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Introdução
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Doutor e Mestre em Direito. Professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e da Facul-
dade Autônoma de Direito de São Paulo – FADISP.
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Masters of Laws – LLM, pela Brigham Young University (EUA); Mestre em Direito pela Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP; Doutorando em Direito pela Faculdade Autô-
noma de Direito – FADISP.
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9º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões – SisEmbrio, Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária – ANVISA (cf. <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33840/2817584/9%C2%BA+Re-
lat%C3%B3rio+do+Sistema+Nacional+de+Produ%C3%A7%C3%A3o+de+Embri%C3%B5es+-+SisEmbrio/
94d6467b-0a32-4277-8933-36c701900314>, acesso em: 16 set. 2017).
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Bioética e Biodireito
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DANTAS, Paulo Roberto de Figueiredo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Atlas, 2012. p. 141.
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LUNA, Florencia. Ensayos de bioetica – reflexiones desde el Sur. México: Fontamara, 2001. p. 26.
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SPIELMAN, Bethany J. Bioethics in law. Totowa: Humana Press, 2007. p. 1-2. Tradução livre: “Law
and bioethics are inherently different social and communicative systems. Each constructs a social
reality of its own, communicates distinctive norms, and fills a different social function. Each has
different goals, methods, and epistemologies. Each identifies and uses expertise, presumptions,
values, and burdens of proof in distinctive ways,3 yet they are deeply dependent on each other. One
scholar has characterized them as ‘strange bed fellows’.”
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Art. 226, § 7º da Constituição Federal: “Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado
propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.”
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Disponível em: <http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@
COD=%270547%27>.Acesso em: 21 set.2017.
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Há quem prefira as designações: pré-embrião, embrião e feto. Reiteramos a respeito nossa observa-
ção que elas não devem nos enganar quanto ao aspecto filosófico e ético.
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Item V, n. 04, da Resolução CFM n. 2.121/2015: “Os embriões criopreservados com mais de cinco
anos poderão ser descartados se esta for a vontade dos pacientes.”
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Importante consignar trecho da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal ao julgar – por
maioria – improcedente a ADIN n. 3510/DF, repisando a constitucionalidade da Lei de Biossegu-
rança. “A escolha feita pela Lei de Biossegurança não significou um desprezo ou desapreço pelo
embrião “in vitro”, porém uma mais firme disposição para encurtar caminhos que possam levar
à superação do infortúnio alheio. Isto no âmbito de um ordenamento constitucional que desde o
seu preâmbulo qualifica “a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e
a justiça” como valores supremos de uma sociedade mais que tudo “fraterna”. O que já significa
incorporar o advento do constitucionalismo fraternal às relações humanas, a traduzir verdadeira
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RIZKALLAH, Ricardo José. Os direitos de personalidade e as situações jurídicas dos embriões e nas-
cituro. Revista de Direito Privado, v. 74, ano 18, p. 61-91, fev. 2017.
968 Erik Frederico Gramstrup e Augusto Martinez Perez Filho
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Cf. <http://vilamulher.uol.com.br/familia/planejamento/reproducao-assistida-entenda-quais-sao-
-tipos-de-tratamentos-8-1-52-77.html>. Acesso em: 20 set. 2017.
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Norma regulamentar, de que voltaremos a tratar adiante, exigiu que esse consentimento constasse
de instrumento público, forma esta não imposta pelo Código Civil. Ver, a respeito, o Provimento n.
52, de 2016, da Corregedoria-Geral do Conselho Nacional de Justiça, art. 2º.
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Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=A-
TC&sequencial=73306230&num_registro=201700112085&data=20170620&tipo=5&formato=PDF>.
Acesso em: 22 set. 2017.
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Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015. ”Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito
ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º Quando
necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. [...]” “Art. 85. A
curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial.”
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Item I, n. 07, Resolução CFM n. 2.121/2015.
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SOUSA, Felipe Soares de. A extensão e os efeitos do reconhecimento do direito à identidade genéti-
ca. Revista de Direito Privado, v. 74, p. 33-59, fev. 2017.
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NAMBA, Edison Tetsuzo. Direito à identidade genética ou direito ao reconhecimento das origens e a
reprodução assistida heteróloga. Revista dos Tribunais, v. 905, p. 67-87, mar. 2011.
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Vide, a propósito, Laura Affonso da Costa Levy, Inseminação artificial post mortem e a reflexão
constitucional, Revista Síntese Direito de Família, n. 74, p. 92-118, out.-nov. 2012.
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Art. 1.798, Código Civil: “Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento
da abertura da sucessão.” A regra remonta a um tempo em que a concepção post mortem de des-
cendente do autor da sucessão era inconcebível.
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Art. 1.799, Código Civil: “Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os
filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se
a sucessão; [...]”. A disposição é complementada pelo art. 1.800, verbis: “No caso do inciso I do
artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha, a curador
nomeado pelo juiz. […] § 4º Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido
o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos
herdeiros legítimos.”
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Art. 1.973, Código Civil: “Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o
conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse descendente
sobreviver ao testador.” A relevância dessa regra depende de nossa premissa, de que o concebido e
nascido post mortem seria um “descendente sucessível”.
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Art. 657, Código de Processo Civil: “A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida
a termo nos autos do inventário ou constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser
anulada por dolo, coação, erro essencial ou intervenção de incapaz, observado o disposto no § 4º
do art. 966. Parágrafo único. O direito à anulação de partilha amigável extingue-se em 1 (um) ano,
contado esse prazo: I - no caso de coação, do dia em que ela cessou; II - no caso de erro ou dolo,
do dia em que se realizou o ato; III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.”
Como se vê, esses incisos dizem respeito a um ato negocial, defeituoso por vício de erro, dolo ou
coação ou por incapacidade da parte.
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Art. 658, Código de Processo Civil: “É rescindível a partilha julgada por sentença: I - nos casos men-
cionados no art. 657; II - se feita com preterição de formalidades legais; III - se preteriu herdeiro
ou incluiu quem não o seja.” Como resta claro, o dispositivo abrange a incapacidade, os vícios da
vontade, a inobservância de formas legais e a preterição de herdeiro, sendo esta última a hipótese
que nos interessa.
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DIAS, Paulo Ceza; GRAMSTRUP, Erik Frederico. Multiparentalidade forçada. Revista de Direito de
Família e Sucessões, Curitiba, v. 2, n. 2, p. 65- 80, jul.-dez. 2016.
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Art. 42, Lei n. 8.069/1990: “Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do
estado civil. § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. [...]”
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PINHEIRO, Rosalice Fidalgo. Contrato e biotecnologia no Superior Tribunal de Justiça: a quebra do
contrato de conservação de células-tronco e a perda de uma chance. Revista de Direito Empresa-
rial, Belo Horizonte, ano 13, n. 2, p. 233-253, maio-ago. 2016.
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Conclusão
Referências bibliográficas