ECA Parte 2

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Aula 01

SEE-PE - Estatuto da Criança e do


Adolescente e Lei Brasileira de Inclusão -
2022 (Pós-Edital)

Autor:
Ricardo Torques

12 de Junho de 2022
Ricardo Torques
Aula 01

Índice
1) Prevenção, Política de Atend. e Medidas de Proteção
..............................................................................................................................................................................................3

2) Conselho Tutelar
..............................................................................................................................................................................................
81

3) Questões Comentadas - Prevenção, Política de Atend. e Medidas de Proteção - CEBRASPE


..............................................................................................................................................................................................
90

4) Questões Comentadas - Conselho Tutelar - CEBRASPE


..............................................................................................................................................................................................
106

5) Lista de Questões - Prevenção, Política de Atend. e Medidas de Proteção - CEBRASPE


..............................................................................................................................................................................................
112

6) Lista de Questões - Conselho Tutelar - CEBRASPE


..............................................................................................................................................................................................
118

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PREVENÇÃO

Disposições Gerais

Em relação às disposições gerais, o ECA trazia 4 artigos singelos. Contudo, com a Lei nº 13.010/2014, foram
incluídos os arts. 70-A e 70-B. Esses dispositivos tratam da prevenção contra a violência, especialmente o
castigo físico e o tratamento cruel.

Vamos iniciar com o art. 70, do ECA:

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da
criança e do adolescente.

Esse dispositivo destaca a tônica do ECA: a proteção aos direitos das crianças e dos adolescentes. Isso ocorre
porque o ECA dispensa tratamento diferenciado às crianças e adolescentes em face da condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento. Trata-se de um dever específico de proteção. Confira o art. 70-A:

Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma
articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:

I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da


criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;

II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria


Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente
e com as entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente;

III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e


assistência social e dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias
à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as
formas de violência contra a criança e o adolescente;

IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam


violência contra a criança e o adolescente;

V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança
e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis
com o objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre
alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo
educativo;

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VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração


de planos de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com
participação de profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Efetivamente, esses incisos raramente serão objeto de uma questão objetiva. Aqui, você deve compreender
a ideia por traz desse artigo.

Nesse contexto, fixa-se que todos devem evitar a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança
e do adolescente. Para tanto, os três entes federativos (União, Estado e Municípios) devem adotar políticas
públicas a fim de coibir o castigo físico ou o tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas
de educação de crianças e de adolescentes.

Entre as ações a serem adotadas, o ECA estabelece um rol prioritário. Vejamos:

AÇÕES PARA COIBIR A VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES

• promoção de campanhas educativas.


• integração com os órgãos e entidades (Poder Judiciário, MP, Defensoria, Conselhos
Tutelares, Conselhos e ONGs).
• formação continuada e a capacitação dos profissionais.
• apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos.
• a inclusão de ações que visem garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a
atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis.
• a articulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias
em situação de violência.

Faltou comentar, ainda, sobre o parágrafo único do art. 70-A, que trata de crianças e adolescente com
deficiência. Para elas o atendimento deverá ser prioritário em face das demais crianças e adolescentes, dada
a dupla situação de vulnerabilidade.

Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade
de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção.

Pergunta-se:

Mas se o princípio da prioridade absoluta informa todo o ECA, qual a razão desse
dispositivo?

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A razão é simples! Se crianças e adolescentes por si sós já se encontram em situação de vulnerabilidade,


crianças e adolescentes com deficiência recebem dupla vulnerabilidade. São vulneráveis por serem crianças
e adolescente e são também vulneráveis por serem deficientes.

Temos um destaque especial, de modo que crianças e adolescentes com deficiência terão ainda mais
prioridade.

Para a prova...

atendimento prioritário frente às demais


Criança ou adolescente com deficiência
crianças e adolescentes

O art. 70-B, ainda dentro do tema relativo aos castigos físicos e tratamento cruel, estabelece que todos os
que lidam com crianças e adolescentes devem contar com um quadro de servidores/funcionários
capacitados a reconhecer os maus-tratos, perceba que inclui entidades privadas ligadas ao lazer, cultura ou
esportes, por exemplo.

Com esse dispositivo percebe-se a preocupação com a responsabilização de quem, ciente da submissão de
criança ou de adolescente a castigo físico ou tratamento cruel, se omite.

Isso se aplica, por exemplo, ao diretor de escola ou creche que, ciente dos maus tratos contra uma criança,
nada faz ou trata da situação de forma morosa, sem dar a devida atenção.

Leia:

Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art.
71, dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer
e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra
crianças e adolescentes.

Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo,
as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou
ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma
deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.

Ainda em relação à prevenção geral, o ECA destaca alguns direitos prioritários das crianças e adolescentes.
São eles:

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direito à informação direito à cultura direito ao lazer direito aos esportes

direito a produtos e serviços que


direito de participar
direito à diversão respeitem sua condição peculiar de
de espetáculos
pessoa em desenvolvimento

Esses direitos constam do art. 71, que passamos a ler:

Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes,
diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.

Os arts. 72 e 73, destacam que as regras acima – relativas à prevenção geral – caminham de forma conjunta
com regras de prevenção especial, destacando que ambas são importantes e devem ser observadas sob pena
de responsabilidade daquele que não cumprir com o seu dever.

Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da


pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.

Fique atento!

Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas podem ser responsabilizadas.

Cabe ao Ministério público apurar violações no âmbito penal.

Encerramos, com isso, as disposições gerais da aula de hoje relativas à prevenção. Na sequência, passamos
estudar a denominada “prevenção especial”, que envolve vários temas de relevo para a prova.

Sigamos!

Prevenção Especial

O estudo da prevenção especial envolverá primeiramente algumas regras relativas ao direito à informação,
à cultura, ao lazer, ao esporte, à diversão e aos espetáculos. Na sequência, vamos tratar de regras referentes
à divulgação e à utilização de produtos e serviços e, por fim, da autorização para viajar, assunto que é
recorrente em provas.

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Informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos

Vamos analisar primeiramente os dispositivos e, ao final, vamos destacar a síntese das informações a serem
memorizadas para a prova.

 regulação de diversões e espetáculos

Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos
públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.

Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar,


em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada
sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.

 acesso e permanência em locais públicos

Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos
classificados como adequados à sua faixa etária.

Parágrafo único. As crianças MENORES DE DEZ ANOS somente poderão ingressar e


permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou
responsável.

 faixa etária indicativa

Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para
o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas.

Parágrafo único. NENHUM espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua
classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.

 cuidados quanto ao fornecimento de conteúdos de mídia

Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a


venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou
locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.

Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação
sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.

 comercialização na forma lacrada de produtos impróprios ou inadequados a crianças e adolescentes

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Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças


e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência
de seu conteúdo.

Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens
pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.

O STJ entende que o dever imposto neste artigo envolve também os transportadores e distribuidores de
revistas e publicações garantindo assim a máxima eficácia das normas protetivas.

 vedações às publicações destinadas a crianças e adolescentes

Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil NÃO poderão


conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas,
tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da
família.

 vedação à entrada de crianças e de adolescentes em locais de exploração de jogos de azar

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar,


sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas,
ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a
permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do
público.

A vedação aqui prevista é absoluta, não importando se a criança ou o adolescente está acompanhado dos
pais ou responsáveis.

Para a prova...

➢ O Poder Público regulará as diversões e espetáculos públicos (definindo natureza, faixas etárias, locais
e horários inadequados de apresentação). Essas normas devem ser cumpridas e divulgadas pelas
empresas que trabalhem com diversão e espetáculos.
➢ Crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação
ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
➢ Rádios e TVs somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto-juvenil, programas
com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. Todos os espetáculos conterão o
anúncio da faixa etária indicativa.
➢ Empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não
haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.

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➢ Revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes


deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
➢ Revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações alusivas
a bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da
pessoa e da família.
➢ Casas de jogos cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e
adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.

Produtos e Serviços

Em relação aos produtos e serviços, o ECA reserva dois dispositivos. O primeiro deles estabelece a proibição
de venda à criança e ao adolescente de alguns produtos e o outro estabelece critérios para a hospedagem.

Veja:

Art. 81. É PROIBIDA a venda à criança ou ao adolescente de:

I - armas, munições e explosivos;

II - bebidas alcoólicas;

III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que
por utilização indevida;

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;

V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.

A venda de armas e munições está prevista como crime no art. 242 do ECA e no art. 16 do Estatuto do
desarmamento e a venda de fogos de artifício no art. 244 do ECA.

A venda de bebida alcoólica era considerada apenas contravenção penal vez que não estava incluída no art.
243 do ECA. Em 2015 a Lei 13.106 fez a inclusão da bebida alcoólica no rol do artigo citado tornando sua
venda a criança ou adolescente crime.

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PROIBIDA A VENDA À CRIANÇA OU AO ADOLESCENTE

•armas, munições e explosivos.


•bebidas alcoólicas.
•produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por
utilização indevida.
•fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam
incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida.
•revistas e publicações inadequadas.
•bilhetes lotéricos e equivalentes.

Ainda neste tópico, o ECA traz uma regra importante e que, com frequência, é cobrada em provas. Trata da
hospedagem em hotel, motéis ou pensões.

Veja:

Art. 82. É PROIBIDA a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou


estabelecimento congênere, SALVO se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
responsável.

É proibida a hospedagem nesses estabelecimentos de crianças ou adolescentes sozinhas, EXCETO se


autorizadas pelos pais ou responsáveis.

Lembre-se...

regra proibida
HOSPEDAGEM EM
HOTEL/MOTEL/PENSÕES DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES quando autorizadas
exceção pelos
pais/responsáveis

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(VUNESP-Prefeitura de Ferraz e Vasconcelos-SP/2020) Nos termos da Lei n°8.069, de 13 de julho de 1990


(Estatuto da Criança e do Adolescente), é correto afirmar:
A) as crianças menores de oito anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação
ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
B) é facultado às emissoras de rádio e televisão exibir, no horário recomendado para o público infanto juvenil,
programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
C) é facultado no início dos espetáculos apresentar ou anunciar a sua classificação, antes de sua transmissão
ou exibição.
D) as revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão
ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
E) as revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil poderão conter ilustrações, fotografias,
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas e tabaco, sendo vedada as ilustrações de armas e
munições.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O parágrafo único do artigo 75 do ECA exige que crianças menores de 10 anos
estejam acompanhadas de pais ou responsáveis nos locais de diversão e espetáculo público.
A alternativa B está incorreta. Não se trata de uma faculdade, a determinação está prevista no artigo 76 do
ECA.
A alternativa C está incorreta. Também não se trata de faculdade conforme o parágrafo único do artigo 76.
A alternativa D está correta. Trata-se da determinação contida no artigo 78 do ECA.
A alternativa E está incorreta. O artigo 79 do ECA veda ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou
anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições.

Autorização para Viajar

Entre os arts. 83 a 85 temos a disciplina relativa à autorização para viajar. São pouco dispositivos, contudo,
muito relevantes em um contexto de provas de concurso público. Ademais, o art. 83, que trata da
autorização para viajar dentro do território nacional, sofreu modificações pela Lei 13.812/2019, o que chama
mais atenção em provas.

O estudo deste ponto deve ser divido em duas partes: autorização para viajar dentro do território nacional
e autorização para viajar para o exterior. Cada um possui regras próprias.

Vamos começar com as viagens dentro do território nacional.

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Como regra, menores de 16 anos não podem viajar para fora da comarca a não ser que estejam
acompanhados dos pais/responsável ou estiverem portando autorização judicial.

Existem, contudo, exceções! Existem situações em que o menor de 16 anos poderá viajar dentro do território
nacional sem estar acompanhado dos pais/responsáveis ou autorização judicial. Essas hipóteses estão
declinadas no §1º do art. 83 do ECA:

 Admite-se a viagem desacompanhada ou sem autorização judicial no caso de translado em comarcas


vizinhas (a lei fala em contígua), desde que se trate de mesma unidade da Federação.

Por exemplo, nada impede que uma criança de 10 anos ou um adolescente de 15 anos viaje
de uma cidade vizinha para outra, desde que dentro do mesmo Estado. Se forem cidades
vizinhas, mas de Estados diferentes (ou seja, em divisas de Estados) não será admitida a
viagem.

 Admite-se a viagem desacompanhada ou sem autorização judicial no caso de translado entre cidades que
estejam na mesma região metropolitana.

Por exemplo, nada impede que uma criança de 11 anos de idade se desloque de uma cidade
para outra, desde que integrem a mesma região metropolitana. Nesse caso, não há
necessidade de que essas cidades sejam vizinhas, mas devem integrar a mesma região
metropolitana.

 Admite-se a viagem sem estar acompanhada de pais ou responsável ou sem portar autorização judicial
quando o menor de 16 anos estiver acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3ª grau), desde
que comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco.

 Admite-se a viagem sem estar acompanhada de pais ou responsável ou sem portar autorização judicial
quando o menor de 16 anos estiver acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando
autorização fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável. Fique atento, aqui não se exige
reconhecimento de firma em cartório.

Você pode estar se perguntando:

E o maior de 16 anos e menor de 18? Como fica a questão de viagens dentro do território
nacional?

Para os adolescentes que estiverem entre 16 e 18 anos não há qualquer restrição para viajar dentro do
território nacional. Podem se locomover de um ponto a outro do país, sem estarem acompanhados de pais
ou responsáveis ou sem autorização judicial. Lembre-se de que, nesse caso, são considerados pela nossa
legislação civil como relativamente incapazes, ou seja, possuem maior grau de discernimento pelo que a lei
não exigiu maiores formalidades para essas viagens.

Vamos à leitura do dispositivo e, após, confira um esquema-síntese:

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Art. 83. NENHUMA criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar
para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem
expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

§ 1º A AUTORIZAÇÃO NÃO SERÁ EXIGIDA quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de


16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana; (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:


(Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente


o parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder


autorização válida por DOIS ANOS.

Para fins de prova, fique atento:

A viagem de criança ou menor de 16 anos deve se dar mediante:

• acompanhada de pais/responsável; ou
• mediante autorização judicial (com validade de 2 anos).

Situações excepcionais em relação aos quais não se exige acompanhamento


dos pais/responsável ou autorização judicial:

• translado em comarcas vizinhas (a lei fala em contígua), desde que se trate de mesma
unidade da Federação;
• translado entre cidades que estejam na mesma região metropolitana;
• translado acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3ª grau), desde que
comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco; ou
• translado acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando autorização
fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável.

Agora, passemos às regras de viagens para o exterior, que são aplicáveis a menores de 18, aplicam-se,
portanto, tanto para as crianças como para os adolescentes de qualquer idade.

Confira o dispositivo legal:

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Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança


ou adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de


documento com firma reconhecida.

Para viagens ao exterior, o procedimento é diverso. De acordo com o ECA, a autorização judicial para viagens
de crianças e de adolescentes será dispensável apenas em duas situações:

• quando estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável legal;


• quando viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro por meio de
documento com firma reconhecida.

Naturalmente surge a dúvida:

Se um dos pais não autorizar?

Em tais situações será necessário ingressar com procedimento junto à Vara da Infância e Juventude a fim de
suprir judicialmente a falta de manifestação. O magistrado verificará se é, de fato, justificável a escusa do
outro pai.

Assim...

VIAGEM PARA O EXTERIOR (aplica-se a criança e ao adolescente de


qualquer idade):

• Poderá viajar acompanhado de ambos os pais.


• Poderá viajar, mesmo que desacompanhado dos pais, caso esteja portando autorização
judicial.
• Poderá viajar acompanhado de um dos pais, com autorização expressa do outro e
assinatura reconhecida em cartório.

Veja, por fim, o art. 85, do ECA. Quando o acompanhante é estrangeiro e residente ou domiciliado no exterior
nem mesmo a autorização dos pais dispensa a necessidade de autorização judicial.

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Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, NENHUMA criança ou adolescente
nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente
ou domiciliado no exterior.

(Objetiva-Prefeitura de Cascavel-PR/2021) Considerando-se a Lei nº 8.069/1990 - ECA, analisar a sentença


abaixo:
Nenhuma criança ou adolescente menor de dezesseis anos poderá viajar, para fora da comarca onde reside,
desacompanhado dos pais ou dos responsáveis, sem expressa autorização judicial (1ª parte).
Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional
poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior (2ª parte).
Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é indispensável se a criança ou adolescente estiver
acompanhado de ambos os pais ou responsável (3ª parte).
A sentença está:
A) Correta somente em sua 2ª parte.
B) Correta somente em sua 3ª parte.
C) Correta somente em suas 1ª e 2ª partes.
D) Correta somente em suas 1ª e 3ª partes.
E) Correta somente em suas 2ª e 3ª partes.
Comentários
A 1ª parte está correta - trata-se da redação do caput do artigo 83 do ECA. Essa afirmação traz a regra os
parágrafos seguinte trazem as exceções.
A 2ª parte está correta – também se trata de transcrição literal agora do artigo 85 do ECA.
A 3ª parte está incorreta – Como estudamos em aula, caso a criança ou o adolescente esteja acompanhado
de ambos os pais ou do responsável estará dispensada a autorização judicial.
Logo o gabarito da questão é a alternativa C.

Política de Atendimento

No capítulo anterior, vimos um conjunto de regras protetivas específicas destinadas às crianças e


adolescentes. Neste capítulo vamos estudar as regras que orientam a política de atendimento.

Inicialmente, cumpre compreender o conceito que é dado pelo ECA.

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conjunto articulado de ações


POLÍTICA DE governamentais e não governamentais, da
ATENDIMENTO União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios

Assim, por política de atendimento devemos compreender as ações adotadas pelo Poder Público com a
finalidade de assegurar os direitos das crianças e adolescentes.

