A Imperatividade É Uma Característica Essencial
A Imperatividade É Uma Característica Essencial
A Imperatividade É Uma Característica Essencial
, ou seja, impor aos destinatrios a obrigao de obedecer. No depende da vontade dos indivduos, pois a norma no conselho, mas ordem a ser seguida.
Imperatividade:
um mnimo de exigncia que o direito apresenta com a misso de disciplinar a convivncia no meio social, com o intuito de garantir a ordem social, j que o individuo se apresenta sociedade atravs de normas imperativas. A norma jurdica imperativa porque ela determina com preciso as condutas devidas e proibidas dentro da sociedade em que ela tem influencia.
Informa este princpio que deve haver prevalncia das normas trabalhistas, no podendo as partes, via de regra, as afastarem mediante declarao bilateral de vontades, caracterizando, assim, restrio autonomia das partes no ajuste das condies contratuais trabalhistas Quanto imperatividade as normas podem ser impositivas (ou de imperatividade absoluta), ordenando a ao ou absteno de conduta, sem qualquer alternativa ou opo diferenciada, ou dispositivas (de imperatividade relativa), que por sua vez subdividemse em permissivas, supletivas ou tambm impositivas por interpretao doutrinria ou jurisprudencial. O problema da imperatividade um dos mais complexos da literatura jusfilosfica. Com ele pisamos no controvertido cho do fundamento da validade, isto , do carter vinculatrio das normas jurdicas. Na verdade, qualquer tentativa de fundar a imperatividade das normas jurdicas exige a presena de proposies das quais ela decorra. Se o discurso normativo fosse do tipo discusso, seria possvel contentar-se com a consistncia das conexes dedutivas, o que excluiria a indagao da imperatividade das prprias premissas, pois isto seria exigir proposies capazes de dizer algo sobre si prprias, o que nos poria dentro de uma antinomia semntica. A fundamentao de uma deciso tem uma funo diferente da
fundamentao de uma hiptese cientfica. Enquanto esta visa a produzir no ouvinte um sentimento de convico, que se funda na verdade, a fundamentao do discurso-contra no exige que o ouvinte se renda, mas apenas que este reconhea que o autor da fundamentao est seguro do que diz (fundamentao persuasiva), donde ser funo da fundamentao de uma deciso constituir um elemento de ligao e de controle de uma discusso superveniente, ou seja, fornecer indicaes para o seu comportamento (por exemplo, numa deciso judicial, se desta deve ou no ser recorrida). Da decorre para o problema da imperatividade esta situao paradoxal, que exige, no s a demonstrao do carter vinculatrio das normas, mas das prprias premissas em que nos apoiamos. Normas so entendidas como discursos, portanto, interaes em que algum d a entender a outrem alguma coisa, fixando-se, concomitantemente, a relao entre quem fala e quem ouve. Do ngulo da pragmtica, importante esta concepo do discurso como relao entre orador e ouvinte, enquanto mediados por mensagens. Os discursos normativos constituem um sistema interacional no sentido de que comunicadores normativos esto, ao falar, num processo constante de definio das suas relaes, que determinam as suas falas como quaestiones. Note-se que normas no se confundem com os seus relatos, mas incluem os cometimentos. Normas jurdicas so discursos heterolgicos, decisrios, estruturalmente ambguos, que instauram uma metacomplementaridade entre orador e ouvinte e que, tendo por quaestio um conflito decisrio, o solucionam na medida em que lhe pem um fim. Assim, o objeto dos sistemas normativos so normas (especificadas por seus atributos: validade e efetividade). O que d a coeso do sistema, como um todo, so as relaes entre elas. As relaes so de imunizao contra certas reaes dos endereados e de produo de certas reaes (exigncia e obedincia). As relaes, por sua v, so reguladas por certas regras que do ao sistema o seu parmetro: imperatividade. O sistema normativo jurdico do tipo aberto, estando em relao de importao e exportao de informaes com outros sistemas (o dos conflitos Pgina 29 de 35 sociais, polticos, religiosos, etc.), sendo ele prprio parte do subsistema jurdico (que no se reduz a normas, mas incorpora outros modos discursivos). A imperatividade do Direito consiste na aplicao da lei vigente, forando o operador do direito a limitar sua atuao jurdico-social legalidade positivista preexistente. Quanto aos tipos de imperatividade, as normas podem ser impositivas (ou de imperatividade absoluta), ordenando a ao ou absteno de conduta, sem qualquer alternativa diferenciada, ou dispositivas (de imperatividade relativa), que por sua vez subdividem-se em permissivas, supletivas ou tambm impositivas por interpretao doutrinria ou jurisprudencial.
