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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Centro de Recurso de Quelimane

História e surgimento da literatura

Nome do Estudante: Verónica José Ernesto

Código: 708232973

Curso: Português
Disciplina: Introdução aos Estudos
Literários
Ano: 1º Ano

Quelimane, Setembro, 2023


Folha de feedback

Classificação
Pontuação Nota Subtotal
máxima do
Categorias Indicadores Padrões tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
Estrutura Aspectos
 Bibliografia 0.5
organizacional
 Contextualização 1.0
(indicação clara do
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia adequada 2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio 2.0
do discurso académico
(expressão escrita
cuidada coerência/
Conteúdo coesão textual)
Análise e  Revisão bibliográfica 2.0
discussão nacional e
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e 2.0
gerais tamanho de letra,
paragrafo, espaçamento
entre linhas
Referências Normas APA  Rigor e coerências das 4.0
bibliográficas 6ª edição em citações/ bibliográficas
citações e
bibliográfica

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 5
1. História e Surgimento da Literatura ....................................................................................... 6
1.1. Conceitos Básicos de Literatura ...................................................................................... 6
1.2. História da Literatura em Diferentes Épocas (da Antiga a Actual) ................................. 10
1.3. As Características da Literatura ...................................................................................... 12
1.4. O Papel da Literatura na Sociedade ............................................................................... 13
Conclusão ..................................................................................................................................... 14
Referencias Bibliográficas ............................................................................................................ 15

iv
Introdução

Eis o presente trabalho da cadeira de Introdução aos Estudos Literário com o tema Historia e
Surgimento da Literatura que será de carácter avaliativo em forma de trabalho de campo e
enquadra-se numa perspectiva didáctica e científica, com objectivo geral de conhecer o
objectivo de texto, sua estrutura, plano de argumentação e entre outros tópicos em destaque.
Pois os tais assuntos serão abordados por meio de exemplificações claras.

Objectivos

Geral: Estudar a História e surgimento da literatura.

Específicos:

 Entender sua Historia e Surgimento;


 Demonstrar os seus respectivos momentos ou épocas;
 Indicar o seu papel na sociedade.

Metodologia

Para a efectivação e alcance dos objectivos definidos, usou-se o método bibliográfico que
consiste na leitura, análise e interpretação de conteúdos referentes ao tema e a consulta de
alguns artigos científicos que abordam sobre o tema em destaque.

Como sustenta Lakatos e Marconi (1995:15) " a leitura constituí um dos factores decisivos e
imprescindíveis em qualquer tipo de investigação científica, propicia a ampliação de
conhecimentos, abre horizontes na mente, aumenta vocabulário permitindo melhor
entendimento do conteúdo das obras. Uma pesquisa constitui um processo científico,
pedagógico, político e de produção partilhada de conhecimento social, Brandão (2006).

Quanto à estruturação do presente trabalho apresenta: uma capa, a folha de feedback, de


comentários do avaliador, um índice, uma breve introdução, a abordagem de conteúdos em
forma de um resumo do tema indicado, uma conclusão e as referências bibliográficas.

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1. História e Surgimento da Literatura

1.1. Conceitos Básicos de Literatura

De princípio referir que do texto inaugural da língua portuguesa – a Cantiga da Ribeirinha –


até o surgimento da palavra “literatura”, passaram-se quatro séculos, pois esse termo só
aparece escrito pela primeira vez em português no ano de 1510. Considerando nossa realidade
do século XXI, já existem muitos séculos de sua presença em nossa cultura, e, de tanto
ouvirmos falar dele no dia-a-dia, não o associamos de imediato à letra, que é o nome com que
chamamos cada um dos caracteres do nosso alfabeto e que está intimamente ligado ao termo
literatura.

