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Técnico em Contabilidade

Introdução
Tributação e declarações mensais obrigatórias: tipos e
aplicações do Simples Nacional e MEI, lucro real, lucro
presumido e lucro arbitrado

Escolher o regime de tributação ideal é essencial para a manutenção de qualquer CNPJ, já


que ele influencia diretamente nos valores dos impostos a pagar. Além de pesar no bolso, o
enquadramento inadequado pode provocar problemas fiscais com a Receita Federal, em que
autuações, multas e demais penalidades podem ser aplicadas. Para evitar que isso aconteça, é
necessário que você tenha os principais pontos sobre os regimes tributários bem esclarecidos,
como tipos de impostos pagos pela empresa, características de cada um dos regimes e outros
aspectos.
Nesse ponto, você deve entender as principais especificações de cada uma dessas formas
de cálculo, pois, trabalhando junto a um profissional da área habilitado, você poderá decidir pelo
melhor regime tributário para a empresa.
Lucro real
Um dos objetivos da contabilidade é apurar o lucro da entidade que desenvolve
atividades. Quando o contador efetua os fechamentos contábeis, ele certamente procurará
demonstrar o lucro efetivo obtido. Então, pode-se concluir que o contador sempre fará a apuração
de um lucro real, pois qual seria a lógica de se identificar um lucro irreal?

Ocorre que, para fins de determinação das bases de cálculo para apuração de alguns
tributos, a legislação tributária estabelece definições específicas para as formas de apurar essas
bases de cálculo.

Dessa forma, quando a legislação tributária define como lucro real a forma de apuração das
bases de cálculo dos tributos, ela nada mais está fazendo do que diferenciar as diversas formas
de apuração existentes.

A opção pela apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição


Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) com base no lucro real é opcional para qualquer contribuinte,
mas, em alguns casos, essa opção se torna obrigatória. A obrigatoriedade de escolha pela
apuração dos tributos com base no lucro real está condicionada principalmente ao valor de
faturamento da pessoa jurídica. Observe as condições que obrigam à opção pelo lucro real:
A empresa que inicia suas atividades deve ter como base para definição da forma de
apuração do lucro tributável, além da observação da atividade, uma projeção de receita para o
período.

Sabe-se que, dos valores obtidos como receita, nem todos permanecem na pessoa jurídica
que as obteve. Alguns valores precisam ser excluídos da receita por caracterizarem desfazimento
de vendas ou substituição da responsabilidade no recolhimento do tributo.
É considerado como receita da pessoa jurídica, por exemplo, o valor obtido:

Da venda de mercadorias e produtos

Da prestação de serviços

Da venda de imóveis

Do ganho obtido em operações financeiras

São exemplos de valores que podem ser excluídos da receita obtida pela pessoa jurídica:

As vendas canceladas

As vendas devolvidas

Os descontos incondicionais concedidos

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte


Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação no regime de Substituição
Tributária (ICMS-ST)
Descontos incondicionais são aqueles que não estão ligados a nenhuma exigência que
condicione o desconto. Normalmente são destacados na própria nota fiscal.

Para alcançar o objetivo imposto pela legislação tributária de determinar a base de cálculo
tributável, a pessoa jurídica deve partir da denominada contabilidade comercial e fazer os ajustes
necessários, determinados pelas normas tributárias, de modo a identificar um novo lucro, dessa
vez, para fins de tributação.

Os ajustes na escrituração contábil são necessários para eliminar possíveis divergências


entre as normas tributárias e contábeis. Para que seja possível fazer esses ajustes, o contador
deve consultar a legislação tributária.

Vale lembrar que os ajustes não são efetuados na escrituração contábil do contribuinte,
afinal, a escrituração contábil tem a finalidade de demonstrar a movimentação ocorrida na
entidade com base nas normas e nos preceitos contábeis. Os ajustes de inclusão e exclusão de
valores devem ser efetuados em livro fiscal específico, denominado de Lalur (livro eletrônico de
apuração do lucro real). Dessa forma, mantém-se a escrituração contábil intacta e ainda se
cumpre a obrigação tributária.

Sobre os tributos, primeiramente é preciso abordar aqueles que incidem sobre o lucro e são
afetados pela escolha do lucro real: o IRPJ e a CSLL, que são um imposto e uma contribuição
social e têm destinações diferenciadas. Esses dois tributos incidem sobre uma mesma base de
cálculo, que é o lucro ajustado. O lucro contábil registrado antes do cálculo dos tributos é
designado de lucro contábil antes do IRPJ e da CSLL. Após o cálculo e lançamento dos dois
tributos, obtém-se a conta o lucro líquido do exercício.

O IRPJ incide sobre o lucro tributável e, de acordo com o artigo 225 do Decreto n.º
9.580/2018 (decreto conhecido como Regulamento do Imposto de Renda), é calculado utilizando
a alíquota de 15%, incidindo ainda um adicional de 10% para os valores que ultrapassam R$ 20
mil no período de apuração.

