Cap - VI Exec. Do Orcam. Da Despesa
Cap - VI Exec. Do Orcam. Da Despesa
Cap - VI Exec. Do Orcam. Da Despesa
O artigo 47 da mesma lei determina, ainda, que a Conta Geral do Estado deverá apresentar,
entre outras, a informação completa sobre as despesas pagas pelo Estado.
de Contabilidade Pública, de 31 de Outubro de 2000, (BR n.º 17, II.ª Série, de 25 de Abril de
2001), nenhum registo poderá ser efectuado sem a existência de documentos comprovativos,
que deverão ser arquivados por verba e ano, de forma a ser possível a sua identificação.
Na celebração dos contratos de pessoal, fornecimento de bens, prestação de serviços,
empreitada, consultoria e arrendamento, nem sempre se cumpriram as normas e
procedimentos legalmente instituídos.
No tocante à contratação pública foram considerados, na verificação dos processos, os dois
regulamentos (aprovados pelos Decretos n.ºs 54/2005, de 13 de Dezembro, e 15/2010, de 24
de Maio), uma vez que este último passou a vigorar no mês de Agosto de 2010.
No que concerne às questões levantadas acima, o Governo, em sede do contraditório, afirmou
que “... através da Inspecção Geral de Finanças, tem estado a realizar trabalhos de
acompanhamento do grau de regularização das situações relatadas, com vista a sanar as
irregularidades que têm sido cometidas na realização das despesas publicas”.
Aditou, ainda, que paralelamente àqueles trabalhos, “continua empenhado na implementação
de novas funcionalidades no âmbito do Sistema de Administração Financeira do Estado,
como são os casos de e-Folha e e-Inventário, bem como na formação dos funcionários e
Agentes do Estado, tendo como horizonte atingir níveis de perfeição que contribuam para
eliminar as situações constatadas”.
No quadro e gráfico seguintes, elaborados com base na informação colhida das respectivas
Contas Gerais do Estado, apresenta-se a evolução da execução orçamental ao longo do
quinquénio 2006-2010.
Quadro n.º VI.1 – Evolução da Execução do Orçamento no Quinquénio
(Em milhões Meticais)
2006 2007 2008 2009 2010 Var. Var.
Execução do Orçamento Peso Peso Peso Peso Peso (%) (%)
Valor Valor Valor Valor Valor
(%) (%) (%) (%) (%) 10/09 10/06
Funcionamento 25.809 53,1 31.983 52,7 37.276 53,5 43.793 51,6 59.356 55,4 35,5 130,0
Investimento 19.000 39,1 24.661 40,7 28.336 40,7 35.336 41,6 43.681 40,8 23,6 129,9
Operações Financeiras 3.756 7,7 4.019 6,6 4.083 5,9 5.747 6,8 4.049 3,8 -29,6 7,8
Despesa Total 48.565 100,0 60.663 100,0 69.695 100,0 84.876 100,0 107.086 100,0 26,2 120,5
60.000 59.356
(Em milhões de Meticais)
50.000
Funcionamento
43.793
43.681
40.000 37.276 Investimento
31.983 35.336
28.336 Operações
30.000 25.809 Financeiras
24.661
19.000
20.000
0
2006 2007 2008 2009 2010
O Quadro n.º VI.2 ilustra a execução do Orçamento por funções, com destaque para as
consideradas prioritárias, no âmbito do Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP).
Neste quadro, são indicadas as principais sub-funções dos Sectores/Instituições prioritários,
comparando-se as respectivas dotações orçamentais com a sua execução, incluindo as
Operações Financeiras.
11
Taxa de crescimento real da despesa no quinquénio {(2,205/1,389)-1}*100=58,7%
No Quadro n.° VI.2, observa-se que a execução dos sectores prioritários que integram o
PARPA, em termos globais, foi de 85,9%, sendo a execução dos restantes sectores de 87%.
A nível da despesa total, a execução fixou-se em 87,2%, sendo a das Operações Financeiras
de 87,1% e a dos Encargos da Dívida de 100%.
Ainda, no mesmo quadro, observa-se que o sector da Educação é o que apresenta maior
expressão, com 20,8% do total da despesa, seguido do das Infra-estruturas, Boa Governação
e Saúde, com 16,1%, 8,8% e 8,3%, respectivamente.
Numa análise sectorial mais desagregada, destaca-se o Ensino Geral (na Educação) e as
Estradas (nas Infra-estruturas), que absorveram 17,1% e 9,6% da despesa total,
respectivamente. Evidenciam-se, ainda, o Sistema de Saúde, com 8,1%, e as Águas, com
4,7%.
Constata-se que, do total executado nesta componente, 99,6% foi nas Despesas Correntes e
0,4%, nas de Capital.
Evidencia-se, no quadro que se segue, a dotação e execução da Componente Funcionamento
e das Operações Financeiras. Neste contexto, a execução global situou-se em 95,9%, com as
Despesas Correntes e as de Capital a registarem uma realização de 96,3% e 41,4%,
respectivamente.
939.382 mil Meticais, que representa 52,6% do montante executado a Nível Central
(1.785.708 mil Meticais), destinados ao pagamento das seguintes despesas:
a) 15.000 mil Meticais concedidos à Confederação das Associações Económicas
(CTA), no âmbito do contrato programa válido por um período de (3) três anos, com
início a 1 de Março de 2009 e término a 29 de Fevereiro de 2012, com o objectivo de
promover o desenvolvimento das actividades económicas de Moçambique, em
particular dos seus associados, nos domínios técnicos, económicos, associativo e
cultural;
b) 11.401 mil Meticais atribuídos ao Gabinete Técnico de Apoio aos Agentes
Económicos e Organizações Sociais, para custear as despesas de funcionamento do
mês de Novembro, como compensação pelos danos sofridos pelos Agentes
Económicos e Organizações Sociais, em consequência das explosões do Paiol de
Malhazine, em 2007;
c) 24.562 mil Meticais, de indemnizações aos trabalhadores desvinculados, no âmbito
da decisão tomada pelo Governo, atinente à extinção do Gabinete do Plano do
Desenvolvimento da Região do Zambeze (GPZ), despesa que competia ao IGEPE
suportar, uma vez que é a entidade responsável pela gestão das empresas participadas
pelo Estado;
d) 1.094 mil Meticais pagos a título de indemnização à Electro Muebasse, no litígio com
a Direcção Provincial de Energia de Cabo Delgado, no âmbito do projecto de
electrificação da Vila de Mueda, nos termos do Acórdão n.º 166/2009, de 31 de
Dezembro de 2009, da 1.ª Secção do Tribunal Administrativo; e
e) 887.325 mil Meticais transferidos para a Direcção Geral dos Impostos, destinados ao
reembolso do IVA, IRPC e IRPS.
