Apologética Cristã

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APOLOGÉTICA CRISTÃ

SUMÁRIO

Definições...................................................................................................................................... 4

Finalidades ................................................................................................................................... 5

Uma Introdução à Apologética ....................................................................................................... 6

O Jesus Histórico......................................................................................................................... 13

O papel da Apologética no surgimento de Doutrinas.......................................................................16

Passado X Presente .................................................................................................................... 18

O Berço da Modernidade ............................................................................................................. 19

Período Pós-Moderno .................................................................................................................. 21

Fim de Milênio ............................................................................................................................. 23

Para Refletir................................................................................................................................. 25

Pluralização / Globalização .......................................................................................................... 26

Para Pensar................................................................................................................................. 29

Teologia Contemporânea = Teologia da Felicidade ...................................................................... 31

E Agora... O Que Fazer???.......................................................................................................... 32

Como Entender os Descrentes?................................................................................................... 32

As Pressões da Pós-Modernidade na Igreja ................................................................................. 34

O Pluralismo e a Igreja a se Adaptar... ........................................................................................ 34

Quais os Desafios da Igreja Diante Destas Questões? ................................................................. 35

Você pode explicar sua Fé? ......................................................................................................... 36

Bibliografia................................................................................................................................... 39

IFÁC EAD 3
D ef i n i ções

a) - Apologética: É o estudo dos modos e meios usados da verdade cristã. A


apologética trata da fé cristã com a esfera mais vasta do conhecimento “secular” do
homem – a filosofia, a ciência, a história, a sociologia e as outras mais – visando
demonstrar que a fé cristã não discrepa da verdade descoberta por essas pesquisas.
Isto é considerável num período de avançados conhecimentos científicos que se
processam rapidamente. Tarefa como esta deve, necessariamente, ser empreendida
em cada época.

b) – Apologia: É uma resposta contra qualquer acusação ou denúncia, baseada em


conhecimentos apologéticos, em argumentos científicos.

TEXTO BASE DA APOLOGÉTICA: I Pd. 3.15

“Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações. Estai sempre preparados para
responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em
vós”.

IFÁC EAD 4
Fi n al i dades

a) – A defesa (do grego “apologia”). Necessariamente, está sempre presente em toda


pregação cristã um elemento de defesa, e difícil se torna afirmar com precisão e
certeza em que ponto a defesa passa para o contra-ataque. Esta palavra foi usada
predominantemente no passado, “mas não para dar a idéia de pedido de desculpa,
de tentativa de atenuar um erro ou de corrigir um prejuízo causado”, nem para
elogiar. Sendo assim, tal “defesa”, guarda em si um elemento ofensivo.

b) – Comunicar o cristianismo de modo que qualquer geração possa entendê-lo.

IFÁC EAD 5
Uma I n trodução à Apol ogéti ca

A palavra "apologética" vem da palavra grega "apologia", que se pronuncia "ap-


ol-og-ee'-ah." Significa, "uma defesa verbal." É usada oito vezes no Novo Testamento:
At. 22:1; 25:16; 1 Cor. 9:3; 2 Cor. 7:11; Fl. 1;7,17; 2 Tm. 4:16, e 1 Pe. 3:15. Mas é este último
versículo que é associado com a apologética cristã.

"...e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir
a razão da esperança que há em vós;" (1Pe. 3:15)
Então, a apologética cristã é o ramo da cristandade que trata de contestar a toda e
qualquer crítica que se opõe a revelação de Deus em Cristo e a Bíblia. Por conseguinte,
pode incluir estudos como manuscritos da Bíblia, filosofia, biologia, matemática,
evolução e lógica. Mas também pode consistir em dar uma simples resposta a uma
pergunta sobre Jesus ou uma passagem da Bíblia. Este último caso é o mais comum e
você não precisa ler toneladas de livros para fazer isso.
A apologética pode ser defensiva ou ofensiva. O apologista pode e deve defender suas
razões de crer (1Pe. 3:15). Mas, ele também pode atacar. Ele pode procurar aqueles que
opõe e propõe perguntas, problemas, e repostas (2Co.10:5). Claro, ele deve preparar-se
para fazer isto antes e assim toda a apologética será feita com amor.

A apologética pode ser, basicamente, evidencial ou presuposicional. A


apologética evidencial trata da evidência para a cristandade: a ressurreição de Jesus, os
manuscritos bíblicos, a profecia cumprida, milagres, etc. A apologia presuposicional é
aquela que trata das presuposições daqueles que se opõe ao cristianismo porque as
presuposições afetam o modo como uma pessoa utiliza a evidência e razão.
Algumas áreas do debate dentro da apologética cristã trata do uso da evidência, razão,
filosofia, etc. Deve o apologista usar só critérios aceitáveis para os incrédulos? Podemos
usar a Bíblia como defesa de nossa posição ou devemos demostrar a cristandade sem
ela? A razão é suficiente para demostrar a existência de Deus ou a verdade bíblica?
Quanta razão e evidência é usada à luz das Escrituras para mostrar que é Deus quem
abre a mente para entender? Que parte mostra a oração, usando a Bíblia e a natureza
pecadora do incrédulo? Como estes fatores se interrelacionam para trazer um incrédulo
à fé? As perguntas são fáceis. As respostas não são.
Jesus escolheu uma pessoa muito religiosa e educada para ser apóstolo. Era Paulo. Os
outros eram pescadores, coletor de imposto, médico, etc. Eles eram pessoas normais da
época e estavam disponíveis e desejosos de serem usados pelo Senhor. Eles estavam
cheios do Espírito de Deus e foram usados como vasos de Deus. Deus usa todas as
coisas para Sua glória. Por isso, nós fazemos apologética através da fé.
O Senhor tem chamado cada cristão para fazer uma defesa da fé. Isto significa que você
é chamado para dar respostas razoáveis as perguntas com respeito a cristandade.

IFÁC EAD 6
Agora, isto não significa que você deve ter um Ph.D. Mas significa que você deve estar
desejoso de dar pelo menos uma resposta para suas crenças. Se você acha que não pode,
então ore a Deus e comece a estudar.

A apologética é, em resumo, fazer uma defesa da fé cristã. Se você faz isso de


alguma forma, então você é um apologista. De fato, nós somos ordenados a sermos
apologistas por Pedro. "...e estai sempre preparadospara responder com mansidão e
temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós;" (IPe 3.15)
Se Deus lhe ordena que faça uma defesa, então Ele está lhe ordenando a ser um
apologista. Por isso, você é, quer queira, quer não, acredite ou não.

Lógica em apologética
A lógica é normalmente importante em apologética. Para defender a fé, o cristão deve
usar a verdade, fatos e razão apropriadamente. O cristão deve escutar as objeções e
fazer comentários corretos acerca dos problemas levantados.
A lógica é simplesmente uma ferramenta no arsenal da apologética cristã. A lógica é um
sistema racional. É o princípio de pensar corretamente para se chegar a conclusões
corretas. É claro, algumas pessoas estão mais preparadas para pensar do que outras e
não há qualquer garantia de que a habilidade de uma pessoa na lógica conseguirá a
conversão de uma pessoa. A lógica não visa salvar uma pessoa. Jesus faz isso.
Então, o uso apropriado de lógica em apologética é vencer os obstáculos intelectuais
que impedem uma pessoa de aceitar a Jesus como Salvador. A lógica não é vista como a
resposta a cada problema que enfrenta a cristandade a cada objeção levantada. A lógica
tem seus limites. Não pode garantir sabedoria. Não pode demonstrar ou pode negar
inspiração ou amor. Não pode recolocar a intuição adquirida pela experiência do
Espírito Santo, nem a clara verdade da palavra de Deus. Não obstante, a lógica é muito
importante e realmente pode ser usada poderosamente por pessoas de ambos os lados
da regeneração.

Os oponentes do cristianismo usam lógica


Algumas vezes, um oponente do cristianismo poderia usar problemas da lógica como
um tipo de evidência contra a existência de Deus. Veja esta objeção bastante básica:

• Proposição: Deus pode fazer todas as coisas.

• Declaração: Pode Deus fazer algo tão grande que Ele não pode pegá-lo? Se
Ele pode, então não pode fazer todas as coisas porque Ele não poderia pegar a
pedra. Se Ele não pode, então Ele não pode fazer todas as coisas porque Ele
não pode fazer uma pedra tão grande que Ele não pudesse pegá-la.

• Conclusão: Já que Deus pode fazer todas as coisas e nós mostramos que há
coisas que Ele não pode fazer, por conseguinte, Deus não existe.