O percentual aplicável à CSLL pode ser encontrado na Lei n.º 7.689/1988, que institui as
alíquotas, as quais podem ser de:
15% para pessoa jurídica de seguro privado, de capitalização, bancos, corretoras,
administradoras de cartões de crédito, entre outras

9% para as demais pessoas jurídicas

De acordo com a escolha do contribuinte, a forma de tributação do IRPJ e da CSLL pelo


lucro real pode se basear no lucro mensal ou trimestral da empresa. Confira-os a seguir:

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Lucro real trimestral

As empresas que se enquadrarem no lucro real trimestral devem proceder à apuração das
bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, considerando as operações realizadas nos seguintes
períodos:

• Primeiro trimestre: 1.º de janeiro a 31 de março

• Segundo trimestre: 1.º de abril a 30 de junho

• Terceiro trimestre: 1.º de julho a 30 de setembro

• Quarto trimestre: 1.º de outubro a 31 de dezembro

Lucro real anual

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real que não puderem ou não quiserem adotar a
apuração trimestral poderão optar pela apuração anual do lucro real, em 31 de dezembro do ano
calendário, sem prejuízo do recolhimento mensal do IRPJ e da CSLL com base em regime de
estimativa.

O IRPJ e a CSLL, pagos mensalmente, serão considerados como antecipações dos valores
apurados no balanço anual. O saldo, se houver, será pago ou compensado.

O lucro real anual poderá ser apurado por estimativa:


a. Pagar o IRPJ e CSLL, em cada mês, por meio de receita bruta e acréscimos.

b. Reduzir o pagamento mensal do imposto e da contribuição social com base em


balanço ou balancete intermediário, por ter apurado lucro real ou base de cálculo
positiva da CSLL menor do que a calculada com base na receita bruta e no
acréscimo.

c. Suspender o pagamento mensal do imposto e da contribuição social com base em


balanço ou balancete intermediário, por ter apurado prejuízo fiscal e/ou base de
cálculo negativa da CSLL.

Para definir a forma de pagamento do IRPJ e da CSLL da pessoa jurídica optante pelo lucro
real, deve-se primeiramente identificar qual é o tipo de apuração adotado.

Quando a opção for pelo lucro real mensal, então deverá ser efetuado um pagamento de
IRPJ e CSLL a cada mês. O vencimento da parcela deve ocorrer até o último dia útil do mês
seguinte ao da apuração.

Quando a opção for pelo lucro real trimestral, então deverá ser efetuado o pagamento do
IRPJ e da CSLL até o último dia útil do mês ou meses seguintes ao da apuração do trimestre. O
pagamento pode ser efetuado da seguinte forma:

Em parcela única

Em três parcelas consecutivas e de igual valor, sendo que nenhuma delas poderá
ser inferior a R$ 1.000,00

É importante salientar que o pagamento da primeira parcela no ano calendário definirá a


opção pela forma de pagamento feita pelo contribuinte e a forma adotada deve permanecer
inalterada durante todo o ano calendário.

Acima de tudo, é importante ressaltar que, nos casos em que uma empresa optante pelo
lucro real tem prejuízo em vez de lucro, não é necessário recolher IRPJ ou CSLL. O prejuízo do
período poderá ser compensado com os lucros apurados posteriormente pela empresa, porém
essa compensação está limitada a 30% do lucro real do período de compensação.
As pessoas jurídicas optantes pelo lucro real, além de determinarem o modo de recolher o
IRPJ e a CSLL, também passam a ter definida a forma de tributação de seu faturamento pelo PIS
(Programa de Integração Social) e pela Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social).

O lucro real determina a não cumulatividade para o PIS e a Cofins. Nessa sistemática, é
permitido o crédito fiscal dessas contribuições na aquisição de insumos e algumas mercadorias e
serviços aplicados na manutenção da produção, bem como o crédito fiscal da depreciação de
parte do ativo imobilizado.

As alíquotas aplicáveis são definidas em:

1,65% para o PIS sobre o faturamento mensal

7,6% para a Cofins sobre o faturamento mensal

Como pode ver, os principais tributos afetados pelo regime de apuração do lucro real são os
federais sobre o lucro ou a receita bruta. Quanto aos tributos estaduais e municipais que incidem
sobre a receita (ICMS e ISS), no lucro real e no lucro presumido assumem as regras de empresa
classificadas no regime “geral” de apuração desses tributos. Confira mais a respeito desse
assunto no material que trata dos tributos federais, estaduais e municipais.

Com a base teórica explicada, assista ao vídeo a seguir com um exemplo sobre o cálculo do
lucro real.
Lucro presumido
O lucro presumido é mais uma das maneiras de designar a forma de apurar o lucro para fins
de aplicação das normas tributárias para cálculo do IRPJ e da CSLL.

Para fins de cálculo desses tributos, a pessoa jurídica poderá, independentemente de sua
contabilidade comercial, presumir o lucro obtido no período, mediante a aplicação de um
percentual sobre o seu faturamento.

A opção de apurar o lucro pelo método de lucro presumido não é permitida para todas as
pessoas jurídicas. Algumas empresas, por força de lei, estão obrigadas a apurar seu lucro com
base no lucro real. Para todas as demais, o lucro presumido é opcional, desde que obedecida a
Lei n.º 9.718/1998, principalmente o seu artigo 13, que prevê:

Art. 13. A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual
ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis
milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-
calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação
com base no lucro presumido.
§ 1º A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o
ano-calendário.

A opção é concretizada mediante o pagamento da primeira parcela do IRPJ e da CSLL. O


código de recolhimento desses tributos define a opção do contribuinte.

A determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL para as empresas optantes pelo


lucro presumido ocorre diferenciadamente daquela adotada para o lucro real. Como o próprio
nome dessa forma de determinação do lucro sugere, o lucro definido para fins de tributação do
IRPJ e da CSLL da pessoa jurídica é presumido.

Conforme dispõe o artigo 588 do Regulamento do Imposto de Renda, o imposto com base
no lucro presumido será determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias
31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário.
O valor que compõe a base de cálculo trimestral para fins de aplicação do percentual de
presunção do lucro é composto assim:

Identificado o valor da receita tributável, deve-se determinar a base de cálculo para os


devidos tributos sobre o lucro. Nesse caso, deverão ser aplicados os seguintes percentuais, de
acordo com a particularidade da operação:

IRPJ CSLL

Receita
Atividade anual
% %
até R$
120.000,00

Revenda de combustíveis derivados de


petróleo e álcool, gás liquefeito de petróleo e 1,6 - 12
gás natural veicular

Venda de lubrificantes 8 - 12
Venda de mercadorias 8 - 12

Venda de produtos industrializados 8 - 12

Industrialização por encomenda 8 - 12

Atividade rural 8 - 12

Sobre a receita bruta dos serviços hospitalares


e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia
clínica, imagenologia, anatomia patológica e
citopatologia, medicina nuclear e análises e
patologias clínicas, desde que a prestadora 8 - 12
desses serviços seja organizada sob a forma
de sociedade empresária e atenda às normas
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
Anvisa (artigo 29 da Lei 11.727/2008)

Serviços de fisioterapia (artigo 29 Lei


8 - 12
11.727/2008)

Construção por administração ou por


empreitada unicamente de mão de obra ou 32 16 32
aplicação parcial de materiais

Construção civil, na modalidade total,


fornecendo ao empreiteiro todos os materiais
8 - 12
indispensáveis à sua execução (Solução de
Consulta n.º 54, de 11 de julho de 2011)

Loteamento de terrenos, incorporação


imobiliária e venda de imóveis construídos ou 8 - 12
adquiridos para revenda

Serviços de transporte de cargas 8 - 12

Serviços de transporte de passageiros 16 - 12

Prestadoras de serviços relativos ao exercício


de profissões legalmente regulamentadas, 32 - 32
inclusive escolas

Intermediação de negócios, inclusive


corretagem (seguros, imóveis, entre outros), e 32 16 32
de representação comercial

Compra e venda de veículos usados (muito


embora trate-se de uma comercialização, para
fins fiscais equipara-se à operação de 32 16 32
consignação, conforme o artigo 5.º da Lei n.º
9.716/1998)

Administração, locação ou cessão de bens


32 16 32
imóveis e móveis

Prestação de serviços de gráfica, com ou sem


fornecimento de material, em relação à receita
32 16 32
bruta que não decorra de atividade comercial
ou industrial

Prestação de serviços de suprimento de água


tratada e coleta de esgoto e exploração de
32 16 32
rodovia mediante cobrança de pedágio (AD
Cosit 16/2000)

* Verificar as condições para utilizar o percentual de redução de 16% para o IRPJ.


** Verificar industrialização por encomenda.

Tabela 1 – Percentuais de operações


Fonte: <https://www.econeteditora.com.br/boletim_imposto_renda/ir-11/boletim-
16/irpj_percentuais_presuncao_irpj_csll.php>. Acesso em: 15 dez. 2021.

Segundo o Boletim Imposto de Renda n.º 16, publicado pelo site Econet (2011), é
importante conhecer as condições para utilizar o percentual de redução de 16% para IRPJ.
São elas:

a) A empresa deve ser exclusivamente prestadora de serviços, com exceção dos serviços
hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões regulamentadas;
b) A receita bruta anual não poderá ultrapassar R$ 120.000,00;
c) A empresa prestadora de serviço que exercer juntamente a atividade de comércio, não poderá
utilizar o percentual de redução de 16%, visto que deixa de ser exclusivamente prestadora de
serviço;
d) A pessoa jurídica prestadora de serviço em geral (por ex.: serviços de digitação) e também ter
outra atividade de profissão regulamenta, não poderá utilizar o percentual de redução, uma vez
que não é exclusivamente prestadora de serviço em geral (SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 32 de
06 de Fevereiro de 2007).
Se a receita bruta, acumulada até determinado trimestre, ultrapassar R$ 120 mil, a pessoa
jurídica passará a utilizar o percentual de 32% e ficará sujeita ao pagamento da diferença do
imposto postergado, apurado em relação a cada trimestre transcorrido. Essas diferenças deverão
ser recolhidas até o último dia útil do mês subsequente ao trimestre em que ocorrer o excesso.
Paga dentro desse prazo, a diferença apurada será recolhida sem acréscimo; fora desse prazo
haverá incidência de multa e juros.

As alíquotas de IRPJ e CSLL são as mesmas aplicáveis para o lucro real. Dessa forma,
pode-se determinar as alíquotas aplicáveis de IRPJ:

15% de IRPJ

10% de adicional de IRPJ para os valores de base de cálculo que excedem R$


20.000,00

Já o percentual de alíquota da CSLL seria:

15% para pessoa jurídica de seguro privado, de capitalização, bancos, corretoras,


administradoras de cartões de crédito, entre outras

9% para as demais pessoas jurídicas


O pagamento do valor apurado ocorre ao final de cada trimestre e é recolhido em DARF
(documento de arrecadação de tributos federais), emitido por meio do programa Sicalc (Sistema
de Cálculo de Acréscimos Legais). O pagamento do DARF deve ser efetuado até o último dia útil
do mês subsequente ao trimestre apurado. O valor devido pode ser parcelado em até três vezes,
desde que nenhuma parcela resulte em valor inferior a R$ 1.000,00.

