IRPJ
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TRIBUTÁRIA
Introdução
Frente ao sistema complexo tributário as empresas precisam se adequar
às novas legislações para poder atuar e gerir seus tributos. As leis tribu-
tárias e contábeis estão em constante alterações a fim de se adequarem
cada vez mais à realidade das organizações. É fundamental, portanto,
que as empresas tenham pleno conhecimento sobre o Imposto de
Renda que deve recolher, seus fatos geradores, regimes tributários para
sua apuração, bem como a legislação vigente acerca do tema.
Para isso, você irá estudar o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
por meio dos seguintes tópicos: fato gerador do Imposto de Renda
Pessoa Jurídica, regimes tributários para apuração do IRPJ, prejuízos
fiscais, importância da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, alte-
rações trazidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, e contabili-
dade tributária - no cenário atual.
lucro real;
lucro presumido;
lucro arbitrado.
Lucro real
O lucro real é o resultado obtido pelo lucro líquido contábil, ajustadas pelas
adições, exclusões e as compensações. Esses ajustes são efetuados via Livro
de Apuração do Lucro Real (LALUR), no qual se obtém as informações das
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas 3
receitas que o fisco não permitiu tributar e as despesas que o fisco não per-
mitiu deduzir.
Além das adições e exclusões via LALUR, há também as compensações,
que tratam dos prejuízos fiscais.
O lucro real servirá de base de cálculo para a incidência do IRPJ e CSLL.
A alíquota fixa do IR no lucro real, incidente sobre a base de cálculo apu-
rada nesse regime, é de 15%; no entanto, há o adicional de 10%, somente nas
parcelas apuradas mensalmente que excederem 20.000,00, ou sobre esse valor
multiplicado pelo número de meses do período de apuração, trimestral ou
anual (BRASIL, 2018).
Você precisa saber que há algumas obrigações legais que as empresas não
necessariamente optam pelo recolhimento dos tributos no regime do lucro
real, mas são obrigadas por lei.
O regime tributário do lucro real, ao contrário do que muitos empresários
pensam, pode ser muito mais benéfico para algumas empresas, em função de
seu nível de lucratividade e também, de forma indireta, em razão dos con-
troles e relatórios que proporcionam para os resultados da empresa. Com
esses controles, é possível ter melhores informações sobre todos os gastos,
custos, recursos financeiros a curto e a longo prazo, gestão de seus tributos e
uma minuciosa precisão nas informações geradas para os sócios, acionistas
e afins.
Na maioria das vezes, as empresas não se planejam para fazer um com-
parativo entre a melhor escolha dos regimes tributários, devido a lei ser mais
branda com o regime do lucro presumido no que tange aos níveis de controles
das operações. Isso pode não necessariamente ser verdade, pois com um con-
trole rígido de informações aos empresários e administradores eles tendem a
ser mais assertivos em suas tomadas de decisões e conseguem antever quais-
4 Contabilidade tributária
quer tipos de riscos que irão prejudicar a saúde financeira da empresa. Guarde
essa dica, no momento da opção pelo regime tributário, lembre-se que feita a
opção ela é irrevogável e irretratável para todo ano calendário.
O LALUR ajusta todas as contas após o lucro líquido contábil, por meio de
adições de despesas que o fisco não permite deduzir do lucro, das exclusões
das receitas que o fisco não permite serem tributáveis e, também, das com-
pensações com prejuízos fiscais de períodos anteriores.
O LALUR possui duas partes. Parte A e parte B.
Prejuízos fiscais
Lucro presumido
O lucro presumido é um regime simplificado para apuração do IRPJ e da
CSLL, como o conceito do nome já diz, trata-se da presunção da margem
de lucro sobre as receitas de determinados ramos de atividades, fazendo ser
até mais benéfico o pagamento por esse regime se a empresa trabalhar com a
margem de lucro igual ou superior do que a estipulada pela lei.
As margens de presunção para o lucro presumido variam de 1,6% a 32%
de acordo com o ramo de atividade da empresa. Isso quer dizer que as alí-
quotas incidentes sobre a receita bruta da empresa tributada pelo Lucro Pre-
6 Contabilidade tributária
As empresas optantes pelo lucro presumido estão obrigadas a apurar o PIS e a COFINS
na sistemática cumulativa, conforme previsão das Leis 10.637, de 30 de dezembro de
2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Nesse caso, o PIS e a COFINS incidem sobre
a receita bruta do contibuinte, sem que seja possível calcular qualquer crédito sobre PIS
e COFINS pagos em etapas anteriores da cadeia produtiva (BRASIL, 2002; BRASIL, 2003).
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas 7
Lucro arbitrado
O lucro arbitrado é um regime de apuração do Imposto de Renda que se aplica
em diversos casos, tais como quando a escrituração contábil do contribuinte
não é idônea ou possui indícios de fraude, ou quando o contribuinte deixa
de apresentar à Fiscalização documentos e demonstrativos requeridos pela
legislação tributária. Para uma lista completa de casos, é necessário consultar
o art. 603 do Decreto nº 9.580/2018.
