Homeopatia Controle Carrapatos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO DA


FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

HOMEOPATIA NO CONTROLE DE
CARRAPATOS Rhipicephalus microplus
EM BOVINOS MESTIÇOS LEITEIROS

Pedro Gilberto Silva de Morais


Biólogo

UBERLÂNDIA- MINAS GERAIS – BRASIL


Março 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO DA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

HOMEOPATIA NO CONTROLE DE
CARRAPATOS Rhipicephalus microplus
EM BOVINOS MESTIÇOS LEITEIROS

Pedro Gilberto Silva de Morais


Orientador: Prof. Dr. Edmundo Benedetti

Dissertação apresentada ao Programa de Pós


Graduação da Faculdade de Medicina
Veterinária de Uberlândia, como parte das
exigências para a obtenção do título de
Mestre em Ciências Veterinárias (Produção
Animal).

UBERLÂNDIA- MINAS GERAIS – BRASIL


Março 2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil

M827h Morais, Pedro Gilberto Silva, 1964-


2014 Homeopatia no controle de carrapatos (Rhipicephalus microplus) em
bovinos mestiços leiteiros/ Pedro Gilberto Silva de Morais. - 2014
39 fl.: Il.

Orientador: Edmundo Benedetti.


Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia.
Programa de Pós Graduação em Ciências Veterinárias.
„Inclui Bibliografia.

1. Veterinária – Teses. 2. Bovino de leite – Parasitos – Teses. 3.


Homeopatia veterinária – Teses. I. Benedetti, Edmundo. II Universidade
Federal de Uberlândia. Programa de pós Graduação em Ciências Veterinárias.
III Título.

_____________________________________________________________CDU: 619
II

“O fardo é proporcional às
forças, assim como a recompensa
será proporcional ao mérito”
Allan Kardec
III

AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS pelas oportunidades a mim proporcionadas, por sempre colocar uma mão
amiga nos momentos mais difíceis, pelo conhecimento e pela VIDA.

À minha mãe, Audília de Morais e Silva, pelos exemplos de paciência e esperança.

Ao meu filho Rafael Henrique Ribeiro de Morais pela cumplicidade, companheirismo,


compreensão e auxílio no manejo dos animais, coletas do sangue e companhia nas viagens.

À Betania Aparecida Alves, companheira, que durante a execução deste trabalho sempre foi
apoio, estímulo e compreensão.

Aos meus irmãos Gildo, Gilson e Gilca Silva de Morais pelo estímulo e o apoio.

À Cícera Mendes Silva e filhos, proprietários do Sítio Juca Moreira, onde foi realizado o
experimento.

Aos produtores Carlos Muniz Marques, Zigomar dos Santos Marques e familiares por
cederem em forma de parceria 26 animais do seu plantel, para a execução deste experimento.

Ao meu amigo, professor e orientador Edmundo Benedetti, pela acolhida, estímulo, apoio e
orientação, em uma área de pesquisa ainda considerada como pouco importante.

Ao professor Antonio Vicente Mundim pelo apoio para a realização dos hemogramas e
bioquímicos, orientação sobre as análises, assim como a permissão para utilização do
Laboratório de Análises Clínicas da FAMEV/UFU.

Ao professor Ednaldo Carvalho Guimarães, pela realização da estatística deste trabalho,


sempre nos atendendo com presteza e cortesia. IV

Aos professores Anna Monteiro Correia Lima, Evandro Abreu Fernandes, Isabel Cristina
Ferreira, Mara Regina Bueno Mattos Nascimento, Matias Juan Pablo Szabo, Ricarda Maria
dos Santos, pela transmissão de conhecimento, pelo convívio e estímulo.

Ao professor da graduação do curso de Medicina Veterinária João Batista Ferreira Santos e ao


colega de mestrado Luis Claudio Olivalves pela sua amizade e apoio durante alguns
momentos difíceis durante o mestrado.

À equipe (residentes, estagiários e funcionários) do Laboratório Clínico Veterinário, da


FAMEV/UFU, especialmente aos técnicos Felipe Cesar Gonçalves e Sebastião Firmiano de
Araujo, pelo auxílio na realização dos hemogramas e bioquímicos.
À empresa RURALTECH LTDA pela doação de bolsa estudos, durante 15 meses,
contribuindo para execução deste trabalho, especialmente ao Sr. Leonardo N. Sorna e Sr.
Anderson Rodrigues Faria pela fidalguia no trato durante esse trabalho.

A grande amiga professora da FACIP/UFU, Gabriela Lícia Santos Ferreira pela acolhida
quando as dúvidas sobre a viabilidade da pesquisa.

À Doutora Cecília José Veríssimo do Instituto de Zootecnia pelo estímulo nos eventos
científicos e na pesquisa.

À Bióloga Marcela Alves Lima pela contribuição com a língua inglesa.

Aos demais familiares, amigos, companheiros de trabalhos, professores, técnicos e


funcionários da Universidade Federal de Uberlândia.

MUITO OBRIGADO!!!
V

SUMÁRIO
Páginas
LISTA DE ABREVIATURA ................................................................. VII
LISTA DE FIGURAS ............................................................................ VIII
LISTA DE TABELAS ........................................................................... IX
RESUMO ............................................................................................... X
Palavras-Chave ....................................................................................... XI
ABSTRAT .............................................................................................. XII
Keywords ................................................................................................ XII
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 01
2 OBJETIVOS ........................................................................................ 02
2.1 Objetivo Geral .................................................................................. 02
2.2 Objetivos específicos ........................................................................ 02
3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................... 02
3.1 Origem dos Bovinos ......................................................................... 02
3.2 Pecuária Leiteira no Brasil ............................................................... 03
3.3 Raça Girolanda ................................................................................. 05
3.4 Carrapato do Boi ............................................................................... 06
3.5 Formas Atuais de Combate ao Carrapato do Boi ............................. 08
3.5.1 Controle Alopático ........................................................................ 08
3.5.2 Controle Estratégico ...................................................................... 10
3.5.3 Controle Biológico ........................................................................ 10
3.5.4 Controle Imunológico .................................................................... 10
3.5.5 Homeopatia.................................................................................... 11
3.6 Escore de Condição Corporal ........................................................... 12
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 13
4.1 Local ................................................................................................. 13
4.2 Período do Experimento ................................................................... 13
4.3 Os Animais ....................................................................................... 13
4.4 Alimentação dos Animais................................................................. 13
4.5 Tratamento ........................................................................................ 14
4.5.1 Vacinas, Medicamentos e Cuidados com as Crias ........................ 16
VI
4.5.2 Controle de Ectoparasitos .............................................................. 16
4.5.3 Reprodução dos Bovinos ............................................................... 16
4.6 Avaliação da Presença de Carrapatos ............................................... 16
4.7 A colheita e Processamento das Amostras de Sangue ...................... 17
4.8 Escore de Condição Corporal (ECC) .............................................. 18
4.9 Leite Produzido ................................................................................ 18
4.10 Metodologia Estatística .................................................................. 19
4.10.1 Comentário sobre a Estatística .................................................... 20
4.11 Comitê de Ética em Pesquisa Utilizando Animais
(CEUA) .................................................................................................. 20
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 20
5.1 Contagem de Teleóginas Acima de 4 mm ........................................ 21
5.2 Teleóginas com Alterações Morfológicas ........................................ 23
5.3 Resultados dos Hemogramas ............................................................ 26
5.5 Escore de Condição Corporal ........................................................... 29
5.6 Leite Produzido pelos Bovinos em Lactação ................................... 29
6 CONCLUSÃO ..................................................................................... 30
7 REFERÊNCIAS .................................................................................. 30
APÊNDICE ............................................................................................ 36
Apêndice I - Esboço do Mapa das Pastagens ......................................... 37
ANEXO .................................................................................................. 38
Anexo 01 - Parecer do CEUA ................................................................ 39
VII

LISTA DE ABREVIATURAS
CEUA – Comitê de Ética em Pesquisa Utilizando Animais
CH - Centesimal Hanhnemanniana
ECC - Escore de Condição Corporal
EDTA-K- Etilenodiaminotetracético Sal Tripotássico
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FACIP – Faculdade de Ciências Integradas do Pontal
FAMEV – Faculdade de Medicina Veterinária
g/dL – Grama por decilitro
gr- Grama
HCT – Porcentagem de Hematócritos
HGB - Hemoglobinas
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Kg - Quilo
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MCH – Hemoglobina Celular Média
MCHC – Concentração do Sangue
MCV – Volume Celular Médio
mm – Milímetros
PLT – Plaquetas
q.s.q – Veículo inerte
RBC – Hemácias
S - Sul
SNPA - Secretaria Nacional de Produção Agropecuária
sp – Espécie não definida.
spp– Espécies não definidas
UFU – Universidade Federal de Uberlândia
x - Vezes
W - Norte
WBC - Leucócitos
µL– Microlitro
VIII

LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Foto do úbere com infestação de carrapatos ....................... 06
Figura 02 - Esquema simplificado do ciclo de vida do
carrapato (Rhipicephalus microplus). ..................................................... 07
Figura 03 – Animais do grupo T1 se alimentando da
mistura ração e homeopático. ................................................................. 15
Figura 04 – Animais do grupo T2 se alimentando da
mistura ração e calcário .......................................................................... 16
Figura 05 – Comparação de teleóginas retiradas de animal
do grupo T1 com alteração morfológica e teleóginas
retiradas de animais do grupo T2 ........................................................... 24
Figura 06 – Comparação entre tamanho de teleóginas
retiradas do grupo T1 e T2 ..................................................................... 26
Gráfico 01 – Médias das plaquetas dos grupos
experimentais .......................................................................................... 27
IX

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Distribuição dos animais nas pastagens


durante o experimento ............................................................................ 21
Tabela 02 – Quantidade mensal de teleóginas acima de 4
mm aderidas à pele dos animais ............................................................. 22
Tabela 03 – Soma da quantidade de chuva no imóvel e
aplicações de cipermetrina durante o experimento................................. 24
Tabela 04 – Soma mensal de teleóginas com alterações
morfológicas ........................................................................................... 25
Tabela 05 – Médias de mensais de plaquetas dos animais
dos grupos experimentais ....................................................................... 28
Tabela 06 – Quantidade de animais que deram cria e
produção de leite durante o período experimental ................................. 29
X

