ECA Parte 2
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Autor:
Ricardo Torques
12 de Junho de 2022
Ricardo Torques
Aula 01
Índice
1) Prevenção, Política de Atend. e Medidas de Proteção
..............................................................................................................................................................................................3
2) Conselho Tutelar
..............................................................................................................................................................................................
81
PREVENÇÃO
Disposições Gerais
Em relação às disposições gerais, o ECA trazia 4 artigos singelos. Contudo, com a Lei nº 13.010/2014, foram
incluídos os arts. 70-A e 70-B. Esses dispositivos tratam da prevenção contra a violência, especialmente o
castigo físico e o tratamento cruel.
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da
criança e do adolescente.
Esse dispositivo destaca a tônica do ECA: a proteção aos direitos das crianças e dos adolescentes. Isso ocorre
porque o ECA dispensa tratamento diferenciado às crianças e adolescentes em face da condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento. Trata-se de um dever específico de proteção. Confira o art. 70-A:
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma
articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança
e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis
com o objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre
alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo
educativo;
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Efetivamente, esses incisos raramente serão objeto de uma questão objetiva. Aqui, você deve compreender
a ideia por traz desse artigo.
Nesse contexto, fixa-se que todos devem evitar a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança
e do adolescente. Para tanto, os três entes federativos (União, Estado e Municípios) devem adotar políticas
públicas a fim de coibir o castigo físico ou o tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas
de educação de crianças e de adolescentes.
Faltou comentar, ainda, sobre o parágrafo único do art. 70-A, que trata de crianças e adolescente com
deficiência. Para elas o atendimento deverá ser prioritário em face das demais crianças e adolescentes, dada
a dupla situação de vulnerabilidade.
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade
de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção.
Pergunta-se:
Mas se o princípio da prioridade absoluta informa todo o ECA, qual a razão desse
dispositivo?
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Temos um destaque especial, de modo que crianças e adolescentes com deficiência terão ainda mais
prioridade.
Para a prova...
O art. 70-B, ainda dentro do tema relativo aos castigos físicos e tratamento cruel, estabelece que todos os
que lidam com crianças e adolescentes devem contar com um quadro de servidores/funcionários
capacitados a reconhecer os maus-tratos, perceba que inclui entidades privadas ligadas ao lazer, cultura ou
esportes, por exemplo.
Com esse dispositivo percebe-se a preocupação com a responsabilização de quem, ciente da submissão de
criança ou de adolescente a castigo físico ou tratamento cruel, se omite.
Isso se aplica, por exemplo, ao diretor de escola ou creche que, ciente dos maus tratos contra uma criança,
nada faz ou trata da situação de forma morosa, sem dar a devida atenção.
Leia:
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art.
71, dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer
e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra
crianças e adolescentes.
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo,
as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou
ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma
deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
Ainda em relação à prevenção geral, o ECA destaca alguns direitos prioritários das crianças e adolescentes.
São eles:
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Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes,
diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.
Os arts. 72 e 73, destacam que as regras acima – relativas à prevenção geral – caminham de forma conjunta
com regras de prevenção especial, destacando que ambas são importantes e devem ser observadas sob pena
de responsabilidade daquele que não cumprir com o seu dever.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Fique atento!
Encerramos, com isso, as disposições gerais da aula de hoje relativas à prevenção. Na sequência, passamos
estudar a denominada “prevenção especial”, que envolve vários temas de relevo para a prova.
Sigamos!
Prevenção Especial
O estudo da prevenção especial envolverá primeiramente algumas regras relativas ao direito à informação,
à cultura, ao lazer, ao esporte, à diversão e aos espetáculos. Na sequência, vamos tratar de regras referentes
à divulgação e à utilização de produtos e serviços e, por fim, da autorização para viajar, assunto que é
recorrente em provas.
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Vamos analisar primeiramente os dispositivos e, ao final, vamos destacar a síntese das informações a serem
memorizadas para a prova.
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos
públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos
classificados como adequados à sua faixa etária.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para
o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas.
Parágrafo único. NENHUM espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua
classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação
sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
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Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens
pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
O STJ entende que o dever imposto neste artigo envolve também os transportadores e distribuidores de
revistas e publicações garantindo assim a máxima eficácia das normas protetivas.
A vedação aqui prevista é absoluta, não importando se a criança ou o adolescente está acompanhado dos
pais ou responsáveis.
Para a prova...
➢ O Poder Público regulará as diversões e espetáculos públicos (definindo natureza, faixas etárias, locais
e horários inadequados de apresentação). Essas normas devem ser cumpridas e divulgadas pelas
empresas que trabalhem com diversão e espetáculos.
➢ Crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação
ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
➢ Rádios e TVs somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto-juvenil, programas
com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. Todos os espetáculos conterão o
anúncio da faixa etária indicativa.
➢ Empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não
haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
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Produtos e Serviços
Em relação aos produtos e serviços, o ECA reserva dois dispositivos. O primeiro deles estabelece a proibição
de venda à criança e ao adolescente de alguns produtos e o outro estabelece critérios para a hospedagem.
Veja:
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que
por utilização indevida;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
A venda de armas e munições está prevista como crime no art. 242 do ECA e no art. 16 do Estatuto do
desarmamento e a venda de fogos de artifício no art. 244 do ECA.
A venda de bebida alcoólica era considerada apenas contravenção penal vez que não estava incluída no art.
243 do ECA. Em 2015 a Lei 13.106 fez a inclusão da bebida alcoólica no rol do artigo citado tornando sua
venda a criança ou adolescente crime.
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Ainda neste tópico, o ECA traz uma regra importante e que, com frequência, é cobrada em provas. Trata da
hospedagem em hotel, motéis ou pensões.
Veja:
Lembre-se...
regra proibida
HOSPEDAGEM EM
HOTEL/MOTEL/PENSÕES DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES quando autorizadas
exceção pelos
pais/responsáveis
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Entre os arts. 83 a 85 temos a disciplina relativa à autorização para viajar. São pouco dispositivos, contudo,
muito relevantes em um contexto de provas de concurso público. Ademais, o art. 83, que trata da
autorização para viajar dentro do território nacional, sofreu modificações pela Lei 13.812/2019, o que chama
mais atenção em provas.
O estudo deste ponto deve ser divido em duas partes: autorização para viajar dentro do território nacional
e autorização para viajar para o exterior. Cada um possui regras próprias.
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Como regra, menores de 16 anos não podem viajar para fora da comarca a não ser que estejam
acompanhados dos pais/responsável ou estiverem portando autorização judicial.
Existem, contudo, exceções! Existem situações em que o menor de 16 anos poderá viajar dentro do território
nacional sem estar acompanhado dos pais/responsáveis ou autorização judicial. Essas hipóteses estão
declinadas no §1º do art. 83 do ECA:
Por exemplo, nada impede que uma criança de 10 anos ou um adolescente de 15 anos viaje
de uma cidade vizinha para outra, desde que dentro do mesmo Estado. Se forem cidades
vizinhas, mas de Estados diferentes (ou seja, em divisas de Estados) não será admitida a
viagem.
Admite-se a viagem desacompanhada ou sem autorização judicial no caso de translado entre cidades que
estejam na mesma região metropolitana.
Por exemplo, nada impede que uma criança de 11 anos de idade se desloque de uma cidade
para outra, desde que integrem a mesma região metropolitana. Nesse caso, não há
necessidade de que essas cidades sejam vizinhas, mas devem integrar a mesma região
metropolitana.
Admite-se a viagem sem estar acompanhada de pais ou responsável ou sem portar autorização judicial
quando o menor de 16 anos estiver acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3ª grau), desde
que comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco.
Admite-se a viagem sem estar acompanhada de pais ou responsável ou sem portar autorização judicial
quando o menor de 16 anos estiver acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando
autorização fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável. Fique atento, aqui não se exige
reconhecimento de firma em cartório.
E o maior de 16 anos e menor de 18? Como fica a questão de viagens dentro do território
nacional?
Para os adolescentes que estiverem entre 16 e 18 anos não há qualquer restrição para viajar dentro do
território nacional. Podem se locomover de um ponto a outro do país, sem estarem acompanhados de pais
ou responsáveis ou sem autorização judicial. Lembre-se de que, nesse caso, são considerados pela nossa
legislação civil como relativamente incapazes, ou seja, possuem maior grau de discernimento pelo que a lei
não exigiu maiores formalidades para essas viagens.
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Art. 83. NENHUMA criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar
para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem
expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
• acompanhada de pais/responsável; ou
• mediante autorização judicial (com validade de 2 anos).
• translado em comarcas vizinhas (a lei fala em contígua), desde que se trate de mesma
unidade da Federação;
• translado entre cidades que estejam na mesma região metropolitana;
• translado acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3ª grau), desde que
comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco; ou
• translado acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando autorização
fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável.
Agora, passemos às regras de viagens para o exterior, que são aplicáveis a menores de 18, aplicam-se,
portanto, tanto para as crianças como para os adolescentes de qualquer idade.
Para viagens ao exterior, o procedimento é diverso. De acordo com o ECA, a autorização judicial para viagens
de crianças e de adolescentes será dispensável apenas em duas situações:
Em tais situações será necessário ingressar com procedimento junto à Vara da Infância e Juventude a fim de
suprir judicialmente a falta de manifestação. O magistrado verificará se é, de fato, justificável a escusa do
outro pai.
Assim...
Veja, por fim, o art. 85, do ECA. Quando o acompanhante é estrangeiro e residente ou domiciliado no exterior
nem mesmo a autorização dos pais dispensa a necessidade de autorização judicial.
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Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, NENHUMA criança ou adolescente
nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente
ou domiciliado no exterior.
Política de Atendimento
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Assim, por política de atendimento devemos compreender as ações adotadas pelo Poder Público com a
finalidade de assegurar os direitos das crianças e adolescentes.
Disposições Gerais
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através
de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Essa política de atendimento é orientada por linhas de ação e diretrizes da política que estão explicitados
nos arts. 87 e 88. Para fins de prova não resta outra alternativa a não ser ler e reler esses dispositivos com
atenção.
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I - municipalização do atendimento;
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes
áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança
e sobre desenvolvimento infantil;
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Observe que o item 2 do quadro acima foi alterado pela Lei nº 13.257/2016.
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• municipalização do atendimento.
• criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do
adolescente, órgãos deliberativos e controladores.
• criação e manutenção de programas específicos.
• manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos
conselhos dos direitos da criança e do adolescente.
• integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança
Pública e Assistência Social.
• integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho
Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social.
• mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos
da sociedade.
• especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes
áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da
criança e sobre desenvolvimento infantil.
• formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente
que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu
desenvolvimento integral.
• realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção
da violência.
São importantes essas linhas de ação e diretrizes que vimos acima para o concurso?
De fato, esses assuntos possuem menor importância, contudo, estão presentes no ECA e podem ser
cobrados. Ainda assim, acreditamos que a leitura atenta é fundamental.