Disposições Gerais

O conceito acima analisado consta do art. 86, do ECA:

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através
de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Essa política de atendimento é orientada por linhas de ação e diretrizes da política que estão explicitados
nos arts. 87 e 88. Para fins de prova não resta outra alternativa a não ser ler e reler esses dispositivos com
atenção.

 política de atendimento - linhas de ação

Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:

I - políticas sociais básicas;

II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção


social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou
reincidências;

III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de


negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;

IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes


desaparecidos;

V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do


adolescente.

VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do


convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de
crianças e adolescentes;

VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e


adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de

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crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com


deficiências e de grupos de irmãos.

 política de atendimento - diretrizes da política

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

I - municipalização do atendimento;

II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do


adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis,
assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas,
segundo leis federal, estaduais e municipais;

III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização


político-administrativa;

IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos


conselhos dos direitos da criança e do adolescente;

V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,


Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para
efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional;

VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,


Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência
social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos
em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida
reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável,
sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28
desta Lei;

VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos


segmentos da sociedade.

VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes
áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança
e sobre desenvolvimento infantil;

IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do


adolescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente
e seu desenvolvimento integral;

X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção


da violência.

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Vamos rever para a memorização?!

LINHAS DE AÇÃO DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO


• políticas sociais básicas.
• serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção
social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou
reincidências.
• serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial.
• serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes
desaparecidos.
• proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do
adolescente.
• políticas e programas destinados a prevenir ou a abreviar o período de afastamento do
convívio familiar.
• campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes
afastados do convívio familiar e à adoção.

Observe que o item 2 do quadro acima foi alterado pela Lei nº 13.257/2016.

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DIRETRIZES DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO

• municipalização do atendimento.
• criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do
adolescente, órgãos deliberativos e controladores.
• criação e manutenção de programas específicos.
• manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos
conselhos dos direitos da criança e do adolescente.
• integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança
Pública e Assistência Social.
• integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho
Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social.
• mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos
da sociedade.
• especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes
áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da
criança e sobre desenvolvimento infantil.
• formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente
que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu
desenvolvimento integral.
• realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção
da violência.

Você deve estar se perguntando:

São importantes essas linhas de ação e diretrizes que vimos acima para o concurso?

De fato, esses assuntos possuem menor importância, contudo, estão presentes no ECA e podem ser
cobrados. Ainda assim, acreditamos que a leitura atenta é fundamental.

Em termos simples, podemos definir as linhas de ação como a ações pretendidas para colocar em prática os
fins sociais do Estatuto da Criança e do Adolescente. As diretrizes, por sua vez, envolvem o plano de ação, o
que se será necessário fazer para que essas linhas de ação sejam efetivadas. Nas provas, por vezes, os
conceitos são misturados para confundir o candidato.

Não obstante isso, a leitura é o fundamental para a sua prova. Encerramos, contudo, o tema, com duas
informações que você deve levar para a prova!

 O princípio da municipalização constitui diretriz das políticas de atendimento no ECA.

As ações do Poder Público devem ser descentralizadas, com foco na atuação municipal
dada a proximidade desse ente da Federação em relação à comunidade. Nesse contexto, é
mais fácil ao Município compreender as necessidades da localidade para o
desenvolvimento de políticas públicas, do que o Estado ou a União.

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 As linhas de ação constituem espaços de atuação do Poder Público para atender os fins
sociais do ECA. As diretrizes envolvem as atividades que devem ser executadas para que as
linhas de ação sejam atendidas.

A lei 12.127/2009 criou o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos


para atender a política de atendimento prevista no inciso IV do artigo 87 do ECA.

Para encerrar o tópico, confira o art. 89, do ECA, que destaca a importância da atuação do membro dos
conselhos nacional, estadual e municipal dos direitos da criança e do adolescente. De acordo com o
dispositivo, o exercício da função é considerado de “interesse público relevante”, mas não será remunerada.
Cuide para não confundir com a função de conselheiro tutelar, que será analisada adiante, que é
remunerada.

Veja:

Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais
dos direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e
NÃO será remunerada.

Entidades de Atendimento

Em relação às entidades de atendimento, nós veremos alguns aspectos gerais e, em seguida, regras de
fiscalização. Essas entidades são responsáveis por planejar e executar a política de atendimento, com
observância das linhas gerais e diretrizes acima, com vistas a colocar em prática as regras de prevenção que
estudamos.

Notem que começamos a relacionar os temas estudados na aula de hoje...

Disposições Gerais

Conforme o ECA, essas entidades atuarão no planejamento e na execução de programas de proteção e de


execução de medidas socioeducativas de crianças e adolescentes para:

EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA
EM REGIME DE PROTEÇÃO
SOCIOEDUCATIVA

orientação e apoio sócio-familiar apoio socioeducativo em meio aberto

colocação familiar prestação de serviços à comunidade

acolhimento institucional liberdade assistida

semiliberdade

internação

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Veja:

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e
socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:

I - orientação e apoio sociofamiliar;

II - apoio socioeducativo em meio aberto;

III - colocação familiar;

IV - acolhimento institucional;

V - prestação de serviços à comunidade;

VI - liberdade assistida;

VII - semiliberdade; e

VIII - internação.

Confira, na sequência, o §1º:

§ 1o As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de


seus programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo,
no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro
das inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à
autoridade judiciária.

Tome cuidado! A inscrição se dá perante o CMDCA e não perante o Conselho Tutelar.

Confira:

§ 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados


neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos
encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros,
observando-se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado
pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art.
4o desta Lei.

As entidades que estiverem regulares receberão recursos do Poder Público, observando-se o princípio da
prioridade absoluta à criança e ao adolescente, na forma do §2º acima citado.

Leia, na sequência, o §3º, art. 90, do ECA:

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§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos


da Criança e do Adolescente, no máximo, A CADA 2 (DOIS) ANOS, constituindo-se critérios
para renovação da autorização de funcionamento:

I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à
modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente, em todos os níveis;

II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar,


pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;

III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão


considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família
substituta, conforme o caso.

Em relação às entidades, o CMDCA avaliará o funcionamento a cada dois anos. Assim, a cada biênio, as
entidades serão avaliadas levando-se em consideração

 o respeito às regras e aos princípios do ECA e demais atos normativos.

 a qualidade e a eficiência do trabalho desenvolvido.

 em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, os índices de


sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta.

Esse controle pelo CMDCA destaca o princípio da municipalização, do qual falamos acima. Denota-se o
intento do legislador em aproximar o Estado da realidade presente em cada comunidade, para melhor
atender aos interesses das crianças e adolescentes.

Nesse contexto, prevê o ECA que as entidades dependem de registro no CMDCA para regular o
funcionamento. De posse da documentação, o CMDCA poderá negar em cinco situações. Vejamos:

SERÁ NEGADO, PELO CMDCA, O REGISTRO DA ENTIDADE QUE


• não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade: higiene,
salubridade e segurança.
• não apresente plano de trabalho compatível.
• esteja irregularmente constituída.
• tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
• não se adeque ou deixe de cumprir as resoluções e deliberações.

É o que consta do art. 91, do ECA:

Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de


registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual

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comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva


localidade.

§ 1o Será negado o registro à entidade que:

a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,


salubridade e segurança;

b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;

c) esteja irregularmente constituída;

d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.

e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à


modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente, em todos os níveis.

§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (QUATRO) ANOS, cabendo ao Conselho


Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento
de sua renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo.

Uma vez concedido o registro, a entidade terá funcionamento regular e poderá receber recursos públicos. A
validade do registro é de quatro anos. A cada período será necessária nova concessão de registro.

Para a prova, lembre-se...

AS ENTIDADES SERÃO
a cada dois anos
AVALIADAS

tem validade por quatro


O REGISTRO
anos

Na sequência, vejamos os princípios que orientam as entidades de acolhimento institucional ou familiar.

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PRINCÍPIOS A SEREM SEGUIDOS PELAS ENTIDADES DE ACOLHIMENTO


FAMILIAR OU INSTITUCIONAL

• preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar.


• integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na
família natural ou extensa.
• atendimento personalizado e em pequenos grupos.
• desenvolvimento de atividades em regime de coeducação.
• não desmembramento de grupos de irmãos.
• evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e
adolescentes abrigados.
• participação na vida da comunidade local.
• preparação gradativa para o desligamento.
• participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

É o que consta do art. 92, do ECA:

Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional


deverão adotar os seguintes princípios:

I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;

II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na


família natural ou extensa;

III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;

IV - desenvolvimento de atividades em regime de coeducação;

V - não desmembramento de grupos de irmãos;

VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e


adolescentes abrigados;

VII - participação na vida da comunidade local;

VIII - preparação gradativa para o desligamento;

IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

Vejamos, ainda, algumas regras específicas referentes às entidades de acolhimento:

 O dirigente de entidade de acolhimento institucional é equiparado ao guardião. Veja


que a guarda, neste caso, não decorre de decisão judicial, mas do próprio cargo.

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 A cada seis meses, os dirigentes das entidades de acolhimento institucional ou familiar


devem remeter relatórios da situação de cada criança ou adolescente acolhida. Com a
mudança implementada pela 13.509/17 reduzindo o prazo de reavaliação da criança ou
adolescente inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional para 3 meses
entendemos que o prazo para que os relatórios sejam remetidos também deve ser
reduzido para 3 meses já que o §2º do artigo faz menção ao art. 19 §1º do ECA.

 Os laços das crianças acolhidas serão mantidos e estreitados com a família de origem ou
extensa, exceto se houver decisão judicial em contrário.

O ECA estabelece a possibilidade de as entidades de acolhimento institucional, em caráter excepcional e de


urgência, acolherem crianças e adolescentes sem decisão judicial prévia. Vale dizer, a regra é a de que o
acolhimento ocorra sob determinação judicial. Contudo, em determinadas situações excepcionais e
urgentes o acolhimento poderá ser realizado e, no prazo de 24 horas, a autoridade judiciária será
comunicada.

Quanto ao acolhimento em entidade, a Lei nº 13.257/2016 trouxe uma alteração ao incluir o § 7º no art. 92,
do ECA. Quando se tratar de criança de 0 a 3 anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção
à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao
atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como prioritárias.

No caso de acolhimento de criança entre zero e três anos, a lei exigiu atenção especial quanto à atuação dos
educandos, às rotinas para cuidados diários que devem ser específicas e ao atendimento das necessidades
de afeto.

Veja:

§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é


equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito.

§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou


institucional remeterão à autoridade judiciária, NO MÁXIMO A CADA 6 (SEIS) MESES,
relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua
família, para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.

§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão


conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou
indiretamente em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação
familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério
Público e Conselho Tutelar.

§ 4o SALVO determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades


que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o
auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da
criança ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos
I e VIII do caput deste artigo.

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§ 5o As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional


somente poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos
princípios, exigências e finalidades desta Lei.

§ 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que


desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição,
sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal.

§ 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional,


dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e
qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades
básicas, incluindo as de afeto como prioritárias.

Veja, ainda, o art. 93, do ECA:

Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em


caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia
determinação da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (VINTE
E QUATRO) HORAS ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.

Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério


Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas
necessárias para promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente
ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu
encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional ou a família
substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101 desta Lei.

Na sequência, o ECA estabelece uma série de obrigações destinadas às entidades de internação. Entre as
medidas socioeducativas, a de internação é mais drástica, conforme estudaremos na próxima aula. Tais
entidades devem respeitar uma série de obrigações. Vejamos:

OBRIGAÇÕES DAS ENTIDADES DE ACOLHIMENTO

➢ observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes.


➢ não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação.
➢ oferecer atendimento personalizado.
➢ preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente.
➢ diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares.
➢ comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou impossível
o reatamento dos vínculos familiares.
➢ oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
segurança e os objetos necessários à higiene pessoal.
➢ oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos.
➢ oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos.
➢ propiciar escolarização e profissionalização.
➢ propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer.
➢ propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças.

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➢ proceder o estudo social e pessoal em cada caso.


➢ reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos
resultados à autoridade competente.
➢ informar, periodicamente, ao adolescente internado sua situação processual.
➢ comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de moléstias
infectocontagiosas.
➢ fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes.
➢ manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos.
➢ providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem.
➢ manter arquivo de anotações em que constem data e circunstâncias do atendimento, nome do
adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento.

É impossível memorizar todas as obrigações acima. Contudo, a leitura atenta é fundamental. Para aferir se
vocês efetivamente prestaram atenção, responda:

Qual é o prazo de reavaliação individual dos adolescentes em regime de internação?

Muita atenção! O prazo de SEIS MESES para reavaliação individual e personalizada é fundamental para a
prova.

3 meses 6 meses

prazo de reavaliação para crianças e


prazo de reavaliação para os
adolescentes incluídos nos
adolescentes sujeitos à programa de
programas de acolhimento familiar
internação
ou institucional

Veja, na sequência, o art. 94, do ECA:

Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes


obrigações, entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de
internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;

IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;

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V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;

VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável


ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;

VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,


salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;

VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos


adolescentes atendidos;

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;

X - propiciar escolarização e profissionalização;

XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;

XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;

XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de SEIS MESES, dando
ciência dos resultados à autoridade competente;

XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;

XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de


moléstias infectocontagiosas;

XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;

XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;

XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os


tiverem;

XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento,


nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que
possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.

O descumprimento das obrigações descritas neste artigo viola os direitos do adolescente internado devendo
o Ministério Público ou a Defensoria Pública atuar para sanar as irregularidades.

Confira, na sequência, os §§ do art. 94, cuja leitura é o suficiente:

§ 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que


mantêm programas de acolhimento institucional e familiar.

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§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão


preferencialmente os recursos da comunidade.

Para encerrar o tópico, lembre-se da redação do art. 94-A, segundo o qual as entidades devem reportar ao
Conselho Tutelar as situações de suspeita de abusos e maus-tratos e que mais uma vez demostra
preocupação com a capacitação profissional.

Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e


adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros,
profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
ocorrências de maus-tratos.

Fiscalização das Entidades

Na sequência do nosso estudo veremos as regras estabelecidas no ECA referentes à fiscalização das
entidades de proteção e de cumprimento de medidas socioeducativas.

Essas entidades serão fiscalizadas pelo Poder Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares,
conforme explicita o art. 95 do ECA. Embora não conste do rol previsto pelo estatuto a Defensoria Pública
também deve atuar na fiscalização.

Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão


fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.

Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado


ou ao município, conforme a origem das dotações orçamentárias.

Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação
constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes
ou prepostos:

I - às entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa.

II - às entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;

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c) interdição de unidades ou suspensão de programa;

d) cassação do registro.

§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que


coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao
Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária competente para as
providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.

§ 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais


responderão pelos danos que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes,
caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção
específica.

Na hipótese de descumprimento das regras estabelecidas, as entidades se sujeitam às seguintes penalidades:

ENTIDADES NÃO
ENTIDADES GOVERNAMENTAIS
GOVERNAMENTAIS

advertência advertência

afastamento provisório de seus suspensão total ou parcial do repasse


dirigentes de verbas públicas

afastamento definitivo de seus interdição de unidades ou suspensão


dirigentes de programa

fechamento de unidade ou interdição


cassação do registro
do programa

Se houver reiteração nas infrações poderá ser determinada, pela autoridade judiciária, em processo regular,
a suspensão das atividades ou a dissolução da entidade, ouvido o Ministério Público.

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Fiscalização das
Prestação de Contas
entidades

Judiciário, Ministério Público,


orgãos de controle dos estados ou
Conselhos Tutelares e DEfensoria
municípios.
Pública.

(CEV-URCA- Prefeitura do Crato/2021) Assinale a alternativa CORRETA sobre o Estatuto da Criança e do


Adolescente (ECA):
A) Políticas sociais básicas, assim como serviços de identificação e localização de pais, responsável, crianças
e adolescentes desaparecidos são linhas de ação da política de atendimento dos direitos da criança e do
adolescente.
B) A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á meramente através de ações
governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
C) Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de maus tratos ainda não
se enquadram como linhas de ação da política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
D) A criação de conselhos dos direitos da criança e do adolescente e a manutenção de fundos municipais
vinculados a estes conselhos estão na linha de ação da política de atendimento do ECA, sem serem, no
entanto, diretrizes desta política.
E) A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança
e do adolescente é considerada de interesse público relevante e deverá será remunerada.
Comentários
A alternativa A está correta. O art. 87 do Eca prevê políticas sociais básicas e serviço de identificação e
localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos como linhas de ação da política de
atendimento.
A alternativa B está incorreta. A assertiva trouxe uma afirmação restritiva. A política de atendimento dos
direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais
como afirma a questão, mas também não governamentais.
A alternativa C está incorreta. Os serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às
vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão estão previsto no inciso III do
art.87 do Eca tratando-se de linha de ação da política de atendimento.

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A alternativa D está incorreta. A criação de conselhos dos direitos da criança e do adolescente e a


manutenção de fundos municipais vinculados a estes conselhos estão previstos no inciso II do art. 88 do Eca
como diretrizes da política de atendimento.
A alternativa E está incorreta. Como vimos de forma destacada a função de membro do conselho nacional e
dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse
público relevante mas NÃO será remunerada.

Medidas de Proteção

Disposições Gerais

As medidas de proteção serão aplicáveis todas as vezes que os direitos de crianças e adolescentes não
estiverem sendo respeitados, seja por ação ou por omissão dos genitores, dos responsáveis ou do Estado.

APLICAM-SE AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO QUANDO OS


DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES FOREM
VIOLADOS

por ação ou omissão por falta, omissão ou em razão da própria


da sociedade ou do abuso dos pais ou conduta da criança
Estado responsável ou adolescente

É o que dispõe o art. 98, do ECA:

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

III - em razão de sua conduta.

