Contra-Ordenação Ambiental Leve: Ruído

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Ruído

Contra-ordenação ambiental leve

Às contra-ordenações leves correspondem as seguintes coimas:

a) Se praticadas por pessoas singulares, de € 200 a € 1000 em caso de


negligência e de € 400 a € 2000 em caso de dolo;
b) Se praticadas por pessoas colectivas, de € 3000 a € 13 000 em caso
de negligência e de € 6000 a € 22 500 em caso de dolo.

Contra-ordenação ambiental grave

Às contra -ordenações graves correspondem as seguintes coimas:

a) Se praticadas por pessoas singulares, de € 2000 a € 10 000 em caso de


negligência e de € 6000 a € 20 000 em caso de dolo;

b) Se praticadas por pessoas colectivas, de € 15 000 a € 30 000 em caso de


negligência e de € 30 000 a € 48 000 em caso de dolo.
________________________ ,, ________________________

Regulamento Geral de Ruído (RGR)


Decreto-lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro
alterado pelo Decreto-lei n.º 278/2007, de 1 de Agosto

artigo 8.º do RGR

As zonas sensíveis, ou mistas com ocupação expostas a ruído ambiente


exterior que exceda os valores limite fixados no artigo 11.º devem ser objecto
de planos municipais de redução de ruído, cuja elaboração é da
responsabilidade das câmaras municipais.

Os planos municipais de redução de ruído devem ser executados num prazo


máximo de dois anos contados a partir da data de entrada em vigor do
presente Regulamento, podendo contemplar o faseamento de medidas,
considerando prioritárias as referentes a zonas sensíveis ou mistas expostas a
ruído ambiente exterior que exceda em mais de 5 dB(A) os valores limite
fixados no artigo 11.º.

Os planos municipais de redução do ruído vinculam as entidades públicas e os


particulares, sendo aprovados pela assembleia municipal, sob proposta da
câmara municipal.

A gestão dos problemas e efeitos do ruído, incluindo a redução de ruído, em


municípios que constituam aglomerações com uma população residente
superior a 100 000 habitantes e uma densidade populacional superior a 2500
habitantes/km2 é assegurada através de planos de acção, nos termos do
Decreto-Lei n.º 146/2006, de 31 de Julho.

Na elaboração dos planos municipais de redução de ruído, são consultadas as


entidades públicas e privadas que possam vir a ser indicadas como
responsáveis pela execução dos planos municipais de redução de ruído.

Zona mista
«Zona mista» a área definida em plano municipal de ordenamento do território, cuja ocupação
seja afecta a outros usos, existentes ou previstos, para além dos referidos na definição de zona
sensível;

Zona sensível
«Zona sensível» a área definida em plano municipal de ordenamento do território como
vocacionada para uso habitacional, ou para escolas, hospitais ou similares, ou espaços de
lazer, existentes ou previstos, podendo conter pequenas unidades de comércio e de serviços
destinadas a servir a população local, tais como cafés e outros estabelecimentos de
restauração, papelarias e outros estabelecimentos de comércio tradicional, sem funcionamento
no período nocturno

n.º 1 do artigo 15.º do RGR

É proibido o exercício de actividades ruidosas temporárias na proximidade de:

a) Edifícios de habitação, aos sábados, domingos e feriados e nos dias


úteis entre as 20 e as 8 horas;
b) Escolas, durante o respectivo horário de funcionamento;
c) Hospitais ou estabelecimentos similares.

O exercício de actividades ruidosas temporárias, acima referidas, pode ser


autorizado, em casos excepcionais e devidamente justificados, mediante
emissão de licença especial de ruído pelo respectivo município, que fixa as
condições de exercício da actividade relativas aos aspectos abaixo referidos.

A licença especial de ruído é requerida pelo interessado com a antecedência


mínima de 15 dias úteis relativamente à data de início da actividade, indicando:

a) Localização exacta ou percurso definido para o exercício da actividade;


b) Datas de início e termo da actividade;
c) Horário;
d) Razões que justificam a realização da actividade naquele local e hora;
e) As medidas de prevenção e de redução do ruído propostas, quando
aplicável;
f) Outras informações consideradas relevantes.
Actividades ruidosas temporárias
«Actividade ruidosa temporária» a actividade que, não constituindo um acto isolado, tenha
carácter não permanente e que produza ruído nocivo ou incomodativo para quem habite ou
permaneça em locais onde se fazem sentir os efeitos dessa fonte de ruído tais como obras de
construção civil, competições desportivas, espectáculos, festas ou outros divertimentos, feiras
e mercados.

n.º 5 do artigo 15.º do RGR

A licença especial de ruído, quando emitida por um período superior a um mês,


fica condicionada ao respeito nos receptores sensíveis do valor limite do
indicador LAeq do ruído ambiente exterior de 60 dB(A) no período do
entardecer e de 55 dB(A) no período nocturno.