Em termos simples, podemos definir as linhas de ação como a ações pretendidas para colocar em prática os
fins sociais do Estatuto da Criança e do Adolescente. As diretrizes, por sua vez, envolvem o plano de ação, o
que se será necessário fazer para que essas linhas de ação sejam efetivadas. Nas provas, por vezes, os
conceitos são misturados para confundir o candidato.
Não obstante isso, a leitura é o fundamental para a sua prova. Encerramos, contudo, o tema, com duas
informações que você deve levar para a prova!
As ações do Poder Público devem ser descentralizadas, com foco na atuação municipal
dada a proximidade desse ente da Federação em relação à comunidade. Nesse contexto, é
mais fácil ao Município compreender as necessidades da localidade para o
desenvolvimento de políticas públicas, do que o Estado ou a União.
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As linhas de ação constituem espaços de atuação do Poder Público para atender os fins
sociais do ECA. As diretrizes envolvem as atividades que devem ser executadas para que as
linhas de ação sejam atendidas.
Para encerrar o tópico, confira o art. 89, do ECA, que destaca a importância da atuação do membro dos
conselhos nacional, estadual e municipal dos direitos da criança e do adolescente. De acordo com o
dispositivo, o exercício da função é considerado de “interesse público relevante”, mas não será remunerada.
Cuide para não confundir com a função de conselheiro tutelar, que será analisada adiante, que é
remunerada.
Veja:
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais
dos direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e
NÃO será remunerada.
Entidades de Atendimento
Em relação às entidades de atendimento, nós veremos alguns aspectos gerais e, em seguida, regras de
fiscalização. Essas entidades são responsáveis por planejar e executar a política de atendimento, com
observância das linhas gerais e diretrizes acima, com vistas a colocar em prática as regras de prevenção que
estudamos.
Disposições Gerais
EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA
EM REGIME DE PROTEÇÃO
SOCIOEDUCATIVA
semiliberdade
internação
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Veja:
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e
socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
IV - acolhimento institucional;
VI - liberdade assistida;
VII - semiliberdade; e
VIII - internação.
Confira:
As entidades que estiverem regulares receberão recursos do Poder Público, observando-se o princípio da
prioridade absoluta à criança e ao adolescente, na forma do §2º acima citado.
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I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à
modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente, em todos os níveis;
Em relação às entidades, o CMDCA avaliará o funcionamento a cada dois anos. Assim, a cada biênio, as
entidades serão avaliadas levando-se em consideração
Esse controle pelo CMDCA destaca o princípio da municipalização, do qual falamos acima. Denota-se o
intento do legislador em aproximar o Estado da realidade presente em cada comunidade, para melhor
atender aos interesses das crianças e adolescentes.
Nesse contexto, prevê o ECA que as entidades dependem de registro no CMDCA para regular o
funcionamento. De posse da documentação, o CMDCA poderá negar em cinco situações. Vejamos:
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Uma vez concedido o registro, a entidade terá funcionamento regular e poderá receber recursos públicos. A
validade do registro é de quatro anos. A cada período será necessária nova concessão de registro.
AS ENTIDADES SERÃO
a cada dois anos
AVALIADAS
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Os laços das crianças acolhidas serão mantidos e estreitados com a família de origem ou
extensa, exceto se houver decisão judicial em contrário.
Quanto ao acolhimento em entidade, a Lei nº 13.257/2016 trouxe uma alteração ao incluir o § 7º no art. 92,
do ECA. Quando se tratar de criança de 0 a 3 anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção
à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao
atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como prioritárias.
No caso de acolhimento de criança entre zero e três anos, a lei exigiu atenção especial quanto à atuação dos
educandos, às rotinas para cuidados diários que devem ser específicas e ao atendimento das necessidades
de afeto.
Veja:
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Na sequência, o ECA estabelece uma série de obrigações destinadas às entidades de internação. Entre as
medidas socioeducativas, a de internação é mais drástica, conforme estudaremos na próxima aula. Tais
entidades devem respeitar uma série de obrigações. Vejamos:
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É impossível memorizar todas as obrigações acima. Contudo, a leitura atenta é fundamental. Para aferir se
vocês efetivamente prestaram atenção, responda:
Muita atenção! O prazo de SEIS MESES para reavaliação individual e personalizada é fundamental para a
prova.
3 meses 6 meses
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de
internação;
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XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de SEIS MESES, dando
ciência dos resultados à autoridade competente;
O descumprimento das obrigações descritas neste artigo viola os direitos do adolescente internado devendo
o Ministério Público ou a Defensoria Pública atuar para sanar as irregularidades.
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Para encerrar o tópico, lembre-se da redação do art. 94-A, segundo o qual as entidades devem reportar ao
Conselho Tutelar as situações de suspeita de abusos e maus-tratos e que mais uma vez demostra
preocupação com a capacitação profissional.
Na sequência do nosso estudo veremos as regras estabelecidas no ECA referentes à fiscalização das
entidades de proteção e de cumprimento de medidas socioeducativas.
Essas entidades serão fiscalizadas pelo Poder Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares,
conforme explicita o art. 95 do ECA. Embora não conste do rol previsto pelo estatuto a Defensoria Pública
também deve atuar na fiscalização.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação
constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes
ou prepostos:
I - às entidades governamentais:
a) advertência;
II - às entidades não-governamentais:
a) advertência;
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d) cassação do registro.
ENTIDADES NÃO
ENTIDADES GOVERNAMENTAIS
GOVERNAMENTAIS
advertência advertência
Se houver reiteração nas infrações poderá ser determinada, pela autoridade judiciária, em processo regular,
a suspensão das atividades ou a dissolução da entidade, ouvido o Ministério Público.
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Fiscalização das
Prestação de Contas
entidades
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Medidas de Proteção
Disposições Gerais
As medidas de proteção serão aplicáveis todas as vezes que os direitos de crianças e adolescentes não
estiverem sendo respeitados, seja por ação ou por omissão dos genitores, dos responsáveis ou do Estado.
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
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As medidas de proteção que veremos neste tópico podem ser aplicadas de forma isolada (ou seja, apenas
uma delas) ou de forma cumulada, a depender das violações perpetradas. Visa sanar a violação ou impedir
que ela ocorra.
Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que
visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
O ECA estabelece um rol de princípios que orientam a aplicação de medidas de proteção, no art. 100. Veja
antes, porém, o art. 99, do ECA:
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas:
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos
assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos
casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das
3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da
possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais;
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privacidade: a promoção dos direitos e a proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no
respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação
de perigo seja conhecida;
intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições
cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente;
proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo
em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada;
responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus
deveres para com a criança e o adolescente;
prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve ser
dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se
isto não for possível, que promovam a sua integração em família substituta;
obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento
e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos
motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa;
oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos
e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
devidamente considerada pela autoridade judiciária competente.
Dada a importância, vejamos um esquema sintético das premissas a serem observadas na aplicação das
medidas de proteção:
Vimos qual a finalidade das medidas e quais as premissas a serem observadas. Mas...
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Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
Logo...
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MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Aqui não há outra alternativa. É fundamental para a correta preparação para a prova vindoura lembrar das
espécies de medidas de proteção previstas acima. O rol é meramente exemplificativo e as medidas de
proteção podem ser concedidas de ofício pelo juiz, de acordo como entendimento do STJ.
Das medidas acima devemos ter em mente que o acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar OU, não
sendo esta possível, para colocação em família substituta.
O afastamento da criança ou do adolescente do convívio familiar somente poderá ocorrer mediante decisão
judicial, depois de esgotadas todas as tentativas de integração daquela família e a pedido do Ministério
Público.
Uma vez determinado o acolhimento, será obrigatoriamente expedida a guia de acolhimento, da qual
constará uma série de informações relativas à identificação da criança ou adolescente e da sua família.
Na sequência será elaborado o plano individual de atendimento (PIA) da criança ou adolescente, que terá
como objetivo primordial a fixação de ações com vistas à reintegração familiar, salvo absoluta
impossibilidade declarada por decisão judicial. Na elaboração do PIA, levam-se em conta as circunstâncias
que levaram ao acolhimento, a opinião da criança ou adolescente, bem como a manifestação dos pais ou
responsáveis. O PIA será elaborado por equipe técnica do programa de atendimento.
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Por outro lado, constada a impossibilidade de reintegração, a entidade encaminhará relatório ao Ministério
Público, para o ajuizamento da ação de destituição do poder familiar. Com o recebimento desse relatório, o
órgão ministerial terá prazo de 15 dias para promover a ação, exceto se compreender, por estudos
complementares, que a reintegração será possível.
Realatório ao MP
Neste caso não oferecerá a ação de destituição do poder familiar até serem cumpridas todas as demais providências
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sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de
liberdade.
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente
acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta
vedada por expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a serem
tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
judiciária.
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§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o
ingresso com a ação de destituição do poder familiar, SALVO se entender necessária a
realização de estudos complementares ou de outras providências indispensáveis ao
ajuizamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor
da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente
e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas
públicas que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio
familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimento.
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Aula 01
Ministério Público
Conselho Tutelar
Cabe mencionar, por fim, o art. 102, do ECA, que determina que as medidas de proteção devem ser
acompanhadas da regularização do registro civil. As alterações no registro serão efetuadas da seguinte
forma:
Veja:
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Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da
regularização do registro civil.
Disposições Gerais
Em razão da idade, as crianças e adolescentes são considerados inimputáveis. Assim, se praticarem atos
ilícitos não se sujeitam à disciplina do Código Penal e do Direito Processual Penal, mas às regras referentes à
prática de atos infracionais disciplinadas pelo ECA, independentemente da natureza do ato praticado.
Em razão do tratamento diferenciado, há um órgão judicial específico para apuração dos atos ilícitos
praticados por adolescentes: Vara da Infância e Juventude.
Fora esse aspecto peculiar, que confere tratamento diferenciado, é importante distinguir também a prática
de atos ilícitos por crianças ou por adolescentes.
Dada a natureza peculiar que se confere ao tratamento de crianças, embora pratiquem atos
infracionais, a estas não serão aplicadas medidas socioeducativas, mas tão somente
medidas de proteção.
Mesmo aos adolescentes, embora sejam responsabilizados pelos atos infracionais praticados,
será observado um processo diferenciado, denominado de ação socioeducativa, de
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titularidade do Ministério Público. Nesse procedimento haverá a apuração da autoria e materialidade dos
fatos praticados e, caso sejam confirmados, haverá aplicação de uma das medidas socioeducativas.
Frise-se que, embora seja possível a aplicação de medidas socioeducativas aos adolescentes, nada impede
que eles recebam medidas de proteção. Tais medidas podem ser aplicadas isoladamente ou em conjunto
(por exemplo, duas medidas de proteção). Inclusive, é possível ser aplicada medida socioeducativa cumulada
com medida de proteção. A definição das medidas aplicáveis dependerá da análise do processo em concreto.
CRIANÇAS ADOLESCENTES
Vejamos na sequência alguns direitos e garantias assegurados na apuração da prática de ato infracional.
O art. 103, do ECA, define que são considerados como atos infracionais a prática, por menores de 18 anos,
de condutas descritas como crime ou como contravenção penal. Confira:
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção
penal.