IFÁC EAD 7
Na superfície, esta lógica poderia ser difícil de contestar. Mas, tudo o que nós temos que
fazer é pensar um pouco mais e poderemos ver que o problema afirmado acima não é
lógico. Aqui está a resposta:
• Proposição: Deus não pode violar Sua própria natureza; quer dizer, Ele não
pode ir contra o que Ele é naturalmente.

• Declaração: A natureza de Deus não o permite mentir, não ser Deus, etc.

• Conclusão: Por conseguinte, a declaração que Deus pode fazer todas as


coisas, não é verdade e a conclusão levantada contra Deus tampouco é
verdade.

A lógica é uma poderosa ferramenta no testemunho, particularmente ao usar provas da


existência de Deus. Veja a aproximação seguinte usando lógica:
1. O Universo existe.

2. O Universo não pode ser infinitamente velho porque se fosse, haveria entrado
há muito tempo num estado de entropia.

A. Entropia é a segunda Lei da termodinâmica que mostra que todas as


coisas estão indo ao caos e estão perdendo sua energia. Em outras
palavras, tudo está se degradando.

3. Por conseguinte, o Universo teria um princípio.

4. O Universo não poderia vir a si mesmo em existência.

5. Algo antes do Universo e maior que o Universo teria que trazer o Universo à
existência.

6. Esse algo é Deus.

Todas as provas lógicas para Deus tem forças e fraquezas. Mas, o cristão não
deve ter medo de usar a lógica, razão e evidência ao defender a fé.

A lógica é uma área de concordância entre o crédulo e o incrédulo?

Alguns declaram que não há nenhuma área de concordância entre o crente e o


incrédulo, que as pressuposições iniciais do incrédulo contra o Deus cristão não o
permitem pensar com precisão relativo a Deus, o mundo, verdade, ou eles mesmos. Por
conseguinte, eles concluem, não pode haver concordância porque as pressuposições são
opostas.

IFÁC EAD 8
A lógica é de fato uma área de concordância. Não cremos que possui um pouco
da qualidade inata da capacidade humana ou limitações, nem possui as qualidades
etéreas, mística ou que de algum modo transcendem a influência do pecado. A lógica,
usada apropriadamente, sempre confirma as verdades encontradas na Bíblia e aponta a
Deus - quer o incrédulo aceite isso ou não.

A lógica pertence a Deus. Isto é porque Deus inventou o Universo, as leis físicas,
matemáticas e todos os outros fenômenos naturais e verdadeiros nele. A existência tem
uma ordem porque Deus a deu ordem. A lógica é verdade, não porque é lógica, mas
porque é uma reflexão da natureza de Deus que é ordem e verdade. Por conseguinte, a
lógica, finalmente, só pertence a Deus e só pode ser usada apropriadamente por Ele, em
assuntos que pertencem a Deus, pelo cristão.
Isto não quer dizer que um incrédulo não pode dominar a lógica, seja de matemática,
melhor que um incrédulo. Há áreas de conhecimento comum a ambos e Deus tem dado
algumas habilidades que outros não possuem. Nem é isto o que todos os cristãos
afirmam, quando falam de Deus.

O fato é que ninguém pode dizer que domina toda a lógica, no final. Em um
mundo perfeito com pessoas infalíveis, pensar seria uma aventura maravilhosa que nos
levaria mais perto da revelação da verdade de Deus. Mas, vivemos em um mundo
caído.

A lógica é tudo?
A lógica é tudo para o cristão? Não, não é. A lógica tem duas principais falhas:
primeiro, ela só é boa para quem está usando (ainda que não é uma falha na lógica).
Segundo, a lógica não salva. Jesus o faz. Nós não podemos convencer alguém a ir ao
Reino de Deus. É o Espírito Santo que convence do pecado e faz alguém de coração
aberto entender a verdade (Jo 16:8).

Mas se isso é verdade, então devemos nos irmanar e tentar conversar com
incrédulos? Absolutamente sim. Por várias razões:
• Deus nos ordena dar uma resposta aos incrédulos (1Pe. 3:15) e falar com eles
(Is. 1:18)

• Deus pode, em Sua soberania, usar nosso testemunho e razão para trazer
alguém a seu Reino. Ele não é limitado por nossas insuficiências.

• As respostas que estão de acordo com a palavra de Deus, dadas aos


incrédulos, ainda quando eles a discutem, todavia são respostas verdadeiras.
O incrédulo se sentirá responsável no dia do Juízo por negar essas verdades.

IFÁC EAD 9
Conclusão
A lógica é uma ferramenta para o cristão. Não há nada para temer. De fato, se você
aceita a verdade de que a lógica "pertence" a Deus, então deve ficar animado. Mas, não
permita tornar-se um ídolo; quer dizer, não é a resposta ao problema. Como cristãos,
nós necessitamos usar lógica, assim como a evidência, a oração, a palavra de Deus,
amor, bondade, etc. em nossos esforços de ganhar pessoas a Jesus. Pensar tem um
grande valor na apologética.

O argumento cosmológico

O argumento cosmológico tenta provar que Deus existe mostrando que não pode haver
um número infinito de regressões de causas as coisas que existem. Declara que deve
haver uma causa final de todas as coisas. Esta causa afirma ser Deus.
O argumento cosmológico toma várias formas mas se representa basicamente como se
segue.

Argumento cosmológico
1. As coisas existem.
2. É possível essas coisas não existirem.
3. Qualquer coisa tem a possibilidade de não-existência, todavia existe, se foi
causada existir.
A. Algo não pode vir a existência desde que deve existir para se vir a
existência, o que é ilógico.
4. Não pode haver um número infinito de causas para se trazer algo a existência.
A. Porque uma regressão infinita de causas não tem nenhuma causa inicial
que significa que não há nenhuma causa de existência.
B. Já que o Universo existe, deve haver uma causa.
5. Deve haver uma causa de todas as coisas, portanto.
6. Essa causa deve ser Deus.

Tomás de Aquino (1224-1274) tinha uma versão do argumento cosmológico


chamado Argumento do Movimento. Ele declarou que as coisas em movimento não
puderam vir a movimento mas devem ter sido causadas a movimento. Por isso, não
pode haver uma regressão infinita de movimentos. Então, deve haver um Movedor.
Este Movedor deve ser Deus.

Forças do argumento
As forças do argumento cosmológico estão na sua simplicidade e facilidade de
compreender o conceito de que não pode haver um número infinito de causas para um
evento. Alguns argumentos para a existência de Deus requerem mais raciocínio,
terminologia e conceitos, mas este argumento é básico e simples. Assim, é
absolutamente lógico afirmar que os objetos não se originam sozinhos e devem, por
conseguinte, ter causas.

IFÁC EAD 10
Fraquezas do argumento
Uma das fraquezas do argumento é que se todas as coisas necessitam uma causa para
existir, então o próprio Deus também deve, por definição, necessitar de uma causa a
existir. Mas isto só empurra para trás e implica que deve haver um número infinito de
causas que não podem existir. Isto é paradoxal.
Assim, por definição, Deus é sem causa.

O argumento teleológico
O argumento teleológico também é bastante conhecido como argumento de design.
Declara que um Desenhista deve existir no Universo e que todas as coisas vivas exibem
marcas de um plano em sua ordem, consistência, unidade e modelo.
Uma analogia típica disto é o Relojoeiro que foi dado por William Paley (1743-1805) . O
argumento é como se segue. Se você encontra um relógio no chão, você concluiria que
ele foi desenhado e não produto do acaso. Igualmente, quando nós olhamos a vida e o
Universo, é natural concluir que há um Desenhista que deu perfeição e ordem para a
vida operarem. O olho é tipicamente usado como exemplo de design. É um maravilhoso
desenvolvimento. Para que ele funcione, é necessário haver muitas partes individuais
trabalhando juntas que, isoladas, não teriam finalidade alguma, servindo só ao todo. É
só na sua totalidade que eles exibem sua função. O argumento de Paley é como se
segue:
Os artefatos humanos são produto de um plano inteligente.
O Universo se parece com os artefatos humanos.
Por conseguinte o Universo é um produto de um plano inteligente.
Mas o Universo é complexo e gigantesco, comparado com os artefatos humanos.
Há provavelmente, pois, um Desenhista poderoso e imensamente inteligente que
criou o Universo.

Forças do argumento
Este argumento é simples de entender e tem um mérito pois os humanos são projetistas
por natureza e é natural pensar em termos de coisas que tem propósito. É também
consistente com Rm.1:20,
Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente visto
desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles
são inescusáveis;
Eu creio que o argumento teleológico tem grande peso porque é consistente com as
Escrituras. A Bíblia mostra que nós somos feitos à imagem de Deus. Então, há certas
coisas para as quais nós pensaremos. Ainda que o incrédulo negue a verdade de Deus
em seu erro (Rm. 1:18-32), a verdade está ali.
Além disso, os evolucionistas tem dificuldade em explicar o aparente design dos
olhos, coração e cérebro onde muitas partes diferentes formam o todo. Estas partes

IFÁC EAD 11
individuais não tem nenhum propósito exceto quando funcionam juntas. Como a
evolução explica estes detalhes? Até agora, não pôde.

