15443-Texto Do Artigo-37577-1-10-20130614
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Resumo Abstract
Este estudo é desenvolvido em This study is developed in four
quatro partes. A primeira parte define parts. The first part defines what is
o que é mística, enquanto experiência mystical, while paschal experience that
pascal que extasiava as comunidades enraptured the primitive communities
primitivas e que, de certa forma, se and that, of certain form, it lodged in
alojou nas apologias e bênçãos da the apologies and blessings of the
Idade Média. A segunda parte trata Middle Age. The second part deals
da rígida uniformidade que se insta- with the rigid uniformity that has taken
lou na liturgia a partir do Concílio de place in the liturgy since the Council of
Trento, prejudicando a entrega ritual Trent, hampering the delivery ritual that
que a mística extática exige. A terceira requires the mystical ecstatic. The third
aborda o Movimento Litúrgico como a deals with the Liturgical Movement as
fonte do resgate da mística na liturgia. the source of mystical redemption of
A quarta, por fim, trata do resgate da the liturgy. The fourth, finally comes
mística a partir do Concílio Vaticano to rescue of the mystique from the
II, mostrando que é uma mística que Vatican Council II, showing that it is a
leva à participação litúrgica ativa por- mystique that leads to active liturgical
que é de cunho extático. participation is because stamp ecstatic.
Palavras-chave: Mística, Mistério Key-words: Mystic, Paschal Mys-
Pascal, êxtase, participação ativa. tery, ecstasy, active participation.
1
Este texto foi preparado em vista de dois dias de conferência que o autor realizou sobre
o tema, no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA), em Belo Horizonte, nos dia 9 e 10 de
junho de 2009.
* Prof. Dr. Pe. Valeriano dos Santos Costa, Doutor em liturgia pelo Pontifício Ateneu Santo
Anselmo, Roma, professor e diretor titular na Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora
da Assunção da PUC-SP.
Introdução
1. O que é mística
2
Citado por COSTA, Valeriano Santos. Viver a ritualidade litúrgica como momento histórico da
salvação; a participação litúrgica segundo a Sacrosanctum Concilium. São Paulo: Paulinas,
2004, p. 14.
3
TILLICH, Paul. Teologia sistemática. São Leopoldo: Sinodal, 2000, p. 68.
4
HUOT DE LONGCHAMP, Max. Mística. In: LACOSTE, Jean-Yves. Dicionário crítico de teo-
logia. São Paulo: Paulinas/Loyola, 2004, p. 1161.
5
TILLICH, Teologia sistemática, cit., p. 23.
6
HUOT DE LONGCHAMP, Mística, cit., p. 1162.
7
Angelus Silesius (o Anjo da Silésia) é o nome com o qual Johannes Scheffer assina a sua
obra-prima, O Peregrino Querúbico. Nasceu em 1624, em Breslau, na Polônia. Nascido
em uma família luterana de posses, recebeu uma formação clássica. Estudou medicina em
Strasbourg, Leyde e Pádua. Doutor em filosofia e medicina, tornou-se médico do príncipe
de Öls, frequentando círculos místicos e ligando-se a Abraham von Franckenberg, discípulo
de Jacob Boehme. Foi luterano fervoroso até os 29 anos. Um ano após a morte de seu
mestre, Scheffler converteu-se ao catolicismo em 1653, tomando o nome de Angelus Si-
lesius. Passou a viver em retiro e silêncio durante três anos, e publicando vários poemas.
Ordenou-se padre em 1661, com 37 anos. Herdeiro da grande tradição de Eckhart e Tauler,
mas também de Boehme, Angelus Silesius lhes deu uma expressão poética ímpar, além de
qualquer formulação confessional. Deus é indefinível, ao mesmo tempo Tudo e Nada, Ser
e Nada. Diante de seu Criador, o homem não é nada e no entanto nele somente, que é “à
imagem de Deus”, este pode se contemplar. O homem deve assim abandonar-se totalmente,
esvaziar-se de si mesmo, para tornar-se aquilo que verdadeiramente é: um reflexo divino
e, deste modo, eterno. O Peregrino Querúbico influenciou muitos filósofos alemães, sendo
reconhecido como uma das formulações mais notáveis de uma mística que supera toda e
qualquer convenção. Cf. http;// coracaomistico. Blogspot.com/2007/12angelus-silesius.html;
VANNINI, M. Silésio, Ângelo. In: BORRIELO, L. et al. Dicionário de mística. São Paulo:
Loyola/Paulus, 2003, p. 970-971.