O art. 104, por sua vez, reitera o dispositivo constitucional que afirma que os menores de 18 anos são
inimputáveis. É importante citar que se considera praticado o ato infracional (momento em que se afere a
idade do agente) no momento da ação ou da omissão (Teoria da Atividade) ainda que o resultado ocorra em
outro momento.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas
previstas nesta Lei.
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Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à
data do fato.
E, como analisado acima, a prática de ato infracional por criança sugere a aplicação de medida de proteção
na forma do art. 105, do ECA:
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no
art. 101.
Direitos Individuais
Entre os arts. 106 e 111, do ECA, nós temos um rol de direitos e garantias assegurados aos adolescentes, em
razão da prática de atos infracionais.
Vamos tratar desses dispositivos de forma objetiva, mas é sempre bom lembrar que existem outros direitos
garantidos ao longo de todo o Estatuto e não apenas neste capítulo.
Os direitos individuais garantidos pelo ECA são muito semelhantes aos garantidos pela Constituição Federal
aos presos comuns, com as devidas peculiaridades. Veja que não se fala em flagrante delito e sim flagrante
de ato infracional, por exemplo.
A internação provisória (antes da sentença), que somente poderá ser decretada por
decisão judicial fundamentada, será pelo prazo improrrogável de 45 dias.
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DECRETO DE
INTERNAÇÃO
PROVISÓRIA
à vista de indícios de
decisão judicial por até 45 dias
autoria e
fundamentada improrrogáveis
materialidade
Quanto a internação provisória o prazo de 45 dias é considerado improrrogável pelo STJ e caso seja
extrapolado acarreta constrangimento ilegal e o adolescente deve ser posto imediatamente em liberdade
(normalmente utiliza-se o HC).
Segundo o STJ, a autoridade judiciária não pode decretar a internação provisória apenas baseada na
gravidade abstrata do delito. Esse entendimento foi sumulado pelo tribunal. Veja a Súmula 492 do STJ:
Súmula 492 do STJ O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.
É preciso verificar, no caso concreto, a necessidade de medida tão extrema. Além disso o tribunal superior
também afirma que é preciso verificar a possibilidade de aplicação de medida de internação ao final do
procedimento, caso contrário não haverá justificativa para a medida de forma provisória.
Quando o adolescente apreendido estiver portando documento civil válido e não houver dúvidas fundadas
sobre sua identidade ou quanto idoneidade do documento apresentado não se fará identificação
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais.
Art. 106. NENHUM adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato
infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua
apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão
incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido
ou à pessoa por ele indicada.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo PRAZO MÁXIMO DE
QUARENTA E CINCO DIAS.
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Garantias Processuais
Em relação às garantias processuais é importante que você memorize que a privação de liberdade observará
o devido processo legal, especialmente:
O STJ preocupado com a observância do devido processo legal no processo que apura ato infracional editou
duas súmulas.
A primeira afirma ser obrigatória a oitiva do adolescente que descumpre a medida anteriormente imposta
antes da decretação da regressão da medida socioeducativa, já que pode haver algum fato que justifique o
descumprimento.
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A Regressão ocorre quando há mudança de um regime menos severo para um mais severo. Veremos mais
adiante que uma das possibilidades para se decretar a internação é o descumprimento de medidas mais
leves anteriormente impostas, para que isso ocorra o adolescente deverá ser ouvido.
Súmula nº 265 STJ -“É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a
regressão da medida socioeducativa.”
A segunda afirma ser nula a desistência de outras provas diante da confissão do adolescente infrator.
Alguns juízes decretavam a medida socioeducativa com fundamento exclusivo na confissão o que
viola flagrantemente o devido processo legal por cerceamento de defesa. O adolescente não deve
apenas ser ouvido deve ter a oportunidade de influenciar a decisão do magistrado e de se defender
de forma efetiva.
Súmula nº 342 STJ -“No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula
a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.”
Confira:
Art. 110. NENHUM adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo
legal.
Medidas Socioeducativas
Uma vez praticado um ato infracional por um adolescente, surge a possibilidade de aplicação de medida
socioeducativa, nos termos que analisaremos aqui.
Disposições Gerais
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Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
IV - liberdade assistida;
São medidas jurídicas aplicadas aos adolescentes que praticarem atos infracionais por meio de uma ação
socioeducativa promovida pelo Ministério Público e que deve ser processada perante a Vara da Infância e
Juventude.
Essas medidas podem ser classificadas em dois grupos: as restritivas de liberdade e as medidas de meio
aberto. Ambas possuem objetivo pedagógico: ressocialização do adolescente para inibir a violência.
Assim:
ressocialização
OBJETIVO DAS
MEDIDAS
SOCIOEDUCATIVAS
responsabilização
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A respeito das medidas socioeducativas restritivas de liberdade é importante destacarmos que elas
observam três princípios:
Brevidade
PRINCÍPIOS
Excepcionalidade
Pelo princípio da brevidade, devemos compreender que as medidas restritivas de liberdade devem ser
aplicadas pelo tempo estritamente necessário para a ressocialização do adolescente. Mais uma vez o
objetivo da medida socioeducativa não é retributivo, ou seja, não tem o objetivo de punir e sim de
ressocializar.
O princípio da excepcionalidade informa que as medidas socioeducativas restritivas somente devem ser
aplicadas se, uma vez caracterizada dentro das hipóteses legais, as medidas de meio aberto demonstrem-se
ineficazes.
Por fim, a aplicação das medidas socioeducativas restritivas deve observar o princípio segundo o qual os
adolescentes são considerados pessoas em desenvolvimento, de modo que devem ser tratados de acordo
com sua condição durante a restrição de liberdade, e não como detentos.
De acordo com o ECA, a definição da medida a ser aplicada ao adolescente deverá levar em consideração
três fatores:
• capacidade de cumpri-la
• circunstâncias
• gravidade da infração
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Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a
existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, RESSALVADA
A HIPÓTESE DE REMISSÃO, nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da
materialidade e indícios suficientes da autoria.
O art. 114, do ECA materializa a necessidade de provas suficientes de autoria e materialidade da infração
para que se possa aplicar as seguintes medidas socioeducativas.
IV - liberdade assistida;
Perceba que são medidas graves e por isso é preciso haver cuidado. O artigo faz exceção quando houver a
remissão (estudaremos o instituto mais a frente) e a advertência, medida mais branda, que exige apenas
indício de autoria.
No caso de advertência, comprovada a ocorrência do fato (vale dizer, comprovada a materialidade) e diante
de indícios da prática do ato infracional, o Juiz da Infância e Juventude poderá aplicar a medida
socioeducativa.
Advertência
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e
assinada.
Para a prova...
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É a medida socioeducativa mais branda e poderá ser aplicada com base em prova da
materialidade e de indícios de autoria. Portanto, NÃO É NECESSÁRIA A PROVA DA
AUTORIA PARA APLICAÇÃO DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE ADVERTÊNCIA. É
ADVERTÊNCIA importante compreender a desnecessidade de a autoria restar plenamente comprovada
para aplicação da medida.
A advertência consiste tão somente em uma admoestação verbal que parte do juiz.
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por
outra adequada.
Para a prova...
Registre-se, entretanto, que atos infracionais mais graves, como o roubo, embora
gerem danos, a reparação desse não será suficiente, em razão da gravidade da
OBRIGAÇÃO DE
conduta. De toda forma, a aplicação dependerá sempre da análise do caso concreto,
REPARAR O
haja vista os objetivos pedagógicos das medidas socioeducativas.
DANO
A obrigação é imposta ao adolescente e não a seus pais, não se aplica aqui as regras
de responsabilidade civil (pais respondendo pelos filhos).
Em relação à medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade, temos o art. 117, do ECA:
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Liberdade Assistida
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser
recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de SEIS MESES, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
Para a prova...
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Prazo máximo:
Não há previsão do prazo máximo na legislação, assim o STJ aplica o prazo máximo da internação que é de
3 anos.
O art. 121, §5º dispõe sobre a possibilidade de o indivíduo cumprir medida até os 21 anos nos casos de
internação. O §2º do art. 120 estende a regra para a medida de semiliberdade. Será que esta regra poderia
ser aplicada para a medida de liberdade assistida?
Não há previsão legal, mas jurisprudência do STF e do STJ afirma ser possível o cumprimento da liberdade
assistida até os 21 anos, vez que não há fundamento lógico ou jurídico que justifique a diferença de
tratamento. Veja abaixo a súmula editada pelo STJ:
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Regime de Semiliberdade
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma
de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
INDEPENDENTEMENTE de autorização judicial.
A semiliberdade consiste em um acompanhamento mais severo, uma vez que o adolescente permanecerá
custodiado em entidades institucionais próprias, ou seja, terá sua liberdade reduzida.
Durante o dia, o adolescente executará atividades normais na comunidade, como estudar e trabalhar. À
noite deve se recolher à unidade de internação.
De todo modo, esse regramento não é fixo, pois há a possibilidade de serem avaliadas, junto à equipe
técnica da instituição de semiliberdade, alternativas diversas, como custódia durante o dia ou, inclusive,
passar a noite junto à família.
• são obrigatórias
ATIVIDADES
EXTERNAS • independem de autorização
judicial
Quanto ao prazo máximo, a medida socioeducativa de semiliberdade deverá ser aplicada por prazo a ser
determinado pelo juiz da infância e juventude. De todo modo, ela não poderá ultrapassar o prazo de 3 anos,
devendo ser reavaliada a cada 6 meses pelo juiz da infância e juventude. A regra de liberação compulsória
aos 21 anos também se aplica a semiliberdade conforme entendimento do STF e do STJ.
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Internação
A medida mais severa de todas é expressamente disciplinada no ECA entre os seus arts. 121 e 125:
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo A CADA SEIS MESES.
A medida socioeducativa de internação é a medida mais extrema e consiste na restrição total da liberdade,
de modo que o adolescente permanecerá institucionalizado integralmente.
Princípios:
Princípio da brevidade – medida de internação deve ser aplicada por curto espaço de tempo. O ECA prevê
como prazo máximo 3 anos e determina que a autoridade judiciária reavalie a situação a cada 6 meses para
se possível substituir a medida por outra menos gravosa ou até encerrar o cumprimento, isso significa que o
comportamento do autor do ato infracional irá influenciar no alcance deste princípio.
Princípio da Excepcionalidade – a internação só se justifica quando não houver outra medida mais branda
que se mostre adequada.
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É possível a realização de atividades externas, contudo, estas são acompanhadas por educadores. Ademais,
é possível ao magistrado, a depender da situação, vedá-las.
Assim...
ATIVIDADES
EXTERNAS
A internação, como vimos, pode ser com prazo determinado ou com prazo indeterminado, mas não poderá,
em qualquer caso, ultrapassar o prazo de três anos. A diferença, portanto, será especificada na sentença,
que preverá um prazo específico para cumprimento da medida ou não referirá o termo.
O adolescente não será obrigatoriamente liberado ao término do prazo de internamento, é possível que o
autor da infração seja inserido no regime de semiliberdade ou de liberdade assistida mesmo após ter ficado
internado por 3 anos. Além disso, na internação há previsão legal expressa quanto a obrigatoriedade de
liberação aos 21 anos.
