Mensagem
Mensagem
Mensagem
Estrutura da obra:
A poesia da “Mensagem” poderá ser vista como uma epopeia, pois parte de um núcleo
histórico. Contudo, a sua formulação é simbólica, mítica, e não possuirá continuidade. O
poema Mensagem, exaltação do Sebastianismo que se cruza com a expectativa de
ressurgimento nacional, assenta num simbolismo e misticismo, revelador de uma faceta oculta
e mística do poeta. Há na mensagem uma transcrição da história de uma nação, mas
transfigurada, onde a acção dos heróis, só adquire pleno significado dentro duma referência
mitológica. Aqui só serão eleitos, só terão direito à imortalidade, aqueles homens e feitos que
manifestam em si esses mitos significativos.
Assim, a estrutura da Mensagem, transfigura e repete a história duma pátria como o mito
dum nascimento, vida, morte e renascimento de um mundo. A cada um destes momentos
corresponde (respectivamente) o “Brasão”, o “Mar Português” e “O Encoberto”.
“O Encoberto” corresponde à terceira parte, onde se insinua que o Rei Encoberto virá,
“segundo as profecias de Bandarra e a visão do Padre António Vieira, numa manhã de
nevoeiro”. Assim, a terceira parte, é toda ela um fim, uma desintegração; mas também toda
ela cheia de avisos, de forças ocultas prestes a virem à luz depois da “Noite” e “Tormenta”,
dando origem ao novo ciclo que se anuncia: o Quinto Império.
Linguagem e estilo:
A linguagem é lapidar, também carregada de simbolismo e, por vezes, arcaizante.
Corresponde este aspecto à vontade do autor intemporalizar conceitos que convergem para o
ideal absolutizado que deseja cumprir, assumindo-se como um Super Poeta, um Supra
Camões.
Sebastianismo:
A Mensagem apresenta um carácter profético, visionário, pois antevê um império futuro, não
terreno, e ansiar por ele é perseguir o sonho, a quimera, a febre de além, a sede de Absoluto, a
ânsia do impossível, a loucura. D. Sebastião é o mais importante símbolo da obra que, no
conjunto dos seus poemas, se alicerça, pois, num sebastianismo messiânico e profético.
Discurso
ÉPICO LÍRICO
Deus quis que a terra fosse toda uma;/Que o mar unisse, já não separasse, para isso sagrou o
homem e assim ele foi desvendando a espuma.
O desejo divino de unir por via marítima a Terra levou à escolha e sagração do Infante D.
Henrique que, com a sua ação, cumpriu a obra espiritualmente concebida. O Infante é
representante de Deus, concretizador da sua obra.
Exaltação patriótica: