Ética e Legislação Profisisonal
Ética e Legislação Profisisonal
Ética e Legislação Profisisonal
PROFISSIONAL
SUMÁRIO
Referências ................................................................161
Apresentação
Histórico e a
construção da ética
Objetivos de aprendizagem: Nesta primeira unidade você estudará
o histórico e a construção da ética, como o propósito de compreen-
são dos fundamentos éticos, suas definições, princípios e valores na
sociedade contemporânea e o compromisso e a construção histórica
do ser social.
Seção 1: Ética
Nesta seção conheceremos a ética na sua concepção
histórica, o homem como um “ser social”, que tem
necessidades, e estabelece valores e princípios como
regras e normas de sobrevivência.
Introdução ao estudo
Seção 1 Ética
A concepção de ética se deu ao logo da construção histórica do homem;
vamos percorrer alguns aspectos da evolução do homem. Segundo a sociologia,
o homem sempre foi objeto de curiosidade humana, iniciando com a relação
do homem e a natureza, e seu propósito de extrair meios de sua sobrevivência.
Com o passar do tempo foi desenvolvendo habilidades de transformar a natureza
e suprir suas necessidades; assim, o homem começa a evoluir e com o processo
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ÉTICA MORAL
A ética é atenta às mudanças históricas, Para o senso comum a moral significa
sociais, às mentalidades e às sensibilidades proibições, obrigações formais. Por sua
cabíveis aos desafios decorrentes do pro- natureza, a moral se concretiza como um
cesso de transformação da história. sistema fechado.
Ética se estabelece no campo teórico e refle- Se concretiza na vida prática e no coti-
xivo. diano do indivíduos.
Permanente. Está presente no convívio social desde
Ser tomado na universalidade. os tempos primitivos.
Regras/princípios. Moral precisa de um sistema de costumes e
Singular. de exigências.
Teoria que busca justificar os costumes da Temporal.
sociedade. Cultural.
A análise dos fundamentos da moral, reme- Conduta de regras.
tendo à reflexão filosófica ou metafísica. Prática.
Um sistema mutável, historicamente de-
terminado, de costumes e imperativos que
propiciam a vinculação de cada indivíduo.
Fonte: Do autor (2013).
Não existe ninguém sem ética; a grande questão é quem determina esses
princípios que norteiam a ética; trabalhamos com a referência que inicialmente
a sociedade estabelecia valores morais que determinava o agir dos indivíduos
em sociedade.
[...] é que todo homem é um ser ético, quer fique calado,
quer se manifeste. Algumas situações exigem que ele se
manifeste como relação prioritária: trata-se, então, de
uma relação ética por excelência; outras relações são
científicas, políticas, estéticas prioritariamente, mas existe
um posicionamento em potencial que pode ou não se
manifestar ao mesmo tempo (BARROCO, 2010b, p. 65).
A ética vem por meio da reflexão filosófica de interpretar o agir do ser social
e assim transformar a morada humana em um ambiente melhor.
A seguir, vamos refletir que valores nos dias atuais, o que somos desafiados
constantemente enquanto compromisso e responsabilidade de cidadãos, pro-
fissionais e necessidades pessoas.
Diz Barroco (2010b, p. 63), que nenhuma sociedade vive sem normas de
convivências:
[...] nenhum grupo ou coletivo trabalha ou executa de-
terminadas tarefas compartilhadas sem definir algumas
regras básicas para a divisão de responsabilidades, se
estabelecer critérios de valor e princípios para avaliar
seus compromissos.
O professor Sérgio Cortella, com o seu exemplo, contribui para a nossa reflexão.
Podemos considerar como definição de ética, tudo aquilo que nos desafia
a sair de nossa zona de conforto, nos proporcionando certa inquietação.
Um exemplo, quando ministrava uma aula da disciplina de Ética e Legislação
Social, um funcionário que nos assessorava me perguntou:
Como passar valores que justificam o roubou, seria os nossos Robin Hood
brasileiros, cabe ressaltar que eles não roubam dos ricos e sim dos cofres pú-
blicos, e os dados do IBGE nos mostram que a cada década mantém e aumenta
a desigualdade social reflexo da má distribuição de renda.