Tal como a semiliberdade, a medida socioeducativa de internação será reavaliada a cada seis meses.
Pergunta-se:
Dada a excepcionalidade da medida, a internação somente poderá aplicar aplicada numa das três hipóteses
previstas no art. 122 do ECA, qual seja:
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§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo NÃO poderá ser superior
a 3 (TRÊS) MESES, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.
Primeiramente é importante compreender que o legislador definiu, em rol taxativo, quando será aplicada a
medida da internação. Ele fez isso porque a medida socioeducativa de internação constitui uma medida séria
e grave. Em relação às demais medidas, o juiz da infância e juventude terá liberdade para aplicá-las de acordo
com as circunstâncias do caso concreto e com base na avaliação efetuada pela equipe técnica da Vara de
Infância.
Além disso, a medida a ser aplicada no inc. III ganha um adjetivo: a sanção. Quando, por reiterado
descumprimento da medida socioeducativa de meio aberto ou de semiliberdade, é possível que o juiz
determine a internação-sanção pelo prazo máximo de 3 meses, conforme disciplina o art. 122, §1, do ECA.
A medida de internação-sanção é peculiar e será aplicada pelo juiz da execução, que aquele que acompanha
o cumprimento da medida e não o que sentenciou e aplicou a medida, em caso de reiterado descumprimento
da medida socioeducativa que está sendo acompanhada.
Desse modo:
Novamente vamos falar que não basta avaliar a gravidade do crime abstratamente.
A gravidade do ato infracional análogo ao de tráfico de entorpecentes não pode ser o suficiente para
fundamentar a decisão de internação do adolescente infrator é preciso verificar no caso concreto a
ocorrência de algumas das hipóteses do art.122 para a decretação da internação como por exemplo a
reiteração, vejamos o entendimento sumulado do STJ:
Súmula nº 492 STJ - O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.
O que interessa é a analise do caso concreto que será feita pelo magistrado. Por exemplo, três furtos podem
não ser suficientes para caracterizar a necessidade de internação. Por outro lado, a reincidência na prática
do ato infracional análogo ao de tráfico de entorpecentes poderá justificar a medida extrema.
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Súmula nº 265 STJ -“É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a
regressão da medida socioeducativa.”
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em
local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de
idade, compleição física e gravidade da infração.
O art. 124, por sua vez, estabelece os direitos dos adolescentes privados de liberdade:
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
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XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,
recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe
adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.
O ECA arrola um extenso dispositivo no qual trata dos direitos que devem ser assegurados aos adolescentes
em cumprimento de medida socioeducativa de semiliberdade ou de internação. Vejamos:
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receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,
recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
Por fim, quanto ao direito de visitas, entende-se que é possível a suspensão temporária desse direito,
quando houver motivos sérios e fundados de que tais visitas são prejudiciais ao adolescente. Para a
suspensão do direito de visitas é necessária a decisão judicial.
Assim....
suspensão temporária
SUSPENSÃO DO DIREITO DE
depende de decisão judicial
VISITAS
Remissão
A remissão constitui uma forma de perdão ou redução do rigor das penalidades do ECA e será concedida
por iniciativa do Ministério Público. Esse instituto poderá ser aplicado antes de iniciar o procedimento ou
no curso do processo.
Antes do processo, a remissão será concedida com exclusão do processo, a depender das circunstâncias e
do fato no contexto social. Nesse caso, a remissão será homologada por sentença pelo Juiz da Infância e
Juventude.
No curso do processo, a remissão será concedida como forma de suspensão ou de exclusão do processo e
depende de sentença.
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exclusão do processo
antes do processo
homologada por
sentença
Remissão
suspensão ou exclusão
do processo
no curso do processo
depende de setença
Confira os dispositivos:
Art. 126. ANTES de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o
representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de
exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto
social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no
ato infracional.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a
qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal,
ou do Ministério Público.
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A medida aplicada por força de remissão deverá ser aplicada pelo juiz depois da concordância do adolescente
e de seu defensor, o membro do Ministério Público oferece a proposta, mas a aplicação da medida
socioeducativa é de competência exclusiva do magistrado. Veja o teor da súmula 108 do STJ:
(CETREDE/2021) De acordo com o art. 126 do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8069/90: “
Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério
Público poderá conceder, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e
consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
menor participação no ato infracional”. A sentença se refere ao(à)
A) perdão.
B) remissão.
C) advertência em caráter reservado.
D) advertência em caráter ostensivo.
E) repreensão verbal.
Comentários
A alternativa B está correta. Questão bem literal que demandou os conhecimentos básicos sobre remissão.
Finalizamos, com isso, o estudo dos atos infracionais e das medidas socioeducativas. Na parte final do ECA,
vamos retomar, ainda, alguns temas relativos ao processo judicial de aplicação de medidas.
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VII - advertência;
IX - destituição da tutela;
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo,
observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos
pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o
afastamento do agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos
de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.
LEGISLAÇÃO DESTACADA
art. 81, do ECA: produtos e serviços que não podem ser vendidos a crianças/adolescentes (prevenção
especial).
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que
por utilização indevida;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
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Art. 83. NENHUMA criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar
para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem
expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
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art. 101, do ECA: espécies de medidas de proteção que podem ser aplicadas às crianças e adolescentes
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção
penal.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo PRAZO MÁXIMO DE
QUARENTA E CINCO DIAS.
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Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
IV - liberdade assistida;
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser
recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de SEIS MESES, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma
de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
INDEPENDENTEMENTE de autorização judicial.
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
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§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo A CADA SEIS MESES.
art. 122, do ECA: hipóteses em que pode ser aplicada a medida socioeducativa de internação
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo NÃO poderá ser superior
a 3 (TRÊS) MESES, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.
Art. 126. ANTES de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o
representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão
do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem
como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato
infracional.
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Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a
qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal,
ou do Ministério Público.
RESUMO
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos principais aspectos estudados ao longo da aula.
Sugerimos que esse resumo seja estudado sempre previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é
fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em compreender alguma informação, não
deixem de retornar à aula.
• Integração com os órgãos e entidades (poder judiciário, MP, defensoria, conselhos tutelares,
conselhos e ongs).
• Famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de atendimento nas
ações e políticas públicas de prevenção e proteção
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Prevenção geral
• direito à informação
• direito à cultura
• direito ao lazer
• direito aos esportes
• direito à diversão
• direito de participar de espetáculos
• direito a produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento
Prevenção Especial
• O Poder Público regulará as diversões e espetáculos públicos (definindo natureza, faixas etárias, locais
e horários inadequados de apresentação). Essas normas devem ser cumpridas e divulgadas pelas
empresas que trabalhem com diversão e espetáculos.
• Crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação
ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
• Rádios e TVs somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto-juvenil, programas
com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. Todos os espetáculos conterão o
anúncio da faixa etária indicativa.
• Empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não
haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
• Revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes
deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
• Revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações alusivas
a bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da
pessoa e da família.
• Casas de jogos cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e
adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.
➢ Produtos e Serviços
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▪ Regra - proibida
▪ Exceção - quando autorizadas pelos pais/responsáveis
▪ Acompanhada de pais/responsável; ou
▪ Mediante autorização judicial (com validade de 2 anos).
o Situações excepcionais em relação aos quais não se exige acompanhamento dos pais/responsável ou
autorização judicial:
▪ Translado em comarcas vizinhas (a lei fala em contígua), desde que se trate de mesma
unidade da Federação;
▪ Translado entre cidades que estejam na mesma região metropolitana;
▪ Translado acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3º grau), desde que
comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco; ou
▪ Translado acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando autorização
fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável.
Política de atendimento
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Disposições Gerais
➢ Em regime de proteção
• Orientação e apoio sociofamiliar
• Colocação familiar
• Acolhimento institucional
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CMDCA avaliará o funcionamento a cada dois anos. Assim, a cada biênio, as entidades serão
avaliadas levando-se em consideração:
O registro
• tem validade por quatro anos
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A cada seis meses, os dirigentes das entidades de acolhimento institucional ou familiar devem
remeter relatórios da situação de cada criança ou adolescente acolhida. Com a mudança
implementada pela 13.509/17 reduzindo o prazo de reavaliação da criança ou adolescente inserido
em programa de acolhimento familiar ou institucional para 3 meses entendemos que o prazo para
que os relatórios sejam remetidos também deve ser reduzido para 3 meses já que o §2º do artigo faz
menção ao art. 19 §1º do ECA.
Os laços das crianças acolhidas serão mantidos e estreitados com a família de origem ou extensa,
exceto se houver decisão judicial em contrário.
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➢ Entidades governamentais
• Advertência
• Afastamento provisório de seus dirigentes
• Afastamento definitivo de seus dirigentes
• Fechamento de unidade ou interdição do programa
Se houver reiteração nas infrações poderá ser determinada, pela autoridade judiciária, em processo
regular, a suspensão das atividades ou a dissolução da entidade, ouvido o Ministério Público.
Medidas de Proteção
• Aplicam-se as medidas de proteção quando os direitos das crianças e adolescentes forem violados
• Podem ser aplicadas de forma isolada (ou seja, apenas uma delas) ou de forma cumulada
• Na aplicação das medidas leva-se em conta as necessidades pedagógicas
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• Obrigatoriedade da informação
• Oitiva obrigatória e participação
Medidas de proteção
Verificada a inexistência de registro anterior este será feito com os elementos disponíveis,
mediante requisição da autoridade judiciária.
Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico destinado à sua
averiguação.
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• Ato infracional
• Conduta prevista como crime ou contravenção penal quando praticada por criança ou adolescente.
• São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos
➢ Crianças
• Praticam atos infracionais.
• São aplicadas apenas medidas de proteção.
➢ Adolescentes
• Praticam atos infracionais
• São aplicadas medidas socioeducativas e medidas de proteção.
Direitos Individuais
• A privação de liberdade é excepcional. Logo, somente poderá ocorrer em caso de decisão escrita e
fundamentada da autoridade judiciária.
• Ao ser apreendido, o adolescente tem o direito de conhecer a identificação daqueles que o
apreenderam e de ser informado quanto aos seus direitos.
• Quando o adolescente for apreendido deve-se comunicar imediatamente a autoridade judiciária e a
família (ou pessoa indicada pelo adolescente).
• A internação provisória, que somente poderá ser decretada por decisão judicial fundamentada, será
pelo prazo improrrogável de 45 dias.
Garantias Processuais
Em relação às garantias processuais é importante que você memorize que a privação de liberdade observará
o devido processo legal, especialmente:
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Medidas Socioeducativas
• São medidas jurídicas aplicadas aos adolescentes que praticarem atos infracionais por meio de uma
ação socioeducativa
• Podem ser classificadas em dois grupos: as restritivas de liberdade e as medidas de meio aberto.
Princípio da brevidade - as medidas restritivas de liberdade devem ser aplicadas pelo tempo
estritamente necessário para a ressocialização do adolescente.