agora: “Tu dizes que verás a Deus e a sua luz; estulto nunca o verás se
não o vê agora”.8 Então, a mística é a experiência da visão de Deus que se
dá na contingência da história, fundindo o sobrenatural e o mais íntimo do
ser humano nas profundezas misteriosas da intimidade homem-Deus, onde
o encontro se dá. Encontro que Agostinho afirma ser inútil buscar fora do
íntimo do homem, pois é lá que somos arrebatados e nos deixamos possuir
pela beleza divina. Daí brota a experiência da graça de forma sensível e
indizível, produzindo na alma a festa do encontro com Cristo. 9 Esta expe-
riência se dá, então, no âmbito do sagrado, mas não de um sagrado em
oposição ao profano e sim de um sagrado na perspectiva de A. Vergote,
como a experiência da dimensão mais profunda da existência, onde aparecem
o valor e o destino quase religioso da existência humana e do universo.10
Isso significa que todo ser humano tem uma propensão mística natural.
Desta forma, Karl Rahner entende pessoa humana como homo mysticus,
ser extático criado para confiar-se voluntária e amorosamente ao Mistério,
que se doa inteiramente e abraça a todos.11
8
SILESIO, A. Il pelegrino cherubico. VI, 115, citado por DEL GENIO, M. R. Mística. In: BOR-
RIELO, Dicionário de mística, cit., p. 706.
9
Cf. HUOT DE LONGCHAMP, Mística, cit., p. 1162.
10
Cf. VERGOTE, A. Equivoques et articulations du sacré. In: CASTELLE, E (ed.). Le care;
études et recerches: actes du colloque internactionel de Rome. Paris: s.n., 1974, p. 471-492.
11
Cf. EGAN, H. D. Rahner Carl. In: BORRIELO et al., Dicionário de mística, cit., p. 907.
Deus clareando os caminhos da vida. Era algo tão central, que podemos
situá-lo no que Tillich chama de preocupação última, aquilo que determina
nosso ser ou não ser.
O termo “ser” neste contexto não designa a existência no tem-
po e no espaço […], mas a totalidade da realidade humana,
a estrutura, o sentido e o alvo da existência. Tudo isso está
ameaçado, pode ser perdido ou salvo […]. O homem está
incondicionalmente preocupado com aquilo que condiciona o
ser para além de todas as condições nele e ao redor dele. O
homem está de forma última preocupado com aquilo que deter-
mina o seu destino último para além de todas as necessidades
e acidentes preliminares.12
Nesta dinâmica da articulação entre teologia primeira e teologia segunda,
a experiência de Deus em sua particular dinâmica celebrativa e o discurso
inerente estão entrelaçados. O exemplo mais claro vem dos Santos Padres,
que falavam de Deus com uma intelecção acurada de quem tinha uma pro-
funda experiência de Deus na dimensão celebrativa do Mistério. Conforme
Cesare Giraudo, isto faz parte de uma metodologia que marcou o primeiro
milênio, quando os teólogos “primeiro rezavam e depois criam, rezavam para
poder crer, rezavam para saber como e o que deviam crer”. 13 Porém, a
partir do segundo milênio, quando a teologia se torna uma obra da escola,
e a oração uma atividade circunscrita à igreja ou ao foro íntimo, também
houve a separação entre teologia e mística, de tal forma que o teólogo,
salvo honrosas exceções, foi para as universidades pesquisar e postular
seus discursos teológicos, enquanto o místico foi para o seu oratório rezar e
buscar caminhos de aplicar a santidade no dia a dia. Esta dicotomia causa
um enorme mal na Igreja, pois a fé, de cujo conteúdo a teologia constitui
uma explanação metódica, 14 é, antes de tudo, o deslumbramento diante de
Deus, a quem o crente se entrega confiantemente. Como diz Paul Tillich, o
teólogo, ao contrário de outros pesquisadores, não pode se distanciar do seu
objeto pesquisado, está envolvido nele numa atitude de comprometimento
com o conteúdo que expõe. O teólogo é determinado por sua fé.15 Então o
12
TILLICH, Teologia sistemática, cit., p. 22.
13
GIRAUDO, C. Redescobrindo a Eucaristia. São Paulo: Loyola, 2003, p. 10.
14
Cf. TILLICH, Teologia sistemática, cit., p. 33.
15
Cf. ibidem, p. 28-29.
discurso teológico sem mística fica sem chão, e a mística sem o discurso
teológico fica sem ar.