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Medidas Específicas de Proteção

As medidas de proteção que veremos neste tópico podem ser aplicadas de forma isolada (ou seja, apenas
uma delas) ou de forma cumulada, a depender das violações perpetradas. Visa sanar a violação ou impedir
que ela ocorra.

Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que
visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

O ECA estabelece um rol de princípios que orientam a aplicação de medidas de proteção, no art. 100. Veja
antes, porém, o art. 99, do ECA:

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.

Agora sim, vamos aos princípios:

Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas,


preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas:

I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes


são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição
Federal;

II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma


contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que
crianças e adolescentes são titulares;

III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos
assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos
casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das
3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da
possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais;

IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender


prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos
interesses presentes no caso concreto;

V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser


efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;

VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada


logo que a situação de perigo seja conhecida;

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VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas


autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à
proteção da criança e do adolescente;

VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à


situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que
a decisão é tomada;

IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais


assumam os seus deveres para com a criança e o adolescente;

X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do


adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na
sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração
em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de


desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser
informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma
como esta se processa;

XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na


companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais
ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida
de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela
autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.

PREMISSAS PARA A APLICAÇÃO DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO


 crianças e adolescentes são considerados sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares
dos direitos previstos no ECA, em outras Leis e na Constituição Federal;
 proteção integral e prioritária: a interpretação e a aplicação de toda e qualquer norma contida nesta
Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são
titulares;
 responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos das crianças e
dos adolescentes é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo
da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas por entidades não
governamentais;
 interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos
interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros
interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto;

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 privacidade: a promoção dos direitos e a proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no
respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
 intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação
de perigo seja conhecida;
 intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições
cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente;
proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo
em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada;
 responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus
deveres para com a criança e o adolescente;
 prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve ser
dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se
isto não for possível, que promovam a sua integração em família substituta;
 obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento
e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos
motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa;
 oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos
e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
devidamente considerada pela autoridade judiciária competente.

Dada a importância, vejamos um esquema sintético das premissas a serem observadas na aplicação das
medidas de proteção:

PREMISSAS DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO


• crianças e adolescentes são considerados sujeitos de direitos
• proteção integral e prioritária
• responsabilidade primária e solidária do poder público
• interesse superior da criança e do adolescente
• privacidade
• intervenção precoce
• intervenção mínima
• proporcionalidade e atualidade
• responsabilidade parental
• prevalência da família
• obrigatoriedade da informação
• oitiva obrigatória e participação

Vimos qual a finalidade das medidas e quais as premissas a serem observadas. Mas...

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Quais são as medidas de proteção previstas no ECA?

Confira o art. 101, do ECA:

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino


fundamental;

IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e


promoção da família, da criança e do adolescente;

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar


ou ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a


alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional;

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;

IX - colocação em família substituta.

Sugere-se memorizar as hipóteses acima arroladas.

Logo...

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MEDIDAS DE PROTEÇÃO

• encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.


• orientação, apoio e acompanhamento temporários.
• matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental.
• inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
promoção da família, da criança e do adolescente.
• requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial.
• inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos.
• acolhimento institucional.
• inclusão em programa de acolhimento familiar.
• colocação em família substituta.

Aqui não há outra alternativa. É fundamental para a correta preparação para a prova vindoura lembrar das
espécies de medidas de proteção previstas acima. O rol é meramente exemplificativo e as medidas de
proteção podem ser concedidas de ofício pelo juiz, de acordo como entendimento do STJ.

Das medidas acima devemos ter em mente que o acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar OU, não
sendo esta possível, para colocação em família substituta.

O afastamento da criança ou do adolescente do convívio familiar somente poderá ocorrer mediante decisão
judicial, depois de esgotadas todas as tentativas de integração daquela família e a pedido do Ministério
Público.

Uma vez determinado o acolhimento, será obrigatoriamente expedida a guia de acolhimento, da qual
constará uma série de informações relativas à identificação da criança ou adolescente e da sua família.

Na sequência será elaborado o plano individual de atendimento (PIA) da criança ou adolescente, que terá
como objetivo primordial a fixação de ações com vistas à reintegração familiar, salvo absoluta
impossibilidade declarada por decisão judicial. Na elaboração do PIA, levam-se em conta as circunstâncias
que levaram ao acolhimento, a opinião da criança ou adolescente, bem como a manifestação dos pais ou
responsáveis. O PIA será elaborado por equipe técnica do programa de atendimento.

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Acolhimento Institucional ou Familiar

• medidas provisórias e excepcionais.


• forma de transição para reintegração familiar OU para colocação em família substituta.
• somente poderá ocorrer mediante decisão judicial.
• deve haver pedido do Ministério Público.
• é obrigatoria a expedição da guia de acolhimento.
• deverá ser elaborado o plano individual de atendimento (PIA) .
• O PIA será elaborado por equipe técnica do programa de atendimento.

Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pela entidade de proteção deverá


comunicar a autoridade judicial que, após conceder vistas ao Ministério Público pelo prazo de cinco dias,
decidirá, em igual prazo.

Possibilidade de Comunicação a vistas ao MP Decisão do juiz


reintegração autoridade
por 5 dias em 5 dias
familiar judicial

Por outro lado, constada a impossibilidade de reintegração, a entidade encaminhará relatório ao Ministério
Público, para o ajuizamento da ação de destituição do poder familiar. Com o recebimento desse relatório, o
órgão ministerial terá prazo de 15 dias para promover a ação, exceto se compreender, por estudos
complementares, que a reintegração será possível.

Impossibilidade de reintegração familiar

Realatório ao MP

ação de destituição do poder familiar, guarda ou tutela


em 15 dias

O MP pode enteder ser necessário estudos complementares

Neste caso não oferecerá a ação de destituição do poder familiar até serem cumpridas todas as demais providências

§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e


excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não

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sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de
liberdade.

§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de


violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento
da criança ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade
judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha
legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou
ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.

§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que


executam programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de
uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente
constará, dentre outros:

I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se


conhecidos;

II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência;

III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda;

IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.

§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade


responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano
individual de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de
ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em
que também deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras
e princípios desta Lei.

§ 5o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do


respectivo programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do
adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.

§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros:

I - os resultados da avaliação interdisciplinar;

II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e

III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente
acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta
vedada por expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a serem
tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
judiciária.

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§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência


dos pais ou do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre
que identificada a necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais de
orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a
criança ou com o adolescente acolhido.

§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de


acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária,
que dará vista ao Ministério Público, pelo PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, decidindo em igual
prazo.

§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente


à família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de
orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério
Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa
recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder
familiar, ou destituição de tutela ou guarda.

§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o
ingresso com a ação de destituição do poder familiar, SALVO se entender necessária a
realização de estudos complementares ou de outras providências indispensáveis ao
ajuizamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro


contendo informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de
acolhimento familiar e institucional sob sua responsabilidade, com informações
pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as providências tomadas
para sua reintegração familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das
modalidades previstas no art. 28 desta Lei.

§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor
da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente
e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas
públicas que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio
familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimento.

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Autoridade judiciária manterá cadastro das crianças e adolescentes em regime de


acolhimento familiar e institucional. Terão acesso ao cadastro:

Ministério Público

Conselho Tutelar

Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e


do Adolescente

órgão gestor da Assistência Social

Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e


do Adolescente e da Assistência Social

Cabe mencionar, por fim, o art. 102, do ECA, que determina que as medidas de proteção devem ser
acompanhadas da regularização do registro civil. As alterações no registro serão efetuadas da seguinte
forma:

Verificada a inexistência de registro anterior será feito o registro civil de nascimento de


acordo com os elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.

Os registros e certidões necessários à regularização são isentos de multas, custas e


emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico


destinado à sua averiguação.

No caso de necessidade de averiguação da paternidade é dispensável o ajuizamento de


ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a
criança for encaminhada para adoção.

Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no


assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de
absoluta prioridade.

São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de


paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente.

Veja:

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Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da
regularização do registro civil.

§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou


adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da
autoridade judiciária.

§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são


isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico


destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de
1992.

§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de


investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a
recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada
para adoção.

§ 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no


assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de
absoluta prioridade.

§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de


paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente.

Prática de Ato Infracional

Disposições Gerais

Em razão da idade, as crianças e adolescentes são considerados inimputáveis. Assim, se praticarem atos
ilícitos não se sujeitam à disciplina do Código Penal e do Direito Processual Penal, mas às regras referentes à
prática de atos infracionais disciplinadas pelo ECA, independentemente da natureza do ato praticado.

Em razão do tratamento diferenciado, há um órgão judicial específico para apuração dos atos ilícitos
praticados por adolescentes: Vara da Infância e Juventude.

Fora esse aspecto peculiar, que confere tratamento diferenciado, é importante distinguir também a prática
de atos ilícitos por crianças ou por adolescentes.

Dada a natureza peculiar que se confere ao tratamento de crianças, embora pratiquem atos
infracionais, a estas não serão aplicadas medidas socioeducativas, mas tão somente
medidas de proteção.

Mesmo aos adolescentes, embora sejam responsabilizados pelos atos infracionais praticados,
será observado um processo diferenciado, denominado de ação socioeducativa, de

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titularidade do Ministério Público. Nesse procedimento haverá a apuração da autoria e materialidade dos
fatos praticados e, caso sejam confirmados, haverá aplicação de uma das medidas socioeducativas.

Frise-se que, embora seja possível a aplicação de medidas socioeducativas aos adolescentes, nada impede
que eles recebam medidas de proteção. Tais medidas podem ser aplicadas isoladamente ou em conjunto
(por exemplo, duas medidas de proteção). Inclusive, é possível ser aplicada medida socioeducativa cumulada
com medida de proteção. A definição das medidas aplicáveis dependerá da análise do processo em concreto.

Desse modo, podemos traçar a seguinte distinção:

CRIANÇAS ADOLESCENTES

Praticam atos infracionais. Praticam atos infracionais

São aplicadas medidas


São aplicadas apenas medidas
socioeducativas e medidas de
de proteção.
proteção.

Desse modo, podemos conceituar ato infracional:

Conduta prevista como crime ou


Ato infracional contravenção penal quando praticada por
criança ou adolescente.

Vejamos na sequência alguns direitos e garantias assegurados na apuração da prática de ato infracional.

O art. 103, do ECA, define que são considerados como atos infracionais a prática, por menores de 18 anos,
de condutas descritas como crime ou como contravenção penal. Confira:

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção
penal.

O art. 104, por sua vez, reitera o dispositivo constitucional que afirma que os menores de 18 anos são
inimputáveis. É importante citar que se considera praticado o ato infracional (momento em que se afere a
idade do agente) no momento da ação ou da omissão (Teoria da Atividade) ainda que o resultado ocorra em
outro momento.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas
previstas nesta Lei.

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Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à
data do fato.

E, como analisado acima, a prática de ato infracional por criança sugere a aplicação de medida de proteção
na forma do art. 105, do ECA:

Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no
art. 101.

Direitos Individuais

Entre os arts. 106 e 111, do ECA, nós temos um rol de direitos e garantias assegurados aos adolescentes, em
razão da prática de atos infracionais.

A matéria vem disposta do ECA da seguinte forma:

direitos arts. 106 a 109

garantias arts. 110 e 111

Vamos tratar desses dispositivos de forma objetiva, mas é sempre bom lembrar que existem outros direitos
garantidos ao longo de todo o Estatuto e não apenas neste capítulo.

Os direitos individuais garantidos pelo ECA são muito semelhantes aos garantidos pela Constituição Federal
aos presos comuns, com as devidas peculiaridades. Veja que não se fala em flagrante delito e sim flagrante
de ato infracional, por exemplo.

Quanto aos direitos...

 A privação de liberdade é excepcional. Logo, somente poderá ocorrer em caso de


flagrante de ato infracional ou decisão escrita e fundamentada da autoridade judiciária.

 Ao ser apreendido, o adolescente tem direito de conhecer a identificação dos


responsáveis por sua apreensão e deve ser informado quanto aos seus direitos.

 A apreensão deve ser comunicada imediatamente a autoridade judiciária e a família


(ou pessoa indicada pelo adolescente).

 A internação provisória (antes da sentença), que somente poderá ser decretada por
decisão judicial fundamentada, será pelo prazo improrrogável de 45 dias.

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DECRETO DE
INTERNAÇÃO
PROVISÓRIA

à vista de indícios de
decisão judicial por até 45 dias
autoria e
fundamentada improrrogáveis
materialidade

Quanto a internação provisória o prazo de 45 dias é considerado improrrogável pelo STJ e caso seja
extrapolado acarreta constrangimento ilegal e o adolescente deve ser posto imediatamente em liberdade
(normalmente utiliza-se o HC).

Segundo o STJ, a autoridade judiciária não pode decretar a internação provisória apenas baseada na
gravidade abstrata do delito. Esse entendimento foi sumulado pelo tribunal. Veja a Súmula 492 do STJ:

Súmula 492 do STJ O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

É preciso verificar, no caso concreto, a necessidade de medida tão extrema. Além disso o tribunal superior
também afirma que é preciso verificar a possibilidade de aplicação de medida de internação ao final do
procedimento, caso contrário não haverá justificativa para a medida de forma provisória.

Quando o adolescente apreendido estiver portando documento civil válido e não houver dúvidas fundadas
sobre sua identidade ou quanto idoneidade do documento apresentado não se fará identificação
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais.

Esses direitos constam dos dispositivos abaixo citados:

Art. 106. NENHUM adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato
infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua
apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão
incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido
ou à pessoa por ele indicada.

Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade


de liberação imediata.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo PRAZO MÁXIMO DE
QUARENTA E CINCO DIAS.

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Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes


de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação


compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
confrontação, havendo dúvida fundada.

Ordem escrita e fundamentada da


autoridade judiciária competente.
Possibilidades
Flagrante de ato infracional.

Privação da Identificação dos responsáveis pela sua


liberdade apreensão.

Ser informado acerca de seus direitos.


Direitos
Comunicação da apreensão e local onde está
recolhido.

Deve se analisada a possibilidade de


liberação imediata.

Garantias Processuais

Em relação às garantias processuais é importante que você memorize que a privação de liberdade observará
o devido processo legal, especialmente:

• o pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio


equivalente;
• a igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
todas as provas necessárias à sua defesa;
• a defesa técnica por advogado;
• a assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
• o direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
• o direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

O STJ preocupado com a observância do devido processo legal no processo que apura ato infracional editou
duas súmulas.

A primeira afirma ser obrigatória a oitiva do adolescente que descumpre a medida anteriormente imposta
antes da decretação da regressão da medida socioeducativa, já que pode haver algum fato que justifique o
descumprimento.

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A Regressão ocorre quando há mudança de um regime menos severo para um mais severo. Veremos mais
adiante que uma das possibilidades para se decretar a internação é o descumprimento de medidas mais
leves anteriormente impostas, para que isso ocorra o adolescente deverá ser ouvido.

Súmula nº 265 STJ -“É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a
regressão da medida socioeducativa.”

A segunda afirma ser nula a desistência de outras provas diante da confissão do adolescente infrator.
Alguns juízes decretavam a medida socioeducativa com fundamento exclusivo na confissão o que
viola flagrantemente o devido processo legal por cerceamento de defesa. O adolescente não deve
apenas ser ouvido deve ter a oportunidade de influenciar a decisão do magistrado e de se defender
de forma efetiva.

Súmula nº 342 STJ -“No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula
a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.”

Confira:

Art. 110. NENHUM adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo
legal.

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:

I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou


meio equivalente;

II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e


produzir todas as provas necessárias à sua defesa;

III - defesa técnica por advogado;

IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;

V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;

VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do


procedimento.

Medidas Socioeducativas

Uma vez praticado um ato infracional por um adolescente, surge a possibilidade de aplicação de medida
socioeducativa, nos termos que analisaremos aqui.

Disposições Gerais

Confira, inicialmente, o art. 112, do ECA:

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Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:

I - advertência;

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semiliberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI [medidas de proteção].

São medidas jurídicas aplicadas aos adolescentes que praticarem atos infracionais por meio de uma ação
socioeducativa promovida pelo Ministério Público e que deve ser processada perante a Vara da Infância e
Juventude.

Essas medidas podem ser classificadas em dois grupos: as restritivas de liberdade e as medidas de meio
aberto. Ambas possuem objetivo pedagógico: ressocialização do adolescente para inibir a violência.

Evidentemente que, paralelamente, há a pretensão de responsabilização, porém, sempre tendo em vista a


premissa de que os adolescentes são pessoas em desenvolvimento.

Assim:

ressocialização
OBJETIVO DAS
MEDIDAS
SOCIOEDUCATIVAS
responsabilização

Assim são classificadas as medidas:

MEDIDAS DE MEIO ABERTO MEDIDAS RESTRITIVAS DE LIBERDADE


Advertência
Obrigação de reparar o dano Semiliberdade
Prestação de serviços à comunidade Internação
Liberdade assistida

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A respeito das medidas socioeducativas restritivas de liberdade é importante destacarmos que elas
observam três princípios:

Brevidade
PRINCÍPIOS
Excepcionalidade

Respeito à condição de pessoa em desenvolvimento.

Pelo princípio da brevidade, devemos compreender que as medidas restritivas de liberdade devem ser
aplicadas pelo tempo estritamente necessário para a ressocialização do adolescente. Mais uma vez o
objetivo da medida socioeducativa não é retributivo, ou seja, não tem o objetivo de punir e sim de
ressocializar.

