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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO - CTC


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
ENS 7033 – OBRAS HIDRÁULICAS
PROFESSOR: DAVIDE FRANCO

PARTE: 1
REGIME DO RIO PARANAPANEMA

Ana Clara Inácio

Mariane Goedert Pauli

Florianópolis,

Março de 2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3

2 CARACTERIZAÇÃO DO REGIME DO RIO 3


2.1 VAZÃO DE REFERÊNCIA 3
2.2 VAZÃO MÉDIA DE LONGO TERMO 3
2.3 HISTOGRAMA E CURVA DE PERMANÊNCIA 4
2.3.1 Histograma 4
2.3.2 Curva de permanência 6
2.4 VALORES MENSAIS 8
2.5 VALORES MENSAIS CLIMATOLÓGICOS 9
2.6 VALORES ANUAIS 11
2.7 TABELAS FINAIS SÍNTESE 13
2.7.1 Vazões de tendência central 13
2.7.2 Vazões mínima 13

3 REFERÊNCIAS 14

ANEXO A - Ficha avaliativa do grupo 15


1 INTRODUÇÃO

Em um município no interior, pretende-se construir um barramento, garantindo usos


múltiplos da água para abastecimento urbano. Para este estudo foram utilizadas vazões
consolidadas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), monitoradas no reservatório
Rosana.
A primeira parte visa a caracterização do regime do rio e descrição do comportamento
das vazões mínimas, médias e máximas, utilizando uma série de dados de 30 anos, de 1984 a
2013.
Estes dados representam as vazões diárias medidas neste local e com estes valores será
possível determinar o histograma e a curva de permanência que caracterizam este corpo hídrico,
permitindo a identificação de importantes vazões de controle, como por exemplo, a Q50, Q90
e Q95.

2 CARACTERIZAÇÃO DO REGIME DO RIO

2.1 VAZÃO DE REFERÊNCIA

Cada estado brasileiro possui sua própria definição de vazão de referência, onde a partir
dela são definidos percentuais outorgáveis e a vazão ecológica. Buscou-se fazer um
levantamento de dados, a fim de encontrar os valores utilizados atualmente.

2.2 VAZÃO MÉDIA DE LONGO TERMO

A vazão média de longo termo (QMLT) permite estimar a disponibilidade hídrica em


uma região, e corresponde a uma média aritmética das vazões em um espaço de tempo de
interesse (RODRIGUES et al., 2015, p.67).
A partir da série de dados diários, estimou-se a QMLT , com a Equação 1, obtendo-se
QMLT= 30,0 m³/s.
1
𝑄 𝑀𝐿𝑇 = 𝑛𝑑 ∑𝑛𝑑
𝑑=1 𝑄𝑑 (1)

Onde: nd: número de dias; Qd: vazões diárias [m³/s]; d: dia.


2.3 HISTOGRAMA E CURVA DE PERMANÊNCIA

2.3.1 Histograma

Para analisar a frequência de ocorrência das vazões diárias do Rio Paranapanema foi
desenvolvido um histograma, sendo este uma representação gráfica para a distribuição do
conjunto de dados. Desta forma é possível organizar as vazões e identificar quais foram mais
frequentes no período em análise.
Inicialmente foram encontradas as vazões máxima e mínima nos dados de 1984 até
2013, sendo elas 312,4 m³/s e 6,2 m³/s respectivamente. Através desses dados, determinou-se
amplitude total (Equação 2) e, considerando 30 classes para o histograma, é possível determinar
a Amplitude de Classe (Equação 3). Sendo assim, obteve-se uma Amplitude total igual a 306,30
m³/s e uma Amplitude de Classe igual a 10,21 m³/s.

𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄𝑚á𝑥 − 𝑄𝑚𝑖𝑛 (2)


𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 = 𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 / 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 (3)

Na Tabela 1 podem ser observados os valores de vazão estabelecidos para cada classe
e sua respectiva frequência. A representação destes resultados está representada na Figura 1.
Tabela 1: Dados das classes do histograma de frequência.
Classe Limite inferior Limite superior Ocorrências Frequência relativa Frequência acumulada
1 6,15 16,36 2230 20% 20%
2 16,36 26,57 4117 38% 58%
3 26,57 36,78 2092 19% 77%
4 36,78 46,99 1022 9% 86%
5 46,99 57,20 601 5% 92%
6 57,20 67,41 369 3% 95%
7 67,41 77,62 199 2% 97%
8 77,62 87,83 111 1% 98%
9 87,83 98,04 61 1% 99%
10 98,04 108,25 43 0% 99%
11 108,25 118,46 20 0% 99%
12 118,46 128,67 21 0% 99%
13 128,67 138,88 12 0% 99%
14 138,88 149,09 16 0% 100%
15 149,09 159,30 6 0% 100%
16 159,30 169,51 5 0% 100%
17 169,51 179,72 4 0% 100%
18 179,72 189,93 7 0% 100%
19 189,93 200,14 5 0% 100%
20 200,14 210,35 2 0% 100%
21 210,35 220,56 3 0% 100%
22 220,56 230,77 1 0% 100%
23 230,77 240,98 3 0% 100%
24 240,98 251,19 3 0% 100%
25 251,19 261,40 2 0% 100%
26 261,40 271,61 0 0% 100%
27 271,61 281,82 0 0% 100%
28 281,82 292,03 1 0% 100%
29 292,03 302,24 1 0% 100%
30 302,24 312,45 1 0% 100%
Fonte: Os Autores, 2023.
Figura 1: Histograma dos valores diários para o período de 1984 a 2013.

Histograma - Rio Paranapanema


40%
QMODA = 11,26 m³/s
35%

30%
Frequência (%)

25% QMEDIANA = 23,87


m³/s
20%

15%
QMLT = 30 m³/s
10%

5%

0%
16,36

87,83
26,57
36,78
46,99
57,20
67,41
77,62

98,04
6,15

108,25
118,46
128,67
138,88
149,09
159,30
169,51
179,72
189,93
200,14
210,35
220,56
230,77
240,98
251,19
261,40
271,61
281,82
292,03
302,24
Vazão (m³/s)

Fonte: Os Autores, 2023

Através do histograma foram estabelecidos os valores de Qmoda e Qmediana, sendo


respectivamente 11,26 m³/s e 23,87 m³/s. Ainda percebe-se que as menores vazões são em
maioria e que nas três primeiras classes já se alcança 77% das ocorrências na série de dados
analisados.

2.3.2 Curva de permanência

A curva de permanência se refere à porcentagem do tempo em que o valor de vazão


indicado foi igualado ou superado. Ela é muito utilizada para análise do padrão de variação de
vazões (NAGHETTINI e PINTO, 2007).
A partir dos resultados obtidos na construção do histograma foi possível criar a curva
de permanência dos dados e, através dela, obter os valores da Q90, Q95 e Q98.
Para isso, as classes do histograma foram reorganizadas de forma decrescente conforme
Tabela 2 e plotadas juntamente com a coluna de “frequência acumulada” da Tabela 1. O
resultado da curva de permanência e das vazões identificadas pode ser observado na Figura 2.
Tabela 2: Dados das classes do histograma de frequência.
Classe Limite inferior Limite superior Ocorrências Frequência Frequência acumulada
30 302,24 312,45 1 0% 0%
29 292,03 302,24 1 0% 0%
28 281,82 292,03 1 0% 0%
27 271,61 281,82 0 0% 0%
26 261,40 271,61 0 0% 0%
25 251,19 261,40 2 0% 0%
24 240,98 251,19 3 0% 0%
23 230,77 240,98 3 0% 0%
22 220,56 230,77 1 0% 0%
21 210,35 220,56 3 0% 0%
20 200,14 210,35 2 0% 0%
19 189,93 200,14 5 0% 0%
18 179,72 189,93 7 0% 0%
17 169,51 179,72 4 0% 0%
16 159,30 169,51 5 0% 0%
15 149,09 159,30 6 0% 0%
14 138,88 149,09 16 0% 1%
13 128,67 138,88 12 0% 1%
12 118,46 128,67 21 0% 1%
11 108,25 118,46 20 0% 1%
10 98,04 108,25 43 0% 1%
9 87,83 98,04 61 1% 2%
8 77,62 87,83 111 1% 3%
7 67,41 77,62 199 2% 5%
6 57,20 67,41 369 3% 8%
5 46,99 57,20 601 5% 14%
4 36,78 46,99 1022 9% 23%
3 26,57 36,78 2092 19% 42%
2 16,36 26,57 4117 38% 80%
1 6,15 16,36 2230 20% 100%
Fonte: Os Autores, 2023.
Figura 2: Curva de permanência para o período de 1984 a 2013.