30.000.000
25.000.000
Em mil Meticais
20.858.575
20.000.000
Restantes Despesas
13.050.606
15.000.000 Despesas com o Pessoal
11.209.107
10.400.270
10.000.000 8.563.217
5.000.000 11.187.637
9.657.433
6.818.809 8.040.892
5.604.997
0
2006 2007 2008 2009 2010
Peso Var. (%) Peso Var.(%) Peso Var. (%) Peso Var. (%) Peso Var. %
CED Designação 2006 2007 2008 2009 2010
(%) 07/06 (%) 08/07 (%) 09/08 (%) 10/09 (%) 10/06
01 01 Presidência da República 411.168 2,9 554.989 35,0 3,2 747.827 34,7 3,9 698.447 -6,6 3,1 1.029.385 47,4 3,2 150,4
01 05 Casa Militar 160.900 1,1 213.969 33,0 1,2 300.901 40,6 1,6 395.381 31,4 1,7 423.633 7,1 1,3 163,3
Gabinete do Primeiro
03 01 54.057 0,4 50.506 -6,6 0,3 63.960 26,6 0,3 76.555 19,7 0,3 105.234 37,5 0,3 94,7
Ministro
05 01 Assembleia da República 314.232 2,2 375.700 19,6 2,2 455.261 21,2 2,4 493.011 8,3 2,2 602.238 22,2 1,9 91,7
11 01 Tribunal Administrativo 100.578 0,7 115.395 14,7 0,7 111.343 -3,5 0,6 150.889 35,5 0,7 185.422 22,9 0,6 84,4
Ministério da Defesa
15 01 201.245 1,4 287.876 43,0 1,7 312.660 8,6 1,6 364.033 16,4 1,6 388.234 6,6 1,2 92,9
Nacional
17 01 Ministério do Interior 1.859.548 13,1 2.039.507 9,7 11,8 2.441.146 19,7 12,7 2.678.804 9,7 11,8 2.808.148 4,8 8,8 51,0
Serviço de Informações e
19 01 414.175 2,9 421.869 1,9 2,5 485.683 15,1 2,5 662.263 36,4 2,9 748.876 13,1 2,3 80,8
Segurança do Estado
Embaixadas e Outras
21 03 Representações 640.489 4,5 744.239 16,2 4,3 755.812 1,6 3,9 753.401 -0,3 3,3 931.469 23,6 2,9 45,4
Diplomáticas
Ministério da Planificação e
26 01 60.659 0,4 89.997 48,4 0,5 99.851 10,9 0,5 162.764 63,0 0,7 144.839 -11,0 0,5 138,8
Desenvolvimento
27 01 Ministério das Finanças 160.797 1,1 157.648 -2,0 0,9 167.265 6,1 0,9 178.552 6,7 0,8 205.571 15,1 0,6 27,8
Autoridade Tributária de
2710 203.082 1,4 811.015 299,4 4,7 1.353.342 66,9 7,0 1.333.454 -1,5 5,9 1.706.292 28,0 5,3 740,2
Moçambique
50 01 Ministério da Educação 331.006 2,3 423.415 27,9 2,5 494.838 16,9 2,6 522.168 5,5 2,3 433.815 -16,9 1,4 31,1
Universidade Eduardo
50 61 565.604 4,0 586.984 3,8 3,4 739.832 26,0 3,8 820.229 10,9 3,6 1.023.915 24,8 3,2 81,0
Mondlane
50 62 Universidade Pedagógica 127.566 0,9 148.847 16,7 0,9 160.918 8,1 0,8 223.482 38,9 1,0 253.484 13,4 0,8 98,7
58 01 Ministério da Saúde 865.932 6,1 912.638 5,4 5,3 1.003.645 10,0 5,2 939.275 -6,4 4,1 1.177.833 25,4 3,7 36,0
582711 Hospital Central de Maputo 236.557 1,7 308.478 30,4 1,8 421.369 36,6 2,2 442.160 4,9 1,9 483.508 9,4 1,5 104,4
Amostra 7.743.777 54,7 9.603.160 24,0 55,8 ######## 21,7 60,7 ######## 8,9 56,0 14.762.195 16,0 46,1 90,6
Total 14.168.214 100 ######## 21,5 100 ######## 11,8 100 ######## 18,0 100,0 32.046.212 41,1 100,0 126,2
% da Amostra 54,7 55,8 60,7 56,0 46,1
Fonte: CGE (2006-2010)-Mapa VI
Como se mostra no Quadro n.º VI.7, destacam-se, em 2010, pela sua representatividade no
total das despesas de Funcionamento, o Ministério do Interior, com 8,8%, e as Forças
Armadas de Defesa de Moçambique, com 6,6%. As outras instituições apresentam uma
percentagem inferior a 6%.
Quanto à variação das despesas, relativamente ao ano anterior, destaca-se o crescimento das
da Presidência da República, em 47,4% (de 698.447 mil Meticais, em 2009, para 1.029.385
mil Meticais, em 2010), do Gabinete do Primeiro Ministro, em 37,5% (de 76.555 mil
Meticais, em 2009, para 105.234 mil Meticais, em 2010), da Autoridade Tributária em 28%
(de 1.333.454 mil Meticais, em 2009, para 1.706.292 mil Meticais, em 2010), do Ministério
da Saúde, em 25,4% (de 939.275 mil Meticais, em 2009, para 1.177.833 mil Meticais, em
2010) e da Universidade Eduardo Mondlane, em 24,8% (de 820.229 mil Meticais, em 2009,
para 1.023. 915 mil Meticais, em 2010).
Por outro lado, verifica-se uma queda no valor da execução dos Ministérios da Planificação e
Desenvolvimento e da Educação em 11% (de 126.764 mil Meticais, em 2009, para 144.839
mil Meticais, em 2010) e 16,9% (de 522.168 mil Meticais, em 2009, para 433.815 mil
Meticais, em 2010), respectivamente.
Conforme já atrás se disse, no quinquénio 2006-2010 e em termos globais, as despesas
cresceram 126,2%, e nas instituições da amostra, a taxa situou-se em 90,6%, assumindo
especial relevo os incrementos verificados na Autoridade Tributária de Moçambique
(740,2%), Casa Militar (163,3%), Presidência da República (150,4%), Ministério da
Planificação e Desenvolvimento (138,8%), Hospital Central de Maputo (104,4%) e Forças
Armadas de Defesa de Moçambique (103,5%).
No Mapa III-5-1 da CGE, constata-se que 11 instituições, do nível central, registaram taxas
de execução dos seus orçamentos, na Componente Funcionamento, muito baixas, situadas
entre 15,8% e 60,4%, conforme se evidencia no quadro seguinte.
Quadro n.º VI.8 – Instituições com Baixa Taxa de Execução-Âmbito Central
(Em mil Meticais)
Dotação
Código Designação Execução %
Orçamental
Serviços Sociais da Polícia da República de Moçambique
1781 26.310 11.671 44,4
2781 Instituto de Gestão das Participações do Estado 85.463 43.785 51,2
2786 Inspecção Geral de Seguros 27.150 12.994 47,9
3593 Fundo de Desenvolvimento Agrário 290.992 45.971 15,8
3784 Instituto Nacional de Inspecção do Pescado 29.498 17.818 60,4
3981 Fundo de Fomento Mineiro 86.710 23.719 27,4
4081 Fundo de Energia 310.593 120.262 38,7
4382 Instituto Nacional de Turismo 86.193 19.345 22,4
4584 Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação 53.536 17.822 33,3
4764 Conselho de Regulação de Abastecimento de Água 19.152 3.417 17,8
Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de
5064 Moçambique 9.668 3.011 31,1
Sub-Total 1.025.264 319.815 31,2
Fonte: Mapa III-5-1 da CGE 2010
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-11
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-12
Novembro de 2011
Verifica-se que a taxa de execução das Despesas de Funcionamento de Âmbito Distrital foi
de 99,2%, sendo que as Correntes registaram igual grau de execução (99,2%) e as de Capital,
96%.
A maior expressão, em termos de peso, corresponde às Despesas com o Pessoal e a Bens e
Serviços, que representam 79,6% e 19,4%, respectivamente, da despesa total.
De acordo com o disposto no artigo 45, conjugado com o n.º 1 do artigo 46, ambos da Lei n.º
9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, a
Conta Geral do Estado tem por objecto evidenciar a execução orçamental e financeira, bem
como apresentar o resultado do exercício e a avaliação do desempenho dos órgãos do Estado,
devendo, assim, ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a possibilitar a
sua análise económica e financeira.
Como se pode observar do Quadro n.º VI.11, a dotação orçamental do Fundo de
Compensação Autárquica fixada pela Lei n.º 2/2010, de 27 de Abril, na Componente
Funcionamento, foi de 709.668 mil Meticais.
A execução foi de 704.427 mil Meticais, que representa 99,9% do valor da dotação final
alocada. No geral, a execução dos municípios situou-se em 100%, à excepção dos de
Mocímboa da Praia e de Gorongosa, com 98,4% e 93,5%, respectivamente.
