Curso 14742 Aula 00 14aa Completo

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Livro Eletrônico

Aula 00

Direito Processual Civil - Conforme Novo CPC p/ TRTs


Professor: Gabriel Borges
Direito Processual Civil
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges

DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRIBUNAIS REGIONAIS DO


TRABALHO

APRESENTAÇÃO DO CURSO

TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO

Primeiramente, quero dizer que é um grande prazer encarar


este desafio com vocês. Faremos um curso de teoria e
exercícios voltado para o concurso dos TRIBUNAIS REGIONAIS DO
TRABALHO.

Faremos um curso bastante didático, deixando de lado a


linguagem excessivamente técnica e a formalidade. Utilizaremos recursos
visuais: marcadores de texto, negrito e muitas questões de concurso, no
corpo da aula, bem como ao final.

As questões são de provas passadas e eventualmente inéditas


(elaboradas pelo próprio professor). O objetivo é preparar o candidato para
resolução de questões no grau de complexidade que a banca tem atribuído aos
certames mais concorridos.

Iremos trabalhar todo o conteúdo de Direito Processual Civil exigido no


último edital, por meio de teoria e exercícios de concursos anteriores e tendo
como base a Lei nº 13. 105/2015 – NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Será um
curso de 12 encontros, além deste, em que iremos trabalhar o conteúdo de
modo objetivo e com o foco na sua aprovação.

 Sobre o Prof. Gabriel Borges

O Professor Gabriel Borges é Consultor Legislativo do Senado Federal; pós-


graduado em Direito e Relações Internacionais; e leciona a matéria de Direito Processual

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Civil para concursos desde 2010. Até tornar-se Consultor, foi aprovado em vários
concursos públicos.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza
e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram
os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site
Estratégia Concursos.

 Vamos ao nosso cronograma

DISPONÍVEL CONTEÚDO

Disponível DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL.

Aula 01 CONTINUAÇÃO DA AULA 00. DA JURISDIÇÃO E DA


Disponível AÇÃO.

Aula 02 DA COMPETÊNCIA INTERNA; DA COOPERAÇÃO


Disponível INTERNACIONAL; DA COOPERAÇÃO NACIONAL.

DOS SUJEITOS DO PROCESSO; DO


LITISCONSÓRCIO; DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS;
Aula 03
DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE; DO CHAMAMENTO AO
Disponível
PROCESSO; DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO
DA PERSONALIDADE JURÍDICA; DO AMICUS CURIAE.

Aula 04
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA.
Disponível

Aula 05 DO MINISTÉRIO PÚBLICO; DA ADVOCACIA PÚBLICA;


Disponível DA DEFENSORIA PÚBLICA.

Aula 06 DOS ATOS PROCESSUAIS; DO VALOR DA CAUSA; DA


Disponível TUTELA PROVISÓRIA.

Aula 07 DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO

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Disponível PROCESSO; DA EXTINÇÃO DO PROCESSO; DO


PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA; DA RESPOSTA DO
RÉU. DA REVELIA.

DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO


SANEAMENTO; DO JULGAMENTO CONFORME O
Aula 08 ESTADO DO PROCESSO; DA AUDIÊNCIA DE
Disponível INSTRUÇÃO E JULGAMENTO; DAS PROVAS; DA
SENTENÇA E DA COISA JULGADA; DA LIQUIDAÇÃO
DE SENTENÇA;

DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE


IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS; DA AÇÃO
Aula 09 RESCISÓRIA; DOS RECURSOS; DOS EMBARGOS DE
Disponível DECLARAÇÃO; DOS RECURSOS PARA O SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL E PARA O SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA.

DO PROCESSO DE EXECUÇÃO; DOS EMBARGOS À


Aula 10
EXECUÇÃO; DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO
Disponível
PROCESSO DE EXECUÇÃO.

DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS; DOS


Aula 11
PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. DO
Disponível
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA.

Aula 12
CONTINUAÇÃO DA AULA 11.
Disponível

AULA 00: DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Capítulo I: Normas Fundamentais do Processo Civil. 02
2. Resumo 19
3. Lista das questões apresentadas 21
4. Questões comentadas 24
5. Gabarito 34
6. Bibliografia 36

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CAPÍTULO I: NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

PENSAMENTO JURÍDICO CONTEMPORÂNEO

O pensamento jurídico contemporâneo sofreu alterações consideráveis a partir da


metade do século XX. Neste contexto, não ficou imune o Direito Processual Civil. Para
começar a tratar do Novo Código de Processo Civil. Esta transformação está ligada à
necessidade de atualizar-se o repertório do Direito, mas entendam que os conceitos jurídicos
fundamentais não forma abandonados.

Então vejamos as características do atual pensamento jurídico que afeta nossa disciplina.

Primeiro, temos o reconhecimento do poder da normatividade da Constituição Federal.


A CF é, pois, o principal meio normativo do nosso sistema jurídico, sendo assim, tem eficácia
imediata e independe, em muitos casos, de mediação legislativa.

O que a doutrina tem afirmado é que se passa de um modelo Estatal baseado na Lei
(Estado eminentemente legislativo) para um Estado fundado na Constituição, ou seja, um
Estado Constitucional por excelência.

A segunda característica, e aqui houve mudanças consideráveis, é o desenvolvimento


da teoria dos princípios. Os princípios passam a ter sua normatividade reconhecida – passa a
ser uma espécie de norma jurídica.

A terceira traz a transformação da hermenêutica jurídica. Há um reconhecimento do


papel criativo e normativo da atividade jurisdicional. Esta é vista como essencial para o
desenvolvimento do Direito – estipulando norma jurídica ao caso concreto ou pela
interpretação que se deve ter dos textos normativos. Neste contexto, a norma sofrerá, na sua
aplicabilidade, a influência dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Os textos
normativos passam a conviver com o método da subsunção – na lição de Tereza Arruda Alvim
Wambier “muitos são os pontos em que se evidencia a fragilidade, ou pelo menos a
insuficiência, do raciocínio dedutivo e da lógica formal e pura, instrumentos típicos da
dogmática tradicional”.

A última característica alude à expansão e consagração dos direitos fundamentais, que


infunde ao direito positivo a dignidade humana.

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NEOCONSTITUCIONALISMO

A nova fase do pensamento jurídico está sendo conhecida como Neoconstitucionalismo.


Os riscos e possibilidades do Neoconstitucionalismo são inúmeros, mas fugiria às nossas
pretensões didáticas deste curso – voltado para a sua aprovação e não para debates
doutrinários ou acadêmicos.