HOMEOPATIA NO CONTROLE DE CARRAPATOS Rhipicephalus microplus


EM BOVINOS MESTIÇOS LEITEIROS
RESUMO - A bovinocultura leiteira é uma das principais atividades financeiras do Brasil,
mas sofre com a presença dos parasitos, especialmente o Rhipicephalus microplus. O
tratamento das parasitoses com produtos alopáticos é comum, porém deixa resíduos na carne
e no leite, além de induzir resistência no carrapato. A homeopatia tem sido aplicada por
alguns produtores com sucesso. Neste trabalho objetivou-se a avaliação do efeito de
bioterápico contra carrapatos em 36 fêmeas bovinas mestiças Bos taurus taurus x Bos taurus
indicus, divididas em três grupos experimentais de 12 animais cada. O grupo T1 recebeu
bioterápicos, grupo T2 ficou no mesmo pasto, com mesmo manejo e recebeu placebo e grupo
T3 ficou em pasto separado e recebeu placebo. Contou-se diariamente as teleóginas
ingurgitadas (acima de 4 mm) anotando-se, por 4 meses, separando os animais
randomicamente pela sua susceptibilidade ao ectoparasito. Após esse período, continuou a
contagem diária e anotação da quantidade de teleóginas acima de 4 mm. A soma mensal da
teleóginas foi obtida observando a contagem diária de teleóginas entre os dias 20 de um mês e
dia 19 do mês seguinte. Mensalmente, foram realizados o hemograma completo e mediu-se os
índices de concentração de colinesterase, fosfatase alcalina-ALP, aspartato aminotransferase-
AST e gama glutamiltransferase-GGT no plasma sanguíneo. O experimento foi conduzido em
delineamento inteiramente ao acaso em esquema parcela subdividida no tempo composto de
três grupos, sete meses de avaliação com 12 repetições totalizando 252 avaliações das 23
variáveis, sendo 15 fornecidas pelo hemograma, quatro pelo exame bioquímico do plasma,
duas observações dos parasitos e duas observações dos animais. Verificou-se que o grupo T1
teve menos teleóginas ingurgitadas que T2, que apresentou menos teleóginas que T3. Foram
encontradas teleóginas com alterações morfológicas aderidas à pele dos animais do grupo T1
e também por três vezes houve uma infestação de fases jovens do parasito que não
ingurgitaram nos animais do grupo T1. Nos exames de sangue observaram-se que não houve
diferenças estatísticas entre os grupos, mas plaquetas e eosinófilos no grupo T1 apresentaram
diferenças entre os meses, apesar de ficarem entre os valores considerados normais para a
espécie. As enzimas observadas apresentaram dentro dos parâmetros da normalidade e não
houve diferença estatística, nem entre os meses e nem entre os grupos. Os animais
apresentaram escores corporais entre 2 e 4 e o leite produzido manteve-se de acordo com a
Instrução Normativa 62 do MAPA. O bioterápico reduziu a infestação de carrapatos no grupo
T1.
XI

Palavras Chave – Bos taurus; Homeopatia; Rhipicephalus microplus; Teleóginas.


XII

HOMEOPATHY IN CONTROL OF TICKS Rhipicephalus microplus IN DAIRY


CATTLE CROSSBREDS
ABSTRACT - The dairy cattle is a major financial activities in Brazil, but suffers by the
presence of parasites, particularly Rhipicephalus microplus. Treatment of parasitic diseases
with allopathic products is common, but leave residues in meat and milk, besides to induce
resistance in ticks. Homeopathy has been applied successfully by some producers. This work
aimed to evaluate the effect biotherapic against ticks in 36 crossbred female cattle Bos taurus
taurus x Bos taurus indicus, divided into three experimental groups of 12 animals each. The
T1 group received biotherapics, T2 group was placed in the same pasture with the same
management and received placebo, the T3 group was placed in a separate pasture and
received placebo. Daily engorged gravid females (above 4 mm) were counted and notes were
taken for 4 months, the animals were randomly separated considering susceptibility to
ectoparasite. After this period, daily counting continued and recording the number of
engorged female ticks above 4 mm. The monthly sum of gravid females was obtained by
observing the daily count of gravid females between the 20th month and 19th day of the
following month Each month, the CBC was performed and measured the-glutamyl GGT
concentration indices cholinesterase, alkaline phosphatase-ALP, AST aspartate
aminotransferase, and gamma in blood plasma. The experiment was conducted in a
completely randomized design in layout plots in time consists of three groups, seven months
review with 12 repetitions totaling 252 reviews from 23 variables , 15 were provided by the
CBC, four of the plasma biochemical examination, two of the observations of parasites and
two from the observations of animals. It was found that the T1 group gravid females had
engorged less than T2 which had engorged females less than T3. Gravid females with
morphological changes were found adhered to the skin of the T1 group and three times
occured an infestation of the parasite life stages which didn't ingurgitate in the T1 group. In
blood tests revealed that there were no statistical differences between groups, but platelet
,eosinophils in group T1 differ between months , despite being among the values considered
normal for species. Enzymes observed were within normal limits and there was no statistical
difference between months or between groups. The animals had body condition scores
between 2 and 4 and the milk produced was within the levels of the MAPA Normative
Instruction 62. The biotherapic reduced the infestation of ticks in the T1 group.

Keywords – Bos taurus; Homeopathy; Rhipicephalus microplus; gravid females.


01

1. INTRODUÇÃO
A bovinocultura chegou ao Brasil junto com os primeiros portugueses que utilizavam
os animais como: para o trabalho, alimentação (consumo do leite ou a carne), vestimenta,
artefatos para montaria e utensílios (couro e chifres).
A introdução desses animais em ambientes diferente daqueles em que evoluíram, os
deixaram susceptíveis a vários fatores adversos até então desconhecido. As importações de
animais sem os devidos cuidados sanitários trouxeram além dos bovinos vários parasitos,
dentre eles, o Carrapato do Boi (Rhipicephalus microplus), que aqui encontrou clima similar
ao das regiões asiáticas de onde se originou.
O combate ao carrapato tem levado produtores, pesquisadores, empresas produtoras de
acaricidas e instituições públicas, a buscarem uma solução que não produza efeitos danosos
nos animais, operadores e meio ambiente, como intoxicação, poluição de cursos de d‟água e
do solo.
Os pesquisadores têm sido quase que unânimes em afirmarem que em alguns anos o
Rhipicephalus microplus terá desenvolvido resistência a todas as moléculas de acaricidas
existentes. Os fabricantes de acaricidas estão desenvolvendo produtos com maiores
concentrações e associação de várias moléculas, aumentando os riscos de intoxicações
durante as aplicações, tanto nos animais, como nos aplicadores, além da contaminação
ambiental. Outro risco potencialmente aumentado com essas associações, é a presença de
resíduos na carne e leite que serão consumidos pela população. No caso do leite, a
contaminação é ainda mais danosa, pois e altamente consumido pelas as faixas etárias da
população com maior vulnerabilidade às intoxicações (crianças e idosos).
O controle do carrapato com fitoterápicos ou outros produtos naturais, tem sido
utilizado com sucesso relativo, porém, com poucos registros na literatura. A Homeopatia, que
significa cura pelos iguais, vem sendo usada deste a década de 70. Entre as diversas formas de
homeopatia, a mais empregada é a que utiliza bioterápicos isoladamente ou em associação a
outros produtos da farmacêutica homeopática.
A homeopatia não visa o extermínio do parasito, e sim, mantê-lo em níveis que não
provoquem danos ao hospedeiro. Nas propriedades que utilizam esse recurso tem-se
observado a presença dos ectoparasitos, no entanto, sem provocar danos aos animais
(MAGALHÃES NETO et al., 2004).
O sangue nos mamíferos é fundamental para a circulação no organismo, pois
transporta moléculas que nutrem as células, suas excretas, células do sistema de defesa e
02

enzimas. A homeopatia também influencia neste tecido dotando-o de mecanismos de defesa


do organismo como um todo (MORAIS et al., 2012). Os elementos sanguíneos dos bovinos
sofrem influência do clima, manejo, idade, raça e outros fatores externos Os valores de cada
raça e região são variáveis (BIRGEL JUNIOR et al., 2001). Portanto, ao observar os padrões
estabelecidos é necessário que avalie também fatores externos que podem influenciar nas
alterações, sendo os valores médios descritos mais indicados em caso patológicos. Apesar
dessa falta de parâmetros os exames de sangue podem indicar alterações tanto de saúde como
de patologia.
Os poucos relatos que existem sobre animais tratados com homeopatia, são na maioria
feitos em propriedades diferentes ou mesmo animais diferentes.
O conhecimento de técnicas que permitam o controle de parasitos em bovinos leiteiros é
necessário, tornando-se essencial observar a atuação de nosódios antiparasitários ou
bioterápicos contra carrapatos Rhipicephalus microplus em bovinos mestiços.

2. OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral
O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de bioterápico antiparasitário no
controle de carrapatos em bovinos fêmeas mestiças Bos taurus taurus x Bos taurus indicus.
2.2 Objetivos Específicos
Avaliar o número de teleóginas ingurgitadas de Rhipicephalus microplus em fêmeas
bovinas mestiças.
Verificar se há alterações morfológicas nos ectoparasitos aderidos à pele dos animais
dos grupos experimentais.
Confrontar a quantidade de células sanguíneas presentes no sangue e os níveis séricos
das enzimas colinesterase, fosfatase alcalina-ALP, aspartato aminotransferase-AST e gama
glutamiltransferase-GGT.

