SNC Manual Formador
SNC Manual Formador
SNC Manual Formador
1.1 - Conceitos
Empresa
É um conjunto organizado de meios materiais e humanos virados para a produção de
bens e prestação de serviços.
A sua constituição, salvo raras excepções, é sempre por tempo indeterminado. Apesar
disso podemos considerar que qualquer empresa tem um ciclo de vida limitado e que
normalmente se divide em três fases (Institucional, Funcionamento e Liquidação).
Contabilidade
A Contabilidade nasceu da necessidade de determinar, de forma rigorosa e sistemática,
o Resultado dos Negócios.
Funções da Contabilidade:
· Registo: a contabilidade regista todos os factos patrimoniais.
· Controlo: a situação económica e financeira da empresa.
· Avaliação: avalia os bens que estão na empresa e toda a sua actividade.
· Previsão: faz previsões para o futuro da empresa.
· Análise: analisa todos os registos da empresa de forma a tomar decisões mais
fundamentais (curto/médio/longo prazo).
UFCD 6214
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA
TÉCNICO/A DE
APOIO À GESTÃO
A contabilidade é a técnica de registo e de representação de todas as transformações
sofridas pelo património de qualquer entidade económica durante o exercício da sua
actividade, de modo a saber, a qualquer momento, a sua composição e o seu valor.
Neste sentido, importa salientar que as possibilidade de trabalho desses profissionais são
bastante alargadas, visto que a contabilidade está presente em todas as entidades económicas
e é lhes imprescindível.
Normalização Contabilística
O modelo de normalização contabilística, que está em vigor, sucede ao Plano Oficial de
Contabilidade (POC) e é designado por Sistema de Normalização Contabilística
(SNC). Consiste num conjunto de normas coerentes com as normas internacionais de
contabilidade na União Europeia.
SNC
Todos estes instrumentos estão subordinados a uma única Estrutura Conceptual e permitem
garantir a comparabilidade nas decisões de investimento em diferentes mercados, sendo essa
comparabilidade sustentada por normas de reconhecimento, mensuração, apresentação e de
relato comuns a todas as empresas (nacionais, europeias e internacionais que adoptem as
normas internacionais de contabilidade.
O SNC tem como núcleo as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro baseadas nas
Normas Internacionais de Contabilidade (NIC), que foram desenvolvidas com o objectivo de
comunicação com os mercados de capitais, enquanto o POC foi não só, mas peculiarmente,
desenvolvido para tratar as exigências fiscais.
Com a adopção do SNC, as regras contabilísticas portuguesas aproximam-se às Normas
Internacionais de Contabilidade que determinam os procedimentos a adoptar em matéria de
reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação das contas das empresas –
Normas Contabilísticas de Relato Financeiro (NCRF).
Exceções:
· Entidades cujos cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação num
mercado regulamentado;
· Entidades que estejam sujeitas à supervisão do Banco de Portugal (a banca) e do
Instituto de Seguros de Portugal (atividade das companhias de seguros).
2.3 - Bases para Apresentação das Demonstrações Financeiras (DF):
1. Continuidade:
As D.F. devem ser preparadas no pressuposto de que a empresa é uma entidade em
continuidade; significa que não existem dúvidas significativas de que a entidade continuará a
operar no futuro previsível.
3. Consistência de apresentação:
A apresentação e a classificação de itens nas DF devem ser mantidas de um período para
outro. Salvo se uma NCRF apresente uma alteração à apresentação já estabelecida.
4. Materialidade e agregação:
As quantias devem ser apresentadas de forma agregada, ou desagregada, por linhas de itens
(rubricas), na face das DF ou das notas do Anexo, de acordo com o conceito de materialidade,
um dos requisitos da relevância da informação. A regra é a agregação, efectuada para itens de
natureza ou função semelhantes.
5. Compensação:
Significa que, regra geral, não deve haver compensação entre activos e passivos e entre
rendimentos e gastos, excepto quando tal for exigido ou permitido por uma NCRF ou quando a
compensação reflicta a substância da operação (válido mais para rendimentos e gastos).
6. Informação comparativa:
Deve ser divulgada informação comparativa, com respeito ao período anterior, para todas as
quantias relatadas nas DF, excepto quando
uma NCRF permita ou exiga a apresentação de outra forma. Aplica-se também à informação
narrativa e descritiva e não só à informação quantitativa.
2.4 – Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF):
São publicados por portaria do Ministério das Finanças, os modelos para as seguintes
demonstrações financeiras:
· Balanço;
· Demonstração de resultados (por natureza e por funções);
· Demonstração das alterações de Capital Próprio;
· Demonstração dos fluxos de caixa;
· Anexo.
São ainda publicadas nas portarias do Ministério das Finanças os modelos simplificados das
demonstrações financeiras a utilizar, pelas entidades que adoptam “Normas Contabilísticas
de Relato Financeiro pelas Pequenas Entidades”.
Acionistas- Informação que lhes permita avaliar a capacidade de a empresa pagar dividendos.
Investidores- Informação que os ajude a tomar decisões: O que comprar? O que manter? O
que e quando vender?
Podemos afirmar ainda que os modelos de demonstrações financeiras servem para facilitar a
compreensão e leitura da situação patrimonial de uma empresa em determinado momento, ao
mesmo tempo que auxiliam e apoiam a direcção da empresa, sócios, accionistas e outros
interessados, na tomada de decisões como na divulgação de informação.
2.4.1 – Balanço:
O Balanço é o mapa da situação patrimonial de uma empresa num determinado momento.
