Germinação Cultivo Vitro
Germinação Cultivo Vitro
Germinação Cultivo Vitro
Uberlândia – MG
Dezembro – 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE GENÉTICA E BIOQUÍMICA
CURSO DE BIOTECNOLOGIA
Uberlândia – MG
Dezembro - 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE GENÉTICA E BIOQUÍMICA
CURSO DE BIOTECNOLOGIA
Edgar Silveira
Coordenador
Uberlândia – MG
Dezembro - 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE GENÉTICA E BIOQUÍMICA
CURSO DE BIOTECNOLOGIA
Ao Programa Ciência sem Fronteiras, pelo qual pude realizar um dos maiores desejos
A minha orientadora, Prof. Dr. Ana Paula Oliveira, pelos seus ensinamentos, correções
conhecimento.
Aos meus pais, minhas irmãs, familiares e amigos, pela paciência e por me motivarem
Ao meu afilhado, Enzo, por ser a luz da minha vida e me proporcionar infinitos
momentos de alegria.
Aos meus sogros e cunhados, pelo carinho demonstrado em tão pouco tempo.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito
obrigada.
RESUMO
Capsicum, tendo como característica marcante a ardência. Neste trabalho objetivou-se avaliar
concentrações de sais e sacarose do meio MS. A indução de calos (IC) e a área coberta por
do-pará foi induzida mediante utilização de 2,4-D e BAP. Observou-se que a germinação de
L-1 de sacarose. Para as pimentas malagueta e dedo-de-moça, sugere-se que estudos para
aumento da taxa de germinação sejam realizados, para que estas sejam utilizadas como fonte
se utiliza 2,0 mg L-1 e 1,0 mg L-1 de 2,4-D, respectivamente, sendo a presença de BAP
2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 12
2.1. Geral .............................................................................................................................. 12
2.2. Específicos ..................................................................................................................... 12
5. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 35
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 36
APÊNDICES .......................................................................................................................... 44
APÊNDICE A - Germinação de sementes de Capsicum spp. provenientes de frutos frescos
ao longo de 30 dias .................................................................................................................. 44
APÊNDICE B - Resumo da análise de variância em esquema fatorial para germinação de
sementes de Capsicum spp. provenientes de frutos frescos em diferentes concentrações de
meio MS .................................................................................................................................. 44
APÊNDICE C - Germinação de sementes de Capsicum spp. provenientes de frutos secos ao
longo de 30 dias ...................................................................................................................... 44
APÊNDICE D - Resumo da análise de variância em esquema fatorial para germinação de
sementes de Capsicum spp. provenientes de frutos secos em diferentes concentrações de meio
MS ........................................................................................................................................... 44
APÊNDICE E - Resumo da análise de variância em esquema fatorial para médias de
características morfológicas de plântulas de Capsicum spp. obtidas de germinação in vitro de
sementes de frutos frescos ....................................................................................................... 45
APÊNDICE F - Resumo da análise de variância em esquema fatorial para médias de
características morfológicas de plântulas de Capsicum spp. obtidas de germinação in vitro de
sementes de frutos secos ......................................................................................................... 46
APÊNDICE G - Porcentagem de indução de calos (IC) e área do explante coberta por
células calos (ACCC) em explantes caulinares de cumari-do-pará em diferentes combinações
de BAP e 2,4-D, após 30 dias de cultivo ................................................................................ 47
APÊNDICE H - Resumo da análise de variância em esquema fatorial para médias de
indução de calos em explantes caulinares de Capsicum chinense Jacquin (cumari-do-pará) sob
diferentes concentrações de BAP e 2,4-D no meio de cultivo, após 30 dias de cultivo ......... 47
APÊNDICE I - Resumo da análise de variância em esquema fatorial para médias de
indução de calos em explantes foliares de Capsicum chinense Jacquin (cumari-do-pará) sob
diferentes concentrações de BAP e 2,4-D no meio de cultivo, após 30 dias de cultivo ......... 47
APÊNDICE J Porcentagem de indução de calos (IC) e área do explante coberta por células
calos (ACCC) em explantes foliares de cumari-do-pará em diferentes combinações de BAP e
2,4-D........................................................................................................................................ 48
APÊNDICE K – Plântulas de cumari-do-pará proveniente de sementes frescas germinadas
in vitro em meio MS ............................................................................................................... 48
APÊNDICE L – Calos em explantes caulinares de cumari-do-pará, em que a) 1,0 mg L-1 de
2,4-D e 0,0 mg L-1 de BAP, b) 2,0 mg L-1 de 2,4-D e 0,0 mg L-1 de BAP e c) 2,0 mg L-1 de
2,4-D e 1,0 mg L-1 de BAP...................................................................................................... 49
LISTA DE TABELAS
Figura 8 – Porcentagem de indução de calos (IC) e área do explante coberta por células de
calos (ACCC) em explantes caulinares de cumari-do-pará em diferentes combinações de BAP
e 2,4-D, 30 dias após a inoculação .......................................................................................... 29
Figura 9 – Porcentagem de indução de calos (IC) e área do explante coberta por células de
calos (ACCC) em explantes foliares de cumari-do-pará em diferentes combinações de BAP e
2,4-D, 30 dias após a inoculação ............................................................................................. 32
LISTA DE ABREVIAÇÕES
AMARO; PEREIRA, 2012). O Brasil, por sua vez, é um grande centro de diversidade
país (FURTADO; DUTRA; DELIZA, 2006). De acordo com a Food and Agriculture
mundialmente, colhidas em uma área equivalente a 1.937.370 ha, com rendimento de 16,68
domesticadas e cultivadas: Capsicum annuum L., Capsicum baccatum L., Capsicum chinense
Jacq., Capsicum frutescens L. e Capsicum pubescens L, sendo que a última não é cultivada no
Brasil (COSTA et al., 2015; MENICHINI et al., 2009; DUTRA et al., 2010). As plantas
deste gênero possuem grande variabilidade quanto às suas características morfológicas, tais
como tamanho, cor e formato de folhas, frutos e flores, entre outros. São, em sua maioria,
anuais, diploides (2n=24) e autógamas, ou seja, a autofecundação ocorre em uma taxa igual
ou superior a 95%, entretanto é possível que ocorra polinização por intermédio de abelhas e
outros insetos, permitindo que a fecundação cruzada atinja até 40% entre plantas da mesma
espécie e, em alguns casos, do mesmo gênero. São consideradas, em sua maior parte, plantas
arbustivas, com caule semilenhoso que pode exceder 1,0 m de altura. O sistema radicular é
apresentam maior resistência a doenças deste clima do que as outras espécies. No Brasil, a
cheiro (Figura 1B), entre outras. Os frutos podem apresentar cor verde (imaturos) até amarelo
e vermelho escuro (maduros), possuindo alta pungência e intenso aroma. A pimenta cumari-
comprimento, sendo amarelos quando maduros e muito picantes (CARVALHO et al., 2006).
