ETICA

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema: Ética e livre vontade do agir humano: Caso de Moçambique

3º Ano

Nome: Alegria Silvano Mutisse 708203787


Docente: Doutor Maximiano Kissengel

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Cadeira: Ética Social A0203

Maputo, Abril de 2022


Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 3
2. Objectivos:....................................................................................................................................... 3
2.1. Objectivo Geral........................................................................................................................ 3
2.2. Objectivos Específicos ............................................................................................................. 3
3. Justificativa ...................................................................................................................................... 4
4. Metodologia .................................................................................................................................... 4
5. Revisão da bibliografia .................................................................................................................... 4
5.1. Conceito de Ética ..................................................................................................................... 4
5.2. Conceito da Moral ................................................................................................................... 5
5.3. Semelhanças e Diferenças entre Ética e Moral ....................................................................... 5
6. Livre Vontade de Agir Humano ....................................................................................................... 6
6.1. Definição de vontade .............................................................................................................. 6
6.2. Vontade do Agir Humano Caso de Moçambique .................................................................... 8
6.3. Vontade Ética .......................................................................................................................... 8
6.4. Acção Reflexa .......................................................................................................................... 8
6.5. Tendência Ética ....................................................................................................................... 9
7. Instinto da Ética ............................................................................................................................... 9
8. Descrição das figuras finitas da vontade como natural e livre arbítrio..................................... 10
9. Conclusão ...................................................................................................................................... 12
10. Referência bibliográfica............................................................................................................. 13
1. Introdução

O presente trabalho versa sobre ética como sendo o conhecimento, a teoria ou a ciência do
comportamento moral e aceite que os nossos comportamentos são manipulados pelos valores
e costumes aceites na nossa sociedade e comunidade, pelo mundo em geral, havendo aspectos
que na prática nos dividem, isso denomina-se ética ou moral. Actualmente fala-se bastante
sobre a perda de valores morais, esta discussão leva a reflectir sobre as noções de ética e
moral, desta forma, este trabalho visa compreender o conceito da ética e moral, identificando
as suas semelhanças e diferenças e por fim analisar a livre vontade do agir Humano. Sendo
este um tema de grande valor pois assume um real significado para os grupos humanos que
vivenciam a ética revelando um carácter social. E sendo o nosso pais multicultural, onde cada
cultura tem seus hábitos e costumes é importante realçar o agir dos moçambicanos num todo.

2. Objectivos:

2.1.Objectivo Geral

 Compreender a Ética e Moral.

2.2.Objectivos Específicos

 Conceituar a Ética e Moral;


 Identificar as semelhanças e diferenças entre a Ética e Moral;
 Analisar a livre vontade do agir Humano.
3. Justificativa

Sendo este um tema de grande valor pois assume um real significado para os grupos humanos
que vivenciam a ética revelando um carácter social. E sendo o nosso pais multicultural, onde
cada cultura tem seus hábitos e costumes é importante realçar o agir dos moçambicanos num
todo.

Considerando o contexto no qual se realiza para os diversos meios em que o aprendizado


esteja envolvido inclusive para quem é responsável por transmitir a educação ao próximo
directa e indirectamente independente de sua formação é importante falar do agir humano
para limitar os pensamentos do homem em relação a sua liberdade.

4. Metodologia

Este trabalho trata-se de uma investigação qualitativa na área de desenvolvimento, mais


propriamente direcionada aos temas “Conceito da Ética e Moral, Semelhanças e Diferenças
entre a Ética e Moral Livre Vontade do Agir Humano na Sociedade Moçambicana”, para a
produção desse compilado usou-se a pesquisa bibliográfica e outros instrumentos de apoio
necessários nesta cadeira da Ética Social.

5. Revisão da bibliografia

5.1.Conceito de Ética

Ética é uma palavra de origem grega com duas interpretações possíveis. A primeira é a
palavra grega éthos, com “e” curto, que pode ser traduzida por costume. A segunda também
se escreve éthos, porém com “e” longo, que significa propriedade do caráter.

De acordo com Cotrim (2002), a ética é um estudo reflexivo das diversas morais, no sentido
de explicitar os seus pressupostos, ou seja, as concepções sobre o ser humano e a existência
humana que sustentam uma determinada moral. p.(13)

Para Cordi (2003), a ética não diz o que deve e o que não deve ser feito em cada caso
concreto, isso é da competência da moral. A partir dos factos morais a ética tira conclusões
elaborando princípios sobre o comportamento moral.
Para abordar o tema em questão, é importante descrever sobre seu surgimento para uma
melhor compreensão do significado e abrangência dessa palavra. A Ética teria surgido com
Sócrates, quando o filósofo investiga e explica as normas morais que o leva a agir não só por
tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência.
(TADÊUS;CUNHA,2009,p.143).