A mística das comunidades primitivas tinha também um profundo cunho
extático, pois como diz M. R. Del Genio, “a mística cristã originariamente
não era esotérica, mas extática, e tem como fundamento Cristo morto e
ressuscitado”.16 Portanto, a mística não era uma experiência reservada a
uns poucos iluminados, mas a todos os que se deixavam extasiar pela pelo
mistério de Cristo. O encontro com Jesus arrebatou gente de todas as cama-
das sociais do Império Romano e forjou uma situação que o império teve de
assimilar. Mas era na reunião litúrgica dominical que a mística manifestava o
seu auge. Era aí que se vivia o êxtase, isto é, o encantamento experimentado
no mergulho do mistério pascal propiciado por uma liturgia que tinha sinais
da liturgia celestial. Por isso é muito provável que, diante dos tormentos do
martírio, os que estavam para serem sacrificados por Cristo encontrassem
força sobrenatural cantando hinos litúrgicos. E também podemos afirmar: os
que viviam esta experiência extática na liturgia jamais deixaram de celebrar
sua fé regularmente, enquanto os que a perdiam desestimulavam-se; daí a
necessidade da insistência pastoral em relação à frequência na liturgia, o
que já aparece na Carta aos Hebreus: “Empenhemo-nos, portanto, por entrar
nesse repouso, para que este exemplo de indocilidade não leve ninguém a
cair” (Hb 4,11). Cabe já antecipar que este caráter da mística na liturgia foi
resgatado pelo Concílio Vaticano II.
Por fim, a mística das comunidades primitivas tinha também um in-
tenso caráter comunitário, pois, “além disso, desde o início ela assume a
conotação eclesial, expressa principalmente pelo monaquismo”.17 Na primeira
hora, o fato mais contundente e documentado se deu no início do século
IV, lá pelo ano 304, quando, mais ou menos, quarenta cristãos da Abitínia
(Tunísia), enquanto celebravam a Eucaristia, foram presos pelos soldados do
imperador Dioclesiano. Resistindo ao interrogatório, foram todos martirizados,
legando-nos uma das páginas mais belas do testemunho cristão, que vale
como um testamento místico:
O primeiro dos mártires torturados, Télica, gritou: “Somos cristãos. Por
isso, nos reunimos” […]. Vitória, uma das cristãs, declarou: “Tudo o que eu
16
DEL GENIO, Mística, cit., p. 708.
17
Ibidem.
18
Cf. Acta de los mártires, p. 75 (BAC 75).
sua missão: “Eu mesmo lhe mostrarei quanto lhe é preciso sofrer em favor
do meu nome” (At 9,15). Portanto, só é capaz de enfrentar os desafios da
missão, o que muitas se traduzem em sofrimentos e angústias, quem sabe
se maravilhar diante da contemplação do Mistério que a liturgia possibilita.
Para falar do resgate desta mística pelo Concílio Vaticano II, convém ir
à fonte onde ele começou, que é o Movimento litúrgico. Mas antes vamos
dizer umas palavras sobre o Concílio de Trento e a consequente uniformi-
zação da liturgia.
Sabemos que quando Lutero, no século XVI, pôs à luz questões fun-
damentais sobre a Igreja e sua liturgia, havia um ambiente desfavorável ao
diálogo, tanto na Igreja como na sociedade politicamente fragmentada. Nesse
clima, uma discussão sensata pode facilmente degenerar em anarquia. Era
preciso um Concílio forte que o impedisse. Esse concílio foi o Concílio de
Trento.
A reação do Concílio de Trento, na sua grandeza histórica, foi dema-
siadamente preocupada com o controle de tal anarquia e a universalidade
dogmática da Igreja e, por isso, instaurou e universalizou um formalismo
litúrgico rígido para a celebração dos sacramentos da fé. Desta feita, a
Liturgia era essencialmente pautada pela uniformidade ritual, que acabou
sendo mais importante do que a experiência do Mistério. O presbítero que
celebrava “direitinho” e, por isso era considerado piedoso, era aquele que
cumpria todas as rubricas com perfeição. Como consequência, surgiu, então,
a rubricística, que era a disciplina teológica que ensinava de modo científico
as rubricas. Foi esta disciplina que dominou a formação litúrgica do clero.
