Atendimento Educacional Especializado em Libras
Atendimento Educacional Especializado em Libras
Atendimento Educacional Especializado em Libras
1 AEE ............................................................................................................. 2
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 25
4 LEITURA COMPLEMENTAR.................................................................... 29
1
1 AEE
Fonte:paraisomodabebe.com.br
2
possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagens que
são únicas. Qualquer pessoa portadora de deficiência tem o direito de expressar seus
desejos com relação a sua educação, tanto quanto estes possam ser realizados. Pais
possuem o direito inerente de serem consultados sobre a forma de educação mais
apropriada às necessidades, circunstâncias e aspirações de suas crianças.
(MEC/SEESP, 2006:33)
4
Fonte: fisiovital.com.br
6
Fonte: criancadiferente.blogspot.com.br
8
Fonte: tudobemserdiferente.wordpress.com
9
requerida pela escola de modo que atenda aos princípios democráticos que a
orientam.
A Educação Especial tem sido atualmente definida no Brasil segundo uma
perspectiva mais ampla, que ultrapassa a simples concepção de atendimentos
especializados tal como vinha sendo a sua marca nos últimos tempos.
Conforme define a nova LDB, trata-se de uma modalidade de educação
escolar, voltada para a formação do indivíduo, com vistas ao exercício da cidadania.
Como elemento integrante e indistinto do sistema educacional, realiza-se
transversalmente, em todos os níveis de ensino, nas instituições escolares, cujo
projeto, organização e prática pedagógica devem respeitar a diversidade dos alunos,
a exigir diferenciações nos atos pedagógicos que contemplem as necessidades
educacionais de todos. Os serviços educacionais especiais, embora diferenciados,
não podem desenvolver-se isoladamente, mas devem fazer parte de uma estratégia
global de educação e visar suas finalidades gerais.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam a atenção à diversidade da
comunidade escolar e baseiam-se no pressuposto de que a realização de adaptações
curriculares pode atender a necessidades particulares de aprendizagem dos alunos.
Consideram que a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam
em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas,
também, seus interesses e motivações.
A atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso à escola e visa à
melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem
como as perspectivas de desenvolvimento e socialização. A escola, nessa
perspectiva, busca consolidar o respeito às diferenças, conquanto não elogie a
desigualdade. As diferenças vistas não como obstáculos para o cumprimento da ação
educativa, mas, podendo e devendo ser fatores de enriquecimento.
10
Fonte:tudobemserdiferente.wordpress.com
sensoriais diferenciadas;
11
habilidades/superdotação, aos portadores de deficiências cognitivas, físicas,
psíquicas e sensoriais. Tem o propósito de deslocar o foco do aluno e direcioná-lo
para as respostas educacionais que eles requerem, evitando enfatizar os seus
atributos ou condições pessoais que podem interferir na sua aprendizagem e
escolarização.
É uma forma de reconhecer que muitos alunos, sejam ou não portadores de
deficiências ou de superdotação, apresentam necessidades educacionais que
passam a ser especiais quando exigem respostas específicas adequadas.
O que se pretende resgatar com essa expressão é o seu caráter de
funcionalidade, ou seja, o que qualquer aluno pode requerer do sistema educativo
quando frequenta a escola. Isso requer uma análise que busque verificar o que ocorre
quando se transforma as necessidades especiais de uma criança numa criança com
necessidades especiais. Com frequência, necessitar de atenção especial na escola
pode repercutir no risco de tornar-se um portador de necessidades especiais. Não se
trata de mero jogo de palavras ou de conceitos.
Falar em necessidades educacionais especiais, portanto, deixa de ser pensar
nas dificuldades específicas dos alunos e passa a significar o que a escola pode fazer
para dar respostas às suas necessidades, de um modo geral, bem como aos que
apresentam necessidades específicas muito diferentes dos demais. Considera os
alunos, de um modo geral, como passíveis de necessitar, mesmo que
temporariamente, de atenção específica e poder requerer um tratamento diversificado
dentro do mesmo currículo. Não se nega o risco da discriminação, do preconceito e
dos efeitos adversos que podem decorrer dessa atenção especial. Em situação
extrema, a diferença pode conduzir à exclusão. Por culpa da diversidade ou de nossa
dificuldade em lidar com ela?