Por conclusão, a ética define-se como sendo o conhecimento, a teoria ou a ciência do


comportamento moral. É através da ética que compreendemos, explicamos, justificamos,
analisamos criticamente e, se assim quisermos, aprimoramos a moral da sociedade. A ética,
em última análise, é a definidora dos valores e juízos que norteiam a moral.

5.2.Conceito da Moral

A palavra moral vem do latim mores, que significa costume. Pode-se descrever então que
moral são as normas de conduta de uma sociedade, para permitir um equilíbrio entre os
anseios individuais e os interesses da sociedade. Por isso do termo conduta moral, que é a
orientação para os actos segundo os valores descritos pela sociedade.

De acordo com Cotrim (2002), a Moral é o conjunto de normas, princípios e costumes que
orientam o comportamento humano, tendo como base os valores próprios a uma dada
comunidade ou grupo social.

5.3.Semelhanças e Diferenças entre Ética e Moral

A ética tem um significado muito próximo ao da moral. Ética vem do grego ethos, que
também significa conduta, modo de agir, mas o que diferencia moral da ética é o sentido
etimológico, no qual a moral tem como propósito estabelecer um convívio social de acordo
com o que é bem quisto pela sociedade, já a ética é identificada como uma filosofia moral,
onde se busca entender os sentidos dos valores morais.

A Ética diferencia-se da moral pois, enquanto esta se fundamenta na obediência a costumes e


hábitos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar as acções morais exclusivamente
pela razão. A ética busca avaliar os princípios em seu individual, onde cada grupo possui seus
próprios valores, culturas e crenças. Ela constitui um sistema de argumentos dos quais os
grupos ou as pessoas justificam suas acções.

Tanto a ética quanto a moral são assuntos que devem ser trabalhados no ambiente escolar com
o intuito de nortear o comportamento dos indivíduos na sociedade em que vivem. Por ser a
escola a verdadeira formadora de cidadãos, cabe-lhe a tarefa de orientar o comportamento
ético e moralista dos seus educandos. A partir do momento em que o indivíduo não adulterar
documentos ou produtos para obter vantagens, tratar as pessoas com respeito, não falar
palavrões etc., estaria cumprindo com as normas da ética e da moral adquiridas na instituição
educacional. . (CANIVEZ, 1991, p. 33).

Admite-se que a ética esteja consagrada no bojo da família, da escola e da comunidade por ser
a base de uma sociedade mais justa e igualitária e que, portanto, carece de um olhar humano
mais aprofundado, pois ela é uma forma racional humana de viver em harmonia com outros
humanos.

Nossos educandos devem ter em mente a importância do carácter democrático da sociedade,


levando em consideração a promoção da liberdade, do respeito e da tolerância para vivenciar
a diversidade que lhes rodeia. Nesse contexto, cabe a escola orientar e viabilizar meios que
possam, de fato, tomar parte nessa construção e tornarem-se livres para pensarem e tomarem
decisões.

6. Livre Vontade de Agir Humano

6.1.Definição de vontade

É observada como uma faculdade própria de agentes racionais para escolher um curso de
acção entre algumas alternativas que significa a possibilidade de uma autodeterminação
interna sem obstáculos de uma pessoa na realização de determinados objectivos e actividades.

Hegel concebe a vontade como um conceito fundamental de sua filosofia do espírito


objectivo; é aí que entra sua concepção característica de liberdade. O ponto de partida na
construção filosófica hegeliana do sistema de leis como o domínio da liberdade realizada é a
vontade. A liberdade constitui a substância e a definição básica da vontade, assim “como
gravidade constitui a substância dos corpos” (HEGEL, 2003, §7), e a vontade tem como
“finalidade a realização do seu conceito, a liberdade no aspecto objectivo.” (HEGEL, 2005,
§483).
Kant (1980), admite que o Homem não é só razão, mas também um sujeito cheio de desejos e
inclinações que pode, por vezes, ser levado a agir contra os ditames da sua própria razão.
(p.28)

Hegel (2003), concebe a vontade como sendo um conceito fundamental de sua filosofia do
espirito objectivo, é ai que entra sua concepção característica de liberdade. Acresce que a
vontade tem como finalidade a realização do seu conceito, a liberdade no aspecto objectivo.
(p.7)

Para o mesmo autor, a vontade é o método ou forma da existência da liberdade no homem e,


portanto, é impossível ter vontade sem liberdade e liberdade sem vontade.

