Relatório 3 - PENAL

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

NOME:
ISADORA ARAÚJO DE CARVALHO
MATRÍCULA: TURMA:
201807154491
PROFESSOR ORIENTADOR:
FELIPE SIQUEIRA
ESTÁGIO EM:
ESTÁGIO III - PENAL

RESUMO DAS ATIVIDADES REALIZADAS (APRESENTAR ASPECTOS RELEVANTES)

Plantão 3: Habeas Corpus


No plantão do dia 20/09/2023 ministrada pelo professor Felipe Siqueira através da plataforma
Microsoft Teams foi abordado o tema Habeas Corpus. Ele nos explica o que é a execução trabalhista e
como colocar na peça processual, por fim nos apresenta a peça prática.

PLANTÃO 03
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
NOME:
ISADORA ARAÚJO DE CARVALHO
MATRÍCULA: TURMA:
201807154491
PROFESSOR ORIENTADOR:
FELIPE SIQUEIRA
ESTÁGIO EM:
ESTÁGIO III - PENAL

PEÇA PROCESSUAL – HABEAS CORPUS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARGADOR (A)


RELATOR (A) DA...CÂMARA CRIMINALDO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DE...,

URGENTE RÉU PRESO. FRANCISCO

DOUTOS JULGADORES, REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO

HABEAS CORPUS

FRANCISCO, brasileiro, portador da Cédula de Identidade Registro Geral ...,


inscrito no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas ..., residente e domiciliado na Rua ..., Bairro ..., Cidade,
Estado, por sua advogada e bastante procuradora (procuração em anexo), que abaixo assina, com
escritório profissional na Avenida ..., nº ..., Cidade, Estado, CEP ..., onde recebe as notificações oficiais
de estilo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 5º, LXVIII,
da Constituição Federal e artigo 648, incisos I e IV do Código de Processo Penal, impetra.

HABEAS CORPUS

Contra ato do Excelentíssimo Senhor Doutor Juíz de Direito Vara Criminal da


Comarca de ..., Estado de..., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I - DOS FATOS

Francisco de bons antecedentes, com ocupação lícita e residência fixa. juntamente com João
foram denunciados pelos Ministério Público Estadual, em 02 de abril do ano de 2022, como incurso no
tipo penal previsto nos arts. 33 c/c art. 35 da Lei Federal nº. 11.343/2006. Onde Foram acusados de
suposta prática dos delitos de tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico.
Francisco ofertara sua defesa preliminar e, nessa, negou a autoria dos delitos, e pedira a
concessão da liberdade provisória, sem fiança.
Todavia, por meio do despacho que demora, do processo criminal em espécie, o Magistrado a qual
indeferiu o pleito em comento, designando-se, no mesmo ato, a audiência de instrução.
Observa-se que a Autoridade Coatora negara aquele pedido, sob os fundamentos de que tal
pretensão afrontaria a regra explícita contida no art. 44 da Lei de Drogas.
Na fase inquisitorial, para que o fato fosse apurado, o impetrante sempre esteve à disposição da
autoridade policial, mesmo assim, teve contra si prisão decretada sem atender aos requisitos do artigo 312
do Código de Processo Penal, conforme será demonstrado adiante. Quando assim decidiu: Passo a
apreciar o pedido de liberdade provisória, formulado com a defesa preliminar apresentada. Compulsando
os autos, verifico que inexiste qualquer elemento capaz de alterar a classificação penal feita pelo douto
representante do Ministério Público, apoiado que o fez nas convicções da autoridade policial.
De outro norte, é de solar clareza no cenário jurídico atual que o pedido de liberdade provisória,
como ora é feito pelo Réu, encontra óbice no art. 44 da Lei de Drogas, a qual, explicitamente, veda tal
instituto aos delitos de tráfico de entorpecentes e, mais, a associação para o tráfico, que é justamente o
caso em mira. Diga-se, mais, tratar-se de crime hediondo.
Trata-se o impetrante de pessoa radicada em (Cidade), (Estado), tem ocupação lícita e
residência fixa, família constituída.
De outro prisma, visa a prisão preventiva a garantia da instrução criminal, para assegurar a
aplicação da Lei Penal e para garantia da ordem pública e a ordem econômica. Ora, se o impetrante não
resistiu à prisão, tem ocupação lícita, residência fixa, possui bons antecedentes, e não consta dos autos ser
periculoso, estão portanto ausentes todos os pressupostos previstos no art. 312 do CPP. Por fim, peço a
revogação preliminarmente acerca de pedido se por vir de prisão preventiva, , nos termos seguintes.

