Suportenti, 2 Educação Especial e Formação Do Professor

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Cadernos de Estudos e Pesquisa na Educação Básica, Recife, v. 5, 2019.

ISSN 2447-6943

Educação especial e formação do professor


Special education and teacher training

SILVA, Iris Maraisa Alexandra de Cassis1


ANJOS, Silvina Maria dos2

RESUMO
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a formação do professor na Educação especial para a prática de
inclusão, a partir do que preconiza o Plano Municipal de Educação da cidade de Várzea Grande. Pela
legislação em vigor a educação é um direito de todos e dever do Estado proporcionar educação de qualidade,
principalmente a modalidade da educação especial, que necessita muito de professores capacitados e com
formação adequada para lidar com as diferenças. Para discussão desse artigo, foram realizadas pesquisas
bibliográficas em periódicos, um breve histórico a respeito das Diretrizes do Plano Municipal de
Educação/PME, além de coleta documental em uma escola da rede municipal pública Várzea Grande/MT,
cujos resultados serão apresentados com ênfase no ensino inclusivo.

Palavras-Chave: Educação Especial. Formação. Professor.

ABSTRACT
This article aims to reflect on the training of the teacher in the Special Education for the practice of
inclusion, based on what is recommended in the Municipal Education Plan of the city of Várzea Grande.
Under current legislation education is a right of everyone and the duty of the State to provide quality
education, especially the special education modality, which requires a lot of trained teachers and appropriate
training to deal with differences. For the discussion of this article, bibliographical researches were carried out
in periodicals, a brief history about the Municipal Education Plan / PME Guidelines, as well as a
documentary collection at a Várzea Grande / MT municipal public school, whose results will be presented
with emphasis on the inclusive education.

Keywords: Special education. Formation. Teachers.

1
Aluna do Curso de Pós-Graduação Psicopedagogia Institucional e Clínica; Educação Especial e o Atendimento
Educacional Especializado (AEE), da Faculdade Católica de Mato Groso (SEDAC). [email protected]
2
Professora e Orientadora do Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica; Educação Especial e
Atendimento Educacional Especializado (AEE), da Faculdade Católica de Mato Grosso (SEDAC).
INTRODUÇÃO

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em seu artigo 58, da Lei 9.394/96
estabelece que a educação especial deve ser oferecida na rede regular de ensino público ou privado,
enquanto direito de todas as pessoas que dela necessite. A lei é clara e objetiva, que tanto
professores quanto instituições devem cumprir o que determina o que preconiza o oferecimento do
ensino especial, preferencialmente na rede regular de ensino.

Ao incluir esse preceito lei, quis o legislador que a inclusão escolar pudesse oportunizar a
aprendizagem colaborativa na prática em sala de aula, visando lidar com as dificuldades do
educando, a troca de experiência é uma forma produtiva dos diferentes saberes.

Da mesma forma, a declaração de Salamanca juntamente com a participação de países,


organizações internacionais e a ONU, têm como objetivos reconstruir o sistema educacional com
foco na pessoa com deficiência e sua inclusão efetiva em escolas regulares, e proporcionar ao
professor melhores condições na sua formação, espera-se que as instituições possam se adequar e
colaborar para receber o aluno nessa nova realidade de ensino:

cada criança tem o direito fundamental à educação e deve ter a oportunidade de


conseguir e manter um nível aceitável de aprendizagem, cada criança tem
características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são
próprias, os sistemas de educação devem ser planeados e os programas educativos
implementados tendo em vista a vasta diversidade destas características e
necessidades, as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem
ter acesso às escolas regulares, que a elas se devem adequar através duma
pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA (1994.p.7)

Para que isso acontece compete ao professor buscar e se interessar em aprender, se


especializar em cursos que visem colaborar para o ensino e aprendizagem de qualidade aos alunos
com deficiência. “O maior desafio consiste em organizar formação – em - serviço para todos os
professores” (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA,1994, p.32).