Para Hegel (2005), a livre vontade inclui de início em si mesma, as diferenças que consistem
a liberdade é a sua determinação e seu fim, o agir humano tem como finalidade o “bem”.

O homem Moçambicano, usando a sua inteligência, a sua sabedoria filosófica, produziu e


produz a sua cultura, a solidifica, apesar de várias tempestades que tendem a destruir aquilo
que ele sabiamente construiu e vai construindo quer espiritualmente que materialmente.

O agir humano possibilita, a exteriorização, atitude, implementação, compromisso do Homem


com a sua cultura. O Homem entra no processo da acção como fim e princípio do circuito: o
Homem é, pensa, decide e age (Porta, 2002, p. 122).

O ser livre não é aquele que age sem lei alguma, mas aquele que impõe a si mesmo a sua
própria lei. Em consequência, um ser livre é um ser racional e vice-versa. A vontade é um
modo de causalidade próprio dos seres racionais. A liberdade é uma propriedade da vontade.

O que é livre ou não é a vontade. A vontade é livre quando se autodetermina. Uma vontade
livre é uma vontade autónoma.

O espírito é o pensamento, porém “como pensamento do mundo, só aparece quando a


realidade efectuou e completou o processo da sua formação” (HEGEL, 2003, p. XXXIX).
Para Hegel o pensar é “fazer passar alguma coisa a forma da universalidade” (HEGEL 1986,
p.131) e, a “raiz verdadeira da liberdade funda-se no pensamento, pois a ideia da liberdade é
fundamentalmente pensamento” (WEBER, 1993, p.49), logo pensamento e vontade, são dois
aspectos do espírito, teórico e prático, eles se penetram e se complementam mutuamente.
Ambos os lados, cada um à sua maneira, geram uma unidade do subjectivo e do objectivo
6.2.Vontade do Agir Humano Caso de Moçambique

O homem não vive sozinho, pois, como ser humano, coexiste com os seus hábitos, costumes,
tradições, sonhos, trabalhos dentro duma ordem social e moral, onde os seus acto9s desde que
visem o bem são tidos como éticos.

Logo todos os seus actos devem alicerçar em actos éticos, com princípios que a fundamenta
para que possa exteriorizar o seu comportamento moral.

O agir humano em caso especial de Moçambique centra se em vontade ética, Acção reflexa,
tendência ética e instinto ético.

6.3.Vontade Ética

A vontade ética abrange a acção reflexa, a tendência, o instinto, a actividade ideomotriz, a


vontade determinada e a vontade livre. Estas compõem a vontade ética e dá a devida
justificativa do conceito, e estes contem sutis diferenças, mas que facilmente são identificados
nos seres. Tudo o que provém do carácter já formado sob as condições da génese ética; é ato
de vontade” (PROCURAR AUTOR).

6.4.Acção Reflexa

Vontade Reflexa é caracterizada por atitudes automáticas, basicamente como um reflexo, o


qual não precisamos pensar pra reagir, uma forma quase mecânica, e automática.

Cada época influencia na educação que pais ensinam a seus filhos, de acordo com factores
sociais, políticos, econômico, tecnológico, etc., mas os princípios morais e éticos seguem uma
linha de conservadorismo na formação do carácter, entretanto o rigor imposto fornece
profundas impressões cerebrais, que possam comandar os actos reflexos com grande poder.

Existem muitos casos de filhos que seguem o exemplo dos pais, o qual o pai educa e ensinam
seus filhos de acordo com seu ambiente de trabalho, um exemplo pode ser o de um militar;
nesses casos a tendência das acções reflexas se potencializa, e existem muitos casos de filhos
que sucederam seus pais em suas profissões. Em muitas nações, essa sucessão de
desempenhos e de ética ocorre há milênios, o filho “imita” o pai, de tal forma, que suas
atitudes habituais tornam-se automáticas, por efeitos reflexos acentuados.
Deste modo, entende-se que as normas e os usos e costumes estabelecem, o que o cérebro já
tinha absorvido desde a fase de criança, pela educação recebida. Por isso, o efeito educacional
esta fortemente, instalado em nosso inconsciente que passou a promover acções reflexas,
como se fosse acções naturais.