Nesse contexto, a ajuda pedagógica e os serviços educacionais, mesmo os
especializados – quando necessários – não devem restringir ou prejudicar os
trabalhos que os alunos com necessidades especiais compartilham na sala de aula
com os demais colegas. Respeitar a atenção à diversidade e manter a ação
pedagógica “normal” parece ser um desafio presente na integração dos alunos com
maiores ou menos acentuadas dificuldades para aprender.
Embora as necessidades especiais na escola sejam amplas e diversificadas, a
atual Política Nacional de Educação Especial aponta para uma definição de
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prioridades no que se refere ao atendimento especializado a ser oferecido na escola
para quem dele necessitar.
Nessa perspectiva, define como aluno portador de necessidades especiais
aquele que “... por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos
no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer
recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas. ”
A classificação desses alunos, para efeito de prioridade no atendimento
educacional especializado (preferencialmente na rede regular de ensino), consta da
referida Política e dá ênfase a:
• portadores de deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla;
• portadores de Superdotação.
recursos.
especiais.
integrada não se apresenta como viável, seja pelas condições do aluno, seja
13
adultos com necessidades especiais sejam atendidos em escolas regulares, sempre
que for recomendado pela avaliação de suas condições pessoais. A concepção da
política de integração da educação especial na rede regular de ensino abrange duas
vertentes fundamentais:
O âmbito social, a partir do reconhecimento das crianças, jovens e adultos
especiais como cidadãos e de seu direito de estarem integrados à sociedade o mais
plenamente possível;
O âmbito educacional, tanto nos aspectos administrativos (adequação do
espaço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos) quanto na
qualificação dos professores e demais profissionais envolvidos. O ambiente escolar
como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita integração. Propõe-se uma
escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade dos alunos, no que a participação
da comunidade é fator essencial.
Entre outras características dessa política, são importantes a flexibilidade e a
diversidade, quer porque o aspecto das necessidades especiais é variado, quer
porque as realidades são bastante diversificadas no país. Quanto às escolas
especiais, a política de inclusão as reorienta para prestarem apoio aos programas de
integração.
Enquanto modalidade de ensino, a educação especial deve seguir os mesmos
requisitos curriculares dos respectivos níveis de ensino aos quais está associada. No
entanto, de modo a considerar as especificidades dessa modalidade de ensino e
auxiliar no processo de adaptação à nova política de integração, os sistemas de
ensino contam atualmente com o documento Adaptações curriculares.
Esse documento define estratégias para a educação de alunos com
necessidades educativas especiais e orienta os sistemas de ensino para o processo
de construção da educação na diversidade.
Os currículos devem ter uma base nacional comum, conforme determinam os
arts. 26 e 27 da LDBEN, a ser suplementada e complementada por uma parte
diversificada, exigida, inclusive, pelas características dos alunos.
Em casos muito singulares, em que o educando com graves
comprometimentos mentais e/ou múltiplos não puder beneficiar-se de um currículo
que inclua formalmente a base nacional comum, deverá ser proposto um currículo
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especial para atender suas necessidades, com características amplas apresentadas
pelo aluno.
O currículo especial – tanto na educação infantil como nas séries iniciais do
ensino fundamental – distingue-se pelo caráter funcional e pragmático das atividades
previstas.
Alunos com grave deficiência mental ou múltipla têm, na grande maioria das
vezes, um longo percurso educacional sem apresentar resultados de escolarização
previstos no Inciso I do art. 32 da LDBEN: «o desenvolvimento da capacidade de
aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do
cálculo.
Fonte: bertiogaagora.blogspot.com.br
profissionais especializados.
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Sendo a educação especial uma modalidade de ensino que perpassa os
diversos níveis de ensino, o nível de formação exigido equivale aos requisitos para
atuação nos respectivos níveis de ensino aos quais está associada.