cambuci, possui frutos de tamanho médio, polpa firme e com pungência variável de suave a
2
média. A pimenta dedo-de-moça possui pungência mediana, frutos alongados, com cerca de
7,5 cm de comprimento que são vermelhos quando maduros (CARVALHO et al., 2006).
que é um dos grupos de pimenta mais conhecidos, sendo consumidas in natura, em conservas
e na forma de molhos. Seus frutos são do tipo baga, de forma cônica, alongada e cor verde ou
BIANCHETTI, 2004). A pimenta malagueta (Figura 1A) possui alta pungência e seus frutos
al., 2006).
Por fim, os pimentões (Figura 1C), páprica e jalapeño, fazem parte do grupo de
pimentas da espécie Capsicum annuum L. var. annuum, que ocupa a maior área cultivada de
pimentas no mundo. Esta espécie apresenta frutos que diferem quanto ao formato, tamanho,
território, com destaque para os estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Ceará e Rio
Brasil não expressa a realidade econômica para esta hortaliça. Grande parcela da produção e
comercialização ocorre em mercados regionais e locais, não datados, não contribuindo com
3
Atualmente, estima-se que a produtividade nacional média de pimentas esteja entre 10
a 45 t/ha ao ano. A pimenta malagueta, a mais cultivada no Brasil, tem uma produtividade de
10 t/ha. Outros exemplos de produtividade são das pimentas biquinho e de bode, que se
unidade de Uberlândia, no ano de 2016 o preço médio de pimentas foi de R$8,64/kg e o total
de pimentas ofertadas foi de aproximadamente 232 mil kg, sendo as pimentas de bode e
diarreia, como dilatador capilar e expectorante (PIRES, 2004). Outras aplicações na medicina
popular são para o tratamento de artrites, reumatismo, erupções cutâneas, feridas e picadas de
forma de pomadas, géis e cremes, que são bastante utilizadas no tratamento de artrites e
artroses. O emplastro Sabiá é aplicado para o alívio de dores musculares (CARVALHO et al.,
2006). Um adesivo tópico (Qutenza) à base de capsaicina de alta potência (8%) é utilizado no
4
Além disso, do ponto de vista nutricional, os frutos de pimenta são fonte de vitaminas,
1.1.3. Capsaicinoides
acumulados na placenta (tecido interno do fruto onde estão armazenadas as sementes) e são
liberados quando o fruto sofre dano físico (CARVALHO et al., 2006) sendo que o grau de
pungência varia entre espécies e variedades, tendo duas escalas de classificação mais comuns:
de pimentas, as quais podem ser elencadas em baixa (0 a 30 mil SHU), média (30 a 75 mil
SHU), alta pungência (75 a 120 mil SHU) e, acima de 120 mil SHU, muito alta pungência
15.000.000 de unidades Scoville. Quando o valor de SHU ultrapassa 120 mil, as pimentas são
pungência da pimenta é classificada em uma escala de 1 a 10, sendo espécies muito picantes
classificadas de 8 a 10, espécies com média ardência de 4 a 6 e espécies com pouco ardor de 1
5
conforme a maturação do fruto e são responsáveis por mais de 90% da pungência (SIMÕES
et al., 2010).
A capsaicina vem sendo considerada uma substância medicinal, visto que apresenta
De acordo com Bhutani et al. (2007) e Dou et al. (2011), a capsaicina também possui
câncer. Mori et al. (2006) relata que a capsaicina foi capaz de promover apoptose in vitro em
tumoral in vivo.
bem como potencial para uso no agronegócio, no controle de pragas. Segundo Neves et al.
Meloidogyne javanica. De acordo com Costa et al. (2009), as pimentas cumari, cambuci e
malagueta podem ser usadas como conservantes naturais em alimentos, devido a presença de
antioxidantes.