Para efeitos da verificação dos valores referidos no número anterior, o


indicador LAeq reporta-se a um dia para o período de referência em causa.

n.º 1 do artigo 16.º do RGR

As obras de recuperação, remodelação ou conservação realizadas no interior


de edifícios destinados a habitação, comércio ou serviços que constituam fonte
de ruído apenas podem ser realizadas em dias úteis, entre as 8 e as 20 horas,
não se encontrando sujeitas à emissão de licença especial de ruído.

n.º 2 do artigo 16.º do RGR

O responsável pela execução das obras afixa em local acessível aos


utilizadores do edifício a duração prevista das obras e, quando possível, o
período horário no qual se prevê que ocorra a maior intensidade de ruído.

artigos 14.º a 16.º

É proibido o exercício de actividades ruidosas temporárias na proximidade de:

a) Edifícios de habitação, aos sábados, domingos e feriados e nos dias


úteis entre as 20 e as 8 horas;
b) Escolas, durante o respectivo horário de funcionamento;
c) Hospitais ou estabelecimentos similares.

O exercício de actividades ruidosas temporárias, acima referidas, pode ser


autorizado, em casos excepcionais e devidamente justificados, mediante
emissão de licença especial de ruído pelo respectivo município, que fixa as
condições de exercício da actividade relativas aos aspectos abaixo referidos.

A licença especial de ruído é requerida pelo interessado com a antecedência


mínima de 15 dias úteis relativamente à data de início da actividade, indicando:
a) Localização exacta ou percurso definido para o exercício da actividade;
b) Datas de início e termo da actividade;
c) Horário;
d) Razões que justificam a realização da actividade naquele local e hora;
e) As medidas de prevenção e de redução do ruído propostas, quando
aplicável;
f) Outras informações consideradas relevantes.

A licença especial de ruído, quando emitida por um período superior a um mês,


fica condicionada ao respeito nos receptores sensíveis do valor limite do
indicador LAeq do ruído ambiente exterior de 60 dB(A) no período do
entardecer e de 55 dB(A) no período nocturno.
Para efeitos da verificação dos valores referidos no número anterior, o
indicador LAeq reporta-se a um dia para o período de referência em causa.
As obras de recuperação, remodelação ou conservação realizadas no interior
de edifícios destinados a habitação, comércio ou serviços que constituam fonte
de ruído apenas podem ser realizadas em dias úteis, entre as 8 e as 20 horas,
não se encontrando sujeitas à emissão de licença especial de ruído.
O responsável pela execução das obras afixa em local acessível aos
utilizadores do edifício a duração prevista das obras e, quando possível, o
período horário no qual se prevê que ocorra a maior intensidade de ruído.

n.º 1 do artigo 13.º do RGR

A instalação e o exercício de actividades ruidosas permanentes em zonas


mistas, nas envolventes das zonas sensíveis, ou mistas ou na proximidade dos
receptores sensíveis isolados estão sujeitos:

a) Ao cumprimento dos valores limite fixados no artigo 11.º; e


b) Ao cumprimento do critério de incomodidade, considerado como a
diferença entre o valor do indicador LAeq do ruído ambiente determinado
durante a ocorrência do ruído particular da actividade ou actividades em
avaliação e o valor do indicador LAeq do ruído residual, diferença que não
pode exceder 5 dB(A) no período diurno, 4 dB(A) no período do entardecer
e 3 dB(A) no período nocturno, nos termos do anexo I ao presente
Regulamento, do qual faz parte integrante.