Por décadas esse chavão predominou na sociedade brasileira, o qual sempre
nos causou incomodo; a referência de sempre dar um jeitinho brasileiro, esses
conceitos são inaceitáveis nas sociedades, pensar o Brasil com uma sociedade
capitalista, sim, com graves desigualdades, reflexo da má distribuição de renda,
falta de comprometimento dos administradores públicos com políticas públicas
e sociais; porém ressalto, é uma nação de cidadãos que trabalham, sofrem ao
acordarem nas madrugadas para pegar um metrô ou ônibus, muitas vezes, em
percurso de horas para chegar a seus locais de trabalho, uma nação solidária
quando vivenciamos problemas de calamidades públicas como acometido pelo
estado do Rio de Janeiro e Santa Catarina neste ano, apresentados nos meios
de comunicações.
Não podemos esquecer-nos da dívida social e política que o próprio sistema
capitalista proporcionou ao longo se sua concepção, tornando público da as-
sistência social uma parcela da população que encontram na pobreza vivendo
em graus inaceitáveis de miséria e vulnerabilidade social.
Diz o professor Cortella (2010, p. 59):
[...] o espaço da ética na relação indivíduo/sociedade
deve ser um tema fundamental para nós que atuamos jun-
tos a essas populações, compreendendo que esse espaço
se transforma, se reelabora, se reinventa no dia a dia e
que ele não é idêntico para o conjunto dos componentes
de uma mesma sociedade.
Links
Acesse o link com o vídeo da entrevista no programa do Jô Soares com o Professor Mário Sérgio
Cortella “Filosofia explica a ética”
<http://www.youtube.com/watch?v=vjKaWlEvyvU&hd=1>
Resumo
Esta unidade abordou um estudo acerca do contexto histórico de for-
mação da ética, a concepção do homem enquanto ser social, sua relação
com a natureza e a transformação desta como meio de suprir suas neces-
sidades imediatas, assim iniciamos o estudo do homem em relação como
trabalho, contexto histórico, social e econômica que se da as relações de
produção e natureza humana.
Assim como, a unidade tem o propósito de proporcionar o conheci-
mento do homem enquanto constituição da sociedade e as relações que
estabelecem na evolução da humanidade.
A ética como um caráter móvel e dinâmico, e, assim, compreendê-la
como contexto da sociedade contemporânea.
Atividades de aprendizagem
1. O que é moral?
2. Como diferenciar a moral da ética para que não continuemos a
confundi-las?
3. O que é ser ético?
4. Quais os valores ético da sociedade contemporânea?
5. Como falar de ética na atualidade e relacioná-la à concepção do ser
social?
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Introdução ao estudo
Para dar continuidade aos fundamentos éticos do serviço social, como de-
finido na unidade anterior, partindo da referência do homem como um ser social e
com valores estabelecidos historicamente. Compreende-se que a ética social
deva permear a ética profissional e estar vinculada a uma trajetória histórica.
Nesta unidade estudaremos os Fundamentos Éticos no Serviço Social.
Iniciaremos com ética e as profissões; e após contextualizar a importância da
ética para o serviço social — ética e serviço social, e encerrando a unidade
abordaremos a importância da ética na pesquisa, principalmente nesse período
de formação, pois esse processo proporcionará ao aluno o embasamento teó-
rico da práxis profissional com compromisso e responsabilidade com a ética.
Assim de acordo com Simões (2009, p. 70), “[...] a ética serve também como
um método de direcionamento em relação à vida e aos interesses da população”.
Para compreender o conceito da concepção das profissões na sociedade
capitalista é fundamental compreender as definições das relações sociais prees-
tabelecida, “[...] numa sociedade em que interesses particulares entram em
contradição com os gerais, passa a haver, evidentemente, uma moral particular
em conflito com os padrões ou eixos coletivos” (SIMÕES, 2009, p. 63).
Fundamentos éticos no serviço social 41
Em nenhum momento a mãe relata não querer ficar com a criança; pede que
a vizinha cuide, pois não se vê capaz de comprometer-se aos cuidados neces-
sários, e assim que a criança termine o tratamento devolva aos seus cuidados.
No parecer social é relatada a situação apresentada, porém observa-se que
a mãe não tem estrutura econômica, física, psicológica para os cuidados com
a criança; também, tem-se a informação que esta mãe é acompanhada por
outras instituições da rede de proteção social.