As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido, assim como no lucro real, além de
determinarem a forma de recolher o IRPJ e a CSLL, também passam a ter definida a forma de
tributação de seu faturamento pelo PIS e pela Cofins.

O lucro presumido determina a cumulatividade para o PIS e a Cofins e, nessa sistemática,


não é permitido o crédito fiscal de PIS e Cofins sob nenhuma hipótese, porém, as alíquotas
aplicáveis são definidas em:

0,65% para o PIS sobre o faturamento mensal

3% para a Cofins sobre o faturamento mensal

Umas das vantagens da opção pelo lucro presumido é a simplificação do processo de


identificação do lucro tributável. Mas essa simplificação não deve ser o único ponto de atenção. A
simplificação em identificar o lucro tributável não necessariamente é indicativo de economia
tributária. Para um planejamento eficiente, é aconselhável que seja feito um comparativo entre
todos os tipos de tributação do lucro disponíveis.

Agora que você leu a parte teórica do lucro presumido, assista ao vídeo com um exemplo
prático desse tipo de tributação.
Lucro arbitrado
As pessoas jurídicas podem ser obrigadas ao arbitramento de seu lucro, bem como podem
fazer essa opção quando seus atos e fatos contábeis constituírem base legal para que isso
ocorra. É muito comum se observar o arbitramento do lucro da pessoa jurídica por obrigação
instituída pela Receita Federal do Brasil (RFB), visto que essa é uma prerrogativa utilizável pela
RFB para fins de determinação da base de cálculo de tributação do imposto de renda e da
contribuição social da pessoa jurídica.

O artigo 603 do Regulamento do Imposto de Renda apresenta os seguintes fatores que


levam ao lucro arbitrado:

I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na
forma das leis comerciais e fiscais ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas
pela legislação fiscal;
II - o contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária os livros ou os
registros auxiliares de que trata o § 2º do art. 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977;
III - a escrituração a que o contribuinte estiver obrigado revelar evidentes indícios de fraudes ou
contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para:
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
b) determinar o lucro real;
IV - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e os documentos da
escrituração comercial e fiscal, ou o livro-caixa, na hipótese prevista no parágrafo único do art.
600;
V - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;
VI - o comissário ou o representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o
lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior,
observado o disposto no art. 468; e
VII - o contribuinte não mantiver, em boa ordem e de acordo com as normas contábeis
recomendadas, livro-razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os
lançamentos efetuados no livro diário.
Observando a relação de hipóteses de arbitramento do lucro estabelecidas anteriormente,
pode-se concluir que a possibilidade de arbitramento está presente em muitas organizações, pois
o menor descuido na preparação e apresentação dos livros contábeis pode desencadear o
arbitramento.

É preciso atenção à elaboração das declarações contábeis pois, na atualidade, esses livros
são transmitidos eletronicamente para a Receita Federal, por meio do programa SPED (Sistema
Público de Escrituração Digital), possibilitando a fiscalização também por meios eletrônicos das
informações encaminhadas.

Conhecida a receita bruta, o contribuinte pode adotar o lucro presumido por opção. Quando
a pessoa jurídica tiver condições de apurar a receita bruta, serão utilizados os mesmos
percentuais aplicáveis ao lucro presumido para determinação da base de cálculo do IRPJ e da
CSLL, acrescendo 20% ao valor identificado.

Não sendo conhecida a receita bruta, a pessoa jurídica não poderá adotar o lucro presumido
opcionalmente. Nesse caso, somente a autoridade fiscal pode determinar sua utilização.

As alíquotas de IRPJ e CSLL são as mesmas aplicáveis ao lucro real, já o prazo de


recolhimento do IRPJ e da CSLL é o mesmo aplicado para o lucro presumido.

A pessoa jurídica que tiver seu lucro arbitrado, ou fizer a opção pelo arbitramento em
determinado período, deve atentar para a aplicação do PIS e da Cofins cumulativos nesse mesmo
período. Assim que for extinta a situação que levou ao arbitramento do lucro e a forma de
apuração retornar à sistemática anterior, o mesmo acontecerá para o PIS e a Cofins.
Simples Nacional
O Simples Nacional é um meio simplificado de cobrança dos tributos e das declarações de
obrigação das pessoas jurídicas que se enquadram nessa modalidade de tributação do lucro
fiscal.

Antes da edição da Lei Complementar Federal n.º 123/2006, que instituiu o Simples
Nacional, não existia uma regulamentação em nível federal para essa modalidade de tributação
do lucro. Até então, existiam legislações separadas para aplicar em nível federal e em nível
estadual, podendo, inclusive, cada estado aplicar normas diferenciadas para seus contribuintes
optantes pelo Simples Nacional. Também não existia uma regulamentação atribuída aos
municípios, ficando a critério destes aderir ou não ao programa.

A partir da edição da Lei Complementar n.º 123/2006, o Simples Nacional passou a ser
regido por uma só lei, aplicável à União, aos Estados e aos Municípios. Isso simplificou, de certa
forma, a aplicação da lei, visto que ocorreu uma uniformização dela.