Vê-se que há uma tendência a supervalorização das novidades advindas do


pensamento jurídico atual. Supervalorização dos princípios em detrimento das normas
consolidadas; enaltecimento do Judiciário em detrimento ao Legislativo, e convenhamos,
assistimos a uma grave insurgência do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo, o que pode
gerar prejuízo à democracia e à separação de poderes; a valorização da ponderação em
relação à subsunção.

Constituição da República Federativa do Brasil acolhe tanto normas quanto princípios de modo
abrangente, por esse motivo, seria difícil considerar que seja uma Constituição eminentemente
principiológica. Se houvesse que defini-la por um ou outro critério não seria errado considerá-la normativa,
dado o seu caráter analítico e extensivo.

Essa inferência, contudo, enfrenta a oposição do que se nomeiam constituições do pós-guerra, das
quais o sistema brasileiro seria exemplo, uma vez que esse grupo tem como primado a valorização dos
princípios, como contraponto à rigidez do regramento absoluto, que pode causar danos à convivência
pacífica quando levado à aplicação extrema.

A partir dessa constatação, há que se questionar quanto à hierarquia dos tipos normativos: se os
princípios e as normas estão de fato no mesmo patamar, ou se por uma questão interpretativa os princípios
não teriam um papel orgânico e qualitativo mais abrangente, o que os colocaria um degrau acima das
normas. Esse tratamento dos princípios poderia, também, ser prejudicial ao sistema, na medida em que
conferiria poder aos julgadores de ponderar sobre o caso que lhe é posto a julgamento.

São alegações de sobreposição dos princípios às normas que têm justificado práticas como a do
ativismo judicial, em extensa e polêmica disputa com o Poder Legislativo. A ponderação conflita com o
caráter limitador do mandamento, que pressupõe uma norma anterior e geral, elaborada abstratamente para
ser aplicada ao caso concreto.

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Divide-se a evolução do direito processual em três fases:

a) praxismo: não existia a diferenciação entre processo e o direito material – analisava-


se o processo sob seus aspectos práticos, não desenvolvendo a parte científica.

b) processualismo: desenvolve-se a parte científica e as fronteiras entre o direito


processual e material se findam.

c) instrumentalismo: estabelece entre um direito material e processual uma relação de


interdependência. Nesta fase, observa uma preocupação com a tutela dos direitos e a
efetividade do processo. Além disso, o processo passa a ser objeto de estudo de outras áreas.

Agora, a quarta fase se inicia com o Neoprocessualismo. Há aqueles que a classificam


como formalismo-valorativo – no intuito de destacar a importância dos valores
constitucionalmente protegidos no âmbito dos direitos fundamentais na edificação do
formalismo processual.

Características do atual pensamento jurídico


DIVISÃO DO DIREITO PROCESSUAL

Poder da normatividade da Constituição Federal.


Praxismo
EM 4 FASES

Desenvolvimento da teoria dos princípios.

Transformação da hermenêutica jurídica. Processualismo Instrumentalismo

Expansão e consagração dos direitos


NEOPROCESSUALISMO ou Formalismo-
fundamentais.
valorativo (Nova fase do pensamento jurídico)

ARTIGO 1º DO NOVO CPC

Art. 1° O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e


as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil,
observando-se as disposições deste Código.

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Vimos que a constitucionalização do Direito Processual é a base do Direito


Contemporâneo. Há uma incorporação de normas processuais aos textos constitucionais.
Após a Segunda Guerra, nas constituições ocidentais, houve uma consagração dos direitos
fundamentais, assim como os tratados internacionais de direitos humanos. O devido processo
legal e o Pacto de São José da Costa Rica são exemplos desta infiltração dos direitos
humanos e fundamentais no âmbito processual. Por outro lado, vê-se uma doutrina disposta a
examinar as normas infraconstitucionais. Disto, tem-se uma aproximação do diálogo entre
constitucionalistas e processualistas.

Pois bem. O que se tem no artigo 1° é uma explicitação da norma fundamental do


sistema constitucional – normas jurídicas derivam e devem estar em conformidade com a
Constituição. A norma processual surge do sistema de controle de constitucionalidade
determinado na própria Constituição. Fica, portanto, claro que as normas processuais não
podem ir contra o texto constitucional, principalmente no direito processual brasileiro,
no qual há ampla observância do princípio do devido processo legal (que iremos analisar
nesta aula).

Antes de adentrarmos os estudos dos princípios processuais, é necessário esclarecer o


que é um princípio. Princípio nada mais é que uma espécie normativa. Humberto Ávila
explica que “os princípios instituem o dever de adotar comportamentos necessários à
realização de um estado de coisas ou, inversamente, instituem o dever de efetivação de um
estado de coisas pela adoção de comportamentos a ele necessários”.

Os princípios incidem sobre as normas mediata ou imediatamente (direta e


indiretamente): a) eficácia direta é aplicação do princípio sem a intermediação ou interposição
de regra ou outro princípio. Exercem uma função integrativa – agrega-se a outros elementos
não antevistos em regras ou princípios. b) eficácia indireta ocorre na antemão do que
acabamos de ver, ou seja, atua por o intermédio de outro princípio ou regra.

Os princípios exercem uma função interpretativa, quando influenciam normas menos


amplas – são utilizados na interpretação de regras formadas a partir de textos normativos
expressos –, e uma função bloqueadora, quando justifica a não aplicação de textos
incompatíveis com o estado das coisas que se tenta promover.

Art. 1° do CPC: O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado


conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da
República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

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As normas processuais não podem ir contra o texto constitucional, principalmente no direito


processual brasileiro, no qual há ampla observância do princípio do devido processo legal.

Princípio:
espécie
normativa.

Os princípios
incidem sobre
as normas
mediata e
a) eficácia direta é b) eficácia indireta ocorre
imediatamente.
aplicação do princípio sem
na antemão do que
a intermediação ou
interposição de regra ou acabamos de ver, ou seja,
outro princípio. atua por o intermédio de
outro princípio ou regra.

Os princípios exercem uma função interpretativa e uma função


bloqueadora.

DIREITOS FUNDAMENTAIS PROCESSUAIS

Os direitos fundamentais processuais possuem duas dimensões:

a) subjetiva: atribuem, a seus titulares, posições jurídicas de vantagens.

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b) objetiva: valores básicos e consagrados no sistema jurídico, que devem dirigir a


aplicação de todo o ordenamento jurídico. É ver o direito fundamental como norma jurisdicional
– análise objetiva –, ou como situação jurídica ativa – análise subjetiva.