Ciente de que os cuidados de uma criança em tratamento quimioterápico
(QT) requer cuidados especiais, tais como consultas periódicas, coletas de
exames, a administração de medicamentos em horário correto. Quando inicia
a administração da QT geralmente causa ao paciente um desconforto físico,
psicológico, imunológico, com períodos com falta de apetite, outros apetites
descontrolados, irritabilidade, ansiedade, indisposição, queda da imunidade,
o que requer do “cuidador”, um cuidado especial constante, com atenção,
carinho, disponibilidade de tempos para acompanhar o tratamento, pois os
pacientes mantêm períodos longos de internações. Também requer dos fa-
miliares uma redistribuição de funções, desprende de recursos financeiros
com transportes, alimentação, medicações, os quais, algumas vezes, não são
fornecidos pelo SUS.
Entende-se que o compromisso com o parecer social está relacionado ao
agir eticamente para “não errar” em um parecer, “[...] a forma de seu controle
assenta num complexo de motivos humanistas, uma medida de elevada res-
ponsabilidade moral. Daí que suas qualidades morais se tornam requisito de
sua própria aptidão profissional” (SIMÕES, 2009, p. 516).
No exemplo, procura-se a atuação interdisciplinar e anexar ao processo
relatórios que venha complementar o parecer social, tais como: do médico,
da enfermagem, da psicologia, das instituições que acompanhavam esta mãe,
como Centro de Referência de Assistência Social (CRASS), Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS), Casa abrigo, entre outros. Assim elabora-se um processo
com o parecer social e anexo de todos os relatórios complementares, enca-
minhado ao Juiz da Vara da Infância e Juventude da comarca, para parecer de
definição de conduta.
Para finalizar o exemplo apresentado, esta criança ficou com a vizinha como
família substituída no processo de tratamento, com o documento da guarda
provisória, a qual verbalizava constantemente que assim que terminasse o
tratamento devolveria para a mãe; a mãe não manteve contato com a criança
por decisão própria.
Fundamentos éticos no serviço social 45
Links
Para saber o contexto histórico do CFESS/CRESS, assim com legislação social, os códigos de
éticas do serviço social e eventos e outras informações da categoria esta disponível em: <http://
www.cfess.org.br>.
Algumas vezes, “fazemos muitas coisas sem refletir”, talvez, justificados pela
seguinte frase popular, “todos fazem e eu faço”, não pensando no porquê fazer,
e as consequências desse fazer? Ou, simplesmente nos pegamos repetindo os
costumes e hábitos vivenciados pelos nossos pais, e avós; é o que podemos
chamar de senso comum ou o conhecimento vulgar, “[...] a principal virtude
ética nos nossos tempos, para poder manter a integridade e cuidar da casa, da
morada do humano, é a incapacidade de desistir, é evitar o apodrecimento
da esperança” (CORTELLA, 2005, p. 7).
A necessidade de sair do senso comum e a busca do conhecimento científico
nos direcionam à pesquisa do compromisso ético, “[…] a produção do conhe-
cimento está relacionada à capacidade deste cuidar daquela, isto é, manter a
integridade digna da vida coletiva” (CORTELLA, 2005, p. 7).
De acordo com Minayo (2010, p. 9, grifo do autor), a pesquisa define
que sempre existiu preocupação do homo sapiens com o conhecimento da
realidade, e apresenta que, “[...] a ciência é uma forma de expressão dessa
busca, não exclusiva, não conclusiva, não definitiva. E consta que, “a ciência”
e a forma hegemônica de construir a realidade”.
coisa que você quer, mas não pode, muita coisa que você
deve mas não quer (CORTELLA, 2005, p. 5).
Links
Para obter mais conhecimentos sobre a ética na pesquisa acesse o link:
Cadernos de ética em pesquisa. Brasília: CONEP, v. 1, n. 1, jul. 1998. Disponível em: <http://conselho.
saude.gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/materialeducativo/cadernos/caderno01.pdf>. Acesso
em: mar. 2012.
Resumo
A unidade abordou os Fundamentos Éticos no Serviço Social, a qual
foi trabalhada com quatro seções, nas quais foram abordadas a concepção
da Ética e as Profissões, a Ética e o Serviço Social e Ética na Pesquisa.
Atividades de aprendizagem
1. Qual é a definição de um profissionais liberais?
2. É competência do assistente social definir a guarda, ou adoção de
uma criança ou adolescente?
3. Como pensar ético na pesquisa científica?
4. Como compreender a relação do poder x não dever?
5. Como trabalhar com os princípios éticos na pesquisa e quais parâ-
metros estabelecemos como princípios?