Para isso a aprendizagem lúdica é apropriada pois possibilita de forma eficaz a interação
com outras pessoas e aguça o imaginário, permitindo que saia da realidade e desenvolva o cognitivo
juntamente coma construção psicomotora. Dentre algumas atividades lúdicas podemos destacar:
Brincadeiras diversas, músicas, pinturas, desenhos, jogos interativos, e outros. O mundo interior e
exterior é desenvolvido conforme o ambiente que se encontra inserido.

Este projeto de pesquisa propõe refletir sobre a Educação Especial e a formação do


professor, tema recorrente sobre os direitos da pessoa especial no âmbito educacional público ou

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privado, fundamental em todas as esferas, principalmente da ênfase a formação do professor que
muito tem-se percebido em alguns casos apresentando um déficit crescente em conhecimentos e
informações.

Sabe-se que se faz necessário o docente saber e aprender a lidar com as diferenças, o
ensino permeia vários aspectos da educação e o professor é visto como mediador na sala de aula e
seu compromisso é para todos e com todos os alunos.

A busca pelo conhecimento deve fazer parte de seu cotidiano, o aluno ao chegar na escola
traz consigo uma gama de sabedoria que adquiriu no decorrer dos dias: No ambiente familiar, na
igreja, com os amigos, vizinhos, e principalmente com o contato direto e indireto com gente. A
valorização do saber do aluno é importante para seu crescimento educativo como pessoa e assim a
formação do futuro cidadão.

O tema é importante pois compreender sobre as em que bases estão construídas e


referenciadas a formação do professor do ensino especial da Rede de Ensino de Várzea Grande.
Dessa forma são objetivos primeiros refletir sobre a formação do Professor da Educação Especial
prevista no Plano Municipal de Educação várzea-grandense.

Da mesma forma são objetivos intermediários: definir os termos: educação especial,


educação inclusiva e necessidades educacionais especiais e diversidade; analisar a formação de
professores para educação especial do ensino fundamental, tendo como recorte a educação inclusiva
e o ensino da diversidade e, principalmente analisar a legislação da formação de professores para a
educação inclusiva, sobretudo proposta pela Secretaria

O tema abordado proposto nesse artigo pesquisa surgiu interesse científico e motivação
pessoal no exercício de docência, nos níveis fundamental, além da experiência adquirida ao longo
desses anos, configura-se o presente oportuno à realização dessas reflexões na Pós-graduação, deu o
ensejo de aprofundar conhecimentos e avançar e sobre a formação do professor do ensino especial.

Além disso, os conteúdos explanados em sala de aula regular, com a inserção de alunos
especiais, e quais métodos o professor pode utilizar para o ensino e aprendizagem, de forma prática
e objetiva com o intuito de todos possam aprender, mesmo que em situações distintas.

Como a educação especial é um direito de todo indivíduo frequentar a escola regular de


ensino, é fundamental compreender se as instituições e professores devem estar preparados para
receber o aluno especial. Embora, observamos que muitas instituições de ensino públicas e privadas
não estruturas, salas de aulas superlotadas e professores sem saber ao certo o que deve fazer, para
que o aluno aprenda.
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Nesse sentido o tema é relevante para conhecer os esforços do poder público ainda há muito
o que fazer no âmbito educacional de ensino especial, e que as políticas públicas muito têm
avançado neste aspecto. Porém as soluções para o problema ainda estão precisa avançar mais e os
professores também necessitam se profissionalizar em respeito da educação especial.

A EDUCAÇÃO ESPECIAL E O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


Os marcos legais que tratam da Educação Especial são referenciados a partir das
Convenções internacionais que incluem como preceitos educacionais os direitos das pessoas com
deficiência. Igualmente o governo brasileiro regulamentou a partir da LDB. A educação especial,
como uma modalidade de ensino oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação (LDB, 1996), conforme estabelece o Artigo 58 da LDB:

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade
de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação (LDB).

