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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


PSICOLOGIA

PAULA BEATRIZ SAKURADA

INTERVENÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Londrina
2022
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PAULA BEATRIZ SAKURADA

INTERVENÇÃO E OBSERVAÇÃO DE PACIENTES COM


CÂNCER E ACOMPANHANTES EM UMA ONG: UM RELATO
DE EXPERIÊNCIA

Projeto de Pesquisa apresentado na Disciplina de Estágio


Básico I, da Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera,
como requisito obrigatório para aprovação na referida
disciplina.

Orientador: Matheus Crivelari Fortes

Londrina
2022
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1 INTRODUÇÃO

O câncer é uma doença que acomete o ser humano independentemente de idade,


raça, etnia, classe social, portanto o câncer se mostra de forma democrática, ou
seja, igualitária. Segundo Bossoni (et al., 2009) desde a antiguidade existem relatos
de casos de câncer, descritos pelo pai da medicina, Hipócrates, na Grécia, onde
ocorreram às primeiras descrições dessa patologia. Durante nossa história,
buscamos saber o porquê da doença. Desde o início do câncer, sua causa e
manifestação trazem estigmatizado um sinal de castigo e punição para o indivíduo,
pois dessa forma era visto o sujeito portador de câncer. Hoje, há vários momentos
que ajudam a desmistificar a doença, como a descoberta de tratamentos novos,
avanços tecnológicos, auxiliando assim na modificação da visão do câncer como
uma sentença de morte (CARVALHO, 2002). Alguns pacientes não gostam de ouvir
a palavra “câncer”, mencionar tal termo provoca impactos emocionais, havendo ideia
de algo que há necessidade de temor extremo (TEIXEIRA & PIRES, 2010). Entre os
processos que são desencadeados pelo diagnóstico e por todos que acompanham
(familiares, amigos, etc.) é importante ressaltar o luto, que é composto por cinco
fases: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Em todos os aspectos o
olhar sob o paciente oncológico é em uma ótica biopsicossocial, pois há mudanças
biológicas (efeitos colaterais fortes sobre o corpo), alterações emocionais, e
principalmente, a relações sociais, que há maior significado para o paciente, por
estarem em relação com a família, colegas de trabalho e amigos, onde pode gerar
grande aflição para o sujeito, podendo haver isolamento do mesmo por medo ou
vergonha. De acordo com Menezes, Schulz e Peres (2012) cada vez há um maior
número de diagnósticos, pelo reflexo de uma globalização, no que implica a um
estilo de vida e exposição a fatores de risco. E é importante indagarmos essa
incidência, segundo Ferreira e Moreira (2010) o câncer pode aparecer por um
conjunto de fatores, como a genética, o ambiente (exposição ao sol, água, etc.) e até
mesmo o que comemos influencia no aparecimento da doença. A ONG, chamada
“Tok de amor” (onde o estágio de observação foi realizado), acolhe pessoas com
câncer e seus familiares, busca auxiliar no acolhimento digno 4 aos portadores de
câncer visando à qualidade de vida, respeito e bem-estar. Sendo um local para
oferecer uma forma de contato entre hospital e um lar aconchegante já que muitos
dos pacientes residem longe no hospital, até mesmo em outros municípios. Entre os
6

