Anatomia e Histologia Do Periodonto de Proteà à o

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23/06/2021 AVA UNINOVE

Anatomia e Histologia do Periodonto


de Proteção
CONHECER OS ASPECTOS CLÍNICOS E HISTOLÓGICOS DA GENGIVA

AUTOR(A): PROF. ELIANE MATSURA

ANATOMIA DO PERIODONTO DE PROTEÇÃO

O Periodonto de Proteção, composto pela GENGIVA, corresponde à mucosa mastigatória que recobre os
processos alveolares dos maxilares e circunda a porção cervical dos dentes. Dependendo da localização e

características clínicas, pode ser dividida em: GENGIVA MARGINAL ou LIVRE, GENGIVA INSERIDA E

GENGIVA INTERDENTAL ou PAPILAR.

GENGIVA MARGINAL ou GENGIVA LIVRE


Compreende a porção da gengiva que se encontra próxima à linha amelocementária (ou junção esmalte-

cemento) e recobre parte da cervical dos dentes. Forma, juntamente com a superfície do esmalte, um espaço
denominado SULCO GENGIVAL. Se estende da porção mais coronária da gengiva, denominada margem ou

crista gengival, até uma ranhura, chamada ranhura gengival ou sulco marginal.

SULCO GENGIVAL

Espaço encontrado ao redor dos dentes, formado pela superfície dental e porção interna da gengiva
marginal. Com o auxílio de um instrumento, chamado sonda periodontal, é possível determinar a medida

do sulco gengival. Em condições de saúde, o sulco clínico deve medir até 3,0mm. Neste espaço, encontra-se
um líquido chamado fluido sulcular ou fluido crevicular, que contém células de defesa, agentes infecciosos
como bactérias, células descamadas. Nos processos inflamatórios, o volume deste fluido está aumentado.

GENGIVA INSERIDA
Apresenta coloração rósea pálida e aspecto clínico de "pontilhado casca de laranja". Tem textura firme e
está aderida ao cemento adjacente e periósteo (tecido que recobre o processo alveolar). A largura da

gengiva inserida pode variar. Geralmente, é maior na região dos incisivos (3,5 a 4,5 mm) e mais estreita nos
dentes posteriores (1,5 a 2,0 mm). O limite coronário da gengiva inserida é o sulco marginal ou ranhura
gengival, e o limite apical corresponde à linha ou junção mucogengival.

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A linha mucogengival determina o limite entre gengiva inserida e mucosa alveolar. Esta se apresenta mais

avermelhada, tem aspecto liso e é móvel em relação ao processo alveolar adjacente.

GENGIVA INTERDENTAL ou GENGIVA PAPILAR


Compreende a porção da gengiva que preenche os espaços interproximais. O formato varia de acordo com

os pontos ou superfícies de contato entre dentes vizinhos. Geralmente, apresenta aspecto piramidal nas
regiões anteriores e, trapezoidal nas regiões posteriores. Na presença de diastemas, pode-se apresentar
arredondada.

ANATOMIA DA GENGIVA
De acordo com a localização e características clínicas, podem ser identificadas GENGIVA

MARGINAL, GENGIVA INSERIDA E GENGIVA INTERDENTAL

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Legenda: ASPECTOS MACROSCóPICOS DA GENGIVA: GENGIVA MARGINAL, GENGIVA INSERIDA E


GENGIVA INTERDENTAL. SONDA PERIODONTAL INTRODUZIDA NO SULCO GENGIVAL.

HISTOLOGIA DO PERIODONTO DE PROTEÇÃO


A GENGIVA, quando observada ao microscópio, é composta por epitélio escamoso (ou pavimentoso)
estratificado, denominado epitélio gengival, e tecido conjuntivo rico em fibras colágenas.

EPITÉLIO GENGIVAL
A principal função do epitélio gengival é atuar como uma barreira contra traumas e microrganismos. É
formado por células com aspecto achatado, daí a denominação escamoso ou pavimentoso. E apresenta
várias camadas celulares (epitélio estratificado) denominadas: camada basal ou germinativa, camada
espinhosa, camada granular e camada córnea.
O principal tipo de célula que compõe o epitélio gengival é o queratinócito (síntese de queratina). Outras

células encontradas: células de Langerhans, células de Merkel, Melanócitos e células inflamatórias.

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A proliferação das células epiteliais ocorre por mitose na camada basal. À medida que estas células migram

em direção à superfície, sofrem um processo de diferenciação caracterizado pelo achatamento das células,
síntese de grânulos de queratina e redução ou desaparecimento do núcleo.

Em algumas áreas da gengiva, o epitélio contém, na camada córnea, células preenchidas por queratina, que
garante proteção e impermeabilização ao tecido. Este epitélio é denominado epitélio queratinizado. Já o

epitélio não queratinizado, também encontrado na gengiva, apresenta células superficiais com núcleo

evidente.
Melanócitos são células encontradas nas camadas basal e espinhosa do epitélio gengival e tem a capacidade

de sintetizar o pigmento melanina. A presença deste determina, clinicamente, áreas com coloração mais
escurecida na gengiva.

Células de Langerhans tem aspecto dendrítico e são encontradas entre os queratinócitos. Desempenham
papel importante na resposta imunológica como células apresentadoras de antígenos bacterianos para

linfócitos.

Células de Merkel estão localizadas nas camadas mais profundas do epitélio gengival, ancoradas às
terminações nervosas e são capazes de garantir percepção tátil.