Também se pode dizer que o balanço é a expressão da relação existente entre o Ativo,
Passivo e a Situação Líquida ou o documento que mostra em determinada data a
composição e o valor do património de acordo com determinados objectivos ou a Igualdade
entre dois membros, referida a uma determinada data, referente a uma empresa e que nos
represente o seu património quer em composição quer em valor.
Os bens e os direitos de uma empresa são denominados elementos patrimoniais Ativos e o seu
conjunto constitui a massa patrimonial designada por Ativo (A). É um recurso controlado pela
entidade como resultado de acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para a
entidade benefícios económicos futuros.
· Diz-se Situação Líquida Ativa (positiva), quando o valor do Ativo é superior ao valor
do Passivo;
· Diz-se Situação Líquida Nula ( =0 ), quando o valor do Ativo é igual ao valor do
Passivo;
· Diz-se Situação Líquida Passiva (Negativa), quando o valor do Ativo é inferior ao
valor do Passivo.
As contas da Situação Líquida (Capital Próprio) são as primeiras a ser discriminadas no lado
direito do balanço, ordenadas pela formação histórica dos seus valores.
Inclui: Capital Subscrito, Reservas Legais, Outras Reservas e Resultados Transitados.
Passivo não corrente: O prazo original das dívidas tenha sido por um período superior a 12
meses. Inclui: Financiamentos obtidos de médio-longo prazo, etc.
Passivo corrente: Espera-se que as dívidas sejam liquidadas durante o ciclo operacional da
entidade, até 12 meses após a data do balanço. Inclui: Fornecedores, Estado e outros entes
públicos, Financiamentos obtidos até 12 meses, outras contas a pagar, etc…
· Rendimentos:
São aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de influxos
ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos que resultem em aumentos no capital
próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições dos participantes no capital
próprio. São os réditos e ganhos de uma actividade.
- Réditos
Provêm do decurso das actividades correntes (ou ordinárias) de uma entidade sendo referidos
por uma variedade de nomes diferentes incluindo vendas, honorários, juros, dividendos,
royalties e rendas.
- Ganhos
Representam outros itens que satisfaçam a definição de rendimentos e podem, ou não, provir
do decurso das actividades correntes (ou ordinárias) de uma entidade.
· Gastos:
São diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de
exfluxos ou deperecimentos/diminuição de activos ou na aumentos/incoerência de passivos
que resultem em diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com
distribuições aos participantes no capital próprio. São as perdas e outros gastos de uma
actividade.
- Perdas
Outros itens que satisfaçam a definição de gastos e podem, ou não, surgir no decurso das
actividades ordinárias da entidade.
- Outros gastos
Gastos que resultam do decurso das actividades correntes (ou ordinárias) da entidade (ex.
custo das vendas, salários e depreciações). Tomam geralmente a forma de um exfluxo ou
deperecimentos de activos tais como dinheiro e seus equivalentes, existências e activos fixos
tangíveis.
Consoante a forma como esses gastos e rendimentos são classificados, uma demonstração de
resultados pode ser por natureza ou por funções.
No primeiro caso, são agrupados pela sua própria natureza (custos das mercadorias vendidas,
gastos com o pessoal, impostos, vendas, subsídios, outros gastos e perdas, etc.). Uma
demonstração de resultados deste tipo permite, através de uma operação simples de final de
exercício, determinar o resultado líquido desse exercício (lucro ou prejuízo apurado). É uma
demonstração de elaboração obrigatória na apresentação de contas anual.
Esta classe destina -se a registar os meios financeiros líquidos, que incluem quer o dinheiro e
depósitos bancários, quer todos os activos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor,
cujas alterações sejam reconhecidas na Demonstração de Resultados.
· 21 - Clientes
Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de serviços.
· 22 - Fornecedores
Regista os movimentos com os vendedores de bens e de serviços, com exceção dos
destinados aos investimentos da entidade.
· 25 – Financiamentos Obtidos
Regista os empréstimos efectuados em Instituições de crédito e sociedades financeiras, e por
participantes de capital.
· 26 – Accionistas/Sócios
Esta conta regista a entrada de capital social, resultados atribuídos e lucros disponíveis.
· 28 - Diferimentos
Compreende os gastos e os rendimentos que devam ser reconhecidos nos períodos seguintes.
· 29 - Provisões
Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja claramente definida e
que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor
ou data de ocorrência.
CLASSE 4 – Investimentos
Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se destinem a
ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade, quer sejam de
sua propriedade, quer estejam em regime de locação financeira.
Compreende os investimentos financeiros, as propriedades de investimento, os activos fixos
tangíveis, os activos intangíveis, os investimentos em curso e os activos não correntes detidos
para venda.
Esta conta evidencia o capital subscrito, devendo ser deduzido, para efeitos de elaboração do
Balanço, o eventual saldo da conta 261 — Accionistas c/subscrição ou 262 — Quotas não
liberadas.
CLASSE 6 - Gastos
Esta classe inclui os gastos respeitantes ao período.
· 71 - Vendas
As vendas devem ser deduzidas do IVA e de outros impostos e incidências nos casos em que
nela estejam incluídos.
· 72 - Prestações de serviços
Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos objetivos ou
finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso de estes não
serem faturados separadamente.
· 75 - Subsídios à exploração
Registam-se nesta conta os subsídios das entidades públicas e os subsídios, doações e
legados dos instituidores/fundadores da entidade destinados à exploração.
CLASSE 8 - Resultados
Esta classe destina -se a apurar o resultado líquido do período.
Nas ESNL poderá ser conveniente obter um desdobramento do resultado líquido do período
por projetos, por valências, por atividades, etc.