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Introdução ao estudo
Princípios
Humanismo católico de origem europeia.
fundamentais
Respeito a pessoa humana, dignidade, autodeterminação, bem
Valores
comum.
Preocupação da categoria na época — relação de comportamento
Momento históricoprofissional fundamental/valores humanismo católico;
Especialização nos EUA — importando metodologia e técnicas nova.
Fonte: Do autor (2013).
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Princípios
Humanismo católico de origem europeia.
fundamentais
Respeito a pessoa humana, dignidade, auto determinação, bem
Valores
comum.
Preocupação da categoria na época — relação de comportamento
Momento históricoprofissional fundamental/valores humanismo católico;
Especialização nos EUA — importando metodologia e técnicas nova.
Fonte: Do autor (2013).
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Por que o código do serviço social de 1986 exigiu um nova postura ética
do profissional?
O código do serviço social de 1986 exigiu um nova postura ética do profissio-
nal, a reflexão diante dos valores do trabalho coletivo, a categoria se insere nas
lutas das classes trabalhadoras, superando a perspectiva — histórica e acrítica,
com uma postura em defesa dos direitos. O código de ética de 1986 é o primeiro
a romper com o histórico conservadorismo dos códigos de ética brasileiros.
Tem-se, então, uma percepção da ação profissional que
requer capacitação para elaborar, gerir e decidir a respeito
de políticas sociais e programas institucionais, o que pressu-
põe instrumentos para o conhecimento critico da realidade
política e social (PAIVA, 2010, p. 160).
Princípios
Militância político-partidária.
fundamentais
Valores Participação política vinculada aos movimentos da classe trabalhadora.
Ruptura radical com o fundamento ético anterior; referencial marxista;
Momento histórico
compromisso com a classe trabalhadora.
Fonte: Do autor (2013).
Resumo
Encerramos a terceira unidade, a qual nos possibilitou fazer um per-
curso do contexto histórico dos fundamentos e valores ético na concepção
dos códigos de ética do serviço social de 1947, 1965, 1975 e o de 1986,
os quais estudamos nos diferentes contextos e cenários históricos políticos,
econômico e social, assim como as reflexões dos categoria profissional no
processos de revisões deles e comprometimento ético perante os princípios
e valores estabelecidos.
Atividades de aprendizagem
1. Como são definidos os deveres do profissional assistente social no
código de ética do serviço social de 1947?
2. Qual é a importância do movimento de reconceituação diante da
concepção do processo de construção e revisão dos códigos de ética
do serviço social?
3. Por que o código do serviço social de 1986 exigiu uma nova postura
ética do profissional?
4. Qual a importância do Código de Ética do Serviço Social de 1986
para a categoria profissional?
Unidade 4
Código de ética de
1993 ao projeto ético-
-político do serviço
social
Objetivos de aprendizagem: Esta unidade tem como propósito o
estudo do processo de constituição do Código de Ética do Serviço
Social de 1993, seus princípios, valores e compromisso profissional
com os deveres e direitos do profissional; trazer à reflexão o compro-
misso do profissional com o Projeto Ético Político do Serviço Social e,
nesse contexto, a concepção da Lei de regulamentação da profissão
do serviço social.
Introdução ao estudo
construção histórica que foi gestada nas três últimas décadas, a concepção de
novos valores profissional e o rompimento do conservadorismo na profissão,
com uma visão inovadora de compromisso com a categoria definida como O
Projeto Ético-político do Serviço Social; e encerraremos esta unidade com uma
reflexão relacionada ao mesmo cenário histórico de concepção que foi a gestão
da Lei de Regulamentação da Profissão de Serviço Social de n. 8.6662/93 de
8.662/93
7 de junho de 1993.
A Assistência Social tem a sociedade civil com sua participação ativa nas
lutas na construção das políticas sociais públicas, que ao longo desses anos
foram marcadas pela garantia dos direitos políticos, concentrou sua força na
consolidação de direitos, os quais, afiançados pela Constituição Federal de
1988, e outras legislação social pertinentes, com enfoque na participação
popular por meio de organizarem nos conselhos, fóruns, conferências, como
forma de controle da “coisa pública”.