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são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades
educacionais especiais.
§ 3º Os professores especializados em educação especial deverão comprovar:
I - Formação em cursos de licenciatura em educação especial ou em uma de
suas áreas, preferencialmente de modo concomitante e associado à licenciatura para
educação infantil ou para os anos iniciais do ensino fundamental;
II - Complementação de estudos ou pós-graduação em áreas específicas da
educação especial, posterior à licenciatura nas diferentes áreas de conhecimento,
para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio;
A educação especial é uma modalidade de ensino destinada a educandos
portadores de necessidades educativas especiais no campo da aprendizagem,
originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de
características como altas habilidades, superdotação ou talentos.
A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na
faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Sendo assim,
respeitando-se as possibilidades e as capacidades dos alunos, a educação especial
destina-se às pessoas com necessidades especiais e pode ser oferecida em todos os
níveis de ensino.
A Constituição Federal estabelece o direito de as pessoas com necessidades
especiais receberem educação, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208,
III).
A diretriz atual é a da plena integração dessas pessoas em todas as áreas da
sociedade. Trata-se, portanto, de dois direcionamentos principais: o direito à
educação, comum a todas as pessoas, e o direito de receber essa educação, sempre
que possível, junto às demais pessoas, nas escolas «regulares».
No entanto, apesar do atendimento preferencial na rede regular para os
educandos com necessidades especiais, a legislação educacional considera a
existência de atendimento especializado. Assim, quando não for possível a integração
desses educandos em classes comuns do ensino regular, deve ser oferecido
atendimento em classes, escolas ou serviços especializados.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional determina que os sistemas
de ensino devem assegurar aos educandos com necessidades especiais:
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I. currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos,
para atender às suas necessidades;
II. terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III. professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV. educação especial para o trabalho, visando à sua efetiva integração na vida
em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade
de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora;
V. acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (Art. 59)
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normal para os professores que ensinam nos anos iniciais do ensino fundamental e
na educação infantil.
“A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos
superiores de educação”, sugere o projeto, que altera o artigo 62 da LDB. Os
requisitos mínimos de formação para os professores da educação infantil
permanecem — ensino médio na modalidade normal.
Fonte: inscricao2017.blog.br
20
ingressante em curso de formação de professores já tem de estar num patamar
adequado para que sua formação seja a melhor possível”, disse Haddad.
Segundo o ministro, a nota de corte será definida com base na necessidade do
sistema de formação de professores, do ponto de vista quantitativo, e na qualidade
dessa formação. ”
A partir de 2007, a formação mínima exigida para atuação nos respectivos
níveis de ensino e, portanto, na modalidade de educação especial será a licenciatura
plena, obtida em nível superior.
O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Especial,
também desenvolve o Programa Nacional de Capacitação de Recursos Humanos,
dirigido aos profissionais que atuam no ensino regular. O Programa prevê atendimento
gradual dos municípios brasileiros, utilizando-se de recursos da educação à distância,
de modo a possibilitar maior oferta de atendimento aos alunos com necessidades
educacionais especiais.
O conhecimento da realidade da educação especial no país é ainda bastante
precário, porque não se dispõe de estatísticas completas nem sobre o número de
pessoas com necessidades especiais nem sobre o atendimento. Somente a partir do
ano 2000, o Censo Demográfico passou a oferecer dados mais precisos, permitindo
análises mais profundas da realidade.
A Organização Mundial de Saúde estima que em torno de 10% da população
de um país têm necessidades especiais de diversas ordens: visuais, auditivas, físicas,
mentais, múltiplas, distúrbios de conduta e, também, superdotação ou altas
habilidades. Se essa estimativa se aplicar ao Brasil, estima-se a existência de cerca
de 15 milhões de pessoas nessa condição.
A informação mais recente de que se dispõe, em âmbito nacional, foi obtida
pelo Censo Demográfico de 1991, que investigou a existência de pessoas portadoras
de cegueira, surdez, paralisia, falta de membros ou parte deles e deficiência mental,
em uma amostra com aproximadamente 10% dos domicílios do país. Apuradas as
respostas, a parcela de pessoas portadoras de deficiência foi calculada em 1,5% da
população brasileira, bem inferior, portanto, às estimativas dos organismos
internacionais de saúde.