EPITéLIO GENGIVAL
Dependendo da localização e função, o epitélio gengival pode ser dividido em: EPITÉLIO ORAL ou

EXTERNO, EPITÉLIO SULCULAR e EPITÉLIO JUNCIONAL.

EPITÉLIO ORAL ou EXTERNO


Encontrado na porção da gengiva que está voltada para a cavidade oral: crista ou margem gengival,

superfície externa da gengiva marginal e gengiva inserida. Classificado como epitélio pavimentoso
estratificado (várias camadas de células) QUERATINIZADO.

Apresenta renovação celular constante, caracterizado pela descamação de queratinócitos maduros na

superfície (camada córnea) e divisão mitótica de células na camada basal. Em condições de saúde gengival,
há um equilíbrio entre a renovação e a descamação celular.

A adesão do epitélio oral ao tecido conjuntivo subjacente é garantida por fibras denominadas fibrilas de
ancoragem. Partes do tecido conjuntivo, denominadas papilas do tecido conjuntivo, se projetam para o

interior do tecido epitelial e são separadas entre si pelas cristas epiteliais. Com formato irregular, estas
projeções possibilitam melhor nutrição das células epiteliais, que dependem da difusão entre a camada

epitelial e os capilares sanguíneos do tecido conjuntivo subjacente.

EPITÉLIO SULCULAR

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Compõe uma das paredes do sulco gengival, este epitélio é classificado como pavimentoso estratificado

NÃO QUERATINIZADO. Portanto, não apresenta as camadas granulosa e córnea. Limite coronário - margem
gengival, limite apical - epitélio juncional.

Histologicamente, o epitélio sulcular mede 0,5 a 0,69mm. Já do ponto de vista clínico, este epitélio pode
medir até 3,0mm

EPITÉLIO JUNCIONAL
Está aderido à superfície dental, através de hemidesmossomos, na região da linha amelocementária (ou

junção esmalte-cemento), formando o fundo do sulco gengival. É classificado como epitélio do tipo
pavimentoso estratificado NÃO QUERATINIZADO. Devido à ausência de queratina, atua como uma barreira

semi permeável, permitindo a troca de substâncias entre os meios interno e externo. Exemplo: células do
hospedeiro, como neutrófilos, atravessam o epitélio juncional e atingem o sulco gengival promovendo a

defesa do organismo contra agentes infecciosos. Apresenta alta taxa de renovação celular - média 1 a 6 dias.
Na região interproximal, geralmente de dentes posteriores, a gengiva papilar apresenta, imediatamente

apical ao ponto de contato, epitélio com pouca ou nenhuma queratina. Esta porção da gengiva, mais sujeita

à infecções, é denominada COL.

TECIDO CONJUNTIVO GENGIVAL

Inervado e ricamente vascularizado, é responsável pela nutrição e manutenção do epitélio gengival.


Principal característica é a presença de fibras colágenas, que são sintetizadas por células denominadas

fibroblastos. Estas fibras colágenas, FIBRAS GENGIVAIS, estão organizadas, agrupadas em feixes e inseridas

no cemento radicular (entre a base do sulco gengival e a crista do osso alveolar). São responsáveis por
garantir que a gengiva marginal permaneça ao redor dos dentes, proporcionam rigidez à gengiva para que

esta resista às forças mastigatórias, unem o cemento radicular à gengiva marginal e à gengiva inserida. De
acordo com a localização e direcionamento destas fibras gengivais, estas podem ser classificadas em:

FIBRAS DENTOGENGIVAIS, FIBRAS DENTOPERIOSTAIS, FIBRAS CIRCULARES e FIBRAS TRANSSEPTAIS.


Fibras Dentogengivais - inseridas no cemento radicular (apical ao epitélio juncional) e se projetam em

direção à gengiva marginal;

Fibras Dentoperiostais - inseridas no cemento radicular e vão em direção à gengiva inserida e periósteo do
osso alveolar;

Fibras Circulares - encontradas na gengiva marginal e papilar, circundam o dente de forma semelhante a
um anel;

Fibras Transseptais - localizadas na região interproximal, estão inseridas no cemento radicular de dentes
vizinhos.

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Além de fibras colágenas / fibroblastos, vasos sanguíneos e nervos, o tecido conjuntivo gengival contém

mastócitos e células inflamatórias (neutrófilos, macrófagos, plasmócitos e linfócitos).


O suprimento sanguíneo do tecido conjuntivo gengival é garantido por arteríolas supraperiostais, vasos

sanguíneos oriundos do ligamento periodontal e do osso alveolar. Na presença de inflamação, é possível


verificar alterações desta microcirculação com a presença de capilares sanguíneos dilatados.

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Legenda: (B) CEMENTO RADICULAR; (C) OSSO ALVEOLAR; (D) TECIDO CONJUNTIVO; (E) EPITéLIO ORAL

OU EXTERNO; (H) FIBRAS GENGIVAIS (DENTOGENGIVAIS E DENTOPERIOSTAIS)

ATIVIDADE FINAL

Qual(is) parte(s) da gengiva é(são) composta(s) por tecido epitelial


queratinizado?

A. Gengiva marginal, na sua porção vestibular apenas.

B. Apenas na gengiva inserida


C. Porção vestibular da gengiva marginal e toda a extensão da gengiva inserida
D. Gengiva inserida e porção da gengiva marginal que se encontra voltada para a superfície dental

REFERÊNCIA

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LINDHE, J.; LANG, N. P.; KARRING, T.Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5a Edição. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.

NEWMAN, M. G.; TAKEI, H. H.; KLOKKEVOLD, P.R.; CARRANZA, F. A. Periodontia Clínica. 11a Edição. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2012.

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