Falhas do argumento
A idéia que o Universo é desenhado é subjetiva. As diferentes observações no mundo
natural podem produzir diversas teorias de sua existência. Assim, esta prova se constrói
na analogia. Se nós encontrarmos coisas no Universo que são caóticas, não há então
nenhum Desenhista por analogia.

IFÁC EAD 12
O J esus Hi stóri co

O JESUS HISTÓRICO Jesus foi uma pessoa real ou um mito? Nesse caso, quanto do
"real" Jesus nós podemos saber da Bíblia? Temos evidência que Jesus viveu, ensinou, morreu e
ressuscitou como diz a Bíblia?

Ainda que nós aceitemos a própria Bíblia é confiável, existem algumas


afirmações extraordinárias sobre este homem, diferente de todas as pessoas que
viveram.
Nossa fé é baseada na pessoa e estas afirmações do Livro - como podemos
explicar essas afirmações para encontrar a verdade?
Esta lição centralizará na evidência para a historicidade de Jesus Cristo e a afirmação
extraordinária que Jesus ressuscitou.

Idéias céticas
As pessoas realmente se perguntam se Jesus viveu ou não? Que dizem os cépticos?
Talvez você tenha ouvido essas afirmações:

1. A historicidade de Jesus não é apoiada pela ciência moderna


a. A busca por um "Jesus histórico" por estudiosos religiosos tem confirmado
que a Bíblia foi escrita muito tempo depois da data que se pensava
b. As citações de Josefo e outras fontes contemporâneas são falsas, feitos por
escritores simpatizantes.
2. A estória de Jesus é um mito ou conto legendário
a. Jesus nunca disse as coisas que a Bíblia mostra, é uma recompilação da
sabedoria popular da época.
3. O Novo Testamento nos mostra que a ressurreição não pode ser exata e não é
apoiada pela evidência.
a. Os discípulos roubaram o cadáver de Jesus e mentiram sobre as aparições
depois da ressurreição.
b. Jesus nunca morreu, Ele só "desmaiou"
c. A história da ressurreição pode ser explicada por alucinações
d. A história da ressurreição foi desenvolvida muito mais tarde do que o
suposto evento
e. As mulheres provavelmente visitaram a tumba errada

“Afirmações extraordinárias necessitam de evidência extraordinária."


Carl Sagan

IFÁC EAD 13
Questões para o Jesus histórico
Tem havido vários movimentos, ou "questões", nos últimos dois séculos para
encontrar ao Jesus histórico por estudiosos religiosos que parecem minar a natureza
religiosa e a fidelidade do NT.

Iluminismo–A primeira questão


A Primeira Questão para o Jesus histórico começou depois de 1.700 e acabou até
meados de 1900, por Hermann Samuel Reimarus (1694-1768), professor alemão.
Reimarus foi um deísta alemão e racionalista e representou a primeira investigação de
Jesus no Iluminismo.
Em seu texto que foi publicado depois de sua morte porque temia as
conseqüências de sua publicação, Reimarus defende que havia uma diferença entre o
Jesus real e aquele que nós conhecemos pelos Evangelhos:
"Eu vi grande motivo em separar o que os apóstolos dizem em seus próprios escritos do
que o próprio Jesus realmente disse e ensinou, porque os apóstolos mesmos eram
mestres..."
Ele cria que esta diferença existiu porque os discípulos escreveram seu próprio
ponto de vista sobre Jesus e que Ele ensinou dentro do Judaísmo, não tendo intenção de
criar uma nova religião ou anular a Lei.
Reimarus dizia que Jesus se imaginava um messias político e que depois de sua
morte os discípulos criaram um esquema para conservar o movimento de Jesus
roubando seu corpo e proclamando sua ressurreição.

Criticismo - a segunda questão

A segunda questão começou depois da Primeira Guerra Mundial na Alemanha e


continou até 1970. Seus proponentes são Martin Dibelius e Rudolf Bultmann.
O objetivo desta questão era "reconstruir" a mensagem original de Jesus, e depois
comparar com o que a Igreja primitiva dizia e encontrar onde eles concordavam e
discordavam. Ela se centra em:

• Redação criticista (edição)


Investiga o modo em que cada escritor do Evangelho compilou seu livro através de
outros escritos e fontes orais.

• Crítica formal
Os críticos da forma propõe que só novos Evangelhos do Novo Testamento não
foram originalmente escritos completos, mas foram coleções de fatos separados de
tradições orais, mitos ou parábolas que eram "colocadas" juntas para formar uma

IFÁC EAD 14
coletânea artificial que ajudou a divulgar as práticas da igreja antiga. A crítica
formal tentar reconstituir estes episódios originais sem a coletânea artificial.

Seminário de Jesus –a terceira questão


A terceira questão começou nos anos setenta e continua até o momento. O membro
mais conhecido do movimento é John Dominic Crossan (The Historical Jesus, Harper
Collins, 1991), mas este movimento também abrange uma coalizão livre com
movimentos liberais como The Jesus Seminar, organizado em 1985 por Robert W. Funk
que produziu The Five Gospels: The Search for the Authentic Words of Jesus (1993) e The Acts
of Jesus: The Search for the Authentic Deeds (1998).

Sua aproximação para crítica da Bíblia está em uma fonte de declarações hipotética "Q"
(Quelle, alemão para "fonte"), e o livro apócrifo de Tomé. Os movimentos da terceira
questão tem duas metas:
• Examinar fontes arqueológicas, históricas e textuais do primeiro século e aplicar
os descobrimentos da sociologia e antropologia a estas fontes para tentar
entender a Jesus
• Enfatizar o judaísmo de Jesus e a necessidade de sua compreensão no contexto
do primeiro século
Esta citação é de uma página em um site do Jesus Seminar:
"Eles [os estudiosos do Jesus Seminar] concluíram que o Jesus da história é muito
diferente do ícone da Cristandade tradicional: Jesus não caminhou na água,
alimentou a multidão, transformou água em vinho ou ressuscitou Lázaro. Ele foi
executado como uma ameaça pública, não por dizer ser Filho de Deus. E na visão do
Seminário, ele não ressuscitou; a ressurreição é, ao invés disso, baseada nas
experiências visionárias de Pedro, Paulo e Maria."

IFÁC EAD 15
O Papel da Apol ogéti ca no S urgi men to de
D outri nas

As “acusações dos adversários” do cristianismo foram fatores responsáveis pelo


surgimento de doutrinas da Igreja. Livros como os Evangelhos, as cartas do N.T.,
surgiram a partir de acusações contra o cristianismo.
Por causa do surgimento de diversas literaturas e entre elas algumas heréticas,
foi necessário a formulação do Cânom, para dar aos crentes a certeza que os livros
escolhidos eram inspirados e de que não causariam danos espirituais à Igreja.

A Apologética pressupõe que haja um ponto de conexão entre a fé cristã e o


pensamento secular e pagão, ponto este que deve servir de partida para o diálogo (At.
17.22,23).

A Apologética dá também ao cristão condições de provar a sua fé, entender


porque eu creio. Pergunta que posso fazer a um não crente: “Eu sei por que creio, e
você, sabe porquê não crer? ( exemplo de Paulo: Eu sei em quem tenho crido).
Existem dois grupos de descrentes:
a) Aqueles que não crêem por falta de provas ( problema intelectual)
b) Aqueles que não crêem porque não querem crer (problema moral)

“ O apologeta está para a apologia assim como a homilética está para o sermão.”

Tudo o que se refere a tempo podemos chamar de história. Vivemos num mundo
temporal, diferente de como será no céu - a eternidade.
O futuro também é história. Os profetas do passado, por exemplo, tinham uma
consciência profética do futuro.
A profecia deve andar junto com os acontecimentos da história, não pode andar
divorciada.
Temos a idéia de profeta muito mística. Porém, nem sempre a profecia é
acompanhada de línguas estranhas.
A história merece uma interpretação. O apologeta precisa saber interpretar a
história, de maneira consciente, de acordo com o ponto-de-vista cristão. A tarefa da
Igreja, portanto é:

a) –Dar aos eventos históricos uma interpretação profética e apostólica;


b) – Mostrar que os eventos da nossa história contemporânea estão relacionados com a
fé cristã, e interpretados à luz dela, são melhor compreendidos.

Profeta: É aquele que analisa o comportamento humano no desenvolvimento da


história. Nesta análise da história e do comportamento humano, terá bases concretas

IFÁC EAD 16
para projetar para o futuro aquilo que está presenciando no presente. É um estudioso
da história.