Relativamente ao peso da execução de cada município, no total da despesa do Fundo, são de
destacar os da Cidade de Maputo, da Beira, da Matola e de Nampula, com 19,5%, 9,8%,
9,5% e 7,1%, respectivamente.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-13
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-14
Novembro de 2011
Nos termos da alínea d) do n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, atinente
ao regime relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal
Administrativo, compete a este Tribunal, no âmbito do Relatório e Parecer sobre a Conta
Geral do Estado, apreciar, entre outras matérias, “as subvenções, subsídios, benefícios
fiscais, créditos e outras formas de apoio concedidos, directa ou indirectamente”.
Para cumprir o desiderato acima indicado, apresenta-se, a seguir, a evolução da execução dos
subsídios.
Quadro n.º VI.12 – Evolução da Execução dos Subsídios
( Em mil Meticais)
Var. Var. Var. Var. Peso
Subsídios 2006 2007 2008 2009 2010
(%) (%) (%) (%) (%)
Às Empresas: 244.406 267.341 9,4 289.032 8,1 304.885 5,5 350.621 15,0 68,4
Televisão de Moçambique 86.918 117.361 -25,9 124.215 42,9 116.974 5,8 134.521 15,0 26,3
Rádio Moçambique 123.000 139.380 -11,8 151.039 22,8 172.592 8,4 198.482 15,0 38,7
Hidráulica de Chókwè 10.000 10.600 -5,7 13.778 37,8 15.319 30,0 17.618 15,0 3,4
Carbomoc 24.488 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0,0
Aos Preços: 68.048 77.265 13,5 105.494 36,5 132.623 25,7 161.787 22,0 31,6
Transportes P. de Maputo 48.429 54.821 13,2 69.498 26,8 93.346 26,8 108.749 16,5 21,2
Transportes P. da Beira 19.619 22.444 14,4 35.996 60,4 39.277 60,4 53.038 35,0 10,4
Total 312.454 344.606 10,3 394.526 14,5 437.508 10,9 512.407 17,1 100,0
Crescimento da despesa face ao ano base (%) 10,3 26,3 40,0 64,0
Taxa de Inflação Anual 8,2 10,3 3,25 12,7
Crescimento da taxa de inflação no período 22,9 35,6 41,3 41,3
(%)
Fonte: Anexo Informativo 4 da CGE de 2009 e 2010
Taxa de inflação média acumulada entre 2006 e 2010: {(1,082*1,103*1,0325*1,127)-1}*100=38,9%
Verifica-se, neste quadro que, em matéria de subsídios e no ano em apreço, foram gastos
512.407 mil Meticais, tendo sido alocados 350.621 mil Meticais (68,4%) às empresas e
161.787 mil Meticais (31,6%), aos preços.
De uma forma global, os valores dos subsídios registaram um crescimento nominal anual de
10,3%, em 2007, 14,5%, em 2008, 10,9%, em 2009 e 17,1%, em 2010.
As taxas de crescimento dos subsídios estiveram sempre acima da inflação ocorrida em cada
ano, sinal de que, em termos reais, houve um efectivo crescimento da despesa neste domínio.
O crescimento nominal dos subsídios, no período em análise, foi de 64% e a inflação
acumulada de 38,9%.
Os subsídios às empresas e aos preços, em 2010, cresceram 15% e 22%, respectivamente.
Quanto aos subsídios pagos às empresas, em 2010, destacam-se, pelo seu peso, os
concedidos à Rádio Moçambique, E.P., com 38,7%, e à Televisão de Moçambique, E.P., com
26,3%. No que tange aos preços, a empresa Transportes Públicos de Maputo beneficiou de
21,2% e os Transportes Públicos da Beira, de 10,4%.
Da auditoria realizada à empresa Rádio Moçambique apurou-se que, para além dos 198.482
mil Meticais que lhe foram disponibilizados, sob a forma de subsídios, esta recebeu, ainda,
30.150 mil Meticais, no âmbito de projectos de investimento, perfazendo um total de 228.632
mil Meticais.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-15
Novembro de 2011
Os 30.150 mil Meticais foram registados na CGE como execução do orçamento do Gabinete
de Informação (GABINFO), relativamente aos projectos “GPM02-02-GPM-2007- Grandes
Reparações de Emissores-RM” (7.650 mil Meticais) e “GPM02-02-GPM-2008- Conclusão
da Obra do Centro de Produção Padronizado de Xai-Xai” (22.500 mil meticais), quando
deveriam ter sido contabilizadas na verba “Transferências de Capital – Instituições
Autónomas”, por tratar-se de uma subvenção para a aquisição de Bens de Capital.
Relativamente a este assunto, em sede do contraditório, o Governo afirmou que “os 30.150
mil Meticais disponibilizados à Rádio Moçambique foram contabilizados como execução do
Gabinete de Informação, pelo facto de aquele valor destinar-se à realização de
investimentos da responsabilidade do Governo, como são os casos de grandes reparações de
emissores e construção do Centro Padronizado de Xai-Xai”.
O registo, no GABINFO, da execução dos fundos pela Rádio Moçambique, E.P., constitui
desvio de aplicação, nos termos do estabelecido no n.º 1 do artigo 78 do Título I do Manual
de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma
Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, do Ministro das Finanças.
Ademais, incorreu-se em infracção financeira, nos termos do disposto na alínea b) do n.º 3 do
artigo 93 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, a qual preceitua que constitui infracção
financeira a violação das normas sobre a elaboração e execução dos orçamentos, bem como
da assunção, autorização ou pagamento de despesas públicas ou compromissos.
O Tribunal Administrativo reitera que esta despesa, sendo da responsabilidade do Governo,
deveria ter sido registada no Sector 6518-EGE-Despesas de Capital, o qual se destina aos
pagamentos de construções, reabilitações, aquisição de maquinaria e equipamentos.
Do quadro acima, pode-se observar que da execução das despesas por tipo de financiamento,
23.648.326 mil Meticais (54,1%) correspondem ao financiamento externo, dos quais
20.735.641 mil Meticais foram gastos no Âmbito Central e o remanescente, no provincial e
distrital, não tendo, o nível autárquico, beneficiado deste tipo de financiamento.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-16
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-17
Novembro de 2011
Por outro lado, do total executado de 20.735.641 mil Meticais das Despesas de Investimento,
com os fundos externos, as Despesas Correntes registaram uma taxa de 72% e as de Capital,
65,2%.
Pela sua representatividade, conforme se alcança do citado Quadro n.º VI.15, são de destacar
as despesas em Bens de Capital (58,6%) e em Bens e Serviços (30,5%).
No Quadro n.º VI.16, mais adiante, é apresentada a evolução das Despesas de Investimento
de Âmbito Central, no período 2007-2010, com base numa amostra cuja representatividade
foi de 83,1%, em 2007, 82,5%, em 2008, 71,7%, em 2009 e 72,9%, em 2010.
O crescimento das despesas das instituições indicadas no quadro foi de 47,6% no quadriénio
(tomando como base 2007), sendo de 6,4%, em 2008, 7%, em 2009 e 29,7%, em 2010.
Das instituições que registaram níveis de crescimento mais elevados, no período 2007-2010,
destacam-se o Ministério das Obras Públicas e Habitação, com 342,9% e o Fundo de
Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG), com 229,5%.
Em 2010, o Ministério das Obras Públicas e Habitação (141,2%) e o Fundo de Estradas (com
69,6%), registaram o crescimento anual mais significativo.
Em contrapartida, o Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA, os Ministérios da Energia
e da Saúde e a Administração Regional das Águas do Sul executaram, em 2010, valores
inferiores aos do ano anterior.
Em termos de peso, verifica-se que, em 2010, ao Fundo de Estradas corresponde 26% do
total, ao Ministério da Educação e Cultura, 12,3%, ao Ministério da Saúde, 7,5% e o
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-18
Novembro de 2011
Ministério das Obras Públicas e Habitação, 7,2%. As outras entidades que integram a
amostra, apresentam um peso igual ou inferior a 6,1%.