6
Guimarães et al. (2014) constata que extratos aquosos de sementes de pimenta dedo-
de-moça apresentam atividade repelente sobre o gorgulho do milho e frutos de pimenta dedo-
de-moça possuem atividade inseticida tanto na forma de extratos alcoólicos quanto de extratos
aquosos. O uso de compostos bioativos de plantas no controle de pragas e vetores, por ser um
método natural, torna-se mais seguro e barato do que a utilização de agroquímicos. Além
A cultura de tecidos vegetais pode ser utilizada tanto na agricultura, por meio da
tendo em vista sua alta em condições in vitro (ARIKAT et al., 2004; RAMACHANDRA
RAO; RAVISHANKAR, 2002; BOTTA et al., 2001). O cultivo in vitro, por ser independente
de clima ou estações do ano, permite uma produção contínua de plântulas ou calos (massa
celular indiferenciada).
de suspensão celular, obtidos por intermédio de calos friáveis (calos que se fragmentam
técnicas em que células e tecidos vegetais são cultivados in vitro em meio nutritivo sintético,
7
de composição definida, sob condições adequadas de assepsia, nutrição, luz e temperatura,
com o objetivo de gerar uma planta. A técnica de cultura de tecidos in vitro é baseada na
Teoria da Totipotência que, segundo Termignoni (2005), determina que todas as células
vegetais nucleadas vivas são totipotentes e qualquer fragmento vegetal (folha, caule, gema
axilar) pode gerar uma planta completa desde que as condições nutricionais, hormonais e o
explantes, são retirados de um organismo vegetal, passam por uma desinfestação e são
(TORRES et al., 1998). O meio de cultura deve fornecer todas as substâncias essenciais, tais
naftalenoacético (ANA), ácido indol-3-acético (AIA) e ácido indol-3-butírico (AIB), que têm
1991), também pode-se citar o ácido diclorofenóxiacético (2,4-D), uma auxina sintética
cinetina (CIN), que promovem divisão, alongamento e diferenciação celular (TAIZ; ZEIGER,
regeneração da planta inteira, pois influencia a via metabólica que o explante deve seguir,
sendo esta via destinada à emissão de raízes, brotos ou calos (SKOOG; MILLER, 1957).
8
Na técnica de cultura de tecidos mais empregada, a micropropagação, existem duas
rotas de multiplicação (Figura 3), uma por meio da organogênese direta, na qual o explante se
desenvolve em um indivíduo completo sem passar pela fase de formação de calos, e outra por
meio da organôgenese indireta, passando pela fase de calo (massa celular indiferenciada)
primário e secundário, obter suspensão celular e propagação por meio de geração de gemas ou
que altas razões auxina/citocinina geralmente induzem à formação de raiz, enquanto baixas
9
1.2.1. Germinação de sementes in vitro
escolha de uma boa fonte de explantes. Parte das contaminações que ocorrem frequentemente
endofíticos (AZEVEDO, 1998). Desta forma a utilização de plantas germinadas in vitro para
mais intensos, devido a maior proteção do embrião (GRIGOLETTO, 1997). Do ponto de vista
condições de germinação, que são variáveis entre as espécies vegetais (SALOMÃO; SOUSA-
SILVA, 2003). Dessa forma, é importante otimizar o processo de germinação por meio de
estudos de meio de cultura, favorecendo a obtenção de plantas sadias e vigorosas que possam
meio de cultura, pode-se manter a plântula in vitro por um maior período de tempo,
com sacarose.
10
De acordo com Freitas e colaboradores (2008), os frutos da pimenteira são
considerados carnosos e, portanto, suas sementes apresentam alto teor de água após a colheita
e extração. A submissão das sementes a um processo de secagem é importante para que o teor
de água seja diminuído até níveis adequados, levando a conservação de características como
vigor e no acúmulo de matéria seca é definido como a maturação da semente, sendo este um
processo que se inicia com a fertilização e se estende até a maturidade fisiológica - momento
(DIAS et al., 2006). Além disso, segundo Nascimento e Freitas (2006), para sementes de
frutos carnosos, como as pimentas, os maiores índices de vigor, reserva de matéria seca e
1.2.2. Calogênese
explantes provenientes de tecidos jovens e não lignificados, pois estes apresentam maior
potencial de resposta in vitro. A partir de calos friáveis, que se desintegram facilmente, pode-
se obter uma suspensão celular, utilizada como uma fonte de extração de metabólitos
crescimento de calos também pode ser empregado na indução de variação somaclonal, bem
ALMEIDA, 2010).
11
São necessários reguladores de crescimento no meio de cultura para que ocorra a
calogênese nos explantes inoculados, visto que os reguladores modificam o metabolismo das
incubação, como luminosidade e calor, pela constituição do meio nutritivo e pelo tipo de
De acordo com Vietez e San-José (1996), para que haja a formação de calos,
ao tipo de explante utilizado. Desta forma, estudos sobre as condições de cultivo in vitro de
econômico são de extrema importância para que se permita futura produção em larga escala
deste composto.
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
2.2 . Específicos
12
do-pará, malagueta e dedo-de-moça (Capsicum spp.) em diferentes concentrações de sais do
meio MS.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local
Uberlândia – UFU.
vitro
Nesta pesquisa, foram realizados dois experimentos, sendo o primeiro com uso de
sementes extraídas de frutos frescos e o segundo com sementes extraídas de frutos secos
13
espécies cumari-do-pará (Capsicum chinense Jacquin), malagueta (C. frutescens L.) e dedo-
de-moça (C. baccatuum L.) foram adquiridos em comércio local no município de Uberlândia-
MG.
lavados com detergente neutro e, em câmara de fluxo laminar, desinfestados com solução de
hipoclorito de sódio 2,5% por dez minutos. Após este procedimento, foram lavados três vezes
com água destilada autoclavada, em seguida foram cortados com auxílio de um bisturi. As
sementes foram extraídas (Figura 4), imersas em álcool etílico 70% (v/v) por um minuto e
lavadas com água destilada autoclavada. Adicionou-se solução de hipoclorito de sódio 2,5%
por cinco minutos e por fim as sementes foram lavadas três vezes com água destilada
autoclavada.