O princípio da excepcionalidade informa que as medidas socioeducativas restritivas somente devem ser
aplicadas se, uma vez caracterizada dentro das hipóteses legais, as medidas de meio aberto demonstrem-se
ineficazes.

Por fim, a aplicação das medidas socioeducativas restritivas deve observar o princípio segundo o qual os
adolescentes são considerados pessoas em desenvolvimento, de modo que devem ser tratados de acordo
com sua condição durante a restrição de liberdade, e não como detentos.

Confira, na sequência, os §§ do art. 112, do ECA:

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as


circunstâncias e a gravidade da infração.

§ 2º EM HIPÓTESE ALGUMA e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho


forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento


individual e especializado, em local adequado às suas condições.

De acordo com o ECA, a definição da medida a ser aplicada ao adolescente deverá levar em consideração
três fatores:

FATORES A SEREM CONSIDERADOS PELO JUIZ DA VARA DA INFÂNCIA E


JUVENTUDE NA APLICAÇÃO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

• capacidade de cumpri-la
• circunstâncias
• gravidade da infração

Confira, adiante, os arts. 113 e 114, do ECA:

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Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.

Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a
existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, RESSALVADA
A HIPÓTESE DE REMISSÃO, nos termos do art. 127.

Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da
materialidade e indícios suficientes da autoria.

O art. 114, do ECA materializa a necessidade de provas suficientes de autoria e materialidade da infração
para que se possa aplicar as seguintes medidas socioeducativas.

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semiliberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

Perceba que são medidas graves e por isso é preciso haver cuidado. O artigo faz exceção quando houver a
remissão (estudaremos o instituto mais a frente) e a advertência, medida mais branda, que exige apenas
indício de autoria.

No caso de advertência, comprovada a ocorrência do fato (vale dizer, comprovada a materialidade) e diante
de indícios da prática do ato infracional, o Juiz da Infância e Juventude poderá aplicar a medida
socioeducativa.

Na sequência, vamos tratar de cada uma das medidas socioeducativas previstas.

Advertência

Quanto à advertência, confira o art. 115, do ECA:

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e
assinada.

Para a prova...

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 É a medida socioeducativa mais branda e poderá ser aplicada com base em prova da
materialidade e de indícios de autoria. Portanto, NÃO É NECESSÁRIA A PROVA DA
AUTORIA PARA APLICAÇÃO DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE ADVERTÊNCIA. É
ADVERTÊNCIA importante compreender a desnecessidade de a autoria restar plenamente comprovada
para aplicação da medida.

 A advertência consiste tão somente em uma admoestação verbal que parte do juiz.

Obrigação de Reparar o Dano

Em relação à obrigação de reparar o dano, temos o art. 116, do ECA:

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por
outra adequada.

Para a prova...

 Será adotada a obrigação de reparar danos, quando da conduta do adolescente


decorrer reflexos patrimoniais.

 Registre-se, entretanto, que atos infracionais mais graves, como o roubo, embora
gerem danos, a reparação desse não será suficiente, em razão da gravidade da
OBRIGAÇÃO DE
conduta. De toda forma, a aplicação dependerá sempre da análise do caso concreto,
REPARAR O
haja vista os objetivos pedagógicos das medidas socioeducativas.
DANO
A obrigação é imposta ao adolescente e não a seus pais, não se aplica aqui as regras
de responsabilidade civil (pais respondendo pelos filhos).

Prestação de Serviços à Comunidade

Em relação à medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade, temos o art. 117, do ECA:

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas


de interesse geral, por período NÃO EXCEDENTE A SEIS MESES, junto a entidades
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em
programas comunitários ou governamentais.

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Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente,


devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou
à jornada normal de trabalho.

 Constitui na execução de tarefas gratuitas de interesse geral, pelo prazo


máximo de 6 meses, para uma carga horária máxima de 8 horas por
semana.

 A medida poderá ser cumprida em dias úteis, sábados e, inclusive, em


domingos e feriados.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
À COMUNIDADE
 Não poderá afetar a frequências às aulas e a jornada de trabalho, se
houver.

Liberdade Assistida

Os arts. 118 e 119, do ECA, disciplinam a medida socioeducativa de liberdade assistida:

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser
recomendada por entidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de SEIS MESES, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a


realização dos seguintes encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e


inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência
social;

II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo,


inclusive, sua matrícula;

III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no


mercado de trabalho;

IV - apresentar relatório do caso.

Para a prova...

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 A liberdade assistida constitui a última alternativa antes da aplicação das medidas


restritivas de liberdade.

 Consiste no acompanhamento, na orientação e no apoio ao adolescente por meio


de um educador.

 Do mesmo modo terá duração mínima de 6 meses e caracteriza-se pelo


acompanhamento mais próximo do socioeducando.

 Haverá a nomeação de um orientador a quem incumbe:

▪ promover socialmente o adolescente e sua família (programa oficial ou


LIBERDADE
comunitário de auxílio e assistência social);
ASSISTIDA
▪ supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar;
▪ diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de inserção no
mercado de trabalho; e
▪ apresentar relatório do caso.

Observações jurisprudenciais importantes:

Prazo máximo:

Não há previsão do prazo máximo na legislação, assim o STJ aplica o prazo máximo da internação que é de
3 anos.

Cumprimento da medida após os 18 anos:

O art. 121, §5º dispõe sobre a possibilidade de o indivíduo cumprir medida até os 21 anos nos casos de
internação. O §2º do art. 120 estende a regra para a medida de semiliberdade. Será que esta regra poderia
ser aplicada para a medida de liberdade assistida?

Não há previsão legal, mas jurisprudência do STF e do STJ afirma ser possível o cumprimento da liberdade
assistida até os 21 anos, vez que não há fundamento lógico ou jurídico que justifique a diferença de
tratamento. Veja abaixo a súmula editada pelo STJ:

Súmula nº 605 STJ - A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de


ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na
liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.

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Regime de Semiliberdade

A medida socioeducativa de semiliberdade é expressamente disciplinada no art. 120, do ECA:

Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma
de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
INDEPENDENTEMENTE de autorização judicial.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível,


ser utilizados os recursos existentes na comunidade.

§ 2º A medida NÃO comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as


disposições relativas à internação.

A semiliberdade consiste em um acompanhamento mais severo, uma vez que o adolescente permanecerá
custodiado em entidades institucionais próprias, ou seja, terá sua liberdade reduzida.

Durante o dia, o adolescente executará atividades normais na comunidade, como estudar e trabalhar. À
noite deve se recolher à unidade de internação.

De todo modo, esse regramento não é fixo, pois há a possibilidade de serem avaliadas, junto à equipe
técnica da instituição de semiliberdade, alternativas diversas, como custódia durante o dia ou, inclusive,
passar a noite junto à família.

Esse regramento, inclusive a fixação de atividades externas, é obrigatório e independe de autorização


judicial, devendo ser ajustado entre o adolescente e a direção da instituição, de acordo com o plano de
atendimento individualizado, fixado com o adolescente no início do cumprimento da medida socioeducativa.

• são obrigatórias
ATIVIDADES
EXTERNAS • independem de autorização
judicial

De acordo com a doutrina, a execução de medidas socioeducativas de semiliberdade observa o princípio da


incompletude institucional, de modo que a execução das atividades correlatas depende de recursos da
comunidade, tais como cursos de profissionalização, de escolarização, de atividades profissionais etc.

Quanto ao prazo máximo, a medida socioeducativa de semiliberdade deverá ser aplicada por prazo a ser
determinado pelo juiz da infância e juventude. De todo modo, ela não poderá ultrapassar o prazo de 3 anos,
devendo ser reavaliada a cada 6 meses pelo juiz da infância e juventude. A regra de liberação compulsória
aos 21 anos também se aplica a semiliberdade conforme entendimento do STF e do STJ.

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Prazo Máximo 3 anos


SEMILIBERDADE
Reavaliação a cada 6 meses

Internação

A medida mais severa de todas é expressamente disciplinada no ECA entre os seus arts. 121 e 125:

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da


entidade, SALVO expressa determinação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo A CADA SEIS MESES.

§ 3º EM NENHUMA HIPÓTESE o período máximo de internação excederá a TRÊS ANOS.

§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser


liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido


o Ministério Público.

§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela


autoridade judiciária.

A medida socioeducativa de internação é a medida mais extrema e consiste na restrição total da liberdade,
de modo que o adolescente permanecerá institucionalizado integralmente.

Princípios:

Princípio da brevidade – medida de internação deve ser aplicada por curto espaço de tempo. O ECA prevê
como prazo máximo 3 anos e determina que a autoridade judiciária reavalie a situação a cada 6 meses para
se possível substituir a medida por outra menos gravosa ou até encerrar o cumprimento, isso significa que o
comportamento do autor do ato infracional irá influenciar no alcance deste princípio.

Princípio da Excepcionalidade – a internação só se justifica quando não houver outra medida mais branda
que se mostre adequada.

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Princípio do respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento – a medida de internação não


possui finalidade punitiva e sim o objetivo de ressocializar o adolescente infrator, por isso a proteção integral
deve continuar sendo observada e devem ser garantidos direitos que possibilitem sua reintegração social.

É possível a realização de atividades externas, contudo, estas são acompanhadas por educadores. Ademais,
é possível ao magistrado, a depender da situação, vedá-las.

Assim...

ATIVIDADES
EXTERNAS

exceto se houver determinação judicial em


é possível, a critério dos educadores
sentido contrário

A internação, como vimos, pode ser com prazo determinado ou com prazo indeterminado, mas não poderá,
em qualquer caso, ultrapassar o prazo de três anos. A diferença, portanto, será especificada na sentença,
que preverá um prazo específico para cumprimento da medida ou não referirá o termo.

O adolescente não será obrigatoriamente liberado ao término do prazo de internamento, é possível que o
autor da infração seja inserido no regime de semiliberdade ou de liberdade assistida mesmo após ter ficado
internado por 3 anos. Além disso, na internação há previsão legal expressa quanto a obrigatoriedade de
liberação aos 21 anos.

Tal como a semiliberdade, a medida socioeducativa de internação será reavaliada a cada seis meses.

Pergunta-se:

E em que situações deve ser aplicada a medida extrema?

Na hipótese do art. 122, do ECA!

Dada a excepcionalidade da medida, a internação somente poderá aplicar aplicada numa das três hipóteses
previstas no art. 122 do ECA, qual seja:

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;

II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

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§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo NÃO poderá ser superior
a 3 (TRÊS) MESES, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.

§ 2º. EM NENHUMA HIPÓTESE será aplicada a internação, havendo outra medida


adequada.

Primeiramente é importante compreender que o legislador definiu, em rol taxativo, quando será aplicada a
medida da internação. Ele fez isso porque a medida socioeducativa de internação constitui uma medida séria
e grave. Em relação às demais medidas, o juiz da infância e juventude terá liberdade para aplicá-las de acordo
com as circunstâncias do caso concreto e com base na avaliação efetuada pela equipe técnica da Vara de
Infância.

Além disso, a medida a ser aplicada no inc. III ganha um adjetivo: a sanção. Quando, por reiterado
descumprimento da medida socioeducativa de meio aberto ou de semiliberdade, é possível que o juiz
determine a internação-sanção pelo prazo máximo de 3 meses, conforme disciplina o art. 122, §1, do ECA.

A medida de internação-sanção é peculiar e será aplicada pelo juiz da execução, que aquele que acompanha
o cumprimento da medida e não o que sentenciou e aplicou a medida, em caso de reiterado descumprimento
da medida socioeducativa que está sendo acompanhada.

Desse modo:

ato infracional praticado com


grave ameaça ou violência à
pessoa
pelo máximo de 3 anos
reiteração no cometimento de
INTERNAÇÃO infrações graves
descumprimento reiterado e
pelo máximo de 3 meses
injustificável de medida
(internação-sanção)
anteriormente aplicada

Lembra quando estudamos a internação provisória e citamos a súmula 492 do STJ?

Novamente vamos falar que não basta avaliar a gravidade do crime abstratamente.

A gravidade do ato infracional análogo ao de tráfico de entorpecentes não pode ser o suficiente para
fundamentar a decisão de internação do adolescente infrator é preciso verificar no caso concreto a
ocorrência de algumas das hipóteses do art.122 para a decretação da internação como por exemplo a
reiteração, vejamos o entendimento sumulado do STJ:

Súmula nº 492 STJ - O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

O que interessa é a analise do caso concreto que será feita pelo magistrado. Por exemplo, três furtos podem
não ser suficientes para caracterizar a necessidade de internação. Por outro lado, a reincidência na prática
do ato infracional análogo ao de tráfico de entorpecentes poderá justificar a medida extrema.

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Quando houver o descumprimento reiterado e injustificável de medida anteriormente imposta o juiz


poderá aplicar a internação-sanção, como vimos. Trata-se da ocorrência da regressão (mudança para uma
medida mais gravosa) que não pode ser aplicada de forma imediata. O adolescente deve ser intimado para
se justificar o juiz concede nova oportunidade e havendo novo descumprimento poderá aplicar a medida de
internação.

Súmula nº 265 STJ -“É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a
regressão da medida socioeducativa.”

Confira, ainda, o art. 123, do ECA:

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em
local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de
idade, compleição física e gravidade da infração.

Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias


atividades pedagógicas.

O art. 124, por sua vez, estabelece os direitos dos adolescentes privados de liberdade:

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:

I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;

II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;

III - avistar-se reservadamente com seu defensor;

IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;

V - ser tratado com respeito e dignidade;

VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio


de seus pais ou responsável;

VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;

X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;

XI - receber escolarização e profissionalização;

XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:

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XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;

XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;

XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,
recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;

XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida


em sociedade.

§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais


ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos
interesses do adolescente.

Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe
adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

O ECA arrola um extenso dispositivo no qual trata dos direitos que devem ser assegurados aos adolescentes
em cumprimento de medida socioeducativa de semiliberdade ou de internação. Vejamos:

 entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;

 peticionar diretamente a qualquer autoridade;

 avistar-se reservadamente com seu defensor;

 ser informado de sua situação processual, sempre que solicitado;

 ser tratado com respeito e dignidade;

 permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de


seus pais ou responsável;

receber visitas, ao menos, semanalmente;

 corresponder-se com seus familiares e amigos;

 ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;

 habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;

 receber escolarização e profissionalização;

 realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:

 ter acesso aos meios de comunicação social;

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 receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;

 manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,
recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;

 receber, quando da liberação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em


sociedade.

Por fim, quanto ao direito de visitas, entende-se que é possível a suspensão temporária desse direito,
quando houver motivos sérios e fundados de que tais visitas são prejudiciais ao adolescente. Para a
suspensão do direito de visitas é necessária a decisão judicial.

Assim....

suspensão temporária

SUSPENSÃO DO DIREITO DE
depende de decisão judicial
VISITAS

ocorrerá quando houver indícios sérios e suficientes


de que tais visitas são prejudiciais ao adolescente
custodiado

Remissão

A remissão constitui uma forma de perdão ou redução do rigor das penalidades do ECA e será concedida
por iniciativa do Ministério Público. Esse instituto poderá ser aplicado antes de iniciar o procedimento ou
no curso do processo.

Antes do processo, a remissão será concedida com exclusão do processo, a depender das circunstâncias e
do fato no contexto social. Nesse caso, a remissão será homologada por sentença pelo Juiz da Infância e
Juventude.

No curso do processo, a remissão será concedida como forma de suspensão ou de exclusão do processo e
depende de sentença.

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exclusão do processo
antes do processo
homologada por
sentença
Remissão
suspensão ou exclusão
do processo
no curso do processo
depende de setença

Confira os dispositivos:

Art. 126. ANTES de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o
representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de
exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto
social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no
ato infracional.

Parágrafo único. INICIADO o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade


judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da


responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação
em regime de semiliberdade e a internação.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a
qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal,
ou do Ministério Público.

forma de perdão ou redução dos


iniciativa do MP
rigores do Eca

Não implica em reconhecimento ou


comprovação de responsabilidade
semiliberdade
pode haver aplicação de medida
socieducativa, exceto:
Remissão internação
A medida deve ser aplicada sempre
pelo juiz.

não prevalece para efeitos de


antecedentes

pode ser revista judicialmente a


qualquer tempo

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A medida aplicada por força de remissão deverá ser aplicada pelo juiz depois da concordância do adolescente
e de seu defensor, o membro do Ministério Público oferece a proposta, mas a aplicação da medida
socioeducativa é de competência exclusiva do magistrado. Veja o teor da súmula 108 do STJ:

Súmula nº 108 STJ : A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática


de ato infracional, é da competência exclusiva do juiz.

(CETREDE/2021) De acordo com o art. 126 do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8069/90: “
Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério
Público poderá conceder, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e
consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
menor participação no ato infracional”. A sentença se refere ao(à)
A) perdão.
B) remissão.
C) advertência em caráter reservado.
D) advertência em caráter ostensivo.
E) repreensão verbal.
Comentários
A alternativa B está correta. Questão bem literal que demandou os conhecimentos básicos sobre remissão.

Finalizamos, com isso, o estudo dos atos infracionais e das medidas socioeducativas. Na parte final do ECA,
vamos retomar, ainda, alguns temas relativos ao processo judicial de aplicação de medidas.

MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL


O ECA traz, de forma deslocada, algumas medidas que podem ser aplicadas aos pais ou responsáveis no
caso de violação dos direitos das crianças e dos adolescentes. Confira a leitura:

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:

I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e


promoção da família;

II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a


alcoólatras e toxicômanos;

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III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e


aproveitamento escolar;

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

VII - advertência;

VIII - perda da guarda;

IX - destituição da tutela;

X - suspensão ou destituição do poder familiar.

Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo,
observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.

Confira, por fim, o art. 130, do ECA:

Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos
pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o
afastamento do agressor da moradia comum.

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos
de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.