Nota-se que a participação do Fundo de Estradas, no investimento total anual, diminuíu de
2007 a 2008, mudando essa tendência em 2010, ano em que o seu peso subiu de 19,6%
(registado em 2009), para 26%. O Ministério da Administração Estatal, depois de ter atingido
uma representatividade, em 2007 e 2008, de 1,5% e 3,3%, respectivamente, baixou, 1,3%,
em 2009 e 1,2%, em 2010. O peso do Ministério da Saúde passou de 17,7%, em 2007, para
12,3%, em 2009 e 7,5%, em 2010.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-19
Novembro de 2011
Quadro n.º VI.16 – Execução das Despesas de Investimento Segundo a Classificação Orgânica – Âmbito Central
(Em mil Meticais)
2007 2008 2009 2010
Var. Var. Var.
Financiamento Peso Financiamento Peso Financiamento Peso Financiamento Peso Var. (%)
CED Instituições (%) (%) (%)
(%) (%) (%) (%) 10/07
Interno Externo Total Interno Externo Total 08/07 Interno Externo Total 09/08 Interno Externo Total 10/09
25 01 Ministério da Administração 29.676 286.434 316.110 1,5 93.965 644.535 738.500 133,6 3,3 124.262 227.687 351.949 -52,3 1,3 206.047,6 226.340,7 432.388 22,9 1,2 36,8
Estatal
2601 Ministério da Planificação e 54.679 467.768 522.447 2,5 61.050 318.495 379.546 -27,4 1,7 57.279 351.151 408.430 7,6 1,5 38.096,9 380.182,0 418.279 2,4 1,2 -19,9
Desenvolvimento
2704 Unidade Técnica da Reforma 110.054 408.111 518.166 2,5 57.858 261.456 319.315 -38,4 1,4 148.318 189.924 338.242 5,9 1,2 312.147,9 109.794,7 421.943 24,7 1,2 -18,6
da Administração Financeira
do Estado
3501 Ministério da Agricultura 29.161 786.335 815.497 3,9 228.524 729.056 957.580 17,4 4,3 482.785 328.338 811.123 -15,3 2,9 649.114,1 412.654,6 1.061.769 30,9 3,0 30,2
4001 Ministério da Energia 247.166 179.936 427.102 2,0 693.212 426.969 1.120.181 162,3 5,0 445.779 484.911 930.690 -16,9 3,4 382.314,5 211.336,9 593.651 -36,2 1,7 39,0
4701 Ministério das Obras Públicas 288.021 286.372 574.394 2,7 241.812 854.777 1.096.589 90,9 4,9 212.536 842.361 1.054.897 -3,8 3,8 513.132,2 2.030.924,6 2.544.057 141,2 7,2 342,9
e Habitação
4751 Fundo de Estradas 2.576.452 2.556.696 5.133.149 24,4 3.242.483 1.744.754 4.987.236 -2,8 22,1 2.574.309 2.851.024 5.425.333 8,8 19,6 4.875.006,3 4.326.230,3 9.201.237 69,6 26,0 79,3
47 56 Administração Regional de 196.359 235.913 432.272 2,1 134.563 86.789 221.352 -48,8 1,0 120.357 101.841 222.198 0,4 0,8 115.983,4 41.406,6 157.390 -29,2 0,4 -63,6
Águas do Sul
4763 Fundo de Investimento e 115.946 541.986 657.932 3,1 87.339 1.220.527 1.307.866 98,8 5,8 104.740 1.484.421 1.589.161 21,5 5,7 175.744,3 1.992.456,9 2.168.201 36,4 6,1 229,5
Património do Abastecimento
de Água
5001 Ministério da Educação e 162.640 2.370.848 2.533.488 12,1 150.568 3.157.827 3.308.395 30,6 14,7 180.124 3.326.293 3.506.417 6,0 12,6 684.474,8 3.657.981,4 4.342.456 23,8 12,3 71,4
Cultura
5801 Ministério da Saúde 90.560 3.624.055 3.714.616 17,7 68.836 2.520.447 2.589.284 -30,3 11,5 81.558 3.342.469 3.424.027 32,2 12,3 84.558,9 2.558.217,3 2.642.776 -22,8 7,5 -28,9
58 03 Conselho Nacional de 62.998 429.146 492.144 2,3 53.323 447.375 500.698 1,7 2,2 56.062 261.879 317.941 -36,5 1,1 62.872,4 192.072,9 254.945 -19,8 0,7 -48,2
Combate ao HIV/SIDA
6519 Encargos Gerais do Estado 1.322.450 0 1.322.450 6,3 1.045.588 0 1.045.588 -20,9 4,6 1.489.303 0 1.489.303 42,4 5,4 1.540.045,4 0,0 1.540.045 3,4 4,4 16,5
Amostra 5.286.165 12.173.602 17.459.766 83,1 6.159.122 12.413.008 18.572.129 6,4 82,5 6.077.411 13.792.299 19.869.710 7,0 71,7 9.639.539 16.139.599 25.779.137 29,7 72,9 47,6
Total Investimento/Central 7.140.351 13.869.297 21.009.648 100 8.169.088 14.349.596 22.518.684 7,2 100 8.674.319 19.054.341 27.728.660 23,1 100 14.633.585 20.735.641 35.369.226 27,6 100 68,3
Fonte: CGE de 2007-2010 - Mapa IV - 5
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-20
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-21
Novembro de 2011
Financiamento
Total
Peso
Secretarias Distritais Interno Externo
(%)
Dotação Dotação
Execução % Execução % Dotação Final Execução %
Final Final
Mopeia 12.513 12.513 100 19.779 4.491 22,7 32.291 17.003 52,7 0,9
Morrumbala 14.743 14.743 100 38.178 4.751 12,4 52.921 19.494 36,8 1,0
Mutarara 12.871 12.871 100 43.970 6.396 14,5 56.841 19.267 33,9 1,0
Cheringoma 10.768 10.768 100 2.949 1.249 42,4 13.717 12.017 87,6 0,6
Marínguè 10.833 10.833 100 20.732 2.496 12,0 31.565 13.329 42,2 0,7
Homoíne 20.528 20.528 100 3.160 978 31,0 23.688 21.506 90,8 1,1
Jangamo 19.222 19.222 100 3.174 887 27,9 22.396 20.109 89,8 1,0
Inhassoro 14.463 14.463 100 1.782 782 43,9 16.245 15.245 93,8 0,8
Funhalouro 22.277 22.277 100 3.317 1.208 36,4 25.594 23.485 91,8 1,2
Mabote 15.636 15.636 100 3.219 1.176 36,5 18.854 16.812 89,2 0,9
Total de Amostra 153.854 153.854 100 140.259 24.414 17,4 294.113 178.267 60,6 9,3
Total Âmbito Distrital 1.759.223 1.750.174 99,5 309.818 169.745 54,8 2.069.041 1.919.919 92,8 100,0
Fonte: Mapa IV-07 da CGE 2010
A execução total destas Secretarias Distritais situou-se em 60,6%, com o financiamento
externo a registar 17,4% e o interno, 100%.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-22
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-23
Novembro de 2011
Serviço Distrital de
Ministério das Obras Direcção Provincial das Obras Públicas Serviço Distrital de Planeamento e Serviço Distrital de Planeamento Serviço Distrital de Planeamento e Infra-
Planeamento e Infra-
Públicas e Habitação e Habitação de Maputo Infra-Estruturas da Manhiça e Infra-Estruturas de Matutuíne Estruturas da Ilha de Moçambique
Estruturas de Bilene-Macia
Fundo de Fomento Serviço Distrital de Planeamento e Serviço Distrital de Planeamento Serviço Distrital de Planeamento e Infra-
Pesqueiro
Província de Gaza Infra-Estruturas da Namaacha e Infra-Estruturas de Magude Estruturas de Nacala-Porto
Fundo de Investimento e
Direcção Provincial do Plano e Finanças Serviço Distrital das Actividades Serviço Distrital das Actividades Serviço Distrital das Actividades
Património de
de Gaza Económicas da Namaacha Económicas de Magude Económicas de Nacala-Porto
Abastecimento de Água
Serviço Distrital da Saúde,
Direcção Nacional de Direcção Provincial da Agricultura de Serviço Distrital da Saúde, Mulher e Serviço Distrital da Saúde, Mulher e
Mulher e Acção Social de
Contabilidade Pública Gaza Acção Social da Namaacha Acção Social de Nacala-Porto
Magude
Hospital Central de
Direcção Provincial da Saúde de Gaza
Maputo
Escola Superior de Direcção Provincial da Educação e
Ciências Náuticas Cultura de Gaza
Transportes Públicos de
Comando Provincial da PRM de Gaza
Maputo, EP
Rádio Moçambique, EP
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-24
Novembro de 2011
Dos relatórios das auditorias relativas à CGE de 2010, foram extraídos os seguintes aspectos
de âmbito geral:
a) nos processos de pagamento de ajudas de custo dentro do país, dos Ministérios do
Turismo, das Obras Públicas e Habitação, dos Institutos Nacionais de Desminagem e
de Estatística, e das Direcções Provinciais da Saúde de Nampula e Gaza, das Obras
Públicas e Habitação de Nampula, da Indústria e Comércio de Maputo e do Comando
Provincial da PRM de Gaza, não foram anexados os relatórios de actividades
desenvolvidas nem as respectivas guias de marcha, violando-se, deste modo, o
estabelecido no artigo 129 do Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e
Agentes do Estado, aprovado pelo Decreto n.º 62/2009, de 8 de Setembro, o qual
estatui que após o termo da deslocação e dentro do prazo de 7 dias, deve ser
apresentado um relatório circunstanciado das actividades desenvolvidas,
relativamente às deslocações com direito ao abono de ajudas de custo.