Conclui-se que o processo deve adequar-se à tutela efetiva dos direitos fundamentais
(subjetiva) e, estruturado de acordo com os direitos fundamentais (objetiva). Na dimensão
subjetiva, tem-se como exemplo o §1° do artigo 536 do CPC: No cumprimento de sentença
que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício
ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.

§ 1° Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas,
a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento
de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio
de força policial. (permite o juiz determinar medida executiva para efetivar a sua decisão,
escolhendo-a de acordo com o caso concreto).

Tendo as normas constitucionais processuais como garantidoras de verdadeiros direitos


fundamentais processuais e a dimensão objetiva, têm-se as consequências: a) O juiz precisa
dar aos direitos fundamentais a maior eficácia; b) o juiz deverá afastar, aplicando a
proporcionalidade, qualquer obstáculo à efetiva concretização de um direito fundamental; c) o
juiz deve ponderar na efetivação de um direito fundamental, eventuais restrições a ele
impostas em função do respeito a outros direitos fundamentais.

 Antes de começarmos o estudar o Devido Processo Legal, vamos sanar eventuais


dúvidas em relação à aplicação da norma processual no tempo. O artigo 14 do
CPC/2015 é bem claro e completo ao tratar o tema. Vejamos: a norma processual não
retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.

DEVIDO PROCESSO LEGAL

Começamos este capítulo com uma feliz citação do jurista Alexandre Freitas Câmara,
para quem o devido processo legal é (...) um processo justo, isto é, um tratamento isonômico,

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num contraditório equilibrado, em que se busque um resultado efetivo, adaptado aos princípios
e postulados da instrumentalidade do processo.

Nessa definição, Freitas Câmara evidencia vários elementos essenciais à consolidação


do devido processo legal: isonomia no tratamento das partes, efetivo contraditório, atenção aos
demais princípios informadores do processo.

DEVIDO
PROCESSO Elementos essenciais à consolidação do devido Isonomia no
LEGAL tratamento das
partes.
(...) um processo justo,
isto é, um tratamento
isonômico, num
contraditório
processo legal

equilibrado, em que se
busque um resultado Efetivo
efetivo, adaptado aos contraditório.
princípios e postulados
da instrumentalidade do
processo.

Atenção aos
demais princípios
informadores do
processo.

Vamos trabalhar cada um desses elementos, podem ficar tranquilos.

O Devido Processo Legal é previsto no art. 5° da Constituição Federal de 1988:

Art. 5°: (...)

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.

Mas, percebam que os “Princípios Constitucionais do Direito Processual” não se


confundem com os “Princípios Gerais do Direito Processual”. A primeira modalidade é
prevista na carta magna e não somente em lei. Há, desse modo, uma distinção formal, mas

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não é só isso.

A diferença formal tem consequências materiais.

Os princípios gerais devem ser utilizados com fundamentação rigorosa (bem como os
constitucionais) e não devem prevalecer a normas específicas para o caso concreto. O código
de 1973 continha a previsão literal de que as normas legais seriam observadas em prevalência
às outras normais e critérios de interpretação: “a analogia, os costumes e os princípios gerais
de direito”. O código atual (CPC/2015) atualizou essa previsão, colocando-a em consonância
com a doutrina e jurisprudência do Direito contemporâneo. No artigo 140:

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade
do ordenamento jurídico.

Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

Percebam que o caput do artigo 140 trata de obscuridade ou lacuna no ordenamento


jurídico, não mais na lei. Em seguida, no parágrafo único, prevê-se que o juiz deverá julgar por
equidade somente nos casos previstos em lei. O juízo de equidade é aquele que se baseia na
análise de casos semelhantes, por um critério de julgamento justo com base na observância
do que é admissível à sociedade – por meio da equidade há uma adaptação razoável da lei ao
caso concreto (bom senso). É um critério, como mencionamos, que deve ser reservado às
situações em que a lei autorize o seu uso.

Dúvida: Então, qual seria a verdadeira alteração em relação ao código anterior?


Está no que mencionamos, que o juiz deve buscar um juízo de ponderação ou a integração do
direito quando verificar obscuridade no ordenamento jurídico, porque ele não pode deixar de
julgar alegando obscuridade ou lacuna no ordenamento. Não é correto considerar que, se a lei
tem lacuna ou obscuridade, o ordenamento jurídico também o terá. O ordenamento jurídico é
mais amplo, e não coloca em nível de hierarquia diferente leis e princípios. Essa é a leitura que
devemos atribuir ao dispositivo, de forma a não considerar que os princípios e costumes
somente serão observados diante da inexistência de lei. Assim, a lacuna da lei não significa, a
existência de uma lacuna no ordenamento, pois uma lacuna na lei pode estar preenchida pela
aplicação que se atribui a um princípio.

Nesse sentido, os princípios previstos na Constituição Federal são ainda mais

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relevantes por seu status constitucional. São observados em primeiro lugar, antes das normas
legais, em atenção à supremacia das normas constitucionais sobre as demais.

Se os princípios constitucionais não fossem priorizados à lei, eles teriam o mesmo efeito
dos princípios gerais. Estaríamos diante da estranha situação em que um preceito
constitucional só seria observado depois da norma legal e da analogia.

A analogia é aquele instituto do direito no qual a falta de previsão legal para um caso
concreto é resolvida pela aplicação de normas que preveem caso semelhante.

O processualista Alexandre Freitas câmara faz a interessante observação sobre essa


questão:

Ora, a se aceitar a ideia de que esses princípios gerais são os princípios constitucionais,
ter-se-ia de admitir que os princípios constitucionais são aplicados em último lugar, depois
da lei e das demais fontes de integração de suas lacunas. Isto, porém, não corresponde à
verdade. Os princípios constitucionais devem ser aplicados em primeiro lugar (e não em
último), o que decorre da supremacia da norma constitucional sobre as demais normas
jurídicas. (Lições de Direito Processual Civil, vol. I. Câmara, Alexandre Freitas, pág. 35)

O mesmo processualista, seguindo corrente doutrinária dominante, dá ao “devido


processo legal” o status de mais importante princípio constitucional. Concordamos com ele e
temos visto que, pela cobrança em prova, os examinadores também concordam. Os demais
princípios constitucionais podem ser extraídos do devido processo legal, são derivações
lógicas dele, ou como comumente chamados: consectários lógicos.

Feita essa introdução, vamos aprofundar nosso conhecimento sobre o Devido Processo Legal!