14
primeiro fator, constituído pelas espécies (malagueta, dedo-de-moça e cumari-do-pará) e o
segundo fator, pelo meio de cultura MS (0, 50 e 100% das concentrações de sais
inteiramente ao acaso com seis repetições, sendo cada unidade experimental constituída por
inoculação das sementes, o pH do meio de cultura foi corrigido para 5,8 e os meios foram
solidificados com 8 g L-1 de ágar. Por fim, os meios de cultura foram autoclavados a 120 ºC e
1,1 atm, durante 20 minutos. O número de sementes germinadas foi avaliado a cada 2 dias por
um período de 30 dias.
Ao final dos 30 dias, mediu-se: o comprimento da parte aérea e da raiz principal (cm),
cuja soma resultou no tamanho da plântula e o comprimento e largura das folhas primordiais
matéria fresca das plântulas (g). Os processos metrológicos foram realizados com o uso de
repetição.
15
3.3. Indução de calogênese em explantes foliares e caulinares utilizando
1,0; 2,0; e 4,0 mg L-1) combinado com BAP (0,0; 1,0; 2,0; e 4,0 mg L-1). O pH foi corrigido
para 5,8 e os meios foram solidificados com 8 g L-1 de ágar e suplementados com 30 g L-1 de
sacarose. Por fim, os meios de cultura foram autoclavados a 120ºC e 1,1 atm, durante 20
cada tratamento foi constituído por 12 repetições, sendo cada repetição um tubo contendo 10
foram mantidos sob fotoperíodo de 16h. A cada 7 dias, durante um mês, foram feitas
observações acerca da indução de caule (IC) e área do explante coberta por células de calos
(ACCC). A ACCC foi contabilizada por meio de uma adaptação do método descrito por
Mendonça et al. (2013), em que a ACCC foi dada pelas porcentagens 0, 10, 25, 50, 75, 90 ou
16
As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância,
Os dados de área coberta por células de calo foram submetidos somente à análise
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
spp.
ágar.
17
Notou-se que a germinação de sementes cumari-do-pará (C. chinense) iniciou-se ao
sétimo dia após a inoculação em ambos os meios de cultura (MS50% e MS100%). Ademais,
observou-se que, ao final dos 30 dias, a pimenta cumari-do-pará apresentou alta taxa de
germinação em ambos os meios de cultura testados, sendo 93,3% no meio MS100% e 83,3%
inoculação das sementes em meio MS50% e no dia 12 após a inoculação em meio MS100%.
cumari-do-pará, visto que apenas 18,3% sementes germinaram em ambos os meios de cultivo.
Por outro lado, as sementes de pimenta dedo-de-moça (C. baccatum) não germinaram em
Desta forma, pela análise de variância constatou-se que não houve efeito significativo
para a interação entre espécie e meio de cultura, havendo significância apenas para a espécie.
cumari-do-pará.
Meio de Cultura
Tipo de pimenta MS50%¹ MS100%² Média
Malagueta 16,30 17,35 16,82 bb
Cumari-do-pará 88,76 93,20 90,98 aa
Média 52,53 AA 55,27 AA
Coeficiente de Variação (%) 18,39
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a nível de 5% de significância.
¹ Meio MS com metade das concentrações de sais e 15 g L-1 de sacarose.
² Meio MS com concentração total de sais e 30 g L-1 de sacarose.
18
Na germinação in vitro de sementes provenientes de frutos secos, constatou-se que as
provenientes de frutos frescos, ainda possuem a melhor taxa de germinação entre as três
pimentas, nos três meios testados, sendo a melhor taxa, ao longo de 30 dias, no meio
MS100% (80% de sementes germinadas), seguido pelo meio MS0% (68% de sementes
deu ao sétimo dia após a inoculação, já a germinação nos meios MS100% e MS0%, se
iniciaram no dia 10 após a inoculação (Figura 7). As taxas de germinação para essas
germinação de frutos frescos, sendo que MS50% apresentou 16,7% sementes germinadas,
19
seguida pelo meio água e ágar, com 13,3% de sementes germinadas e pelo meio MS100%,
germinação nos meios MS0% e MS50%, sendo as taxas de germinação 36,7% e 13,3% de
espécie ocorreu no dia 14 após a inoculação no meio MS0%, no dia 18 após a inoculação no
taxas de germinação em meio MS0% e MS50%, não havendo diferença significativa entre
estes. Para as pimentas malaguetas, não se observou diferença significativa entre os meios de
cultura, entretanto esta pimenta apresentou inferioridade nas taxas de germinação em relação
Meio de Cultura
Tipo de Pimenta MS0%¹ MS50%² MS100%³
Malagueta 14,34 Ac 15,03 Ab 10,75 Ab
Cumari-do-pará 69,81 Aa 64,56 Aa 80,96 Aa
Dedo-de-moça 34,79 Ab 11,98 ABb 5,66 Bb
Coeficiente de Variação (%) 33,44
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a nível de 5% de significância.
¹ Meio composto por água e ágar.
² Meio MS com concentração total de sais e 30 g L-1 de sacarose.
³ Meio MS com metade das concentrações de sais e 15 g L-1 de sacarose.
20
Com base nos resultados de ambos os experimentos de germinação, constatou-se que
para a pimenta cumari-do-pará a taxa de germinação é maior quando estas são provenientes
de frutos frescos. Em um estudo com mangabeira, Ledo et al. (2007) relata que não foi
observada diferença significativa dos tratamentos para a porcentagem de germinação aos vinte
Entretanto, nota-se no presente estudo que o meio de cultura MS100% foi o que
experimento com sementes de frutos secos. Zanotti et al. (2012), estudando a germinação de
sementes de copaíba, observaram que houve mais sementes germinadas em meio com
concentração total de sais do que em meio com concentração de sais reduzida pela metade. Já
germinação das sementes presentes nos meios com concentrações superiores a 75% do MS.
germinação dessas pimentas, possivelmente reduzindo o teor de água das sementes até um
nível crítico, o que afeta a qualidade destas, tornando-as menos viáveis para germinação.
uma das prováveis causas, a possibilidade de dormência das sementes de pimentas malagueta
e dedo-de-moça. Segundo Carneiro et al. (2010), a espécie Capsicum baccatum var. pendulum
viável germinar sob quaisquer condições ambientais que favoreçam sua germinação.