Por sua vez, o n.º 2 do artigo 58, do mesmo regulamento, estabelece que por cada
deslocação é elaborada uma guia de marcha, da qual devem constar a data e a hora da
deslocação, com a apresentação no local de execução de trabalho.
Por outro lado, o n.º 3 do artigo 26 do Diploma Ministerial n.º 58/89, de 19 de Julho,
dos Ministros da Administração Estatal e das Finanças, preceitua que a não
apresentação do relatório implicará o não abono das ajudas de custo a que haja lugar,
e ao reembolso do adiantamento, porventura efectuado, ou das despesas pagas;
b) ainda, nalguns processos de despesas das entidades mencionadas na alínea anterior e
do Fundo de Fomento Mineiro, das Direcções Provinciais da Saúde de Nampula, de
Gaza e de Maputo, das Obras Públicas e Habitação de Nampula, e da Indústria e
Comércio de Maputo, não foram identificadas as viaturas que beneficiaram de
combustível, em preterição ao disposto na alínea e) do n.º 3 do artigo 93 da Lei n.º
26/2009, de 29 de Setembro, atinente ao regime relativo à organização,
funcionamento e processo da 3.a Secção, do Tribunal Administrativo, segundo o qual
constitui infracção financeira a sonegação ou deficiente prestação de informações ou
documentos pedidos pelo Tribunal Administrativo;
c) ao longo de 2010, no Ministério do Turismo, no Fundo de Fomento Pesqueiro, no
Hospital Central de Maputo, na Direcção Provincial para a Coordenação da Acção
Ambiental de Maputo e na Secretaria Distrital de Chókwè, foram pagas despesas de
anos anteriores, em violação do disposto no n.º 3 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002, de 12
de Fevereiro, segundo o qual as despesas só podem ser assumidas durante o ano
económico para o qual tiverem sido orçamentadas.
Ainda, nos termos do estabelecido no n.º 1 do artigo 83 do Manual de Administração
Financeira e Procedimentos Contabilísticos, todas as despesas referentes a anos
anteriores devem ser contabilizadas em rubrica específica no Orçamento do Estado;
d) nos Ministérios das Pescas e da Saúde, no Hospital Central de Maputo, no Instituto
Nacional de Desminagem, nas Direcções Provinciais da Educação e Cultura de Gaza,
e do Plano e Finanças de Nampula e Maputo, nas Secretarias Distritais de Nacala-
Porto e de Angoche, nos Serviços Distritais das Actividades Económicas de Nacala-
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-25
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-26
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-27
Novembro de 2011
Quadro n.º VI. 21 – Despesas sem Justificativos das Entidades de Âmbito Central
Auditadas
(Em Meticais)
Despesas Sem Justificativos
Quadro n.º VI. 22 – Despesas sem Justificativos das Entidades de Âmbito Provincial
Auditadas
(Em Meticais)
Despesas Sem Justificativos
Componente
N.º Instituição Amostra auditada % da
Despesas Realizadas Com Receitas Total
amostra
Próprias Consignadas Funcionamento Investimento
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-28
Novembro de 2011
Quadro n.º VI. 23 – Despesas sem Justificativos das Entidades de Âmbito Distrital
Auditadas
(Em Meticais)
Despesas sem Justificativos
Despesas Realizadas com
Amostra Componente
N.º Instituição Receitas % da
auditada Total
amostra
Próprias Consignadas Funcionamento Investimento
1 Distrito da Ilha de Moçambique 20.581.946,11 0,00 0,00 2.560.956,11 234.896,70 2.795.852,81 13,6
2 Distrito de Angoche 31.135.442,23 0,00 0,00 1.968.186,91 260.201,47 2.228.388,38 7,2
3 Distrito de Nacala-Porto 30.716.800,66 0,00 0,00 36.783,00 0,00 36.783,00 0,1
4 Distrito de Magude 21.701.674,13 0,00 0,00 175.205,13 1.042.136,00 1.217.341,13 5,6
5 Distrito do Chókwè 23.015.947,65 0,00 0,00 599.873,02 0,00 599.873,02 2,6
6 Distrito do Bilene-Macia 17.291.138,96 0,00 0,00 14.145,00 0,00 14.145,00 0,1
7 Distrito da Namaacha 11.592.631,56 0,00 0,00 9.322,77 91.012,50 100.335,27 0,9
8 Distrito de Boane 17.070.704,15 0,00 0,00 19.728,00 0,00 19.728,00 0,1
Total 173.106.285,45 0,00 0,00 5.384.199,94 1.628.246,67 7.012.446,61 4,1
Fonte: Relatórios de auditorias
(Em Meticais)
Apurado nas Peso
Âmbito CGE Diferença
Entidades (%)
Apesar dos esforços feitos, não foi possível esclarecer os motivos de tais divergências. A
questão em apreço, assume uma particular relevância, uma vez que é susceptível de pôr em
causa, tanto os registos das entidades que efectuaram a despesa, como a fiabilidade da
própria CGE.
Além disso, limitam grandemente o exercício de controlo externo que cabe a este Tribunal.
Assim e no que toca a esta matéria, a Conta não evidencia, de forma clara e inequívoca, a
execução orçamental e financeira, como prescreve o artigo 45 da Lei n.º 9/2002, de 12 de
Fevereiro, e não foi elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, conforme dispõe o n.º 1
do artigo 46 da mesma lei.
O detalhe da informação acima apresentada poderá ser visto nos Quadros n.ºs VI.25, VI.26 e
VI.27 que se seguem.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-29
Novembro de 2011
Quadro n.º VI. 25 - Divergência da Informação sobre a Execução da Despesa de Âmbito Central
Execução
Valor
N.º Instituição
Apurado na entidade Demonstrativo Consolidado CGE
Com Receitas Com Receitas Componente Com Receitas Com Receitas
Componente Investimento Total Func. + Invest.