Para fins de aplicação das normas estabelecidas pela Lei Complementar n.º 123/2006, as
empresas são divididas nas categorias de microempresa (ME) e empresa de pequeno porte
(EPP). A aplicação de ME e EPP será de acordo com o faturamento auferido no ano calendário
imediatamente anterior. Portanto, será considerada:
Quando a empresa solicitar a inscrição no Simples Nacional no mesmo ano em que iniciar
suas atividades, deverá considerar o faturamento bruto proporcional à quantidade de meses
restantes naquele ano. Dessa forma, serão consideradas as seguintes proporções mensais para
a definição de ME e EPP:

ME: R$ 30 mil (mensais)

EPP: R$ 400 mil (mensais)

Portanto, as empresas que obtiverem durante o ano calendário receita bruta entre 0 (zero) e
R$ 4,8 milhão estão aptas ao enquadramento como empresa do Simples Nacional.

É considerada receita bruta, para fins de determinação do enquadramento no Simples


Nacional:

No momento em que a pessoa jurídica solicita a inscrição como optante do Simples


Nacional, deve estar ciente de sua projeção de receita para o período. Mas nem sempre isso é
possível. Quando ocorrer o excesso de receita no ano calendário em que foi feita a opção pelo
Simples Nacional, a empresa deverá atentar aos seguintes fatores:
A ME que exceder a receita bruta no ano em exercício será enquadrada como EPP
no ano seguinte.

A EPP que exceder a receita bruta em 20% no ano em exercício será


desenquadrada no mês seguinte.

A EPP que exceder a receita bruta em menos de 20% no ano em exercício será
desenquadrada a partir do ano seguinte.

A EPP que exceder a receita bruta em 20% no ano de início das atividades (como
no caso de abertura de empresa) será desenquadrada retroativamente ao início das
atividades.

Observe outras definições relativas à opção pelo Simples Nacional.

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Situações de proibição

Algumas atividades e condições da pessoa jurídica ou de seus sócios proíbem a opção pelo
Simples Nacional. Essas situações estão listadas no parágrafo 4.º do artigo 3.º da LC 123/2006,
como, por exemplo:

• Pessoas jurídicas constituídas como cooperativas (exceto as de consumo)

• Empresas de cujo capital participe outra pessoa jurídica

• Pessoas jurídicas cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado à outra


pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o
limite de receita.

Vedações de atividade

A opção pelo Simples Nacional tem vedações definidas ainda no artigo 17 da Lei
Complementar n.º 123/2006, para a microempresa ou a empresa de pequeno porte que:
• Exerça atividade de produção ou venda no atacado de: cigarros, cigarrilhas,
charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e
detonantes, bebidas alcoólicas e cervejas sem álcool

• Realize cessão ou locação de mão de obra

• Dedique-se ao loteamento e à incorporação de imóveis

• Realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir à


prestação de serviços tributados pelo ISS

Motivos para exclusão

Além disso, de acordo com o artigo 29 da Lei Complementar n.º 123/2006, existem alguns
motivos para a exclusão das empresas do Simples Nacional, por exemplo:

• Quando a empresa tiver seu CNPJ declarado como inapto

• Quando a empresa comercializar mercadorias que tiveram origem de contrabando


e descaminho

• Quando houver falta de escrituração do livro caixa ou livro diário.

Tributos

A lista dos tributos abrangidos pelo Simples Nacional está no artigo 13 da Lei Complementar
n.º 123/2006:

I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; II - Imposto sobre Produtos


Industrializados – IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; III - Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social - COFINS, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; V - Contribuição para o
PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; VI - Contribuição Patronal
Previdenciária – CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22
da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de
pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5º-C do art.
18 desta Lei Complementar; VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação – ICMS; VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS.

Anexo 1 – Comércio em geral

Tabela 1 do Simples Nacional: Anexo 1 – Comércio em geral

Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses


Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
4,00% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
7,30% 5.940,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
9,50% 13.860,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª
10,70% 22.500,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00
faixa

5.ª De 1.800.000,01 a
14,30% 87.300,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
19,00% 378.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>. Acesso em:


15 dez. 2021.

Anexo 2 – Indústria em geral


Tabela 2 do Simples Nacional: Anexo 2 – Indústria em geral

Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses


Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
4,50% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
7,80% 5.940,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
10,00% 13.860,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª
11,20% 22.500,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00
faixa

5.ª De 1.800.000,01 a
14,70% 85.500,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
30,00% 720.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>. Acesso em:


15 dez. 2021.

Anexo 3 – Prestadores de serviços em geral

Tabela 3 do Simples Nacional: Anexo 3 – Prestadores de serviço geral


Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses
Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
6,00% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
11,20% 9.360,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
13,50% 17.640,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª
16,00% 35.640,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00
faixa

5.ª De 1.800.000,01 a
21,00% 125.640,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
33,00% 648.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>. Acesso em:


15 dez. 2021.

Anexo 4 – Prestadores de serviço de limpeza, vigilância, obras,


construção de imóveis, serviços advocatícios

Tabela 4 do Simples Nacional: Anexo 4 – Prestadores de serviço de limpeza, vigilância,


obras, construção de imóveis, serviços advocatícios
Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses
Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
4,50% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
9,00% 8.100,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
10,20% 12.420,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª
14,00% 39.780,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00
faixa

5.ª De 1.800.000,01 a
22,00% 183.780,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
33,00% 828.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>. Acesso em:


15 dez. 2021.