A palavra letra vem do latim erudito littera. O fato é que com a expansão do Império Romano,
a língua latina foi não só se distanciando de seu berço como também foi misturando-se às
outras línguas e adquirindo sons diversos e combinações diferentes desses sons na fala do
povo. Essa nova realidade da língua veio a ser chamada, como dissemos acima, de latim
vulgar, isto é, latim do uso comum, e a essas transformações deu-se o nome de evolução
fonética.

O termo littera já tinha passado por algumas dessas transformações e, no século XIII, é
encontrado o registo dele como letera. E mesmo nessa palavra houve ainda a perda do
segundo “e”, por um processo fonético chamada síncope, o que deu origem ao termo letra,
com o sentido de um símbolo que representa um determinado som e serve para desenhar esse
som em uma superfície que pode ser pedra, papiro, pergaminho, couro, papel etc. Como toda
letra é um traço que faz um desenho, o resultado é a grafia. Então, da letra depende o desenho
da língua falada, ou seja, a inscrição no papel do que se diz oralmente, podendo tal inscrição
tornar permanente a fala de alguém. Mas a palavra latina littera não fica isolada nela mesma.

De referir que as origens do termo “literatura”. Todos sabemos que as palavras existem para
dar nome às coisas, atribuir-lhes sentido e relacionar ideias entre si. No segundo caso,
“atribuir sentido”, já vimos que “literatura” significava o ensino da língua, o saber relacionado
à arte de ler e de escrever, portanto, dizia respeito à gramática, à erudição. Com o
desenvolvimento do cristianismo e de sua ascensão social e política, muitos estudiosos faziam
parte do grupo de evangelizadores. Os mosteiros tornaram-se lugares não só de oração, de
contemplação e de formação religiosa mas também de estudos culturais e pesquisas
filológicas. Essa é a razão pela qual vamos encontrar autores cristãos como Tertuliano São
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Jerónimo (que viveram em épocas distintas), criando categorias textuais e chamando de
Escritura o conjunto dos textos sagrados, aqueles que eram considerados inspirados por Deus;
e dando o nome de Literatura a todos os demais textos não religiosos ou considerados pagãos.

Aqui temos uma classificação dos textos escritos em duas categorias, partindo do critério de
ser sagrado ou profano. Nas línguas europeias, o sentido de literatura era essencialmente igual
ao sentido original latino: o saber e a ciência em geral, e quando se falava em “literatura”,
“letras” ou mesmo “letras humanas” se queria significar com isso as várias formas de
conhecimento tanto de poetas e oradores quanto de gramáticos, filósofos e matemáticos.

No século XVII já se falava em “belas letras”. Mas, em resumo, pode-se dizer que até a
primeira metade do século XVIII, para indicar o que hoje se chama “literatura”, falava-se em
eloquência, poesia, verso. Em 1773, os monges beneditinos de Saint-Maur iniciaram a
publicação da História Literária da França. Nesse livro, o adjectivo “literário” significava o
estudo “da origem e do progresso, da decadência e da recuperação da ciência entre os
gauleses e os franceses” (AGUIAR E SILVA, 1997, p. 3 – tradução nossa), ou seja, essa
história literária se ocupava das ciências e das artes, e, nesse último caso, independia do fato
de a sua matéria-prima ser a palavra ou não. Daí a Filosofia, a Matemática ou a Gramática
estarem incluídas na Literatura. Francisco Dias Gomes fala do “sistema literário” como o
conjunto das obras que se voltam para “a Escultura, a Pintura, a Mathematica, a Historia, a
Eloquência, a Musica, e a Poesia” (ibidem), tomando a literatura na mesma concepção que já
estava contida na obra dos monges beneditinos.

O século XVIII, na Europa, foi palco de uma série de transformações culturais. A Revolução
Industrial, iniciada na Inglaterra do século XVII, avançava. Agora se tem o emprego da
energia a vapor na indústria têxtil. Newton aparece com sua Física; busca-se uma visão
racional da vida; quer se o espírito científico, que encontra no modo de funcionamento das
coisas as explicações para suas causas e consequências. É um momento em que o homem
quer tomar posse do mundo através da razão e da ciência.