Para garantir a modalidade de ensino no Artigo 59 regulamenta que os sistemas de ensino


assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação:

I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos,


para atender às suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido
para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os
superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais
afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas
artística, intelectual ou psicomotora;
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (LDB, 2017, p. 59) Serviço
educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que,
em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração
nas classes comuns de ensino regular (LDB, 1996).

Prevê-se ainda que, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. (LDB, 2016, p.41)). Esse

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atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em
função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns
de ensino regular (LDB, 1996).

Nessa linha o Ministério da Educação (MEC/SEESP, 2007) define que o movimento


mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada
em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum
tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na
concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e
que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da
produção da exclusão dentro e fora da escola.

Não obstante são encontradas na literatura referências nacionais que discutem o assunto.
Rosimar et al (2016) esclarece que a educação, no contexto mundial, caminha em direção a um
modelo de escola que se fundamenta no paradigma da Inclusão. Cada vez mais a escola e seus
professores são chamados a enfrentar o grande desafio de atender, com qualidade, a toda a
diversidade de alunos.

Da mesma forma, Manzini (2006) explica que a expressão comunicação alternativa e/ou
suplementar vem sendo utilizada para designar um conjunto de procedimentos técnicos e
metodológicos direcionado a pessoas acometidas por alguma doença, deficiência, ou alguma outra
situação momentânea que impede a comunicação com as demais pessoas por meio dos recursos
usualmente utilizados, mais especificamente a fala.

Assim, para Rossetto e Tureck. (2015) a educação especial tem sido uma área fértil para o
aparecimento de polêmicas, propostas inovadoras e modismos, seus conceitos têm provocado
discussões e debates desde a terminologia adotada, às formas e aos meios de efetivação das suas
práticas.

Na revista Nova Escola do ano 2013 propõe ações para a educação especial como
modalidade de ensino ainda está se difundindo no contexto escolar. Para que se torne efetiva,
precisarão dispor de redes de apoio que complementem o trabalho do professor. Atualmente, as
redes de apoio existentes são compostas pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE) e
pelos profissionais da educação especial (intérprete, professor de Braille, etc.) da saúde e da família
(NOVA ESCOLA, 2013).

Finalmente, segundo SEESP, a Educação Especial ocupa-se do atendimento de educando


com deficiências no campo da aprendizagem e transtornos globais de desenvolvimento em

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instituições especializadas, tais como escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas para
atender pessoas com deficiência intelectual (MEC/SEESP, 1994).

Portanto, a partir das proposições é possível interferir de maneira positiva no ensino


aprendizagem desse aluno, a observação é um fator primordial na abordagem educacional.

Na Prefeitura de Várzea Grande, a exemplo de outros Sistemas Municipais de Ensino, foram


editados regulamentos que disciplina a Educação Especial como a Lei no 2.363/2001 que organizou
o Sistema de Ensino Municipal de Várzea Grande, assim descrito:

Art. 47. Entende-se por educação especial a modalidade de educação escolar,


oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores
de necessidades especiais. Parágrafo único. São educandos portadores de
necessidades especiais aqueles com alta habilidade, superdotação, talentos;
dificuldade mental, visual, auditiva, físico-motora ou múltiplas; e conduta típica de
síndromes, quadros psicológicos ou neurológicos (LEI 2.363/2001).

Nessa norma são descritos os objetivos da educação especial:

I – desenvolvimento global das potencialidades dos alunos;

II – incentivo à autonomia, cooperação, espírito crítico e criativo da pessoa


portadora de necessidades especiais;

III – preparação dos alunos para participarem ativamente no mundo social e


cultural, especialmente do trabalho e das artes;

IV – frequência à escola, respeitando o ritmo próprio do aluno; V – atendimento


educacional adequado às necessidades especiais do alunado, no que se refere a
currículos adaptados, métodos, técnicas e material de ensino diferenciados,
ambiente emocional e social favoráveis, e profissionais da educação devidamente
motivados e qualificados;

VI – avaliação permanente, com ênfase no aspecto pedagógico, considerando o


educando em seu contexto biopsicossocial, visando à identificação de suas
possibilidades de desenvolvimento;

VII – desenvolvimento de programas voltados à preparação para o trabalho;

VIII – envolvimento familiar e da comunidade no processo de desenvolvimento


global do educando.