LEGISLAÇÃO DESTACADA
 art. 81, do ECA: produtos e serviços que não podem ser vendidos a crianças/adolescentes (prevenção
especial).

Art. 81. É PROIBIDA a venda à criança ou ao adolescente de:

I - armas, munições e explosivos;

II - bebidas alcoólicas;

III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que
por utilização indevida;

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;

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V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.

 art. 82, do ECA: hospedagem em hotéis.

Art. 82. É PROIBIDA a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou


estabelecimento congênere, SALVO se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
responsável.

 art. 83, do ECA: autorização para viagem interna.

Art. 83. NENHUMA criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar
para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem
expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

§ 1º A AUTORIZAÇÃO NÃO SERÁ EXIGIDA quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de


16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana; (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:


(Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente


o parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder


autorização válida por DOIS ANOS.

 art. 84, ECA: autorização para viagem para o exterior.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança


ou adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de


documento com firma reconhecida.

 art. 98, ECA: razões que justificam a aplicação de medidas de proteção

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

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I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

III - em razão de sua conduta.

 art. 101, do ECA: espécies de medidas de proteção que podem ser aplicadas às crianças e adolescentes

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e


promoção da família, da criança e do adolescente;

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou


ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a


alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional;

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;

IX - colocação em família substituta.

 art. 103, do ECA: conceito de ato infracional

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção
penal.

 art. 108, do ECA: prazo máximo da internação provisória

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo PRAZO MÁXIMO DE
QUARENTA E CINCO DIAS.

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes


de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

 art. 112, do ECA: espécie de medidas socioeducativas

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Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:

I - advertência;

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semiliberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI [medidas de proteção].

 art. 118, do ECA: medida socioeducativa de liberdade assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser
recomendada por entidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de SEIS MESES, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.

Ä art. 120, do ECA: regime de semiliberdade

Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma
de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
INDEPENDENTEMENTE de autorização judicial.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível,


ser utilizados os recursos existentes na comunidade.

§ 2º A medida NÃO comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as


disposições relativas à internação.

 art. 121, do ECA: medida socioeducativa de internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.

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§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da


entidade, SALVO expressa determinação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo A CADA SEIS MESES.

§ 3º EM NENHUMA HIPÓTESE o período máximo de internação excederá a TRÊS ANOS.

§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser


liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido


o Ministério Público.

§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela


autoridade judiciária.

 art. 122, do ECA: hipóteses em que pode ser aplicada a medida socioeducativa de internação

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;

II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo NÃO poderá ser superior
a 3 (TRÊS) MESES, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.

§ 2º. EM NENHUMA HIPÓTESE será aplicada a internação, havendo outra medida


adequada.

 arts. 126 a 128, do ECA: remissão

Art. 126. ANTES de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o
representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão
do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem
como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato
infracional.

Parágrafo único. INICIADO o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade


judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.

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Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da


responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação
em regime de semiliberdade e a internação.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a
qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal,
ou do Ministério Público.

RESUMO

Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos principais aspectos estudados ao longo da aula.
Sugerimos que esse resumo seja estudado sempre previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é
fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em compreender alguma informação, não
deixem de retornar à aula.

 Ações para coibir a violência contra crianças e adolescentes

• Promoção de campanhas educativas.

• Integração com os órgãos e entidades (poder judiciário, MP, defensoria, conselhos tutelares,
conselhos e ongs).

• Formação continuada e a capacitação dos profissionais.

• Apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos.

• A inclusão de ações que visem garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a


atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis.

• A articulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em


situação de violência.

• Deverá ser observado pelo estado, em todos os níveis federativos

• Famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de atendimento nas
ações e políticas públicas de prevenção e proteção

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 Prevenção geral

• direito à informação
• direito à cultura
• direito ao lazer
• direito aos esportes
• direito à diversão
• direito de participar de espetáculos
• direito a produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento

 Prevenção Especial

➢ Informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos

• O Poder Público regulará as diversões e espetáculos públicos (definindo natureza, faixas etárias, locais
e horários inadequados de apresentação). Essas normas devem ser cumpridas e divulgadas pelas
empresas que trabalhem com diversão e espetáculos.
• Crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação
ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
• Rádios e TVs somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto-juvenil, programas
com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. Todos os espetáculos conterão o
anúncio da faixa etária indicativa.
• Empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não
haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
• Revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes
deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
• Revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações alusivas
a bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da
pessoa e da família.
• Casas de jogos cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e
adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.

➢ Produtos e Serviços

o Proibida a venda à criança ou ao adolescente


▪ Armas, munições e explosivos.
▪ Bebidas alcoólicas.
▪ Produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por
utilização indevida.
▪ Fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam
incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida.
▪ Revistas e publicações inadequadas.
▪ Bilhetes lotéricos e equivalentes.

o Hospedagem em hotel/motel/pensões de crianças e adolescentes

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▪ Regra - proibida
▪ Exceção - quando autorizadas pelos pais/responsáveis

➢ Autorização para Viajar

• Autorização para viajar dentro do território nacional

o A viagem de criança ou menor de 16 anos deve se dar mediante:

▪ Acompanhada de pais/responsável; ou
▪ Mediante autorização judicial (com validade de 2 anos).

o Situações excepcionais em relação aos quais não se exige acompanhamento dos pais/responsável ou
autorização judicial:

▪ Translado em comarcas vizinhas (a lei fala em contígua), desde que se trate de mesma
unidade da Federação;
▪ Translado entre cidades que estejam na mesma região metropolitana;
▪ Translado acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3º grau), desde que
comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco; ou
▪ Translado acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando autorização
fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável.

o Viagem para o exterior (aplica-se a criança e ao adolescente de qualquer idade):

▪ Poderá viajar acompanhado de ambos os pais.


▪ Poderá viajar, mesmo que desacompanhado dos pais, caso esteja portando autorização
judicial.
▪ Poderá viajar acompanhado de um dos pais, com autorização expressa do outro e assinatura
reconhecida em cartório.
▪ Para viajar acompanhado de estrangeiro com domicílio ou residência no exterior exige-se
autorização judicial sempre.

 Política de atendimento

• conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, da União, dos Estados,


do Distrito Federal e dos Municípios

 Linhas de ação da política de atendimento

• Políticas sociais básicas.


• Serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social
e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências.
• Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial.

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• Serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes


desaparecidos.
• Proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
• Políticas e programas destinados a prevenir ou a abreviar o período de afastamento do
convívio familiar.
• Campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes
afastados do convívio familiar e à adoção.

 Diretrizes da política de atendimento


• Municipalização do atendimento.
• Criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do
adolescente, órgãos deliberativos e controladores.
• Criação e manutenção de programas específicos.
• Manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos
dos direitos da criança e do adolescente.
• Integração operacional de órgãos do judiciário, ministério público, defensoria, segurança
pública e assistência social.
• Integração operacional de órgãos do judiciário, ministério público, defensoria, conselho
tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social.
• Mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da
sociedade.
• Especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas
da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre
desenvolvimento infantil.
• Formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que
favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu
desenvolvimento integral.
• Realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
violência.

 Disposições Gerais

➢ Em regime de proteção
• Orientação e apoio sociofamiliar
• Colocação familiar
• Acolhimento institucional

➢ Em cumprimento de medida socioeducativa


• Apoio socioeducativo em meio aberto
• Prestação de serviços à comunidade
• Liberdade assistida
• Semiliberdade
• Internação

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 As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus


programas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Atenção para não
confundir como Conselho Tutelar.

 Entidades que estiverem regulares receberão recursos do Poder Público, observando-se o


princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente

 CMDCA avaliará o funcionamento a cada dois anos. Assim, a cada biênio, as entidades serão
avaliadas levando-se em consideração:

• O respeito às regras e aos princípios do ECA e demais atos normativos.


• A qualidade e a eficiência do trabalho desenvolvido.
• Em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, os índices de sucesso
na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta.

 Será negado, pelo CMDCA, o registro da entidade que:

• não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade: higiene,


salubridade e segurança.
• não apresente plano de trabalho compatível.
• esteja irregularmente constituída.
• tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
• não se adeque ou deixe de cumprir as resoluções e deliberações

 As entidades serão avaliadas


• a cada dois anos

 O registro
• tem validade por quatro anos

 Princípios a serem seguidos pelas entidades de acolhimento familiar ou institucional

• Preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar.


• Integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família
natural ou extensa.
• Atendimento personalizado e em pequenos grupos.
• Desenvolvimento de atividades em regime de coeducação.
• Não desmembramento de grupos de irmãos.
• Evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes
abrigados.
• Participação na vida da comunidade local.
• Preparação gradativa para o desligamento.
• Participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

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 O dirigente de entidade de acolhimento institucional é equiparado ao guardião, ou seja, é uma


hipótese de guarda prevista na lei.

 A cada seis meses, os dirigentes das entidades de acolhimento institucional ou familiar devem
remeter relatórios da situação de cada criança ou adolescente acolhida. Com a mudança
implementada pela 13.509/17 reduzindo o prazo de reavaliação da criança ou adolescente inserido
em programa de acolhimento familiar ou institucional para 3 meses entendemos que o prazo para
que os relatórios sejam remetidos também deve ser reduzido para 3 meses já que o §2º do artigo faz
menção ao art. 19 §1º do ECA.

 Os laços das crianças acolhidas serão mantidos e estreitados com a família de origem ou extensa,
exceto se houver decisão judicial em contrário.

 Obrigações das entidades de acolhimento

• Observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes.


• Não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação .
• Oferecer atendimento personalizado.
• Preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente.
• Diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares.
• Comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou impossível
o reatamento dos vínculos familiares.
• Oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
segurança e os objetos necessários à higiene pessoal.
• Oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos .
• Oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos.
• Propiciar escolarização e profissionalização.
• Propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer.
• Propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças.
• Proceder o estudo social e pessoal em cada caso.
• Reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos
resultados à autoridade competente.
• Informar, periodicamente, ao adolescente internado situação processual.
• Comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portador es de moléstias
infectocontagiosas.
• Fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes.
• Manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos.
• Providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tive rem.
• Manter arquivo de anotações em que constem data e circunstâncias do atendimento, nome do
adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento.

 Medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem as obrigações:

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➢ Entidades governamentais
• Advertência
• Afastamento provisório de seus dirigentes
• Afastamento definitivo de seus dirigentes
• Fechamento de unidade ou interdição do programa

➢ Entidades não governamentais


• Advertência
• Suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas
• Interdição de unidades ou suspensão de programa
• Cassação do registro

 Se houver reiteração nas infrações poderá ser determinada, pela autoridade judiciária, em processo
regular, a suspensão das atividades ou a dissolução da entidade, ouvido o Ministério Público.

• Fiscalização das entidades - Judiciário, Ministério Público, Conselhos Tutelares e Defensoria


Pública.
• Prestação de Contas - órgãos de controle dos estados ou municípios

 Medidas de Proteção

• Aplicam-se as medidas de proteção quando os direitos das crianças e adolescentes forem violados

• Por ação ou omissão da sociedade ou do Estado


• Por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável
• Em razão da própria conduta da criança ou adolescente

• Podem ser aplicadas de forma isolada (ou seja, apenas uma delas) ou de forma cumulada
• Na aplicação das medidas leva-se em conta as necessidades pedagógicas

 Premissas das medidas de proteção

• Crianças e adolescentes são considerados sujeitos de direitos


• Proteção integral e prioritária
• Responsabilidade primária e solidária do poder público
• Interesse superior da criança e do adolescente
• Privacidade
• Intervenção precoce
• Intervenção mínima
• Proporcionalidade e atualidade
• Responsabilidade parental
• Prevalência da família

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• Obrigatoriedade da informação
• Oitiva obrigatória e participação

 Medidas de proteção

• Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.


• Orientação, apoio e acompanhamento temporários.
• Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental.
• Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente.
• Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial.
• Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras
e toxicômanos.
• Acolhimento institucional.
• Inclusão em programa de acolhimento familiar.
• Colocação em família substituta.

 Acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais,


utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar OU, não sendo esta possível, para
colocação em família substituta

 Será obrigatoriamente expedida a guia de acolhimento, da qual constará uma série de


informações relativas à identificação da criança ou adolescente e da sua família

 Será elaborado o plano individual de atendimento (PIA) da criança ou adolescente

 Possibilidade de reintegração familiar, o responsável pela entidade de proteção deverá


comunicar a autoridade judicial que, após conceder vistas ao Ministério Público pelo prazo de cinco dias,
decidirá, em igual prazo.

 A impossibilidade de reintegração, a entidade encaminhará relatório ao Ministério Público, para


o ajuizamento da ação de destituição do poder familiar. Com o recebimento desse relatório, o órgão
ministerial terá prazo de 15 dias para promover a ação, exceto se compreender, que há necessidade de
estudos complementares.

 As medidas de proteção devem ser acompanhadas da regularização do registro civil

 Verificada a inexistência de registro anterior este será feito com os elementos disponíveis,
mediante requisição da autoridade judiciária.

 Os registros e certidões necessários à regularização são isentos de multas, custas e


emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

 Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico destinado à sua
averiguação.

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 No caso de necessidade de averiguação da paternidade é dispensável o ajuizamento de ação de


investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto
pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção.

 Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de


nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade .

 São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no


assento de nascimento e a certidão correspondente.

 Prática de Ato Infracional

• Ato infracional
• Conduta prevista como crime ou contravenção penal quando praticada por criança ou adolescente.
• São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos

➢ Crianças
• Praticam atos infracionais.
• São aplicadas apenas medidas de proteção.

➢ Adolescentes
• Praticam atos infracionais
• São aplicadas medidas socioeducativas e medidas de proteção.

 Direitos Individuais

• A privação de liberdade é excepcional. Logo, somente poderá ocorrer em caso de decisão escrita e
fundamentada da autoridade judiciária.
• Ao ser apreendido, o adolescente tem o direito de conhecer a identificação daqueles que o
apreenderam e de ser informado quanto aos seus direitos.
• Quando o adolescente for apreendido deve-se comunicar imediatamente a autoridade judiciária e a
família (ou pessoa indicada pelo adolescente).
• A internação provisória, que somente poderá ser decretada por decisão judicial fundamentada, será
pelo prazo improrrogável de 45 dias.

 Garantias Processuais

Em relação às garantias processuais é importante que você memorize que a privação de liberdade observará
o devido processo legal, especialmente:

• O pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação;

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• A igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir


todas as provas necessárias à sua defesa;
• A defesa técnica por advogado;
• A assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
• O direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
• O direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

 Medidas Socioeducativas

• São medidas jurídicas aplicadas aos adolescentes que praticarem atos infracionais por meio de uma
ação socioeducativa
• Podem ser classificadas em dois grupos: as restritivas de liberdade e as medidas de meio aberto.

➢ Medidas de meio aberto


• Advertência
• Obrigação de reparar o dano
• Prestação de serviços à comunidade
• Liberdade assistida

➢ Medidas restritivas de liberdade


• Semiliberdade
• Internação

 Princípio da brevidade - as medidas restritivas de liberdade devem ser aplicadas pelo tempo
estritamente necessário para a ressocialização do adolescente.

 Princípio da excepcionalidade - informa que as medidas socioeducativas restritivas somente devem ser
aplicadas se, uma vez caracterizada dentro das hipóteses legais, as medidas de meio aberto demonstrem-se
ineficazes.

 Por fim, a aplicação das medidas socioeducativas restritivas deve observar o princípio segundo o qual
os adolescentes são considerados pessoas em desenvolvimento, de modo que devem ser tratados de acordo
com sua condição durante a restrição de liberdade, e não como detentos.

 Fatores a serem considerados pelo juiz da vara da infância e juventude na aplicação de medidas
socioeducativas

• Capacidade de cumpri-la
• Circunstâncias

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• Gravidade da infração

 Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e


especializado, em local adequado às suas condições

➢ Advertência - É a medida socioeducativa mais branda e poderá ser aplicada com base em prova da
materialidade e de indícios de autoria.
• Portanto, NÃO É NECESSÁRIA A PROVA DA AUTORIA PARA APLICAÇÃO DA MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA DE ADVERTÊNCIA.
• É importante compreender a desnecessidade de a autoria restar plenamente comprovada
para aplicação da medida. A advertência consiste tão somente em uma admoestação verbal
que parte do juiz.

➢ Obrigação de reparar o dano - Será adotada a obrigação de reparar danos, quando da conduta do
adolescente decorrer reflexos patrimoniais. Registre-se, entretanto, que atos infracionais mais graves, como
o roubo, embora gerem danos, a reparação desse não será suficiente, em razão da gravidade da conduta. De
toda forma, a aplicação dependerá sempre da análise do caso concreto, haja vista os objetivos pedagógicos
das medidas socioeducativas. A obrigação é imposta ao adolescente e não a seus pais, não se aplica aqui as
regras de responsabilidade civil.

➢ Prestação de serviços à comunidade - Constitui na execução de tarefas gratuitas de interesse geral.


• Pelo prazo máximo de 6 meses
• Para uma carga horária máxima de 8 horas por semana.
• A medida poderá ser cumprida em dias úteis, sábados e, inclusive, em domingos e feriados.
Não poderá afetar a frequências às aulas e a jornada de trabalho, se houver.

➢ Liberdade assistida - A liberdade assistida constitui a última alternativa antes da aplicação das
medidas restritivas de liberdade.
• Consiste no acompanhamento, na orientação e no apoio ao adolescente por meio de um educador.
• Do mesmo modo terá duração mínima de 6 meses e caracteriza-se pelo acompanhamento mais
próximo do socioeducando.
• Haverá a nomeação de um orientador a quem incumbe:
• Promover socialmente o adolescente e sua família (programa oficial ou comunitário de auxílio e
assistência social);
• Supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar;
• Diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de inserção no mercado de trabalho; e
• Apresentar relatório do caso.