Este trabalho tem a ambio de contribuir em alguma medida para que o Supremo Tribunal Federal, data maxima vnia, comece a entender e concretizar que os princpios constitucionais so normas jurdicas, e como tais, pretendem produzir efeitos positivos sobre a realidade. Conforme se ver mais adiante, o Supremo Tribunal Federal, em sede de recurso extraordinrio, na opinio de alguns ministros, a ofensa a Constituio dever ser direta e frontal, conseqentemente, se a interposio do recurso for com base em principio constitucional, e como este demanda exame das normas ordinrias, logo, a ofensa seria indireta e reflexa, da a impossibilidade com fundamento em princpio. No deixa de ser uma posio anti-principiolgica nas decises do Supremo Tribunal Federal Veja alguns acrdos daquela Corte, nesse sentido: AI-AGR 190912/sp So Paulo. AG.RE NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. Relator: Min. Maurcio Corra. Julgamento: 25/03/1997. rgo Julgador: Segunda Turma. Publicao: DJ. 23.05.1997 pp-21734 Ement vol01870-04 pp 00801. Ementa: Agravo Regimental em Agravo de Instrumento. Ausncia de Prequestionamento. Smulas 282 e 356/stf. Ofensa a Princpios Constitucionais. Alegao a ser aferida a partir da interpretao de normas infraconstitucionais. Impossibilidade. 1 inadmissvel o recurso extraordinrio quando o tema constitucional suscitado no foi objeto do indispensvel prequestionamento. Incide o bice das smulas 282 e 356 desta corte. 2A violao norma constitucional, capaz de viabilizar a instncia extraordinria, h de ser direta e frontal e no aquela que demandaria, antes, o exame das normas ordinrias. Agravo Regimental a que se nega provimento. Outra, AI-AgR564079/RJ-RIO DE JANEIRO AG.REG.NO AGRAVO de INSTRUMENTORelator(a): Min.SEPLVEDA PERTENCE Julgamento: 21/02/2006 rgo Julgador: PrimeiraTurma Publicao: DJ 24-03-2006 PP-00030 EMENT VOL-02226-08 PP-01624 EMENTA: 1. Ampla defesa: no ofende o art. 5, LV, da Constituio, acrdo que mantm o indeferimento de diligencia probatria tida por desnecessria: precedente. 2. Recurso extraordinrio: descabimento: controvrsia decidida luz de legislao infraconstitucional: a alegada ofensa a dispositivos constitucionais, se ocorresse, seria reflexa ou indireta, de exame invivel no RE, incidncia do princpio da Smula 636. Ademais, ausente negativa de prestao jurisdicional ou violao dos princpios constitucionais apontados no recurso extraordinrio. Na verdade, alguns ministros da mais alta Corte do pas, data maxima vnia, continuam com o pensamento de outrora, do positivismo, melhor dizendo, que o princpio no norma jurdica, fonte normativa secundria, meras pautas programticas, carncia de normatividade, princpios constitucionais genricos ofensa indireta, estabelecendo, portanto, a sua irrelevncia jurdica. Alguns juristas no concordam com esse entendimento da Corte, inclusive o subscritor deste artigo. Veja, agora, alguns posicionamentos: Recentemente, (17/5, quarta-feira) a procuradora mineira e futura ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lcia Antunes Rocha, ao ser sabatinada durante duas horas na Comisso de Constituio, Justia e Cidadania do Senado, mencionou sobre os princpios: No faltam leis no pas, falta aplicao coerente dos princpios que a Constituio estabeleceu. Gustavo Zagrebelsky, ll Diritto Mite. Torino: Einaudi, pg. 149-150, menciona :. se o ordenamento no contivesse princpios e fosse composto apenas por regras, seria vantajoso substituir todos os juzes por computadores, diante do automatismo do processo de aplicao do direito. No mesmo sentido:
O constitucionalista norte-americano Bruce Ackerman, O Novo Constitucionalismo Mundial, In: Daniel Sarmento, Direitos Fundamentais e Relaes Privadas, pg. 88, assevera: que (...) a relutncia do Tribunal Constitucional em interpretar a Constituio de 1988 como uma constituio de princpios leva os advogados a duvidarem se a Constituio brasileira de fato um recomeo. Esses dois acrdos da Corte Constitucional, e provavelmente h outros, data maxima vnia, alm de no encontrar guarida na boa doutrina, sequer h respaldo na Constituio, como se demonstrar, at porque, os princpios constitucionais so normas jurdicas e como tais, tm aplicabilidade imediata. Para o esclarecimento da temtica que me proponho a debater, necessrio alguma digresso. Outrora, os princpios no gozavam de normatividade suficiente para serem consideradas normas jurdicas. Jos Joaquim Gomes Canotilho, o maior constitucionalista da lngua portuguesa, tambm no dava aos princpios a normatividade necessria para a sua concretude, conforme consignado em sua obra Direito Constitucional e Teoria da Constituio, 1.998, pg. 1045/5, onde apresentava um conjunto de critrios para a distino entre regras e princpios. Para o estudo que nos interessa, veja, o que o mestre de Coimbra, mencionava sobre princpio: (...) b Grau de determinabilidade na aplicao do caso concreto: os princpios, por serem vagos e indeterminados, carecem de mediaes concretizadoras (do legislador ? do Juiz ?), enquanto as regras so susceptveis de aplicao directa. Continua o mestre: enquanto um direito constitucional pode ser directamente invocado em tribunal como justificativo de um recurso de direito pblico, j a inobservncia de um princpio considerada insusceptvel de, por si s, fundamentar autonomamente um recurso contencioso. Seria, por exemplo, difcil fazer valer uma pretenso em tribunal invocando-se to somente o princpio da proporcionalidade. Os princpios fundamentais, fornecendo embora directivas jurdicas para uma correta anlise dos problemas constitucionais, no possuem normatividade individualizadora que os torne suscetveis de aplicao imediata e autnoma. Entretanto, como tudo muda, o direito dinmico, preciso acompanhar a evoluo da sociedade, e graas ao bom Deus, o mestre de Coimbra tambm mudou. Mais tarde, em edio atualizada de sua obra, que o mestre portugus passou a ter um posicionamento principialista, passando a reconhecer a fora normativa imediata dos princpios constitucionais, veja: Hoje no h normas constitucionais programticas. claro que continuam a existir normas-fim, normastarefa, normas-programa que que impem uma actividade e dirigem materialmente a concretizao constitucional. Mas o sentido destas normas no o que lhes assinalava tradicionalmente a doutrina: simples programas, exortaes morais, declaraes, sentenas polticas, aforismos polticos, promessas, apelos ao legislador, programas futuros, juridicamente desprovidos de qualquer vinculatividade. s normas programticas reconhecido hoje um valor jurdico constitucionalmente idntico ao dos restantes preceitos da Constituio. Mais do que isso: a eventual mediao da instncia legiferante na concretizao das normas programticas no significa dependncia deste tipo de normas da interposio do legislador; a positividade das normas-fim e normas-tarefa (normas programticas) . Uma parte da doutrina e da jurisprudncia brasileira ainda resiste a no reconhecer a fora normativa dos princpios constitucionais, ou quem sabe, no se aperceberam que o mestre de Coimbra mudou a sua posio, haja vista que, at ento, os juristas tinham em Canotilho como norte s suas inspiraes jurdicas. De qualquer sorte, hodiernamente, se reconhece que as normas jurdicas, so compostas de regras e princpios, e no como outrora, apenas de regras. Ora, se os princpios so uma das espcies normativas, e se as normas jurdicas esto a para serem concretizadas no mundo dos fatos, no h razo nenhuma que justifique, com honestidade intelectual, que os princpios constitucionais no podem embasar uma pretenso em juzo. Entendimento diverso implica relegar inocuidade o conceito de normas jurdicas. Tornou-se comum mencionar na boa doutrina que as normas jurdicas so compostas de normas-regras e normas- princpios, assim, sem embargos de j no subsistir a divergncia no que tange a noo de que princpios e regras so tipos de normas, ambos dotados de imperatividade. Logo, afirmar que princpio constitucional norma jurdica imperativa, significa que o efeito por ele pretendido dever ser imposto coativamente pela ordem jurdica caso no se realize espontaneamente, como se passa com as demais normas jurdicas. Ademais, muitos ainda no se aperceberam que j samos do positivismo, e agora, estamos no ps-positivismo, graas a Crisafulli, Dworkin e Alexy, dentre outros, logo, a norma conceitualmente elevada categoria de gnero, do qual as espcies vm a ser o princpio e a regra. E o que significa ser uma norma jurdica, uma vez que, com a entrada do ps-positivismo, o princpio passou a ser uma das espcies de normas, melhor dizendo, o que significa para o princpio ser norma jurdica ? Significa a imperatividade de seus efeitos propostos, em outro dizer, pretendem produzir algum efeito no mundo dos