Além disso, nesse mesmo aparato legal são estabelecidas estratégias para assegurar aos
educandos com necessidades especiais condições e apoio especializados como:

I – propostas de atendimento específico, de acordo com os objetivos da educação


especial;

II – serviços de apoio especializado no Centro de Reintegração, bem como


atendimento nas salas de recursos, classes especiais e apoio pedagógico;

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III – atendimento na educação infantil e no ensino fundamental;

IV – capacitação dos profissionais que atendem alunos com necessidades especiais


em classes especiais ou na rede regular de ensino (Art. 49).

A Lei N° 4102/2015 que disciplina o Plano Municipal de Educação de Várzea Grande, em


seu Art. 2º estabelece as principais diretrizes para a educação especial municipal:

III – Superação das desigualdades educacionais ou ênfase na promoção da


cidadania e na erradicação de todo as formas de violência, discriminação e
preconceito;

IV- melhoria da qualidade social da educação com vistas à educação integral;

V – promoção da educação em direitos humanos;

IX – valorização dos profissionais da educação;

X – difusão do princípio da igualdade social e respeito à diversidade étnico-racial,


cultural e socioambiental;

XII – respeito à família, sobretudo à sua autonomia e preponderância na formação


do indivíduo (VÁRZEA GRANDE, 2015).

As diretrizes municipais de educação especial são fundamentais para o desenvolvimento de


programas, projetos e ações a fim de implementar na cidade de Várzea Grande a Política Municipal
de Educação Especial para pessoas com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e com
altas habilidades/superdotação. Uma vez estabelecida as linhas possibilitam a oferta e garantia de
atendimento educacional especializado, complementar à escolarização em todos as etapas de
ensino.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DO ENSINO ESPECIAL

Coll; Marchesi; Palacios (2004) adverte sobre a formação do professor e suas competências
são fundamentais para o atendimento às necessidades especiais dos alunos. Tais autores discutem
que:

A formação dos professores e seu desenvolvimento profissional são condições


necessárias para que se produzam práticas integradoras positivas nas escolas. É
muito difícil avançar no sentido das escolas inclusivas se os professores em seu
conjunto, e não apenas os professores especialistas em educação especial, não
adquirirem uma competência suficiente para ensinar a todos os alunos. (COLL;
MARCHESI; PALACIOS, 2004:44).

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Rosimar et al (2016) afirma que a formação do professor deve ser embasada através da
pesquisa científica que possa auxiliá-lo na prática pedagógica em sala de aula, e que favoreça o
ensino e a aprendizagem do educando como um todo, independente da sua condição.

A formação de professores para a Educação Inclusiva precisa estar subsidiada em


análises do conhecimento científico acumulado a respeito das competências e
habilidades necessárias para atuar nessa nova perspectiva, ou seja, sua formação
deve basear-se na reflexão e na criatividade. O professor precisa ser capaz de
selecionar conteúdos, organizar estratégias e metodologias diferenciadas, de modo
a favorecer a aprendizagem de todos os alunos, independentemente de sua diferente
condição social, intelectual, sensorial, comportamental, física ou qualquer outra.
(ROSIMAR etal.2016, p. 8).

Belisário (2010) enfatiza que a escola e os professores exercem um papel fundamental para
o ensino e a aprendizagem do aluno, e que deve ser um dos objetivos mais relevantes para que o
aluno venha usufruir de uma escola e ensino de qualidade.