Se o século XVIII foi chamado de “Século das Luzes”, as luzes que o iluminaram estavam
nesse espírito que pesquisava e reflectia, analisava e tirava conclusões sobre a realidade
social, religiosa, económica, política etc. Era o senso crítico e a penetrante capacidade de
pensar vistos em muitos, como Kant, Voltaire, Diderot, Rousseau, entre outros. Uma nova
organização social se configurava e dessa nova postura diante dos acontecimentos e das
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formas de pensamento iam surgindo também novas concepções sobre o mundo e aquilo que o
organizava.

A visão sobre a literatura não escapou a essas transformações e uma nova perspectiva surgiu
sem que as anteriores tivessem desaparecido. Vai-se encontrar então a figura de Voltaire
(1694 – 1778) que, ao escrever sobre o verbete “literatura”, em seu Dicionário Filosófico,
encontra dificuldade para traduzir com precisão o seu sentido e então diz que literatura é um
desses termos vagos muito frequentes em todas as línguas. Ele repete o sentido já conhecido
entre gregos e latinos, e diz que a literatura é uma “forma particular de conhecimento”; um
conhecimento das obras de bom gosto que trazem prazer na leitura; um conhecimento do bem
escrever; um conhecimento crítico sobre as coisas. Mas essa visão ainda não considera a
literatura como uma arte com suas características próprias.

Ao tratar dessa forma particular de conhecimento (a literatura), Voltaire faz uma distinção na
qual não escapa um sentido pejorativo para esse mesmo conhecimento. É quando distingue
génio de literato. No saber do génio, ele coloca a capacidade criadora no trabalho sobre a
linguagem que apresenta padrão retórico elevado e beleza. Aí estão exemplificados Homero,
na Antiguidade, e Corneille, no século XVII. Eles são capazes não apenas de falar sobre a
realidade, de narrar fatos de maneira profunda, sutil, mas também o fazem de modo a
conquistar o gosto pelo assunto e pela leitura. São capazes de escrever de tal modo que
seduzem e arrebatam o leitor para o seu texto. É a genialidade da criação associada à
competência para dizer bem. Todo o trabalho vai na direção da beleza e da retórica. A atenção
de Voltaire está voltada para os efeitos estéticos da prosa e da poesia; daí tais textos serem
chamados também de “bela literatura”.

Ora, se há uma „bela literatura”, há uma literatura que não é bela? Para Voltaire, sim. Como
“bela literatura”, têm-se os textos bem escritos, bem elaborados, agradáveis e com
preocupação estética. Os génios são seus mestres. Em contraposição, como “literatura”,
Voltaire coloca os textos que mostram um trabalho bem feito com a palavra, com correcção,
mas sem preocupação estética.

Mas em Voltaire se destaca uma novidade: é o fato de ele ter retirado do campo da literatura a
pintura, a arquitectura, a música, diferentemente do que pensava Francisco Dias Gomes. Em
1751, Diderot (1713-1784), no trabalho Pesquisas filosóficas sobre a origem e a natureza do
belo, usa a palavra “literatura” com um sentido que merece atenção. Diz ele:
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Ou se consideram as relações nos costumes e se tem o belo moral, ou se
consideram as relações nas obras de literatura e se tem o belo literário, ou se
consideram as relações nas peças de música, e se tem o belo musical”
(SILVA, 1977, p. 6 – grifo nosso).

Nessa afirmação se encontram diferentes tipos de belo e a Literatura já encontra um espaço


particularizado para o seu reconhecimento. Trata-se do espaço da língua, do discurso e tudo o
que está fora desse espaço está fora da literatura, o que já é um passo significativo para uma
concepção mais específica da literatura. Nesse texto aparecem dois novos significados que
vão ser cada vez mais utilizados a partir da segunda metade do século XVIII e que podemos
traduzir como: a) a literatura é um trabalho de linguagem que se ocupa de questões estéticas;
b) a literatura é uma forma particular de expressão artística. Ainda do século XVIII vem,
oriunda de Lessing, a idéia de literatura como um conjunto de textos literários.