Princípio da excepcionalidade - informa que as medidas socioeducativas restritivas somente devem ser
aplicadas se, uma vez caracterizada dentro das hipóteses legais, as medidas de meio aberto demonstrem-se
ineficazes.
Por fim, a aplicação das medidas socioeducativas restritivas deve observar o princípio segundo o qual
os adolescentes são considerados pessoas em desenvolvimento, de modo que devem ser tratados de acordo
com sua condição durante a restrição de liberdade, e não como detentos.
Fatores a serem considerados pelo juiz da vara da infância e juventude na aplicação de medidas
socioeducativas
• Capacidade de cumpri-la
• Circunstâncias
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• Gravidade da infração
➢ Advertência - É a medida socioeducativa mais branda e poderá ser aplicada com base em prova da
materialidade e de indícios de autoria.
• Portanto, NÃO É NECESSÁRIA A PROVA DA AUTORIA PARA APLICAÇÃO DA MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA DE ADVERTÊNCIA.
• É importante compreender a desnecessidade de a autoria restar plenamente comprovada
para aplicação da medida. A advertência consiste tão somente em uma admoestação verbal
que parte do juiz.
➢ Obrigação de reparar o dano - Será adotada a obrigação de reparar danos, quando da conduta do
adolescente decorrer reflexos patrimoniais. Registre-se, entretanto, que atos infracionais mais graves, como
o roubo, embora gerem danos, a reparação desse não será suficiente, em razão da gravidade da conduta. De
toda forma, a aplicação dependerá sempre da análise do caso concreto, haja vista os objetivos pedagógicos
das medidas socioeducativas. A obrigação é imposta ao adolescente e não a seus pais, não se aplica aqui as
regras de responsabilidade civil.
➢ Liberdade assistida - A liberdade assistida constitui a última alternativa antes da aplicação das
medidas restritivas de liberdade.
• Consiste no acompanhamento, na orientação e no apoio ao adolescente por meio de um educador.
• Do mesmo modo terá duração mínima de 6 meses e caracteriza-se pelo acompanhamento mais
próximo do socioeducando.
• Haverá a nomeação de um orientador a quem incumbe:
• Promover socialmente o adolescente e sua família (programa oficial ou comunitário de auxílio e
assistência social);
• Supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar;
• Diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de inserção no mercado de trabalho; e
• Apresentar relatório do caso.
➢ Regime de Semiliberdade - acompanhamento mais severo, uma vez que o adolescente permanecerá
custodiado em entidades institucionais próprias.
• Durante o dia, o adolescente executará atividades normais na comunidade, como estudar e trabalhar.
À noite deve se recolher à unidade de internação.
• A fixação de atividades externas, é obrigatório e independe de autorização judicial,
• Prazo Máximo -3 anos
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Princípio da brevidade – medida de internação deve ser aplicada por curto espaço de tempo. O ECA
prevê como prazo máximo 3 anos e determina que a autoridade judiciária reavalie a situação a cada 6 meses
para se possível substituir a medida por outra menos gravosa ou até encerrar o cumprimento, isso significa
que o comportamento do autor do ato infracional irá influenciar no alcance deste princípio.
Princípio da Excepcionalidade – a internação só se justifica quando não houver outra medida que se
mostre adequada.
➢ Internação
• Máximo de 3 anos
• Ato infracional praticado com grave ameaça ou violência à pessoa
• Reiteração no cometimento de infrações graves
• Pelo máximo de 3 meses (internação-sanção) - descumprimento reiterado e injustificável de medida
anteriormente aplicada
Deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
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• Suspensão temporária
• depende de decisão judicial
• ocorrerá quando houver indícios sérios e suficientes de que tais visitas são prejudiciais ao adolescente
custodiado
Remissão
• A remissão constitui uma forma de perdão ou redução do rigor das penalidades do ECA e será
concedida por iniciativa do Ministério Público. Esse instituto poderá ser aplicado antes de iniciar o
procedimento ou no curso do processo.
• Antes do início do processo, a remissão será concedida com exclusão do processo, a depender das
circunstâncias e do fato no contexto social. Nesse caso, a remissão será homologada por sentença
pelo Juiz da Infância e Juventude.
• No curso do processo, a remissão será concedida como forma de suspensão ou de exclusão do
processo e depende de sentença.
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CONSELHO TUTELAR
Disposições Gerais
O Conselho é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Os Conselhos são instituídos no âmbito municipal. O ECA determina a instituição de pelo menos um
Conselho Tutelar por município, composto de cinco membros, escolhidos pela população local para
mandato de quatro anos, permitida recondução, mediante novos processos de escolha.
REQUISITOS PARA
COMPOR O CONSELHO
A função de conselheiro constitui serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá,
no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha.
Atenção! A parte final desse dispositivo foi alterada em maio de 2019. Antes, o ECA permitia apenas 1 (uma)
recondução, mediante novo processo de escolha. Agora, não há mais esse limite.
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes
requisitos:
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O art. 134, do ECA, atribui ao Município determinar o local, dia e horário de funcionamento dos Conselhos
Tutelares, bem como a remuneração dos membros. Confira o dispositivo, e veja o rol de direitos assegurados
aos conselheiros.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento
do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais
é assegurado o direito a:
I - cobertura previdenciária;
III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
V - gratificação natalina.
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante
e estabelecerá presunção de idoneidade moral.
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A alternativa A está correta. O art. 132 do Eca prevê a obrigatoriedade de pelo menos 1 conselho tutelar por
município e em cada região administrativa do DF.
A alternativa B está correta. A assertiva traz a literalidade do art. 134 do Eca.
A alternativa C está correta. Conforme previsão do art. 131 do Eca.
A alternativa D está incorreta e por isso é o gabarito da questão. O erro da assertiva reside na idade que
deve ser superior a 21 anos e não 18 como afirmado.
A alternativa E está correta. A assertiva encontra previsão no art. 139 §1º do Eca que afirma: “o processo
de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada
4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial”.
Atribuições do Conselho
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII;
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;
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Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade
judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.
O poder decisório do Conselho Tutelar é relevante e somente poderá ser revisto pela autoridade judiciária,
caso haja provocação por intermédio de processo judicial.
Competência
No que se refere à competência territorial para a atuação do Conselho Tutelar, devemos observar o que
consta do art. 147, do ECA:
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Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou
omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
Competência
da residência dos pais ou responsável
Infração em transmissão simultânea a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede,
de rádio ou televisão que atinja mais tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou
de 1 comarca retransmissoras do respectivo estado
Quanto ao processo de escolha dos conselheiros, veja o art. 139, do ECA, cuja leitura é o suficiente.
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Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido
em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.
Escolha dos
Conselheiros
Data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro)
anos
Impedimentos
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e
sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
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(IESES/2021) Leia o apresentado abaixo e identifique a sequência correta de acordo com o Estatuto da
Criança e do Adolescente:
I. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas
previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
II. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia
comum.
III. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
zela pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
IV. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
A sequência correta é:
A) As alternativas I, II, III e IV estão corretas
B) As assertivas I, II e IV estão corretas.
C) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
D) As alternativas I, II, III e IV estão incorretas.
Comentários
Vamos analisar cada item:
O item I está correto. A assertiva traz a literalidade do art. 127 do Eca. Fique atento aos detalhes e exceções.
Não será considerado para fins de antecedentes e não se pode aplicar as medidas de semiliberdade e
internação no bojo da remissão.
O item II está correto. Trata-se do art. 130 do Eca, nesses casos para proteger a criança ou adolescente afasta-
se o agressor do lar comum.
O item III está correto. O art. 131 do Eca é muito explorado em provas de concurso por isso atenção. O
conselho tutelar é permanente, autônomo e NÃO jurisdicional.
O item IV está correto. A assertiva trata dos impedimentos no âmbito do conselho tutelar. As regras estão
previstas no art. 140 do Eca e devem ser memorizadas.
LEGISLAÇÃO DESTACADA
art. 132, do ECA: composição do conselho tutelar
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Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá,
no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha.
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes
requisitos:
RESUMO
Conselho Tutelar
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• Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal
contra os direitos da criança ou adolescente;
• Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
• Providenciar a medida de proteção, estabelecida pela autoridade judiciária, para o adolescente autor
de ato infracional;
• Expedir notificações;
• Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
• Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas
de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
• Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos de comunicação social
da Constituição Federal;
• Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar,
após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.
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CEBRASPE
1. (CESPE/TJ-PA - 2020) Em 2019, o art. 83 da Lei n.º 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente)
foi alterado no sentido de determinar que, assim como as crianças, adolescentes, até determinada
idade, não podem viajar para fora da comarca onde residem desacompanhados dos pais ou
responsáveis e sem expressa autorização judicial. Conforme esse dispositivo legal em vigor, a idade
mínima a partir da qual adolescentes podem realizar viagem interestadual desacompanhados dos pais
ou responsáveis e sem autorização judicial é de
a) doze anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e dezoito
anos.
b) doze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre dez e quatorze
anos.
c) quatorze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e
vinte e um anos.
d) dezesseis anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e
vinte e um anos.
e) dezesseis anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e
dezoito anos.
Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o caput do art. 83 do Estatuto da
Criança e do Adolescente: "Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para
fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização
judicial." A Lei nº 13.812/2019 não alterou o caput do art. 2º do ECA que estabelece os limites etários para
crianças e adolescentes: "Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade."
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• acompanhada de pais/responsável; ou
• mediante autorização judicial (com validade de 2 anos).
• translado em comarcas vizinhas (a lei fala em contígua), desde que se trate de mesma
unidade da Federação;
• translado entre cidades que estejam na mesma região metropolitana;
• translado acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3ª grau), desde que
comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco; ou
• translado acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando autorização
fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável.
2. (CESPE/Pref Campo Grande - 2019) Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, julgue o item
subsequente.
Mediante expressa autorização dos pais ou responsáveis legais, qualquer criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do país na companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Comentários
A assertiva está incorreta. O art. 85 do Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que "sem prévia e
expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do
País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior."
3. (CESPE/TJ-PR - 2019) Assinale a opção que indica medida de proteção à criança e ao adolescente
prevista no ECA e aplicável quando os direitos reconhecidos desse grupo social forem ameaçados ou
violados.
a) colocação da criança ou do adolescente em família substituta
b) intervenção mínima
c) obrigação de reparar o dano
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Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As medidas estão previstas no art. 101 do Estatuto da
Criança e do Adolescente e a colocação da criança ou do adolescente em família substituta corresponde ao
inciso IX:
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
A alternativa B está incorreta pois a intervenção mínima é um princípio que rege a aplicação das medidas de
proteção, conforme disposto no art. 100, parágrafo único, VII do ECA:
Art. 100 VII do ECA - São também princípios que regem a aplicação das medidas:
intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da
criança e do adolescente.
