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EXCELENTÍSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE SÃO PAULO

PROCESSO Nº:
Autor: Ministério Publico do Estado de São Paulo

Acusado: João Mocotó

João Mocotó, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade RG


no ..., inscrito no CPF sob o no ..., residente e domiciliado na Rua…, nº…, Bairro…,
CEP…, Cidade…, Estado…, por seu advogado que abaixo subscrevem, procuração em
anexo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência propor

RESPOSTA A ACUSAÇÃO

Com fulcro nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal pelos movidos que
passa a expor.

I - DOS FATOS

O requerente foi denunciado por suposta pratica do crime de furto previsto no artigo 155,
caput, do Código Penal, eis que a João teria subtraído a bordo de uma aeronave que
pousaria em São Paulo um chocolate da marca Lincht de valor R$ 23,00 (vinte e três
reias) de Sheila Linda enquanto está estava dormindo.

Ressalta-se que ao prestar o depoimento na fase inquisitorial João confessou ter


realizado o furto e que realizou tal ação em razão da saúde do filho, que no momento da
subtração do chocolate estava tendo uma grave e desencadeada crise de diabetes por
isso houve a necessidade de agir rapidamente. Além disso, apresentou laudo médico que
comprovava a gravidade da doença e as suas alegações.
Dito isso, passo a discussão sobre o direito .

III - DO DIREITO
PRELIMINARES DE MÉRITO
Ao tratar da suspensão condicional do processo nota-se que o Ministério Publico não
ofereceu a alternativa. Contudo, o acusado está dentro de todos os requisitos necessário
para que seja oferecido tal beneficio.
Vejamos:
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena
I – o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem
como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III – não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
§ 1º A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

Para que ocorra a suspensão o acusado não pode ser parte de outro processo criminal e
tampouco ter sofrido uma condenação, no entanto verifica-se que João além de ser réu
primário é apenas investigado nos outros dois processos ou seja ainda estão em fase de
inquérito por isso ausente qualquer condenação.

Dessa forma, estando presente o direito da suspensão condicional reclamo pela revisão
quanto a oferta do Ministério Publico.

MÉRITO

DA ATIPICIDADE DA CONDUTA REALIZADA


Em primeiro lugar, é importante iniciar essas breves considerações afirmando que na
doutrina prevalece, hoje, que o crime é composto de três substratos, quais sejam: fato
típico, ilicitude (ou antijuridicidade) e culpabilidade. Um vez observado a presença dos
três, o direito de punir do estado se concretiza, surgindo a famigerada punibilidade.
Ao analisar especificamente o fato típico este subdivide-se em conduta, resultado, nexo
causal e tipicidade. É neste ultimo elemento que proporciona a aplicação do principio da
insignificância.
Nota-se que na presente situação, a ofensa realizada de subtração de um chocolate no
valor de R$23,00 (vinte e três reais) é incapaz de atingir materialmente e de forma
relevante a pessoa do autor, é possível reconhecer o furto como o de pequeno valor.
Assim, presentes todos os requisitos de mínima ofensividade da conduta; ausência de
periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e
inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Diante de tudo e de acordo com o artigo 397, I do Código de Processo Penal resta
caracterizado o principio da insignificância, estando portanto ausente a tipicidade material.

DA ANTIJURIDICIDADE DA CONDUTA
Como mencionado anteriormente João realizou a conduta tipificada no artigo 155, caput,
do Código Penal, apesar disso o cidadão acusado não agiu com a intenção de praticar o
delito. Ao contrário, o requerente agiu por necessidade e presando pela vida de seu filho.
Deste modo conforme o artigo 24 do Código Penal:

"Considera-se em estado de necessidade que pratica o fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se”.

Nesse raciocínio, fica demonstrado que o agente sacrificou o bem jurídico de menor valor
para preservar a vida de outra pessoa, desta forma realizou conduta antijurídica posto que
em tal circunstancia não era razoável exigir uma conduta diferente.

III - DO PEDIDO

Ante todo o exposto, a defesa requer:


a) O recebimento da presente Resposta à Acusação;
b) Que seja o acusado absolvido sumariamente pela atipicidade material da conduta
conforme artigo 397, III, CPP.
c) Que seja absolvido sumariamente pela caracterização do estado de necessidade
segundo artigo 397, I CPP
c) Caso Vossa Excelência não entenda pelo acolhimento das teses apresentadas, que
seja admitida a produção de todas as provas especificamente a oitava de testemunhas e
provas documentais.

Rol de testemunhas: … (qualificação)

Nestes termos,
pede e espera deferimento.

Local - Data

Advogado - OAB

Trabalho de Prática Jurídica III


Aluna: Letícia Ribeiro RA: 2016102473
Aluna: Thacila Cita RA: 2016101140

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