Fonte: Os Autores, 2023.

Para obtenção da Q50, Q90, Q95 e Q98, utilizou-se o método de interpolação considerando
os limites inferiores dos intervalos de vazões e a frequência acumulada. Desta forma as vazões
encontradas foram 23,87 m3/s, 13,34 m3/s, 11,73 m3/s e 10,1 m3/s, respectivamente. A partir
desses valores podemos observar que a vazão mínima encontrada no Rio Paranapanema em
98% do tempo, será de 8,3 m3/s e que a vazão Q50 se aproxima da Qmlt, ocorrendo em 50%
do tempo uma vazão maior ou igual a 23,9 m³/s.

2.4 VALORES MENSAIS

Os valores de vazões mensais média, máxima e mínima foram extraídos através das
vazões diárias utilizando o software Excel.
Para a construção do hidrograma dos valores mensais separou-se os valores de vazão
máxima observados em cada mês e realizou-se a média dos valores diários para cada mês
analisado. Já para obter os valores de vazão mínima foi realizada a média móvel de sete dias
consecutivos (Q7) a partir dos dados de vazões diárias.
A vazão Q7 foi obtida calculando o menor valor da média móvel de 7 dias em cada mês.
A média móvel de 7 dias foi calculada através do Excel, em períodos de 7 em 7 dias até
completar o período de 30 anos em análise.
De posse dos valores de vazão máxima, média e mínima, obteve-se o hidrograma dos
valores mensais, o qual pode ser observado na Figura 3.

Figura 3: Hidrograma dos valores mensais para o período de 1984 a 2013.

Fonte: Os Autores, 2023.

No hidrograma acima estão apresentados os dados de vazão média, vazão Q7 mínima


e as vazões máximas, sendo possível observar o comportamento da série histórica. Nota-se
uma tendência de maior variação para as máximas vazões em relação às mínimas ao longo
dos trinta anos monitorados.

2.5 VALORES MENSAIS CLIMATOLÓGICOS

Para obter os valores mensais climatológicos foi necessário agrupar os dados de acordo
com os meses do ano, ou seja, analisou-se cada um dos meses para todo o período estudado
(1984 a 2013). Desse modo, foi possível obter a Q7min , a Qmédia e a Qmáx que ocorreu em cada
um dos meses do ano, durante todo o período. Separou-se também os anos em que ocorreram
as máximas e mínimas dos respectivos meses.
Através desses dados é possível verificar se existe ou não uma sazonalidade nos dados.
Os resultados dessa análise mensal climatológica estão apresentados na Tabela 3 e na Figura 4
a seguir.

Tabela 3: Valores mensais climatológicos para o período de 1984 a 2013

Coeficiente
Q7 Ano da Ano da
Mês Qmédia Qmáx de
mínima Q7minima Qmax
Variação

Janeiro 8,90 1986 43,99 312,45 1997 0,86


Fevereiro 14,67 1985 45,06 247,69 2010 0,57
Março 15,16 1984 33,82 115,22 1998 0,45
Abril 11,50 2002 28,16 113,25 1998 0,53
Maio 11,30 2006 28,15 138,42 1987 0,64
Junho 9,67 2000 29,47 207,61 2012 0,76
Julho 10,73 1986 26,07 118,04 2013 0,60
Agosto 8,35 2006 21,90 94,41 2011 0,52
Setembro 9,17 1985 24,19 123,28 1998 0,67
Outubro 7,01 1985 28,99 164,29 2009 0,73
Novembro 6,95 1985 24,30 97,19 1997 0,52
Dezembro 6,88 1985 26,91 249,92 1989 0,59
No ano 6,88 Dezembro 30,08 312,40 Janeiro
Fonte: Os Autores, 2023.
Figura 4: Hidrograma mensal climatológico para o período de 1984 a 2013.

Fonte: Os Autores, 2023.

