TCC - Rede de Acolhimento para Crianças e Adolescentes

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

SERVIÇO DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM OS


DIREITOS VIOLADOS.

Cíntia Pardal Almeida


Barra do Piraí / RJ
2020
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

REDE ACOLHEDORA: SERVIÇO DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES COM OS DIREITOS VIOLADOS.
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .............................................................................................
2. OBJETIVO .........................................................................................................
3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................
4. CONCLUSÃO ....................................................................................................
REFERÊNCIAS .......................................................................................................
1. APRESENTAÇÃO

Este projeto foi desenvolvimento no Abrigo Institucional Hélia Leite dos Santos
Gonçalves, localizado na cidade de Vassouras / RJ. O presente trabalho tem por
finalidade mostrar quando uma criança ou adolescente tem o seu direito violado, quais
as medidas protetivas que devem ser tomadas.
O Abrigo Institucional Hélia Leite dos Santos Gonçalves, foi fundado em 05 de
julho de 2003 e regulamentado pela Lei nº 2525 de 18 de dezembro de 2009. É uma
instituição pública criada e mantida pela Secretaria Municipal de Assistência Social,
onde possui uma capacidade para acolher até 15 (quinze) crianças e adolescentes,
em regime especial e de urgência.
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), publicada em 2004, passou a
estabelecer as diretrizes para a efetivação da Assistência Social com o direito de
cidadania e responsabilidade do Estado. A mesma aponta para a criação do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), sistema público que organiza as ações da rede
socioassistencial, de forma descentralizada, através de um modelo de gestão
participativa, articulando as três esferas do Governo: municipal, estadual e federal.
O SUAS propõe a estruturação do atendimento por níveis de proteção, são
eles: a Proteção Social Básica e a Proteção Social Especial, sendo que está se divide
em proteção social especial de média complexidade e proteção social especial de alta
complexidade. Estes serviços têm como função ofertar proteção integral às famílias e
indivíduos que se encontram com vínculos familiares fragilizados e/ou rompidos. De
acordo com a PNAS (2004):
A proteção social especial é a modalidade de atendimento assistencial
destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco
pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou,
psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de
medidas sócio-educativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre
outras.

A Proteção Social Especial de Alta Complexidade (PSEAC) é a coordenação


responsável pela gestão dos Serviços de Acolhimento Institucional. Cabe a Proteção
Social Especial de Alta Complexidade:
 Coordenar a Rede de Acolhimento Institucional e Serviços para crianças
e adolescentes, garantindo a proteção integral às famílias e indivíduos que se
encontram sem referência e, em situação de ameaça, necessitando serem retirados
de seu núcleo familiar e, comunitário, tais como o acolhimento para crianças e
adolescentes.
 Gerenciar o recebimento e encaminhamento das demandas de
acolhimento institucional oriundas do Juizado da Infância e da Juventude, MP,
Conselhos Tutelares e CREAS;
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA)
surgiu em 2006, para assegurar e fortalecer a implementação do Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA), marco legal que ratifica os direitos fundamentais da infância e
da adolescência.
Com vistas a sanar as dificuldades ainda existentes para certificar a proteção
integral e criar novos órgãos de defesa que o SGDCA se consolidou, por meio
da Resolução 113 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente).
O sistema é formado pela integração e a articulação entre o Estado, as famílias
e a sociedade civil, para garantir e operacionalizar os direitos das crianças e
adolescentes no Brasil. Os profissionais são muitos:
 conselheiros tutelares
 promotores e juízes das Varas da Infância e Juventude
 defensores públicos
 conselheiros de direitos da criança e adolescente
 educadores sociais
 profissionais que trabalham em entidades sociais e nos Centros de
referência da Assistência Social (CRAS)
 policiais das delegacias especializadas
 integrantes de entidades de defesa dos direitos humanos da criança e
adolescente.
Três eixos estratégicos compõem o Sistema de Garantia dos Direitos da
Criança e do Adolescente: Defesa, Promoção de Direitos e Controle Social.
Todas as entidades que desenvolvam programas de acolhimento institucional
deverão seguir princípios legais, tais como, Estatuto da Criança e do Adolescente, o
Sistema Único de Assistência Social, princípios metodológicos como o Plano Nacional
de Convivência Familiar e Comunitária e Orientações Técnicas dos Serviços de
Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes, bem como princípios
administrativos, no que diz respeito ao registro no Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e Adolescente e do Conselho Municipal da Assistência Social.
2. OBJETIVO GERAL

Agilizar, ampliar e melhorar o atendimento das famílias das crianças e


adolescentes abrigadas e das famílias de crianças e adolescentes que já foram
desabrigadas. Pretende-se, também, aprimorar o trabalho preventivo dos casos com
risco de abrigamento.