Anexo 5 – Prestadores de serviços especializados

Tabela 5 do Simples Nacional: Anexo 5 – Prestadores de serviços especializados


Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses
Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
15,50% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
18,00% 4.500,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
19,50% 9.900,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª
20,50% 17.100,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00
faixa

5.ª De 1.800.000,01 a
23,00% 62.100,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
30,50% 540.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>. Acesso em:


15 dez. 2021.

Anexo 1 – Comércio em geral

Tabela 1 do Simples Nacional: Anexo 1 – Comércio em geral


Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses
Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
4,00% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
7,30% 5.940,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
9,50% 13.860,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª De 720.000,01 a
10,70% 22.500,00
faixa 1.800.000,00

5.ª De 1.800.000,01 a
14,30% 87.300,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
19,00% 378.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>.
Acesso em: 15 dez. 2021.
Anexo 2 – Indústria em geral

Tabela 2 do Simples Nacional: Anexo 2 – Indústria em geral

Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses


Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
4,50% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
7,80% 5.940,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
10,00% 13.860,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª De 720.000,01 a
11,20% 22.500,00
faixa 1.800.000,00

5.ª De 1.800.000,01 a
14,70% 85.500,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
30,00% 720.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>.
Acesso em: 15 dez. 2021.
Anexo 3 – Prestadores de serviços em geral

Tabela 3 do Simples Nacional: Anexo 3 – Prestadores de serviço geral

Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses


Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
6,00% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
11,20% 9.360,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
13,50% 17.640,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª De 720.000,01 a
16,00% 35.640,00
faixa 1.800.000,00

5.ª De 1.800.000,01 a
21,00% 125.640,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
33,00% 648.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>.
Acesso em: 15 dez. 2021.
Anexo 4 – Prestadores de serviço de limpeza, vigilância,
obras, construção de imóveis, serviços advocatícios

Tabela 4 do Simples Nacional: Anexo 4 – Prestadores de serviço de limpeza, vigilância,


obras, construção de imóveis, serviços advocatícios

Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses


Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
4,50% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
9,00% 8.100,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
10,20% 12.420,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª De 720.000,01 a
14,00% 39.780,00
faixa 1.800.000,00

5.ª De 1.800.000,01 a
22,00% 183.780,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
33,00% 828.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>.
Acesso em: 15 dez. 2021.
Anexo 5 – Prestadores de serviços especializados

Tabela 5 do Simples Nacional: Anexo 5 – Prestadores de serviços especializados

Valor a deduzir Receita bruta em 12 meses


Faixa Alíquota
(em R$) (em R$)

1.ª
15,50% - Até 180.000,00
faixa

2.ª
18,00% 4.500,00 De 180.000,01 a 360.000,00
faixa

3.ª
19,50% 9.900,00 De 360.000,01 a 720.000,00
faixa

4.ª De 720.000,01 a
20,50% 17.100,00
faixa 1.800.000,00

5.ª De 1.800.000,01 a
23,00% 62.100,00
faixa 3.600.000,00

6.ª De 3.600.000,01 a
30,50% 540.000,00
faixa 4.800.000,00

Fonte: <https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/tabela-simples-nacional-completa/>.
Acesso em: 15 dez. 2021.

Para fazer o cálculo do Simples Nacional, você deve seguir quatro passos:
O pagamento do tributo devido a título de Simples Nacional será recolhido em guia única até
o dia 20 do mês seguinte ao de aferição da receita bruta. O pagamento é postergado até o
primeiro dia útil seguinte quando o dia 20 coincidir com data em que não houver expediente
bancário.

O Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) é a guia destinada ao


recolhimento do Simples Nacional. O DAS que resultar em valor inferior a R$ 10,00 não deverá
ser emitido. Nesse caso, o valor deve ser postergado para o período subsequente, até atingir o
valor mínimo para emissão.
O recolhimento do DAS será centralizado no estabelecimento matriz, nas hipóteses em que
existirem filiais. Todos os demais tributos não abrangidos pelo Simples Nacional devem ser
apurados e recolhidos normalmente pelo contribuinte.

Como obrigação acessória, as empresas optantes pelo Simples Nacional devem emitir notas
fiscais de venda de mercadorias e prestação de serviços, inclusive em formato eletrônico, bem
como manter em boa ordem os documentos que comprovem as movimentações efetuadas.

Nas notas fiscais emitidas devem constar as seguintes expressões, de acordo com o tipo de
operação:

a) "DOCUMENTO EMITIDO POR ME OU EPP OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL"; e


b) "NÃO GERA DIREITO A CRÉDITO FISCAL DE IPI".

Nos casos em que o estado de localização da pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional
determinar sublimites para definição da receita bruta, quando esses limites forem superados,
deverão constar as seguintes mensagens na nota fiscal:

a) "ESTABELECIMENTO IMPEDIDO DE RECOLHER O ICMS/ISS PELO SIMPLES


NACIONAL, NOS TERMOS DO § 1º DO ART. 20 DA LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 2006";
b) "NÃO GERA DIREITO A CRÉDITO FISCAL DE IPI".