As alternativas C e D estão incorretas. Ambas apresentam medidas socioeducativas (e não protetivas) que
podem ser aplicadas ao adolescente em caso de prática de ato infracional:
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
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IV - liberdade assistida;
4. (CESPE/TJDFT - 2019) À luz do disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que
o acolhimento familiar é uma medida de proteção
a) irrevogável, utilizada como medida para posterior colocação em família substituta.
b) provisória e excepcional, utilizada como forma de transição para reintegração familiar ou colocação em
família substituta.
c) irrevogável e excepcional, que atribui à criança acolhida a condição de filho.
d) irrevogável, que atribui à criança acolhida a condição de dependente.
e) provisória, utilizada como forma de adaptação da criança à família para posterior adoção.
Comentários
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O art. 101, §1º do Estatuto da Criança e do Adolescente
dispõe que "o acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais,
utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação
em família substituta, não implicando privação de liberdade."
5. (CESPE/SLU DF - 2019) Acerca de políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da criança e
do adolescente, julgue o item subsecutivo.
É atribuição do conselheiro tutelar encaminhar a criança ou o adolescente para programa de acolhimento
familiar ou para família substituta, como forma de aplicação de medida de proteção.
Comentários
A assertiva está incorreta. O encaminhamento deve ser realizado pela autoridade judiciária, como prevê o
parágrafo único do art. 93 do Estatuto da Criança e do Adolescente: "Recebida a comunicação, a autoridade
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as
medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por
qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento
familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2º do art. 101 desta Lei."
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6. (CESPE/TJ-PA - 2019) Na aplicação das medidas específicas de proteção à criança e ao adolescente, são
preferíveis aquelas que visem
a) ao fortalecimento da autoestima do menor.
b) ao desenvolvimento de atividades em regime de coeducação.
c) ao fortalecimento dos vínculos familiares.
d) à participação da família na vida escolar.
e) à integração em família da comunidade local.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Nos termos do caput do art. 100 do Estatuto da Criança
e do Adolescente: "Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-
se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários."
7. (CESPE/SLU DF - 2019) Acerca de políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da criança e
do adolescente, julgue o item subsecutivo.
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece a advertência e a obrigação de reparar o dano como
medidas protetivas aplicáveis à criança que tenha cometido atos infracionais.
Comentários
A assertiva está incorreta. As medidas aplicáveis às crianças, por força do art. 105 do Estatuto da Criança e
do Adolescente, serão aquelas apontadas pelo art. 101. A advertência e a obrigação de reparar o dano estão
previstas no art. 112 do Eca trata-se de medidas socioeducativas não podendo, portanto, ser aplicada a
crianças.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
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8. (CESPE/TJ-PR - 2019) De acordo com o ECA, o conselho tutelar, ao tomar conhecimento de ameaça ou
violação aos direitos de crianças e adolescentes, é competente, em regra, para determinar a
a) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa oficial de proteção, apoio e promoção da família,
da criança e do adolescente.
b) destituição da tutela da criança e(ou) do adolescente.
c) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa de acolhimento familiar.
d) perda da guarda da criança e(ou) do adolescente.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Para chegarmos à resposta da questão, precisamos
conjugar o conhecimento de alguns dispositivos: art. 98, art. 136, I e art. 101, IV – todos do Estatuto da
Criança e do Adolescente:
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
--
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII;
--
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
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As alternativas B, C e D estão incorretas pois apresentam medidas que não competem ao Conselho Tutelar
todas dependem de processo judicial, ou seja, apenas podem ser decretadas pelo juiz.
9. (CESPE/MPOG - 2015) De acordo com o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue
o item subsequente.
As entidades de atendimento a crianças e adolescentes são responsáveis pelo planejamento e execução de
programas de proteção e socioeducativos, tais como orientação e apoio sociofamiliar, acolhimento
institucional, liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade, semiliberdade, abrigo e internação.
Comentários
A afirmativa está incorreta. As entidades de atendimento a crianças e adolescentes são responsáveis pelo
planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos, tais como orientação e apoio
sociofamiliar, apoio socioeducativo em meio aberto, colocação familiar, acolhimento institucional, prestação
de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade, e internação.
O abrigo foi substituído pelo acolhimento institucional pela Lei 12.010/2009. Vejamos:
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e
socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
I - orientação e apoio sociofamiliar;
II - apoio socioeducativo em meio aberto;
III - colocação familiar;
IV - acolhimento institucional;
V - prestação de serviços à comunidade;
VI - liberdade assistida;
VII - semiliberdade; e
VIII - internação.
10. (CESPE/MPOG - 2015) De acordo com o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue
o item subsequente.
É dispensada a autorização paterna quando uma criança ou adolescente viaja ao exterior em companhia da
mãe; já em viagens interestaduais, a criança poderá estar acompanhada por um responsável desde que
tenha autorização, registrada em cartório, de um dos pais.
Comentários
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Tratando-se de viagem ao exterior na companhia de apenas um dos pais, deverá haver autorização expressa
do outro através de documento com firma reconhecida expedida.
No caso de viagem interestadual a legislação exige a autorização fornecida pelo pai, mãe ou responsável,
mas não exige o registro em cartório conforme o art. 83 §1º b 2 do Eca.
Art. 83. NENHUMA criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar
para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem
expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
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• acompanhada de pais/responsável; ou
• mediante autorização judicial (com validade de 2 anos).
• translado em comarcas vizinhas (a lei fala em contígua), desde que se trate de mesma
unidade da Federação;
• translado entre cidades que estejam na mesma região metropolitana;
• translado acompanhado de ascendentes ou colateral maior (até o 3ª grau), desde que
comprove, mediante apresentação de documentos, a relação de parentesco; ou
• translado acompanhado pessoa maior de idade desde que esteja portando autorização
fornecida pelo pai, ou pela mãe ou por responsável.
11. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética que envolve
crianças e adolescentes. Assinale a opção que apresenta situação em que os direitos das crianças e dos
adolescentes estão sendo respeitados, conforme previsto no ECA.
a) Diana, de dezessete anos de idade, viajou desacompanhada para São Paulo. Na pousada em que havia
feito reserva, os atendentes ligaram para os pais de Diana para saber se eles autorizariam a hospedagem da
adolescente. O check-in foi feito após o consentimento dado pelo telefone.
b) Mariana, devido ao fato de ter nascido durante o período em que sua mãe cumpria pena restritiva de
liberdade em estabelecimento prisional, não pôde ser amamentada por sua genitora e, devido à
impossibilidade de conviver com a mãe, foi entregue, após o nascimento, aos seus tios, que a mantiveram
sob sua guarda até que a mãe cumprisse a reprimenda e recuperasse a liberdade.
c) João Pedro, de treze anos de idade, analfabeto, mudou-se do Paraná para Brasília juntamente com sua
família. Em Brasília, sua mãe tentou matriculá-lo em uma escola e foi informada pela direção do
estabelecimento que, devido ao fato de o ano letivo estar em curso, a matrícula do adolescente não poderia
ser realizada. Diante do ocorrido, a mãe procurou auxílio em um posto de assistência social e o adolescente
foi inserido em estágio não remunerado em empresa que ofertava curso de alfabetização.
d) Paula, de dezessete anos de idade, residente em Brasília, após ter decidido visitar sua madrinha em
Fortaleza, viajou desacompanhada em companhia aérea que permitiu o seu embarque independentemente
da autorização dos pais.
e) Marcos, de onze anos de idade, foi a uma banca de revistas próxima a sua residência e o dono do
estabelecimento permitiu que ele folheasse todas as revistas, inclusive aquelas que continham fotografias
pornográficas.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Neste caso e de acordo com o art. 250, do ECA, deveria ser exigido autorização
escrita dos pais ou responsável, e não autorização por telefone.
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A alternativa B está incorreta. Com base no art. 9º, da Lei nº 8.069/90, o poder público, as instituições e os
empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
submetidas a medida privativa de liberdade.
A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 7º, XXXIII, da CF/88, João Pedro só poderia ser inserido em
programa de aprendiz em empresa se tivesse pelo menos 14 anos de idade.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Neste caso, a adolescente acima de 16 anos de idade
não necessita de autorização dos pais para viagens nacionais, não estando prevista no art. 83, do ECA.
A alternativa E está incorreta. As embalagens de revistas com conteúdo pornográficos devem estar lacradas.
12. (CESPE/INSS - 2016) Com fundamento no Estatuto do Idoso e no ECA, julgue o item subsequente.
O acolhimento familiar configura medida de proteção de caráter definitivo da criança e do adolescente.
Comentários
O acolhimento familiar, do mesmo modo que o acolhimento institucional, é considerado uma medida de
proteção. Contudo, essa medida de proteção tem caráter provisório e não definitivo como diz a questão.
Assim, a assertiva está incorreta.
13. (CESPE/DPE-RN - 2015) No que concerne à prevenção de ameaça ou violação dos direitos da criança e
do adolescente e à política de atendimento desses direitos, assinale a opção correta.
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a) As ações previstas no ECA como parte da política especializada de promoção dos direitos humanos de
crianças e adolescentes têm natureza de recomendação dirigida ao poder público e não de comando
normativo de execução obrigatória.
b) A DP deve participar da integração operacional voltada à agilização do atendimento inicial do adolescente
a quem se atribua autoria de ato infracional, mas, segundo a doutrina, sua atuação não se estende ao
processo de execução de medida socioeducativa eventualmente aplicada.
c) As entidades de atendimento devem inscrever seus programas socioeducativos e de proteção destinados
a crianças e adolescentes nos conselhos tutelares, que são os órgãos controladores das ações que integram
a política brasileira de atendimento infantojuvenil.
d) No caso de publicações, cabe ao editor responsável verificar se revistas que contenham material impróprio
para crianças e adolescentes estão embaladas com lacre opaco e com advertência quanto a seu conteúdo,
sob pena de pagamento de multa, sem prejuízo da apreensão da revista.
e) De acordo com o ECA, é dispensável a autorização judicial para viagem ao exterior nos casos em que o
responsável tiver a guarda ou a tutela provisória da criança ou adolescente em cuja companhia pretenda
deixar o país.
Comentários
A alternativa A está totalmente incorreta, o Estatuto constitui um ato normativo com caráter vinculante para
toda a sociedade, pais e Poder Público.
A alternativa B está igualmente incorreta. A Defensoria Pública atua em todas as instâncias e fases dos
processos relativos à infância e juventude quando a criança ou o adolescente não tiverem advogado
constituído nos autos.
A alternativa C está incorreta. O art. 90, §1º, do ECA, prevê que as entidades de atendimentos
(governamentais e não governamentais) devem efetuar a instrução de seus programas no CMDCA, e não nos
conselhos municipais.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A alternativa está de acordo como art. 78 do ECA, que
prevê que as revistas e publicações com material impróprio ou inadequado devem ser comercializadas com
embalagens lacradas, com advertência do conteúdo. Ademais, de acordo com o art. 257 do ECA, as
“editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam
protegidas com embalagem opaca”, sob pena de serem condenadas em penalidade de multa de três a vinte
salários, duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
A alternativa E está incorreta, uma vez que o ECA dispensa a autorização para viajar apenas quando as
crianças e adolescentes estiverem acompanhados de ambos os pais ou responsáveis ou estiver na companhia
de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida,
conforme prevê o art. 84, do ECA.