Ex.: A destruição de Sodoma e Gomorra.

• Na história antiga ele percebe a destruição da cidade em virtude de pecados;


• Na história moderna ele descobre que a humanidade está submersa nesta prática
pecaminosa;
• Então ele projeta para o futuro conseqüências – destruição.

Outros exemplos:

- Nínive e sua conseqüência


- Sodoma e Gomorra e seu fim
- A parábola das dez virgens

O fator histórico deve estar ligado ao sermão, para que a mensagem pregada não
passe de apenas uma história bíblica.
A história deve estar conectada com o meu dia-a-dia (prática do sermão).
O sermão deve ser apologético – Mostrar as conseqüências (esta deve ser a conexão).
A interpretação histórica deve ser de maneira consciente, de acordo com o ponto de
vista cristão.

IFÁC EAD 17
Passado X Presen te

Para que possamos ter uma compreensão holística do homem atual, é necessário
estudarmos seu passado e os principais fatores responsáveis por sua mudança. Sem
esse conhecimento, nosso estudo do homem atual se tornaria superficial e sem sentido.

Veremos também como essa mudança acabou por afetar os conceitos nos padrões
éticos, morais (comportamento) e espirituais no homem. Podemos contemplar essas
mudanças e seus reflexos na Igreja atual. Há diferenças da Igreja primitiva para a Igreja
contemporânea? Quais são os principais pontos que poderíamos destacar desta
mudança? Quais foram os fatores responsáveis por essa mudança? Essa mudança foi
benéfica ou maléfica?... Estes questionamentos nos ajudarão a contemplarmos o
passado, entendermos o presente e projetarmos o futuro que nos espera. Temos em
nossas mãos o poder de questionar e defender o Evangelho genuíno de nosso Senhor
Jesus Cristo das tendências puramente humanas que tem penetrado na Igreja.

IFÁC EAD 18
O B erço da M odern idade

Os séculos XVI, XVII e XVIII foram o berço do pensamento moderno. Vários


acontecimentos que podemos narrar neste período marcaram a era moderna.

• A Reforma protestante – Séc. XVI


• O ponto de vista moderno e secular (que surgiu das filosofias racionais do
Iluminismo) – Séculos XVII e XVIII
• Novas tendências nos diversos ramos das artes, arquitetura, teatro, cultura, música,
literatura, etc.
• Ascensão das indústrias, da ciência e tecnologia modernas.

Muitos historiadores fixam a data do nascimento da era moderna no alvorecer do


Iluminismo, logo após a guerra dos Trinta Anos. O cenário, contudo, fora armado
anteriormente – na Renascença, que elevara a humanidade ao centro da realidade (Séc.
XIV). Renascença – é uma palavra francesa cujo significado é renascimento ou
reavivamento. Neste período houve um renascimento do espírito clássico exemplificado
nas antigas civilizações grega e romana, mas houve também em reavivamento no
aprendizado depois da assim chamada “ Era das Trevas” ( Período da Idade Média)

A Renascença lançou os fundamentos da mentalidade moderna. A busca


intelectual do ser humano elegera como seu objetivo relevar os segredos do universo
para pôr a natureza a serviço do homem, criando assim um mundo melhor ( criam que
os homens podiam dominar a natureza se descobrissem os segredos dela). Essa busca
culminou na modernidade característica do século XX. A cosmologia renascentista
elevou a humanidade ao centro do universo.

A história do Ocidente passou por um período de grande fermentação que se


estendeu aproximadamente de 1650 a 1800 e é geralmente conhecido como Iluminismo
ou Idade da Razão. O Iluminismo durou cerca de dois séculos apenas. De Agostinho até
a Reforma, os aspectos intelectuais da civilização ocidental foram regidos por teólogos e
por reflexões teológicas.

A Idade da Razão trouxe uma estima elevada da capacidade do homem. Ela


substituiu Deus pela humanidade e a colocou no palco da história como personagem
principal. A tarefa da razão humana, por sua vez, era a de compreender a verdade
transmitida pela revelação. Anselmo dizia: “creio para que possa entender”. De acordo
com esse princípio, a razão buscava demonstrar a correção das verdades reveladas e a
reconciliação da experiência com a compreensão do drama cósmico ensinado pela fé
cristã. Os pensadores do Iluminismo começaram a apelar à razão humana, em vez de
recorrerem à revelação imposta externamente, como árbitro final da verdade.

IFÁC EAD 19
Pensadores como Descartes, Newton e Kant foram os responsáveis pelo
fundamento intelectual da era moderna que nasce em fins de 1600 e floresce nos séculos
XVIII e XIX.
No campo religioso, podemos citar a presença de líderes tais como John Wesley ( 1703-
1791) e George Whitefeld (1714-1770), responsáveis pelo Avivamento Evangélico,
essencialmente, uma continuação da Reforma.
Também havia racionalistas ativos na era da Reforma, como Fausto Socino (1539-1604),
que rejeitara a doutrina da Trindade a favor do Unitarismo. Condenava também a
doutrina da expiação como sendo imoral e irracional.

Estes três séculos são dominados por certas marés do pensamento.

Vejamos algumas:
• Uma redescoberta de Deus, na ocasião da Reforma. Esta foi a descoberta básica que
trouxe à existência as Igrejas Reformadas, e que foi o alicerce do movimento
puritano e do Avivamento Evangélico nos séculos XVII e XVIII.
• O interesse no mundo em geral, e no homem em particular, por amor a eles mesmos.
• Crescente expressão da ciência e tecnologia modernas.
• O homem ficou sendo mais racional. Descartou crenças que saíram da moda. Se não
rejeitou a Deus, pelo menos descartou o ritual e os acessórios da igreja. Tudo isso faz
parte integrante da maturidade alcançada pelo homem, que agora vive uma vida
toda sua.
• Segundo os pensadores o conhecimento é preciso, objetivo e bom.

IFÁC EAD 20
Perí odo Pós-M odern o

Somos pós-modernos porque não somos ahistóricos; fazemos parte da história,


estamos dentro dela. Ela nos afeta (o que vem antes) e podemos mudá-la ou influenciá-
la.
Para o homem pós-moderno ninguém pode impor sua idéia sobre outros. Cada
um tem sua opinião, seu parecer. Ainda que minha visão seja diferente, tenho de ouvir
a opinião dos outros. Se alguém discordar de mim não significa precisamente
insubmissão, mas uma característica, uma tendência lingüística da pós-modernidade. O
tratamento “aberto” dos filhos para com os pais também é. A realidade absoluta é a de
Deus.
Uma das características do modernismo era a esperança de um mundo melhor. A
característica do pós-modernismo é o pessimismo, a tendência de um mundo que vai
para pior.

Q.I. = Quociente intelectual (antes se ouvia muito falar)


Q.E. = Quociente emocional (hoje praticamente só se fala dele)

As disciplinas chaves da pós-modernidade são a informática e a psicologia. Isso


porque o presente e o futuro que nos aguarda são de pessoas que demonstram
problemas psicológicos.
A grande tendência que ao mesmo tempo é o grande perigo da pós-modernidade
é a mentalidade virar emoção, romanticista. Os dois extremos são: o homem que só usa
o raciocínio, a razão e aquele que só se utiliza das emoções e é dominado por elas.

Holismo – conhecimento do todo. Não dá para se tratar um problema analisando só


uma área, é preciso levar em consideração o todo, o globo. Não posso analisar uma
pessoa só cognitivamente (ou intelectualmente), mas também emocionalmente, no
contexto cultural e religioso.
O mundo caminha para as tendências emocionais. Os argumentos racionais,
provas arqueológicas, apego à razão que caracterizava o homem moderno (era
iluminista), e as grandes descobertas, industrialização... Dão lugar às emoções. A
grande característica da pós-modernidade não é a razão, mas o emocional (que gera o
abstrato, o volúvel, a subjetividade).
Os princípios da bíblia são supraculturais. Não depende da cultura (vem vestido
da cultura semita daquela época. Cabe a nós desnudá-lo e revesti-lo, aplicando a nossos
dias, interpretado. Há vários exemplos dos princípios bíblicos.

IFÁC EAD 21
No pós-modernismo:

O sentido do texto não reside no próprio texto, mas em quem interpreta a leitura.
Há lugar para a subjetividade e livre interpretação. Dentro desta liberdade, cada um dá
sua própria interpretação. Essa é mais uma tendência pós-moderna, os filmes já não tem
mais um final determinado, nem os livros um final feliz. Fica a critério do espectador
explorar o final.

