Nota Técnica - Ruídos

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Superintendência de Projetos de Engenharia e Empreendimentos – SPE

Gerência de Projetos de Engenharia


Coordenadoria de Outorga e Licenciamento de Projetos e Obras - GPROJ LPO

NOTA TÉCNICA

Assunto: Apresentação do Monitoramento de Ruídos

1. OBJETIVO GERAL

Apresentar as normativas e os procedimentos técnicos a serem adotados na medição dos ní -


veis de pressão sonora nas obras da Cagece, com a identificação e caracterização das fontes
que apresentem níveis elevados de ruídos visando minimizar impactos negativos.

Objetiva, ainda, orientar as condições de apresentação dos dados de monitoramento dos ruídos
a serem enviados a Coordenadoria de Outorga e Licenciamento de Projetos e Obras (GPROJ
LPO).

2. DEFINIÇÕES

2.1 Calibrador Acústico: Equipamento utilizado para certificação dos níveis de ruído medidos
pelo medidor de nível de pressão sonora.

2.2 dB (A): Unidade do nível de pressão sonora em decibéis, para quantificação do nível de ruí-
do, ponderada pela curva de resposta “A”.

2.3 Estabilização do LAeq Acumulado: Quando a variação do LAeq acumulado nos últimos 5
minutos for menor ou igual a 0,5 dB (A).

2.4 Interferências Transitórias: São emissões sonoras de curta duração e ocorrência eventu-
al, não representativas da área em avaliação.

2.5 Medidor de Nível de Pressão Sonora (MNS): Equipamento utilizado para as medições dos
níveis de ruído, conforme exigências deste procedimento.
2.6 Nível de Pressão Sonora Equivalente (Laeq): Nível de ruído que, na hipótese de ser man-
tido constante, durante o período de medição, representa a mesma quantidade de energia
acústica que a soma das parcelas de energia correspondentes às variações do nível de ruído,
ocorridas durante o período adotado.

2.7 Nível de Ruído: Nível de pressão sonora expresso em decibéis, ponderado pela curva de
resposta “A”.

2.8 Nível de Ruído Ambiente (Lra): Nível de pressão sonora equivalente (Laeq), ponderado
pela curva de resposta “A”, que caracteriza o nível de ruído existente na área objeto de avalia-
ção, no local e horário considerados, sem a interferência do ruído gerado pela fonte sonora em
questão.

2.9 Ocupação Regular: Ocupação por edificações e outras atividades em conformidade com a
legislação de uso e ocupação do solo e outras regulamentações vigentes.

2.10 Ponto de Medição: Local onde o Medidor de Nível de Pressão Sonora foi posicionado pa-
ra realização da medição.

2.11 Receptores Potencialmente Críticos: Receptores localizados em áreas residenciais ha-


bitadas, com ocupação regular e demais receptores representativos do impacto sonoro como
hospitais, unidades básicas de saúde, unidades educacionais, portanto, onde devem ser reali -
zadas as avaliações dos níveis de ruído.

2.12 GPROJ LPO: Coordenadoria de Outorga Licenciamento de Projeto e Obras responsável


pela gestão e controle ambiental das obras na Cagece, de forma a garantir a implantação ou
ampliação dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, respeitando as
ações de prevenção, controle e monitoramento de impactos, visando a proteção ao meio ambi-
ente durante a execução das obras.

3. REFERÊNCIAS LEGAIS E NORMATIVAS

• Portaria MINTER 92/1980 – Estabelece padrões, critérios e diretrizes relativos a emissão


de sons e ruídos;
• Resolução CONAMA nº 01/90 – Os critérios e diretrizes para o controle da emissão de ru-
ídos;
• ABNT NBR 10151 – Avaliação dos ruídos em áreas habitadas visando o conforto da co-
munidade;
• ABNT NBR 10152 – Níveis de ruído para conforto acústico;
• Código da Cidade – Lei Municipal nº 270/2019 do Município de Fortaleza (Obras em For-
taleza)
• MEOS – Manual de encargos e Obras da Cagece.