3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Origem dos Bovinos
Os bovinos primitivos sofreram o processo de especiação, dando origem a três
subespécies distintas, pelo isolamento geográfico (CERVINI, 2009). A subespécie Bos taurus
taurus, evoluiu em regiões da Europa com 4 estações climáticas anuais bem definidas,
inverno rigoroso, primavera de flores e vegetação abundante, verão quente e úmido, outono
03

úmido e com temperaturas mais amenas. Essas condições propiciaram o desenvolvimento de


características físicas como: pêlo em duas camadas, tecido adiposo abaixo da derme para
protegê-lo do frio, as fêmeas, com maior produção de leite para o desenvolvimento rápido do
bezerro (aumentando suas chances de sobrevivência em seu primeiro inverno), bem como, a
capacidade de converter a alimentação abundante em músculo e gordura para enfrentar a
escassez do inverno, além de um corpo mais cilíndrico e compacto que proporciona maior
eficiência na manutenção da temperatura corporal. Entretanto, não possui defesa contra os
ectoparasitos tropicais, especialmente o carrapato. A subespécie Bos taurus indicus, teve sua
evolução na Ásia, mais especificamente na Índia. Pelas características ambientais,
desenvolveu pêlos mais curtos, corpo mais delgado, além de ser obrigado a conviver com os
carrapatos, de forma especial o Rhipicephalus microplus, também chamado de carrapato do
boi (HANSEN, 2004). Os processos evolutivos exigem gasto de energia. O boi europeu não
co-evolui com esse parasito, ele perdeu os genes de resistência em favor de outros, talvez em
produtividade ou de defesa contra o frio (FRANZIN, 2009). Já o indiano, perdeu em
produtividade e ganhou em resistência aos carrapatos.
3.2 Pecuária Leiteira no Brasil
A bovinocultura chegou ao Brasil junto com os primeiros portugueses que utilizavam
os animais como: força para o trabalho, fonte de alimento (leite ou a carne) e o couro como
vestimenta, artefatos para montaria e utensílios. Até o início do século XX o carro de boi era o
principal veículo para transporte de cargas. Em algumas regiões do país, até hoje ainda é
utilizado.
Os bovinos abriram fronteiras e ajudaram o homem a se fixar não só no Brasil, mas
também em todas as regiões tropicais do mundo, sendo um símbolo de riqueza e poder aos
seus proprietários. Aqueles que possuíam animais necessitavam alimentá-los e
consequentemente, de mais áreas em pastagens para sua alimentação. Por isso, iam buscar
novas áreas em regiões ainda não colonizadas para a formação de mais pastos. Muitas
fazendas serviam de pontos de descanso para tropeiros e boiadeiros, sendo que algumas delas
com o tempo transformaram em povoados e posteriormente em cidades. A busca por novas
áreas de pasto gerou, em muitos casos, danos ao meio ambiente, pois se acreditava que os
recursos ambientais eram infinitos.
A introdução de animais exóticos em ecossistemas estabelecidos provoca desequilíbrio
nos mesmos, e, no caso da introdução de bovinos nos ecossistemas brasileiros (Mata
Atlântica, Cerrado, Caatinga, Floresta Amazônica ou Pantanal), não foi diferente. No entanto,
a introdução e conservação desses animais nestes ecossistemas eram e ainda o é vital para a
04
população humana, pois os bovinos são verdadeiras máquinas para transformar vegetais de
baixa digestibilidade para o homem, em proteínas e outros nutrientes essenciais, como o leite
ou a carne, transformando-se assim, em uma atividade economicamente importante. Essa
atividade gera empregos e divisas ao país, sendo que só em 2013 a produção brasileira de
carne foi de aproximadamente de 8.930 mil toneladas e a de leite de 34.230 milhões de litros,
segundo projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
apresentadas em seu Planejamento Estratégico das Ações do Ministério para o Setor
Agropecuário e Abastecimento (BRASIL, 2013). Restou ao homem procurar meios de adaptar
as suas exigências como atividade econômica às necessidades do animal introduzido e a
conservação do meio ambiente.
A partir da segunda metade do século XX, as pesquisas e técnicas agronômicas,
veterinárias e zootécnicas concentraram os animais em áreas menores, demonstrando que
poderia manter maior número de animais na mesma área de pastagem com maior
produtividade por animal, sem utilizar mais terra, pois essa se tornou um insumo escasso e
caro. Aumentaram também as pressões para proteção ambiental e a conscientização da classe
produtora de que os recursos naturais são finitos e estão ameaçados, pois serão os mais
afetados caso haja desequilíbrio no meio ambiente. Por outro lado, a concentração dos
bovinos em áreas menores provoca uma maior infestação de parasitos.
As tecnologias existentes propiciaram, à região do cerrado, que a pecuária e especial a
bovinocultura de leite, se desenvolvessem e se tornassem presentes em todas as regiões
brasileiras, com maior produção no sudeste e sul. No entanto, ela é bastante heterogênea
quanto à tecnologia, produção, produtividade, rentabilidade, nível de instrução dos produtores
e satisfação com a atividade, pois existem propriedades com níveis de rentabilidade e
produtividade iguais aos melhores no mundo e propriedades de subsistência, onde os índices
são insuficientes para a manutenção digna do produtor (ZOCCAL, ALVES e GASQUES,
2011). Enquanto algumas propriedades leiteiras produzem 20.000 litros por dia (l/d) ou mais,
outras produzem 10 l/d ou menos. Além dessa heterogeneidade, ainda existem propriedades
que tem junto com a pecuária leiteira outras atividades como pecuária de corte, agricultura,
suinocultura, avicultura, entre outras, tornando a realização de uma analise definitiva da
pecuária leiteira no país muito complexa, quer seja em produtividade ou controle de parasitos,
e de forma especial ao Rhipicephalus microplus.
A pecuária leiteira tornou a segunda atividade econômica em geração de empregos
diretos, ficando atrás apenas da construção civil no Brasil. O país é um dos maiores
produtores e exportadores de carne bovina do mundo e sua produção de leite apresentava uma
05
produção insuficiente até o da década de setenta. Entretanto, em 2007 tornou-se o quinto
maior produtor de leite do mundo (BENEDETTI, 2008). Segundo dados divulgados pelo
IBGE (2012), houve crescimento na produção pecuária leiteira de 1975 até 2010, devido ao
acréscimo do número de animais ordenhados, porém, a produtividade ainda continua baixa,
pois no Brasil a média de litros por vaca ainda está muito abaixo de outros países produtores,
fator que pode inviabilizar a atividade. A terra continua sendo o insumo mais oneroso na
produção de leite.
3.3 Raça Girolando
Os bovinos que inicialmente vieram para o Brasil, eram de origem ibérica da
subespécie Bos taurus taurus. Após várias importações de animais de origem européia
durante o Brasil Colônia e Império. No final do século XIX, começaram a importação de
animais indianos com objetivo de melhorar a pecuária com o Zebu (Bos taurus indicus). Após
observações da viabilidade dos mestiços surgidos ao acaso começaram as pesquisas para
aproveitar a produtividade do animal de origem européia e a rusticidade do indiano. A
segunda metade do século XX começou-se a pesquisar animais mestiços para a produção de
leite, onde predominou o cruzamento do animal de raça Holandesa (Bos taurus taurus) e o
animal de raça Gir (Bos taurus indicus), criando a raça Girolando. Essa raça que tem sido a
principal alavanca para o crescimento da produção brasileira. Atualmente o país exporta de
produtos de origem animal e também animais que serão utilizados para a produção de leite em
outros continentes (EUCLIDES FILHO, FIGUEIREDO, 2003; FERRAZ, 2003).
Na raça Girolando busca-se aproveitar as vantagens das duas subespécies: dos animais
Bos taurus taurus de origem européia a maior produtividade e precocidade, e dos Bos taurus
indicus de origem indiana (Ásia), maior resistência à presença desses ectoparasitos.
O cruzamento entre animais das raças Holandesa, subespécie Bos taurus taurus e Gir,
Bos taurus indicus, produz o animal mestiço. Os cruzamentos sucessivos entre as raças de
origem e descendentes ou os cruzamentos de descendentes entre si, produzem animais com
variada porcentagem de características genéticas de cada raça de origem (graus de sangue).
Cada grau de sangue apresenta características que lhe são peculiares determinando a
predominância de padrões de produtividade e/ou rusticidade. O animal considerado ideal é
aquele que equilibra as qualidades desejáveis das duas raças.
Teoricamente, os animais cruzados e de origem indiana são mais resistentes que os
animais de origem européia, porque os primeiros são animais que co-evoluiram com o
ectoparasito, porém é preciso notar que mesmo entre as populações mais resistentes, podem
06

existir animais suscetíveis, que permitem que uma maior quantidade de carrapatos chegarem à
fase adulta (VERÍSSIMO, 2013).
3.4 Carrapato do boi
O Rhipicephalus microplus é um ectoparasita, geralmente monóxeno e bastante
seletivo quanto aos seus hospedeiros, preferindo os bovinos.
De acordo com Furlong (2005), o carrapato é um ácaro que foi encontrado pela
primeira vez em uma tumba do antigo Egito em 1.500 A.C. A maioria dos carrapatos que
parasitam os bovinos é da espécie Rhipicephalus microplus, pertencente ao Filo Arthropoda,
Subfilo Chelicerata, Classe Aracnida, Subclasse Acari, Ordem Parasitiforme, Subordem
Ixodides, Família Ixodidae e Gênero Rhipicephalus.
Existem registros fósseis desses ectoparasitas em bovinos desde a pré-história.
Acredita-se que artrópodes mamíferos e aves co-evoluiram desde quando esses animais vivam
em tocas e abrigos fugindo dos predadores, sendo o parasitismo, uma evolução do fato de que
alguns ácaros ancestrais se alimentavam de escamas de peles dos bovinos ancestrais. Esses,
por sua vez, lambiam suas feridas, desenvolvendo estruturas para a fixação definitiva dos
parasitos na pele (FRANZIN, 2009).
O ciclo de vida do carrapato é dependente de fatores ambientais e ecológicos, como
temperatura ambiente, umidade, incidência solar, abrigo, predadores entre outros. Esses
fatores influenciam de forma positiva ou negativa a ovoposição, viabilidade dos ovos, eclosão
e sobrevivência dos estágios juvenis do mesmo, influenciando inclusive na quantidade de dias
para que o ciclo se complete.
O carrapato possui um
ciclo de vida em duas fases
distintas, sendo uma fase de
vida parasitária e uma fase de
vida livre. A fase de vida
parasitária é dividida em:
larva infectante (também
conhecida como micuim),
ninfa e adulto. Nos adultos há FIGURA 01 –. Foto do úbere com infestação de carrapatos, em destaque
dimorfismo sexual, o macho é teleógina ingurgitada com aproximadamente 8mm. (MORAIS, P. G. M.,
menor que a fêmea e não se 2013, arquivo pessoal do autor).

alimenta de sangue ao
contrário da fêmea, que é hematófaga (Fig. 01). Após o acasalamento, a fêmea tem um
07

desenvolvimento mais acentuado e nas últimas horas antes de se desprender do hospedeiro,


ela aumenta sua alimentação, podendo ficar até dez vezes maior que o macho (MEDEIROS et
al., 2008). A fêmea ingurgitada ou teleógina é aquela cheia de sangue. Após se ingurgitar a
fêmea desprende-se do hospedeiro, procura um local para efetuar a postura indo para o solo
efetuando a desova, dando início à fase de vida livre. Após a sua queda, ela procura um lugar
com condições de temperatura e umidade adequadas e também que ofereça proteção aos ovos
e realiza a postura, que pode ocorrer no período de três a sessenta dias após sua queda,
dependendo de condições de umidade e temperatura, após isso ela muda de cor (adquiri tons
amarelados) e morre. Os ovos podem eclodir em uma semana ou mais, recebendo a influência
direta de condições ambientais. Depois da eclosão, as larvas passam por um período de
adaptação, sobem na vegetação até a extremidade e ficam aguardando a passagem de um
hospedeiro. As larvas localizam o seu hospedeiro provavelmente pela emissão de gás
carbônico do mesmo. Após passarem para o corpo do hospedeiro, reinicia a fase parasitária
(Fig. 2).