De qualquer forma, o atendimento nos estabelecimentos escolares mostra-se
muito inferior ao necessário. Em 1999, havia cerca de 311 mil alunos matriculados,
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distribuídos da seguinte forma: 53,8% deficientes mentais; 12,6% com deficiências
múltiplas; 12,6% com deficiência auditiva; 4,9% com deficiência física; 4,6% com
deficiência visual; 2,7% com problemas de condutas típicas. Apenas 0,4% com altas
habilidades/superdotados e 8,5% com outro tipo de deficiência.
Assim como o movimento inclusivo exige mudanças estruturais para as escolas
comuns e especiais, ele também propõe que haja uma articulação entre os diferentes
profissionais envolvidos neste processo. O diálogo entre diversos profissionais é
necessário para o aprofundamento e melhor desempenho, seja do aluno, do professor
ou do especialista.
No entanto, o diálogo só acontece quando as partes que se respeitam
mutuamente e não assumem uma posição de superioridade de conhecimento e de
dominação sobre o outro. Desta forma, para que cada espaço se organize e cumpra
com o que se propõe, sem ocupar ou se sobrepor ao trabalho do outro, faz-se
necessário destacar:
Escola (sala comum): Espaço educacional responsável pela saída da vida
particular e familiar para o domínio público tem função social reguladora e formativa
para os alunos. A escola cabe ensinar a compartilhar o saber, introduzir o aluno no
mundo social, cultural e cientifico, ou seja, cabe a escola socializar o saber universal.
Atendimento Educacional Especializado: Tem por objetivo ampliar o ponto de
partida e de chegada do aluno em relação ao seu conhecimento. Não se atém a
solucionar os obstáculos da deficiência, mas criar outras formas de interação, de
acessar o conhecimento particular e pessoal. É de caráter educacional, mas ao
contrário da escola que trabalha o saber universal, o AEE trabalha com o saber
particular do aluno, aquilo que traz de casa, de suas convicções visando propiciar uma
relação com o saber diferente do que possui ampliar sua autonomia pessoal, garantir
outras formas de acesso ao conhecimento (como por exemplo, através do BRAILLE,
LIBRAS, uso de tecnologia, uso de diferentes estratégias de pensamento, etc.).
Atendimento Clínico: Preocupam-se com os sintomas específicos, as
patologias apresentadas em cada área, que são trabalhados de maneira a superar ou
reabilitar o indivíduo nas manifestações que ocorrem. Exemplo: o fonoaudiólogo
trabalhará com a dificuldade de linguagem expressiva ou receptiva, melhorando a
condição da pessoa neste aspecto, o fisioterapeuta buscará, por exemplo, melhorar
os movimentos perdidos, etc.
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Sabemos que a pessoa é um ser indivisível, em que cada uma de suas partes
interage com a outra, influenciando e determinando a condição do seu funcionamento
e crescimento como pessoa. Como exemplo, podemos citar o atendimento
educacional especializado, que na construção do conhecimento toca em questões
subjetivas para o aluno, o que fatalmente acarretará consequências no seu
desenvolvimento global e consequentemente na resposta ao atendimento clínico.
Se uma instituição especializada mantém o atendimento educacional e clínico,
esses especialistas devem interagir, embora cada um mantenha os limites de suas
especificidades. E mesmo naquelas escolas especiais e comuns que não têm o
propósito de desenvolver o atendimento clínico, o diálogo com os especialistas é
fundamental. E que esta interação não se estabeleça para encerrar as possibilidades
do aluno em um diagnóstico que contempla apenas as deficiências, mas para
descobrir saídas conjuntas de atuação em cada caso.
Todos esses três saberes: o clínico, o escolar e o especializado devem fazer
suas diferentes ações convergir para um mesmo objetivo, o desenvolvimento das
pessoas com deficiência. O atendimento educacional especializado foi criado para dar
um suporte para os alunos deficientes para facilitar o acesso ao currículo.
De acordo com o Decreto nº 6571, de 17 de setembro de 2008:
Art. 1o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de
ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste Decreto,
com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. § 1º Considera-se
atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de
acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma
complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. § 2o O
atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da
escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as
demais políticas públicas.
O AEE é um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena
participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve ser
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articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem
das realizadas em salas de aula de ensino comum. (MEC, 2009).
Deve ser realizado no período inverso ao da classe frequentada pelo aluno e
preferencialmente, na própria escola. Há ainda a possibilidade de esse atendimento
acontecer em uma escola próxima. Nas escolas de ensino regular o AEE deve
acontecer em salas de recursos multifuncionais que é um espaço organizado com
materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o
atendimento às necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer
suporte necessário a estes alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento. (MEC,
2007).
O atendimento educacional especializado é muito importante para os avanços
na aprendizagem do aluno com deficiências na sala de ensino regular. Os professores
destas salas devem atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum
para a definição de estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso ao aluno ao
currículo e a sua interação no grupo, entre outras ações que promovam a educação
inclusiva.
Quanto mais o AEE acontecer nas escolas regulares nas que os alunos com
deficiências estejam matriculados mais trará benefícios para esses, o que contribuirá
para a inclusão, evitando atos discriminatórios.
24
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Casa Civil. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: CC, 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 12 maio 2010.
25
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Formação Continuada a Distância de
Professores para o Atendimento Especializado. Deficiência Física. Brasília:
MEC,2006.
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006.
26
FIGUEIREDO, R. V. A educação infantil e a inclusão escolar. Heterogeneidade,
cultura e educação. Revista Brasileira de Educação, Brasília: SEE, v.15, n.1,
FREEMAN, J. & GUENTHER, Z.C. Educando os mais capazes. São Paulo: EPU.
2000.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999
PELOSI, Miryan Bonadiu. In: Seminário internacional sociedade inclusiva PUC Minas.
Belo Horizonte: 2003. Anais. P. 183-187.
REILY, Lúcia. Escola inclusiva: linguagem e mediação. São Paulo: Papirus, 2004.
SASSAKI, Romeu. Por que o termo “Tecnologia Assistiva”? 1996. Disponível em:
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Lidando com as emoções, brincando com o pensamento através da criatividade
(3a. ed.). Campinas: Papirus, 2001.
VYGOTSKY LS. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
Portal MEC. Professor do ensino fundamental terá formação de nível superior. Disponível em:
portal.mec.gov.br/par/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-
2007048997/13586-professor-do-ensino-fundamental-tera-formacao-de-nivel
superior. Acesso em: 15/12/2016
28
4 LEITURA COMPLEMENTAR
Resumo:
A presente pesquisa teve quatro objetivos: 1) identificar reações de mães em
relação ao diagnóstico da deficiência visual; 2) identificar o responsável pela detecção
da deficiência; 3) verificar dificuldades da criança no processo de escolarização, e 4)
verificar possíveis contribuições de atividades terapêuticas direcionadas ao grupo de
mães. Foi realizado um “survey” descritivo com as mães de crianças com deficiência
visual, atendidas no CEPRE - FCM- Unicamp. Para a coleta de dados foi utilizado um
questionário aplicado por entrevista, desenvolvido após estudo exploratório. Compôs-
se uma amostra não probabilística, constituída por 14 mães. Entre os resultados
obtidos, com relação aos sentimentos apontados pelas mães em relação ao
diagnóstico, destacaram-se: a tristeza (71,0%); o medo (64,0%) e a decepção
(42,0%). O problema visual foi percebido por mães em 53,0% dos casos, por pediatras
em 26,0% e por familiares em 21 ,0%. Entre as dificuldades da criança no processo
de escolarização foram apontadas: medo de não conseguirem acompanhar as
exigências escolares (75,0%) e discriminação (63,0%). A maioria das mães (78,0%)
acredita que as atividades do grupo contribuem para o esclarecimento de dúvidas, e
as atividades terapêuticas contribuíram para que aprendessem a lidar com as
dificuldades de seus filhos (78,0%). Os resultados obtidos contribuíram para concluir:
que os sentimentos de tristeza, medo e decepção se mostraram mais evidentes; que,
na maioria dos casos, a deficiência visual foi detectada pela mãe; que na opinião das
mães, as crianças teriam dificuldades em acompanhar as atividades escolares e que
o grupo contribuiu para esclarecer dúvidas e favorecer troca de experiências.