comportamentos observáveis no campo, um em particular é emitido


incessantemente, a espiritualidade. Para Fornazari e Ferreira (2010) a
espiritualidade é de extrema importância para o paciente, auxiliando no modo de
como o individuo vivenciará o câncer. Nos recursos que o paciente busca para
enfrentamento da doença, o ato de crer é muito delicado e singular, cabe a todos o
respeito e o cuidado para não ferir a fé do outro, já que por vezes é na crença em
algo maior (divindade) que o paciente vê uma forma de passar pelas dificuldades
impostas pelo tratamento. De acordo com a observação foi possível levantar
questionamentos a respeito do comportamento inadequado entre voluntários e
estagiários, no que ressaltou a importância em se perguntar de que maneira as
pessoas se comportam, surgindo à proposta da realização de um livreto para o
campo, visando ampliar o conhecimento sobre a doença de forma clara e objetiva
dentro das relações biopsicossociais do câncer, desenvolvendo temas sobre o
tratamento, diálogo com os profissionais, modo de lidar com a doença (auto-estima,
luto, esperança), apoio familiar e elencando outras instituições para
encaminhamento de demandas nas quais o campo não atende, determinado como
Rede de apoio. Esse livreto possui como objetivo auxiliar a ONG no processo de
conhecimento da doença em conjunto com a vivência do paciente e as relações de
apoio para realização de um trabalho efetivo, buscando servir de referência para
outras instituições que atendem o mesmo público. O câncer é uma doença temida
pelo ser humano, mesmo havendo relatos antigos sobre, ainda é considerado algo
“desconhecido”. O Câncer acomete o homem de forma independente, não se
restringe por questões financeiras, raciais ou quaisquer condições que nós
possamos considerar importante. Em aspectos biológicos, o câncer é o crescimento
descontrolado das células, podendo se manifestar em qualquer parte do corpo,
portanto é um processo natural, se revela de forma benigna (não é classificado como
câncer, pois não causa dano ao organismo) ou maligna. Chamado também de
neoplasia maligna, o câncer, não é contagioso, pode se desenvolver em qualquer
idade, porém “uma pessoa mais velha tem mais chance de desenvolver câncer do
que um jovem. Mas isso acontece de acordo com o tipo de vida que ela leva”
(ANTUNES, PERDICARIS & GOMES, 2015, p. 52). É importante salientar que as
influências para o desenvolvimento do câncer são diversas, como: drogas (cigarro,
álcool), exposição ao sol, alimentação, sedentarismo e até mesmo o sexo através do
HPV. Todas essas influências devem-se ao fato de como é o estilo de vida praticado
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atualmente, o ato de beber/fumar, exposição a ambientes sem devida proteção,


sexo sem preservativo, enfim, de um modo geral, essas influências são resultados
de uma vida “corrida” e imediatista. Atualmente, não há uma cura específica para o
câncer, prevenir-se é a melhor forma para o não aparecimento da doença, mas falar
sobre cura nesse contexto é relativo, pois depende de onde houve o aparecimento
do câncer e em qual estágio se encontra (ANTUNES, PERDICARIS & GOMES,
2015). Com os avanços científicos e tecnológicos, o câncer tem como ser
enfrentado, através de tratamentos que auxiliam no desaparecimento das células
(tumor) inadequadas. As mais conhecidas e utilizadas são a quimioterapia e
radioterapia que podem implicar efeitos colaterais indesejáveis ao paciente. A
quimioterapia é um tratamento a base de medicamentos para eliminação do tumor
ou diminuição do mesmo para que tenha possibilidade de extração através do
método cirúrgico (BARBOSA, 2014). Na radioterapia, é utilizado ondas de radiação,
aonde o tumor se encontra administrado, então, de forma localizada com a
finalidade de controlar o crescimento das células cancerígenas. Podem ser
realizados individualmente e/ou concomitantemente, mas como na maioria dos 6
casos, há utilização dos dois, porém segue uma ordem e o tratamento é viabilizado
de acordo com cada organismo.
A psico-oncologia é a junção de conhecimentos da psicologia e oncologia, para
compreensão do impacto que o câncer trás para a vida do sujeito desde o
diagnóstico, tratamento e possibilidade de cura, “abrange a assistência ao paciente,
família e profissionais de saúde envolvidos com a prevenção, tratamento,
reabilitação e a fase em que os pacientes se encontram fora dos recursos de cura”
(TEIXEIRA & PIRES, 2010, p. 42). Para entendermos a inserção do psicólogo nesse
contexto é importante vermos o surgimento dessa necessidade. O olhar médico
sempre foi voltado à patologia, porém a necessidade dos pacientes oncológicos era
voltada a aspectos biopsicossociais, portanto os pacientes queixavam-se do
processo de vivenciar a doença fora do contexto hospitalar, assim houve a
necessidade da introdução de psicólogos e psiquiatras na equipe médica que só
ocorreu na década de 70, auxiliando o médico na aquisição de informações sobre o
diagnóstico e as relações do paciente com os familiares (CARVALHO, 2002). O
objetivo do psicólogo que atende essa demanda (pacientes oncológicos) é a
identificação dos fatores que afetam o bem-estar de um modo geral, psicológico,
social e efeitos colaterais causados pelo tratamento, fazendo o acompanhamento
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desses pacientes em todos os processos que envolvem o câncer. De acordo com