Perguntamo-nos como se situaria São Felipe Neri (1515-1595), que
viveu a maior parte do seu ministério antes da reforma de Trento. São Fe-
lipe Neri, quando celebrava a Missa, tinha frequentes êxtases. Conforme o
tempo que dispunha para a Missa sem povo, às vezes uma manhã inteira,
combinava com o sacristão que num determinado horário o tirasse do êxtase
para terminar a Missa. Quando celebrava com a comunidade, o sacristão
colocava ao lado do missal um livro de histórias cômicas que aconteceram
com um tal Padre Arlotto. Ao sentir que o êxtase se aproximava, Filipe Neri
lia algumas pequenas histórias, ria, saía do estado místico que o levaria ao
19
BRAGANÇA, J. O. Liturgia e espiritualidade na Idade Média. Lisboa: Universidade Católica,
2008, p. 62.
20
“Nul ne peut se douter qu’une grande oeuvre commence. Tout est humble et misérable : les
bâtiments délabrés, la petite communauté sans argent, sans éclat pour attirer les vocations
et surtout sans expérience de la vie monastique. Son supérieur de vingt-huit ans n’en a
lui-même qu’une connaissance théorique. L’entreprise paraît un acte de folie, si elle n’est
un acte de foi”: http:/www.abbaeydesolesme.fr/FRhistoire/queranger.php?js=1 — Acesso em
10/05/2009.
21
Institutions liturgiques. IV. Paris, 1878-1885.
22
L’Année ligurgique. IV. Burgos, 1954-1956.
23
GOENAGA, J. A. Vida litúrgico-sacramental da Igreja e sua evolução histórica. In: BOROBIO,
D. A celebração na Igreja. V. 1. Liturgia e sacramentologia fundamental. São Paulo: Loyola,
1990, p. 127.
24
Ibidem, p. 127.
25
MARSILI, S. Teologia da celebração da eucaristia. In: AA.VV. A. A Eucaristia; teologia e
história da celebração. São Paulo: Paulinas, 1986, p. 60, nota de rodapé n. 60.
26
FLORES, X. Introdução à teologia litúrgica. São Paulo: Paulinas, 2006, p. 162.
27
Está para ser lançado o livro O mistério do culto no cristianismo, pela Loyola.
28
Cf. MARSILI, Teologia da celebração da eucaristia, cit., p. 61, citando na p. 61 BETZ, J.
Die Eucharistie in der griechischen Väter. I/1, Friburgo, 1955, p. 247.
29
GUARDINI, R. O espírito da liturgia. Rio de Janeiro: Lumen Christi, 1942.
30
Ibidem, p. 82.
31
Ibidem, p. 83-84.
32
Cf. JOÃO XXIII, Discurso na abertura solene do Concilio. In: Documentos do Concílio Ecu-
mênico Vaticano II (1962-1965). São Paulo: Paulus, 1997, p. 28.
33
Ibidem, p. 29.
34
SC 1.
35
SC 7; LG 7.
36
SC 2.
37
SC 10.
38
SC 2.
39
SC 7.
40
SC 37.
41
SC 5.
42
SC 7.
43
Isso recorda o livro de CORBON, J. Liturgia fundamental; misterio — celebración — vida.
Madrid: Palabra, 2001.
44
GIRAUDO, C. Redescobrindo a eucaristia. São Paulo: Loyola, 2003, p. 8.
45
SC 11.
46
SC 14; 16.
47
SC 34.
plano: arrebatamento íntimo, enlevo, encanto. Então, era uma liturgia que
extasiava, isto é, enlevava e encantava, porque conduzia ao Mistério. A mís-
tica extática engaja o místico em todos os significados da liturgia e o leva
à difícil missão de comunicar o “indizível”. Apesar de usar o vocabulário da
teologia apofática, o qual tem na sua essência o caráter negativo (Deus é
indizível, inefável, inacessível etc.), a mística extática, aceitando que Deus
se dá, ousa aventurar-se em busca de uma linguagem que o comunique,
considerando que esta linguagem na liturgia é um fenômeno pentecostal (At
2,1-11); pois é uma linguagem divina, expressa pela semelhança de línguas
de fogo provindas do Céu, que se apoderam da linguagem humana criando a
comunicação horizontal. O caso mais ilustrativo é a visão mística que Teresa
d’Ávila teve das três pessoas da Santíssima Trindade, durante a liturgia. A
partir daí, ela passou a exercitar com mais propriedade o discurso sobre
o dogma trinitário. Uma experiência mística de tal ordem provoca também
uma iluminação no intelecto e produz uma linguagem que resgata o Todo
nos fragmentos da linguagem humana.