fatos. Para os princpios alcanarem o estgio atual de normas jurdicas foram necessrias vrias etapas. Para clarificar a temtica com acuidade, nada melhor, invocar o mestre cearense, Paulo Bonavides, Curso de Direito Constitucional, 8 edio, 1.999, pg. 228 e ss, que menciona: a normatividade dos princpios percorreu trs fases distintas: a jusnaturalista, a positivista e a ps-positivista. Na primeira, os princpios estavam fora do direito, em um campo metafsico, associados dimenso ticovalorativa inspiradora do direito. Na fase positivista, os princpios ingressaram nos cdigos e leis como fonte normativa subsidiria com a funo de garantir a inteireza e coeso do sistema. Por fim, a fase ps-positivista atual, na qual os princpios constitucionais tm um papel fundamental, consagra os princpios no apenas como direito, mas como pedestal normativo sobre o qual assenta todo o edifcio jurdico dos novos sistemas constitucionais. Ainda, Bonavides, em seu livro, agora, 13 edio, pg. 294, menciona que o teoria dos princpios chega a fase ps-positivismo com os seguintes resultados j consagrados, veja: A teoria dos princpios chega presente fase do ps-positivismo com os seguintes resultados j consolidados: a passagem dos princpios da especulao metafsica e abstrata para o campo concreto e positivo do Direito, com baixssimo teor de densidade normativa; a transio crucial da ordem jusprivatista (sua antiga insero nos Cdigos) para a rbita juspublicstica (seu ingresso nas Constituies); a suspenso da distino clssica entre princpios e normas; o deslocamento dos princpios da esfera da jusfilosofia para o domnio da Cincia Jurdica; a proclamao de sua normatividade; a perda de seu carter de normas programticas; o reconhecimento definitivo de sua positividade e concretude por obra sobretudo das Constituies; a distino entre regras e princpios como espcies diversificadas do gnero norma; e, finalmente, por expresso mxima de todo esse desdobramento doutrinrio, o mais significativo de seus efeitos: a total hegemonia e preeminncia dos princpios. O Professor Eros Roberto Grau, atualmente, Ministro do Supremo Tribunal Federal, de sua monografia A Ordem Econmica na Constituio de 1988, pg. 125, no captulo intitulado Os princpios e as regras jurdicas, assevera: Pois bem, quanto aos princpios positivos do Direito, evidentemente reproduzem a estrutura peculiar das normas jurdicas. Quem o contestasse, forosamente teria de admitir, tomando-se a Constituio, que nela divisa enunciados que no so normas jurdicas. Assim, p. ex. quem o fizesse haveria de admitir que o art. 5, caput, da Constituio de 1988, no enuncia norma jurdica ao afirmar que todos so iguais perante a lei (...). Isso, no entanto, insustentvel, visto que temos a, nitidamente, tal como nos arts. 1, 2, 17, 18, 37, vg. autnticas espcies de norma jurdica. Carmem Lcia, Antunes Rocha, futura ministra do STF, em sua obra Princpios Constitucionais da Administrao Pblica, Bela Horizonte, Del Rey, 1994, testifica : A norma que dita um principio constitucional no se pe contemplao, (...) pe-se observncia do prprio Poder Pblico do Estado e de todos os que sua ordem se submetem e da qual participam. Ana Paula de Barcellos, A Eficcia Jurdica dos Princpios Constitucionais, Renovar, 2002, pg. 82, testifica: E por que os princpios no poderiam dispor da eficcia positiva tpica das regras?. Por que no se poderia extrair diretamente dos princpios pretenses - pleiteveis diante do Poder Judicirio capazes de implementar de forma direta os efeitos propostos pelo princpio e no cumpridos: a conseqncia jurdica perfeitamente simtrica ? Por que no seria possvel associar essa espcie de conseqncia