Soares (et al., 2012. p. 81) “a promoção de informação pode facilitar a adaptação e a
compreensão acerca dos aspectos médicos da enfermidade e do processo em que o
doente se encontra”. O psicólogo deve estar atento aos fatos que permeiam a vida
do sujeito permitindo assim uma atenção integral para identificação do sofrimento e
momentos de estresse que costumam surgir. Também busca minimizar os efeitos e
conturbações que o diagnóstico trás, de modo a auxiliar o paciente retornar a uma
rotina mais próxima possível da que se tinha antes do diagnóstico. É importante que
além de técnicas, haja empatia e uma escuta acolhedora, sendo a maior fonte de
trabalho do profissional permitindo que o paciente possa 7 revelar seus medos e
sentimentos em geral, para que a partir daí possa surgir um processo de elaboração
de vivenciar uma doença. Compreender e dar suporte às mudanças que ocorrem é
importante, podendo aprender com o paciente visando o bem-estar do indivíduo e
não o olhar voltado à patologia (CARVALHO, 2002). De modo geral o atendimento
psicológico deve remeter ao paciente que o momento vivido pode ser compartilhado,
que os sentimentos (ansiedade, medo, tristeza, etc.) devem ser trabalhados para
favorecer o enfrentamento da doença.2 Justificativa
O câncer é uma doença que acomete o ser humano independentemente de
idade, raça, etnia, classe social, portanto o câncer se mostra de forma democrática,
ou seja, igualitária.
Segundo Bossoni (et al., 2009) desde a antiguidade existem relatos de casos
de câncer, descritos pelo pai da medicina, Hipócrates, na Grécia, onde ocorreram às
primeiras descrições dessa patologia.
Durante nossa história, buscamos saber o porquê da doença. Desde o início
do câncer, sua causa e manifestação trazem estigmatizado um sinal de castigo e
punição para o indivíduo, pois dessa forma era visto o sujeito portador de câncer. Hoje,
há vários momentos que ajudam a desmistificar a doença, como a descoberta de
tratamentos novos, avanços tecnológicos, auxiliando assim na modificação da visão
do câncer como uma sentença de morte (CARVALHO, 2002).
Alguns pacientes não gostam de ouvir a palavra “câncer”, mencionar tal termo
provoca impactos emocionais, havendo ideia de algo que há necessidade de temor
extremo (TEIXEIRA & PIRES, 2010). Entre os processos que são desencadeados
pelo diagnóstico e por todos que acompanham (familiares, amigos, etc.) é importante
ressaltar o luto, que é composto por cinco fases: negação, raiva, barganha, depressão
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e aceitação.
Em todos os aspectos o olhar sob o paciente oncológico é em uma ótica
biopsicossocial, pois há mudanças biológicas (efeitos colaterais fortes sobre o corpo),
alterações emocionais, e principalmente, a relações sociais, que há maior significado
para o paciente, por estarem em relação com a família, colegas de trabalho e amigos,
onde pode gerar grande aflição para o sujeito, podendo haver isolamento do mesmo
por medo ou vergonha.
De acordo com Menezes, Schulz e Peres (2012) cada vez há um maior número
de diagnósticos, pelo reflexo de uma globalização, no que implica a um estilo de vida
e exposição a fatores de risco. E é importante indagarmos essa incidência, segundo
Ferreira e Moreira (2010) o câncer pode aparecer por um conjunto de fatores, como a
genética, o ambiente (exposição ao sol, água, etc.) e até mesmo o que comemos
influencia no aparecimento da doença.