II - DO DIREITO
Da desnecessidade do pedido de prisão preventiva:
Visa a prisão preventiva a garantia da instrução criminal, para assegurar a aplicação da Lei Penal
e para garantia da ordem pública e a ordem econômica. Ora, se o impetrante não resistiu à prisão, tem
ocupação lícita, residência fixa, possui bons antecedentes, e não consta dos autos ser periculoso,
estão portanto ausentes todos os pressupostos previstos no art. 312 do CPP. Conforme será demonstrado
adiante, não se pode sustentar a prisão cautelar de um jovem cidadão sem as reais necessidades elencadas
no art. 312 do Código de Processo Penal, de forma que não há fundamentação jurídica suficiente para
o pedido da custódia cautelar. Quanto à ausência dos pressupostos autorizadores do artigo 312, do
Código de Processo Penal, e consequente falta de fundamentação da decisão que indeferiu o pedido de
revogação de uma possível prisão preventiva, constata-se da decisão atacada a seguinte motivação;

Quando assim decidiu:


Passo a apreciar o pedido de liberdade provisória, formulado com a defesa preliminar apresentada.
Compulsando os autos, verifico que inexiste qualquer elemento capaz de alterar a classificação penal
feita pelo douto representante do Ministério Público, apoiado que o fez nas convicções da autoridade
policial. De outro norte, é de solar clareza no cenário jurídico atual que o pedido de liberdade
provisória, como ora é feito pelo Réu, encontra óbice no art. 44 da Lei de Drogas, a qual,
explicitamente, veda tal instituto aos delitos de tráfico de entorpecentes e, mais, a associação para o
tráfico, que é justamente o caso em mira. Diga-se, mais, tratar- se de crime hediondo.
No caso em tela, a autoridade coatora, após nomear os pressupostos legais para o decreto
preventivo, se limitou em apresentar fundamentação precária, baseada na gravidade abstrata do
delito e necessidade de preservar a ordem pública, elementos insuficientes para a medida extrema que
exige a demonstração de circunstâncias específicas , baseadas nas peculiaridades do caso, indicadoras da
violação da ordem pública ou da conveniência da instrução criminal, ou com o objetivo de assegurar a
aplicação da lei penal.
Excelência, é notório o fato de que revela-se insuficiente para um possível pedido de prisão
cautelar, se os argumentos da decisão deixam de ser corroborados por elementos concretos idôneos,
os quais, necessariamente devem ser apontados como motivação na decisão judicial.
Nesse sentido, as circunstâncias que norteiam a suposta prática do crime em tela, não são
suficientes, por si sós, para um pedido preventivo de prisão do impetrante, até porque foi
demonstrada a favorabilidade dos seus predicados pessoais, autorizando, consequentemente, a
substituição da constrição cautelar pela liberdade provisória.
Há que se observar ainda o princípio constitucional da presunção de inocência que assegura
que a medida constritiva de liberdade só pode ser mantida se expressamente justificada sua real
indispensabilidade para assegurar a ordem pública ou econômica, a instrução criminal ou
aplicação da lei penal (artigo 312 do Código de Processo Penal), fundamentação esta que, sendo
condição absoluta de sua validade e eficácia, nos termos do artigo 93, inciso IX da Constituição Federal,
deve ser deduzida em relação a fatos concretos, não lhe servindo, para tanto, considerações de ordem
genérica e abstrata, como ocorre neste caso. Ademais, há que se considerar o princípio da
homogeneidade, pelo qual se depreende que um pedido de prisão preventiva do impetrante não é
razoável, uma vez que não é reincidente e nem possui maus antecedentes, em caso de eventual
condenação, o regime de cumprimento de pena será, no máximo, o semiaberto, Assim, ausentes os
requisitos legais descritos no artigo 312 do Código de Processo Penal, autorizadores de um pedido de
prisão preventiva de medida restritiva, resta configurado o constrangimento ilegal. Nesse sentido, já se
manifestou este Egrégio Tribunal:

“EMENTA: HABEAS CORPUS. acusados de suposta prática dos delitos de tráfico de entorpecentes e
associação para o tráfico.. Estando insuficiente o fundamento das decisões para prisões preventivas, bem
como indeferiu suas revogações, deixando de trazer elementos concretos idôneos e, provadas a
existência de bons predicados pessoais, a soltura dos pacientes, vinculadas as medidas cautelares do
artigo 319, do CPP, é medida que se impõe. ORDEM CONHECIDA E CONCEDIDA COM
MEDIDAS CAUTELARES DO ARTIGO 319,
DO CPP. (TJGO, HABEAS CORPUS nº 201790252733, Relatora: Desembargadora Avelirdes Almeida
P. de Lemos)”.

É uníssono o entendimento deste Egrégio Tribunal:

“EMENTA: HABEAS CORPUS. CONCESSÃO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA A MEDIDA


CONSTRITIVA.CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO

1) Ante o caráter de excepcionalidade da medida cautelar, impõe-se a concessão da liberdade


provisória quando o paciente apresenta os requisitos próprios ao benefício, estando ausentes os
pressupostos da prisão preventiva.
2) Ordem concedida. (TJGO, HABEAS CORPUS nº– 201290489297, Relator: Desembargador Paulo
Teles)”.
Finalmente, diante do exposto, a concessão do referido “writ”, HABEAS CORPUS, em favor de
FRANCISCO é medida de mais lídima JUSTIÇA, de forma que o impetrante se compromente perante
este juízo a cumprir as medidas cautelares previstas nos artigos 327, 328, e 319, incisos III e IV, todos
do CPP, sem deixar de observar ainda o artigo 282, § 5º do CPP (os dois últimos artigos com a redação
dada pela Lei nº 12.403/11):
a) Comparecimento a todos os atos processuais;
b) Não mudar de residência, sem prévia autorização judicial;
c) Proibição de ausentar-se da Comarca sem a devida autorização judicial;
d) Proibição de manter contato (próprio ou por interposta pessoa) físico ou por qualquer meio de
comunicação com as vítimas e as testemunhas;
e) Recolhimento domiciliar, no período noturno e dias de folga.

Portanto, diante dos fatos e argumentos aqui apresentados é de se concluir que o impetrante faz juiz a
concessão do HABEAS CORPUS, nos termos da legislação vigente.
III- DO PEDIDO

DIANTE DO EXPOSTO, o indeferimento pelo juízo “a quo” ao pedido feito da liberdade


provisória constitui, sem sombra de dúvida, constrangimento ilegal, vez que o impetrante preenche
todas as condições exigidas para responder e aguardar em liberdade o desenrolar da ação penal.
Nestes termos, o impetrante vem à presença desse Egrégio Tribunal de Justiça, com acatamento e
respeito de costume, requerer o seguinte:
A concessão da ORDEM DE HABEAS CORPUS, LIMINARMENTE, e sua consequente
confirmação, com a dispensa do pedido de informações à autoridade coatora, na modalidade liberatório,
ordenando a imediata expedição do ALVARÁ DE SOLTURA, sem pagamento de fiança, cessando assim
todas as irregularidades cometidas, por ser de pleno direito e JUSTIÇA!

Nestes termos,
pede deferimento.

Teresina, data...

ADVOGADO...
OAB N..

Data: 15/10/2023

ISADORA ARAÚJO DE CARVALHO


Assinatura Estagiário
NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS ESTÁCIO TERESINA
AV. EXPEDICIONÁRIOS, 790, RECANTO DAS PALMEIRAS – TERESINA/PI

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