FIGURA 02. Esquema simplificado do ciclo de vida do carrapato (Rhipicephalus microplus).


Fase parasitária: 1) larva infectante realizando a fixação no bovino; 2) ninfa; 3) teleógina em
estágio final de ingurgitamento. Fase de vida livre: 4) teleógina logo após desprendimento, em
período de postura no solo; 5) ovos no solo em período de incubação; 6) larva no solo em
período de incubação (MEDEIROS, 2008).
08

Há na saliva do carrapato substâncias que são antagonistas de reações de reparação do


hospedeiro, capazes de impedir que haja a interrupção do fluxo sanguíneo no local de
alimentação (ANDREOTTI et al., 2002). Após o desprendimento, pode haver inclusive
sangramento nesses locais facilitando o aparecimento de miíases e outras enfermidades
oportunistas (FURLONG, PRATA, 2004).
Doenças que tem o carrapato como vetor, podem causar inúmeros prejuízos aos
criadores de bovinos, de forma especial aos produtores de leite, provocando aumento no custo
da produção e morte de animais. A “tristeza parasitária” é uma doença que apresenta o
carrapato como vetor, provocada pelas bactérias Rickettsia anaplasma e/ou Babesia spp, que
pode desencadear sérios danos à pecuária. Além desta, há doenças como as arboviroses,
richetsioses, espiroquetoses e outras causadas por protozoários, que também são transmitidas
ao homem e aos animais domésticos pelo carrapato (KAUFMAN, 1989).
Leal et al., 2003, afirmam que deve ser mantido de 5 a 10 teleóginas por animal como
limite para promover a imunidade contra hematoparasitoses, sem que esses ocasionem perdas
financeiras e nem comprometam a saúde dos hospedeiros.
Tradicionalmente, os carrapatos têm sido controlados com medicamentos alopáticos e
esta freqüente exposição dos carrapatos aos carrapaticidas, muitas vezes erroneamente
manejados, tem levado populações de carrapatos a tornarem-se resistentes a tais drogas
(CASTRO-JANER et al., 2010). O ectoparasito quando não morre transmite a resistência a
alguns princípios ativos de drogas carrapaticidas pode ser transmitida aos seus descendentes.
Portanto, alguns princípios ativos alopáticos encontrados no mercado têm exibido reduzida
eficiência. A resistência dos carrapatos em relação aos carrapaticidas constitui-se em motivo
de permanente preocupação a vários setores (produtores, indústrias, órgãos oficiais e técnicos)
envolvidos com o controle desses parasitos de bovinos (FURLONG, PRATA, 2004).
3.5 Formas Atuais de Combate ao Carrapato do Boi
O Brasil é um grande produtor mundial de leite, sendo o estado de Minas Gerais é um
dos principais, senão o de maior produção. A qualidade do leite é de suma importância, tanto
para o consumo in natura, como para a fabricação de derivados. No entanto, uma das maiores
fontes de dano à pecuária leiteira tropical são os ectoparasitos, especialmente o carrapato do
boi (Rhipicephalus microplus).
3.5.1 Controle Alopático
Para controlar o carrapato do boi utiliza-se o combate com moléculas tóxicas aos
ectoparasitos, chamado de combate alopático. Esses produtos têm como princípios ativos os
organofosforados, formamidinas, piretroídes, avermectinas entre outras (PEREIRA et al.,
09

2010). Essa prática tem registros desde o final do século XIX, com a utilização do arsênico,
entretanto, já em 1937 surgem os primeiros relatos que o carrapato havia desenvolvido
mecanismo de resistência contra o ele (FURLONG, 2005).
Várias moléculas foram testadas, no combate ao carrapato algumas com sucesso.
Essas moléculas são denominadas acaricidas e podem ser subdividas em dois grupos: o
primeiro são os acaricidas de contato que são os que trazem danos ao ectoparasito pelo
contato, são usados nos banhos, imersão do hospedeiro ou pour-on (FURLONG et al., 2007).
Tem como princípio ativo moléculas pertencentes aos grupos químicos dos organofosforados.
São acaricidas mais antigos, com baixo poder residual, exigem aplicações com menor
intervalo de dias, com grande resistência desenvolvida pelo carrapato. Amidínicos é um grupo
de produtos que esta sendo usado há mais de 20 anos com poder residual maior que os
organofosforados. Piretróides sintéticos são produtos desenvolvidos por pesquisadores que
são muito tóxicos aos ácaros, com baixa toxidade aos bovinos e ao homem, além de baixo
poder residual, por isso, são produtos com os maiores níveis de resistência. Fenilpirazóis atua
no sistema nervoso do ácaro promovendo paralisia, no entanto, pode ser utilizado em vacas
lactantes e apresenta o maior tempo para abate dos animais destinados ao consumo humano.
Cymiazol é o mais antigo grupo químico, que foi relançado no mercado nacional e tem em
sua fórmula uma associação com piretróide sintético. Já o Naturalyte, grupo químico
desenvolvido mais recente, não apresenta restrição ao uso em animais lactantes (FURLONG
et al., 2007; BRITO et al., 2006). Segundo os mesmos autores, o segundo grupo de
carrapaticidas são os sistêmicos, que são aqueles que são inoculados nos hospedeiros, seja por
injeção, banho por aspersão, aplicados sobre a linha dorsal ou ainda ingeridos pelo
hospedeiro, metaboliza e o distribui pelo corpo via corrente sanguínea. Em sua composição
encontram-se as Lactonas Macrocíclicas que são oriundas da fermentação de um fungo e se
dividem em dois subgrupos, as avermectinas com seus cinco subgrupos (abamectina,
ivermectina, doramectina, eprinomectina e selamectina) e a moxidectina, que agem
bloqueando a transmissão dos impulsos nervosos nos carrapatos, e por isso morrem
paralisados com sistêmicos. Temos ainda as benzofenilureas que são inibidores do
crescimento do ácaro evitando assim que ele siga seu ciclo vital, evitando também que os
ovos eclodam. Os acaricidas sistêmicos não podem ser usados em animais lactantes, pois há
presença dos princípios ativos no leite.
O controle alopático ou “químico” tem demonstrado custo/benefício limitado em
decorrência do alto custo e da resistência que o ácaro adquire após as aplicações sucessivas
dos medicamentos (VARGAS et al., 2003; NOLAN, WILSON, 1989). O tratamento com
10

acaricidas tem empregado dosagens cada vez maiores, podendo levar até a intoxicação do
trabalhador, dos animais e/ou do meio ambiente, além de deixar resíduos tóxicos no leite e na
carne (SIGNORETTI et al., 2006). A troca de princípios ativos tem sido uma necessidade
constante devido à resistência que populações do Rhipicephalus microplus desenvolve aos
mesmos (LEAL et al., 2003).
3.5.2 Controle Estratégico
Controle estratégico é aquele que utiliza o controle químico ou alopático em condições
que procuram interromper o ciclo de vida do parasito, fazendo com que o número de
carrapatos no ambiente diminua e consequentemente o número de Rhipicephalus microplus
parasitando os animais.
A EMBRAPA Gado de Leite através da Instrução Técnica para o Produtor de Leite de
número 38, preconiza o combate nos animais de 21 em 21 dias, nos período do ano com
menor quantidade de parasitos no corpo do animal mantendo os hospedeiros no mesmo pasto
(FURLONG, PRATA, 2004).
3.5.3 Controle Biológico
Esse tipo de controle é amplo, passa pela seleção de raças de bovinos mais resistentes
ao ectoparasito, seleção de pastagens que dificultem a ovoposição e a eclosão dos ovos, bem
como a busca de predadores e parasitos do ácaro, como: bactérias, fungos, protozoários, entre
outros organismos (LEAL et al.,2003; FURLONG et al., 2007).
Leal et al.(2003) citam que a outra forma de controle biológico é a utilização de
compostos que utilizam substâncias produzidas por organismos vivos que se misturam e
formam um acaricida, como exemplo, um composto oriundo do fungo Sacharopolyspora
spinosa.
3.5.4 Controle Imunológico
Vários grupos estudam a possibilidade de desenvolver uma vacina contra o carrapato.
Comercialmente existem duas vacinas com a utilização da proteína Bm86, uma de origem
australiana chamada de Tick-Gard e outra de origem cubana a Gavac. No entanto, ambas não
conferem proteção satisfatória no Brasil. Existem vários estudos sobre outras proteínas que
conferem imunoproteção, mas ainda estão em fase de estudos (FREITAS et al., 2005).
Essa forma de combate tem demonstrado eficiência relativa, pois com o
desenvolvimento da resistência contra drogas antiparasitárias, principalmente acaricidas, a
indústria tem investido constantemente na pesquisa de novos defensivos químicos. Uma saída
para os problemas de resistência advinda do uso constante de medicamentos tradicionais, são
11

as terapias não convencionais, como fitoterapia, homeopatia e acupuntura (AURNHEIMER et