Actividades ruidosas permanentes


«Actividade ruidosa permanente» a actividade desenvolvida com carácter permanente, ainda
que sazonal, que produza ruído nocivo ou incomodativo para quem habite ou permaneça em
locais onde se fazem sentir os efeitos dessa fonte de ruído, designadamente laboração de
estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços

Receptor sensível
«Receptor sensível» o edifício habitacional, escolar, hospitalar ou similar ou espaço de lazer,
com utilização humana
Alínea a) do n.º1 do art.º 13.º
Valores limite de exposição a ruído ambiente exterior estabelecidos no artigo 11.º

artigo 11.º - Critério de exposição máxima


Lden Ln
dB(A) dB(A)

Zonas mistas ≤ 65 ≤ 55
Zonas sensíveis ≤ 55 ≤ 45
Zonas sensíveis na proximidade
≤ 65 ≤ 55
de GIT existente
Zonas sensíveis na proximidade
≤ 60 ≤ 50
de GIT não aéreo em projecto
Zonas sensíveis na proximidade
≤ 65 ≤ 55
de GIT aéreo em projecto
Zonas não classificadas ≤ 63 ≤ 53
GIT - Grande infra-estrutura de transporte

Alínea b) do n.º1 do art.º 13.º

Cumprir Critério de incomodidade (ver Anexo I):

LAeq(ambiente.) – LAeq(residual) ≤ 5 dB(A), período diurno (7h às 20h)

LAeq(ambiente) – LAeq(residual) ≤ 4 dB(A), período entardecer (20h às 23h)

LAeq(ambiente.) – LAeq(residual) ≤ 3 dB(A), período nocturno (23h às 7h)

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ANEXO I

(a que se refere o artigo 13.º)

Parâmetros para a aplicação do critério de incomodidade

1— O valor do LAeq do ruído ambiente determinado durante a ocorrência do


ruído particular deve ser corrigido de acordo com as características tonais ou
impulsivas do ruído particular, passando a designar-se por nível de avaliação,
LAr , aplicando a seguinte fórmula:

LAR = LAeq + K1 + K2

em que K1 é a correcção tonal e K2 é a correcção impulsiva.


Estes valores são K1=3 dB(A) ou K2=3 dB(A) se for detectado que as
componentes tonais ou impulsivas, respectivamente, são características
específicas do ruído particular, ou são K1=0 dB(A) ou K2=0 dB(A) se estas
componentes não forem identificadas. Caso se verifique a coexistência de
componentes tonais e impulsivas a correcção a adicionar é de K1+K2=6 dB(A).

O método para detectar as características tonais do ruído dentro do intervalo


de tempo de avaliação, consiste em verificar, no espectro de um terço de
oitava, se o nível sonoro de uma banda excede o das adjacentes em 5 dB(A)
ou mais, caso em que o ruído deve ser considerado tonal.

O método para detectar as características impulsivas do ruído dentro do


intervalo de tempo de avaliação, consiste em determinar a diferença entre o
nível sonoro contínuo equivalente, LAeq , medido em simultâneo com
característica impulsiva e fast. Se esta diferença for superior a 6 dB(A), o ruído
deve ser considerado impulsivo.

2— Aos valores limite da diferença entre o LAeq do ruído ambiente que inclui o
ruído particular corrigido (LAr) e o LAeq do ruído residual, estabelecidos na
alínea b) do n.º 1 do artigo 13.º, deve ser adicionado o valor D indicado na
tabela seguinte. O valor D é determinado em função da relação percentual
entre a duração acumulada de ocorrência do ruído particular e a duração total
do período de referência.

3— Excepções à tabela anterior — para o período nocturno não são aplicáveis


os valores de D=4 e D=3, mantendo-se D=2 para valores percentuais inferiores
ou iguais a 50%. Exceptua-se desta restrição a aplicação de D=3 para
actividades com horário de funcionamento até às 24 horas.

4— Para efeitos da verificação dos valores fixados na alínea b) do n.º 1 e no n.º


5 do artigo 13.º, o intervalo de tempo a que se reporta o indicador LAeq
corresponde ao período de um mês, devendo corresponder ao mês mais crítico
do ano em termos de emissão sonora da(s) fonte(s) de ruído em avaliação no
caso de se notar marcada sazonalidade anual.

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n.º 4 do artigo 13.º do RGR

São interditos a instalação e o exercício de actividades ruidosas permanentes


nas zonas sensíveis, excepto as actividades permitidas nas zonas sensíveis e
que cumpram o disposto nas alíneas a) e b) do n.º 1. do art.º 13.º.

artigo 18.º do RGR

As actividades ruidosas temporárias e obras no interior de edifícios realizadas


em violação do disposto nos artigos 14.º a 16.º do RGR são suspensas por
ordem das autoridades policiais, oficiosamente ou a pedido do interessado,
devendo ser lavrado auto da ocorrência a remeter ao presidente da câmara
municipal para instauração do respectivo procedimento de contra-ordenação.

n.º 1 do artigo 19.º do RGR

As infra-estruturas de transporte, novas ou em exploração à data da entrada


em vigor do presente Regulamento, estão sujeitas aos valores limite fixados no
artigo 11.º.