Próprias Consignadas Funcionamento Próprias Consignadas
Ministério da Agricultura
1 117.353.687,20 1.036.969.864,36 1.154.323.551,56 1.179.376.270,00
2 Ministério do Turismo 52.017.593,70 95.547.227,77 147.564.821,47 276.405.230,00
Ministério das Obras
3 Públicas e Habitação 124.056.020,08 805.656.322,78 929.712.342,86 5.568.150,00 721.000,00 2.668.112.800,00
4 Ministério das Pescas 6.276,59 18.472.056,16 40.167.685,52 175.666.814,79 234.312.833,06 10.738.770,00 215.834.500,00
5 Ministério da Saúde 1.177.832.597,74 2.207.655.439,47 3.385.488.037,21 7.250,00 182.749.640,00 3.820.608.810,00
Ministério da Educação
6 433.815.485,22 3.261.479.908,77 3.695.295.393,99 4.776.271.680,00
Fundo de Fomento Mineiro 18.042.987,62 24.588.767,30
7 23.715.613,86 10.567.931,14 76.915.299,92 0,00 13.533.610,00 34.307.340,00
Fundo do Fomento
11.262.160,80
8 Pesqueiro 166.103.793,84 177.365.954,64 307.890.270,00
Fundo de Investimento e
Património de
Abastecimento de Água
9 710.079.680,26 710.079.680,26 2.168.201.200,00
Instituto Nacional de
3.300.992,72
10 Estatística 49.034.210,10 247.589.566,44 299.924.769,26 296.683.740,00
Instituto do Algodão de
11 Moçambique 19.383.380,14 28.452.674,85 47.836.054,99 3.728.420,00 47.836.050,00
Hospital Central do Maputo 264.234.359,92 343.616,93
12 483.508.304,31 32.213.122,98 780.299.404,14 515.728.730,00
Escola Superior de Ciências
12.455.203,92
13 Náuticas 20.969.277,53 12.620.074,64 46.044.556,09 33.592.600,00
Total 309.301.981,57 43.404.440,39 2.541.853.855,40 8.790.602.422,09 11.685.162.699,45 9.303.820,00 207.743.020,00 16.340.849.220,00
Fonte:Relatórios de auditoria, mapas demonstrativos Consol. do Orçamento de Funcionamento/Investimento por UGB e mapas III-5 e IV-5 da CGE de 2010
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-30
Novembro de 2011
Quadro n.º VI.26 - Divergência da Informação sobre a Execução da Despesa de Âmbito Provincial
(Em Meticais)
Execução
Valor
Apurado na entidade Demonstrativo Consolidado CGE
N.º Instituição
Diferença
Com Receitas Com Receitas Componente Componente Com Receitas Com Receitas
Total Func. + Invest. Total
Próprias Consignadas Funcionamento Investimento Próprias Consignadas
Quadro n.º VI.27 - Divergência da Informação sobre a Execução da Despesa de Âmbito Distrital
(Em Meticais)
Execução
Valor
Distrito da Ilha de
276.380,50 14.021.099,32 12.447.159,92 26.744.639,74 0,00 0,00 26.468.260,00 26.468.260,00 -276.379,74
1 Moçambique
2 Distrito de Angoche 9.315.366,50 99.552.824,62 14.466.728,97 123.334.920,09 52.480,00 7.980,00 114.019.550,00 114.080.010,00 -9.254.910,09
Distrito de Nacala-Porto 387.497,19 22.870.471,80 13.661.660,48 36.919.629,47 0,00 0,00 36.532.130,00 36.532.130,00 -387.499,47
3
4 Distrito de Magude 54.392,55 89.861.679,36 11.732.134,75 101.648.206,66 882.350,00 0,00 101.593.810,00 102.476.160,00 827.953,34
5 Distrito do Chókwè 162.414.653,22 16.188.512,09 178.603.165,31 475.050,00 57.680,00 178.603.160,00 179.135.890,00 532.724,69
Distrito do Bilene Macia 124.147.208,61 14.448.639,50 138.595.848,11 1.659.410,00 156.300,00 138.595.850,00 140.411.560,00 1.815.711,89
6
7 Distrito da Namaacha 96.082.660,05 17.050.459,32 113.133.119,37 405.600,00 49.460,00 113.133.120,00 113.588.180,00 455.060,63
8 Distrito da Moamba 95.405.416,74 16.114.224,27 111.519.641,01 645.068,00 20.650,00 111.519.640,00 112.185.358,00 665.716,99
9 Distrito da Manhiça 199.178.607,63 14.169.167,95 213.347.775,58 443.790,00 246.790,00 213.347.780,00 214.038.360,00 690.584,42
10 Distrito de Boane 185.961.525,47 13.262.860,77 199.224.386,24 1.788.850,00 44.150,00 199.224.390,00 201.057.390,00 1.833.003,76
11 Distrito de Matutuine 71.906.744,39 16.404.065,48 88.310.809,87 740.064,00 0,00 88.310.810,00 89.050.874,00 740.064,13
Total 9.979.244,19 54.392,55 1.161.402.891,21 159.945.613,50 1.331.382.141,45 7.092.662,00 583.010,00 1.321.348.500,00 1.329.024.172,00 -2.357.969,45
Fonte: Relatórios de auditorias, mapas demonstrativos Consol. do Orçamento de Funcionamento/Investimento por UGB e mapas III-5 e IV-5 da CGE de 2010
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-31
Novembro de 2011
Da verificação feita aos comprovativos das despesas realizadas pelos órgãos do Estado de
Nível Central, apurou-se o seguinte:
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-32
Novembro de 2011
Nesta entidade, através do cheque n.º 3556557, foi concedido um empréstimo de 262.701,00
Meticais ao Instituto Nacional da Marinha (INAMAR), destinado ao pagamento de salários
aos membros do Conselho de Administração. Compulsados os processos justificativos
daquela despesa, não constam documentos da devolução do valor em causa.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-33
Novembro de 2011
Do processo de prestação de contas desta instituição, não constam evidências de que se tenha
concretizado o reembolso do adiantamento do 13.º vencimento, solicitado pela Directora
Geral, em 11/01/10, e pago mediante o cheque n.º 1465279, no valor de 5.000,00 Meticais,
bem como, do empréstimo concedido à mesma, em 02/02/10, através do cheque n.º 1465287,
de 20.000,00 Meticais.
Refira-se, a este propósito, que a concessão de empréstimos aos funcionários constitui
violação das normas sobre a elaboração e execução dos orçamentos, bem como da assunção,
autorização ou pagamento de despesas públicas ou compromissos, à luz do disposto na alínea
b) do n.º 3 do artigo 93 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro.
Exercendo o direito de contraditório, a gerência afirmou que os adiantamentos estão sendo
amortizados e remeteu os talões de depósitos n.ºs 11728725 e 13306994, datados de 22/10/10
e 23/11/10, no valor de 10.000,00 Meticais cada, faltando por justificar 5.000,00 Meticais.
Quanto ao dispositivo legal utilizado para a concessão de adiantamentos de salários aos
funcionários, os gestores da entidade afirmaram que o fizeram com base no disposto no n.º 1
e seguintes, do artigo 45 e n.º 1 do artigo 53 do Regulamento Interno do ICS.
O argumento da entidade não contesta a matéria apresentada, visto que, em termos de
hierarquia, a lei é superior ao regulamento, além de que este não devia contradizer as leis
vigentes.
Em sede do contraditório, o Governo remeteu a este Tribunal os talões de depósito n.ºs
17165486 e 24904935, nos montantes de 3.000,00 Meticais e 2.000,00 Meticais,
respectivamente, atinentes ao saldo de 5.000,00 Meticais que não fora justificado. Em relação
ao Regulamento Interno do Instituto, o Governo acrescenta que decorre um trabalho visando
a revisão do mesmo, de modo a adequá-lo às demais leis vigentes sobre a administração
financeira do Estado.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-34
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-35
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-36
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-37
Novembro de 2011
quadros por um lado e, por outro, garantir a sua retenção, devido aos salários pouco
atractivos em vigor naquela escola.
Os salários e remunerações dos funcionários e agentes do Estado são fixados por
órgãos competentes da administração pública e não de forma particularizada, por cada
instituição ou organismo do Estado. Assim, aqueles pagamentos são indevidos, à luz
do disposto no artigo 96 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, atinente ao regime
relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal
Administrativo.
Por outro lado, a utilização de dinheiros ou outros valores públicos em finalidades
diferentes das legalmente previstas constitui infracção financeira, nos termos do
estabelecido na alínea n) do n.º 3 do artigo 93 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro;
b) na Componente Investimento, apurou-se que os projectos “MT05-02-MTC-2010-
0010-Apetrechamento da Biblioteca e MT05-02-MTC-2005-0004-Aquisição de
Equipamento para a Escola Superior de Ciências Náuticas”, orçados em 2.500.000,00
Meticais e 3.000.000,00 Meticais, respectivamente, não foram executados.