al., 2012).
3.5.5 Homeopatia
A homeopatia é uma forma de terapia que tem como princípio a cura pelos iguais,
aquele que provoca a doença, também provoca a cura. Há também outro postulado
homeopático, que é a visão global do doente, sendo de relevância o habitat, sua relação com o
meio, com os outros animais, com o homem, a relação dos parasitos com o meio ambiente e a
relação entre parasito e hospedeiro. O parasito em pequenas doses pode trazer benefícios ao
hospedeiro e o equilíbrio entre os seres e o meio (ROSENBAUM, 2005). Este mesmo autor
ressalta que essa técnica terapêutica foi desenvolvida pelo médico alemão Samuel
Hahnemann em 1792, visando manter a energia vital do indivíduo em equilíbrio, pois sugere
que a energia vital quando em equilíbrio, o mantém saudável, ao contrário,quando esta em
desequilíbrio, o organismo se torna enfermo ou sujeito a parasitoses.
Dentre as diversas formas de tratamento homeopático existe o tratamento com
bioterápicos ou nosódios (ALMEIDA et al., 2008). Bioterápicos são medicamentos
preparados, segundo a farmacotécnica homeopática, a partir de um produto patológico vegetal
ou animal, diluídos e agitados (dinamizados) em água ou álcool na proporção de 1:99;
seguem-se sucussões, que são dinamizações consecutivas. Há outro processo que é a
trituração do produto patológico em lactose. As dosagens utilizadas em homeopatia são
determinadas pela fórmula NCH, onde N é o número de sucussões ocorridas e CH centesimal
Hanhnemanniana (ROMANACH, 1984; ROSENBAUM, 2005). Fontes de energia podem
alterar a qualidade de medicamentos homeopáticos, a luz solar, fontes de energia e ondas
podem provocar alterações no homeopático (SOUZA, 2002).
Pelas sucessivas dinamizações os animais estão recebendo substâncias inócuas em
termos químicos, utilizando-se apenas as impressões energéticas.
Segundo Souza (2002), há proprietários que empregam bioterápicos em diferentes
animais como: bovinos, caninos, caprinos e outros, desde a década de 70, com sucesso no
controle de ectoparasitos. Observa-se, nestes tratamentos, que não há o extermínio dos
parasitos, mas uma infestação insignificante nos hospedeiros, não causando prejuízo à saúde
dos mesmos, além de promover o contato com parasitos como a Babesia sp.e vantagens
financeiras aos proprietários. Os produtos dos animais tratados homeopaticamente, como o
leite e a carne, não apresentam resíduos tóxicos, especialmente o leite que exibe uma melhora
na sua qualidade (MENDONÇA, 2000).
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A utilização de homeopatia torna-se dependente de atitudes isoladas de produtores,
técnicos extensionistas e/ou Cooperativas de produção e empresas de extensão (HONORATO
et al., 2007), pois os produtores que a utilizam, divulgam o sucesso obtido, bem como os
extensionistas e técnicos que por ventura os acompanham.
Alguns pesquisadores vêm desenvolvendo trabalhos com metodologia científica, como
Veríssimo (1988), onde observou que em machos cruzados castrados houve a influência
positiva de preparado homeopático diluído a 6CH, sendo este, um dos primeiros relatos
científicos sobre a utilização de bioterápico contra carrapatos em bovinos mestiços realizados
e publicados no Brasil. Magalhães Neto et al. (2004), compararam seis fazendas, onde três
delas utilizavam homeopatia e três utilizavam alopatia. Naquelas que utilizavam homeopatia
foram encontradas teleóginas com estrias amareladas e opacas, alterações morfológicas
também descritas por Signoretti et al. (2013).Esses mesmos autores relatam que o grupo
tratado com homeopatia necessitou de menor controle com acaricidas alopáticos.
O ciclo de vida do R. microplus é divido em duas fases: uma parasitária e outra de vida
livre.O ingurgitamento da fêmea está diretamente relacionado com a quantidade de
ovos.Teleóginas que se alimentam de sangue de animais tratados com bioterápicos, têm
menor tamanho, menor quantidade de ovos e a viabilidade do mesmos também é menor
(GAZIM et al., 2010).
3.6 Escore de Condição Corporal
Os animais mantidos a pasto, no dia-a-dia na maioria das fazendas leiteiras que
utilizam animais mestiços, com tecnologia de baixo custo, estão sujeitos a influências de
diversos fatores, como o clima, a disponibilidade de forragem e a qualidade dessa forragem.
Para avaliar a condição corporal do animal não existe um método objetivo, sendo o método de
avaliação Escore de Condição Corporal (ECC) (FREITAS JÚNIOR et al., 2008), um método
subjetivo, mas que oferece boa segurança para se identificar se a alimentação oferecida a este
animal esta condizente com suas necessidades, ou se o ataque de parasitos esta prejudicando o
organismo. Este método classifica o animal quanto à cobertura de carne, observando-se
principalmente algumas regiões, como os ossos dos quadris, costelas, pescoço, fossa retal.
Dependendo da saliência desses ossos, classifica-se o animal em: 1 – muito magra, 2 – magra,
3 - bom estado corporal, 4 – gorda e 5– obesa.
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4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Local
O gado era apascentado em um imóvel localizado no município de Ituiutaba-MG, às
coordenadas 18°46'32.6"S 49°30'33.5"W.
No sítio Juca Moreira eram registradas diariamente a quantidade de chuvas por meio
de pluviômetro afixado em um poste de cerca.
4.2 Período do experimento
Este experimento foi realizado no período de janeiro de 2013 a fevereiro de 2014,
sendo quatro meses de randomização e sete meses de tratamento.
No período de fevereiro/2013 a junho de 2013, eram realizadas observações e
anotadas diariamente a quantidade de teleóginas acima de 4mmpara a distribuição de forma
randômica dos animais nos grupos de tratamento.
Entre os meses de junho de 2013 a fevereiro de 2014, os parasitos eram observados,
anotando-se diariamente a quantidade encontrada. Posteriormente era realizada a estatística
com a soma mensal das teleóginas encontradas diariamente.
4.3 Animais
Utilizou-se de trinta e seis fêmeas bovinas da raça Girolando, variando de ¼ a ¾ de
proporção de holandês, com idade entre 18 e 65 meses em três grupos: grupo 1 com 12
fêmeas que foi denominado, tratamento 1 (T1), grupo 2 com 12 animais, tratamento 2 (T2) e
grupo 3 com 12 fêmeas,tratamento 3 (T3).
A divisão dos animais nos grupos experimentais ocorreu após quatro meses (fevereiro
a maio/2013) de observação da susceptibilidade dos animais ao carrapato para a separação
randômica nos grupos experimentais, de forma que o animal mais susceptível foi para o grupo
T1; o segundo mais, foi para o grupo T2 e o terceiro, para o grupo T3. O animal mais
resistente foi para o grupo T1, o segundo mais resistente para o grupo T2 e o terceiro mais
susceptível para o grupo T3 e assim sucessivamente até o final. A média de teleóginas nos
animais dos três grupos ficava entre 6,3(T2), 6,43 (T3) a 6,6 (T1) teleóginas por animal.
4.4 Alimentação dos animais
Os animais eram alimentados com capim do gênero Brachiaria spp, em piquetes
rotacionados no período de janeiro/2013 a junho/2013 e janeiro/2013 a fevereiro/2014. Dois
pastos do sítio eram divididos em 16 piquetes com 43x72 m. Entre os piquetes no sentido
longitudinal, foi construído um corredor de 4m de largura, que foi utilizado para o trânsito e
entrada dos piquetes. Os animais dos grupos T1 e T2 ficavam no mesmo pasto. Pastavam por
14
dois dias ou quando o capim atingisse 20 cm de altura, eram mudados para outro piquete e
assim, sucessivamente, pastavam outros piquetes e ao final de 32 dias eles voltavam para o
piquete inicial. Os animais dos grupos T3, durante o período do experimento, ficavam em
outro pasto separado por cerca de arame (apêndice 01). No período da seca, de julho/2013 a
dezembro/2013, o trato dos animais era fornecido no cocho outro tipo de volumoso. Recebiam
cana picada (agosto e setembro), silagem de cana (outubro) e uma mistura de polpa cítrica,
resíduo do processamento de sementes de milho e capim braquiária (novembro e dezembro),
prensado em forma de briquetes. Os briquetes eram reidratados na seguinte proporção 50 kg
de briquetes e 300 litros de água; após a hidratação eram adicionados 20 kg de poupa cítrica e
50 kg de resíduo de milho. Durante todo o experimento recebiam suplemento mineral com
100g de fósforo, produzido pela cooperativa de produtores de leite da região.
4.5 Tratamento
Os animais do grupo T1 recebiam diariamente 10g de homeopático, mistura
comercializada com o nome comercial de EctodermR, contendo Boophilus microplus (CH30),
Haematobia irritans (CH30), Daphne mezereum (CH6), Rhus toxicodendron (CH6), e
carbonato de cálcio q.s.p., adicionados a 500g de ração concentrada à base de milho, farelo de
soja, suplemento mineral, sorgo e farelo de algodão. O homeopático era acondicionado em
recipiente de plástico opaco.
Os cochos para a mistura de ração e homeopático, assim como aqueles para a mistura
de ração e placebo, eram feitos de bombonas plásticas de 20L cortadas ao meio, no sentido
longitudinal, obtendo-se dois cochos, que foram afixados em uma vigota de madeira com 4m
de comprimento,15cm de largura e 20cm de altura.Eram afixadas quatro metades de tambores
em cada vigota, com 1m de distância entre ponto central de cada cocho. As vigotas eram
afixadas em estacas de madeira de 1,00m;50cm enterrado no solo e 50cm exposta, ficando a
borda superior do cocho a 80cm do chão.
15

FIGURA 03 – Animais do grupo T1 se alimentando da mistura ração e homeopático.


Os animais do grupo T2 recebiam diariamente o placebo: 10g de calcário calcítico,
adicionados a 500g de ração concentrada (Fig. 04), ficando no mesmo pasto que o grupo T1.
Os animais do grupo T3 recebiam o mesmo volumoso e ração concentrada. A separação entre
os grupos se manteve também com os animais em lactação.
O bioterápico ou o placebo eram administrados aos animais após a ordenha da manhã,
em cochos individualizados fixados próximo ao cocho de sal e ao bebedouro. Eram
dispensados os cuidados para que os grupos T2 e T3 não se alimentassem na bateria de
cochos do grupo T1, evitando assim, o contato dos mesmos com o homeopático ou sobra de
alimento do grupo T1.
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Figura 04 – Animais do grupo T2 se alimentando de ração e placebo, no detalhe cocho


onde os animais do grupo T1 receberam o homeopático.
4.5.1Vacinas, Medicamentos e Cuidados com as Crias
Conforme legislação sanitária vigente eram aplicadas as vacinas recomendadas e ainda
as previstas no controle zootécnico da fazenda. Quando necessário, os animais eram
medicados, conforme orientação veterinária. As crias recebiam colostro à vontade, cuidados
sanitários e alimentares, além das vacinas do calendário oficial e do protocolo de vacinas da
propriedade.
4.5.2 Controle de Ectoparasitos
De acordo com a necessidade, os animais eram submetidos a controle alopático de
ectoparasitos. Utilizava para combate de mosca do chifre (Haematobia irritans), 20 ml do
princípio ativo Cipermetrina a 5%, em aplicação pour-on (fio do lombo), quando as moscas
incomodavam os animais. Realizavam três aplicações durante o experimento, em 27/06/2013,
17/10/2013 e 14/01/2014.
4.5.3 Reprodução dos Bovinos
Os animais que entraram em cio eram inseminados.
4.6 Avaliação da Presença de Carrapatos
Os animais eram observados diariamente quanto à presença de ectoparasitos,
efetuando a contagem das teleóginas ingurgitadas (acima de 4 mm) tanto no período de
randomização, como na administração do bioterápico e placebo.As contagens eram realizadas
17

sempre até as 9 horas da manhã nos três grupos experimentais, observando-se o corpo do
animal, principalmente partes como orelhas, barbelas, pescoço, palheta, lombo, costelas,
barriga, entre pernas e fossa retal. Por ser uma observação que se realizava nos pastos
evitando-se a contenção diária dos animais, não eram contadas as teleóginas que se
encontravam na parte abaxial do úbere (entre os tetos) e na parte interna da virilha, entre a
parte interna da coxa e o corpo do animal. As quantidades encontradas eram anotadas e depois
armazenadas em uma planilha Excell; no final dos 30 dias realizava a soma mensal por animal
e por grupo, cada grupo experimental tinha uma planilha com os animais identificados.
Utilizava um gabarito em lâmina de zinco contendo orifício de 4 mm.
A quantidade de teleóginas ingurgitadas determinou a classificação das infestações de
acordo com a possibilidade de danos ao hospedeiro. As infestações eram divididas em leve,
quando observavam-se até 20 teleóginas acima de 4mm; moderada, de 20 a 30 teleóginas,
severa, de 30 a 50 e hiperinfestação, acima de 50 teleóginas ingurgitadas. Quando encontrava
acima de 30 teleóginas em até três animais de cada grupo, esses eram submetidos a controle
de ectoparasitos com alopatia, com produtos encontrados no comercio local. Se fosse
encontrado em dois grupos mais de três animais com mais de 30 parasitos, todos os animais
eram submetidos a controle com banhos de acaricidas. Mensalmente registrava-se a soma e a
média de carrapatos, sempre no dia 19, por ser próximo à colheita de sangue para exames. A
contagem era realizada em cada animal, observando-se a morfologia externa dos parasitos. No
ano de 2012, os animais existentes no imóvel não recebiam tratamento homeopático, além de
se permitir várias infestações nos mesmos, para que o ciclo do ectoparasito se realizasse com
o mínimo de interferência humana.
4.7 A colheita e Processamento das Amostras de Sangue
Mensalmente eram realizados hemograma e exame bioquímico séricos dos animais
dos três grupos experimentais.
As colheitas do sangue eram feitas após a ordenha matinal, com punção da veia
jugular,com os animais contidos no tronco da fazenda e de pé. No período de junho de 2013 a
fevereiro de 2014, eram efetuadas sete colheitas de cada animal, com intervalo de
aproximadamente 30 dias, sendo que a primeira ocorria um dia antes do início da
administração do bioterápico. A cada colheita, duas amostras eram extraídas: a primeira, com
4ml de sangue em tubo contendo anticoagulante, ácido etilenodiaminotetracético sal
tripotássico (EDTA-K3) a 10%, para realização dos hemogramas e a segunda, com 4ml de
sangue em tubo sem anticoagulante, contendo gel separador e ativador da coagulação para
obtenção de soro e processamento do material para análises bioquímicas séricas (WEISS e
18

WARDROP, 2010; KANEKO, 2008 e FERREIRA NETO et al., 1982). No momento das
colheitas eram confeccionadas lâminas histológicas com extensões sanguíneas para o
processamento de contagens diferenciais de leucócitos. Após as colheitas, os frascos eram
acondicionados em recipiente com gelo e transportados, no mesmo dia, para o Laboratório
Clínico Veterinário do Hospital Veterinário da UFU (Uberlândia).
Os hemogramas eram processados no dia da colheita, no Laboratório de Análise
Clinicas do Hospital Veterinário da UFU, segundo procedimento padrão do mesmo, em
contador automático de células ABC Vet. A contagem diferencial dos leucócitos ocorria após
coloração das lâminas com May Grünwald-Giemsa, segundo Ferreira Neto et al.(1982). Em
cada lâmina 100 leucócitos eram contados e identificados quanto ao tipo celular, ao
microscópio óptico com objetiva de 100x. Os tipos celulares, citados abaixo, tinham suas
porcentagens estabelecidas. O hemograma quantificava o número de hemácias (RBC) e
hemoglobinas (HGB), bem como o volume celular médio (CVM), a hemoglobina celular
média (HCM), a concentração do sangue (CHGM), a porcentagem de hematócritos (HCT), o
número de plaquetas (PLT) e de leucócitos (WBC). Os seguintes tipos leucocitários eram
quantificados: neutrófilos (mielócitos, metamielócitos, bastonetes e segmentados),
eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos. As amostras sanguíneas, depositadas em tubos
com gel separador, eram centrifugadas a 7.200g em centrífuga Baby I. Nas amostras de soro
obtidas determinava-se a concentração de colinesterase (método cinético-DGKC), fosfatase
alcalina-ALP (método cinético optimizado), aspartato aminotransferase-AST (método
cinético UV-IFCC) e gama glutamiltransferase-GGT (método Szasz modificado) em
analisador automático multicanal ChemoWell (Awareness Techonology, Inc.), utilizando-se
kits comerciais da Labtest Diagnóstica (WEISS, WARDROP, 2010).
4.8 Escore de Condição Corporal (ECC)
Os bovinos eram observados diariamente utilizando-se o método de avaliação Escore
de Condição Corporal (ECC) (FREITAS JÚNIOR et al., 2008), com a anotação do escore no
dia anterior a colheita de sangue.
4.9 Leite Produzido
A avaliação da qualidade do leite, quanto à presença de sólidos, gordura e resíduos de
antibióticos era realizada por laboratório credenciado pelo laticínio, que comprava o leite
produzido na fazenda, conforme Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), nº 62/2011.
Durante este experimento, os animais que pariam eram ordenhados manualmente, em
duas ordenhas diárias. O leite era analisado conforme normas de captação e colheita de leite
19

do laticínio, observando mensalmente as quantidades de: CCS (Contagem de Células


Somáticas) e CBT (Contagem Bacteriana Total), gordura e proteína. Não havia análise
separada do leite produzido pelos animais e nem separados por grupos experimentais. Todo o
leite era colocado no mesmo tanque de expansão. Além desses exames mensais, o leite era
analisado em cada colheita pela cooperativa quanto à quantidade de água, acidez acima do
permitido (teste com o Alizarol) e presença de antibióticos, sendo a última análise feita
quando da chegada do caminhão no laticínio.
O leite dos animais em produção foi pesado quinzenalmente em balança eletrônica
com precisão de 10 gramas. As pesagens ocorriam um dia antes da colheita de sangue ou
cinco dias após, para evitar o estresse dos animais.
Durante o período de pesquisa 12 animais produziram leite e nem sempre os doze ao
mesmo tempo.
4.10 Metodologia Estatística
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente ao acaso em esquema
parcela subdividida no tempo composto de 3 grupos, 7 meses de avaliação com 12 repetições
totalizando 252 avaliações das 23 variáveis, sendo 15 fornecidas pelo hemograma, 4 pelo
exame bioquímico do plasma, 2 observações dos parasitos e 2 observações dos animais.
Os procedimentos para as análises estatísticas são descritos em Banzatto e Kronka
(1989), Triola (1999) e Ayres et al (2007).
Testou-se a normalidade dos resíduos e a homogeneidade de variâncias de cada
variável com a finalidade de definir o tipo de teste a ser aplicado, ou seja, análise de variância
quando ocorrer normalidade e variâncias homocedásticas ou teste de Kruskal-Wallis quando
não for observada a distribuição normal ou homogeneidade de variâncias. O teste de
normalidade aplicado foi o teste de Anderson-Darling (AD) com significância de 5%, ou seja,
AD com valor-p > 0,05 tem distribuição normal, caso contrário a distribuição é não normal e
o testes de homogedasticidade foi o teste de Levene, considerando-se também a referência de
5% para a significância. Nos casos em que a variável original mostrou-se não normal ou com
heterocedasticidade, foram testadas as transformações de dados logaritmo neperiano (ln(X)) e
raiz quadrada (Raiz x(X)), conforme descrito em Banzatto e Kronka (1989). Após foi aplicar
a análise de variância em delineamento inteiramente ao acaso esquema parcela subdividida no
tempo para os casos de normalidade dos resíduos e homogedasticidade de variâncias ou teste
de Kruskal-Wallis para os casos de variáveis que não atendiam os pressupostos da análise de
variâncias. Este procedimento visou verificar se os grupos eram estatisticamente iguais e
também foi adotado o valor de referência de significância com sendo 5%. Na comparação das
20
médias foi utilizado o testes de Tukey. Procedeu-se ainda a uma análise de correlação de
Pearson entre as variáveis analisadas para verificar a ocorrência de relação significativa entre
as variáveis. Os procedimentos de análises de normalidade de resíduos, homogedasticidade de
variâncias, testes de Kruskal-Wallis e análise de correlação, foram feitos na ferramenta Action
(2013) (www.portalaction.com.br) que utiliza o programa R (R Development Core Team,
2013). Já para análise de variância e o teste de Tukey foi utilizado o software SISVAR
(FERREIRA, 2011).
4.10.1 Comentários da análise.
As pressuposições de normalidade e de homogeneidade de variâncias (requisitos
necessários para a anova) foram atendidas para as variáveis Hemácias (RBC), Hemoglobina
(HGB) e Volume globular (HCT), transformação de dados (p-valor > 0,05). Quando os dados
foram transformados para ln(x), obteve-se normalidade e homogeneidade de variâncias para:
RBC, HGB e HCT. Portanto, para essas 3variáveis foi aplicado o teste de análise de variância
seguido do Tukey.
As demais variáveis, violaram as pressuposições da anova e portanto fez o teste de
Kruskal-Wallis.
4.11 Comitê de Ética na Utilização de Animais
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética na Utilização de Animais – CEUA da
Universidade Federal de Uberlândia, sob o protocolo de número 097/12 (Anexo 1).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o experimento foram encontradas teleóginas em todos os grupos de animais.
Nos animais que receberam o homeopático, foram encontradas aderidas à pele,
teleóginas com sinais de senescência ou rompidas, fatos não verificado nos outros grupos.
Os exames do sangue e do plasma demonstraram que mesmo havendo diferença em
alguns dos seus componentes, essa diferença foi mais significativa entre os grupos de animais.
No grupo T1, entre o início do tratamento e o final, houve uma diferença significativa
no número de plaquetas e de eosinófilos, com aumento desses dois importantes componentes
do sangue contra os carrapatos. Essa diferença não foi significativa nos outros dois grupos
experimentais, mas mesmo com o aumento não fugiu dos níveis considerados normais para a
espécie no Brasil.
O estado nutricional dos animais favorece ou dificulta infestações do R. microplus.
Não foi encontrada diferença estatística no ECC dos animais dos grupos experimentais.
21