Deve ser encaminhada anualmente a declaração do Simples Nacional informando os valores


de receita bruta e da tributação ocorrida no ano calendário imediatamente anterior.

Por fim, observe um exemplo prático de aplicação do Simples Nacional com o vídeo a
seguir:
MEI
Em 2008, foi introduzida na Lei Complementar Federal n.º 128/2008, que regulamenta as
empresas do Simples Nacional, a figura do microempreendedor individual, inserindo-a assim no
cenário tributário nacional.

Antes de 1.º de janeiro de 2009, uma grande parcela de pequenos empreendedores


mantinha-se na ilegalidade devido à complexidade existente para constituição e manutenção da
pessoa jurídica, assim como pelo alto custo dos tributos incidentes sobre as operações
desenvolvidas.

A criação do MEI permite a saída da ilegalidade dos pequenos empreendedores, mediante


implantação de uma forma simplificada de manutenção da pessoa jurídica e do baixo custo dos
tributos incidentes nas operações.

Poderá optar pelo MEI o empresário que esteja apto ao enquadramento no Simples
Nacional. Portanto, o empresário deverá observar as atividades que obrigam a tributação do lucro
por outros métodos, bem como observar o valor do faturamento permitido.
Além disso, somente algumas atividades estão aptas a se enquadrar no MEI, como, por
exemplo: açougueiro, barbeiro, cabeleireiro, diarista, eletricista de automóveis, fotógrafo, guia de
turismo, jardineiro, marceneiro, ourives, padeiro, quitandeiro, sapateiro, taxista etc. Para ter
acesso à lista completa das atividades, procure na Internet o Portal do Empreendedor.

Observe agora mais definições sobre o MEI:

Clique ou toque para visualizar o conteúdo.

Solicitação de enquadramento

A solicitação de enquadramento é feita no dia 1.º de janeiro de cada ano ou no início das
atividades. Efetuado o enquadramento na modalidade de microempreendedor individual, ele
deverá ser mantido durante todo o ano calendário, com exceção para os casos de
desenquadramento por homologação ou encerramento da atividade.

O limite anual da receita bruta auferida permitida é de R$ 81 mil. Quando o início das
atividades ocorrer durante a vigência do ano calendário, então deve ser considerado o valor de
R$ 6.750,00 por mês.

Desenquadramento

O desenquadramento por homologação ocorre no momento em que o MEI ultrapassar o


limite anual de receita de R$ 81 mil. Reconhecido o desenquadramento do MEI, este ocorre de
dois modos:

1. Quando a receita auferida compreender excesso de até 20% do limite permitido, o


desenquadramento ocorre no ano imediatamente seguinte.

2. Quando a receita auferida compreender excesso superior a 20% do limite


permitido, o desenquadramento ocorre no mesmo ano.
Caso o MEI identifique o desenquadramento decorrente de excesso de receita superior a
20% do limite permitido, ele deverá:

Enquadrar-se em uma nova modalidade de aferição do lucro

Reconhecer a nova modalidade desde o dia 1.º de janeiro

Recalcular e recolher os tributos devidos na nova modalidade, corrigidos com juros


e multas

Tributos

O MEI não precisa apurar a base de cálculo para fins de recolhimento dos tributos. Os
valores a serem recolhidos são fixos, de acordo com o que estabelece o artigo 18-A da Lei
Complementar Federal n.º 123/2006, que estipula o valor da seguinte forma:

5% do salário mínimo federal a título de contribuição previdenciária, mais

R$ 1,00, a título de ICMS, quando comercializar mercadorias, e/ou

R$ 5,00, a título de ISS, quando prestar serviços.

Ainda segundo o artigo 18-A da Lei Complementar Federal n.º 123/2006, o valor
correspondente à contribuição previdenciária terá reajuste anual, juntamente com o reajuste do
salário mínimo.

O recolhimento é feito mensalmente em guia única, com vencimento no dia 20 do mês


seguinte, e não há necessidade de apresentação de declaração mensal que comprove a receita
auferida. Anualmente, o MEI deve enviar declaração de sua receita anual. Essa declaração pode
ser preenchida diretamente no Portal do Empreendedor.

É permitido ao MEI ter um empregado, cuja remuneração corresponda a um salário mínimo


ou ao piso salarial da categoria. Nesse caso, o empresário deverá:
Recolher a contribuição previdenciária patronal de 3%

Fazer a retenção e o repasse da contribuição do empregado ao INSS

Prestar informações referentes ao empregado para o Comitê Gestor do Simples


Nacional (CGSN)
Declarações mensais
As pessoas jurídicas e suas equiparadas devem entregar mensalmente aos órgãos públicos
algumas declarações fiscais mensais. No entanto, para saber quais declarações fiscais devem ser
encaminhadas, é preciso conhecer as seguintes informações da entidade:

1. O tipo de tributação da empresa

2. A atividade que a empresa exerce

A seguir, confira algumas declarações mensais comuns que a maioria das empresas devem
entregar e às quais o futuro técnico em contabilidade deverá estar atento:

Clique ou toque para visualizar o conteúdo.