Palavras-chave: Visão subnormal; terapia ocupacional; mães; cegueira;
reabilitação.
29
INTRODUÇÃO
30
(CEPRE/FCM/UNICAMP), atende crianças com deficiência visual e ou auditiva,
oferecendo estimulação e ou reabilitação nas diferentes faixas etárias, trabalhando
também em alguns casos com seus familiares.
Os atendimentos aos familiares ocorrem em grupo em dia e hora pré-
estabelecidos, com duração de 1h30min, uma vez por semana. A inclusão das mães
no grupo é imediata à inserção de seu filho na rotina dos atendimentos, não sendo
assim um grupo fechado.
Os grupos são coordenados pela terapeuta ocupacional da instituição sendo
cada grupo seguido por uma aprimoranda de Terapia Ocupacional, sendo todos os
encontros do grupo discutidos e supervisionados pela docente da instituição.
As atividades desenvolvidas no grupo são discutidas com seus integrantes,
segundo o interesse e sugestões dos membros. Ao final de cada encontro o grupo se
responsabiliza pela organização dos materiais e limpeza da sala.
Os materiais para a execução das atividades são cedidos pela coordenação da
assistência da própria instituição.
A elaboração desta pesquisa partiu de observações feitas na sala de espera,
nos atendimentos terapêuticos e em outros ambientes dessa instituição. Percebeu-se
assim, a necessidade de mães de crianças com deficiência visual disporem de um
espaço para abordarem seus conflitos, dúvidas em relação ao atendimento oferecido
à criança, por meio da execução de atividades.
Assim, os objetivos desta pesquisa são de conhecer reações de mães em
relação ao diagnóstico da deficiência visual, responsabilidade da detecção da
deficiência, dificuldades da criança no processo de escolarização visando à integração
desta criança no contexto familiar e na sociedade, bem como verificar a contribuição
de atividades terapêuticas direcionadas a grupo de mães.
MÉTODO
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consentimento livre e esclarecido, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da
FCM.
A coleta de dados foi realizada durante os encontros dos meses de outubro a
dezembro 2007, aplicando-se o questionário em entrevista com mães de crianças
portadoras de deficiência visual, as quais encontravam-se atendidas no CEPRE.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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De acordo com Miller 10 as mães passam por quatro “fases de adaptação” ao
receberem o diagnóstico da deficiência de seus filhos, a Sobrevivência, a Busca, o
Ajustamento e a Separação. Em geral, tais fases ocorrem nessa ordem, no entanto,
podem coexistir como num pano de fundo, enquanto uma ou mais fases se encontram
no primeiro plano, em estado de ativação temporária. Desse modo, estados de
primeiro plano aparecem e vão embora, podendo ser ativados por eventos ou
lembranças relacionadas ao filho ou podem ser provocados pelo fato de um dos pais
sentir-se cansado, doente ou por estar vivenciando qualquer estado de humor
passageiro. Esses estados de primeiro plano não sinalizam perda na evolução,
regressão permanente, nem um quadro patológico. Tratam-se, geralmente, de
reações que se resolvem com o passar do tempo, ou quando se emprega alguma
estratégia para enfrentar a situação. Às vezes, um “estado” ativado pode se manter
como o foco de atenção durante vários dias ou semanas (ou mais); no entanto,
frequentemente, permanece no primeiro plano por apenas alguns momentos.
Passar por todas as fases pode ajudar na aceitação pela família do filho com
deficiência, diminuindo as possibilidades de instalações de conflitos permanentes.
