Lucro Real

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Lucro real: como funciona esse regime de tributação?

Se você tem uma empresa ou está pensando em empreender, é importante se


informar qual o regime de tributação é mais indicado ou apresenta mais
vantagens para o seu tipo de negócio.

No Brasil, existem três tipos de regime de tributação: o Lucro Real, o Lucro


Presumido e o Simples Nacional. O Lucro Real é o modelo mais complexo e
envolve diversos cálculos que consideram separadamente a alíquota de cada
imposto.

O que é lucro real?


Lucro real é um dos regimes de tributação mais utilizados pelas empresas no
Brasil. O modelo permite que um negócio recolha os impostos conforme a
variação da sua lucratividade.

Diferente do Simples Nacional, em que é gerado uma única guia para o


pagamento das obrigações à Receita Federal, no Lucro Real os tributos são
faturados separadamente. Os principais são:

 Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);


 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Outra característica marcante deste tipo de tributação é que existe a


obrigatoriedade das empresas apresentarem à Secretaria da Receita Federal os
registros financeiros e contábil para controle.

Quais empresas podem ser Lucro Real?


O lucro real pode ser adotado por empresas de qualquer porte. Mas ficou mais
conhecida como uma opção para grandes empresas, isso porque todas que
faturam acima de R$ 78 milhões por ano são obrigadas a adotá-la.

Além de empresas com alta lucratividade, existem outros perfis em que o


lucro real também deve ser seguido, segundo a Lei nº 9.718 as pessoas jurídicas:

II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,


bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e
valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de
crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de
previdência privada aberta;

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;


IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais
relativos à isenção ou redução do imposto;

V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal


pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996;

VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços


de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos,
administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

VII - que explorem as atividades de securitização de crédito.

As empresas que se encaixam nessas especificações ou quiserem aderir ao lucro


real devem fazer a opção no início de cada ano fiscal, que ocorre em janeiro.

Como é feito o cálculo de lucro real?


Para calcular o Lucro Real, utiliza-se a seguinte fórmula:

Receita - Despesas = Lucro real

Como já citamos, no lucro real os impostos são faturados separadamente.


Assim, os cálculos dos tributos para cada um são individualizados e dependem
de cada alíquota, ou seja, da porcentagem de cada imposto. Confira:

 Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ): a alíquota sobre o lucro real é


de 15% para as empresas que faturam até R$ 20 mil por mês e de 25% quando
o lucro for superior a esse valor considerando o mesmo período;
 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL): a alíquota varia de 9% a
12%.

O IRPJ e CSLL é recolhido uma vez por ano ou a cada três meses, dependendo
da opção da empresa.

Já o recolhimento do PIS e COFINS ocorre uma vez por mês, sendo calculado
sobre a receita bruta da empresa. A alíquota é fixa nos seguintes valores:

 PIS: 1,65%
 COFINS: 7,60%

Exemplo prático de aplicação


Para entendermos melhor como as alíquotas são aplicadas vamos a um
exemplo prático: uma loja de roupas teve um faturamento trimestral de R$
200.000,00 (100%) com um lucro real apurado de R$ 40.000,00 (20%). Assim os
valores considerando as alíquotas de cada imposto será de:
Alíquota sobre o lucro

Imposto líquido Valor a pagar

IRPJ 25% x R$ 40.000,00 R$ 10.000,00

CSLL 9% x R$ 40.000,00 R$ 3.600,00

PIS 1,65% x R$ 40.000,00 R$ 660,00

COFINS 7,6% x R$ 40.000,00 R$ 3.040,00

Total de imposto a pagar R$ 17.300

Devemos lembrar que este exemplo considera um cálculo simplificado e não


considera ajustes fiscais e outras particularidades de cada empresa e de cada
cenário financeiro.

Qual a diferença entre o lucro real e presumido?


É muito comum os termos lucro real e lucro presumido serem confundidos, mas
eles se referem a diferentes formas tributárias.

O lucro presumido é uma tributação menos complexa que o lucro real. Ele
considera informações menos detalhadas, por isso, o seu cálculo é mais fácil.
Aqui a tributação é realizada em cima do valor das vendas realizadas,
independente do valor do lucro.

Outra diferença relevante entre esses dois modelos é o limite de faturamento


anual permitido para que uma empresa se enquadre no modelo. No lucro real
esse limite não existe, já no lucro presumido o valor máximo é de R$ 78
milhões.

Vantagens do lucro real


Como vimos, existem situações em que a escolha do lucro real como regime
tributário é obrigatória. Nos casos em que é uma opção, podemos listar
algumas vantagens para realizar a sua escolha, confira:

Abertura para planejamento tributário


As empresas que optam pelo lucro real podem escolher apurar os valores
tributários de forma mensal, trimestral ou anual. Com essas opções, cada
organização tem maior liberdade para organizar seu planejamento tributário
conforme as necessidades analisadas.

Confira: Análise de dados: o que é, tipos e como implantar.


Tributação justa
Podemos listar essa como o maior benefício do lucro real. Os impostos são
realizados sobre os valores reais de um negócio, que dependem do período de
apuração.

Assim, mesmo que o cenário econômico afete o financeiro do seu negócio, a


tributação será correspondente com o seu lucro naquele intervalo de tempo.

Abertura para créditos de PIS e COFINS


Em situações em que forem constatados prejuízos fiscais há a possibilidade de
compensar os tributos e aproveitar os créditos do PIS e COFINS.

O empreendedor que deseja atuar de forma legal no Brasil deve ficar por dentro
dos seus deveres fiscais. Hoje vimos um pouco como funciona o Lucro Real.

serasaexperian.com.br

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