3. OBJETIVO

Atender crianças e adolescentes  do Município Vassouras, encaminhadas  pelo


Juizado da Infância e da Juventude, na faixa etária de 0 a 18 anos, que tenham
recebido da Autoridade Judiciária a medida protetiva de Acolhimento Institucional.

Art 92: As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou


institucional deverão adotar os seguintes princípios:

 preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração


familiar;

 integração em família substituta, quando esgotados os recursos


de manutenção na família natural ou extensa;

 atendimento personalizado e em pequenos grupos;

 desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;

 não desmembramento de grupo de irmãos;

 evitar, sempre que possível, a transferência para outras


entidades de crianças e adolescentes abrigados;

 participação na vida da comunidade local;

 preparação gradativa para o desligamento;

 participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à


dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos
de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Apesar de haver uma legislação protetora dos direitos infanto-juvenis, a


sociedade se depara diariamente com crianças e adolescentes cujos direitos foram
ameaçados ou violados. É importante saber identificar essas situações e a quem
recorrer para que a ameaça ou violação deixe de existir.

O que é violação de direitos?

É toda e qualquer situação que ameace ou viole os direitos da criança ou do


adolescente, em decorrência da ação ou omissão dos pais ou responsáveis, da
sociedade ou do Estado, ou até mesmo em face do seu próprio comportamento.
Abandono, negligência, conflitos familiares, convivência com pessoas que fazem uso
abusivo de álcool e outras drogas, além de todas as formas de violência (física, sexual
e psicológica), configuram violação de direitos infanto-juvenis.
Enquanto o acolhimento for necessário, é fundamental ofertar à criança e ao
adolescente um ambiente e cuidados facilitadores do desenvolvimento, de modo a
favorecer, dentre outros aspectos:
 Seu desenvolvimento integral;
 A superação de vivências de separação e violência;
 A apropriação e ressignificação de sua história de vida;
 O fortalecimento da cidadania, autonomia e a inserção social.
Assim que a criança ou adolescente chegar ao serviço de acolhimento, a
equipe técnica do serviço, poderá contar com a contribuição da equipe responsável
pela supervisão dos serviços de acolhimento (ligada ao órgão gestor da Assistência
Social) para elaborar um Plano de Atendimento Individual e Familiar (Plano Individual
de Acolhimento), no qual constem objetivos, estratégias e ações a serem
desenvolvidos tendo em vista a superação dos motivos que levaram ao afastamento
do convívio e o atendimento das necessidades específicas de cada situação.
A elaboração deste Plano de Atendimento deve ser realizado em parceria com
o Conselho Tutelar e, sempre que possível, com a equipe interprofissional da Justiça
da Infância e da Juventude.
Para a garantia de um atendimento de qualidade às crianças e os adolescentes
acolhidos e às suas famílias, os serviços de acolhimento devem funcionar de forma
articulada com os demais serviços da rede socioassistencial local. Tal articulação
possibilitará a inserção dos usuários nos demais serviços, programas e ações que
integram o SUAS, que se fizerem necessários ao atendimento às demandas
específicas de cada caso, favorecendo a integração comunitária e social dos usuários.
Destaca-se alguns dos principais equipamentos de referência dos Sistema
único de Assistência Social, bem como a equipe de supervisão e apoio aos serviços
de acolhimento, ligada ao órgão gestor:
 CRAS: sempre que se identificar a necessidade de ações de proteção
social básica para criança e adolescente atendido em serviços de
acolhimento ou para suas famílias, deverá ser articulada sua inclusão
em tais atividades por meio da equipe do CRAS do território de moradia
da família. Para dar agilidade a tais procedimentos, recomenda-se que
sejam definidos, de forma conjunta, fluxos de encaminhamento e canais
de comunicação entre os serviços de acolhimento e o CRAS, além de
encontros periódicos, que possibilitem o acompanhamento das ações.
 O CRAS de referência do território de moradia da família, sempre que
necessário, deverá ser acionado para participar do processo de
reintegração familiar de crianças e adolescentes atendidas em serviços
de acolhimento. Sua atuação se faz necessária para a inclusão da
criança ou do adolescente que estiver sendo reintegrado à família, e de
seus familiares ou responsáveis, em serviços, programas e ações de
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, bem como para
fazer os encaminhamentos que se mostrarem necessário com a
retomada do convívio familiar, de modo a facilitar sua inclusão social e
comunitária nesse período de vulnerabilidade.
 CREAS: Nos municípios que possuam CREAS e naqueles antendidos
por CREAS regionais, quando o motivo do afastamento do convívio
familiar envolver violência intra-familiar (física, psicológica, sexual,
negligência grave), exploração sexual ou outras situações de violação
de direitos que estejam sob o escopo de ação dos serviços
desenvolvidos no CREAS, as crianças e adolescentes acolhidos e seus
familiares devem ser inseridos em seus serviços. Nesse caso, é de
suma importância que as equipes técnicas do serviço de acolhimento e
do CREAS atuem de forma articulada – com planejamento conjunto de
estratégias de ação e reuniões periódicas para o acompanhamento dos
casos – de modo a garantir uma atuação complementar e sinérgica,
evitando sobreposições de ações contraditórias.
 Equipe de Supervisão e Apoio aos Serviços de Acolhimento: Em
municípios de médio e grande porte e nas metrópoles – e nos demais
quando a demanda justificar – o órgão gestor da Assistência Social
deverá manter equipe profissional especializada e referência, para
supervisão e apoio aos serviços de acolhimento. De acordo com a
realidade e as definições locais, tal equipe poderá compor um serviço
especificamente voltado a esta função ou, ainda, estar vinculada ao
CREAS ou diretamente ao órgão gestor. Em todos os casos, terá como
atribuições mínimas:
 Mapear a rede existente e fortalecer a articulação dos serviços
de acolhimento com os demais serviços da rede
socioassistencial, das demais políticas públicas e do SGD;
 Monitorar as vagas na rede de acolhimento, indicando o serviço
que melhor atenda às necessidades específicas de cada caso
encaminhado;
 Prestar supervisão e suporte técnico aos serviços de
acolhimento;
 Apoiar as equipes técnicas dos serviços de acolhimento no
acompanhamento psicossocial das famílias de origem das
crianças e adolescentes acolhidos;
 Efetivar os encaminhamentos necessários, em articulação com
os demais serviços da Rede Socioassistencial, das demais
Políticas Públicas e do SGD, monitorando, posteriormente, seus
desdobramentos.
 Monitorar a situação de todas as crianças e adolescentes que
estejam em serviços de acolhimento no município, e de suas
famílias, organizando, inclusive, cadastro permanentemente
atualizado contendo o registro de todas as crianças e
adolescentes atendidos nesses serviços.
As ações de promoção da saúde, ações educativas e de prevenção de agravos
devem ser articuladas com a Rede de Atenção Básica/Primária, que é composta por
Unidades Básica de Saúde da Família e Postos de Saúde. Esses serviços também
devem ser procurados caso haja necessidade de solicitar requisição de exames,
medicamentos básicos e acompanhamento do quadro de situação de saúde de
crianças e adolescentes em situação de acolhimento.