Conforme as aceitações podem resultar algumas situações: famílias que aceitam a
nova realidade, famílias que se desagregam, famílias que buscam relativa adaptação,
famílias que aprendem a conviver com o filho.
Pode-se afirmar que nessa fase as modalidades de Grupos de Encontro
oferecem oportunidade para que os pais possam receber informações a respeito da
deficiência, dos tipos de intervenções adequadas, além de propiciar troca de
experiências entre os integrantes.
Em relação à variável situação conjugal, observa-se que a grande maioria vive
com companheiro (86,5%). O companheiro pode ser fonte de apoio, visto que o
nascimento de uma criança deficiente acarreta problemas especiais que podem se
acentuar na ausência do marido tornando-se a mãe única responsável pelos cuidados
com a criança.
Quanto ao trabalho remunerado, observa-se que 70,5% das mães não exercem
uma atividade com remunerada, o que aponta a força de trabalho masculina como
sendo ainda a principal fonte de renda da família desta população. As razões para não
ter um trabalho remunerado, de acordo com as participantes são: não encontrar
emprego, não ter onde deixar os filhos e não permissão, por parte do companheiro,
33
de trabalhar fora de casa. Esse fato talvez possa ser explicado pela deficiência
requerer da mãe uma maior disponibilidade, que resultaria em dificuldade para a
obtenção de emprego. Isso mostra que ainda em nossa cultura a mulher é a
responsável pelos cuidados da criança, desconsiderando o fato de ter um trabalho
remunerado ou não. Por outro lado, tradicionalmente, o homem é responsável pelo
sustento da família, da casa, cabendo à mulher a responsabilidade da educação dos
filhos e pelos afazeres domésticos.11
Os resultados apresentados na tabela 2 mostram que as mães foram às
primeiras pessoas a perceberem a deficiência da criança. A criança passa a maior
parte do tempo com a mãe, tendo esta a oportunidade de perceber qualquer problema
de saúde com a criança. Assim, ela leva seu filho ao médico quando já tem alguma
suspeita.
34
questão da preparação dos professores, afirmando que a discriminação diminuirá
quando houver melhor preparo dos educadores.14
Também foram analisadas as contribuições do grupo para os participantes
(tabela 3). As mães acreditam que o grupo ajuda a esclarecer dúvidas (78%)
referentes à deficiência de seus filhos e outras questões por elas trazidas aos
encontros. Os participantes declararam também ter o grupo contribuído para que eles
aprendessem a “lidar com a deficiência” de seus filhos (78%).
35
O grupo proporciona troca de experiências entre seus participantes, sendo que
95% das mães acreditam ser o grupo um meio facilitador para conhecerem outras
mães que apresentam as mesmas dificuldades, os mesmos anseios, dúvidas e
expectativas, conseguindo expor seus sentimentos com menos receio. Segundo
Zimerman “o campo grupal se constitui como uma “galeria de espelhos”, onde cada
um pode refletir e ser refletido nos e pelos outros”.
O grupo oferece oportunidade para que as pessoas possam aprender, criar e
executar atividades. Além disso, representa instrumento facilitador na discussão de
assuntos de interesse, de necessidades a respeito da deficiência da criança no
contexto familiar.
Dentre as atividades escolhidas pelas participantes, verificou-se acentuada
preferência por atividades consideradas socialmente femininas como ponto-cruz,
crochê e porta-retratos. Interessante ressaltar que não foram destacadas atividades
para elaboração de brinquedos adaptados, tendo sido esta uma das atividades bem
discutidas entre os participantes. As mães colocam terem dificuldades na confecção
de brinquedos para seus filhos e sentem necessidade de terem maiores informações
sobre as adaptações necessárias aos brinquedos para se trabalhar com a melhor
utilização do resíduo visual da criança.
As mães também demonstram interesse por atividades como palestra,
filmes/debates como forma de obter informações, discutir questões voltadas ao
processo de reabilitação e escolarização e outros assuntos, pois “nem tudo que se
passa num campo grupal terapêutico deve ficar limitado à busca e à resolução de
conflitos. O ser humano tem uma tendência inata para querer saber, criar, brincar,
curtir prazeres e lazeres”.