Sobre este aspecto, a entidade afirmou, no contraditório, que a aprovação tardia do
orçamento teve alguma influência no nível de execução, aliado ao facto de, até ao
período da auditoria, estarem a ser realizados projectos de investimento.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-38
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-39
Novembro de 2011
Refira-se que a entidade fez estes pronunciamentos sem anexar, ao contraditório do relatório
preliminar, o documento da Direcção Provincial do Plano e Finanças de Maputo que autoriza
tal pagamento.
O procedimento adoptado pela entidade constitui violação das normas sobre a elaboração e
execução dos orçamentos, bem como da assunção, autorização ou pagamento de despesas
públicas ou compromissos, à luz do disposto na alínea b) do n.º 3 do artigo 93 da Lei n.º
26/2009, de 29 de Setembro, atinente ao regime relativo à organização, funcionamento e
processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-40
Novembro de 2011
Nesta entidade, verificou-se que entre a informação registada nos mapas Demonstrativos
Consolidados das componentes Funcionamento e Investimento e a dos Relatórios de Fundos
disponibilizados (relação das OP´s), das mesmas componentes, há uma diferença de
26.845.121,15 Meticais por justificar.
Ora, tratando-se de informações que são processadas pelo mesmo sistema, não fica clara a
origem destas diferenças.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-41
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-42
Novembro de 2011
a) a conta bancária n.º 62766179 – Centro Social, foi criada com o propósito de nela se
depositarem as contribuições dos membros do Fundo Social e através dela
concederem-se empréstimos aos mesmos. No período em análise ela foi utilizada no
pagamento de despesas de 2.049.731,25 Meticais, no âmbito da visita presidencial à
Província de Gaza, as quais deveriam ter sido feitas por conta dos Encargos Gerais do
Estado.
A entidade, em sede de auditoria, esclareceu que esta situação se tinha ficado a dever
ao facto de o Departamento de Contabilidade Pública ter constatado que a conta para
onde deviam ser transferidas tais verbas, não se encontrava cadastrada no sistema,
tendo-se, em face da urgência da despesa, efectuado a transferência do respectivo
montante para a conta n.º 9418895 – Salários e Remunerações.
Sobre a mesma questão, a gerência da entidade, em sede do contraditório, afirmou
que os Encargos Gerais não têm conta específica por onde sejam movimentados os
seus fundos. Assim, e dado que na altura as contas de funcionamento e as de salários
estavam inacessíveis para receber os fundos via e-SISTAFE, recorreu-se, para o
efeito, àquela conta do Centro Social.
A situação indicia a falta de transparência e dificulta o controlo da utilização dos
fundos públicos, além de violar os princípios de contabilidade geralmente aceites.
Há a referir, ainda, que o procedimento adoptado pela entidade constitui infracção
financeira, à luz do disposto na alínea b) do n.º 3 do artigo 93 da Lei n.º 26/2009, de
29 de Setembro, atinente ao regime relativo à organização, funcionamento e processo
da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo;
b) consta do Mapa Demonstrativo Consolidado do Orçamento de Investimento por
UGB/CED, a dotação actualizada de 9.999.033,00 Meticais, referente ao projecto
“GAZ01-00-GAZ-2010-0084 – Construção de Casa de Hóspedes na Praia do Bilene”,
que inicialmente não estava previsto no orçamento da DPPFG.
Instada a pronunciar-se sobre o assunto, a entidade referiu que inscreveu este projecto
para acomodar os funcionários que se deslocavam em missão de serviço ao Distrito
do Bilene-Macia, como forma de minimizar as despesas de alojamento.
A DPPFG, tanto no decurso da auditoria, como em sede do contraditório, não
disponibilizou os documentos que autorizam a criação deste projecto.
Note-se que a alteração acima indicada contraria o disposto na alínea a) do n.º 2 do
artigo 2 do Decreto n.º 11/2010, de 12 Maio, o qual estipula que é delegada no
Ministro das Finanças, nos casos devidamente fundamentados e em qualquer nível
(Central, Provincial e Distrital), a competência para (...) autorizar a inscrição de
novos projectos e dotações.
Da informação contida no e-SISTAFE, apurou-se que as despesas relativas a este
projecto foram pagas directamente aos fornecedores. Porém, no âmbito da análise dos
processos das despesas pagas com fundos deste projecto, foi possível apurar que
7.789.246,71 Meticais (77,9% dos fundos do projecto em causa) foram gastos no
âmbito da presidência aberta e 2.209.786,29 Meticais (22,1%) no apetrechamento das
instalações da DPPFG.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-43
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-44
Novembro de 2011
(Em Meticais)
Data OP Beneficiário Valor Observações
Pagamento da primeira prestação da
EMAF-
16/12/2010 201000053 200.060,63 montagem e reparação de persianas do
Construções
edifício da DPPFG.
Pagamento da última prestação da
EMAF-
21/12/2010 201000061 200.062,63 montagem e reparação de persianas do
Construções
ediício da DPPFG.
Pagamento da substituição de cartas de
Moisés Raúl USB, Parallel , Port Impressora Laser Jet,
21/12/2010 201000063 16.300,00
Sitoe substituição da image na impressora laser
jet 24.
Total 421.002,45
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-45
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-46
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-47
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-48
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-49
Novembro de 2011
6.7.2.3.1–Distrito de Boane
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-50
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-51
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-52
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-53
Novembro de 2011
a) no dia 21/12/2010, foram emitidas as OP’s n.ºs 31, 32 e 33, nos valores de 17.955,65
Meticais, 44.863,35 Meticais e 486.000,00 Meticais, respectivamente, totalizando
548.819,00 Meticais, equivalentes ao valor da requisição emitida para a construção de
10 lavadouros e trabalhos adicionais. Não se indicam, no processo, os locais onde
foram construídos os referidos lavadouros, nem a especificação dos trabalhos
adicionais realizados. Por outro lado, esta despesa não tinha sido prevista no
orçamento da entidade, em violação do preceituado no n.º 2 do artigo 15 da Lei n.º
9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo o qual “nenhuma despesa deve ser assumida,
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-54
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-55
Novembro de 2011
2
Não é referido no processo se são passagens aéreas ou terrestres.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-56
Novembro de 2011
Nesta entidade, com a dotação do Funcionamento de 2010, foram pagas dívidas da renda de
uma residência, referente ao período de Janeiro a Julho de 2009. A referida dívida foi
liquidada com o orçamento de 2010, através da OP n.º 201000410, no valor de 70.000,00
Meticais, contrariando o disposto no n.º 3 do artigo 15 da Lei n.º 9/2009, de 12 de Fevereiro,
que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, segundo o qual as despesas só
podem ser assumidas durante o ano económico para o qual tiverem sido orçamentados.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-57
Novembro de 2011
Quadro n.º VI.29- Processos Individuais não Visados pelo Tribunal Administrativo
Âmbito
Central Provincial Distrital
Ilha de
Entidades Qtd. Designação Nampula Qtd. Designação Qtd. Designação
Moçambique
MINAG 10 DPPFN - SDIM 1 Processos de
MITUR - DPAN - Angoche Qtd.
pessoal sem
MOPH 14 DPS 38 Processos de SDA 1 visto do TA
pessoal sem
Nacala - Contratado
MP 2 DPOPHN 4 visto do TA Qtd.
Porto sem visto do
MISAU 35 SDNP 1
TA
FFM 8 Chókwè Qtd.
FFP 2 Gaza Qtd. Designação SDC 1
Processo sem
Processos de
IND 10 título de
pessoal sem visto DPPFG - Bilene-Macia Qtd.
provimento
INE - do TA DPAG 4 SDBM 13
INAHINA 84 DPS 9 Processos de Magude Qtd.
