Mod 3 Historia Da Psicologia

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14/05/2023, 21:26 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.

Módulo 3:  A subjetividade moderna - Parte I

3.1: A afirmação do sujeito através da razão

Leitura Obrigatória:

- MASSIMI, M. História dos Saberes Psicológicos. São Paulo: Paulus, 2016. (Capítulo 6 – Eixo
estruturante A construção do arcabouço conceitual dos saberes psicológicos no âmbito dos conhecimentos:
a mente e o corpo segundo Descartes e as raízes conceituais da Psicologia Moderna, pg. 333 – 342).

- SANTI, P. L. R. A Construção do Eu na Modernidade. 6ª ed. Ribeirão Preto/SP: Holos, 2009. (Capítulos


7, 8 e 12).

Leitura para aprofundamento:

- FERREIRA, A. A. L. O múltiplo surgimento da psicologia. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.;


PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora,
2013. (Capítulo 1).

- FIGUEIREDO, L. C. A Desnatureza Humana ou o Não no Centro do Mundo. Identidade e esquecimento:


aspectos da vida civilizada. In: FIGUEIREDO, L. C. A invenção do psicológico: quatro séculos de
subjetivação, 1500-1900. 7ª ed. São Paulo: Escuta/Educ, 2007

Apresentação do tema:
 
Já, desde o século XVII, vinha sendo problematizada a possibilidade de constituição de uma convivência
harmônica entre  homens livres, aptos a exercer esta liberdade em todos os âmbitos de sua vida. Como
vimos, em oposição ao ideal do bem comum, insurge-se a ‘natureza’ humana, egoísta, vaidosa e auto-
referente.
 
Para superar o impasse, Thomas Hobbes (1588 – 1679) propõe, em suas obras, o completo domínio desta
natureza do homem e a constituição de um pacto social, em que cada uma cederia parte de sua liberdade
em prol da construção de um Estado civil.
Neste contrato, os direitos naturais do homem seriam em parte transferidos a um soberano ou a uma
assembléia que se responsabilizaria por legislar e julgar os cidadãos.
 
Na organização da vida social, o homem moderno, como indivíduo, deve apropriar-se dos meios de
produção e assegurar as bases econômicas de sua existência; deve encontrar meios viáveis de
convivência com iguais; deve cuidar da defesa de seus interesses, em um mundo de interesses
particulares, muitas vezes em oposição.
 
Tanto quanto da produção do conhecimento, aqui também está presente a exigência à disciplina e à
legislação das condutas. Aqui também se operará uma cisão, já agora entre os espaços reservados à vida
em sociedade – submetida a regras de convivência – e os espaços destinados à privacidade, nos quais o
homem pode exercer a liberdade que lhe cabe “por natureza”.
 
Estabelece-se assim um território de representação, de cultivo de regras estritas da etiqueta, cuja
observância supostamente garantiria a contenção das paixões nos espaços privados.
 
Atividades:

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1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, procurando caracterizar a cisão entre os espaços
público e privados como solução para o dilema posto pelos ideais iluministas. Reflita sobre as
repercussões desta cisão para as subjetividades.
2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:
 
No Renascimento, nasce o humanismo moderno. Há uma grande valorização do homem e, ao mesmo
tempo, a idéia de que ele deve buscar se constituir enquanto homem. Mas o homem não está naturalmente
aparelhado para isto. Assim, é incorreto afirmar:
a) Na produção de conhecimento fidedigno, cabe ao homem expurgar de si, pelo uso do método, tudo o
que tem de variável, idiossincrático, suspeito.
b) Na produção do conhecimento, será necessário constituir um sujeito autônomo, autotransparente,
reflexivo, uno.
c) Na vida em comunidade, será preciso estabelecer um sistema social gerenciado por homens iguais em
direitos e deveres.
d) Na vida em sociedade será necessário constituir uma identidade fictícia, cuja conduta seja previsível e
regulável.
e) Na convivência de homens livres, mesmo os aspectos dos indivíduos que não se prestavam a
normatização exigida pela vida em sociedade poderiam ser publicamente expostos.
 
R.: Com base na leitura dos textos, você deve ter assinalado a alternativa ‘e’: ao longo da Modernidade, os
processos de constituição das subjetividades vão demandando uma série de cisões, entre elas a que
determina que só devem ser apresentadas publicamente nossas características que se adequavam as
normas sociais. Aspectos não plenamente normatizáveis só deveriam ser expressos no âmbito da vida
privada.
 
3) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser
motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor,
nas aulas presenciais.
 

3. 2. O Iluminismo: delimitação do público e do privado.

3. 3. O Romantismo: característica da subjetividade romântica.

3. 4. Iluminismo, Romantismo, Liberalismo e Regime Disciplinar: os diversos caminhos para a


Psicologia.

Leitura Obrigatória:

- SANTI, P. L. R. A Construção do Eu na Modernidade. 6ª ed. Ribeirão Preto/SP: Holos, 2009. (Capítulos


9, 10, 11, 14, 15).

Leitura para aprofundamento:

- FIGUEIREDO, L. C. A gestação do espaço psicológico no século XIX: Liberalismo, Romantismo e Regime


Disciplinar. In: FIGUEIREDO, L. C. A invenção do psicológico: quatro séculos de subjetivação, 1500-
1900. 7ª ed. São Paulo: Escuta/Educ, 2007.