As entrevistadas demonstraram que consideram ter participação ativa no
grupo, expondo ideias, pontos de vista, compartilhando expectativas, sugerindo novas
atividades e assuntos (81% das mães). Apesar de que alguns participantes relatem
postura aparentemente passiva, consideram-se ativas e participativas, nas palavras
de uma mãe: “sou passiva por que fico quieta, mas sou ativa por que presto atenção”,
sugerindo assim que muitas vezes, por sua história de vida, elas podem ter certa
dificuldade para questionar e pedir informações aos profissionais, apesar de terem
interesse e estarem envolvidas diretamente com as questões apresentadas no grupo.
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O grupo de encontro proporciona oportunidades as mães de discutirem
aspectos referentes ao deficiente visual que não podem, não conseguem, ou não
querem conversar em família, ou com outros profissionais. A utilização de atividades
enquanto instrumento do processo terapêutico, funciona como veículo de
compreensão da dinâmica interna de cada um dos componentes do grupo. Observou-
se na participação das mães a percepção inicial de que a dificuldade não estava na
técnica de execução de atividade, mas nelas próprias; que sua forma de desempenho
era, na verdade, o reflexo de uma forma pessoal de lidar com as situações do dia-a-
dia, e este foi o fio condutor da evolução.
Um outro aspecto a salientar refere-se em como as mães passam a perceber
o ambiente do CEPRE. Este espaço, até então destinado exclusivamente aos seus
filhos, passou a ser visto de forma menos impessoal e mais dominado por elas. Ao
mesmo tempo, a compreensão da função das atividades como instrumento de
tratamento de seus filhos passou a ser assimilada e compreendida através da vivência
experimentada por elas.
Nesta experiência constatou-se a importância do Grupo de Encontro na análise
e evolução das percepções das dificuldades no trato com a deficiência visual da
criança. Ainda, que a deficiência visual da criança foi inicialmente percebida pela mãe
e que os sentimentos de tristeza, medo e decepção se mostraram mais evidentes no
grupo das mães. Declaram aindaque o grupo contribuiu para conhecerem outras
mães com situação similar, para tirar dúvidas, trocar experiências e aprender a lidar
com as dificuldades de filhos. Ademais, apontaram que as principais dificuldades
apontadas pelas mães para o processo de escolarização da criança consistiram no
acompanhamento das atividades escolares.
Abstract: Objective: the study’s aims were: 1) to investigate mothers’ reactions
in relation to the diagnosis of visual impairment; 2) to identify the person who detected
the impairment; 3) to verify the child’s difficulties in school activities; and 4) to
investigate the contribution of therapeutic activities addressed to the group of mothers.
Methods: A descriptive survey was carried out with mothers of children with visual
impairment, assisted in the children’s program of CEPRE - FCM – Unicamp (State
University of São Paulo). The instrument used for data collection was a questionnaire
applied by means of an interview. A non-probabilistic sample was composed,
constituted by 14 mothers. Results: The main feelings mentioned by the mothers in
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relation to the diagnosis were: sadness (71.0%), fear (64.0%) and disappointment
(42.0%). The visual problem was noticed by mothers in 53.0% of the cases, by
pediatricians in 26.0% of the cases and by relatives in 21.0% of the cases. Concerning
the child’s difficulties at school the mothers mentioned: fear that they are not able to
meet the school’s demands (75.0%) and discrimination due to deficiency (63.0%).
Most of the mothers (78.0%) believe that the group’s activities contribute to clarify their
doubts, and that the therapeutic activities helped them learn how to deal with their
children’s difficulties (78.0%). Conclusions: The feelings of sadness, fear and
disappointment were the most evident. Visual impairment was first noticed by the
mother. In the mothers’ opinion, the children would have difficulties in school’s
activities, and the group contributed to clarify doubts and to favor the interchange of
experiences.
Keywords: Visual impairment; occupational therapy; mothers; blindness;
rehabilitation.
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