➢ Regime de Semiliberdade - acompanhamento mais severo, uma vez que o adolescente permanecerá
custodiado em entidades institucionais próprias.
• Durante o dia, o adolescente executará atividades normais na comunidade, como estudar e trabalhar.
À noite deve se recolher à unidade de internação.
• A fixação de atividades externas, é obrigatório e independe de autorização judicial,
• Prazo Máximo -3 anos

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• Reavaliação - a cada 6 meses

 Princípio da brevidade – medida de internação deve ser aplicada por curto espaço de tempo. O ECA
prevê como prazo máximo 3 anos e determina que a autoridade judiciária reavalie a situação a cada 6 meses
para se possível substituir a medida por outra menos gravosa ou até encerrar o cumprimento, isso significa
que o comportamento do autor do ato infracional irá influenciar no alcance deste princípio.

 Princípio da Excepcionalidade – a internação só se justifica quando não houver outra medida que se
mostre adequada.

 Princípio do respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento – a medida de internação não


tem finalidade punitiva e sim o objetivo de ressocializar o adolescente infrator, por isso a proteção integral
deve continuar sendo observada e devem ser garantidos direitos que possibilitem sua reintegração social.

➢ Internação
• Máximo de 3 anos
• Ato infracional praticado com grave ameaça ou violência à pessoa
• Reiteração no cometimento de infrações graves
• Pelo máximo de 3 meses (internação-sanção) - descumprimento reiterado e injustificável de medida
anteriormente aplicada

 Deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.

 Direitos dos adolescentes privados de liberdade

• Entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;


• Peticionar diretamente a qualquer autoridade;
• Avistar-se reservadamente com seu defensor;
• Ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
• Ser tratado com respeito e dignidade;
• Permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou
responsável;
• Receber visitas, ao menos, semanalmente;
• Corresponder-se com seus familiares e amigos;
• Ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
• Habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
• Receber escolarização e profissionalização;
• Realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
• Ter acesso aos meios de comunicação social;
• Receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
• Manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo
comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
• Receber, quando da liberação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.

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 Suspensão do direito de visitas

• Suspensão temporária
• depende de decisão judicial
• ocorrerá quando houver indícios sérios e suficientes de que tais visitas são prejudiciais ao adolescente
custodiado

 Remissão

• A remissão constitui uma forma de perdão ou redução do rigor das penalidades do ECA e será
concedida por iniciativa do Ministério Público. Esse instituto poderá ser aplicado antes de iniciar o
procedimento ou no curso do processo.
• Antes do início do processo, a remissão será concedida com exclusão do processo, a depender das
circunstâncias e do fato no contexto social. Nesse caso, a remissão será homologada por sentença
pelo Juiz da Infância e Juventude.
• No curso do processo, a remissão será concedida como forma de suspensão ou de exclusão do
processo e depende de sentença.

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CONSELHO TUTELAR

Disposições Gerais

O Conselho é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, NÃO JURISDICIONAL,


encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, definidos nesta Lei.

Os Conselhos são instituídos no âmbito municipal. O ECA determina a instituição de pelo menos um
Conselho Tutelar por município, composto de cinco membros, escolhidos pela população local para
mandato de quatro anos, permitida recondução, mediante novos processos de escolha.

REQUISITOS PARA
COMPOR O CONSELHO

Reconhecida idade superior a vinte e


residir no município
idoneidade moral um anos

A função de conselheiro constitui serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.

Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá,
no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha.

Atenção! A parte final desse dispositivo foi alterada em maio de 2019. Antes, o ECA permitia apenas 1 (uma)
recondução, mediante novo processo de escolha. Agora, não há mais esse limite.

Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes
requisitos:

I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um anos;

III - residir no município.

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O art. 134, do ECA, atribui ao Município determinar o local, dia e horário de funcionamento dos Conselhos
Tutelares, bem como a remuneração dos membros. Confira o dispositivo, e veja o rol de direitos assegurados
aos conselheiros.

Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento
do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais
é assegurado o direito a:

I - cobertura previdenciária;

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da


remuneração mensal;

III - licença-maternidade;

IV - licença-paternidade;

V - gratificação natalina.

Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão


dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e
formação continuada dos conselheiros tutelares.

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante
e estabelecerá presunção de idoneidade moral.

(PS Concursos/2021) A respeito do Conselho Tutelar, assinale a alternativa INCORRETA:


Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho
Tutelar como órgão integrante da administração pública local.
Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive
quanto à remuneração dos respectivos membros.
C) O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
D) Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar: reconhecida idoneidade moral, idade superior a
dezoito anos e residir no Município.
E) O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território
nacional a cada 4 (quatro) anos.
Comentários

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A alternativa A está correta. O art. 132 do Eca prevê a obrigatoriedade de pelo menos 1 conselho tutelar por
município e em cada região administrativa do DF.
A alternativa B está correta. A assertiva traz a literalidade do art. 134 do Eca.
A alternativa C está correta. Conforme previsão do art. 131 do Eca.
A alternativa D está incorreta e por isso é o gabarito da questão. O erro da assertiva reside na idade que
deve ser superior a 21 anos e não 18 como afirmado.
A alternativa E está correta. A assertiva encontra previsão no art. 139 §1º do Eca que afirma: “o processo
de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada
4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial”.

Atribuições do Conselho

No que atine às atribuições do Conselho, temos o art. 136:

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII;

II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129,


I a VII;

III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de


suas deliberações.

IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa


ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;

V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no


art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;

VII - expedir notificações;

VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando


necessário;

IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos


e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

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X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos


no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;

XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do


poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do
adolescente junto à família natural.

XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação


e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
adolescentes.

Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender


necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao
Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as
providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família.

Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade
judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

Sintetizamos, na sequência, as atribuições do Conselho Tutelar:

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR


 Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses de situação irregular;
 Atender e aconselhar os pais ou responsável;
 Promover a execução de suas decisões;
 Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra
os direitos da criança ou adolescente;
 Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
 Providenciar a medida de proteção, estabelecida pela autoridade judiciária, para o adolescente autor
de ato infracional;
 Expedir notificações;
 Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
 Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas
de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
 Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos de comunicação social da
Constituição Federal;
 Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.

O poder decisório do Conselho Tutelar é relevante e somente poderá ser revisto pela autoridade judiciária,
caso haja provocação por intermédio de processo judicial.

Competência

No que se refere à competência territorial para a atuação do Conselho Tutelar, devemos observar o que
consta do art. 147, do ECA:

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Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.

Art. 147. A competência será determinada:

I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.

§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou
omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.

§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência


dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou
adolescente.

§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou


televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade,
a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença
eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.

Domicílio dos pais ou na falta - onde se encontre a criança ou


responsável adolescente

autoridade do lugar da ação ou omissão,


Ação infracional observadas as regras de conexão, continência e
prevenção

Competência
da residência dos pais ou responsável

Execução de medida pode ser


delegada à autoridade
do local da sede da entidade que abrigar a criança ou
adolescente

Infração em transmissão simultânea a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede,
de rádio ou televisão que atinja mais tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou
de 1 comarca retransmissoras do respectivo estado

Escolha dos Conselheiros

Quanto ao processo de escolha dos conselheiros, veja o art. 139, do ECA, cuja leitura é o suficiente.

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Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido
em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.

§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada


em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de
outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial.

§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente


ao processo de escolha.

§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato


doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer
natureza, inclusive brindes de pequeno valor.

Regras estabelecidas em lei municipal

Realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos


Direitos da Criança e do Adolescente

Fiscalizado pelo Ministério Público.

Escolha dos
Conselheiros
Data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro)
anos

No primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente


ao da eleição presidencial.

Posse dia 10 de janeiro

Impedimentos

Para encerrar o tópico, veja o art. 140 do ECA:

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e
sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.

Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em


relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na
Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.

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(IESES/2021) Leia o apresentado abaixo e identifique a sequência correta de acordo com o Estatuto da
Criança e do Adolescente:
I. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas
previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
II. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia
comum.
III. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
zela pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
IV. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
A sequência correta é:
A) As alternativas I, II, III e IV estão corretas
B) As assertivas I, II e IV estão corretas.
C) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
D) As alternativas I, II, III e IV estão incorretas.
Comentários
Vamos analisar cada item:
O item I está correto. A assertiva traz a literalidade do art. 127 do Eca. Fique atento aos detalhes e exceções.
Não será considerado para fins de antecedentes e não se pode aplicar as medidas de semiliberdade e
internação no bojo da remissão.
O item II está correto. Trata-se do art. 130 do Eca, nesses casos para proteger a criança ou adolescente afasta-
se o agressor do lar comum.
O item III está correto. O art. 131 do Eca é muito explorado em provas de concurso por isso atenção. O
conselho tutelar é permanente, autônomo e NÃO jurisdicional.
O item IV está correto. A assertiva trata dos impedimentos no âmbito do conselho tutelar. As regras estão
previstas no art. 140 do Eca e devem ser memorizadas.

LEGISLAÇÃO DESTACADA
 art. 132, do ECA: composição do conselho tutelar

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Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá,
no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha.

 art. 133, do ECA: requisitos para ser conselheiro

Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes
requisitos:

I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um anos;

III - residir no município.

RESUMO

 Conselho Tutelar

• O Conselho é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de


zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
• São instituídos no âmbito municipal.
• Composto de cinco membros, escolhidos pela população local para mandato de quatro anos,
permitida recondução

 Requisitos para compor o conselho

• Reconhecida idoneidade moral


• Idade superior a vinte e um anos
• Residir no município

 Atribuições do conselho tutelar

• Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses de situação irregular;


• Atender e aconselhar os pais ou responsável;
• Promover a execução de suas decisões;

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• Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal
contra os direitos da criança ou adolescente;
• Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
• Providenciar a medida de proteção, estabelecida pela autoridade judiciária, para o adolescente autor
de ato infracional;
• Expedir notificações;
• Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
• Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas
de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
• Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos de comunicação social
da Constituição Federal;
• Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar,
após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.

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QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

CEBRASPE

1. (CESPE/TJ-PA - 2020) Em 2019, o art. 83 da Lei n.º 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente)
foi alterado no sentido de determinar que, assim como as crianças, adolescentes, até determinada
idade, não podem viajar para fora da comarca onde residem desacompanhados dos pais ou
responsáveis e sem expressa autorização judicial. Conforme esse dispositivo legal em vigor, a idade
mínima a partir da qual adolescentes podem realizar viagem interestadual desacompanhados dos pais
ou responsáveis e sem autorização judicial é de
a) doze anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e dezoito
anos.
b) doze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre dez e quatorze
anos.
c) quatorze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e
vinte e um anos.
d) dezesseis anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e
vinte e um anos.
e) dezesseis anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e
dezoito anos.

Comentários

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o caput do art. 83 do Estatuto da
Criança e do Adolescente: "Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para
fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização
judicial." A Lei nº 13.812/2019 não alterou o caput do art. 2º do ECA que estabelece os limites etários para
crianças e adolescentes: "Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade."

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A viagem de criança ou menor de 16 anos deve se dar mediante:

• acompanhada de pais/responsável; ou
• mediante autorização judicial (com validade de 2 anos).

Situações excepcionais em relação aos quais não se exige


acompanhamento dos pais/responsável ou autorização judicial:

• translado em comarcas vizinhas (a lei fala em contígua), desde que se trate de mesma
unidade da Federação;
• translado entre cidades que estejam na mesma região metropolitana;
• translado acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3ª grau), desde que
comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco; ou
• translado acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando autorização
fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável.

2. (CESPE/Pref Campo Grande - 2019) Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, julgue o item
subsequente.
Mediante expressa autorização dos pais ou responsáveis legais, qualquer criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do país na companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

Comentários

A assertiva está incorreta. O art. 85 do Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que "sem prévia e
expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do
País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior."

VIAGEM PARA O EXTERIOR (aplica-se a criança e ao adolescente de


qualquer idade):

• Poderá viajar acompanhado de ambos os pais.


• Poderá viajar, mesmo que desacompanhado dos pais, caso esteja portando autorização
judicial.
• Poderá viajar acompanhado de um dos pais, com autorização expressa do outro e
assinatura reconhecida em cartório.

3. (CESPE/TJ-PR - 2019) Assinale a opção que indica medida de proteção à criança e ao adolescente
prevista no ECA e aplicável quando os direitos reconhecidos desse grupo social forem ameaçados ou
violados.
a) colocação da criança ou do adolescente em família substituta
b) intervenção mínima
c) obrigação de reparar o dano

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d) internação da criança ou do adolescente em estabelecimento educacional

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As medidas estão previstas no art. 101 do Estatuto da
Criança e do Adolescente e a colocação da criança ou do adolescente em família substituta corresponde ao
inciso IX:

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e


promoção da família, da criança e do adolescente;

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou


ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a


alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional;

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;

IX - colocação em família substituta.

A alternativa B está incorreta pois a intervenção mínima é um princípio que rege a aplicação das medidas de
proteção, conforme disposto no art. 100, parágrafo único, VII do ECA:

Art. 100 VII do ECA - São também princípios que regem a aplicação das medidas:
intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da
criança e do adolescente.

As alternativas C e D estão incorretas. Ambas apresentam medidas socioeducativas (e não protetivas) que
podem ser aplicadas ao adolescente em caso de prática de ato infracional:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:

I - advertência;

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II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semiliberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

4. (CESPE/TJDFT - 2019) À luz do disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que
o acolhimento familiar é uma medida de proteção
a) irrevogável, utilizada como medida para posterior colocação em família substituta.
b) provisória e excepcional, utilizada como forma de transição para reintegração familiar ou colocação em
família substituta.
c) irrevogável e excepcional, que atribui à criança acolhida a condição de filho.
d) irrevogável, que atribui à criança acolhida a condição de dependente.
e) provisória, utilizada como forma de adaptação da criança à família para posterior adoção.

Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O art. 101, §1º do Estatuto da Criança e do Adolescente
dispõe que "o acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais,
utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação
em família substituta, não implicando privação de liberdade."

As alternativas A, C, D e E estão incorretas e não correspondem ao tratamento dado pelo Estatuto ao


acolhimento familiar.

5. (CESPE/SLU DF - 2019) Acerca de políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da criança e
do adolescente, julgue o item subsecutivo.
É atribuição do conselheiro tutelar encaminhar a criança ou o adolescente para programa de acolhimento
familiar ou para família substituta, como forma de aplicação de medida de proteção.

Comentários

A assertiva está incorreta. O encaminhamento deve ser realizado pela autoridade judiciária, como prevê o
parágrafo único do art. 93 do Estatuto da Criança e do Adolescente: "Recebida a comunicação, a autoridade
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as
medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por
qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento
familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2º do art. 101 desta Lei."

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6. (CESPE/TJ-PA - 2019) Na aplicação das medidas específicas de proteção à criança e ao adolescente, são
preferíveis aquelas que visem
a) ao fortalecimento da autoestima do menor.
b) ao desenvolvimento de atividades em regime de coeducação.
c) ao fortalecimento dos vínculos familiares.
d) à participação da família na vida escolar.
e) à integração em família da comunidade local.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Nos termos do caput do art. 100 do Estatuto da Criança
e do Adolescente: "Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-
se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários."

7. (CESPE/SLU DF - 2019) Acerca de políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da criança e
do adolescente, julgue o item subsecutivo.
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece a advertência e a obrigação de reparar o dano como
medidas protetivas aplicáveis à criança que tenha cometido atos infracionais.

Comentários

A assertiva está incorreta. As medidas aplicáveis às crianças, por força do art. 105 do Estatuto da Criança e
do Adolescente, serão aquelas apontadas pelo art. 101. A advertência e a obrigação de reparar o dano estão
previstas no art. 112 do Eca trata-se de medidas socioeducativas não podendo, portanto, ser aplicada a
crianças.

Desse modo, são medidas aplicáveis a crianças:

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e


promoção da família, da criança e do adolescente;

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou


ambulatorial;

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VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a


alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional;

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;

IX - colocação em família substituta.

8. (CESPE/TJ-PR - 2019) De acordo com o ECA, o conselho tutelar, ao tomar conhecimento de ameaça ou
violação aos direitos de crianças e adolescentes, é competente, em regra, para determinar a
a) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa oficial de proteção, apoio e promoção da família,
da criança e do adolescente.
b) destituição da tutela da criança e(ou) do adolescente.
c) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa de acolhimento familiar.
d) perda da guarda da criança e(ou) do adolescente.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Para chegarmos à resposta da questão, precisamos
conjugar o conhecimento de alguns dispositivos: art. 98, art. 136, I e art. 101, IV – todos do Estatuto da
Criança e do Adolescente:

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

III - em razão de sua conduta.

--

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII;

--

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

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IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e


promoção da família, da criança e do adolescente;

As alternativas B, C e D estão incorretas pois apresentam medidas que não competem ao Conselho Tutelar
todas dependem de processo judicial, ou seja, apenas podem ser decretadas pelo juiz.

9. (CESPE/MPOG - 2015) De acordo com o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue
o item subsequente.
As entidades de atendimento a crianças e adolescentes são responsáveis pelo planejamento e execução de
programas de proteção e socioeducativos, tais como orientação e apoio sociofamiliar, acolhimento
institucional, liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade, semiliberdade, abrigo e internação.

Comentários

A afirmativa está incorreta. As entidades de atendimento a crianças e adolescentes são responsáveis pelo
planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos, tais como orientação e apoio
sociofamiliar, apoio socioeducativo em meio aberto, colocação familiar, acolhimento institucional, prestação
de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade, e internação.