- VIDAL, F. “A mais útil de todas as ciências”. Configurações da psicologia desde o Renascimento tardio até
o fim do Iluminismo. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da
Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 2).

Como vimos, dos ideais iluministas surge a necessidade de separação de espaços publico e privado e
institui-se o estrito cultivo da etiqueta – um mundo de representação.   É contra isto que se insurge o

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Romantismo.  Para os movimentos românticos, a essência do homem, seus aspectos mais


verdadeiramente humanos não estariam na sua capacidade racional, mas, pelo contrário na riqueza e no
ímpeto de suas paixões.
 
O movimento romântico desdobra-se em duas faces: a primeira, idílica, mostra o homem em contato
estreito e harmônico com a natureza, numa vida de deleite e felicidade; o segundo – tempestade e ímpeto
– ressalta a natureza passional que, sua complexidade e contradição, leva muitas vezes à dissolução do
eu e à loucura.
 
Em qualquer de suas vertentes, no entanto, o homem romântico julga-se dono de uma vida interior rica,
singular e incomunicável, caracterizando, no plano das idéias, uma inversão de valores: o que o Iluminismo
racionalista expunha como aspectos pouco confiáveis do homem, o romantismo apregoa como o seu
verdadeiro eu, sua essência mais própria e preciosa.
 
Além dos ataques externos, a partir do século XVIII, a razão, dentro do âmbito do projeto iluminista,
começa a sofrer um processo de auto-crítica, no qual se procura investigar suas   possibilidades e os
limites. Kant é o grande nome neste movimento, postulando a impossibilidade humana de atingir o
conhecimento das coisas em si. Para ele, nosso conhecimento sobre o mundo seria sempre mediado por
nossas estruturas cognitivas.
 
Ainda que rechaçados e submetidos a uma estrita auto-vigilância, os aspectos excluídos do eu retornam
sempre, extravasam do terreno íntimo e ameaçam as estratégias desenvolvidas para a manutenção de
relações sociais estáveis e igualitárias.
 
Diante da falência dos dispositivos criados para garantir a separação entre as esferas públicas e privadas,
assistimos a um progressivo fortalecimento do Estado, incumbido de inserir alguma ordem na vida social. A
sociedade deve, a partir de então, ser administrada, com a imposição de leis heterônomas, que se
imiscuem na livre decisão dos indivíduos e determinam o que o homem pode e deve ser.
 
Através de mecanismos como a vigilância e controle sobre as condutas, da sanção, do estabelecimento da
norma,   os indivíduos são adestrados. Produtos de uma cultura disciplinar, tornam-nos sujeitos presos a
identidades que reconhecemos como nossas, mas que nos foram impostas pelas redes de poder que
passaram, a partir do século XIX, a permear todas as relações.
 
O tema é complexo e a leitura indicada é extensa. Ainda assim, recomendamo-la fortemente.
 
Atividades:
 
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, procurando caracterizar as repercussões do
Romantismo nos processos de constituição das subjetividades. Atente para a valorização do “interno” em
contraposição às aparências.
 
2) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:
 
O Romantismo, movimento que se estende do final do século XVII a meados do XIX, refere-se a
manifestações bastante diversas. Analise as afirmações abaixo:
I. O Romantismo denuncia e privilegia aquele aspecto do eu que estava excluído pelo projeto cartesiano.
Uma das imagens mais recorrentes foi a de que o real é encoberto por um véu e impõe-se a necessidade
de desvelá-lo ou revelá-lo. Assim, o Romantismo acusa a vida social de afastar o homem de sua
verdadeira natureza, que é passional.
II. O Romantismo se constitui como um movimento de crítica ao período medieval, à medida que ele
representa uma espécie de saudosismo de um estado natural perdido, que seria preciso reencontrar. A
natureza a que se refere é altamente idealizada e compreendida como o jardim do Éden.
III. Uma das expressões do Romantismo apresenta uma natureza violenta, que ultrapassa em muito a
potência da vontade consciente. O eu é invadido por aquilo que procurava excluir. Aqui se introduz o
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elemento anti-humanista. O homem vê-se diante de um despojamento total de sua importância: ele não
seria mais do que um invólucro que porta a vontade e que pode ser substituído.
IV. O Romantismo é essencial no desenvolvimento do sentido de interioridade e profundidade da alma
humana, constituindo-se de uma das bases do que poderíamos chamar de individualismo.
V. Schopenhauer, Edgar Allan Poe e Goethe são alguns dos autores que representam o movimento
tempestuoso e impetuoso do romantismo. Além deles, podemos mencionar no campo da música
Beethoven, Wagner e Chopin.
Assinale a alternativa que contemple as afirmações corretas:
A) I, II, III
B) I, III, IV, V
C) II, IV, V
D) I, III, V
E) I, II, III, IV
 
A alternativa a ser assinalada é a ‘b’: as afirmações  I, III, IV, V são verdadeiras, a afirmação II é falsa, pois
o saudosismo empreende crítica ao passado; é, pelo contrário, um desejo de retorno a um período anterior,
idealizado.
 
3) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser
motivo de reexame dos textos, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor,
nas aulas presenciais.
 
 
 

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