O leite dos animais em produção foi vendido a uma cooperativa de produtores de leite
no município de Ituiutaba obedecendo a Normativa nº 062/2011 do MAPA, obedecendo aos
parâmetros de qualidade, inclusive, obtendo sempre bonificação pela qualidade.
5.1 Contagem de Teleóginas acima de 4 mm
Foi observada a presença dos ectoparasitos nos três grupos, confirmando que a
homeopatia não extermina o parasito, no entanto, o mantém em quantidade que não interfere
na saúde do hospedeiro. O extermínio do carrapato, que é vetor de algumas doenças, tornaria
os bovinos sem células de defesa de memória contra essas doenças. Quando esses bovinos
entram em contato com o carrapato sofrem as doenças de forma mais agudas. Já as pequenas
infestações provocam o sistema de defesa do hospedeiro a desenvolverem a sua memória
imunológica e assim o torna mais resistente a essas doenças (ROSENBAUM, 2005).
Os animais se encontravam em pastagens próximas, no entanto o grupo T3 foi mantido
separado dos demais grupos por cercas de arame. Algumas das cercas eram eletrificadas,
sempre em pastagens adjacentes à aquelas que estavam os animais dos grupos T1 e T2. Por
serem em maior número, em alguns meses houve a troca de pasto dos animais, os grupos T1 e
T2 foram para os pastos 3 e 4 e o grupo T3 foi para os pastos 1 e 2 (Tab. 01).
TABELA 01- Distribuição dos animais nas pastagens durante o experimento, no período
de randomização e após a separação nos grupos experimentais.
Pasto 01 Pasto 2 Pasto 3 Pasto 4
Fevereiro/2013 T1, T2 e T3
Março/2013 T1, T2 e T3
Abril/2013 T1, T2 e T3
Maio/2013 T1, T2 e T3
Até 20/06/2013 T1, T2 e T3
Após 20/06/2013 T1 e T2 T3
Julho/2013 T1 e T2 T3
Agosto/2013 T1 e T2 T3
Setembro/2013 T3 T1 e T2
Outubro/2103 T1 e T2 T3
Novembro/2013 T3 T1 e T2
Dezembro/2013 T3 T1 e T2
Janeiro/2014 T1 e T2 T3
Fevereiro/2014 T1 E T2 T3
22
Observou-se que no primeiro e segundo mês de aplicação do homeopático, não foram
encontradas diferenças na soma mensal do número de teleóginas encontradas nos animais. A
partir do terceiro mês, o grupo T1 apresentou uma menor quantidade de teleóginas em relação
aos outros dois grupos. Em todos os outros meses foram constatadas diferenças entre os
grupos T1 e T3, já entre os grupos T1 e T2, não houve diferença em novembro e
dezembro/2013 e diferença entre esses grupos e o grupo T3 (Tab. 02).
A partir do terceiro mês do experimento, apresentaram diferenças significativas entre o
total de teleóginas encontradas nos animais. O grupo T1 apresentou sempre menor quantidade
que os outros dois. Já o grupo T2, com quantidade intermediária de teleóginas acima de 4
mm.
TABELA 02 – Quantidade mensal de teleóginas acima de 4 mm aderidas à pele dos
animais, no período de junho/2013 a fevereiro/2014.
Período Grupo T1 Grupo T2 Grupo T3
20/06 a 19/07/2013 2025 a 2581 a 2056 a
20/07 a 19/08/2013 852 a 1879 a 3154 a
20/08 a 19/09/2013 762 a 2037 a 3130 b
20/09 a 19/10/2013 689 a 1365 a 1439 b
20/10 a 19/11/2013 219 a 977 b 1529b
20/11 a 19/12/2013 224 a 931 a 2358b
20/12/13 a 19/01/14 349 a 921 a 2151 b
20/01 a 19/02/2014 841 a 2488 b 3345c
Total 5961 a 13179 b 19162 c
Pelo teste de Kruskal-Wallis existem diferenças estatísticas. p<0,05. Letras iguais
representam que não houve diferença, letras diferentes representam se houve diferenças
estatísticas entre a quantidade mensal de teleóginas encontradas nos animais dos grupos
experimentais.
Baseado na afirmação de Furlong (2005),de que para cada teleógina acima de 4mm
encontradas no corpo do animal existem 99 carrapatos no ambiente em seus diversos estágios
evolutivos. A menor quantidade de R. microplus encontrada no grupo T2, quando se compara
com o grupo T3, é justificado, pois o grupo T2 ficou em ambiente com menor quantidade de
carrapatos na fase não parasitária. Os parasitos que parasitaram os animais do grupo T1 não
completaram o ciclo biológico, fazendo assim um controle estratégico dos ectoparasito.
Gazim, et al (2010), relata que teleóginas com ingurgitamento total oriundas de
animais que receberam homeopáticos são de menor peso, produzem menor quantidade de
23
ovos viáveis e consequentemente menor quantidade de fases jovens do ectoparasito,
resultando uma menor reinfestação nos animais que estão na área, levando a menor
infestação nas pastagens e indiretamente, induz à menor infestação nos animais do grupo T2
que estavam no mesmo pasto que T1.
O grupo T1 foi diretamente beneficiado pela ingestão do homeopático, já o grupo T2
apresentou uma quantidade intermediária de teleóginas por estar nas mesmas pastagens do
primeiro grupo, já o grupo T3 não foi influenciado nem diretamente e nem indiretamente.
As condições climáticas e ambientais: umidade, temperatura e luz solar, influenciam
nas infestações (MEDEIROS, et al; 2008), pois no período do experimento coincidiu com
pouca umidade e uma situação anormal para a região, devido a falta de chuvas em
dezembro/2013 e, principalmente em janeiro/2014, que choveu apenas 34 mm no mês (Tab.
03).
5.2 Teleóginas com Alterações Morfológicas
A partir do terceiro mês do experimento, com a utilização do bioterápico ocorreram
infestações de fases jovens que não ingurgitaram, mas três infestações de fases jovens do
parasito nos animais do grupo T1, que não chegaram a ingurgitar. Essas infestações ocorreram
nos meses de setembro/2013, novembro/2013 e dezembro/2013. Apesar de haver uma relação
entre o ectoparasito completar o seu ciclo e condições climáticas, não interferiu no fato
observado, pois houve o surgimento dessas fases jovens mesmo em meses em que o aumento
de umidade não foi significativo (Tab. 03).
Durante o período experimental, não houve nenhuma aplicação de acaricidas
alopáticos, por não haver infestação que justificasse tal procedimento. Foram realizadas três
aplicações de Cipermetrina pour-on na dosagem de 20 ml, por animal, para combater a mosca
do chifre (Haematobia irritans), que estavam em grande quantidade nos animais. Não foi
detectada a presença de bernes (Dermatobia hominis), apenas um caso de miíase (bicheira),
em um animal que feriu a pata dianteira durante o transporte para o imóvel onde se realizou o
experimento (Tab. 03).
24

Tabela 03 – Soma da quantidade de chuva no imóvel durante o experimento, em mm3 e


aplicação de cipermetrina contra moscas.
Jul/13 Agost/ Set/13 Out/13 Nov/ Dez/13 Jan/14 Fev/14
13 13
Chuva mm 05 00 50 21 62 75 35 80
Aplicação de 27/06/13 Não Não 17/10/13 Não Não 14/01/14 Não
Cipermetrin
a pour-on
Fases jovens Não Não Sim Não Sim Sim Não Não
Quantidade diárias de chuva medida com pluviômetro própria fazenda onde se realizou
o experimento, datas dos combates contra H. irritans e meses que foram constatadas
fases jovens do ectoparasito no grupo T1 que não evolui.
A partir de 20/09/2013 nos animais do grupo T1, foram encontradas teleóginas com
rugas profundas no abdômen e de cor amarelada, que são sinais de senescência, além de
algumas teleóginas acima de 4 mm, que secaram (Fig. 05) ou se romperam ainda aderidas à
pele dos animais. As teleóginas com alterações foram constatas em todos os animais no grupo
T1, embora em pequenas quantidades e em datas diferentes.
As alterações encontradas foram descritas também por MAGALHÃES NETO, et al,
2004, que descreve em animais que foram tratados com homeopatia teleóginas com estrias e
de cor amarelada e em propriedades que não utilizavam homeopatia, essas alterações não
foram encontradas.

Figura 05 – Teleóginas retiradas de animal do grupo T2 (círculo tracejado) e teleógina


rompida retirada de animal do grupo T1 (círculo contínuo).
25

No quarto mês do experimento, foi localizada aderida à pele dos animais, teleóginas
com sinais de senescência característicos da fase pós-ovoposição da teleógina, características
descritas por Medeiros, et al (2008), na fase de pós-ovoposição como: cor mais amarelada,
estrias profundas e amarelas na sua região de abdômen e pouca mobilidade se forem retiradas
do hospedeiro.Foram encontradas teleóginas rompidas aderidas à pele de animais do grupo
tratado T1, o que não foi encontrado nos outros dois grupos experimentais (T2 e T3) (Tab.
04). Alterações morfológicas foram encontradas por Morais et. al, (2011) em outra fazenda no
município de Ituiutaba, Signoretti, et al (2013) relata que “animais tratados com
medicamentos homeopáticos apresentaram baixo número de teleóginas e partenóginas, e estas
tinham tamanho reduzido e coloração anormal, sem brilho e com estrias amareladas no
dorso”.
Além dessas alterações a não aplicação de acaricidas durante o período da pesquisa
também confirma observações dos mesmos autores que relatam que animais tratados com
homeopatia necessitam de menor quantidade de banhos.
Tabela 04 – Soma mensal de teleóginas com alterações morfológicas, encontradas
aderidas à pele dos animais durante o período do experimento.
Período GRUPO T 1 GRUPO T2 GRUPO T3
20/06 a 19/07/2013 0a 0a 0a
20/07 a 19/08/2013 0a 0a 0a
20/08 a 19/09/2013 0a 0a 0a
20/09 a 19/10/2013 34 a 0b 0b
20/10 a 19/11/2013 86 a 0b 0b
20/11 a 19/12/2013 89 a 0b 0b
20/12/13 a 19/01/14 84 a 0b 0b
20/01 a 19/02/2014 61 a 0b 0b
Total 354 a 0b 0b
Letras iguais representam que não existem diferenças entre os grupos experimentais,
letras diferentes representam diferenças entre os grupos.
A presença de teleóginas com alterações morfológicas ou rompidas, ou ainda a
presença de fases jovens dos parasitos que não se desenvolvem, sugerem que os mesmos
receberam alimentação deficiente ou tóxica através do sangue do hospedeiro ocasionando
essas alterações.
Nos animais do grupo T1, a partir de 20/09/2013, foram encontradas teleóginas com
tamanho menor que nos outros dois grupos (Fig. 06). O peso das teleóginas interfere na
26

produção de ovos e conseqüente menor número de larvas no ambiente (FURLONG, 2005).