Entretanto, alguns autores, como Fenner e Thompsom (2005), sugerem que a dormência não
21
deve ser condicionada somente à ausência de germinação, mas que diferentes condições
ambientais modificam a dormência de uma semente, de forma que uma semente não dormente
tratamentos para superação de dormência. Randle e Honma (1981) recomendam que após a
secagem das sementes, estas sejam armazenadas por um período mínimo de seis semanas,
Com base nos resultados apresentados, inferiu-se que a secagem das sementes
A secagem, por ter sido realizada de forma natural, pode ter agido como repouso para
os frutos e sementes de pimentas. Segundo Dias et al. (2006) e Vidigal et al. (2006), algumas
sementes dão prosseguimento ao processo de maturação quando são mantidas, por algum
tempo, nos frutos após a colheita, o que permite com que as sementes alcancem o máximo de
germinação e vigor. Desta forma, o armazenamento dos frutos após a colheita, sem que haja
extração das sementes, pode apresentar alguns benefícios, pois além de permitir a maturação
das sementes, possibilita a colheita de frutos imaturos, evitando que estes sejam injuriados por
De acordo com Ricci et al. (2013), sementes que não atingiram a maturidade
fisiológica e que são submetidas à germinação logo após a colheita apresentam menor
porcentagens de germinação quando comparadas com sementes que foram colocadas para
germinar após um período de armazenamento. Castro, Godoy e Cardoso (2008) relatam que
esta situação também é observada quando se faz armazenamento (repouso) de outros frutos
22
Além disso, constatou-se que a presença de sacarose e de sais podem ter dificultado a
germinação nessas espécies, pois as soluções de açúcares e sais que compõem o meio de
meio de cultura. Concentrações elevadas de sacarose fazem com que o meio de cultura
pimentas obtidas in vitro a partir de sementes de frutos frescos, observou-se que houve efeito
de cultura somente para as características largura da folha (cm) e comprimento da folha (cm).
comprimento da parte aérea (cm) ocorreu significância para o meio de cultivo. Já para os
caracteres número de raízes secundárias (und), número de folhas (und) e matéria fresca (g)
Observou-se que para as características cuja interação entre espécie e meio de cultura
pará. Já para a característica comprimento da folha, não houve diferença significativa do meio
23
Tabela 3 - Características morfológicas de plântulas de malagueta e cumari-do-pará
(Capsicum spp.) obtidas de germinação in vitro de sementes de frutos frescos, 30 dias após a
inoculação de sementes.
Meio de cultura
Característica Tipo de pimenta MS 50 MS 100 Média
Malagueta 10,12 8,25 9,18 aa
Tamanho da Plântula Cumari-do-pará 9,56 8,49 9,03 aa
Média 9,84 AA 8,37 AB
Coeficiente de Variação (%) 6,55
MS 50 MS 100 Média
Malagueta 4,68 3,94 4,31 aa
Comprimento da Parte aérea
Cumari-do-pará 4,21 3,54 3,88 aa
Média 4,45 AA 3,74 BB
Coeficiente de Variação (%) 7,69
MS 50 MS 100 Média
Malagueta 11,80 11,54 11,67 aa
Número de Raízes Secundárias
Cumari-do-pará 1,47 1,85 1,66 bb
Média 6,64 AA 6,69 AA
Coeficiente de Variação (%) 16,23
MS 50 MS 100 Média
Malagueta 5,44 4,29 4,86 aa
Comprimento da Raiz Principal
Cumari-do-pará 5,34 4,93 5,14 aa
Média 5,39 AA 4,61 BB
Coeficiente de Variação (%) 7,12
MS 50 MS 100 Média
Malagueta 3,11 2,60 2,86 bb
Número de Folhas
Cumari-do-pará 3,86 3,73 3,79 aa
Média 3,49 AA 3,16 AA
Coeficiente de Variação (%) 8,82
MS 50 MS 100
Largura da Folha Malagueta 0,51 Aa 0,39 Ab
Cumari-do-pará 0,39 Ba 0,61 Aa
Coeficiente de Variação (%) 7,9
MS 50 MS 100
Comprimento da folha Malagueta 1,37 Aa 1,20 Ab
Cumari-do-pará 1,11 Ba 1,60 Aa
Coeficiente de Variação (%) 9,18
MS 50 MS 100 Média
Malagueta 0,0907 0,0759 0,0833 aa
Peso
Cumari-do-pará 0,0615 0,0488 0,0551 bb
Média 0,0761 AA 0,0624 AA
Coeficiente de Variação (%) 1,67
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a nível de 5% de significância.
¹ Meio MS com metade das concentrações de sais e 15 g L-1 de sacarose.
² Meio MS com concentração total de sais e 30 g L-1 de sacarose.
meio de cultura para a pimenta cumari-do-pará, enquanto que houve superioridade do meio
24
MS50% para a pimenta malagueta. Em relação as características comprimento da raiz
principal e comprimento da parte aérea, houve maiores médias das pimentas malagueta e
cumari-do-pará quando estas foram cultivadas em meio de cultura MS50% (Tabela 3).
ambos os meios de cultura, já o número médio de folhas foi maior nas pimentas cumari-do-
pará.