Trata-se de um princípio fundamental. Pareceu redundante, né? Mas, é isso mesmo é


um princípio fundamental que tanto pode referir-se ao 1) direito do processo devido, quanto 2)
a cada uma das exigências presentes no processo. É considerado um supraprincípio, já que
serve de base, também, a outros princípios.

Com ele, visa-se à ideal protetividade dos direitos, promovendo-se a integração do


sistema jurídico em oposição a eventual lacuna no desenvolvimento do processo.

O devido processo legal surgiu do Direito inglês – “due process of law” – como sendo de
natureza puramente processual. Mais tarde, passou a referir-se, também, à natureza material

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do direito. A doutrina, então, começou a analisá-lo sob dois aspectos: o devido processo legal
da garantia (“procedural due process of law”), ou formal, e o devido processo legal substancial
ou material (“substantive due process of law”).

O devido processo legal formal é composto pelas garantias constitucionais: juiz natural,
contraditório, duração razoável do processo, entre outras. É entendido como a garantia do
pleno acesso à justiça, ou seja, um acesso à ordem jurídica justa. Ademais, ainda na
modalidade formal, assegura-se que a relação processual seja tratada isonômica e
equilibradamente, de modo a respeitar o contraditório, na busca de um resultado adequado
ao processo.

Vale destacar que o conceito de acesso à justiça aqui, extrapola a questão da


gratuidade. Quando analisamos o devido processo legal em sua conotação formal, referimo-
nos, além do acesso gratuito à prestação jurisdicional, falamos do acesso a uma ordem
jurídica justa (expressão do autor Kazuo Watanabe).

Ora, não seria suficiente garantir que todos tivessem as mesmas condições de acessar
os órgãos jurisdicionais, mediante suprimento pelo Estado da carência econômica pela
promoção do acesso gratuito. Essa é apenas uma face do que entendemos por acesso à
ordem jurídica justa.

Dessa forma, galera, visa-se dar ao interessado, além da mera oportunidade de propor
ação que leve a juízo suas pretensões, a efetiva obtenção da tutela jurídica.

A doutrina reconhece três abordagens do acesso à justiça (ou à ordem jurídica justa,
como preferir). São as três fases do acesso à justiça:

1- Assistência jurídica gratuita (conforme Lei n°1.060/50 e dispositivos legais


esparsos), em que destacamos o papel da Defensoria Pública e dos núcleos de
prática jurídica mantidos por faculdades de direito. Mas, tenham em mente que essa
gratuidade também abrange a esfera extrajudicial – outra não pode ser a
interpretação da expressão: assistência jurídica integral, presente na CF/88, que
não seja a de entender seu sentido lato - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos (inciso LXXIV, art.
5° da CF/88);

2- Defesa dos direitos metaindividuais. Uma vez garantida a possibilidade de defesa


dos direitos individuais, faltava a proteção aos coletivos e difusos, que vão além dos

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direitos individuais. Para a defesa dos interesses coletivos destaca-se o papel do


Ministério Público. Muitos são, no Brasil, os instrumentos para garantida segunda
fase: a ação civil pública, mandado de segurança coletivo, a ação popular, entre
muitos outros; de modo que o Brasil está na posição de vanguarda na garantia
desses direitos (é, galera, o Brasil tem excelentes instrumentos de garantia dos
interesses coletivos). Isso se deve à qualidade de nossos estudiosos na área. Não
se pode questionar que nosso País tem centros evoluídos para pesquisa sobre
proteção dos direitos supraindividuais: garantia da moralidade administrativa;
preservação do meio ambiente e do patrimônio histórico, cultural, artístico.

3- Nova abordagem do acesso à justiça. Na terceira fase, propõe-se ao Direito


Processual uma mudança da ótica sobre a prestação jurisdicional, a partir do olhar
de quem pretende ter seus direitos satisfeitos e não mais pela posição do Estado. O
processualista, aqui, pergunta-se se o jurisdicionado foi atendido em suas
pretensões. A reforma do judiciário, nesse ponto, é essencial, colocando-se inclusive
a questão do controle externo da magistratura, da redução das formalidades
processuais etc.

Gravem as 3 fases, pessoal, são importantes, inclusive, para compreensão de nosso


sistema jurídico! Feitas essas considerações sobre a dimensão formal, passemos ao estudo
da material.

Nos EUA, desenvolveu-se o sentido segundo o qual se deve alcançar as prestações


judiciais substancialmente devidas, ou seja, entende-se que o processo visa a prestar as
decisões jurídicas conforme o sistema vigente. Busca-se, desse modo, que uma decisão tenha
conteúdo coerente com o ambiente jurídico no qual foi produzida.

Essa abordagem é parte do que se entende pelo princípio do devido processo legal
substancial. Dizemos parte, porque ele pode ter diferentes conotações. No Brasil, assimilou-
se o princípio pelo preceito da razoabilidade e da proporcionalidade das leis; de modo que a
sociedade seja submetida unicamente a leis razoáveis, cumprindo-se uma finalidade social do
direito. Didier Jr. faz a seguinte crítica:

A experiência jurídica brasileira assimilou o devido processo legal de um modo bem


peculiar, considerando-lhe o fundamento constitucional da máxima proporcionalidade
(postulado, princípio, ou regra da proporcionalidade, conforme seja o pensamento

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doutrinário que se adotar) e da razoabilidade. (Curso de Direito Processual Civil. Didier


Jr., Fredie, pág. 45)

Assim, no Brasil o sentido substancial diz respeito à elaboração e interpretação das


leis, de modo a impedir arbitrariedades do poder público. Serve, até mesmo, para limitar o
poder de legislar da Administração Pública.

Pessoal, o mais importante na dimensão substancial é saber que o processo legislativo,


bem como a interpretação das leis, deve seguir parâmetros razoáveis e proporcionais.

Vejam bem, as dimensões formal ou material não se contrapõem. Enquanto a formal diz
respeito à atenção aos princípios processuais, ao momento do processo jurídico; a substantiva
refere-se ao momento de produção de leis (processo legislativo) e de interpretação delas, de
modo que o legislador não pode abusar do seu poder de legislar nem as leis podem ser
aplicadas de modo abusivo.

Uma lei para integrar o ordenamento deve estar em harmonia com ele. Seu conteúdo
deve ser coerente com os princípios contemporâneos e conquistas nas esferas individuais e
coletivas (dimensão material).

(TRE RJ) Julgue o(s) próximo(s) iten(s), a respeito dos princípios constitucionais do processo civil e dos
atos judiciais.