1 OBJETIVO GERAL
O objetivo do trabalho é discutir os temas observados no campo de estágio de
acordo com a aprendizagem sobre a doença e os aspectos que a permeiam.

1.1 OBJETIVO ESPECÍFICOS

 Criar estratégias de apoio para acolher o paciente oncológico.


 Entender a importância da família durante esse processo.
 Criar uma rede de apoio e um ambiente acolhedor para ambos,
pacientes oncológicos e familiares.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O acolhimento foi a principal ferramenta, ser empático foi primordial para o


trabalho e escuta dos pacientes. Cabe o respeito ao outro, deixar que ele sinta vontade
de se expressar sobre a doença e não confrontá-lo, por isso a ONG é um espaço que
deve ser acolhedor para os frequentadores entendendo que somos pessoas, mesmo
as que passam pela doença são simplesmente pessoas, que merecem atenção sem
as reduzirmos por uma patologia temida.
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4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Março Coleta de dados através de questionário


Abril Escuta de queixas
Maio Intervenção de queixas
Junho Dinâmicas e/ou atividades

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que os sentimentos/comportamentos e expectativas do paciente


frente ao câncer é só mais um dos problemas a serem enfrentados, visto que, quando
uma pessoa descobre que é portadora de uma neoplasia maligna ela passará por
situações conflitantes em que se faz necessário buscar ser compreendida e que não
se sinta e esteja sozinha. Foi possível identificar que o sofrimento estava e é presente
na experiência, ainda mais junto com o abandono de alguns familiares, amigos,
pessoas do convívio. Viver com uma doença estigmatizante, conviver com
sentimentos negativos e enfrentar o tratamento e suas consequências significam para
os pacientes viver constantemente inseguros e com incertezas, momento este em que
se torna importante a participação do profissional de saúde, já que o diagnóstico traz
um significado em suas vidas e suas formas de enfrentamento, para auxiliar em todo
o processo da doença e além dela. O trabalho com pacientes oncológico é sempre
surpreendente encontramos pacientes em todos os estágios e mais variados tipos de
câncer, entre todas as fases do tratamento e pós-tratamento. A fase de maior
dificuldade do paciente é quando ele descobre a doença e sem o conhecimento prévio
é cercado pelo medo da morte e das dificuldades que vem acompanhada do
diagnóstico, mas é nesse primeiro momento que se dá início a uma caminhada de
tratamento, medicações e a conquista de grandes amizades durante essa trajetória.
É muito importante para o paciente ser tratado além do seu diagnóstico, muitas vezes
a doença vem antes mesmo do seu nome, como se ela assumisse uma identidade
que não é dela. A casa de apoio tem esse intuito de acolher independente de o
diagnóstico, conversar sobre a família, vida e planos pessoais e da importância de
enxergar um futuro apesar da situação presente. E como cada indivíduo é único
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devemos sempre nos lembrar de que cada um reage de maneira diferente, diante das
adversidades da vida e como umas das mais importantes formas de minimizar os
efeitos do tratamento podem citar a espiritualidade como forma de apoio e consolo é
muito presente na maioria dos pacientes. Outro aspecto de grande importância é o
acompanhante durante o 15 tratamento, pois muitas vezes o acompanhante também
é um suporte de grande importância, cuidando do paciente nos momentos de
tratamento e também para suporte emocional nos momentos difíceis (CARVALHO,
2008). É sempre importante salientar que o câncer não é uma sentença e sim uma
doença, que hoje com os mais diversos tratamentos ofertados é possível a cura total
e parcial da doença, que apesar das grandes dificuldades ainda enfrentadas pelo SUS
os hospitais do câncer, mantém e prioriza seus usuários de forma abrangente e que
é importante seguir à risca todas as prescrições médicas.

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