MS50% aparentam ter um vigor mais alto do que as cultivadas em meio MS100%, tanto para
secos, constatou-se que houve interação significativa entre os fatores espécie e meio de
secundárias, para o qual não houve significância de nenhum dos fatores (Tabela 4).
comprimento da parte aérea, notou-se que para as pimentas cumari-do-pará e malagueta não
houve diferença significativa dos meios de culturas testados. Para dedo-de-moça o meio
parte aérea. No meio MS0%, nenhuma das espécies apresentou superioridade, não havendo
diferença significativa entre elas. Enquanto no meio MS50%, observa-se as maiores médias
para tamanho da plântula e comprimento da parte aérea nas pimentas dedo-de-moça. Para o
25
Tabela 4 - Características morfológicas de plântulas de cumari-do-pará, malagueta e
Meio de Cultivo
Característica Tipo de pimenta MS 0% MS 50% MS 100%
Cumari-do-pará 3,91 Aa 4,28 Ab 4,11 Aa
Tamanho da Plântula Malagueta 6,07 Aa 6,08 Aab 6,08 Aa
Dedo-de-moça 4,49 Aa 8,43 Aa 1,09 Bb
Coeficiente de Variação (%) 22,26
MS 0% MS 50% MS 100%
Cumari-do-pará 2,07 Aa 2,20 Ab 2,12 Aa
Comprimento da Parte aérea
Malagueta 3,00 Aa 3,46 Aab 3,16 Aa
Dedo-de-moça 2,49 Ba 4,97 Aa 0,66 Ca
Coeficiente de Variação (%) 21,10
MS 0% MS 50% MS 100% Média
Cumari-do-pará 0,00 0,00 0,00 0,00 a
Número de Raiz Secundária
Malagueta 0,39 0,00 0,34 0,25 a
Dedo-de-moça 0,17 0,00 0,48 0,22 a
Média 0,19 A 0,00 A 0,28 A
Coeficiente de Variação (%) 45,35
MS 0% MS 50% MS 100%
Cumari-do-pará 1,83 Aa 2,09 Aa 1,98 Aa
Comprimento da Raiz Principal
Malagueta 3,04 Aa 2,59 Aa 2,92 Aa
Dedo-de-moça 2,02 Aa 3,43 Aa 0,62 Bb
Coeficiente de Variação (%) 19,00
MS 0% MS 50% MS 100%
Cumari-do-pará 2,13 Aa 2,14 Aa 2,15 Aa
Número de Folhas
Malagueta 2,81 Aa 2,16 Aa 2,68 Aa
Dedo-de-moça 0,34 Bb 1,40 Aa 0,28 Bb
Coeficiente de Variação (%) 15,19
MS 0% MS 50% MS 100%
Cumari-do-pará 0,29 Aa 0,35 Aab 0,34 Aa
Largura da Folha
Malagueta 0,30 Aa 0,28 Ab 0,38 Aa
Dedo-de-moça 0,15 Ba 0,73 Aa 0,17 Ba
Coeficiente de Variação (%) 13,50
MS 0% MS 50% MS 100%
Cumari-do-pará 0,85 Ab 0,94 Aa 0,92 Ab
Comprimento da Folha
Malagueta 1,06 Aa 1,03 Ba 1,25 Aa
Dedo-de-moça 0,03 Ac 0,15 Ab 0,06 Ac
Coeficiente de Variação (%) 4,86
MS 0% MS 50% MS 100%
Cumari-do-pará 0,0184 Aa 0,0184 Ab 0,0184 Aa
Peso
Malagueta 0,0300 Aa 0,0300 Ab 0,0329 Aa
Dedo-de-moça 0,0155 Ba 0,0506 Aa 0,0155 Ba
Coeficiente de Variação (%) 1,12
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a nível de 5% de significância.
¹ Meio composto por água e ágar.
² Meio MS com concentração total de sais e 30 g L-1 de sacarose.
³ Meio MS com metade das concentrações de sais e 15 g L-1 de sacarose
26
Observou-se que para as características largura da folha não houve diferença
significativa do meio de cultura para as espécies malagueta e cumari-do-pará, sendo que para
neste meio de cultura. Para o comprimento da folha, não houve diferença significativa do
as menores médias nesta característica foram obtidas no meio MS50%. Para esta
(Tabela 4).
Já para o número de folhas e a matéria fresca (Tabela 4), o meio de cultura não
de-moça, por sua vez, apresentou as melhores médias quando cultivadas em meio MS50%. O
fator espécie só foi significativo nas plântulas cultivadas em meio MS50%, em que a pimenta
Para a característica número de raízes secundárias nenhum dos fatores, nem sua
annuum, Nascimento et al. (2015) constataram que não houve variação significativa sobre o
número de raízes das plântulas entre os meios de cultura MS acrescidos com 0, 15, 30, 45 e
heterophylla, Prudente et al. (2015) não observaram diferença significativa no número médio
espécies avaliadas. Resultados semelhantes foram relatados por Ledo et al. (2014) , que
27
desenvolvimento da parte aérea quando cultivadas em meio MS com 50% da concentração
nutriente no meio produz plântulas mais vigorosas e maiores, embora possa reduzir a
germinação.
resultados para comprimento da parte aérea das plântulas. Segundo estes mesmos autores,
esses resultados devem-se ao fato das sementes possuírem reservas nutritivas em seu interior,
permitindo com que a emissão da radícula e crescimento da parte aérea seja possível sem que
que contenham altas taxas de fonte de carbono, as pressões osmóticas destes são alteradas o
que pode favorecer a perda de água da semente para o meio, dificultando tanto sua
das plântulas geradas in vitro a partir de sementes de frutos secos e frescos, inferiu-se que por
do-pará provenientes de frutos frescos, são excelentes fontes de explantes quando cultivadas
em meio MS50%, visto que este meio, por ser diluído, é mais econômico que o meio de
cultura MS100%.