6.5.Tendência Ética

Muitos estudiosos admitem que a tendência provenha de descendestes, genes, por outro lado,
espiritualistas, acreditam que é como uma reencarnação; de modo geral as causas
permanecem no campo da polémica e dos diversos critérios de estudiosos.

Existem tendências que nasce com as pessoas e outras derivadas de hábito e observação que
ligam virtudes naturais do individuo com as exigíveis para desempenho de certas tarefas.
Quem gosta de determinado trabalho procura inteirar-se de todos os assuntos a que o mesmo
diz respeito, ou com objectivo de seguir os ensinamentos, para próprio beneficio.

Portanto, o desejo de andar correctamente e praticar bons hábitos, está directamente ligado a
formação natural de alguns seres, e quando sua educação já é recebida conforme uma
profissão específica, o ser torna-se um exemplo ético a ser seguido por outros. Sem esquecer
que cuidados também são necessários, pois o que é demais também prejudica; principalmente
excesso de rigor e radicalismo.

7. Instinto da Ética

O instinto ético usa a ética como um meio, e não como um fim. É difícil perceber diferenças
entre agir por impulso, agir por reconhecer e agir por intenção natural. O instinto não provém
de algo que se recebeu nem do que se escolheu, mas de uma disposição natural, biológica, de
autoconservação pela prática de uma acção, sendo estável em sua manifestação. De maneira
geral, o instinto não se caracteriza por uma acção ao individuo, mas sim por uma ação que
liga o ser a todos os ensinamentos recebidos.

As teorias sobre conduta são milenares; os seguidores dos filósofos gregos já a possuíam;
enfatizavam que o primeiro cuidado do ser é preservar-se em seu meio, entende-se que seu
sentido é amplo, mas inserido o ético. Após anos de estudos se admitiu, no campo da moral e
da ética que a acção humana instintiva de preservação do ser em seu grupo, traz harmonia
dentro de sua comunidade. Quando se intensificou os estudos, muitas teorias foram
estabelecidas e continuam em evolução, por exemplo, no campo da psicologia, sobre o
comportamento humano, inclusive o instinto ético.

8. Descrição das figuras finitas da vontade como natural e livre arbítrio

Foi ilustrado precedentemente que a vontade é vista como o aspecto prático do espírito, por
outro lado é o posicionamento de diferenças e autodeterminação em relação ao mundo
externo. A esfera de actividade, acções e os elementos que determinam os diferentes modos
da vontade são: a universalidade enquanto infinito abstracto e indeterminado; particularidade
na sua reflexão sobre si e o regresso para a universalidade ou a singularidade. Neste sentido, a
singularidade aparece como um conceito concreto onde “a universalidade e a particularidade
apareceram como os momentos do devir” (HEGEL, 2011, p.224). A partir deste momento a
vontade é em si mesma.

A vontade livre apenas em si é a vontade que é livre unicamente em conceito, formalmente,


mas não em conteúdo. A vontade é a definição essencial de liberdade, mas ainda é meramente
formal; é apenas um esboço do que é a liberdade, e ainda não é a ideia de liberdade. O
conteúdo da vontade ainda precisa ser especificado. Não é qualquer escolha com a qual o “eu”
é capaz de se identificar. Para ser livre em um sentido real, o “eu” tem que se encontrar, em
alguma escolha particular que deve representar uma realidade adequada a ele mesmo.

Hegel passa, então, a considerar os diferentes tipos de conteúdo da vontade, revelando que
“este conteúdo, isto é, as diferentes determinações da vontade começam por ser imediatas”
(HEGEL, 2003, §10), consistindo nas coisas que se apresentam para nós com base em nossos
impulsos, é uma vontade “imediata ou natural”. Nesse momento a vontade é relacionada aos
impulsos, desejos e inclinações, que determinam amplamente nossa conduta na infância. Nela,
o sujeito que deseja é capaz de identificar-se como tal, mas não é capaz de conceber o
conteúdo da vontade (os desejos, impulsos e inclinações) como produtos seus. Para Hegel, a
vontade natural é uma vontade somente livre em si e finita dentro de si.