14. (CESPE/DPE-PE - 2018) As linhas de ação da política de atendimento prevista no Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA.) incluem a
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Comentários
A questão trata sobre as linhas da política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente, que
estão previstas no art. 87, do ECA:
A alternativa A está incorreta, visto que o banco de dados de pessoas desaparecidas não exclui o boletim de
ocorrência.
A alternativa B está incorreta. A proteção jurídico-social é feita pelas entidades de defesa e não a proteção
das entidades.
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A alternativa C está incorreta. As campanhas de estímulo ao acolhimento temporário são na forma de guarda
e não de adoção.
A alternativa D está incorreta. As políticas sociais são básicas, como educação e saúde.
15. (CESPE/DPE-PE - 2018) No caso de criança de seis anos de idade ser encontrada sozinha na rua, a
primeira medida específica de proteção a ser aplicada pelo conselho tutelar será
a) o encaminhamento da criança a entidade que mantenha programa de acolhimento institucional, em
decorrência natural da caracterização do abandono.
b) a inclusão da criança em serviço e programa oficial ou comunitário de proteção, apoio e promoção da
família e da criança.
c) a orientação, o apoio e o acompanhamento temporários.
d) a inclusão em programa de acolhimento familiar.
e) o encaminhamento da criança aos pais ou ao responsável, mediante termo de responsabilidade.
Comentários
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
promoção da família, da criança e do adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - colocação em família substituta.
Apesar de todos as alternativas falarem a respeito das medidas de proteção previstas no ECA, o Conselho
Tutelar não pode incluir em programa de acolhimento familiar e a busca pela família para encaminhamento
da criança deve ser sempre a primeira medida, com vistas à preservação dos vínculos familiares. Além disso,
nada impede que outras medidas de proteção sejam tomadas, a partir de um melhor estudo do caso.
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16. (CESPE/TJ-BA - 2019) No que tange a atos infracionais e medidas socioeducativas, assinale a opção
correta, com base no ECA e na jurisprudência do STJ.
a) A superveniência da maioridade penal interfere na apuração de ato infracional cometido antes dos dezoito
anos completos e na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso.
b) É ilegal a determinação de cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida antes do trânsito
em julgado da sentença condenatória.
c) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas autoriza, por si só, a imposição de medida socioeducativa
de internação do adolescente em razão da gravidade da conduta delitiva.
d) Por ser uma consequência natural do processo de ressocialização, a progressão da medida socioeducativa
prescinde do juízo de convencimento do magistrado, que fica vinculado ao relatório multidisciplinar
individual do adolescente.
e) É possível a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida no caso de ato infracional análogo
a furto qualificado, porém essa medida deve atender à atualidade, observando-se a necessidade e a
adequação.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com a Súmula nº 605, do STJ, a superveniência da maioridade penal
não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso,
inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. Temos que lembrar do princípio
do tempus regit actum, se o menor praticou o crime antes de completar 18 anos, será julgado pelo ECA.
A assertiva B está incorreta, pois de acordo com o STJ (Info 583), o adolescente infrator em regra, não tem
direito de aguardar em liberdade o julgamento da apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a
medida de internação, mesmo que durante a tramitação da ação socioeducativa tenha permanecido em
liberdade.
A alternativa C está incorreta. A Súmula nº 492, do STJ, estabelece que o ato infracional análogo ao tráfico
de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do
adolescente.
A alternativa D está incorreta. Com base em jurisprudência do STJ, “a existência de relatório técnico,
formulado pela equipe de avaliação psicossocial, não vincula a autoridade judicial, que pode, em face do
princípio do livre convencimento fundamentado, justificar seu entendimento e decidir de forma diversa
daquela sugerida pelo laudo”.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois sua redação não afirma que o ato infracional
análogo a furto qualificado foi perpetrado com violência ou grave ameaça, de modo que não se insere dentre
as hipóteses de aplicação de internação ou semiliberdade. Outrossim, importante registrar, que as medidas
socioeducativas se regem pelos princípios da proporcionalidade e atualidade, de modo que a intervenção
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deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontra no
momento em que a decisão é tomada (art. 100, parágrafo único, inciso VIII, do ECA).
17. (CESPE/DPE-PE - 2018) A respeito da aplicação de medidas ao pai, à mãe ou ao responsável conforme
o ECA, assinale a opção correta.
a) Medida mais gravosa, como a perda de guarda, não se aplica em caso de a criança ser reprovada na escola
por excesso de faltas, mesmo que a reprovação decorra da falta de acompanhamento adequado de seu
responsável.
b) É facultativa a inclusão de pai alcoólatra que, por vezes, seja agressivo ou violento com a criança em
programa oficial de tratamento desde que a criança seja encaminhada a programa especial de atendimento
a vítimas de violência doméstica.
c) Estando a submissão ou não a tratamento de saúde no âmbito da liberalidade familiar, não é possível a
aplicação de medidas a mãe que, por mera desídia, não leva seu filho portador de HIV às consultas
programadas.
d) Na hipótese de um adolescente que tenha pais vivos, mas viva com os avós paternos, se encontrar em
situação de risco por falta de cumprimento de obrigações a ele relativas, caberá a aplicação de advertência
aos genitores, mas não aos avós.
e) Se uma criança em idade escolar estiver fora da escola, o pai, a mãe ou o responsável deverá ser obrigado
a matriculá-la, bem como a acompanhar a frequência e o aproveitamento escolar.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 129, VIII, do ECA, é sim possível a perda da guarda.
A alternativa B está incorreta. A medida do art. 129, II, da Lei nº 8.069/90, possui caráter impositiva, somente
podendo ser questionada judicialmente.
A alternativa C está incorreta. Os pais têm a obrigação de levar os filhos para o tratamento especializado.
Vejamos o que dispõe o art. 129, VI, da referida Lei:
A alternativa D está incorreta. A advertência é medida aplicável aos pais ou responsável, conforme prevê o
art. 129, VII, do ECA, portanto poderá ser aplicada aos avós.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 129, V, da Lei nº 8.069/90:
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CEBRASPE
1. (CESPE/DPDF - 2019) Maurício, com treze anos de idade, foi atendido em hospital público. Depois de
realizados os exames clínicos e a entrevista pessoal com o adolescente, o médico que o atendeu
comunicou ao conselho tutelar local a suspeita de que Maurício havia sido vítima de castigo físico
praticado pelos próprios pais. O conselho tutelar averiguou o caso e concluiu que os pais de Maurício
haviam lesionado os braços do garoto, mediante emprego de pedaço de madeira, em razão de ele ter
se recusado a ir à escola. Com base nisso, o conselho tutelar aplicou aos pais uma advertência e os
encaminhou para tratamento psicológico.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem, de acordo com o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990).
O conselho tutelar extrapolou suas atribuições ao ter aplicado advertência diretamente aos pais de Maurício,
uma vez que essa medida constitui verdadeira reserva jurisdicional.
Comentários
De acordo com o parágrafo único, do art. 18-B, do ECA, as medidas previstas neste artigo serão aplicadas
pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais.
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Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar,
sem prejuízo de outras providências legais.
Portanto, a questão está incorreta e o Conselho Tutelar agiu dentro de sua esfera de competência. Veja a
atribuição do Conselho:
VII - advertência;
Comentários
Questão bem direta e que cobra do aluno o conhecimento do art. 136, do ECA. Vejamos
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De acordo com o exposto, é atribuição dos conselhos tutelares requisitar, diretamente, serviço público na
área previdenciária, com o intuito de promover a execução de suas decisões (art. 136, III, a).
Vejamos as demais:
3. (CESPE/INSS - 2016) Com fundamento no Estatuto do Idoso e no ECA, julgue o item subsequente.
Conforme o ECA, figura entre as atribuições do conselho tutelar promover a execução de suas decisões,
podendo ele, para tanto, requisitar serviço público na área de previdência.
Comentários
A assertiva está correta. O Conselho Tutelar deve promover a execução das suas decisões e, para isso, pode
requisitar serviços públicos de várias áreas, dentre alas a previdenciária. Vejamos o art. 136, III, a, do ECA.
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Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 135, do ECA:
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante
e estabelecerá presunção de idoneidade moral.
A alternativa B está incorreta. O Conselho Tutelar não é um órgão jurisdicional. Vejamos o que dispõe os
arts. 131 e 132, do ECA:
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 133, do ECA, para a candidatura a membro do Conselho
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
A alternativa D está incorreta, pois contraria o disposto no art. 134, da Lei nº 8.069/90:
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Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento
do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais
é assegurado o direito a:
I - cobertura previdenciária;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da
remuneração mensal;
III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
V - gratificação natalina.
A alternativa E está incorreta. O Conselho Tutelar é órgão não jurisdicional. Além disso, vejamos o que
estabelece o art. 134, parágrafo único, do ECA:
Comentários
O item I está incorreto. O Conselho Tutelar é órgão autônomo, portanto não é vinculado ao Poder Judiciário.
Vejamos o que dispõe o art. 131, do ECA:
O item II está correto, conforme prevê o art. 136, VIII, da Lei nº 8.069/90:
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Por fim, o item III está incorreto. De fato, o processo de escolha dos membros que compõem o conselho
ocorre a cada quatro anos, nos termos do art. 132, da referida Lei:
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá,
no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha.
§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente
ao processo de escolha.
Porém, de acordo com o §2º, do art. 139, do ECA, a posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de
janeiro do ano subsequente ao processo de escolha, e não no dia 01 de janeiro.
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LISTA DE QUESTÕES
CEBRASPE
1. (CESPE/TJ-PA - 2020) Em 2019, o art. 83 da Lei n.º 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente)
foi alterado no sentido de determinar que, assim como as crianças, adolescentes, até determinada
idade, não podem viajar para fora da comarca onde residem desacompanhados dos pais ou
responsáveis e sem expressa autorização judicial. Conforme esse dispositivo legal em vigor, a idade
mínima a partir da qual adolescentes podem realizar viagem interestadual desacompanhados dos pais
ou responsáveis e sem autorização judicial é de
a) doze anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e dezoito
anos.
b) doze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre dez e quatorze
anos.
c) quatorze anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e
vinte e um anos.
d) dezesseis anos, tendo sido alterado o conceito de adolescente para pessoa com idade entre quatorze e
vinte e um anos.
e) dezesseis anos, tendo sido mantido o conceito de adolescente como pessoa com idade entre doze e
dezoito anos.
2. (CESPE/Pref Campo Grande - 2019) Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, julgue o item
subsequente.
Mediante expressa autorização dos pais ou responsáveis legais, qualquer criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do país na companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
3. (CESPE/TJ-PR - 2019) Assinale a opção que indica medida de proteção à criança e ao adolescente
prevista no ECA e aplicável quando os direitos reconhecidos desse grupo social forem ameaçados ou
violados.
a) colocação da criança ou do adolescente em família substituta
b) intervenção mínima
c) obrigação de reparar o dano
d) internação da criança ou do adolescente em estabelecimento educacional
4. (CESPE/TJDFT - 2019) À luz do disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que
o acolhimento familiar é uma medida de proteção
a) irrevogável, utilizada como medida para posterior colocação em família substituta.