infra-estrutura de transporte

«Infra-estrutura de transporte» a instalação e meios destinados ao funcionamento de transporte


aéreo, ferroviário ou rodoviário

n.º 2 do artigo 19.º do RGR

As grandes infra-estruturas de transporte aéreo em exploração à data da


entrada em vigor do presente Regulamento, abrangidas pelo Decreto-Lei n.º
293/2003, de 19 de Novembro, devem adoptar medidas que permitam dar
cumprimento ao disposto no artigo 11.º até 31 de Março de 2008.

grande infra-estrutura de transporte aéreo


«Grande infra-estrutura de transporte aéreo» o aeroporto civil identificado como tal pelo
Instituto Nacional de Aviação Civil cujo tráfego seja superior a 50 000 movimentos por ano de
aviões civis subsónicos de propulsão por reacção, tendo em conta a média dos três últimos
anos que tenham precedido a aplicação das disposições deste diploma ao aeroporto em
questão, considerando-se um movimento uma aterragem ou uma descolagem;

n.º 1 do artigo 20.º do RGR

São proibidas nos aeroportos e aeródromos não abrangidos pelo disposto no


Decreto-Lei n.º 293/2003, de 11 de Novembro, a aterragem e a descolagem de
aeronaves civis entre as 0 e as 6 horas, salvo por motivo de força maior.
n.º 3 do artigo 20.º do RGR

Por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas dos
transportes e do ambiente, pode ser permitida a aterragem e a descolagem de
aeronaves civis entre as 0 e as 6 horas nos aeroportos e aeródromos que
disponham de um sistema de monitorização e simulação de ruído que permita
caracterizar a sua envolvente relativamente ao Lden e Ln e determinar o
número máximo de aterragens e descolagens entre as 0 e as 6 horas, de forma
a assegurar o cumprimento dos valores limite fixados no artigo 11.º.

Lden - Indicador de ruído diurno-entardecer-nocturno


Ln - Indicador de ruído nocturno

A portaria referida no número anterior fixa, em função dos resultados do


sistema de monitorização e de simulação de ruído, o número máximo de
aterragens e descolagens permitido na infra-estrutura de transporte aéreo entre
as 0 e as 6 horas, a identificação das aeronaves abrangidas em função do nível
de classificação sonora de acordo com as normas da Organização da Aviação
Civil Internacional (OACI), bem como outras restrições de operação.

artigo 21.º do RGR

As fontes de ruído susceptíveis de causar incomodidade estão sujeitas ao


cumprimento dos valores limite fixados no artigo 11.º, bem como ao disposto
na alínea b) do n.º 1 e no n.º 5 do artigo 13.º e são sujeitas a controlo
preventivo no âmbito de procedimento de avaliação de impacte ambiental,
quando aplicável, e dos respectivos procedimentos de autorização ou
licenciamento.

n.º 1 do artigo 23.º do RGR

É proibida a utilização em veículos de sistemas sonoros de alarme que não


possuam mecanismos de controlo que assegurem que a duração do alarme
não excede vinte minutos.

n.º 1 do artigo 24.º do RGR

As autoridades policiais podem ordenar ao produtor de ruído de vizinhança,


produzido entre as 23 e as 7 horas, a adopção das medidas adequadas para
fazer cessar imediatamente a incomodidade.

Ruído de vizinhança
«Ruído de vizinhança» o ruído associado ao uso habitacional e às actividades que lhe são
inerentes, produzido directamente por alguém ou por intermédio de outrem, por coisa à sua
guarda ou animal colocado sob a sua responsabilidade, que, pela sua duração, repetição ou
intensidade, seja susceptível de afectar a saúde pública ou a tranquilidade da vizinhança
n.º 2 do artigo 24.º do RGR

As autoridades policiais podem fixar ao produtor de ruído de vizinhança


produzido entre as 7 e as 23 horas um prazo para fazer cessar a
incomodidade.

artigo 27.º do RGR.

As entidades fiscalizadoras podem ordenar a adopção das medidas


imprescindíveis para evitar a produção de danos graves para a saúde humana
e para o bem-estar das populações em resultado de actividades que violem o
disposto no presente Regulamento.

As medidas referidas no número anterior podem consistir na suspensão da


actividade, no encerramento preventivo do estabelecimento ou na apreensão
de equipamento por determinado período de tempo.

As medidas cautelares presumem-se decisões urgentes, devendo a entidade


competente, sempre que possível, proceder à audiência do interessado
concedendo-lhe prazo não inferior a três dias para se pronunciar.

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