Declaração Eletrônica de Serviços

Quando exigida pelo município, essa declaração servirá para a escrituração mensal de todos
os documentos fiscais emitidos e recebidos referentes aos serviços prestados e tomados de
terceiros ou intermediados por estes. A declaração substitui o livro de registro dos serviços
prestados e o livro de registro de serviços tomados, e será apresentada ao município pelo
prestador, pelo tomador, ou por ambos, observadas as condições previstas na legislação de sua
circunscrição fiscal. O empreendedor individual (com faturamento anual de até R$ 36 mil) é
dispensado da Declaração Eletrônica de Serviços municipal.

Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA)

É uma declaração de competência estadual relativa às operações que se enquadram no


regime de substituição tributária do ICMS.

Escrituração Contábil Digital (EFD ICMS IPI)


Trata-se de uma obrigação acessória estadual que compõe o Sistema Público de
Escrituração Digital (SPED) e substitui a escrituração dos seguintes livros em papel: registro de
entradas, registro de saídas, registro de inventário, registro de apuração do IPI, registro de
apuração do ICMS, controle de crédito de ICMS do ativo permanente (CIAP) e o de controle de
produção e estoque (este a partir de janeiro/2017, conforme Ajuste Sinief n.º 13/2015). O envio
dessa declaração dispensa o contribuinte da entrega dos arquivos do Sistema Integrado de
Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços (Sintegra), exceto em
casos de regime especial (verifique e confirme as condições no seu estado). Esse envio é
obrigatório a todas as empresas que devem recolher o ICMS e/ou IPI, exceto as optantes pelo
Simples Nacional e o MEI. O prazo para a transmissão do arquivo digital relativo à EFD ICMS IPI
é até o dia 25 do mês subsequente ao período de apuração. A falta de entrega ou o atraso dessa
declaração acarretará o seguinte:

a. Multa equivalente a 0,5% do valor da receita bruta da pessoa jurídica no período a


que se refere a escrituração, aos que não atenderem aos requisitos para a
apresentação dos registros e respectivos arquivos

b. Multa equivalente a 5% sobre o valor da operação correspondente, limitada a 1%


do valor da receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a
escrituração, aos que omitirem ou prestarem incorretamente as informações
referentes aos registros e respectivos arquivos

c. Multa equivalente a 0,02% por dia de atraso, calculada sobre a receita bruta da
pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração, limitada a 1%, aos que
não cumprirem o prazo estabelecido para apresentação dos registros e respectivos
arquivos

Declaração de Débitos Tributários Federais (DCTF)

Declaração de competência da União, que contém informações relacionadas aos impostos


federais, tais como IRPJ, IRRF, IPI, CSLL e outros. Ele é dispensado para os MEIs e as empresas
optantes pelo Simples Nacional, exceto nos meses em que houver informações relativas à
Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). As empresas devem apresentar a
DCTF até o 15.º dia útil do 2.º mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores. A
multa mínima a ser aplicada pela falta de entrega ou entrega em atraso será de R$ 200,00,
tratando-se de pessoa jurídica inativa, e R$ 500,00, tratando-se de pessoa jurídica ativa.

EFD-Contribuições

Obrigação federal que compõe o SPED e que deve ser enviada pelas empresas na
escrituração da contribuição para o PIS e da Cofins, nos regimes de apuração não cumulativo
e/ou cumulativo, bem como para a escrituração digital da CPRB, incidente nos setores de
comércio, serviços e indústrias, no auferimento de receitas referentes à CNAE (Classificação
Nacional de Atividades Econômicas), atividades, serviços e produtos (Nomenclatura Comum do
Mercosul – NCM) nela relacionados. Com exceção das empresas optantes pelo Simples Nacional
e os MEIs, as demais empresas estão sujeitas à entrega dessa declaração. O prazo para o envio
da EFD-Contribuições é até o 10.º dia útil do segundo mês subsequente ao de referência da
escrituração. A multa pela entrega em atraso ou a falta de entrega é a mesma referente à EFD
ICMS IPI.

Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples


Nacional – Declaratório (PGDAS-D)

Os créditos tributários abrangidos pelo Simples Nacional, desde o ano calendário de 2012,
passam a ser declarados mensalmente por meio do PGDAS-D. A apuração no PGDAS-D deverá
ser realizada e transmitida mensalmente, ainda que o ME ou a EPP não tenham auferido receita
em determinado mês, hipótese em que o campo de receita bruta deverá ser preenchido com valor
igual a zero. Caso o ME ou a EPP permaneçam inativos durante todo o ano calendário,
informarão essa condição na declaração anual chamada Defis (Declaração de Informações
Socioeconômicas e Fiscais). Após a realização da PGDAS-D, o programa gerará a DAS a ser
paga pelo contribuinte, caso este tenha receita bruta no período apurado. O prazo para a
transmissão do PGDAS-D é até o dia 20 do mês subsequente ao período de apuração. A multa
mínima para ausência de entrega da declaração ou envio após o prazo é de R$ 50,00. Após o
vencimento haverá incidência de multas e juros.
Encerramento
Você chegou ao final do conhecimento sobre os regimes de tributação e as declarações
mensais obrigatórias para as empresas. Inicialmente, você pôde conhecer um pouco mais sobre
os regimes de tributação real, presumido, arbitrado, simples e MEI, bem como a forma de
realização dos seus cálculos.

Para finalizar, você teve a oportunidade de estudar sobre as declarações mensais


obrigatórias para as empresas. Enfim, você deve ter percebido que esse conteúdo é complexo,
por isso, continue exercitando e aprofundando seus conhecimentos. Continue em frente!

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