IFÁC EAD 22
Fi m de M i l ên i o

Estamos vivendo em nossos atuais dias o que podemos chamar de “período Pós-
Moderno”. Esse pós-modernismo que tem avançado em nossos dias caracteriza-se pela
secularização da cultura ocidental, alto desenvolvimento da cultura, da ciência, da
consciência, da modernização e da tecnologia industrial. A pós-modernidade também
se caracteriza pela urbanização acelerada, o crescimento da população e os meios de
comunicação de massa, como os mais importantes.

Para o cristianismo, o período da modernidade foi devastador. Muitos cristãos se


desviaram a cada dia que se passava; pessoas em grande número se tornavam ateus e as
igrejas não sabendo como lhe dar com esta realidade, não se preparou para o presente
de “hoje”. Resultado: com a chegada do pós-modernismo foi se tornando fria.
Com o florescimento da cultura, do saber e da ciência, as pessoas foram
adquirindo uma visão mais aberta, mais crítica. Com a Revolução Francesa, surgiu no
mundo o conceito de uma religião secular; ou seja, o ser humano organizado
politicamente se bastava para solucionar seus problemas. A política cada vez mais
estava se tornando antropocêntrica. “Estava abalada, portanto, a influência de um Deus
sobrenatural controlando tanto o universo como o rei”.

A tendência do ser humano, a partir do século VI, foi de se tornar auto-suficiente e


individualista. A mentalidade da Renascença convertia-se racionaliza. O pensamento místico do
existencialista ateu teve suas origens com Soren Kierkeggard (1813-1855). Para o existencialista,
a vida humana não pode ser reduzida a elementos rudimentares de biologia e atividade
intelectual. Suas paixões são o que o tornam humano. Nietzsche chegou a declarar, convicto em
suas ideologias de que fora de si não havia nada. “Deus está morto”. O existencialismo tornou-se
uma força questionadora dos valores da Modernidade. Para os grandes defensores do
existencialismo, o único sentido da vida reside no interior individual.
O homem necessita desligar-se das regras comuns a aprender a viver só, na
interioridade de suas paixões, sem dar satisfações a esse mundo completamente sem
nexo.
O pós-modernismo é considerado a partir da data de 1950. Vemos exemplos de
mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas a partir de 1950.
Temos vários exemplos do pós-modernismo: A cultura hippie, que desafiou os quatro
pilares da Modernidade (a fé na razão, a fé no progresso tecnológico, a fé na ciência
como substituta da religião para guiar os destinos humanos e a fé no homem autônomo
e auto-suficiente como ente capaz de resolver seus dilemas). Porém, bastou uma década
apenas para que estes hippies deixassem de lado este estilo de vida.

Os filósofos iluministas diziam que a humanidade só faria grandes progressos


quando a razão e o conhecimento se difundissem entre todos. A modernidade crê em
determinismo, a pós, em indeterminismo. Assim, a Modernidade enfatiza propósito e

IFÁC EAD 23
desígnio, a pós - modernidade enfatiza a chance e o acaso. A Modernidade estabelece
uma hierarquia, a pós cultiva a anarquia. A Modernidade valoriza tipos, a pós, o
mutantismo. A Modernidade busca o logos, que oferece o substrato do universo
expresso na linguagem, a pós abraça o silêncio e rejeita sentido e palavra.

As marcas do homem pós-moderno são altamente visíveis. São pessoas vazias,


sem objetivos, acomodadas, levadas pelo modismo e pelo consumismo. São pessoas
que também sofrem de culpa, devido a decadência moral. Sofrem de promiscuidade
em todas as áreas em atuam. Nesta pequena análise do homem pós-moderno,
percebemos que seu progresso e conhecimento humano não os levaram a nada, só à
decadência moral, física e espiritual. Por mais rico que seja o governo federal, não
conseguem extirpar a miséria, o desemprego, as drogas, a violência, a depressão que
tem levado muitos ao suicídio ( até mesmo em massa) , as guerras. Pelo contrário,
parece que tem aumentado a cada dia mais. O novo homem que o niilismo sonhava
não aconteceu, ao contrário, tornou-se um primitivo e selvagem predador de seus
semelhantes.

O homem de hoje é inseguro e vazio, carente de Deus e solitário. Schwartz assinala


que há um “interesse internacional” sem paralelo por textos gnósticos e apocalípticos. É
hora de relógios, contratos, cultos, gangues, genes, fantasmas, empregos e síndromes do
juízo final. O apocalipse é parte de nossa bagagem ideológica. É um afrodisíaco, um
pesadelo, uma mercadoria como qualquer outra. Hoje as pessoas sofrem de fobia,
medos...Vivem infelizes.

Na pós-modernidade, perdeu-se o referencial sobre o que é belo, o que é certo,


ético... (Não há padrão). Insatisfeitas, as pessoas buscam reinventar o passado

IFÁC EAD 24
Para R ef l eti r

Uma característica da pós-modernidade que nós evangélicos devemos estar


atentos é que ela esvaziou a religião formal, mas não conseguiu matar a sede de
espiritualidade das pessoas. Ciente de que não há céu nem Deus, o homem pós-
moderno não entende porque não consegue erradicar o vazio espiritual de sua alma.
Porém, por ser espiritual, tenta preencher o vazio com religião, paganismo medieval,
chamado hoje de “Nova Era” (esoterismos, feitiçaria, espiritismo, etc.). Assim, o homem
contemporâneo encontra-se num beco sem saída.

A modernidade afetou a área sociológica do homem:


• Seu convívio
• As relações humanas
• A percepção da ética. Com a secularização, as pessoas vêem-se convertendo ao
panteísmo. Numa verdadeira confusão, mistura Jesus Cristo com gurus, religião,
previsão através de tarôs.

IFÁC EAD 25
Pl ural i zação /G l ob al i zação
A cada dia que se passa, cresce a urbanização do mundo e a disputa cada vez mais
acirrada por um mesmo espaço entre pessoas com etnias, línguas, idéias, religiões e
produtos a serem comercializados geraram uma ruptura dos próprios processos da
pluralização. Os indivíduos estão tão confusos que agem não mais pela razão, mas
pensando nos outros, na crítica moderna. Vêem a si próprios através dos olhos alheios.
A auto-imagem projetada conta mais que a experiência e habilidades adquiridas. O
homem atual não é mais julgado pelo seu caráter, mas por suas posses. Quanto mais ele
tem, mais ele vale. Isto o leva a uma auto-afirmação.

Uma sociedade que já não enxerga em Deus a explicação para suas colheitas
fracassadas, suas condições meteorológicas instáveis e para suas epidemias
avassaladoras pode ser considerada uma sociedade a caminho da secularização, uma
cultura que programaticamente descarta o sobrenatural como realidade já está
secularizada. A intelectualidade, o avanço das idéias deste mundo, como é o caso das
universidades, bloqueia todas as saídas para o sobrenatural, relegando-as ao
misticismo. A academia de letras só considera valores culturais sob uma concepção
secularizada. Os educadores, que forjam os futuros pensadores; os jornalistas, que
filtram as notícias veiculadas pela mídia; os psicólogos, que aconselham a população
brasileira; os legisladores, que promulgam as leis do País; todos têm um perfil
secularizado. Essa cosmovisão secularizada influencia a cultura em todas as suas
dimensões.

Se na pré-modernidade a força agregativa da sociedade era a crença na


divindade e na modernidade era a crença no potencial humano, a pós-modernidade,
diferenciando-se de ambos períodos, promove um secularismo em que os elementos
unificadores da cosmovisão se fragmentam em milhões das mais distintas opções –
RELATIVISMO.
Com a chegada do capitalismo, era necessário conduzir as pessoas à compulsão
para comprar e à provisão de meios para concretizar seus desejos. “Com o advento dos
meios de comunicação de massa, o sistema tem um terminal dentro de nossas casas,
quase fazendo transfusão intravenosa de cosmovisão contemporânea: valores, idéias e
costumes que nos são enfiados goela abaixo sem que esbocemos um gemido”.
Com o individualismo, as pessoas querem optar pela sua “preferência” religiosa
sem serem importunadas por opiniões contrárias. Assim, na nova postura sexual,
política ou religiosa “cada um fica na sua”. Assim, atualmente as opções sexuais não
mais se constituem em uma ética, mas de “preferência”.
A pós-modernidade gerou pessoas solitárias, escravas de outros; pessoas que
vestem diferentes máscaras, dependendo da esfera em que estiverem, vazias, perdidas,
sem esperança nem motivação. Pessoas deprimidas, a beira do suicídio por não
conseguirem superar as expectativas que eram esperadas pelos outros. Gerou pessoas

IFÁC EAD 26
apenas com momentos felizes, mas tristes por dentro. Deus tem um plano para encher
estas vidas com Seu amor que alegra a alma e dá a paz que eles precisam.