Daí expandiu-se a noção de literatura, significando o conjunto das obras de um lugar como
conhecemos hoje tão comummente ao falar em literatura brasileira, literatura portuguesa,
literatura regional, literatura nacional etc. Nesta última denominação, temos um aspecto
visivelmente político chamando a atenção para a identidade de povo que expressa pela arte
suas vivências, sua ideologia, suas crenças, sua visão de mundo.

No século XIX, Verlaine traz para a literatura uma noção de fala inconsequente ou sem
compromisso com a verdade, revelando uma visão pejorativa do texto, que aparece em
expressões do tipo “Isso não passa de literatura”. Esse sentido se encontra no poema Arte
poético, de Verlaine com a expressão “E tudo o mais é literatura”. No século XX, as pesquisas
sobre a linguagem ganham impulso e o conceito de literatura recebe um tratamento específico
que nunca ocorreu anteriormente. Agora, em meio a visões tradicionais que priorizam os fatos
não literários na interpretação da obra, surge a ideia de literatura como uma forma de
expressão artística construída na palavra e pela palavra com finalidade estética, ou seja, a
literatura é um modo particular de funcionamento da linguagem que em sua natureza de ser
literário rompe com qualquer interesse fora da estética literária.

Mas o termo literatura continua ainda a ser usado e compreendido em acepções que nada têm
a ver com sua especificidade.Por exemplo, ele é usado para indicar:

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a) Conjunto das obras literárias produzidas em uma época. Por exemplo, temos:
“literatura jesuítica”, “literatura do século XVI”, literatura da Contra-Reforma;
b) Conjunto de obras que chamam a atenção pelos assuntos tratados como ocorre em
“literatura de espionagem”, “literatura feminina”;
c) Bibliografia de uma área do conhecimento. Nesse sentido é muito comum a expressão
“literatura médica” ou ainda “literatura sobre Fernando Pessoa”;
d) Livro que trata de História ou de Teoria Literária em frases como “Este livro é de
literatura”, referindo-se a um livro didáctico que estuda a literatura e não apenas a um
romance, conto etc. que contém em sua construção as condições de um texto literário.

1.2. História da literatura em diferentes épocas (da antiga a actual)

A história da literatura procura entender todas as modificações que a produção literária passou
ao longo da evolução da sociedade. A análise e compreensão dos textos literários são muito
importantes, pois nos ajudam a entender melhor o contexto histórico em que o texto foi
escrito.

Quando falamos a história ou origem da literatura deparamos com um conceito: o de estilos


literários ou estilos de época.

Estilos de época: é o nome dado conjunto de obras escritas em uma determinada época. O
critério usado para dividir os estilos de época varia muito: às vezes, o autor publica uma obra
revolucionária e ela acaba se tornando o marco inicial de um determinado período, outras
vezes um fato histórico influencia uma infinidade de obras que darão origem a um
determinado movimento literário.

É importante ressaltar que as datas estabelecidas para um determinado período não são tão
rigorosas quanto parecem, são apenas recursos didácticos usados para facilitar o estudo, já que
é quase impossível estabelecer precisamente quando iniciou ou terminou um período.

Também é bom sabermos que um estilo de época não “morre” por completo e que a passagem
de um estilo para outro não é tão rápida assim. Muitas ideias adoptadas em um período podem
ser aproveitadas por outros estilos literários que fazem uma releitura ou uma reinterpretação
de textos já escritos.

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Períodos Literários no Brasil

Dividido em dois momentos:

 Literatura do período colonial (Literatura de Informação, Barroco e Arcadismo –


1500 até 1822)

Nesse período ocorreram várias manifestações literárias de um grupo composto por alguns
escritores que copiavam os padrões e tendências de Portugal.

 Literatura do período nacional (Romantismo, Realismo Naturalismo,


Parnasianismo, Simbolismo, Pré - Modernismo, Modernismo, Pós Modernismo da
Independência até os dias de hoje).

Todos os acontecimentos históricos e marcantes da história do Brasil contribuíram para


fortalecer os movimentos literários. O público cresceu e com isso estimulou os escritores a
melhorar cada vez mais suas obras.

Períodos Literários Em Portugal

 Era Medieval (Trovadorismo e Humanismo) Trovadorismo: poemas feitos para


serem cantados, são as cantigas (de amor, amigo, escárnio e maldizer)
 Amor (eu-lírico masculino) Exaltação das qualidades da dama, Sofrimento amoroso e
Ambiente aristocrático
 Amigo (eu-lírico feminino) Ambientação rural, Linguagem e estrutura simples e Fala
do amor da mulher pelo seu amigo
 Escárnio e Maldizer: Crítica aos membros da sociedade; Jogos de palavras e ironias e
Abordavam temas como escândalos, sexo, falsa religiosidade

OBS: Na cantiga de escárnio o nome da pessoa era ocultado, na de maldizer a crítica era
directa e a vítima tinha seu nome revelado. Humanismo: Valorização do homem.

 Era Clássica (Classicismo, Barroco e Arcadismo)

 Classicismo: Teve em Camões o seu maior representante.


 Barroco: Textos ricos com profunda elaboração formal.

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 Arcadismo: Textos bucólicos; Valorização do homem; Linguagem simples; Imitação
dos modelos da literatura da Antiguidade Clássica e do Renascimento.

 Era Moderna (Romantismo, Realismo-Naturalismo, Simbolismo, Modernismo)

 Romantismo: Liberdade de expressão e de pensamento,


tentativa de buscar soluções para os problemas sociais
etc.
 Realismo: “O Crime do Padre Amaro” e “O Primo Basílio” de Eça de Queirós foram
duas obras importantes que ajudaram a divulgar o realismo no Brasil.
 Simbolismo: Marco inicial do Simbolismo em Portugal foi a publicação do livro de
poesias “Oaristos” de Eugénio de Castro, em 1890.

1.3. As Características da Literatura

A literatura é a arte das palavras, umas das muitas manifestações artísticas do ser humano. E
dentro da literatura, existem diversos tipos de expressão, como a prosa, a ficção, a poesia, o
romance, a literatura técnica, a popular, a de cordel, etc.

O interessante é que cada uma dessas expressões tem um objectivo diferente e é pensada para
um púbico diferente. Enquanto algumas buscam o puro entretenimento, outras objectivam
passar adiante um conhecimento ou preservar um tipo de narrativa específico de uma região,
por exemplo.

Esses diferentes objectivos são chamados por estudiosos de funções da literatura e divididos
em cinco categorias. Confira abaixo quais são elas:

1. Estética: esta função busca a admiração do leitor através da perfeição artística. Em


outras palavras, a função estética quer que o leitor perceba e valorize a beleza da
construção da obra. Entram aqui os poemas com rima, ritmo e métrica perfeitos, jogos
de palavras, imagens criadas pelo autor, capacidade criativa e até a perfeição da
própria escrita.
2. Político-social: já esta função busca representar a realidade. Nela, existem descrições
de problemas sociais, assim como críticas, ironias e sátiras desses problemas. Não
existe uma delimitação quanto ao que pode ser representado aqui, então o leitor pode
encontrar a pobreza, a corrupção, o autoritarismo, o racismo e a seca, por exemplo.
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3. Lúdica: a função lúdica faz referência ao aspecto de entretenimento da literatura. Ou
seja, quando uma obra tem função lúdica, ela existe para divertir e proporcionar algum
tipo de prazer, como diversão ou escape. Pode ser considerada como a função primeira
da literatura, isso porque o mais comum é o leitor buscar uma obra que consiga
envolvê-lo.
4. Catártica: por sua vez, uma obra de função catártica é aquela que objectiva provocar
uma reacção no leitor, trazer para ele uma espécie de “explosão de sentimento”. Em
outras palavras, essa função fala sobre obras que deixam o leitor triste, alegre, com
raiva, realizado, etc. Entre os textos que se encaixam aqui, a poesia é o mais
conhecido.
5. Cognitiva: por fim, a quinta função da literatura é a capacidade de transmitir
conhecimentos. Se encaixam nessa categoria aquelas obras que têm como objectivo
principal ensinar algo novo ao leitor, então é comum que livros técnicos entrem aqui.