ICS - DPECG 18 pessoal sem SDMAG -
INED 1 PRM - visto do TA Moamba Qtd.
Contratados
Maputo
HCM 425 SDMOA 17 sem visto do
Provincia
TA
ESCN 47 DPPFM 13 Processos de Matutuíne Qtd.
pessoal sem
- - - DPAM - visto do TA SDPIMAT -
Processo sem
- - - DPOPHM 1 diploma de Namaacha Qtd.
provimento
Processos de
- - - DPSM 24 pessoal sem SDN -
visto do TA
- - - DPICM - processos sem Boane Qtd.
título de
- - - DPVM 5 provimento SDB -
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-58
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-59
Novembro de 2011
ESCN 116 Título de provimento/ despacho de DPPFM 6 Contratos Matutuine Qtd. Documentos em Falta
nomeação
- - - DPAM - - SDPI - -
- - - DPOPHM 2 1 título de provimento e Namaacha Qtd. Documentos em Falta
1 despacho de
transferência
- - - DPSM - - SDN - -
- - - DPICM - - Boane Qtd. Documentos em Falta
- - - DPVM - - SDB - -
- _ - DPCAM - - Manhiça Qtd. Documentos em Falta
- - - GCDM - - SDMAN - -
- - - CMM 595 - - - -
Sub-total 351 641 - 38
Total 1030
Fonte: Relatórios de Auditorias
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-60
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-61
Novembro de 2011
As 118 bolsas nesta situação foram atribuídas a funcionários das seguintes instituições:
Ministério do Turismo (4), Ministério da Saúde (27), Direcção Provincial do Plano e
Finanças de Gaza (7), Direcção Provincial da Saúde de Gaza (11), Direcção Provincial
para Coordenação da Acção Ambiental de Maputo (19), Instituto Nacional de
Estatística (19), Direcção Provincial da Saúde de Nampula (4), Instituto Nacional de
Desminagem (4), Secretaria Distrital da Manhiça (3), Secretaria Distrital da Ilha de
Moçambique (4), Secretaria Distrital de Angoche (7), Serviço Distrital de Planeamento
e Infra-estruturas de Angoche (2), Serviço Distrital das Actividades Económicas de
Angoche (1), Serviço Distrital da Educação Juventude e Tecnologia de Matutuíne (4), e
Serviço Distrital das Actividades Económicas de Matutuíne (2);
g) em 4 processos individuais da Direcção Provincial da Educação e Cultura de Gaza, não
há evidências de constituição da relação de trabalho entre o Estado e os agentes que
prestam serviços naquela instituição.
De acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 9 do Estatuto Geral dos Funcionários e
Agentes do Estado, aprovado pela Lei n.º 14/2009, de 17 de Março, a relação de
trabalho entre o Estado e o cidadão constitui-se através de nomeação ou de contrato,
sujeitos a visto do Tribunal Administrativo e à publicação no Boletim da República.
Havendo dispensa legal do visto, haverá sempre anotação, de acordo com o n.º 2 do
mesmo artigo.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-62
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-63
Novembro de 2011
- - - CMM 2 176.031,18 - - -
Sub-total 248 125.281.177,66 134 35.213.244,46 14 1.990.141.442,50
Total em Qtd. 396
Total (Em Meticais) 2.150.635.864,62
Fonte: Relatórios de Auditorias
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-64
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-65
Novembro de 2011
Âmbito
Central Provincial Distrital
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-66
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-67
Novembro de 2011
Da verificação dos 133 processos relativos aos contratos de Empreitada de Obras Públicas,
apurou-se que:
a) não foram precedidos da abertura de concurso público, contrariando o estabelecido no
artigo 7 do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas,
Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º
15/2010, de 24 de Maio: 1 contrato da Direcção Provincial do Plano e Finanças de
Nampula, no valor de 698.607,73 Meticais, 2 da Direcção Provincial do Plano e
Finanças de Gaza (2.546.578,40 Meticais), 2 do Serviço Distrital de Planeamento e
Infra-estruturas da Macia (1.039.327,50 Meticais), 2 da Secretaria Distrital da Moamba
(2.197.332,96 Meticais) e 8 no Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas da
Moamba (4.538.474,18 Meticais).
O concurso público visa, entre outros, aferir as condições mais favoráveis para o
Estado, conforme resulta do n.º 1 do artigo 35 do regulamento de contratação pública
citado, tendo em vista a salvaguarda do interesse público.
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-68
Novembro de 2011
pagamento, conforme resulta da conjugação do n.º 1 do artigo 113 com o artigo 16,
ambos do regulamento que temos vindo a citar e do ponto 1.12 do anexo M da Circular
n.º 3/GAB-MF/2010, de 18 de Maio, que define os procedimentos de administração e
execução do Orçamento do Estado para 2010. Em relação às despesas realizadas através
das OP´s n.ºs 17, 55, 9, 14, 351, 510, 291, 185, 61, 65, 175, 321, 363, 600, 31 e 216
reconheceram a irregularidade em relação à constatação, tendo-se comprometido a
corrigí-lo.
O Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas da Moamba não se pronunciou, o
que traduz o reconhecimento da infracção supracitada;
b) os contratos mencionados não foram reduzidos a escrito, violando-se o estabelecido no
n.º 1 do artigo 44 do regulamento de contratação pública, que temos vindo a mencionar;
c) não se encontram incorporados, nos processos relativos aos contratos de obras públicas
do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas de Matutuíne, os comprovativos
do pagamento das garantias definitivas que, de acordo com as respectivas cláusulas
contratuais, deveriam ter sido prestadas como condição ao pagamento do adiantamento
de 30% aos adjudicatários.
Nos seus comentários ao relatório preliminar, a entidade reconheceu o facto e afirmou
que “...por falta de conhecimento não se anexava a cópia da garantia ao processo que é
enviado ao Tribunal Administrativo...”.
O TA reitera a constatação e sublinha que a ignorância ou má interpretação da lei não
justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções nela
estabelecidas, de acordo com o preceituado no artigo 6 do Código Civil;
Quadro n.º VI.35 - Contratos Relativos às Obras Públicas sem Visto do TA
(Em Meticais)
N.º de Número de
Entidades Valor do contrato
Ordem contratos
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-69
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-70
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-71
Novembro de 2011
a) os contratos das entidades mencionadas no quadro que se segue não contêm a cláusula
anti-corrupção, preterindo-se o estabelecido n.º 1 do artigo 6 da Lei n.º 6/2004, de 17 de
Junho, segundo o qual, em todos os contratos em que seja parte o Estado, é obrigatória a
inclusão de uma cláusula anti-corrupção, em que as partes se comprometem a não
oferecer, directa ou indirectamente, vantagens a terceiros, nem solicitar, prometer ou
aceitar, para benefício próprio ou de outrem, ofertas com o propósito de obter
julgamento favorável sobre os serviços a prestar. É de realçar que a omissão da referida
cláusula torna o contrato nulo e de nenhum efeito jurídico, nos termos do n.º 2 do artigo
6 da Lei n.º 6/2004, atrás referida.
Quadro n.º VI.36 – Contratos sem a Cláusula Anti-Corrupção
Número
N.º de
de Entidades
Ordem
contratos
Sobre o mesmo facto, a Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação de Maputo,
reagindo ao relatório preliminar de auditoria, afirmou que não obedecera a todas as
regras estabelecidas para adjudicação da obra à Construções Grande Prémio, porque
tratava-se de uma emergência para resolver a crise de falta de água para o consumo
humano que afectava o posto Administrativo de Pessene e a Vila da Namaacha;
b) em 1 contrato de arrendamento do Hospital Central de Maputo, foi considerado como
data de início de vigência do mesmo, o dia da sua assinatura pelas partes, facto que
contraria o estabelecido no artigo 62 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, que
estabelece que os actos e mais instrumentos legalmente sujeitos ao visto, dentre os quais
os contratos, só são eficazes após a concessão do visto, excepto nos casos em que haja
urgente conveniência de serviço;
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-72
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-73
Novembro de 2011
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
RELATÓRIO SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2010 VI-74