Somos uma geração viciada em velocidade. As notícias dos tele-jornais são curtas
e sintéticas. O tempo passou a ser uma obsessão mundial. As pessoas necessitam
redimensionar-se para conviver com tamanha rapidez de mudanças; precisam adaptar-
se a regulamentos fugazes sem raízes. Esse desarraigamento trouxe duas
conseqüências: relacionamentos corriqueiros e troca de amizades em grande
velocidade.
Assim, o homem pós-moderno defronta-se com um paradoxo. Está só e não gosta,
mas por outro lado não sabe como desenvolver amizades sólidas. Fechado em si, não
consegue lembrar-se do carinho materno pois recebeu tratamento profissional de uma
babá. Sente-se dono de seus sentimentos, mas vive triste pois não sabe como transpor a
linha divisória entre amor e sensualidade; a maioria de seu relacionamentos começaram
com uma transa. Não confia em ninguém pois todos querem levar vantagem.
Essa cultura que tem gerado relacionamentos superficiais tem afetado
diretamente a igreja. As pessoas têm medo de se aprofundarem em seus
relacionamentos. Esta característica da pós-modernidade influencia também no
relacionamento do homem com Deus; seus relacionamentos horizontais (homem) e
vertical (Deus) são sem profundidade. Há uma porção de pessoas más tentando se
aproveitar dos menos avisados. A grande cidade ensina seus habitantes a proteger-se
não se expondo. Para o homem urbano, por exemplo, o encontro sexual não pode ser
mais desprotegido. Não se confiam mais nas pessoas.

Numa igreja urbana as pessoas entram e saem no anonimato, sem às vezes ao


menos serem cumprimentadas. As igrejas gradativamente têm deixado de ser centros
comunitários e se convertido em centros de auto-ajuda. A palavra ekklesia, de origem
grega, a princípio não carregava uma concepção religiosa, mas simplesmente
comunitária. Com o passar do tempo passou a representar instituição, prédio.

As palavras de Jesus iam ao encontro das necessidades mais profundas da alma de


cada um. A igreja precisa encarnar Cristo, doutra forma será apenas uma instituição
burocrática sem valor algum na terra. Como Cristo transmitiu Deus, hoje compete à
igreja transmitir Cristo ao mundo. Em quanto as comunidades estiverem centradas nas
institucionalizações nos programas e em ativismo, a igreja permanecerá atraindo as
pessoas, mas falhará por não conseguir prover um ambiente de relacionamentos
profundos. Os relacionamentos que vemos hoje fracionados e sem compromisso,
resultado do homem pós-moderno, conclamam a igreja a rever seus princípios sobre
discipulado. Precisamos tomar o exemplo de Jesus que muito valorizava o estar junto.

A pós-modernidade é marcada pela pluralidade de visões, estilos de vida,


valores e credos. Atualmente, os cristãos vêm se adaptando para sobreviverem num
mundo de ambiente plural. As igrejas, por exemplo, não é mais tolerada a exercer sua

IFÁC EAD 27
função como antes. Sob pressão da pós-modernidade vem sofrido a perda do
monopólio da cosmovisão. Como o homem atual busca “qualquer” alternativa para a
solução de seus problemas, ele muitas vezes o busca no misticismo, na intuição ou em
qualquer outra coisa que pelo menos por um momento possa lhe produzir resposta.
Todas as respostas passaram a ser válidas para ele, horizontalizadas pela relativização
de que tudo é verdadeiro.

Por causa da pressão pós-modernista, as igrejas tem tido uma mentalidade de


mercado. Constantemente passa por adaptações. Tantos modismos eclesiásticos e
tantos ventos de doutrina são uma necessidade de agradar o cristão como se ele fosse
um cliente. O crente em um mundo plural fica condenado ao relativismo, pois sua
cosmovisão religiosa torna-se mais uma opção entre as demais. Por isso ela não pode
ser imposta. Hoje se impera a decisão e a dúvida. Como ninguém tem certeza do que
crê, não há interesse de provar nada a ninguém, acaba-se o exercício da apologia.
Esvaziam-se os credos doutrinários; a consulta e estudo da Bíblia diminuem. Dá-se a
ênfase no que sinto e não mais no que está escrito. Indivíduos buscam o que faz bem
para eles. O Evangelho tem se tornado bem light nos últimos tempos. Ninguém quer ser
confrontado com a Palavra e se dispor a abrir mão de sua vida pelo Evangelho de Deus.
Cada um preocupa-se consigo mesmo. A falta de firmeza doutrinária faz com que o
crente pós-moderno facilmente sincretize sua fé. Por estas razões tem surgido:

• Um ecletismo na religião
• Cristãos raquíticos (que por sua vez assimilam os valores das outras realidades e
cosmovisões)
• Cristãos supersticiosos, valorizando objetos, óleo ungido, rosas sagradas, água do
rio Jordão (característica da religiosidade pagã).

Jesus nunca forçou seus discípulos à massificação e homogeneidade. Ele os aceitou


individualmente a cada um, com suas diferenças individuais.

IFÁC EAD 28
Para Pen sar

Todo pastor deveria questionar o crescimento de sua igreja. Será por causa de agressivas
estratégicas de marketing, ou crescem porque experimentam a operação dinâmica do Espírito
Santo?
Alguns pastores têm usado a política para encherem suas igrejas. A
espiritualidade tem se tornado narcisista. As pessoas querem o melhor para si, por isso
buscam a Deus: para ganhar algo Dele e não para adorá-lo e glorificá-lo.

Dificuldade da Igreja com relação a apologia:

O homem pós-moderno tem acesso a um volume de informações tecnológicas,


científicas e religiosas. Por causa disso, o homem pós-moderno tornou-se num viciado
em notícias. Esse processo de acesso ao conhecimento gerou um homem apático e sem
interesse por qualquer valor antigo. Estar em dia com o mundo pode ser mais
importante do que os livros de história, ou mesmo um passado bem recente, pois eles
parecem muito distantes. É difícil para o pastor manter a visão da sua igreja à fiel
doutrina dos apóstolos. A procura acelerada por novidades pode gerar na igreja:
• Pressão sobre o pastor
• Geram cristãos sem profundidade
• Vicia as pessoas em um conhecimento sensorial

(A igreja, porém, deve ter um compromisso com a Palavra e com a verdade.)

Trabalhar somente com a religião, como é o caso do pastor, tornou-se algo difícil
neste mundo pós-moderno. Certa antipatia faz parte de toda uma visão pós-moderna.
Por isso os pastores muitas vezes sentem-se inferiorizados, não realizados e insatisfeitos
em seu exercício ou chamado ministerial. Alguns pastores desenvolvem mecanismos
que lhes darão, mesmo que ilusoriamente, um sentimento de importância.

A pós-modernidade está mexendo com a cabeça dos pastores, de forma que a


espiritualidade e o relacionamento com Deus estão sendo substituídos por uma busca
exacerbada de profissionalização. Alguns têm até se tornado “executivos” com suas
megaigrejas. Algumas igrejas sentem-se honradas por essa elevação. Estes pastores,
porém, tem sido seduzido pelo mundo e suas riquezas. Deus não os chamou para isso.
Jesus era acessível a todos e Ele mesmo buscava o pecador. Ele tinha compaixão, por
isso ia de encontro com o necessitado.
Hoje tem se levantado tantos pastores altivos, orgulhosos, que pouco
permanecem, logo caem. Muitos pastores buscam, nos títulos sua afirmação ministerial.
Isso pode ser desastroso. A valorização ministerial não pode depender do desempenho,
e sim de um relacionamento com o Pai. Jesus não se preocupava em provar-se através
de ações espetaculares, mas em agradar o Pai. A paixão que movia o ministério de Jesus

IFÁC EAD 29
era a glória de Deus, não a dos homens. O Senhor Jesus não quer quantidade nem
tamanhos, mas fidelidade dos seus.
Os filósofos do Iluminismo queriam libertar o cristianismo do que consideravam
dogmas e princípios religiosos irracionais. Quando o Iluminismo estava no seu apogeu,
buscava-se substituir a fé no governo de Deus pela fé no progresso humano. O mundo
moderno passou então a tolerar o exercício da religiosidade nessa dimensão utilitária e
privada.
Uma enorme controvérsia marcou o início desse século. Dois grandes grupos
formaram-se: os fundamentalistas e os liberais. Os liberais desmistificavam a Bíblia,
buscando torná-la mais a gosto do homem moderno. Já os fundamentalistas batalhavam
pela inerrância das Escrituras e pelos alicerces da terra. Porém uma mentalidade
humanista contaminou a ambos.
O pensar ocidental humanista dizia:
...“Você nasceu para ser feliz. Todas as coisas deveriam ser convocadas para promover a
felicidade humana”.