28
4.2. Indução de calos (IC) e área coberta por células de calos (ACCC) em
Aos 14 dias após a inoculação de explantes, foram observados os primeiros calos nos
tratamentos contendo 1mg L-1 de 2,4-D + 0 mg L-1 de BAP e 2 mg L-1 de 2,4-D + 0 mg L-1 de
formação de calos nos tratamentos suplementados 1 mg L-1 de 2,4-D e suas combinações com
BAP, 2 mg L-1 de 2,4-D e suas combinações com BAP (com exceção do tratamento
Figura 8 – Porcentagem de indução de calos (IC) e área do explante coberta por células de
calos (ACCC) em explantes caulinares de cumari-do-pará em diferentes combinações de BAP
e 2,4-D, 30 dias após a inoculação.
29
indução de calos, sendo que a maior indução de calos (99,9% de IC) ocorre na presença de 2
mg L-1 de 2,4-D e na ausência de BAP, seguido pela combinação de 1,0 mg L-1 + 0,0 mg L-1
pará (C. chinense) sob diferentes concentrações de BAP e 2,4-D no meio de cultivo, após 30
dias de cultivo.
2,4-D²
-1 -1
BAP¹ 0 mg L 1 mg L 2 mg L-1 4 mg L-1
0 mg L-1 0,00 Ca 43,30 Ba 99,99 Aa 0,00 Ca
1 mg L-1 0,00 Ba 27,39 Aa 27,39 Ab 0,00 Ba
2 mg L-1 0,00 Ba 19,97 ABab 27,39 Ab 0,00 Ba
4 mg L-1 0,00 Aa 0,00 Ab 0,00 Ac 6,28 Aa
Coeficiente de Variação (%) 24,89
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a nível de 5% de significância.
¹ 6-Benzilaminopurina
² Àcido diclorofenóxiacético
Em relação à área do explante coberta por células de calos (ACCC), as maiores médias
para explantes caulinares foram observadas nos tratamentos 2,0 mg L-1 de 2,4-D + 0 mg L-1
de BAP (66,6%), seguido por 2,0 mg L-1 de 2,4-D + 2 mg L-1 de BAP e 1,0 mg L-1 de 2,4-D +
1 mg L-1 de BAP, ambos com 62,5% de ACCC, todavia o primeiro apresentou maior número
Já para os explantes foliares, constatou-se que, com base na análise de variância, 2,4-D
e sua interação com BAP promovem efeito significativo na calogênese, verificando-se a maior
suplementado com 1,0 mg L-1 de 2,4-D + 0,0 mg L-1 de BAP. Os meios de cultura
suplementados com 2 mg L-1 de 2,4-D e com 0,0 mg L-1 ou 1,0 mg L-1 de BAP, geraram
30
27,37% de indução de calos, sendo considerados os segundos melhores meios para indução
(Tabela 6).
(C. chinense) sob diferentes concentrações de BAP e 2,4-D no meio de cultivo, após 30 dias
de cultivo.
2,4-D²
BAP¹ 0 mg L-1 1 mg L-1 2 mg L-1 4 mg L-1
0 mg L-1 0,00 Ba 35,16 Aa 27,37 Aa 0,00 Ba
1 mg L-1 0,00 Ba 0,00 Bb 27,37 Aa 0,00 Ba
2 mg L-1 0,00 Aa 6,28 Ab 6,28 Aab 0,00 Aa
4 mg L-1 0,00 Aa 12,95 Aab 0,00 Ab 6,28 Aa
Coeficiente de Variação (%) 24,26
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical não diferem
estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a nível de 5% de significância.
¹ 6-Benzilaminopurina
² Àcido diclorofenóxiacético
Conforme figura 9, observou-se que todos os meios de cultura suplementados com 1,0
2,0 mg L-1 de 2,4-D foram capazes de induzir a formação de calos em explantes foliares de
cumari-do-pará. Meios de cultura sem suplementação com 2,4-D ou com 4,0 mg L-1 de 2,4-D,
com exceção do tratamento suplementado com 4,0 mg L-1 e 0,0 mg L-1, não induziram a
2,4-D + 0 mg L-1 de BAP, ambos com 50% de ACCC. Entretanto, o último tratamento
É importante ressaltar que ocorre diferença entre os valores de indução de calos (IC)
31
Figura 9 – Porcentagem de indução de calos (IC) e área do explante coberta por células de
calos (ACCC) em explantes foliares de cumari-do-pará em diferentes combinações de BAP e
2,4-D, 30 dias após a inoculação.
2,4-D na ausência de BAP foi satisfatório para a indução de calos, resultando em 100% de
indução e uma média de 66,6% de área coberta por calos. Além disso, notou-se que 1 mg L-1
de 2,4-D, sem presença de BAP, gera a maior indução de calos (41,67%) e grande área
coberta por células de calos (45%) em explantes foliares de C. chinense Jacquin. Desta
forma, observou-se a maior superioridade na indução de calos bem como na área coberta por
entre si, apresentaram baixa ou nenhuma formação de calos (Figura 8 e 9). Além disso, notou-
32
L-1 ou 2 mg L-1 é suficiente para a calogênese, enquanto o uso de BAP não é necessário para a
formação de calos.