Então, podemos dizer que desde o início, a SC busca uma liturgia que
resgate todo o potencial místico das nossas celebrações. Para isso, há de
ser uma liturgia que focalize mais a obra da redenção do que a miséria do
pecador. Em outras palavras, uma liturgia que trate da “preocupação última”
do ser humano e não das preocupações preliminares,48 focalizando a tota-
lidade da realidade humana, a estrutura, o sentido e o alvo da existência,
ou seja, aquilo que determina o seu destino último para além de todas as
necessidades e acidentes preliminares. É uma liturgia, enfim, que mergulha
no mistério da salvação e engaja o homem que luta entre o ser e o não ser
numa vida sem ambiguidades, que, embora seja promessa escatológica, pode
ser experimentada como antecipação na celebração do Mistério de Cristo.
Assim, os primeiros capítulos da SC são basilares para a compreen-
são do resgate na mística na liturgia. Se, no dizer de Silesius, a mística
é a capacidade de ver Deus agora, a liturgia é o lugar por excelência da
mística. Ela expressa de forma plena o mistério de Cristo e leva os fiéis a
48
Por preocupações preliminares, podemos entender aqui aquilo que Guardini chama de “ações
pedagógicas” introduzidas na liturgia para chegar a outros fins que não a própria liturgia. Em
grupos de engajamento político mais consciente, a liturgia pode ser usada pedagogicamente
para conscientização política; nos grupos pastorais acontece o mesmo, como por exemplo
a pastoral do dízimo etc.
49
Sermo 2 De Ascencione. PL 54, 398, citado por COSTA, V. S. Viver a ritualidade litúrgica
como momento histórico da salvação; a participação litúrgica segundo a Sacrosanctum
Concilium. São Paulo: Paulinas, 2005, p. 93.
50
PAULO VI. Motu proprio Sacram Liturgiam (1964). In: Documentos do Concílio Ecumênico
Vaticano II (1962-1965). São Paulo: Paulus, 1997, p. 82-88; PAULO VI. Carta Encíclica
Mysterium Fidei sobre o culto da Sagrada Eucaristia (1965). São Paulo: Paulinas, 1965.
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. A liturgia romana e a inculturação: IV instrução
para uma correta aplicação da constituição conciliar sobre a liturgia. São Paulo: Paulinas,
1994; JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Ecclesia de Eucaharistia sobre a Eucaristia na sua
relação com a Igreja (2003). São Paulo: Paulinas, 2003; CONGREGAÇÃO PARA O CULTO
DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Instrução Redemptionis sacramentum sobre
alguns aspectos que se de deve observar e evitar acerca da santíssima Eucaristia (2004).
São Paulo: Paulinas, 2004; BENTO XVI. Exortação apostólica pós-sinodal Sacramentum
Caritatis sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja (2007). São Paulo:
Paulinas, 2007.
51
GOENAGA, A vida litúrgico-sacramental da Igreja, cit., p. 145.
52
Cf. ŜPIDLÍK, T. Mística russa. In: BORRIELO, et al., Dicionário de mística, cit., p. 748.
53
Missal Romano, narração eucarística dos onze formulários de missa presente no missal
brasileiro.
54
TILLICH, Teologia sistemática, cit., p. 485.
55
Ibidem, p. 557.
56
Ibidem, p. 487.
57
SC 10.
58
A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso
deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-na também
breves momentos de silêncio, de acordo com a assembleia reunida, pelos quais, sob a ação
do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela
oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de
iniciar a própria liturgia da palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após
o término da homilia.
Terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por
algum tempo em silêncio (cf. IGMR 88).
59
The bucked list, capítulo 17.
Carter e uma mulher, que ilustra e evoca de uma forma plástica a natureza
do silêncio do cume da montanha. O tema do diálogo é a experiência no
topo do Himalaia:
─ Eu já estive lá em cima.
─ É mesmo?
─ Durante o dia, o céu é mais negro que azul. Não tem ar
suficiente para refletir a luz do sol. Mas à noite fica salpicado
de estrelas. Parecem tão próximas e brilhantes! É como se o
firmamento fosse um chão de estrelas.
─ Você ouviu?
─ Ouviu o quê?
─ Li o relato de um homem que chegou ao cume, e lá em
cima do topo do mundo vivenciou um silêncio profundo, como
se todo o som tivesse desaparecido. E foi quando ele ouviu o
som da montanha. Ele disse que foi como ouvir a voz de Deus.
Conclusão
60
TILLICH, Teologia sistemática, cit., p. 594.
61
A esse respeito, ler COSTA, Viver a ritualidade litúrgica como momento histórico da sal-
vação, cit.
62
SC 9.
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