O cristianismo pregou outra dimensão de fé:


Deus era o fim último da existência. Quando pessoas buscam felicidade fora de Deus, elas
vivem vazias, frustradas, terrivelmentedeprimidas;porém, quando desfrutamosde Deus
desaparecem os sentimentos de autocomiseração, pois nossa aceitação se alicerça em seu amor, e
não nos desempenhos humanos. Por isso as pessoas da pós-modernidade são infelizes mesmo
possuindo tantos bens materiais, pois mesmo assim continuam tristes e incompletas. Enquanto
não descobrirem em Deus a razão de suas vidas, serão infelizes.

IFÁC EAD 30
T eol ogi a Con temporânea = T eol ogi a da Fel i ci dade

A igreja primitiva mesmo passando por perseguição pregava o evangelho e isto


resultou em toda uma geração convertida, embora a conversão significava colocar a
cabeça em risco. Hoje por mais que se prometa felicidade e resolução dos seus problemas
por parte de Deus, as pessoas permanecem impassíveis diante da pregação do
Evangelho. O Evangelho utilitarista e humanista não resolve o problema principal da
humanidade que é o pecado. Este evangelho é sempre limitado, promete o céu, mas não
o Reino. As pessoas para adquirirem a felicidade precisam se submeter ao Reino de
Deus.
As pessoas estão carentes por qualquer coisa ou pessoa que as possa ajudar a
melhorar a vida, não há muita resistência quando falamos de um Salvador. Por isso o
Evangelho humanista tem gerado consumidores de religião e não servos. As pessoas
vão às igrejas para receber alguma coisa de Deus, e não para se deixarem moldar por
ele, por isso as atitudes dentro das igrejas tem sido carnais. Vemos igrejas lotadas,
cultos espalhafatosamente carismáticos, cânticos intensamente emotivos, porém menos
compromissados.
No Evangelho humanista Deus é servido pelo que dá, e não por quem é. Este
evangelho baseia-se na troca. A atitude já não é a de se colocar ao dispor de Deus, mas a
de receber bênçãos.
Os cultos mudaram. A ênfase na explicação e reflexão Bíblica foi substituída por uma
tônica mais confrontante contra os poderes do mal. Pastores gastam a maior parte do
tempo expelindo e repreendendo demônios, quebrando maldições, decretando e
reivindicando bênçãos. As Igrejas tem se tornado supersticiosas, aderindo a ritos do
espiritismo, como a água orada.
A igreja de nossos dias necessita voltar a discutir alicerçada em labor teológico
como a Igreja primitiva assim o fazia. Se a igreja deixar a teologia de lado, não poderá
responder aos seus impasses com legitimidade espiritual.

IFÁC EAD 31
E agora... O q ue f azer???
Como en ten der os descren tes?
1. O descrente rejeitou a Igreja, mas não significa que rejeitou a Deus.
O homem pós-moderno não quer assumir compromissos duradouros em se tratando
de relacionamentos. Não quer dizer que o homem pós-moderno seja mais descrente,
pois ele continua sedento, mas talvez esteja faltando algo na Igreja, ela não está
cumprindo sua missão, seu papel.

As pesquisas falam que entre 100%:


80% acham que a fé cristã é relevante para suas vidas. 20% acham que a Igreja é
importante para suas vidas.

2. O descrente pode estar moralmente à deriva, mas no fundo está em busca de uma
âncora. Não importa se pecou mais do que as outras, pois alguns pensam que
quanto mais um homem peque, mais difícil é dele se converter. Então, todos estão
em busca de uma âncora, todos necessitam de salvação.

3. O descrente impõe-se às regras, mas é sensível ao raciocínio. O homem pós-


moderno considera regras como algo forçado, imposto; por isso não aceitam.
Posso encarnar a palavra e num diálogo, convencer alguém que está em pecado
mais informalmente (usando estratégias, falando os efeitos bons e maus), do que
falando formalmente citando, por exemplo, versículos da Bíblia. Estamos sensíveis
ao raciocínio, por isso tem de haver diálogo, pois as pessoas estão abertas ao
raciocínio, ao diálogo, não aceitam mais imposição.
4. O descrente não entende o cristianismo, mas também não conhece exatamente
aquilo que afirma acreditar. Não crêem, não porque fizeram um estudo sistemático
que o convenceu a não crer, mas às vezes por falta de provas. As ferramentas que
usamos estão gastas, devem ser afiadas, mudadas.

5. O descrente tem perguntas autênticas sobre assuntos espirituais, mas não acham que
os cristãos respondam de modo que o satisfaça.

6. O descrente não pergunta: “o cristianismo é verdadeiro?” No geral ele pergunta: “o


cristianismo funciona?” Na verdade ele quer saber e está interessado que aquilo que
ele busca vai dar solução à sua saúde, depressão, enfermidades, vida financeira, etc.
Não importa muito para o não crente a denominação – cristianismo, budismo,
misticismo – mas o que vai funcionar para ele.

7. Quem está longe de Deus não quer apenas conhecer algo. Quer ter a experiência. Só
conhecimento intelectual nem sempre vai segurar alguém com Deus na igreja.
Devemos levar o pecador a Ter uma experiência com Deus.

IFÁC EAD 32
8. O descrente não quer ser um projeto de alguém. Ele gostaria, porém, de ser amigo
de alguém. A igreja está tendo grandes problemas com relacionamentos... Nisto
conhecerão que sois meus discípulos – se vos amardes uns aos outros.

9. O descrente pode não confiar em autoridades, mas é receptivo à liderança bíblica


autêntica. De forma natural não gosta de regras, autoridades. Porém, se vêem
autenticidade acreditam no ministério, na liderança do líder. Quando o povo não
sente firmeza no líder é visto com desconfiança, perde-se o crédito. Os valores da
Igreja devem ser diferentes dos valores do mundo para inspirar confiança.
10. O descrente não segue denominações. É atraído a lugares onde possa satisfazer os
anelos de sua alma.

11. O descrente não quer fazer parte de uma organização, mas está ansioso para
trabalhar em conjunto por um mesmo objetivo (ele foge de organizações).

12. O descrente pode não demonstrar interesse espiritual na igreja, mas quer que seus
filhos recebam um treinamento moral de alta qualidade. Pode-se ganhar os pais
através dos filhos.

13. O descrente está confuso com os papeis sexuais. Ele não sabe que a Bíblia pode lhe
deixar bem claro o que significa ser homem ou mulher.

14. O descrente tem orgulho de ser tolerante com os diversos tipos de fé, mas acha que
os cristãos têm mentalidade estreita. Em outras palavras, ele se gaba de ser tolerante,
mas acha que os cristãos não o são.

15. O descrente poderá ir a uma igreja se um amigo o convidar.

IFÁC EAD 33
As pressões da Pós-M odern i dade na I grej a
O Pl ural i smo e a I grej a a se adaptar...

* Vimos que com a pós-modernidade a igreja perde o monopólio da cosmovisão. Ou


seja, o homem busca respostas nas emoções, estilos de vida, no misticismo, na intuição,
no hedonismo, ou qualquer coisa que possa por um momento dar uma resposta.
A religião torna-se uma intuição a mais. Agora é marginal e não mais o centro.

*A pós-modernidade também gera na religião uma mentalidade de mercado.


Adaptações constantes devido ao mercado. O mercado determina, o cliente tem razão.
Você consegue ver algum perigo ai?

• O crente em um mundo plural fica condenado ao relativismo. Como ninguém tem


certeza do que crê, também não está interessado em provar sua fé. Acaba-se o
exercício da apologia. Esvaziam-se os credos doutrinários. A leitura da Bíblia passa a
ser intimista. Ou seja, o que interessa não é mais o que está escrito, mas aquilo que
eu sinto enquanto estou lendo.

LOGOS – Palavra escrita. Não é mais importante.


RHEMA – Palavra Revelada que não se restringe somente ao que está escrito. Passa a
ser mais importante.

IFÁC EAD 34
Q uai s os desaf i os da I grej a di an te destas q uestões?
a) Ser organismo vivo, antes de ser instituição;
b) Oferecer uma segurança comunitária sem o prejuízo da liberdade individual. Duas
tentações geradas pela incredulidade e insegurança do pós-modernismo:
• Abandonar os indivíduos à sua própria sorte, preocupando-se com multidões.
• Querer solidificar-se como instituição e afirmar-se na tradição.
A igreja não pode refugiar-se nas multidões, ignorando a resistência do pós-
modernismo, em deixar-se conhecer. A busca pela mega-igreja leva à massificação
(ignora-se a individualidade de cada um, as pessoas passam a ser tratada como
número). Deve-se investir na pessoa como ser individual.

c) Produzir nos crentes convicções pessoais e solidamente estabelecidas nas escrituras.