Na concepção formal, o devido processo legal corresponde à exigência e garantia de que as normas
sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e equilibradas; sob a perspectiva substancial, é o direito de
processar e ser processado, de acordo com as normas preestabelecidas.

COMENTÁRIOS:

Errado. Vimos que é exatamente o contrário. O devido processo legal formal é o


direito de processar e ser processado, de acordo com as normas preestabelecidas;
enquanto na concepção substancial corresponde à exigência e garantia de que as normas
sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e equilibradas – relaciona-se ao processo
legislativo.

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Gabarito: Errado

Parceiros, esta é a tônica de nossa aula. Trabalhamos a teoria e comentamos uma questão, sendo
que ao final de cada aula ainda vem uma lista de questões comentadas.

Vamos ainda mais adiante!

Atualmente, tem-se estendido o devido processo legal às relações jurídicas privadas,


ainda que a autonomia da vontade deva ser considerada. Funciona como um contrapeso para
garantir a proximidade aos direitos fundamentais.

Tomamos emprestado o exemplo citado por Daniel Assumpção Neves (Manual de


==0==

Direito Processual Civil): uma aluna de universidade paulista – (não precisamos dizer quem!)
foi expulsa da faculdade por ter ido à aula de minissaia, após sindicância interna, sem direito
ao contraditório. A instituição em questão era privada, mas isso não afasta sua obrigação de
respeito aos princípios processuais fundamentais.

Outro exemplo, expresso no Código Civil, art. 57: A exclusão do associado só é


admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de
defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Ademais, nenhum associado poderá ser
impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferidos, a não ser
nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto (art. 58).

Desse modo, o devido processo legal deve ser plenamente observado, mesmo no
âmbito das relações particulares, estabelecendo-se equilíbrio entre a autonomia das vontades
e o respeito aos direitos fundamentais no momento de elaboração e aplicação das normas
jurídicas particulares. Mas, isso trabalharemos de modo mais detalhado nas próximas aulas!

Para fechar nosso primeiro encontro, só mais uma consideração para reforçar o que
estudamos: capitaneado pelo devido processo legal ganha força na sociedade brasileira o
entendimento de que um processo justo, em todas as instâncias, deve garantir ampla
participação das partes e proteção dos direitos fundamentais de todos os envolvidos. Guardem
essa lição e levem, inclusive, para o dia a dia!

O devido processo legal é uma garantia contra a tirania. Está em constante


progresso, de modo que, uma conquista nessa seara não sofre retrocesso. Nesse
sentido, nenhuma norma jurídica pode ser criada sem que se observe o devido

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processo legal. A produção normativa deverá seguir, adequadamente, seu respectivo


processo criativo.

Assim:

 Quadro exemplificativo de garantias constitucionais no âmbito do devido processo legal.

Contraditório e Ampla Defesa: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5°, LV).

Juiz Natural: não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5°, XXXVII).

Proibição de provas ilícitas: são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos (art. 5°, LVI).

Tratamento igualitário às partes do processo: garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a
legislação tutelar específica (art. 227, § 3°, IV).

Publicidade do processo: a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da

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intimidade ou o interesse social o exigirem (art. 5°, LX).

Razoável duração do processo: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração
do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (art.5°, LXXVIII).

Acesso à justiça: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (art.5°, XXXV).

Motivação das decisões: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação (art. 93, IX).

- Pensamento jurídico contemporâneo: vejamos as características do atual pensamento


jurídico que afeta nossa disciplina: poder da normatividade da Constituição Federal,
desenvolvimento da teoria dos princípios, hermenêutica jurídica.
- Neoprocessualismo: formalismo-valorativo – no intuito de destacar a importância dos valores
constitucionalmente protegidos no âmbito dos direitos fundamentais na edificação do formalismo
processual.

Características do atual pensamento jurídico

Poder da normatividade da Constituição Federal.

Desenvolvimento da teoria dos princípios.

Transformação da hermenêutica jurídica.

Expansão e consagração dos direitos


fundamentais.

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DIVISÃO DO DIREITO PROCESSUAL


Praxismo

EM 4 FASES
Processualismo Instrumentalismo

NEOPROCESSUALISMO ou Formalismo-
valorativo (Nova fase do pensamento jurídico)

- Devido Processo Legal: Art. 5° da CF/88: (...) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal.
- Supraprincípio: base, inclusive, a outros princípios.
- Visa-se à ideal protetividade dos direitos, promovendo-se a integração do sistema jurídico em
oposição a eventual lacuna no desenvolvimento do processo.
- O devido processo legal formal é composto pelas garantias constitucionais: juiz natural,
contraditório, duração razoável do processo, entre outras.
- O sentido substancial do devido processo legal diz respeito à correta elaboração e
interpretação das leis, de modo a impedir arbitrariedades do poder público.
- Nenhuma norma jurídica pode ser criada sem que se observe o devido processo legal:
1. Leis;
2. Normas Administrativas;
3. Normas individualizadas jurisdicionais;
4. Normas jurídicas particulares.

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QUESTÕES DA AULA

1. (TJ MA /Adaptada) O devido processo legal, como princípio constitucional,


significa o conjunto de garantias de ordem constitucional, que de um lado asseguram às
partes o exercício de suas faculdades e poderes de natureza processual e, de outro,
legitimam a própria função jurisdicional.

2. (TJ MA/Adaptada) São manifestações do princípio processual do devido processo


legal as seguintes garantias: acesso à justiça, igualdade de tratamento, publicidade dos
atos processuais, contraditório, ampla defesa, julgamento por juiz natural e competente,
de acordo com provas obtidas licitamente por decisão fundamentada.

3. (CGU /Adaptada) O princípio da proporcionalidade é corolário do princípio do


devido processo legal em sentido substancial (substantive due process clause).

4. (SERPRO/Adaptada) O devido processo legal, no sentido unicamente processual,


assegura o direito ao procedimento contraditório.

5. (TCU) Tendo por base os princípios constitucionais que informam o direito


processual civil, julgue o seguinte item.
Ao longo de toda a fase instrutória de uma complexa ação envolvendo apropriação
indevida de direitos autorais, o juiz deferiu todos os requerimentos que lhe foram
dirigidos para juntada de documentos e outros elementos probantes aos autos, sempre
concedendo vista às partes para sua manifestação nos termos da lei processual vigente.
Nessa situação, ao oportunizar aos litigantes o pleno exercício do contraditório, o
magistrado, simultaneamente, também deu efetividade concreta ao princípio
constitucional da ampla defesa.