4. JUSTIFICATIVA
O Abrigo Institucional Hélia Leite dos Santos Gonçalves é uma instituição que
visa proporcionar a melhoria da condição de vida das crianças e adolescentes que
chegam de famílias que ameaçaram e/ou violaram os direitos dos mesmos, e
apresentam-se desestruturadas por inúmeros motivos. Propõe um acolhimento digno e
trabalha de acordo com a necessidade de cada caso que se apresenta, seja no campo
da Saúde, Educação, Assistência Social e Psíquica.
Além do acompanhamento das famílias e adolescentes atualmente abrigadas,
também serão acompanhadas famílias que já tiveram suas crianças e adolescentes
reintegrados e famílias que evidenciam o risco do abrigamento. Isto exige uma ação
compartilhada com o Ministério Público, com a Vara da Infância e Juventude e com o
Conselho Tutelar, evidenciando a necessidade de equipamentos necessários e
adequados para que seja possível a realização destas ações, visando, sempre, o
restabelecimento e o fortalecimento dos vínculos familiares, de acordo com o Art. 92 e
94 do ECA, bem como com as proposições da LOAS.

CONCLUSÃO

A Casa-Lar  por sua vez caracteriza-se como um lugar que oferece proteção,
uma alternativa de moradia que, embora provisória, oferece um clima familiar, com
atendimento personalizado e propicia as crianças à oportunidade de participar na vida
da comunidade mediante a utilização de bens e recursos disponíveis como escolas,
áreas de lazer, centros médicos, etc. No entanto cabe ao serviço  não só zelar pelo
bem estar das crianças mas também lhes proporcionar condições para que estas
retornem ao convívio familiar.
“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária” (Art. 4º).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e


Adolescentes. Brasília: Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
2009.
BRASIL, Direito e Assistência Social. Brasília: Ministério de Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, 2014.
BRASIL, Prontuário SUAS: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes.
Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Secretaria Nacional de Assistência
Social, 2018.
BRASIL, ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Conanda: Conselho
Nacional dos Diretos da Criança e do Adolescente, 2019.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
BRASIL, Política Nacional de Assistência Social PNAS: Norma Operacional Básica
NOB/SUAS. Brasília: Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2005.

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