Quanto mais pluralista for a sociedade, mais profundas devem ser suas convicções.
O perfil do pós-modernismo:
• De moda em moda e não de glória em glória... II Co. 3.18
• O perfil pós-moderno parece levar as pessoas a extremos êxtases, mas abandona as
pessoas decepcionadas (qualquer mudança exige um processo e não um evento).

d) Reavivar a busca da verdade espiritual. A pós-modernidade acabou com a empáfia


dos liberais, mas não livrou a igreja das heresias. Substituiu essas por outras. Livrou-
se do racionalismo para abraçar o irracionalismo.
e) Desenvolver uma espiritualidade profunda, mas em contato com a realidade. O
fenômeno do neu-pentecostalismo ou neu-fundamentalismo manifesta-se com
espiritualidade bem sintonizada com o espírito da época, egocêntrica e instantânea.
A pós-modernidade representa perigos e oportunidades para a igreja.
“Certo dia alguém disse uma frase: “Já não se fazem mais pastores como
antigamente”... PORÉM, nós sabemos que realmente “já não se fazem mais pastores
como antigamente”, porque “já não se fazem mais pastores para antigamente”...

IFÁC EAD 35
V ocê pode expl i car sua Fé?

“O que é fé?” Perguntou o professor da Escola Dominical. Um menininho respondeu no


mesmo instante: “Acreditar numa coisa que você sabe que não é verdadeira”.

Não é de se esperar que muitos não-Cristãos pensem dessa maneira. Mas, que
muitos crentes pensem assim, aberta ou secretamente, é trágico.
Nós vivemos num mundo crescentemente sofisticado e educado. Já não é suficiente
sabermos o que acreditamos. É essencial saber por que o acreditamos. O fato de crermos
em alguma coisa, não torna essa coisa verdadeira. Uma coisa é verdadeira ou não
independente de alguém crer nela. Isto é tanto verdadeiro para o Cristianismo como
para qualquer outra coisa.

Existem dois pontos de vista igualmente errôneos divulgados hoje em dia entre os
cristãos, sobre a importante questão de saber-se se o Cristianismo é racional. O primeiro
é, em essência, uma abordagem antiintelectual ao Cristianismo.
Muitos compreendem mal versículos como Cl. 2.8 “Cuidado que ninguém vos venha a
enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os
rudimentos do mundo, e não segundo Cristo”. Alguns usam este versículo de tal
maneira que dá a impressão que o Cristianismo é, pelo menos não racional, se não
irracional.

Esses não compreendem que uma apresentação do Evangelho claramente


arrazoada “é importante – não como uma substituição racional para a fé, mas como um
fundamento para a fé; não como uma substituição à obra do Espírito, mas como meio
pelo qual a verdade objetiva da Palavra de Deus possa se tornar clara, de modo que os
homens a atendam como o veículo do Espírito, que convence o mundo através de sua
mensagem”.

Existem desafiadores da nossa fé em toda a parte. As modernas comunicações


tornaram o mundo pequeno, como uma vizinhança. Nós podemos ser desafiados tanto
por muçulmanos, como por hindus e budistas, todos eles apregoando uma experiência
religiosa válida que pode se aproximar da nossa. De dentro da própria cristandade
dizem-nos agora que Deus está morto. Em nossa idade científica e cada vez mais, o
humanismo ético está tendo um apelo mais forte.

Montgomery observa ainda: “O filósofo analítico Anthony Flew, desenvolvendo uma


parábola de um conto de John Wisdom, ilustra com sem significação para os nãos-
cristãos são as assertivas religiosas incapazes de serem provadas objetivamente “.

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“ Era uma vez dois exploradores que chegaram a uma clareira, na selva. Na
clareira cresciam muitas flores e muitas ervas daninhas. Um dos exploradores disse: ‘
algum jardineiro deve cuidar deste pedaço de terra’. O outro descorda: ‘ não há
nenhum jardineiro’. Então armaram suas tendas e ajustaram a vigilância. Nenhum
jardineiro é visto. ‘ Mas talvez seja um jardineiro invisível’. Colocaram então uma cerca
de arame farpado. Eletrificaram essa cerca. Patrulharam-na com cães de guarda. Mas
nenhum grito indicou jamais que algum intruso recebeu um choque. Nenhum
movimento do arame da cerca indicou jamais um escalador invisível. Os cães nunca
latiram ainda sim o crente não está convencido: ‘ mas há um jardineiro, invisível,
insensível a choques elétricos, um jardineiro que vem secretamente cuidar do jardim
que ele ama “. Por fim, o cético se desespera: “Mas o que resta de sua afirmação
original? Como difere exatamente o que você chama de jardineiro invisível, intangível,
eternamente ilusório, de um jardineiro imaginável ou mesmo de nenhum jardineiro
enfim?”.
Esta parábola é um julgamento condenatório de todas as reivindicações de
veracidade religiosa, salvo aquela da fé cristã; pois no Cristianismo nós não temos
meramente uma alegação de que o jardim deste mundo é cuidado por um Jardineiro
amoroso; nós temos a real, empírica entrada do Jardineiro dentro da cena humana na
pessoa de Cristo (Jo. 20.14,15), e essa entrada é comprovável através de sua
Ressurreição.

Por outro lado, há aqueles que candidamente confiam numa coletânea de


respostas e tentam persuadir as pessoas a entrarem no Reino. Isto é uma
impossibilidade e está tão fadada ao insucesso como uma tentativa de furar uma parede
de tijolos atirando nela com uma pistola de água! Há um fator intelectual no Evangelho,
mas há também considerações morais.
“O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Co.2.14).
Sem a parte do trabalho do Espírito Santo, nenhum homem crerá. Mas um dos
instrumentos que o Espírito Santo usa para trazer esclarecimento é uma explicação
razoável do Evangelho e da maneira como Deus trata com os homens.

Além dessas considerações pragmáticas, entretanto, estão as assertivas bíblicas


sobre a racionalidade do Evangelho. A par disso, existem claras ordens bíblicas aos
Cristãos para serem inteligentes em sua fé: “Estai sempre preparados para responder a
todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com
mansidão e temor” (I Pe. 3.15,16a). Se formos capazes de justificar nossa fé, e se
permitirmos que as mesmas questões nos derrotem na conversação, vez após vez,
estaremos sendo desobedientes. Por nossa própria ignorância, estaremos confirmando
os incrédulos em sua descrença. Há sólidas razões práticas para que essa ordem nos
tenha sido dada. Em primeiro lugar, é necessária para o fortalecimento da nossa fé
como Cristãos.

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Existem no mundo dois tipos de céticos: Aqueles que não crêem por falta de
provas e aqueles que não crêem por que não querem crer. Aí entra a questão moral para
estes. Muitos não cristãos não consideram o Evangelho seriamente porque ninguém
jamais lhes apresentou os fatos convincentemente. Esses associam a fé com a
superstição, baseados primariamente em considerações emocionais, e, portanto, o
rejeitam de antemão.
O problema moral sempre obscurece o problema intelectual, no Cristianismo. Não é que
o homem não pode acreditar – é que ele não quer acreditar.
O problema moral sempre obscurece o problema o problema intelectual, no
Cristianismo. Não é que o homem não pode acreditar – é que ele não quer acreditar.
Mas indicações bíblicas da base racional do Evangelho aparecem na ordem de nosso
Senhor de “amar o Senhor Teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, e de
todo o teu entendimento” (Mt 22.37). O homem todo está envolvido na conversão: a
mente, as emoções e a vontade. Paulo diz que ele é incumbido da defesa do Evangelho
(Fl.1.16). Tudo isso implica em um Evangelho claramente compreensível, o qual pode
ser racionalmente compreendido e defendido. O Evangelho é sempre equiparado com a
verdade.
A pergunta então nos vêm à tona: Como é que eu sei que o Evangelho é
verdadeiro? Há dois fatores básicos: os fatos objetivos, externos e históricos da
Ressurreição, e a experiência de Cristo, subjetiva, interna, pessoal. Porque o
Cristianismo é acerca do Único que é a Verdade, um exame acurado não pode
prejudicá-lo. A fé no Cristianismo é baseada na evidência. É uma fé razoável. A fé, no
sentido Cristão, vai além da razão.

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B i b l i ograf i a

• McDowell, Josh – Evidência que exige um veredito: avidências históricas da fé


cristã – 2ª. Ed. São Paulo, Candeia, 1996.

• Little, Paul E. – Você pode explicar sua fé? – 5ª. Ed. São Paulo, Mundo Cristão,
1997.

• Ayres, Antônio Tadeu – Como entender a Pós-Modernidade: o desafio de


conduzir a igreja segundo os princípios bíblicos – 2ª. Ed. São Paulo, Vida, 1998.

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