A liberdade nessa determinação é bastante rudimentar, pois se levanta a questão de dizer que,
ser imediatamente determinado por nossos impulsos, desejos e inclinações é antes uma forma
de determinação ou liberdade negativa. Sendo que a ideia é a verdade, se um objecto ou uma
determinação são concebidos, restritos à pura existência em si, o intelecto limita-se ao
abstracto da liberdade sem alcançar a sua ideia e a sua verdade.
A vontade é livre em si mesma, pois tem potencial para ser livre. Os impulsos, desejos e
inclinações podem ter relação com vários objectos e podem ser compreendidos de várias
maneiras. Para essas inclinações naturais, o “eu” tem a potencialidade de dizer não devido a
sua natureza abstracta que tem a possibilidade de decidir na vontade natural e vai exigir uma
decisão do indivíduo que deseja.

É através do decidir que “a vontade se põe como vontade de um indivíduo determinado e


como vontade de um indivíduo diferenciando-se em frente a outro” (HEGEL, 2003, §13).
Essa decisão pode ser identificada com a forma mais imediata de vontade, pois é uma
actividade não mais determinada pelos desejos sensíveis, mas pela abstracção do eu com
relação a eles.

Em outra circunstância do “percurso através do qual a vontade actualiza as determinações da


vontade natural e abre-se para um novo processo de actualização de si” (ROSENFIELD,
1983, p.41), a vontade que da existência exterior regressa a si é aquela determinada como
individualidade subjectiva e age como uma reflexão interna do eu. Através da reflexão o
indivíduo transcende o impulso e suas limitações. Ele se reflecte em si mesmo, entra em si e
se reconhece enquanto imediato, limitado, na medida em que se opõe a outro. Ele então cede à
decisão da reflexão e satisfaz o impulso, ou, o reprime e renuncia dando lugar a contingência.
Isso faz com que uma pessoa no processo de autodeterminação vá além do primeiro estágio
do percurso da vontade natural e passe a arbitrariedade.

Sendo assim a capacidade de formar uma subordinação de desejos e moldar a vontade de


alguém vai de acordo com essa teleologia e é o resultado da formação, pois é a formação que
permite postular algo como universal e ver o particular à luz deste todo universal. O "eu" está
livre no caso da determinação imediata de impulsos, desejos e inclinações. Nesse âmbito de
uma noção de felicidade, a liberdade aparece aqui de forma razoável, pois a diferenciação
intelectual dos desejos é levada a uma unidade teleológica, visualizando-os à luz de um desejo
singular que é posto como o valor universal que esclarece todos os outros desejos.
9. Conclusão

Terminada a investigação conclui-se que, embora os dois termos (ética e moral) estejam
inseridos na área do comportamento humano, eles não são termos equivalentes sendo um erro
utilizá-los como se fossem sinónimos. A configuração principal da ética é solucionar conflitos
de interesses, baseando em argumentos universais. A ética tem seu impasse, pois o que é
considerado ético para um grupo, não é para outro. No que concerne a livre vontade do agir
humano, tem-se essas articulações filosóficas: o Homem é, pensa, decide e age. O homem
agindo faz, faz porque decide, decide porque pensa, pensa, porque é.

Assim, para Hegel, a liberdade humana consiste em viver em uma comunidade de


reconhecimento mútuo onde os membros desta comunidade “tem objectividade, verdade e
moralidade. É o que ele quer dizer afirmando que a liberdade é a qualidade essencial do
espírito. Portanto, o sistema de direito, ao expressar e realizar o espírito comum de tal
comunidade, também expressa e realiza a liberdade de seus membros a partir da “busca de
uma vontade comum através de caminhos legais.
10. Referência bibliográfica

ARENDT, Hannah. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. Tradução de Antonio


Abranches; Cesar Augusto R. de Almeida; Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume Dumará,
2000.

BOBBIO, Norberto. A Era dos direitos. Tradução Carlos Nelson Coutinho.Nova ed, Rio de
Janeiro: Elsevier, 2004.

CIRNE-LIMA, Carlos Roberto V. A lógica do absoluto. In: Rev Síntese Nova Fase, Belo
Horizonte, v. 20, n. 63,199. Disponível no endereço
eletrônico:<http://faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/viewFile/1296/1707>.
Acessado em 05 out. 2017.

CIRNE-LIMA, Carlos Roberto V. Carta sobre a Dialética. In: Rev. Síntese Nova Fase, Belo
Horizonte, D. 21, n. 67, 1994, pg 445,446. Disponível no endereço
eletrônico:<http://faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/1137>. Acessado em:
05 out. 2017

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