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b) provisória e excepcional, utilizada como forma de transição para reintegração familiar ou colocação em
família substituta.
c) irrevogável e excepcional, que atribui à criança acolhida a condição de filho.
d) irrevogável, que atribui à criança acolhida a condição de dependente.
e) provisória, utilizada como forma de adaptação da criança à família para posterior adoção.
5. (CESPE/SLU DF - 2019) Acerca de políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da criança e
do adolescente, julgue o item subsecutivo.
É atribuição do conselheiro tutelar encaminhar a criança ou o adolescente para programa de acolhimento
familiar ou para família substituta, como forma de aplicação de medida de proteção.
6. (CESPE/TJ-PA - 2019) Na aplicação das medidas específicas de proteção à criança e ao adolescente, são
preferíveis aquelas que visem
a) ao fortalecimento da autoestima do menor.
b) ao desenvolvimento de atividades em regime de coeducação.
c) ao fortalecimento dos vínculos familiares.
d) à participação da família na vida escolar.
e) à integração em família da comunidade local.
7. (CESPE/SLU DF - 2019) Acerca de políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da criança e
do adolescente, julgue o item subsecutivo.
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece a advertência e a obrigação de reparar o dano como
medidas protetivas aplicáveis à criança que tenha cometido atos infracionais.
8. (CESPE/TJ-PR - 2019) De acordo com o ECA, o conselho tutelar, ao tomar conhecimento de ameaça ou
violação aos direitos de crianças e adolescentes, é competente, em regra, para determinar a
a) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa oficial de proteção, apoio e promoção da família,
da criança e do adolescente.
b) destituição da tutela da criança e(ou) do adolescente.
c) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa de acolhimento familiar.
d) perda da guarda da criança e(ou) do adolescente.
9. (CESPE/MPOG - 2015) De acordo com o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue
o item subsequente.
As entidades de atendimento a crianças e adolescentes são responsáveis pelo planejamento e execução de
programas de proteção e socioeducativos, tais como orientação e apoio sociofamiliar, acolhimento
institucional, liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade, semiliberdade, abrigo e internação.
10. (CESPE/MPOG - 2015) De acordo com o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue
o item subsequente.
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É dispensada a autorização paterna quando uma criança ou adolescente viaja ao exterior em companhia da
mãe; já em viagens interestaduais, a criança poderá estar acompanhada por um responsável desde que
tenha autorização, registrada em cartório, de um dos pais.
11. (CESPE/TJ-DFT - 2015) Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética que envolve
crianças e adolescentes. Assinale a opção que apresenta situação em que os direitos das crianças e dos
adolescentes estão sendo respeitados, conforme previsto no ECA.
a) Diana, de dezessete anos de idade, viajou desacompanhada para São Paulo. Na pousada em que havia
feito reserva, os atendentes ligaram para os pais de Diana para saber se eles autorizariam a hospedagem da
adolescente. O check-in foi feito após o consentimento dado pelo telefone.
b) Mariana, devido ao fato de ter nascido durante o período em que sua mãe cumpria pena restritiva de
liberdade em estabelecimento prisional, não pôde ser amamentada por sua genitora e, devido à
impossibilidade de conviver com a mãe, foi entregue, após o nascimento, aos seus tios, que a mantiveram
sob sua guarda até que a mãe cumprisse a reprimenda e recuperasse a liberdade.
c) João Pedro, de treze anos de idade, analfabeto, mudou-se do Paraná para Brasília juntamente com sua
família. Em Brasília, sua mãe tentou matriculá-lo em uma escola e foi informada pela direção do
estabelecimento que, devido ao fato de o ano letivo estar em curso, a matrícula do adolescente não poderia
ser realizada. Diante do ocorrido, a mãe procurou auxílio em um posto de assistência social e o adolescente
foi inserido em estágio não remunerado em empresa que ofertava curso de alfabetização.
d) Paula, de dezessete anos de idade, residente em Brasília, após ter decidido visitar sua madrinha em
Fortaleza, viajou desacompanhada em companhia aérea que permitiu o seu embarque independentemente
da autorização dos pais.
e) Marcos, de onze anos de idade, foi a uma banca de revistas próxima a sua residência e o dono do
estabelecimento permitiu que ele folheasse todas as revistas, inclusive aquelas que continham fotografias
pornográficas.
12. (CESPE/INSS - 2016) Com fundamento no Estatuto do Idoso e no ECA, julgue o item subsequente.
O acolhimento familiar configura medida de proteção de caráter definitivo da criança e do adolescente.
13. (CESPE/DPE-RN - 2015) No que concerne à prevenção de ameaça ou violação dos direitos da criança e
do adolescente e à política de atendimento desses direitos, assinale a opção correta.
a) As ações previstas no ECA como parte da política especializada de promoção dos direitos humanos de
crianças e adolescentes têm natureza de recomendação dirigida ao poder público e não de comando
normativo de execução obrigatória.
b) A DP deve participar da integração operacional voltada à agilização do atendimento inicial do adolescente
a quem se atribua autoria de ato infracional, mas, segundo a doutrina, sua atuação não se estende ao
processo de execução de medida socioeducativa eventualmente aplicada.
c) As entidades de atendimento devem inscrever seus programas socioeducativos e de proteção destinados
a crianças e adolescentes nos conselhos tutelares, que são os órgãos controladores das ações que integram
a política brasileira de atendimento infantojuvenil.
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d) No caso de publicações, cabe ao editor responsável verificar se revistas que contenham material impróprio
para crianças e adolescentes estão embaladas com lacre opaco e com advertência quanto a seu conteúdo,
sob pena de pagamento de multa, sem prejuízo da apreensão da revista.
e) De acordo com o ECA, é dispensável a autorização judicial para viagem ao exterior nos casos em que o
responsável tiver a guarda ou a tutela provisória da criança ou adolescente em cuja companhia pretenda
deixar o país.
14. (CESPE/DPE-PE - 2018) As linhas de ação da política de atendimento prevista no Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA.) incluem a
a) elaboração de banco de dados nacional com as informações necessárias à localização de crianças
desaparecidas em substituição ao boletim de ocorrência feito nas delegacias de polícia.
b) proteção jurídica das entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
c) realização de campanhas de estímulo ao acolhimento, sob forma de adoção, de crianças e adolescentes
temporariamente afastados do convívio familiar.
d) implementação de políticas sociais especiais que visem à satisfação das necessidades e dos anseios de
crianças e adolescentes.
e) criação de projetos e benefícios de assistência social que garantam proteção social, prevenção e redução
de violações de direitos.
15. (CESPE/DPE-PE - 2018) No caso de criança de seis anos de idade ser encontrada sozinha na rua, a
primeira medida específica de proteção a ser aplicada pelo conselho tutelar será
a) o encaminhamento da criança a entidade que mantenha programa de acolhimento institucional, em
decorrência natural da caracterização do abandono.
b) a inclusão da criança em serviço e programa oficial ou comunitário de proteção, apoio e promoção da
família e da criança.
c) a orientação, o apoio e o acompanhamento temporários.
d) a inclusão em programa de acolhimento familiar.
e) o encaminhamento da criança aos pais ou ao responsável, mediante termo de responsabilidade.
16. (CESPE/TJ-BA - 2019) No que tange a atos infracionais e medidas socioeducativas, assinale a opção
correta, com base no ECA e na jurisprudência do STJ.
a) A superveniência da maioridade penal interfere na apuração de ato infracional cometido antes dos dezoito
anos completos e na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso.
b) É ilegal a determinação de cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida antes do trânsito
em julgado da sentença condenatória.
c) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas autoriza, por si só, a imposição de medida socioeducativa
de internação do adolescente em razão da gravidade da conduta delitiva.
d) Por ser uma consequência natural do processo de ressocialização, a progressão da medida socioeducativa
prescinde do juízo de convencimento do magistrado, que fica vinculado ao relatório multidisciplinar
individual do adolescente.
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e) É possível a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida no caso de ato infracional análogo
a furto qualificado, porém essa medida deve atender à atualidade, observando-se a necessidade e a
adequação.
17. (CESPE/DPE-PE - 2018) A respeito da aplicação de medidas ao pai, à mãe ou ao responsável conforme
o ECA, assinale a opção correta.
a) Medida mais gravosa, como a perda de guarda, não se aplica em caso de a criança ser reprovada na escola
por excesso de faltas, mesmo que a reprovação decorra da falta de acompanhamento adequado de seu
responsável.
b) É facultativa a inclusão de pai alcoólatra que, por vezes, seja agressivo ou violento com a criança em
programa oficial de tratamento desde que a criança seja encaminhada a programa especial de atendimento
a vítimas de violência doméstica.
c) Estando a submissão ou não a tratamento de saúde no âmbito da liberalidade familiar, não é possível a
aplicação de medidas a mãe que, por mera desídia, não leva seu filho portador de HIV às consultas
programadas.
d) Na hipótese de um adolescente que tenha pais vivos, mas viva com os avós paternos, se encontrar em
situação de risco por falta de cumprimento de obrigações a ele relativas, caberá a aplicação de advertência
aos genitores, mas não aos avós.
e) Se uma criança em idade escolar estiver fora da escola, o pai, a mãe ou o responsável deverá ser obrigado
a matriculá-la, bem como a acompanhar a frequência e o aproveitamento escolar.
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GABARITO
1. E
2. INCORRETA
3. A
4. B
5. INCORRETA
6. C
7. INCORRETA
8. A
9. INCORRETA
10. INCORRETA
11. D
12. INCORRETA
13. D
14. E
15. E
16. E
17. E
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LISTA DE QUESTÕES
CEBRASPE
1. (CESPE/DPDF - 2019) Maurício, com treze anos de idade, foi atendido em hospital público. Depois de
realizados os exames clínicos e a entrevista pessoal com o adolescente, o médico que o atendeu
comunicou ao conselho tutelar local a suspeita de que Maurício havia sido vítima de castigo físico
praticado pelos próprios pais. O conselho tutelar averiguou o caso e concluiu que os pais de Maurício
haviam lesionado os braços do garoto, mediante emprego de pedaço de madeira, em razão de ele ter
se recusado a ir à escola. Com base nisso, o conselho tutelar aplicou aos pais uma advertência e os
encaminhou para tratamento psicológico.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem, de acordo com o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990).
O conselho tutelar extrapolou suas atribuições ao ter aplicado advertência diretamente aos pais de Maurício,
uma vez que essa medida constitui verdadeira reserva jurisdicional.
3. (CESPE/INSS - 2016) Com fundamento no Estatuto do Idoso e no ECA, julgue o item subsequente.
Conforme o ECA, figura entre as atribuições do conselho tutelar promover a execução de suas decisões,
podendo ele, para tanto, requisitar serviço público na área de previdência.
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d) Lei estadual disporá sobre o local, o dia e o horário de funcionamento do conselho tutelar.
e) Ao tribunal de justiça local caberá encaminhar ao Poder Executivo proposta orçamentária anual com
previsão dos recursos necessários ao funcionamento do conselho tutelar.
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GABARITO
1. INCORRETA
2. B
3. CORRETA
4. A
5. B
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