1.4. O Papel da Literatura na Sociedade

Embora seja bastante falado durante os anos escolares, e depois deles, que ler é importante e
traz muitos benefícios, a leitura ainda não é um hábito dos brasileiros.

Segundo dados de um estudo do Instituto Pró-Livro, 44% da população não lê e 30% disse
nunca ter comprado um livro. Ainda de acordo com a pesquisa, a média de livros lidos
anualmente por brasileiros é de 2.43. Em comparação, a França tem uma média de 7 livros
lidos anualmente. Outro dado interessante é a quantidade de horas investidas em leitura
semanalmente.

Na Índia, considerado o país que mais lê por uma pesquisa do NOP World, as pessoas
investem 10,5 horas por semana na leitura. Enquanto isso, no Brasil, são investidas 5,2 horas
semanais. Ou seja, a importância social da literatura ainda não é percebida pelos brasileiros,
mesmo que ela traga muitos benefícios.

Na escola, a literatura é uma disciplina que ajuda a aumentar a compreensão do mundo e a


formar estudantes intelectualmente. E levar o interesse da leitura para fora da sala de aula traz
uma série de vantagens, como por exemplo a expansão de vocabulário, aumento de repertório
cultural, diminuição de estreasse, melhora na escrita e construção de uma visão mais crítica
do mundo.
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Conclusão

Foi neste presente trabalho de pesquisa científica onde obtive certos conhecimentos em
matéria de Com tantas mudanças e tantos usos do termo, chegamos à conclusão de que
discutir sobre o que é literatura não é uma tarefa tão simples. Ao longo da história, aliás, na
quase totalidade do tempo em que se fala em literatura, o sentido é diferente do que
conhecemos hoje.

E em seguida referir que não se pode falar numa dinâmica da arte literária, pois a palavra não
designava, na maioria das vezes, o campo artístico. Vimos ainda que as modifi cações
surgidas decorriam de fatores sociais, religiosos, fi losófi cos e lingüísticos também. Não há
uma tomada de consciência sobre o ser da literatura.

E como não bastasse, Pelo contrário, diante de tão variadas signifi cações, constatamos que a
palavra se presta a muitos empregos. Vários deles estão em uso na língua de todo dia, mas
nenhum diz o que é específico da literatura ou pelo menos nenhum fala do que ocorre na
natureza intrínseca dos textos literários e permite identificá-los como tais.

E finalmente Como essa questão do que define a literatura também é controversa, deixamos
para tratar dela na aula sobre a autonomia do texto literário. Ali discutiremos um pouco sobre
o assunto.

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Referência Bibliográfica

AGUIAR E SILVA (1997), Vitor Manuel. Teoria da literatura. 8 ed. Coimbra: Almedina.

CUNHA, Antônio Geraldo da. (1986) Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua
portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

EAGLETON, Terry. (2001) Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes

ENCICLOPÉDIA BARSA. (1970) Rio de Janeiro: Enciclopaedia Britanica Editores, 1978.


SILVA NETO, Serafi m da. História da língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Livros de
Portugal.

https://www.infoescola.com/literatura/historia-e-origem-da-literatura

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