Portanto, o menor tamanho das teleóginas nos animais do grupo T1 sugere que estas
produziram menor quantidade de ovos e consequentemente, menores número de adultos
parasitando os mesmos. As teleóginas observadas nos animais do grupo T1 foram menores
que as retiradas nos outros grupos experimentais, a partir de outubro/2013, até o final do
experimento.

Figura 06 – Teleóginas retiradas de animal do grupo T1 (círculo contínuo), com estrias


profundas na região do tórax (setas), de tamanho menor que as teleóginas retiradas de
animal do grupo T2 (círculo tracejado).
5.3 Resultados dos Hemogramas
As hemácias (RBC), Hemoglobinas (HBC) e Volume Globular (HCT), apresentaram
distribuição normal e diferenças significativas entre os grupos experimentais.
Os demais componentes do sangue dos animais apresentaram distribuição não normal
e para sua análise estatística utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis. Observou-se que houve
maiores alterações nos meses finais do experimento, com aumento na maioria dos
componentes observados, principalmente no grupo T1.
Os índices dos componentes sanguíneos dos grupos experimentais apresentaram
padrões de normalidade para a espécie de animais e para o país.
27

As plaquetas apresentaram uma variação positiva no grupo T1, apesar de ainda


permanecer dentro dos índices de normalidade da espécie (Graf. 01).

MÉDIA DE PLAQUETAS
800
P 700
L
600
A
500
Q
400 T1
U
E 300
T2
T 200
T3
A 100
S 0
1 2 3 4 5 6 7
MESES

Gráfico 01 – Médias das plaquetas dos grupos experimentais, demonstrando maior


média no grupo T1 entre o primeiro e o último mês. Diferença de médias das plaquetas
pelo teste de Kruskal-Wallis. P = 0,00946021.
Para Plaquetas os resíduos do modelo matemático de análise de variância foram não
normais, para tanto utilizou o teste de Kruskal-Wallis. Ao se comparar os grupos, verificou-se
diferença significativa (valor – p =0,00000).
Não foi observada diferença significativa quando se observa os números totais entre os
animais, havendo diferenças entre os meses (Tab. 05). Houve um acréscimo de plaquetas no
grupo T1 durante o experimento.
As plaquetas foram consideradas normais quando ficaram entre 200 e 733 x 103/mm3,
esses índices são considerados para bovinos mestiços no Brasil, pois variam entre raças e
localização dos animais (FERREIRA NETO, 1973). Weiss e Wardrop (2010), relata em que
os índices em Ontário – Canadá os valores de plaquetas variam entre 160 a 600 x 103/mm3.
Isso demonstra que fatores sanguíneos são dependentes do clima, alimentação e
principalmente raça dos animais envolvidos. Outros fatos que alteram a quantidade de
plaquetas é a quantidade de vezes que a agulha perfura o vaso sanguíneo durante a extração
do sangue para exames.
28
TABELA 05 - Médias Mensais de Plaquetas encontradas entre os animais dos grupos
experimentais.
meses T1 T2 T3
Julho/2013 271,416667 a (1) 310,41667a (1;4) 412,333333a(3;5)
Agosto/2013 239,583333ab (1) 222,083333ab (1;4) 199,25Ab (1;4)
Set/2013 711,583333ABc (1) 464aBc(2;4) 574,166667aBc(2;4)
Nov/2013 559,5 ABcd (1) 601,5 ABcd (2;4) 458,25 aBcd (2;5)
Dez/2013 472,416667ABcde (1) 460,08333aBcde (1;4) 542,25 aBcde (1;4)
Jan/2013 410,416667Abcdef (1) 456,5 aBcdef (1;4) 385,83333abcdef (1;4)
Fev/2013 368,166667AbCdef (1) 432,25 aBcdef (1;4) 340,5 abcdef (1;4)
Diferença de médias das plaquetas pelo teste de Kruskal-Wallis. p <0,05. Letra “a”
representa igualdade com o julho/2013, letra “b” igualdade com o agosto/2013, letra “c”
igualdade com setembro/2013; letra “d” igualdade com novembro/2013, letra “e”
igualdade com dezembro, 2013, letra “f” igualdade com janeiro/2014. Letras minúsculas
representam igualdade entre os meses, letras maiúsculas representam diferenças entre
os meses. Números 1 igualdade com o grupo T1, 2 diferença com T1. Número 3
igualdade com o grupo T2 e 4 diferença com o grupo T2.
As plaquetas (PLT) são células que sinalizam a cascata de coagulação, sua
importância quando se trata em interromper os processos hemorrágicos é fundamental
(WEISS e WARDROP, 2010; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2008; FERREIRA NETO;
VIANA e MAGALHÃES, 1983). Como o carrapato tem na sua saliva enzimas que atuam
como anticoagulantes que irão evitar a cascata de coagulação, ludibriando o mecanismo de
defesa do hospedeiro. Animais com maior número de plaquetas circulando em seu sangue
podem dificulta a alimentação do parasito e consequentemente seu ciclo natural
(ANDREOTTI et al., 2002).Esta variação positiva sinaliza que as enzimas da saliva do
carrapato não estão sendo tão eficazes, fazendo com que as teleóginas do grupo T1 tenham
um menor tamanho ao se ingurgitarem. Com uma cascata de coagulação mais vigorosa o
processo de alimentação do Rhipicephalus microplus, justificando a não evolução dos
parasitos ou teleóginas com alterações morfológicas correspondentes a pós postura
encontrados no grupo tratado (MEDEIROS, et al, 2008).
Outro fato relevante é que o número exagerado de plaquetas pode acarretar coágulos
indesejáveis e comprometer a higidez do hospedeiro, portanto a permanência nos níveis
29

considerados aceitáveis para a espécie, raça e região também é desejável, por tanto os níveis
sanguíneos não devem ultrapassar o limite máximo de normalidade.
5.5 Escore de Condição Corporal
Os animais não apresentaram diferenças quanto ao Escore de Condição Corporal
durante o experimento, mantendo os três grupos com o mesmo ECC, exceção feita a dois
animais que sofreram intoxicação alimentar e as novilhas que pariram e alteraram o escore
logo após o parto, mas ao final do experimento estavam novamente com o mesmo escore do
inicio.
5.6 Leite Produzido pelos Bovinos em Lactação
O leite produzido na fazenda durante o experimento obedeceu ao previsto pela I. N.
(Instrução Normativa) 62 do MAPA (BRASIL, 2011) e o padrão de qualidade da empresa
coletora, sendo por isso mesmo renumerado com bonificações pela qualidade que verifica nas
seguintes informações: baixa CBT (Contagem Bacteriana Total), baixa CCS (Contagem de
Células Somática), gordura e proteína sempre entre 3 e 4%, além de não serem encontrados
resíduos de antibióticos ou outro produto tóxico no leite e água.
TABELA 06 – Animais que deram cria e soma da produção média de leite durante o
período do experimento.
MESES T1 PROD. T2 PROD. T3 PROD. PROD.
LEITE LEITE LEITE TOTAL
JUNHO/2013 O3 45 02 21,3 0 0 66,3
JULHO/2013 04 51 01 15 0 0 66
AGOSTO/2013 03 47 01 14 0 0 61
SETEMBRO/2013 03 40 02 24 0 0 64
OUTUBRO/2013 04 45 03 30 0 0 75
NOVEMBRO/2013 04 36 05 40 01 5 81
DEZEMBRO/2013 04 39 06 36 01 7 82
JANEIRO/2014 04 32 06 37 01 8 77
FEVEREIRO/2014 04 29 06 38 01 6 73
Durante o experimento seis animais pluríparas e seis primípiaras deram cria e produziram
leite. A ração concentrada foi fornecido além das 500 gr como veículo do homeopático ou
placebo mais três quilos para cada 10 kg de leite, vacas com produção acima de 10 kg
receberam mais um quilo de ração para cada três quilos de leite produzidos.
30

CONCLUSÃO
A menor quantidade de teleóginas acima de 4 mm, menores ao se ingurgitarem e
teleóginas com sinais de senescência, nos animais do grupo tratado sugere que o homeopático
foi eficiente.

REFERÊNCIAS

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36

APÊNDICE
1 – Apêndice 01 – Esboço do mapa da fazenda com descrição das pastagens.
37
Apêndice - 01

ESBOÇO DO MAPA DAS PASTAGENS ONDE FICARAM OS ANIMAIS.

LEGENDA

Pasto 04 Bateria de cochos para


ração e placebo.
Bateria de cochos para
ração e homeopático.
Cocho para sal
Pasto 02 Pasto 03
mineralizado.
Bebedouros

Imóvel vizinho
Imóvel vizinho Pasto 01

Quintal

Curral

______________________________________________________________________
38
ANEXO
Anexo 01 – Parecer 152/2012 do Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (CEUA/UFU),
sobre protocolo 097/12.
39

Universidade Federal de Uberlândia


Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Comissão de Ética na Utilização de Anim ais (CEUA)
Avenida João Naves de Ávila, nº. 2160 - Bloco A, sala 224 - Campus Santa
Mônica - Uberlândia-MG –
CEP 38400-089 - FONE/FAX (34) 3239-4131; e-mail:[email protected];
www.com issoes.propp.ufu.br

ANÁLISE FINA L Nº 152/12 DA COMISSÃO DE ÉTICA NA UTILIZAÇÃO DE


ANIMAIS PARA O PROTOCOLO REGISTRO CEUA/UFU 097/12

Projeto Pesquisa “Bioterápicos


: contra carrapatos (Rhipicephalus microplus)
em bovinos Girolando (Bos taurus x Bos indicus)”.

Pesquisador Responsável: Edmundo Benedetti

O protocolo não apresenta problemas de ética nas condutas de pesquisa com


animais nos limites da redação e da metodologia apresentadas.

SITUAÇÃO: PROTOCOLO DE PESQUISA APROVADO.

OBS : O CEUA/UFU LEMBRA QUE QUALQUER MUDANÇA NO


PROTOCOLO DEVE SER INFORMADA IMEDIATAMENTE AO CEUA
PARAFINS DE ANÁLISE E A PROVAÇÃO DA MESMA.

Uberlândia, 03 de Dezembro de 2012

Profa. Dra. Ana Elizabeth Iannini Custódio


Vice Coordenadora Pro tempore da CEUA/UFU

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