Em termos práticos, a apuração do lucro arbitrado é igual à apuração do
lucro presumido quando é possível conhecer a receita bruta do contribuinte.
Há, contudo, um acréscimo de 20% na presunção de lucro, apenas para fins
de apuração do IRPJ. Assim, a presunção de lucro de uma empresa comercial
que seria de 8% no lucro presumido, é de 9,6% no lucro arbitrado (8% * 1,20).
Quando não é possível para a fiscalização verificar a receita bruta, é ne-
cessário consultar o art. 608 do Decreto nº 9.580/2018 para verificar as al-
ternativas que podem ser utilizadas pela fiscalização para arbitrar a base de
cálculo do lucro arbitrado.
Após a apuração da base de cálculo do lucro arbitrado, a apuração do
imposto devido segue a lógica verificada na apuração do imposto devido pelo
presumido. Então, a alíquota de IRPJ incidente sobre a base de cálculo apu-
rada nesse regime, é de 15%. Também há o adicional de 10%, que incide sobre
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portanto, para fins de aplicação de multa para as empresas que não estão se
adequando a essa nova metodologia.
Não há mais volta para esse caminho de novos conceitos de gerenciamento
das informações, tanto para o fisco, que está tendo que readequar suas normas
tributárias às novas regras de contabilidade internacional, como também para
os empresários, que agora mais do que tudo precisarão correr contra o tempo
para se aprimorarem nessa nova sistemática de clarezas nas informações.
Tudo isso não tem sido fácil, na verdade está sendo desgastante para a classe
empresarial e contábil, pois tem causado um alto nível de investimento de
tecnologia, treinamentos, entre outros.
O fisco terá de se adequar a esses novos parâmetros, fazendo, por vezes,
acabar com várias distorções que a legislação fiscal possui, pois irá adequar
novos conceitos de aplicação dos tributos, o que é um grande ganho para so-
ciedade em geral.
Os empresários, com essas mudanças, terão uma visão mais real dos resul-
tados dos seus negócios, sendo os grandes beneficiários.
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacio-
nal e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
Diário Oficial da União, Brasília, 27 out.1966. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l5172.htm. Acesso em: 19 maio 2020.
BRASIL. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa
ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que
especifica; institui regime tributário de transição, alterando o Decreto no 70.235, de 6
de março de 1972, as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de
1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.430, de 27
de dezembro de 1996, 9.469, de 10 de julho de 1997, 9.532, de 10 de dezembro de 1997,
10.426, de 24 de abril de 2002, 10.480, de 2 de julho de 2002, 10.522, de 19 de julho de
2002, 10.887, de 18 de junho de 2004, e 6.404, de 15 de dezembro de 1976, o Decreto-
-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e as Leis nos 8.981, de 20 de janeiro de 1995,
10.925, de 23 de julho de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de de-
zembro de 2003, 11.116, de 18 de maio de 2005, 11.732, de 30 de junho de 2008, 10.260,
de 12 de julho de 2001, 9.873, de 23 de novembro de 1999, 11.171, de 2 de setembro de
2005, 11.345, de 14 de setembro de 2006; prorroga a vigência da Lei no 8.989, de 24 de
fevereiro de 1995; revoga dispositivos das Leis nos 8.383, de 30 de dezembro de 1991, e
8.620, de 5 de janeiro de 1993, do Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, das
Leis nos 10.190, de 14 de fevereiro de 2001, 9.718, de 27 de novembro de 1998, e 6.938,
de 31 de agosto de 1981, 9.964, de 10 de abril de 2000, e, a partir da instalação do Con-
selho Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretos nos 83.304, de 28 de março de
1979, e 89.892, de 2 de julho de 1984, e o art. 112 da Lei no 11.196, de 21 de novembro de
2005; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 28 maio 2009. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso
em: 19 maio 2020.
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas 13
BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal relativa
ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Finan-
ciamento da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição - RTT,
instituído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009; dispõe sobre a tributação da pes-
soa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo patrimonial decorrente
de participação em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas; altera o
Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e as Leis nºs 9.430, de 27 de dezembro
de 1996, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 4.506, de 30
de novembro de 1964, 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 9.718, de 27 de novembro de
1998, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29
de dezembro de 2003, 12.865, de 9 de outubro de 2013, 9.532, de 10 de dezembro de
1997, 9.656, de 3 de junho de 1998, 9.826, de 23 de agosto de 1999, 10.485, de 3 de julho
de 2002, 10.893, de 13 de julho de 2004, 11.312, de 27 de junho de 2006, 11.941, de 27
de maio de 2009, 12.249, de 11 de junho de 2010, 12.431, de 24 de junho de 2011, 12.716,
de 21 de setembro de 2012, e 12.844, de 19 de julho de 2013; e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, 14 maio 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm. Acesso em: 19 maio 2020.