Através da observação dos dados nota-se que o mês com maior variação foi janeiro, de
acordo com o coeficiente de variação obtido, indicando também o mês com o maior valor de
vazão máxima de toda série histórica. Porém de acordo com o gráfico acima apresentado
observa-se pouca sazonalidade no período, visto a pequena variação nas médias e coeficientes
com valores altos indicando a faixa central mais larga.

2.6 VALORES ANUAIS

Através dos dados anuais foram obtidas as médias e máximas, e as vazões mínimas de
sete dias definindo o menor valor desta para cada ano. A tabela abaixo (Tabela 4) apresenta os
valores calculados, expondo a caracterização anual compreendida no período entre 1984 e
2013.
Tabela 4: Dados de vazões mínimas, máximas e médias anuais.
Q7 mínima Qmédia Qmax
Ano Mês da Q7 mínima Mês da Qmax
anual anual anual
1984 10,43 11 22,25 58,42 12
1985 6,88 12 17,99 84,89 5
1986 8,90 1 21,29 74,55 5
1987 14,23 5 33,05 156,40 6
1988 9,33 12 22,64 108,49 5
1989 14,58 7 34,40 249,92 12
1990 15,44 12 42,04 285,40 1
1991 11,39 9 27,00 92,63 2
1992 12,14 1 35,03 117,44 5
1993 15,57 11 35,74 139,87 2
1994 8,82 10 23,36 108,11 1
1995 10,44 9 34,42 190,95 1
1996 12,21 9 29,49 99,24 3
1997 15,03 9 44,16 312,45 1
1998 19,27 11 46,01 142,17 10
1999 8,59 12 28,48 93,32 1
2000 9,67 6 23,49 101,95 2
2001 15,17 11 28,62 81,54 2
2002 11,05 10 25,16 119,00 1
2003 9,34 10 25,14 137,34 1
2004 9,82 10 27,52 128,09 1
2005 12,89 5 28,37 143,06 1
2006 8,33 11 18,18 61,49 2
2007 9,71 10 25,77 102,19 1
2008 12,72 12 26,73 96,04 5
2009 13,59 4 41,13 164,29 10
2010 12,82 9 36,55 247,69 2
2011 14,50 6 30,84 125,54 10
2012 12,39 10 26,81 207,61 6
2013 14,62 12 38,41 196,91 6
No período 6,88 1985 30,00 312,45 1997
Fonte: Os Autores, 2023.

Analisando os dados entende-se que a maioria das vazões mínimas anuais foram
registradas no período que compreende os segundos semestres dos anos em estudo. Outubro e
dezembro empatados foram os meses com mais registros de mínimas, caracterizando um
período de mais secas. As maiores vazões ocorrem geralmente nos primeiros semestres anuais,
sendo janeiro e fevereiro empatado nos meses com mais registros de vazões máximas,
caracterizando um período com maiores volumes de chuva na região onde está inserido o rio
Paranapanema em estudo.
Com os valores obtidos, elaborou-se um gráfico (Figura 5) expondo todos os dados de
vazões máximas, mínimas e médias acima mostrados. Os valores de vazões máximas
demonstram uma maior oscilação durante os anos analisados. Já os valores de médias e
mínimas mostram uma maior estabilidade.

Figura 5: Representação das vazões mínimas, máximas e médias anuais.

Fonte: Os Autores, 2023.

2.7 TABELAS FINAIS SÍNTESE

2.7.1 Vazões de tendência central

Valores de tendência central Qmoda Qmediana QMLT

(m³/s) 11,26 23,87 30,00

2.7.2 Vazões mínima

Vazões Mínimas Q7, Média Q90 Q95 Q98

(m³/s) 12,00 13,34 11,73 10,10


3 REFERÊNCIAS

NAGHETTINI, Mauro; PINTO, Éber José De Andrade. Hidrologia Estatística. Belo


Horizonte: CPRM,2007. 552p.

Moodle. Notas de aula. Slides disponíveis no Moodle da Disciplina. Acesso em:


30/03/2023.
ANEXO A - Ficha avaliativa do grupo

Nome dos Etapa avaliada no Trabalho


Peso Nota T. Nota Final
Integrantes do grupo I II III IV
Ana Clara Inácio 50%
Mariane G Pauli 50%
SOMA TOTAL 100%

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