jurdica aos princpios constitucionais? Quais os fundamentos para a afirmao corriqueira de que os princpios no podem apresentar a modalidade de eficcia positiva ou simtrica? Qual o caminho lgico para se chegar a tal concluso? No h nenhuma razo, a priori, que se imponha por sua evidncia ou obviedade, ou qualquer argumento geral e definitivo que impea a concluso de que os princpios podem tambm dispor da eficcia jurdica simtrica, na medida em que so igualmente normas jurdicas. Por outro lado, bom de se ver, que os demais ministros tm entendimento diferente, j entenderam que os princpios so normas jurdicas, embora essa questo ainda no esteja consolidada, mas j um bom comeo, creio, que agora s uma questo de tempo, veja; Voto do Min. Celso de Mello, proferido na PET-1458/CE-Cear/Petio/Julgamento:26/02/1998. Publicao: DJ Data 04.03.98 P-00010 O respeito incondicional aos princpios constitucionais evidencia-se como dever inderrogvel do Poder Pblico. A ofensa do Estado a esses valores - que desempenham, enquanto categorias fundamentais que so, um papel subordinante na prpria configurao dos direitos individuais ou coletivos - introduz um perigoso fator de
desequilbrio sistmico e rompe, por completo, a harmonia que deve presidir as relaes, sempre to estruturalmente desiguais, entre os indivduos e o Poder. RE 158655/ PA Par - RECURSO EXTRAORDINRIO. Relator: Min. MARCO AURLIO. Julgamento: 20/08/1996 rgo Julgador: Segunda Turma Publicao: DJ 02.05.1997 PP-16567 EMENT VOL 01867-01 PP 00171 DEFESA DEVIDO PROCESSO LEGAL INCISO LV DO ROL DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS EXAME LEGISLAO COMUM. A intangibilidade do preceito constitucional assegurador do devido processo legal direciona ao exame da legislao comum. Da a insubsistncia da tica segundo a qual a violncia Carta Poltica da Repblica, suficiente a ensejar o conhecimento de extraordinrio, h de ser direta e frontal. Caso a caso, compete ao Supremo Tribunal Federal exercer crivo sobre a matria, distinguindo os recursos protelatrios daqueles em que versada, com procedncia, a transgresso a texto constitucional, muito embora torne-se necessrio, at mesmo, partir-se do que previsto na legislao comum. Entendimento diverso implica relegar inocuidade dois princpios bsicos em um Estado Democrtico de Direito o da legalidade e do devido processo legal, com a garantia da ampla defesa, sempre a pressuporem a considerao de norma estritamente legal. (...) E, finalmente, ELLEN GRACIE. Julgamento: 08/10/2002. rgo Julgador> Primeira Turma. Publicao: DJ 06.12.2002 PP 00065 EMENT VOL 02094-02 PP 00391 LEI N 8.030/90. EFEITOS RETROATIVOS SOBRE CONTRATOS ANTERIORES A SUA EDIO. ART. XXXVL DA CF/88. OFENSA DIRETA. 1 O controle de constitucionalidade exercido em hiptese de ofensa ao princpio da irretroatividade das leis (art. 5. XXXVl, da CF/88) pressupe a interpretao da lei ordinria, cuja validade se pretende questionar, no havendo que se falar em ofensa indireta. (...) Ademais, a nossa Carta da Repblica, em seu artigo 102, lll, a, menciona que caber recurso extraordinrio quando a deciso recorrida contrariar dispositivo constitucional, assim, se a deciso recorrida contrariar princpio constitucional, configurado est o pressuposto para o cabimento do recurso extraordinrio. Por outro lado, esclareo desde j, nem se argumente que, no caso, a contrariedade seria reflexa ou mediata, pelas seguintes razes: 1. primeiro, porque a Constituio no exige que a contrariedade seja direta; 2. segundo, porque os princpios constitucionais so normas jurdicas e, por isso, sempre que a deciso contrariar o princpio estar contrariando a norma constitucional diretamente e na sua pior forma de violao, que a contrariedade a princpio. Por derradeiro, quero convidar o operador do Direito a comear a gerir a sua funo social com base no princpio constitucional, pois a est a razo, as luzes que sero lanadas para bem interpretar as regras. Luiz Carlos Forghieri Guimares mestre em Direito Constitucional/econmico e Coordenador e Professor do curso Reviso dos Contratos Bancrios luz da Constituio Federal da Escola Superior de Advocacia ESA/OABSP