A assistência social como política pública, orienta-se pelos direitos de
cidadania e não pela ajuda ou favor, até então vivenciado pelo serviço social,
o Código de Ética de 1986 rompe com esta visão e o Código de Ética de 1993,
compromete-se com os princípios profissionais que são legitimados com
a Constituição Federal, assim como a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).
De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS): Art. 1° “A As-
sistência Social, direito do cidadão e dever do Estado, é política de seguridade
não contributiva, que provê os mínimos sociais” (BRASIL, 1993).
A Municipalização e a Descentralização das políticas sociais públicas vem
ocorrendo no mundo todo desde a década de 1980, com propósito de possi-
bilitar a aproximação e a melhora no atendimento da população em relação à
gestão local, com diagnóstico local, priorizando a necessidade da população
Código de ética de 1993 ao projeto ético -político do serviço social 85
Links
Confira as resoluções abaixo:
Resolução CFESS n. 489/2006
<http://www.cfess.org.br/pdf/resolucao_4892006.pdf>.
Resolução CFESS n. 615/2011
<http://www.cfess.org.br/arquivos/615-11.pdf>.
Do fisioterapeuta;
Do administrador;
Do psicólogo;
Do assistente social.
Quando o profissional de serviço social faz parte de uma equipe de traba-
lho são importantes, à definição “clara” dos papéis desempenhados, esclare-
cer as suas atribuições e competências, com a elaboração de um manual de
normas, rotinas e atendimentos, e criar junto com a equipe uma rotina que
assegure a atuação do Serviço Social com os usuários e as famílias, na relação
interdisciplinar.
Algumas vezes, observamos a falta de clareza de papéis em uma equipe de
trabalho. O profissional de serviço social não deve ser considerado o profis-
sional que informa a equipe, como se fosse um mero investigador, “cuidado”;
é bom ter cautela ao repasse de informações na equipe de trabalho. Somente
expor o que realmente vai complementar os objetivos comuns; seja ético. Al-
gumas vezes teremos que responder que o nosso compromisso ético não nos
permite expor o usuário ou seus familiares, caso contrário o profissional pode
ser configurado como abuso de direito.
De acordo com o atual Código de Ética do Serviço Social de 1993, Cap.
V — Do Sigilo Profissional:
Art. 15 — Constitui direito do assistente social manter o
sigilo profissional;
Art. 16 — O sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo de
que o assistente social tome conhecimento, como decor-
rência do exercício da atividade profissional;
Art. 17 — É vedado ao assistente social revelar sigilo
profissional (RIO DE JANEIRO, 1993, p. 7).
De acordo com Netto é nos anos 70 e 80 que o serviço social colhe seus
primeiros frutos com os espaços das pós-graduações e se consolida na produ-
ção de conhecimentos.
[...] nos anos 70, quando, como resultado da Reforma
Universitária imposta pela ditadura, o Serviço Social
legitimou-se no âmbito acadêmico, surgem os cursos de
pós-graduação (primeiro os mestrados e depois, nos anos
oitenta, os doutorados; também foram fomentadas as
especializações) (NETTO, 2008, p. 151, grifo do autor).
Links
Para informações de como proceder para fazer o seu cadastro, após o término do curso de
serviço social, e demais informações pertinentes à profissão acesse os links:
<http://www.cresspr.org.br/site/inscricao-e-cadastro/>.
<http://www.cfess.org.br/>.
Ou acesse o link do CRESS da sua regional.
Resumo
Reforçamos que é pré-requisito indispensável neste período de forma-
ção e como futuros profissionais de serviço social o estudo do referencial
teórico apresentado. É de extrema necessidade a leitura na íntegra do Có-
digo de Ética do Serviço Social e da Lei de Regulamentação da Profissão,
assim como o conhecimento e o compromisso ético-profissional com o
Projeto Ético-político do Serviço Social.
Atividades de aprendizagem
1. Quando o profissional de serviço social pode revelar um “fato” que
adquira conhecimento por meio do atendimento social?
2. O que determina uma situação cuja gravidade possa, envolvendo ou
não fato delituoso?
3. O que são os princípios do código de ética do serviço social?
Código de ética de 1993 ao projeto ético -político do serviço social 113
Introdução ao estudo
e tecnologia; por outro lado a pobreza e miséria, com alto índice de vulnerabi-
lidade social, que imperam o desemprego, a violência, o exílio em territórios
urbanos sem infraestrutura ou políticas sociais, expondo um contingente da
população, os quais são público-alvo dos serviços sociais, “[...] um sistema
de bem-estar social no qual mercado cuida daqueles com poder de compra e
deixa os grupos mais vulneráveis sob responsabilidade das instituições locais”
(RAICHELIS; RICO, 1999, p. 22).