O abrigo foi substituído pelo acolhimento institucional pela Lei 12.010/2009. Vejamos:

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e
socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
I - orientação e apoio sociofamiliar;
II - apoio socioeducativo em meio aberto;
III - colocação familiar;
IV - acolhimento institucional;
V - prestação de serviços à comunidade;
VI - liberdade assistida;
VII - semiliberdade; e
VIII - internação.

10. (CESPE/MPOG - 2015) De acordo com o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue
o item subsequente.
É dispensada a autorização paterna quando uma criança ou adolescente viaja ao exterior em companhia da
mãe; já em viagens interestaduais, a criança poderá estar acompanhada por um responsável desde que
tenha autorização, registrada em cartório, de um dos pais.

Comentários

A afirmativa está incorreta.

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Tratando-se de viagem ao exterior na companhia de apenas um dos pais, deverá haver autorização expressa
do outro através de documento com firma reconhecida expedida.

VIAGEM PARA O EXTERIOR (aplica-se a criança e ao adolescente de


qualquer idade):

• Poderá viajar acompanhado de ambos os pais.


• Poderá viajar, mesmo que desacompanhado dos pais, caso esteja portando autorização
judicial.
• Poderá viajar acompanhado de um dos pais, com autorização expressa do outro e
assinatura reconhecida em cartório.

É o que dispõe o art. 84, do ECA:

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança


ou adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de


documento com firma reconhecida.

No caso de viagem interestadual a legislação exige a autorização fornecida pelo pai, mãe ou responsável,
mas não exige o registro em cartório conforme o art. 83 §1º b 2 do Eca.

Art. 83. NENHUMA criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar
para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem
expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

§ 1º A AUTORIZAÇÃO NÃO SERÁ EXIGIDA quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16


(dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana; (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:


(Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o


parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder


autorização válida por DOIS ANOS.

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A viagem de criança ou menor de 16 anos deve se dar mediante:

• acompanhada de pais/responsável; ou
• mediante autorização judicial (com validade de 2 anos).

Situações excepcionais em relação aos quais não se exige


acompanhamento dos pais/responsável ou autorização judicial:

• translado em comarcas vizinhas (a lei fala em contígua), desde que se trate de mesma
unidade da Federação;
• translado entre cidades que estejam na mesma região metropolitana;
• translado acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3ª grau), desde que
comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco; ou
• translado acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando autorização
fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável.

11. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética que envolve
crianças e adolescentes. Assinale a opção que apresenta situação em que os direitos das crianças e dos
adolescentes estão sendo respeitados, conforme previsto no ECA.
a) Diana, de dezessete anos de idade, viajou desacompanhada para São Paulo. Na pousada em que havia
feito reserva, os atendentes ligaram para os pais de Diana para saber se eles autorizariam a hospedagem da
adolescente. O check-in foi feito após o consentimento dado pelo telefone.
b) Mariana, devido ao fato de ter nascido durante o período em que sua mãe cumpria pena restritiva de
liberdade em estabelecimento prisional, não pôde ser amamentada por sua genitora e, devido à
impossibilidade de conviver com a mãe, foi entregue, após o nascimento, aos seus tios, que a mantiveram
sob sua guarda até que a mãe cumprisse a reprimenda e recuperasse a liberdade.
c) João Pedro, de treze anos de idade, analfabeto, mudou-se do Paraná para Brasília juntamente com sua
família. Em Brasília, sua mãe tentou matriculá-lo em uma escola e foi informada pela direção do
estabelecimento que, devido ao fato de o ano letivo estar em curso, a matrícula do adolescente não poderia
ser realizada. Diante do ocorrido, a mãe procurou auxílio em um posto de assistência social e o adolescente
foi inserido em estágio não remunerado em empresa que ofertava curso de alfabetização.
d) Paula, de dezessete anos de idade, residente em Brasília, após ter decidido visitar sua madrinha em
Fortaleza, viajou desacompanhada em companhia aérea que permitiu o seu embarque independentemente
da autorização dos pais.
e) Marcos, de onze anos de idade, foi a uma banca de revistas próxima a sua residência e o dono do
estabelecimento permitiu que ele folheasse todas as revistas, inclusive aquelas que continham fotografias
pornográficas.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Neste caso e de acordo com o art. 250, do ECA, deveria ser exigido autorização
escrita dos pais ou responsável, e não autorização por telefone.

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Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou


sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou
congênere:

A alternativa B está incorreta. Com base no art. 9º, da Lei nº 8.069/90, o poder público, as instituições e os
empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
submetidas a medida privativa de liberdade.

A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 7º, XXXIII, da CF/88, João Pedro só poderia ser inserido em
programa de aprendiz em empresa se tivesse pelo menos 14 anos de idade.

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de


qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Neste caso, a adolescente acima de 16 anos de idade
não necessita de autorização dos pais para viagens nacionais, não estando prevista no art. 83, do ECA.

A alternativa E está incorreta. As embalagens de revistas com conteúdo pornográficos devem estar lacradas.

Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e


adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de
seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens
pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.

12. (CESPE/INSS - 2016) Com fundamento no Estatuto do Idoso e no ECA, julgue o item subsequente.
O acolhimento familiar configura medida de proteção de caráter definitivo da criança e do adolescente.

Comentários

O acolhimento familiar, do mesmo modo que o acolhimento institucional, é considerado uma medida de
proteção. Contudo, essa medida de proteção tem caráter provisório e não definitivo como diz a questão.
Assim, a assertiva está incorreta.

Vejamos o § º, do art. 101, do ECA.

§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e


excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não
sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de
liberdade.

13. (CESPE/DPE-RN - 2015) No que concerne à prevenção de ameaça ou violação dos direitos da criança e
do adolescente e à política de atendimento desses direitos, assinale a opção correta.

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a) As ações previstas no ECA como parte da política especializada de promoção dos direitos humanos de
crianças e adolescentes têm natureza de recomendação dirigida ao poder público e não de comando
normativo de execução obrigatória.
b) A DP deve participar da integração operacional voltada à agilização do atendimento inicial do adolescente
a quem se atribua autoria de ato infracional, mas, segundo a doutrina, sua atuação não se estende ao
processo de execução de medida socioeducativa eventualmente aplicada.
c) As entidades de atendimento devem inscrever seus programas socioeducativos e de proteção destinados
a crianças e adolescentes nos conselhos tutelares, que são os órgãos controladores das ações que integram
a política brasileira de atendimento infantojuvenil.
d) No caso de publicações, cabe ao editor responsável verificar se revistas que contenham material impróprio
para crianças e adolescentes estão embaladas com lacre opaco e com advertência quanto a seu conteúdo,
sob pena de pagamento de multa, sem prejuízo da apreensão da revista.
e) De acordo com o ECA, é dispensável a autorização judicial para viagem ao exterior nos casos em que o
responsável tiver a guarda ou a tutela provisória da criança ou adolescente em cuja companhia pretenda
deixar o país.

Comentários

Vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está totalmente incorreta, o Estatuto constitui um ato normativo com caráter vinculante para
toda a sociedade, pais e Poder Público.

A alternativa B está igualmente incorreta. A Defensoria Pública atua em todas as instâncias e fases dos
processos relativos à infância e juventude quando a criança ou o adolescente não tiverem advogado
constituído nos autos.

A alternativa C está incorreta. O art. 90, §1º, do ECA, prevê que as entidades de atendimentos
(governamentais e não governamentais) devem efetuar a instrução de seus programas no CMDCA, e não nos
conselhos municipais.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A alternativa está de acordo como art. 78 do ECA, que
prevê que as revistas e publicações com material impróprio ou inadequado devem ser comercializadas com
embalagens lacradas, com advertência do conteúdo. Ademais, de acordo com o art. 257 do ECA, as
“editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam
protegidas com embalagem opaca”, sob pena de serem condenadas em penalidade de multa de três a vinte
salários, duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.

A alternativa E está incorreta, uma vez que o ECA dispensa a autorização para viajar apenas quando as
crianças e adolescentes estiverem acompanhados de ambos os pais ou responsáveis ou estiver na companhia
de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida,
conforme prevê o art. 84, do ECA.

14. (CESPE/DPE-PE - 2018) As linhas de ação da política de atendimento prevista no Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA.) incluem a

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a) elaboração de banco de dados nacional com as informações necessárias à localização de crianças


desaparecidas em substituição ao boletim de ocorrência feito nas delegacias de polícia.
b) proteção jurídica das entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
c) realização de campanhas de estímulo ao acolhimento, sob forma de adoção, de crianças e adolescentes
temporariamente afastados do convívio familiar.
d) implementação de políticas sociais especiais que visem à satisfação das necessidades e dos anseios de
crianças e adolescentes.
e) criação de projetos e benefícios de assistência social que garantam proteção social, prevenção e redução
de violações de direitos.

Comentários

A questão trata sobre as linhas da política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente, que
estão previstas no art. 87, do ECA:

Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:


I - políticas sociais básicas;
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção
social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou
reincidências;
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes
desaparecidos;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do
adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do
convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças
e adolescentes;
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e
adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de
crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com
deficiências e de grupos de irmãos.

Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

A alternativa A está incorreta, visto que o banco de dados de pessoas desaparecidas não exclui o boletim de
ocorrência.

A alternativa B está incorreta. A proteção jurídico-social é feita pelas entidades de defesa e não a proteção
das entidades.

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A alternativa C está incorreta. As campanhas de estímulo ao acolhimento temporário são na forma de guarda
e não de adoção.

A alternativa D está incorreta. As políticas sociais são básicas, como educação e saúde.

15. (CESPE/DPE-PE - 2018) No caso de criança de seis anos de idade ser encontrada sozinha na rua, a
primeira medida específica de proteção a ser aplicada pelo conselho tutelar será
a) o encaminhamento da criança a entidade que mantenha programa de acolhimento institucional, em
decorrência natural da caracterização do abandono.
b) a inclusão da criança em serviço e programa oficial ou comunitário de proteção, apoio e promoção da
família e da criança.
c) a orientação, o apoio e o acompanhamento temporários.
d) a inclusão em programa de acolhimento familiar.
e) o encaminhamento da criança aos pais ou ao responsável, mediante termo de responsabilidade.

Comentários

Vamos analisar, inicialmente, o art. 101, do ECA:

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
promoção da família, da criança e do adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - colocação em família substituta.

Dessa forma, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Apesar de todos as alternativas falarem a respeito das medidas de proteção previstas no ECA, o Conselho
Tutelar não pode incluir em programa de acolhimento familiar e a busca pela família para encaminhamento
da criança deve ser sempre a primeira medida, com vistas à preservação dos vínculos familiares. Além disso,
nada impede que outras medidas de proteção sejam tomadas, a partir de um melhor estudo do caso.

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16. (CESPE/TJ-BA - 2019) No que tange a atos infracionais e medidas socioeducativas, assinale a opção
correta, com base no ECA e na jurisprudência do STJ.
a) A superveniência da maioridade penal interfere na apuração de ato infracional cometido antes dos dezoito
anos completos e na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso.
b) É ilegal a determinação de cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida antes do trânsito
em julgado da sentença condenatória.
c) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas autoriza, por si só, a imposição de medida socioeducativa
de internação do adolescente em razão da gravidade da conduta delitiva.
d) Por ser uma consequência natural do processo de ressocialização, a progressão da medida socioeducativa
prescinde do juízo de convencimento do magistrado, que fica vinculado ao relatório multidisciplinar
individual do adolescente.
e) É possível a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida no caso de ato infracional análogo
a furto qualificado, porém essa medida deve atender à atualidade, observando-se a necessidade e a
adequação.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com a Súmula nº 605, do STJ, a superveniência da maioridade penal
não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso,
inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. Temos que lembrar do princípio
do tempus regit actum, se o menor praticou o crime antes de completar 18 anos, será julgado pelo ECA.

Súmula 605-STJ: A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato


infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na
liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.

A assertiva B está incorreta, pois de acordo com o STJ (Info 583), o adolescente infrator em regra, não tem
direito de aguardar em liberdade o julgamento da apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a
medida de internação, mesmo que durante a tramitação da ação socioeducativa tenha permanecido em
liberdade.

A alternativa C está incorreta. A Súmula nº 492, do STJ, estabelece que o ato infracional análogo ao tráfico
de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do
adolescente.

A alternativa D está incorreta. Com base em jurisprudência do STJ, “a existência de relatório técnico,
formulado pela equipe de avaliação psicossocial, não vincula a autoridade judicial, que pode, em face do
princípio do livre convencimento fundamentado, justificar seu entendimento e decidir de forma diversa
daquela sugerida pelo laudo”.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois sua redação não afirma que o ato infracional
análogo a furto qualificado foi perpetrado com violência ou grave ameaça, de modo que não se insere dentre
as hipóteses de aplicação de internação ou semiliberdade. Outrossim, importante registrar, que as medidas
socioeducativas se regem pelos princípios da proporcionalidade e atualidade, de modo que a intervenção

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deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontra no
momento em que a decisão é tomada (art. 100, parágrafo único, inciso VIII, do ECA).

17. (CESPE/DPE-PE - 2018) A respeito da aplicação de medidas ao pai, à mãe ou ao responsável conforme
o ECA, assinale a opção correta.
a) Medida mais gravosa, como a perda de guarda, não se aplica em caso de a criança ser reprovada na escola
por excesso de faltas, mesmo que a reprovação decorra da falta de acompanhamento adequado de seu
responsável.
b) É facultativa a inclusão de pai alcoólatra que, por vezes, seja agressivo ou violento com a criança em
programa oficial de tratamento desde que a criança seja encaminhada a programa especial de atendimento
a vítimas de violência doméstica.
c) Estando a submissão ou não a tratamento de saúde no âmbito da liberalidade familiar, não é possível a
aplicação de medidas a mãe que, por mera desídia, não leva seu filho portador de HIV às consultas
programadas.
d) Na hipótese de um adolescente que tenha pais vivos, mas viva com os avós paternos, se encontrar em
situação de risco por falta de cumprimento de obrigações a ele relativas, caberá a aplicação de advertência
aos genitores, mas não aos avós.
e) Se uma criança em idade escolar estiver fora da escola, o pai, a mãe ou o responsável deverá ser obrigado
a matriculá-la, bem como a acompanhar a frequência e o aproveitamento escolar.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 129, VIII, do ECA, é sim possível a perda da guarda.

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:


VIII - perda da guarda;

A alternativa B está incorreta. A medida do art. 129, II, da Lei nº 8.069/90, possui caráter impositiva, somente
podendo ser questionada judicialmente.

II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a


alcoólatras e toxicômanos;

A alternativa C está incorreta. Os pais têm a obrigação de levar os filhos para o tratamento especializado.
Vejamos o que dispõe o art. 129, VI, da referida Lei:

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

A alternativa D está incorreta. A advertência é medida aplicável aos pais ou responsável, conforme prevê o
art. 129, VII, do ECA, portanto poderá ser aplicada aos avós.

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 129, V, da Lei nº 8.069/90:

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V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e


aproveitamento escolar;

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QUESTÕES COM COMENTÁRIOS

CEBRASPE

1. (CESPE/DPDF - 2019) Maurício, com treze anos de idade, foi atendido em hospital público. Depois de
realizados os exames clínicos e a entrevista pessoal com o adolescente, o médico que o atendeu
comunicou ao conselho tutelar local a suspeita de que Maurício havia sido vítima de castigo físico
praticado pelos próprios pais. O conselho tutelar averiguou o caso e concluiu que os pais de Maurício
haviam lesionado os braços do garoto, mediante emprego de pedaço de madeira, em razão de ele ter
se recusado a ir à escola. Com base nisso, o conselho tutelar aplicou aos pais uma advertência e os
encaminhou para tratamento psicológico.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem, de acordo com o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990).
O conselho tutelar extrapolou suas atribuições ao ter aplicado advertência diretamente aos pais de Maurício,
uma vez que essa medida constitui verdadeira reserva jurisdicional.

Comentários

De acordo com o parágrafo único, do art. 18-B, do ECA, as medidas previstas neste artigo serão aplicadas
pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais.

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos


executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de
crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico
ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às
seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela
Lei nº 13.010, de 2014)

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; (Incluído pela


Lei nº 13.010, de 2014)

II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010,


de 2014)

III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010,


de 2014)

IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº


13.010, de 2014)

V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

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Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar,
sem prejuízo de outras providências legais.

Portanto, a questão está incorreta e o Conselho Tutelar agiu dentro de sua esfera de competência. Veja a
atribuição do Conselho:

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129,
I a VII (...)”.

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:

VII - advertência;

2. (CESPE/TJ-CE - 2018) De acordo com o ECA, é atribuição dos conselhos tutelares


a) elaborar proposta orçamentária a fim de assegurar programas de atendimento aos direitos da criança e
do adolescente.
b) requisitar, diretamente, serviço público na área previdenciária, com o intuito de promover a execução de
suas decisões.
c) registrar ocorrência policial em defesa do interesse de menor em situação de risco por fato que constitua
infração penal contra os direitos da criança e do adolescente.
d) representar, judicialmente, o interesse de menores nas ações de perda do poder familiar depois de
esgotadas as possibilidades de manutenção da criança junto à família natural.
e) aplicar medida de destituição de tutela ao responsável legal dos tutelados que estejam em situação de
abandono e de extremo risco.

Comentários

Questão bem direta e que cobra do aluno o conhecimento do art. 136, do ECA. Vejamos

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129,
I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de
suas deliberações.

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IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa


ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no
art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII - expedir notificações;
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando
necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos
e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos
no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do
poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do
adolescente junto à família natural.
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação
e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
adolescentes.

De acordo com o exposto, é atribuição dos conselhos tutelares requisitar, diretamente, serviço público na
área previdenciária, com o intuito de promover a execução de suas decisões (art. 136, III, a).

A alternativa B, portanto, está correta e é o gabarito da questão.

Vejamos as demais:

A alternativa A está incorreta, de acordo com o art. 136, IX.