6. (TJ AC) Acerca dos princípios constitucionais do processo civil relativos ao


princípio do devido processo legal e seus consectários lógicos, julgue os itens a seguir.
Considera-se o princípio do devido processo legal um supraprincípio, em virtude de
consistir em um princípio base, norteador dos demais princípios que devem ser
observados no processo.
a) Certo

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b) Errado

7. (TJ AC) Acerca dos princípios constitucionais do processo civil relativos ao


princípio do devido processo legal e seus consectários lógicos, julgue os itens a seguir.
De acordo com o princípio do devido processo legal, as normas devem ser razoáveis,
adequadas, equilibradas e proporcionais.
a) Certo
b) Errado

8. (TCDF) Julgue o item a seguir: Em uma acepção substancial, entende-se que o


princípio do devido processo legal representa a exigência e garantia de que as normas
processuais sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e equilibradas, gerando uma
correspondência com o princípio da proporcionalidade, na visão de muitos estudiosos.
a) Certo
b) Errado

9. (Câmara Municipal) Acerca dos fundamentos e princípios do direito processual


civil, julgue o item subsequente. A razoável duração do processo foi elevada a garantia
constitucional, mas é preciso que a preocupação com a celeridade não comprometa a
segurança do processo.
a) Certo
b) Errado

Texto para as questões 10 a 13. O princípio do devido processo legal teve origem na Carta
Magna, de João Sem Terra, datada de 1215, em que ressaltava o seu aspecto protetivo no
âmbito do processo penal. Ao longo do tempo, ele foi ganhando maior amplitude e
generalizando-se. Hoje em dia, não se limita à tutela processual (procedural due process),
tendo adquirido também um sentido substancial (substantive due process).
(GONÇALVES, Marcus V. Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, I, pág. 53) Tendo
em vista o devido processo legal, julgue os itens seguintes:

10. (Inédita) A CF preserva a liberdade e os bens, colocando-os sob a guarda do Poder


Judiciário, mas os respectivos titulares podem dele ser privados por atos jurisdicionais
do Estado.
a) Certo
b) Errado

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11. (Inédita) Em sentido processual, o princípio obriga a que se respeitem as garantias


processuais e as exigências necessárias para a obtenção de uma sentença justa. Exige
ainda que o trâmite dos processos seja célere e de duração razoável.
a) Certo
b) Errado

12. (Inédita) As normas jurídicas particulares são produzidas em observância à


autonomia das vontades, de modo que o devido processo legal pode ser convencionado
ou não.
a) Certo
b) Errado

13. (Inédita) Os direitos e garantias processuais expressos na Constituição são


taxativos, excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
a) Certo
b) Errado

14. (TJ CE - Titular Cartório) O Estado contemporâneo, como expressão do Estado


Social, tem dentre os seus embasamentos os princípios constitucionais de justiça e os
direitos fundamentais. Nesse contexto, aponte a alternativa INCORRETA:
a) Nenhuma lei processual pode contrariar os princípios constitucionais e os direitos
fundamentais, sob pena de inconstitucionalidade.
b) No caso de lei processual cuja aplicação conduz a um juízo de inconstitucionalidade, o
juiz de primeiro grau poderá declará-la ou, mediante a técnica da interpretação conforme a
Constituição, aplicar a técnica da declaração parcial de nulidade sem redução de texto.
c) As normas processuais, por sua natureza, submetem-se ao princípio da supremacia da
lei e à vontade do legislador, criador da norma geral e, portanto, do direito positivo no
Estado democrático de direito.
d) A lei processual deve ser compreendida e aplicada de acordo com a Constituição. Por
isso, havendo mais de uma solução, na interpretação da lei, a decisão deve optar por
aquela que outorgue maior efetividade à Constituição.

15. (TJ-MG Juiz) É INCORRETO afirmar que o inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição
da República, acrescentado pela Emenda Constitucional n. 45, de 8 de dezembro de 2004,
ao assegurar a razoável duração dos processos judicial e administrativo:
a) constitucionalizou o princípio da celeridade.
b) dispensou a observância do devido processo legal.

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c) gerou para o Estado brasileiro o dever de instituir os meios necessários que assegurem
a celeridade de tramitação dos referidos processos.
d) atendeu os anseios da sociedade que reclama ser a justiça muito morosa.

16. (Inédita) No sentido substancial o devido processo legal diz respeito ao campo de
elaboração e interpretação das normas jurídicas, evitando-se a atividade legislativa
abusiva e irrazoável e ditando uma interpretação razoável quando da aplicação concreta
das normas jurídicas.

QUESTÕES COMENTADAS

1. (TJ MA /Adaptada) O devido processo legal, como princípio constitucional,


significa o conjunto de garantias de ordem constitucional, que de um lado asseguram às
partes o exercício de suas faculdades e poderes de natureza processual e, de outro,
legitimam a própria função jurisdicional.

COMENTÁRIOS:

Conceito que diz bem, sem ser exaustivo, o que é o devido processo
legal.

Gabarito: Certo

2. (TJ MA/Adaptada) São manifestações do princípio processual do devido processo


legal as seguintes garantias: acesso à justiça, igualdade de tratamento, publicidade dos
atos processuais, contraditório, ampla defesa, julgamento por juiz natural e competente,
de acordo com provas obtidas licitamente por decisão fundamentada.

COMENTÁRIOS:

Todas essas garantias visam a assegurar o devido processo legal, que


é um supraprincípio, tendo como corolários vários outros previstos
constitucionalmente. A lista da questão é exemplificativa, de modo que, se
houvesse termos como “somente” ou “exclusivamente” tornariam a questão
errada.

Gabarito: Certo

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3. (CGU /Adaptada) O princípio da proporcionalidade é corolário do princípio do


devido processo legal em sentido substancial (substantive due process clause).

COMENTÁRIOS:

Lembrem-se que o princípio da proporcionalidade e da razoabilidade


são levados em conta no processo legislativo e na interpretação das leis, de
modo que são elementos centrais do devido processo legal em sentido
substancial.

Gabarito: Certo

4. (SERPRO/Adaptada) O devido processo legal, no sentido unicamente processual,


assegura o direito ao procedimento contraditório.

COMENTÁRIOS:

No sentido processual, o devido processo legal visa ao atendimento de


garantias constitucionais, entre elas a do contraditório – conforme inciso LV
(art. 5° da CF/88): aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes. O contraditório é corolário do devido
processo legal.

Gabarito: Certo

5. (TCU) Tendo por base os princípios constitucionais que informam o direito


processual civil, julgue o seguinte item.

Ao longo de toda a fase instrutória de uma complexa ação envolvendo apropriação


indevida de direitos autorais, o juiz deferiu todos os requerimentos que lhe foram
dirigidos para juntada de documentos e outros elementos probantes aos autos, sempre
concedendo vista às partes para sua manifestação nos termos da lei processual vigente.
Nessa situação, ao oportunizar aos litigantes o pleno exercício do contraditório, o

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magistrado, simultaneamente, também deu efetividade concreta ao princípio


constitucional da ampla defesa.

COMENTÁRIOS:

Audiatur altera et pars, termo latino que significa: ouça-se também a


outra parte, resume bem a ideia de que para satisfazer o princípio do
contraditório e da ampla defesa não é suficiente comunicar a cada uma das
partes sobre a participação da outra, é preciso que se oportunize a cada uma a
condição de manifestar-se nos autos. Não podemos confundir a expressão
citada com o brocardo: inaudita altera parte, que diz respeito ao oposto,
situações excepcionais em que o juiz toma decisões sem ouvir a outra parte.

Gabarito: Certo

6. (TJ AC) Acerca dos princípios constitucionais do processo civil relativos ao


princípio do devido processo legal e seus consectários lógicos, julgue os itens a seguir.
Considera-se o princípio do devido processo legal um supraprincípio, em virtude de
consistir em um princípio base, norteador dos demais princípios que devem ser
observados no processo.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIOS:

1. Devido processo legal Trata-se de um princípio fundamental.


Pareceu redundante, né? Mas, é isso mesmo é um princípio fundamental que
tanto pode referir-se ao 1) direito do processo devido, quanto 2) a cada uma
das exigências presentes no processo. É considerado um supraprincípio, já
que serve de base, também, a outros princípios. Com ele, visa-se à ideal
protetividade dos direitos, promovendo-se a integração do sistema jurídico em
oposição a eventual lacuna no desenvolvimento do processo. O devido
processo legal surgiu do Direito inglês – “due process of law” – como sendo de
natureza puramente processual. Mais tarde, passou a referir-se, também, à
natureza material do direito. A doutrina, então, começou a analisá-lo sob dois

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aspectos: o devido processo legal da garantia (“procedural due process of


law”), ou formal, e o devido processo legal substancial ou material (“substantive
due process of law”).

Gabarito: Certo

7. (TJ AC) Acerca dos princípios constitucionais do processo civil relativos ao


princípio do devido processo legal e seus consectários lógicos, julgue os itens a seguir.
De acordo com o princípio do devido processo legal, as normas devem ser razoáveis,
adequadas, equilibradas e proporcionais.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIOS:

No Brasil, o “due process of law” foi assimilado pelo preceito da


razoabilidade e da proporcionalidade das leis; de modo que a sociedade seja
submetida unicamente a leis razoáveis, cumprindo-se uma finalidade social do
direito. Assim, o devido processo legal, no sentido substantivo ou material, é
aquele por meio do qual se confere proporcionalidade ao poder de legislar e,
por essa razão, muitos estudiosos veem correspondência com o princípio da
proporcionalidade.

Gabarito: Certo

8. (TCDF) Julgue o item a seguir: Em uma acepção substancial, entende-se que o


princípio do devido processo legal representa a exigência e garantia de que as normas
processuais sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e equilibradas, gerando uma
correspondência com o princípio da proporcionalidade, na visão de muitos estudiosos.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIOS:

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No Brasil, o “due process of law” foi assimilado pelo preceito da


razoabilidade e da proporcionalidade das leis; de modo que a sociedade seja
submetida unicamente a leis razoáveis, cumprindo-se uma finalidade social do
direito. Assim, o devido processo legal, no sentido substantivo ou material, é
aquele por meio do qual se confere proporcionalidade ao poder de legislar e,
por essa razão, muitos estudiosos veem correspondência com o princípio da
proporcionalidade.

Gabarito: Certo

9. (Câmara Municipal) Acerca dos fundamentos e princípios do direito processual


civil, julgue o item subsequente. A razoável duração do processo foi elevada a garantia
constitucional, mas é preciso que a preocupação com a celeridade não comprometa a
segurança do processo.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIOS:

É importante relacionar o devido processo legal ao princípio da


razoável duração do processo. Houve um aprimoramento do sistema
processual, com o objetivo de tornar mais ágil e célere a prestação da justiça.
O princípio da razoável duração do processo foi introduzindo no ordenamento
jurídico brasileiro com status de princípio fundamental, visa a assegurar a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação com vistas à efetividade da prestação jurisdicional. Entretanto, este
princípio não pode comprometer a segurança jurídica processual. Os princípios
da celeridade e da duração do processo devem ser aplicados em observância
aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, garantindo que o
processo não se estenda além do prazo razoável e tampouco venha a
comprometer a plena defesa e o contraditório – tudo em conformidade com o
devido processo legal. Art. 5°: (...) LXXVIII, A todos, no âmbito judicial e

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administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios


que garantam a celeridade de sua tramitação.

São critérios que devem norteá-lo: a) complexidade do assunto; b)


comportamento dos litigantes e de seus procuradores no processo e c) atuação
do órgão jurisdicional. Percebe-se, assim, que tal princípio não é absoluto,
deve respeitar o desenrolar do procedimento e ser aplicado em conjunto com
os demais princípios que regem o processo, entre os quais o princípio da
segurança (Elpídio Donizeti, Curso Didático de Direito Processual Civil, 13ª Ed.,
Lúmen Júris, 2010, p. 89).

