0 - EEM.M4 - 5.A.1 - ECN C.7 Estruturas
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ESTRUTURAS DE MERCADO
Luís Fernando Dalmas
Introdução
Já sabemos que algumas variáveis afetam a demanda e a oferta de bens e serviços, e que,
não havendo interferências, na Concorrência Perfeita, o mercado automaticamente encontra
seu equilíbrio. Agora vamos analisar mais detidamente esta e outras formas de mercado.
A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas maximizam o lucro total
(LT), que corresponde ao nível de produção no qual a receita marginal (RMG) iguala o custo
marginal (CMG). Essa é a hipótese da Teoria Tradicional ou Marginalista.
Uma característica do mercado em concorrência perfeita é que, a longo prazo, não existem
lucros extras ou extraordinários (onde as receitas superam os custos), mas apenas os
chamados lucros normais, que representam a remuneração implícita do empresário (seu
custo de oportunidade, ou o que ele ganharia se aplicasse seu capital em outra atividade,
que pode ser associado a uma espécie de rentabilidade média de mercado).
Assim, no longo prazo, quando a receita total (RT) se iguala ao custo total (CT), o lucro
extraordinário é zero, embora existam lucros normais, pois nos custos totais, estão incluídos
os custos implícitos (que não envolvem desembolso), o que inclui os lucros normais.
Monopólio
O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condições diametralmente opostas às
da concorrência perfeita. Nele existe, de um lado, um único empresário (empresa)
dominando inteiramente a oferta e, de outro, todos os consumidores. Não há, portanto,
concorrência, nem produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se
submetem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o
produto.
O monopolista não utiliza a igualdade entre oferta e demanda para determinar preço e
quantidade de equilíbrio. A maximização dos lucros é obtida igualando-se o custo marginal
(CMg) à receita marginal (RMg). Nesse ponto, determina-se a quantidade que levará ao
mercado. Para a existência de monopólios, deve haver barreiras que praticamente impeçam
a entrada de novas firmas no mercado. Essas barreiras podem advir das seguintes
condições:
Oligopólio
É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de empresas
que dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em que há um
pequeno número de empresas, como a indústria automobilística, ou então onde há um
grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado, como a indústria de
bebidas.
Quanto aos objetivos da empresa oligopolista, a Teoria Microeconômica tem duas correntes:
a Teoria Marginalista ou Neoclássica, pela qual o oligopolista maximiza lucros, vista no
capítulo anterior, e a Teoria da Organização Industrial, na qual o objetivo do oligopolista é
maximizar mark-up, que é igual a:
p = (1 + m) C
Onde:
p = preço do produto;
C = custo direto unitário (que corresponde, na Teoria Marginalista, ao custo variável
médio);
m = taxa de mark-up, que é uma porcentagem sobre os custos diretos.
A taxa de mark-up deve cobrir, além dos custos diretos, os custos fixos, e atender uma certa
taxa de rentabilidade desejada pela empresa.
Concorrência monopolista
Trata-se de uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o
monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio, pelas seguintes características:
Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu
produto, embora o mercado seja competitivo (daí o nome concorrência monopolista).
Concorrência Concorrência
Características Monopólio Oligopólio
Perfeita Monopolística
Monopsônio
Trata-se de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para muitos
vendedores dos serviços dos insumos. É o caso da empresa que se instala em uma
determinada cidade do interior e, por ser a única, torna-se demandante exclusiva da mão-
de-obra local e das cidades próximas, tendo para si a totalidade da oferta de mão-de-obra.
Oligopsônio
É um mercado onde existem poucos compradores que dominam o mercado para muitos
vendedores. Exemplo: indústria de laticínios. Em cada cidade existem dois ou três laticínios
que adquirem a maior parte do leite dos inúmeros produtores rurais locais. A indústria
automobilística, além de oligopolista no mercado de bens e serviços, também é
oligopsonista na compra de autopeças.
Monopólio bilateral
O monopólio bilateral ocorre quando um monopsonista, na compra do fator de produção,
defronta-se com um monopolista na venda desse fator. Por exemplo, só a empresa A
compra um tipo de aço que é produzido apenas pela siderúrgica B. A empresa A é
monopsonista, porque só ela compra esse tipo de aço, e a siderúrgica B é monopolista,
porque só ela vende esse tipo de aço.
REFERÊNCIAS
MANKIW, N. Gregory. Introdução a economia. 6.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014