A escola deverá mediar tal apropriação, entendendo que se trata de um processo


necessário para que esta criança possa lidar posteriormente com os demais aspectos
pedagógicos. Por mediação da escola na apropriação do conhecimento social,
estamos nos referindo, por um lado, ao entendimento de seus professores quanto ao
papel pedagógico e ao caráter escolar desta apropriação, assumindo tal processo
como um objetivo da escola (BELISÁRIO,2010, p.31).

Rosimar et al (2016) avalia os avanços educacionais, principalmente a educação e o ensino


para alunos com necessidades especiais em expansão, mas que precisa ainda ser bem trabalhado por
aqueles que de alguma forma se interessa pela causa e estar sempre buscando melhorar, e assim
fazer valer os direitos de todos.

Apesar dos avanços na produção acadêmica na área de Educação, no campo


específico da Educação Especial ainda há lacunas científicas significativas,
referentes, por exemplo, à formação de professores e a atuação com alunos com
deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. Do mesmo modo, os embates políticos em torno dos
significados, das fronteiras e dos instrumentos da inclusão continuam mobilizando
grupos de interesse, associações de pais, políticos, ONGs e agentes da educação em
geral. (ROSIMAR etal,2016, p.12).

A revista Nova Escola de 2013 estabelece de que a busca pelo conhecimento a respeito da
educação especial e inclusiva é importante para a prática do professor em sala de aula, e que o
docente deve se alimentar sempre de todo conhecer e fazer a diferença, para que:

A formação e a aquisição de conhecimentos sobre a educação inclusiva são


imprescindíveis para fundamentar a prática pedagógica dos professores. Autores
como José Geraldo Silveira Bueno, Maria Teresa Mantoan e Rosalba Maria

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Cardoso Garcia destacam a necessidade de rever os cursos de formação de
educadores. (NOVA ESCOLA.2013, p.1).

A formação continuada possibilita ao professor a atualização e a transformação de


sua prática profissional. O acesso ao conhecimento e o exercício da reflexão
permitem a ressignificação dos princípios e a possibilidade de mudar os
paradigmas já construídos. (NOVA ESCOLA,2013, p. 3).

Bossa (2008) defende que os problemas escolares não é apenas culpa de uma causa apenas, e
sim de um coletivo que deve estar sempre em união para minimizar ou mesmo resolver essa
problemática que é a educação de qualidade em escolas públicas, e que seja um ambiente onde o
aluno tenha a possibilidade de se integrar com o meio, conforme:

“O estudo do sintoma escolar não pode, portanto, ser realizado sem considerar a
dimensão coletiva “. (BOSSA,2008, p.3). Trabalhar com pessoas especiais não é
difícil e nem complicado basta apenas demonstrar afeto, amor pelo próximo que
naquele momento depende do conhecimento do professor para aprender e
desenvolver –se cognitivamente no ensino e aprendizagem. “A aprendizagem
humana em sua complexidade exige postura investigativa integradora dos vários
saberes que tratam da vida humana”. (BOSSA, 2008, p. 6)

Na Declaração de Salamanca (1994) afirma que a criança tem direitos de aprender e ter em
sala de aula, um professor capacitado com a formação adequada para lidar com as diversidades, e
proporcionar um ensino de qualidade principalmente aqueles com necessidades especiais, cujas
possibilita que a:

Criança tem o direito fundamental à educação e deve ter a oportunidade de


conseguir e manter um nível aceitável de aprendizagem, cada criança tem
características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são
próprias, os sistemas de educação devem ser planeados e os programas educativos
implementados tendo em vista a vasta diversidade destas características e
necessidades, as crianças e jovens com, necessidades educativas especiais devem
ter acesso às escolas regulares, que a elas se devem adequar através duma
pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA,1994.p.7)

Relevante para a formação dos professores, conforme estabelece o At. 59 da LDB da


necessidade de professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração
desses educandos nas classes comuns; (LDB,2017 p.42) O professor preparado em sala de aula ,
sabe lidar com as diferenças e utilizar metodologias específicas para trabalhar de forma diversas
com estudantes da educação especial e inclusão.