Gabarito: Certo

Texto para as questões 10 a 13. O princípio do devido processo legal teve origem na Carta
Magna, de João Sem Terra, datada de 1215, em que ressaltava o seu aspecto protetivo no
âmbito do processo penal. Ao longo do tempo, ele foi ganhando maior amplitude e
generalizando-se. Hoje em dia, não se limita à tutela processual (procedural due process),
tendo adquirido também um sentido substancial (substantive due process).
(GONÇALVES, Marcus V. Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, I, pág. 53) Tendo
em vista o devido processo legal, julgue os itens seguintes:

10. (Inédita) A CF preserva a liberdade e os bens, colocando-os sob a guarda do Poder


Judiciário, mas os respectivos titulares podem dele ser privados por atos jurisdicionais
do Estado.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIOS:

Questão redondinha. Exatamente isso, sempre observar o fato de que


o titular do direito poderá ser dele privado mediante a obediência do devido
processo legal. Desse modo, o ato jurisdicional do Estado deve seguir o
supraprincípio constitucional referido para produzir seus efeitos, sob risco de
conter vício de inconstitucionalidade. Ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal (inciso LIV, art. 5º da CF/88)

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Gabarito: Certo

11. (Inédita) Em sentido processual, o princípio obriga a que se respeitem as garantias


processuais e as exigências necessárias para a obtenção de uma sentença justa. Exige
ainda que o trâmite dos processos seja célere e de duração razoável.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIOS:

O examinador, nessa questão, empregou certa redundância, porque


ao dizer que as garantias constitucionais devem ser observadas, não precisaria
citar os princípios da celeridade e duração razoável do processo, já que há
expressa menção na constituição a essas duas garantias. Reparem o inciso
LXXVIII, art. 5º da CF: A todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação. Mas, a redundância não invalida o item, ao
contrário, demonstra a importância que o examinador atribuiu a essas
garantias.

Gabarito: Certo

12. (Inédita) As normas jurídicas particulares são produzidas em observância à


autonomia das vontades, de modo que o devido processo legal pode ser convencionado
ou não. a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIOS:

Pessoal, lembrem-se disso, mesmo nas relações entre particulares,


para a efetividade de contrato, acordo entre eles é necessário o respeito ao
princípio em estudo. Os direitos fundamentais podem ser invocados por
qualquer das partes, ainda que se tenha convencionado de modo diverso.
Retomando o exemplo da aluna expulsa da faculdade, não é lícito deixar ao

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arbítrio da diretoria a decisão de punir administrativamente, sem que a pessoa


prejudicada possa se defender.

Gabarito: Errado

13. (Inédita) Os direitos e garantias processuais expressos na Constituição são


taxativos, excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIOS:

Nessa questão, o examinador utilizou-se de texto constitucional e o


modificou, de modo que a redação apresentasse ideia exatamente contrária do
que está expresso no § 2º, inciso LXXVIII, do art. 5º: Os direitos e garantias
expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte. Observem, contudo, que os princípios
infraconstitucionais devem seguir o sistema criado pelos constitucionais, de
modo que não haja contradição, por exemplo, entre os princípios gerais e os
princípios constitucionais do Direito Processual.

Gabarito: Errado

14. (TJ CE - Titular Cartório) O Estado contemporâneo, como expressão do Estado


Social, tem dentre os seus embasamentos os princípios constitucionais de justiça e os
direitos fundamentais. Nesse contexto, aponte a alternativa INCORRETA:

a) Nenhuma lei processual pode contrariar os princípios constitucionais e os direitos


fundamentais, sob pena de inconstitucionalidade.

b) No caso de lei processual cuja aplicação conduz a um juízo de inconstitucionalidade, o


juiz de primeiro grau poderá declará-la ou, mediante a técnica da interpretação conforme a
Constituição, aplicar a técnica da declaração parcial de nulidade sem redução de texto.

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c) As normas processuais, por sua natureza, submetem-se ao princípio da supremacia da


lei e à vontade do legislador, criador da norma geral e, portanto, do direito positivo no
Estado democrático de direito.

d) A lei processual deve ser compreendida e aplicada de acordo com a Constituição. Por
isso, havendo mais de uma solução, na interpretação da lei, a decisão deve optar por
aquela que outorgue maior efetividade à Constituição.

COMENTÁRIOS:

As letras a, b e d estão coerentes com o enunciado e servem de


subsídios a nosso estudo. O erro está na letra “c”, uma vez que o princípio
constitucional do devido processo legal, na modalidade substancial, define a
adequação aos direitos fundamentais no momento do processo legislativo, de
modo que as leis sejam razoáveis e proporcionais. Com base nesse princípio, é
inadmissível a arbitrariedade do legislador, que deve se orientar pelos
fundamentos constitucionais.

Gabarito: C

15. (TJ-MG Juiz) É INCORRETO afirmar que o inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição
da República, acrescentado pela Emenda Constitucional n. 45, de 8 de dezembro de 2004,
ao assegurar a razoável duração dos processos judicial e administrativo:

a) constitucionalizou o princípio da celeridade.

b) dispensou a observância do devido processo legal.

c) gerou para o Estado brasileiro o dever de instituir os meios necessários que assegurem
a celeridade de tramitação dos referidos processos.

d) atendeu os anseios da sociedade que reclama ser a justiça muito morosa.

COMENTÁRIOS:

Vejam que esta questão foi cobrada em concurso à magistratura. Pelo


princípio do devido processo legal, modalidade formal, as garantias
constitucionais devem ser observadas, sendo a razoável duração do processo
uma delas. Assim, o erro está na letra “b”.

Gabarito: B

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16. (Inédita) No sentido substancial o devido processo legal diz respeito ao campo de
elaboração e interpretação das normas jurídicas, evitando-se a atividade legislativa
abusiva e irrazoável e ditando uma interpretação razoável quando da aplicação concreta
das normas jurídicas.

COMENTÁRIOS:

Não tentem contrapor a dimensão substancial à formal, isso pode


induzir ao erro. A atividade legislativa deve seguir a dimensão substancial, bem
como a interpretação das leis. É erro comum o candidato ligar o processo
legislativo à dimensão formal e a interpretação das leis à material. Não façam
isso! O texto está correto. É excerto da obra: Manual de Direito Processual
Civil. NEVES, Daniel Amorim Assumpção.

Gabarito: Certo

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01 Certo 09 Certo

02 Certo 10 Certo

03 Certo 11 Certo

04 Certo 12 Errado

05 Certo 13 Errado

06 Certo 14 C

07 Certo 15 B

08 Certo 16 Certo

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profgabrielborges

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BIBLIOGRAFIA

BRASIL. CPC (1973). Código de Processo Civil, Brasília, DF, Senado, 1973.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília, DF,
Senado, 1988.
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral do Processo e Processo de
Conhecimento. 12 ed. Salvador: Edições JUS PODIVM, 2010. v.1.
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Teoria da Prova, Direito Probatório,
Teoria do Precedente, Decisão Judicial, Coisa Julgada e Antecipação dos Efeitos da Tutela. 2
ed. Salvador: Edições JUS PODIVM, 2010. v.2.
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Meios de Impugnação às Decisões
Judiciais e Processo nos Tribunais. 8 ed. Salvador: Edições JUS PODIVM, 2010. v.3.
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Direito Processual Civil
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges

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MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito
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