Capsicum chinense cv. Guaraci cumari-do-pará, relataram as combinações de 1,0 mg L-1 2,4-
D + 2,5 mg L-1 BAP e 2,0 mg L-1 2,4-D, como sendo as mais satisfatórias para formação de
experimento com C. annuum, Farias Filho (2006) relata a calogênese com o uso de uma
concentração de 2,0 mg L-1 de 2,4-D, bem como formação de calos em C. chinense com 1,5
de C. annuum em meio MS suplementado com 1,0 mg L-1 de 2,4-D e 0,1 mg L-1 de BAP. O
uso de 1,0 mg L-1 de 2,4-D e 1,0 mg L–1 de BAP é recomendado para a indução de calos em
friáveis em Capsicum frutescens cv. Stromboli ocorreu em meio suplementado com 1,5 mg L–
1
de 2,4-D. Gomes et al. (sem data) relata que, em nim indiano (Azadirachata indica A. Juss),
a presença de 1,0 e 2,0 mg L-1 de 2,4-D no meio de cultura induziu maior formação de calos,
100 e 80%, respectivamente, nos explantes, na ausência de BAP. Santos et al. (2003) também
não observou calogênese em explantes foliares de Coffea arabica L. cv. Rubi inoculados em
meio suplementados com BAP, na ausência de 2,4-D. Esses resultados corroboram com os
obtidos neste experimento, visto que baixas concentrações de auxina (1,0 e 2,0 mg L-1) foram
Além disso, de acordo com Pinhal et al. (2011), o balanço hormonal entre auxinas e
citocininas deve ser equilibrado para promover a formação de calos. Desta forma, pode-se
33
ausência de BAP, promoveram calogênese devido ao balanço com o conteúdo endógeno de
cumari-do-pará, visto que o meio de cultura suplementado com a maior concentração de 2,4-
D (4,0 mg L-1) causou necrose em 96% dos explantes. Palú, Silva e Pasqual (2004) relatam
que a partir da concentração de 2,0 mg L-1 de 2,4-D ocorreu diminuição na formação de calos
murici-pequeno, relata que as áreas cobertas por calos foram significativamente maiores
desta auxina é essencial no processo de calogênese. Santos et al. (2014), obtiveram maiores
porcentagens da área foliar coberta por calo (AFCC) nos tratamentos suplementados com 1,0
mg L-1 ou 4,0 mg L-1 de BAP em explantes de Cissus verticillata (L.) Nicolson & Jarvis.,
auxina e citocinina, obtendo 100% de área coberta com calos em explantes foliares em meio
acrescido com 2,0 mg L-1 de ANA + 2,0 mg L-1 de BAP. Estes mesmos autores obtiveram
75% de área coberta por calo em explantes caulinares, quando utilizou-se 1,0 mg L-1 de ANA
+ 2,0 mg L-1 de BAP. Sendo assim, pode-se inferir que a proliferação de calos é dependente
34
5. CONCLUSÕES
frescos, germinadas em meio de cultura MS50% são excelentes fontes de explantes devido ao
grande número e alto vigor de plântulas geradas in vitro. Em relação a indução de calos nessa
espécie, a maior formação de calos e grande área coberta por calos foram obtidas em
combinação de 2 mg L-1 de 2,4-D + 0 mg L-1 de BAP. Além disso, o meio MS com metade da
os valores mais altos para as características morfológicas para as três espécies estudadas.
vigor de plântulas das pimentas dedo-de-moça, as taxas de germinação dessas, assim como de
pimenta malagueta, ainda foram consideradas baixas e, portanto, recomenda-se que novos
exploração comercial destas espécies, bem como de seus compostos bioativos, como a
capsaicina.
35
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43
APÊNDICES
APÊNDICE A - Germinação de sementes de Capsicum spp. provenientes de frutos frescos ao
longo de 30 dias.
Dias
Pimenta
0 7 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
MS100% 0,00 0,00 0,00 1,7 6,7 6,7 06,7 10,0 11,7 13,3 16,7 16,7 18,3
Malagueta
MS50% 0,00 3,3 6,7 6,7 10,0 10,0 11,7 15,0 15,0 18,3 18,3 18,3 18,3
Cumari-do- MS100% 0,00 6,7 18,3 40,0 48,3 56,7 70,0 78,3 85,0 90,0 90,0 93,3 93,3
pará MS50% 0,00 15,0 43,3 56,7 66,7 70,0 81,7 85,0 86,7 88,3 88,3 88,3 88,3
Dedo-de- MS100% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 000 1,7 1,7
moça MS50% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
44
APÊNDICE E - Resumo da análise de variância em esquema fatorial para médias de
características morfológicas de plântulas de Capsicum spp. obtidas de germinação in vitro de
sementes de frutos frescos.
45
APÊNDICE F - Resumo da análise de variância em esquema fatorial para médias de
características morfológicas de plântulas de Capsicum spp. obtidas de germinação in vitro de
sementes de frutos secos.
46
APÊNDICE G - Dados utilizados na geração do Figura 8 – Porcentagem de indução de calos
(IC) e área do explante coberta por células calos (ACCC) em explantes caulinares de cumari-
do-pará em diferentes combinações de BAP e 2,4-D, após 30 dias de cultivo.
47
APÊNDICE J - Dados utilizados na geração do Figura 9 – Porcentagem de indução de calos
(IC) e área do explante coberta por células calos (ACCC) em explantes foliares de cumari-do-
pará em diferentes combinações de BAP e 2,4-D
48
APÊNDICE L – Calos em explantes caulinares de cumari-do-pará, em que a) 1,0 mg L-1 de
2,4-D e 0,0 mg L-1 de BAP, b) 2,0 mg L-1 de 2,4-D e 0,0 mg L-1 de BAP e c) 2,0 mg L-1 de
2,4-D e 1,0 mg L-1 de BAP.
49