A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 136, IV.

A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 136, XI.

E a alternativa E está incorreta, porque não consta do rol do art. 136.

3. (CESPE/INSS - 2016) Com fundamento no Estatuto do Idoso e no ECA, julgue o item subsequente.
Conforme o ECA, figura entre as atribuições do conselho tutelar promover a execução de suas decisões,
podendo ele, para tanto, requisitar serviço público na área de previdência.

Comentários

A assertiva está correta. O Conselho Tutelar deve promover a execução das suas decisões e, para isso, pode
requisitar serviços públicos de várias áreas, dentre alas a previdenciária. Vejamos o art. 136, III, a, do ECA.

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

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III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:


a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;

4. (CESPE/DPE-PE - 2018) A respeito do conselho tutelar, assinale a opção correta.


a) O exercício efetivo da função de conselheiro tutelar constitui serviço público relevante e presume
idoneidade moral.
b) Em cada comarca haverá, no mínimo, um conselho tutelar como órgão integrante do Poder Judiciário
estadual.
c) O candidato a membro do conselho tutelar deve ser pessoa idônea, com idade mínima de dezoito anos
completos, e residir na sede da comarca.
d) Lei estadual disporá sobre o local, o dia e o horário de funcionamento do conselho tutelar.
e) Ao tribunal de justiça local caberá encaminhar ao Poder Executivo proposta orçamentária anual com
previsão dos recursos necessários ao funcionamento do conselho tutelar.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 135, do ECA:

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante
e estabelecerá presunção de idoneidade moral.

A alternativa B está incorreta. O Conselho Tutelar não é um órgão jurisdicional. Vejamos o que dispõe os
arts. 131 e 132, do ECA:

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional,


encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, definidos nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá,
no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 133, do ECA, para a candidatura a membro do Conselho
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:

• reconhecida idoneidade moral;


• idade superior a vinte e um anos;
• residir no município.

A alternativa D está incorreta, pois contraria o disposto no art. 134, da Lei nº 8.069/90:

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Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento
do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais
é assegurado o direito a:
I - cobertura previdenciária;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da
remuneração mensal;
III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
V - gratificação natalina.

A alternativa E está incorreta. O Conselho Tutelar é órgão não jurisdicional. Além disso, vejamos o que
estabelece o art. 134, parágrafo único, do ECA:

Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão


dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e
formação continuada dos conselheiros tutelares.

5. (CESPE/MPE-RR - 2017) Com relação ao conselho tutelar, julgue os itens a seguir.


I É órgão permanente e vinculado ao Poder Judiciário, encarregado pela sociedade de zelar pelo
cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes.
II As suas atribuições incluem requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou de adolescente
quando necessário.
III O processo de escolha dos membros que compõem o conselho ocorre a cada quatro anos; a posse dos
novos conselheiros ocorrerá no dia primeiro de janeiro do ano subsequente ao do processo de escolha.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está incorreto. O Conselho Tutelar é órgão autônomo, portanto não é vinculado ao Poder Judiciário.
Vejamos o que dispõe o art. 131, do ECA:

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional,


encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, definidos nesta Lei.

O item II está correto, conforme prevê o art. 136, VIII, da Lei nº 8.069/90:

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Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando
necessário;

Por fim, o item III está incorreto. De fato, o processo de escolha dos membros que compõem o conselho
ocorre a cada quatro anos, nos termos do art. 132, da referida Lei:

Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá,
no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha.
§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente
ao processo de escolha.

Porém, de acordo com o §2º, do art. 139, do ECA, a posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de
janeiro do ano subsequente ao processo de escolha, e não no dia 01 de janeiro.

Dessa forma, alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

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LISTA DE QUESTÕES

CEBRASPE

1. (CESPE/TJ-PA - 2020) Em 2019, o art. 83 da Lei n.º 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente)
foi alterado no sentido de determinar que, assim como as crianças, adolescentes, até determinada
idade, não podem viajar para fora da comarca onde residem desacompanhados dos pais ou
responsáveis e sem expressa autorização judicial. Conforme esse dispositivo legal em vigor, a idade
mínima a partir da qual adolescentes podem realizar viagem interestadual desacompanhados dos pais
ou responsáveis e sem autorização judicial é de
a) doze anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e dezoito
anos.
b) doze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre dez e quatorze
anos.
c) quatorze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e
vinte e um anos.
d) dezesseis anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e
vinte e um anos.
e) dezesseis anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e
dezoito anos.

2. (CESPE/Pref Campo Grande - 2019) Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, julgue o item
subsequente.
Mediante expressa autorização dos pais ou responsáveis legais, qualquer criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do país na companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

3. (CESPE/TJ-PR - 2019) Assinale a opção que indica medida de proteção à criança e ao adolescente
prevista no ECA e aplicável quando os direitos reconhecidos desse grupo social forem ameaçados ou
violados.
a) colocação da criança ou do adolescente em família substituta
b) intervenção mínima
c) obrigação de reparar o dano
d) internação da criança ou do adolescente em estabelecimento educacional

4. (CESPE/TJDFT - 2019) À luz do disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que
o acolhimento familiar é uma medida de proteção
a) irrevogável, utilizada como medida para posterior colocação em família substituta.

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b) provisória e excepcional, utilizada como forma de transição para reintegração familiar ou colocação em
família substituta.
c) irrevogável e excepcional, que atribui à criança acolhida a condição de filho.
d) irrevogável, que atribui à criança acolhida a condição de dependente.
e) provisória, utilizada como forma de adaptação da criança à família para posterior adoção.

5. (CESPE/SLU DF - 2019) Acerca de políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da criança e
do adolescente, julgue o item subsecutivo.
É atribuição do conselheiro tutelar encaminhar a criança ou o adolescente para programa de acolhimento
familiar ou para família substituta, como forma de aplicação de medida de proteção.

6. (CESPE/TJ-PA - 2019) Na aplicação das medidas específicas de proteção à criança e ao adolescente, são
preferíveis aquelas que visem
a) ao fortalecimento da autoestima do menor.
b) ao desenvolvimento de atividades em regime de coeducação.
c) ao fortalecimento dos vínculos familiares.
d) à participação da família na vida escolar.
e) à integração em família da comunidade local.

7. (CESPE/SLU DF - 2019) Acerca de políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da criança e
do adolescente, julgue o item subsecutivo.
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece a advertência e a obrigação de reparar o dano como
medidas protetivas aplicáveis à criança que tenha cometido atos infracionais.

8. (CESPE/TJ-PR - 2019) De acordo com o ECA, o conselho tutelar, ao tomar conhecimento de ameaça ou
violação aos direitos de crianças e adolescentes, é competente, em regra, para determinar a
a) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa oficial de proteção, apoio e promoção da família,
da criança e do adolescente.
b) destituição da tutela da criança e(ou) do adolescente.
c) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa de acolhimento familiar.
d) perda da guarda da criança e(ou) do adolescente.

9. (CESPE/MPOG - 2015) De acordo com o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue
o item subsequente.
As entidades de atendimento a crianças e adolescentes são responsáveis pelo planejamento e execução de
programas de proteção e socioeducativos, tais como orientação e apoio sociofamiliar, acolhimento
institucional, liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade, semiliberdade, abrigo e internação.

10. (CESPE/MPOG - 2015) De acordo com o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue
o item subsequente.

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É dispensada a autorização paterna quando uma criança ou adolescente viaja ao exterior em companhia da
mãe; já em viagens interestaduais, a criança poderá estar acompanhada por um responsável desde que
tenha autorização, registrada em cartório, de um dos pais.

11. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética que envolve
crianças e adolescentes. Assinale a opção que apresenta situação em que os direitos das crianças e dos
adolescentes estão sendo respeitados, conforme previsto no ECA.
a) Diana, de dezessete anos de idade, viajou desacompanhada para São Paulo. Na pousada em que havia
feito reserva, os atendentes ligaram para os pais de Diana para saber se eles autorizariam a hospedagem da
adolescente. O check-in foi feito após o consentimento dado pelo telefone.
b) Mariana, devido ao fato de ter nascido durante o período em que sua mãe cumpria pena restritiva de
liberdade em estabelecimento prisional, não pôde ser amamentada por sua genitora e, devido à
impossibilidade de conviver com a mãe, foi entregue, após o nascimento, aos seus tios, que a mantiveram
sob sua guarda até que a mãe cumprisse a reprimenda e recuperasse a liberdade.
c) João Pedro, de treze anos de idade, analfabeto, mudou-se do Paraná para Brasília juntamente com sua
família. Em Brasília, sua mãe tentou matriculá-lo em uma escola e foi informada pela direção do
estabelecimento que, devido ao fato de o ano letivo estar em curso, a matrícula do adolescente não poderia
ser realizada. Diante do ocorrido, a mãe procurou auxílio em um posto de assistência social e o adolescente
foi inserido em estágio não remunerado em empresa que ofertava curso de alfabetização.
d) Paula, de dezessete anos de idade, residente em Brasília, após ter decidido visitar sua madrinha em
Fortaleza, viajou desacompanhada em companhia aérea que permitiu o seu embarque independentemente
da autorização dos pais.
e) Marcos, de onze anos de idade, foi a uma banca de revistas próxima a sua residência e o dono do
estabelecimento permitiu que ele folheasse todas as revistas, inclusive aquelas que continham fotografias
pornográficas.

12. (CESPE/INSS - 2016) Com fundamento no Estatuto do Idoso e no ECA, julgue o item subsequente.
O acolhimento familiar configura medida de proteção de caráter definitivo da criança e do adolescente.

13. (CESPE/DPE-RN - 2015) No que concerne à prevenção de ameaça ou violação dos direitos da criança e
do adolescente e à política de atendimento desses direitos, assinale a opção correta.
a) As ações previstas no ECA como parte da política especializada de promoção dos direitos humanos de
crianças e adolescentes têm natureza de recomendação dirigida ao poder público e não de comando
normativo de execução obrigatória.
b) A DP deve participar da integração operacional voltada à agilização do atendimento inicial do adolescente
a quem se atribua autoria de ato infracional, mas, segundo a doutrina, sua atuação não se estende ao
processo de execução de medida socioeducativa eventualmente aplicada.
c) As entidades de atendimento devem inscrever seus programas socioeducativos e de proteção destinados
a crianças e adolescentes nos conselhos tutelares, que são os órgãos controladores das ações que integram
a política brasileira de atendimento infantojuvenil.

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d) No caso de publicações, cabe ao editor responsável verificar se revistas que contenham material impróprio
para crianças e adolescentes estão embaladas com lacre opaco e com advertência quanto a seu conteúdo,
sob pena de pagamento de multa, sem prejuízo da apreensão da revista.
e) De acordo com o ECA, é dispensável a autorização judicial para viagem ao exterior nos casos em que o
responsável tiver a guarda ou a tutela provisória da criança ou adolescente em cuja companhia pretenda
deixar o país.

14. (CESPE/DPE-PE - 2018) As linhas de ação da política de atendimento prevista no Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA.) incluem a
a) elaboração de banco de dados nacional com as informações necessárias à localização de crianças
desaparecidas em substituição ao boletim de ocorrência feito nas delegacias de polícia.
b) proteção jurídica das entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
c) realização de campanhas de estímulo ao acolhimento, sob forma de adoção, de crianças e adolescentes
temporariamente afastados do convívio familiar.
d) implementação de políticas sociais especiais que visem à satisfação das necessidades e dos anseios de
crianças e adolescentes.
e) criação de projetos e benefícios de assistência social que garantam proteção social, prevenção e redução
de violações de direitos.

15. (CESPE/DPE-PE - 2018) No caso de criança de seis anos de idade ser encontrada sozinha na rua, a
primeira medida específica de proteção a ser aplicada pelo conselho tutelar será
a) o encaminhamento da criança a entidade que mantenha programa de acolhimento institucional, em
decorrência natural da caracterização do abandono.
b) a inclusão da criança em serviço e programa oficial ou comunitário de proteção, apoio e promoção da
família e da criança.
c) a orientação, o apoio e o acompanhamento temporários.
d) a inclusão em programa de acolhimento familiar.
e) o encaminhamento da criança aos pais ou ao responsável, mediante termo de responsabilidade.

16. (CESPE/TJ-BA - 2019) No que tange a atos infracionais e medidas socioeducativas, assinale a opção
correta, com base no ECA e na jurisprudência do STJ.
a) A superveniência da maioridade penal interfere na apuração de ato infracional cometido antes dos dezoito
anos completos e na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso.
b) É ilegal a determinação de cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida antes do trânsito
em julgado da sentença condenatória.
c) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas autoriza, por si só, a imposição de medida socioeducativa
de internação do adolescente em razão da gravidade da conduta delitiva.
d) Por ser uma consequência natural do processo de ressocialização, a progressão da medida socioeducativa
prescinde do juízo de convencimento do magistrado, que fica vinculado ao relatório multidisciplinar
individual do adolescente.

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e) É possível a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida no caso de ato infracional análogo
a furto qualificado, porém essa medida deve atender à atualidade, observando-se a necessidade e a
adequação.

17. (CESPE/DPE-PE - 2018) A respeito da aplicação de medidas ao pai, à mãe ou ao responsável conforme
o ECA, assinale a opção correta.
a) Medida mais gravosa, como a perda de guarda, não se aplica em caso de a criança ser reprovada na escola
por excesso de faltas, mesmo que a reprovação decorra da falta de acompanhamento adequado de seu
responsável.
b) É facultativa a inclusão de pai alcoólatra que, por vezes, seja agressivo ou violento com a criança em
programa oficial de tratamento desde que a criança seja encaminhada a programa especial de atendimento
a vítimas de violência doméstica.
c) Estando a submissão ou não a tratamento de saúde no âmbito da liberalidade familiar, não é possível a
aplicação de medidas a mãe que, por mera desídia, não leva seu filho portador de HIV às consultas
programadas.
d) Na hipótese de um adolescente que tenha pais vivos, mas viva com os avós paternos, se encontrar em
situação de risco por falta de cumprimento de obrigações a ele relativas, caberá a aplicação de advertência
aos genitores, mas não aos avós.
e) Se uma criança em idade escolar estiver fora da escola, o pai, a mãe ou o responsável deverá ser obrigado
a matriculá-la, bem como a acompanhar a frequência e o aproveitamento escolar.

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GABARITO
1. E
2. INCORRETA
3. A
4. B
5. INCORRETA
6. C
7. INCORRETA
8. A
9. INCORRETA
10. INCORRETA
11. D
12. INCORRETA
13. D
14. E
15. E
16. E
17. E

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LISTA DE QUESTÕES

CEBRASPE

1. (CESPE/DPDF - 2019) Maurício, com treze anos de idade, foi atendido em hospital público. Depois de
realizados os exames clínicos e a entrevista pessoal com o adolescente, o médico que o atendeu
comunicou ao conselho tutelar local a suspeita de que Maurício havia sido vítima de castigo físico
praticado pelos próprios pais. O conselho tutelar averiguou o caso e concluiu que os pais de Maurício
haviam lesionado os braços do garoto, mediante emprego de pedaço de madeira, em razão de ele ter
se recusado a ir à escola. Com base nisso, o conselho tutelar aplicou aos pais uma advertência e os
encaminhou para tratamento psicológico.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem, de acordo com o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990).
O conselho tutelar extrapolou suas atribuições ao ter aplicado advertência diretamente aos pais de Maurício,
uma vez que essa medida constitui verdadeira reserva jurisdicional.

2. (CESPE/TJ-CE - 2018) De acordo com o ECA, é atribuição dos conselhos tutelares


a) elaborar proposta orçamentária a fim de assegurar programas de atendimento aos direitos da criança e
do adolescente.
b) requisitar, diretamente, serviço público na área previdenciária, com o intuito de promover a execução de
suas decisões.
c) registrar ocorrência policial em defesa do interesse de menor em situação de risco por fato que constitua
infração penal contra os direitos da criança e do adolescente.
d) representar, judicialmente, o interesse de menores nas ações de perda do poder familiar depois de
esgotadas as possibilidades de manutenção da criança junto à família natural.
e) aplicar medida de destituição de tutela ao responsável legal dos tutelados que estejam em situação de
abandono e de extremo risco.

3. (CESPE/INSS - 2016) Com fundamento no Estatuto do Idoso e no ECA, julgue o item subsequente.
Conforme o ECA, figura entre as atribuições do conselho tutelar promover a execução de suas decisões,
podendo ele, para tanto, requisitar serviço público na área de previdência.

4. (CESPE/DPE-PE - 2018) A respeito do conselho tutelar, assinale a opção correta.


a) O exercício efetivo da função de conselheiro tutelar constitui serviço público relevante e presume
idoneidade moral.
b) Em cada comarca haverá, no mínimo, um conselho tutelar como órgão integrante do Poder Judiciário
estadual.
c) O candidato a membro do conselho tutelar deve ser pessoa idônea, com idade mínima de dezoito anos
completos, e residir na sede da comarca.

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d) Lei estadual disporá sobre o local, o dia e o horário de funcionamento do conselho tutelar.
e) Ao tribunal de justiça local caberá encaminhar ao Poder Executivo proposta orçamentária anual com
previsão dos recursos necessários ao funcionamento do conselho tutelar.

5. (CESPE/MPE-RR - 2017) Com relação ao conselho tutelar, julgue os itens a seguir.


I É órgão permanente e vinculado ao Poder Judiciário, encarregado pela sociedade de zelar pelo
cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes.
II As suas atribuições incluem requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou de adolescente
quando necessário.
III O processo de escolha dos membros que compõem o conselho ocorre a cada quatro anos; a posse dos
novos conselheiros ocorrerá no dia primeiro de janeiro do ano subsequente ao do processo de escolha.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.

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GABARITO
1. INCORRETA
2. B
3. CORRETA
4. A
5. B

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