A década de 1990 é marcada pelas reformas do estado brasileiro, inicia-se o
processo com o governo Collor, e seguindo com o governo Fernando Henrique
Cardoso, com as orientações da perspectiva neoliberal enfatizando a crise do
estado, com a deterioração dos serviços públicos e cresce o discurso privatizante
e o ataque ao funcionalismo público.
Segundo Behring e Boschetti (2010, p. 197, grifo do autor):
Hoje, é preciso reconstruir um país que foi nacionalmente
destruído. As exigências e as necessidades são muito
maiores que “resgatar a dívida social e redemocratizar o
país”. Hoje, temos um país econômica, moral e social-
mente destrocado e precisa de ações governamentais
incisivas e radicais.
O assistente social poderá até ser visto como incomodo para algumas insti-
tuições, na relação de defesa de umas políticas de direitos na relação “Estado x
Usuários”, o qual vincula o perfil ético profissional, e busca o questionamento
diante das demandas expostas.
Serviço social e a ética na atualidade 135
O financiamento efetivo;
A democratização do poder local;
Compreende a autoidentidade do movimento sanitário e a identidade
dos agentes sociais.
Essas mudanças não abrangiam apenas o sistema, mas todo o setor de saúde,
introduzindo uma nova ideia na qual o resultado final era traduzido como a
melhoria das condições de vida da população.
[...] o Serviço social está recebendo influências desta
conjuntura, (de crise do Estado brasileiro, de falência da
atenção à saúde e do movimento de ruptura com a política
de saúde vigente e construção de uma reforma sanitária
brasileira); por outro lado, está passando por um pro-
cesso interno de revisão, de negação do Serviço social
Tradicional, havendo, assim, uma intensa disputa pela
nova direção a ser dada a profissão (BRAVO, 2008, p.
204, grifo do autor).
Links
Conheça os parâmetros de atuação do serviço social na saúde, sua construção perante a política
de saúde e as principais diretrizes de atuação profissional.
Recomenda-se a leitura dos documentos na íntegra:
Disponível em:
<http://www.cfess.org.br/arquivos/CartilhaFinalCFESSCFPset2007.pdf>.
<http://www.cfess.org.br/arquivos/Parametros_para_Atuacao_de_Assistentes_Sociais_na_
Saude_-_versao_preliminar.pdf>.
Resumo
Foi abordado neste estudo sobre O Serviço Social e a Ética na Atuali-
dade e os seus Compromisso coletivo diante do Projeto Ético-político do
Serviço Social; e abordamos o Serviço Social e a Ética diante das novas
demandas e contexto.
Este referencial traz determinações diante das condições de trabalho
do profissional de serviço social na contemporaneidade.
Sabe-se que foi por meio das contradições das classes que a profissão
do serviço social se constituiu enquanto profissão na divisão social e téc-
nica do trabalho e é nas contradições que a profissão avança na ocupação
do mercado de trabalho e na mediação entre as relações de classes.
Atividades de aprendizagem
1. Qual o contexto político, econômico, social que estamos vivendo na
atualidade?
2. Como um profissional liberal mantém vínculos empregatícios?
3. Como pensar o Serviço Social no atual contexto econômico, político
e social?
4. Qual é o cenário do século XXI?
5. Quais os desafios do atual cenário brasileiro para as políticas sociais
públicas?
6. Quais são os desafios do Assistente Social na atualidade?
7. Em relação ao profissional formado pelo EAD, qual o seu papel diante
deste contexto ético da categoria?
Referências
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ético-político do Serviço Social Netto. In: equipe: um estudo de caso na área da saúde.
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saúde: formação e trabalho profissional. 3. Universidade Católica de São Paulo, São
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de transformações social. In: BONETTI, conhecimento no serviço social e sua relação
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NETTO, José Paulo. O serviço social e SILVA, Marlise Vinagre. Ética profissional:
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Sociedade, São Paulo, n. 30, p. 89-102, abr. BONETTI, Dilséia Adeodata et al. Serviço
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monopolista e serviço social. São Paulo: SILVEIRA, Jucimeri I. CRESS em defesa do
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conheçam o levantamento realizado sobre
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