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METODOLOGIA

Para realização desse artigo foram realizadas pesquisas bibliográficas em artigos e livros
publicados na forma de Ebooks, em periódicos disponíveis na biblioteca digital - internet com o
objetivo geral compreender a educação especial e a formação do professor aluno especial para o
ensino e aprendizagem Incentivar, através dos meios disponíveis de acesso e de variados conteúdos.

Além disso, buscou-se uma pesquisa documental junto à Prefeitura Municipal de Várzea
Grande para conhecer a Política de Ensino Especial adotada pelo município, bem como as diretrizes
de formação do professor de ensino especial.

Da mesma forma foram incluídos observações e experiências empíricas da autora a partir


da prática cotidiana de docente do ensino fundamental em instituições públicas e privadas com
dados coletados s junto aos docentes que atuam diretamente em salas especiais de ensino especial
da Escola de Educação Básica da Prefeitura de Várzea Grande para conhecer qual a formação do
profissional que atua em salas especiais.

A pesquisa cientifica traz um novo saber, aborda a problemática escolar de acordo com a
demanda apresentada, e os subsídios disponibilizados na forma de ensino e aprendizagem
demonstram quão importante é a união de pessoas que possam colaborar para a educação da pessoa
especial. Respeitar os direitos e os limites da pessoa especial é possibilitar o acesso à educação de
qualidade e que o possibilite a aprender e de preferência em escola regular publica, com os mesmos
direitos e deveres, pautados em leis, oportunizando todos aqueles que se dizem excepcional e
evitando assim a evasão escolar.

CONCLUSÕES

Este trabalho teve como objetivo refletir sobre a formação docente, e a prática pedagógica
do ensino em educação especial na sala de aula comum, oferecida preferencialmente em escolas
públicas.

Como também enfatizar a problemática da não formação adequada para professores


inseridos em sala de aula comum na lida do ensino e aprendizagem de aluno com necessidades
especiais. Conhecer as possíveis causas que vem colaborando para o desinteresse e o despreparo
desses profissionais na busca da formação continuada.

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As pesquisas mostram ao longo do tempo que a educação destinada à educandos com
necessidades especiais apresenta avanços significativos e importantes, e que o País se preocupa e
trabalha para melhorar a condição da educação e a formação do professor.

As políticas públicas educacionais muito têm contribuído e por isso disponibiliza cursos
gratuitos para todos os docentes da rede pública de ensino, para que os mesmos possam se capacitar
da melhor maneira e como julgue melhor para sua carreira acadêmica. Mas ainda há muito a ser
feito, a cada ano a demanda aumenta e os docentes cada vez mais desmotivados, se faz necessário
conscientizar-se e fazer o melhor, a educação é carente de bons profissionais.

Foi possível verificar extensa regulamentação da Educação Especial no Sistema Federal e


Municipal de Ensino, especialmente na Prefeitura de Várzea Grande que procurou definir a
modalidade de ensino e diretrizes de atuação municipal.

Imperativo ressaltar que segundo a LDB - Lei de Diretrizes e Bases, as instituições de


ensino e seus docentes devem se adequar ao discente e não o aluno a escola e professores, devem
estar preparadas para receber todas as pessoas independentemente da sua condição, sem
preconceitos e respeitando a diversidade.

Obviamente tais orientações passam por discussão nacional acerca da educação especial
em todos os níveis de ensino. No Sistema Federal para ampliação da discussão, sobretudo no ensino
superior para uma melhor formação de professores.

No Sistema Municipal de Ensino, principalmente no âmbito da Prefeitura de Várzea


Grande a que se implementar a legislação para assegurar uma melhor formação profissional
docente. Foram encontradas parcas informações e dados a respeito das diretrizes de formação de
professor na cidade de Várzea Grande, o que reforça a ideia de ampliar as discussões a respeito.

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REFERÊNCIAS

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