S. et al. O processo de envelhecimento do sistema nervoso e possíveis influências da


atividade física. Publicatio UEPG: Ciências Biológicas e da Saúde, Ponta Grossa, v. 3/4, n. 13, p. 29‑44,
set./dez. 2007. <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/biologica/article/viewFile/457/458>.
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D’ÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.

GOSS, C. M. Gray: anatomia. 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

LENT, R. Cem bilhões de neurônios? 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2010.

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NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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OLIVEIRA, M. Contração muscular. [s.d.]. Disponível em: <www.infoescola.com/fisiologia/


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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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