3.1 Normas de Calibração


• IEC – 60651/1979 – Medidores de Nível sonoro e suas revisões;
• IEC – 60804/1985 – Medidores de Nível sonoro e suas revisões;
• IEC – 60942/1988 – Calibradores de nível sonoro e suas revisões.

4. JUSTIFICATIVA
As obras de instalação de sistemas de saneamento ambiental envolvem diversas ações como
de corte do asfalto, aberturas de valas, compactação solo, uso de maquinários, uso geradores,
dentre outras atividades que podem conferir transtornos para as comunidades em seu entorno
quanto a geração de ruídos.

O conceito legal de poluição sonora é encontrado na Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº
6.938, de 1981), que define a poluição sonora como “a degradação da qualidade ambiental re-
sultante de atividades que direta ou indiretamente lancem energia em desacordo com os pa -
drões ambientais estabelecidos”.

Nesse sentido, faz-se necessário acompanhar as ações que possuem potencial poluidor no in-
tuito de realizar ações com a finalidade de mitigar os possíveis impactos negativos dos ruídos.
Esse monitoramento deve ser realizado a partir de padrões ambientais predefinidos na legisla -
ção federal, estadual e municipal, nas instruções normativas vigentes emitidos pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e nas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambi-
ente (CONAMA).

A CONAMA nº 01 de 1990, é o instrumento que determina os padrões, critérios e diretrizes so-


bre a emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais
ou recreativas. A NBR 10151- “Avaliação de Ruídos em Áreas Habitadas Visando o conforto
das Comunidades”, é a norma apontada pela Resolução CONAMA 01/90, que fixa as condições
exigíveis para avaliação da aceitabilidade dos ruídos em comunidades.
No contexto do licenciamento ambiental, as informações quanto a geração e controle de ruídos
compõe o Relatório de Acompanhamento e Monitoramento Ambiental (RAMA). O RAMA é uma
ferramenta de controle dos planos e dos programas de gestão ambiental das obras, deve ser
respondido pelo empreendedor (Cagece) e entregue com frequência anual ao órgão ambiental
responsável pelo licenciamento. A GPROJ LPO é responsável pela elaboração da resposta do
RAMA.

Assim, o monitoramento do ruído ambiental é um importante instrumento de prevenção e con-


trole dos impactos socioambientais do aumento dos ruídos de fonte não naturais. O objetivo é
verificar os níveis sonoros gerados durante a execução da obra e promover medidas de contro -
le, mitigando os impactos negativos às comunidades circunvizinhas.

5. RECOMENDAÇÕES

Informamos que a precisão dos equipamentos, os critérios de calibração e os procedimentos de


medição, bem como os demais critérios definidos pelas NBR 10.151/2019 (ou as que vierem a
substituir), deverão ser devidamente atendidos no desenvolvimento das campanhas deste mo-
nitoramento.

5.1. Procedimentos

Os pontos de medição escolhidos devem ficar a critério do técnico responsável, entretanto, de-
vem refletir integralmente a realidade do empreendimento e serem devidamente justificados.
Para fins de avaliação sonora ambiental das instalações dos empreendimentos, as medições
devem ser realizadas obrigatoriamente em áreas vizinhas habitadas (ocupação regular) ao em -
preendimento.

A medição em ambiente externo, em nível do solo, deve ser realizada a 1,2 m e 1,5 m de altura
do solo e a 2 metros de fachadas ou superfícies refletoras Se outra altura for utilizada, a mesma
deve ser devidamente justificada.
Quanto a instrumentação, recomenda-se que os medidores de nível de pressão sonora do tipo
1 e tipo 2 atendam as IEC60651 e IEC 60804, que o calibrador de ajuste de nível de pressão
sonora Classe 1 e Classe 2 atendam a IEC608046.

Orienta-se que o processo de calibração periódica do microfone e do calibrador deve ocorrer no


mínimo, a cada 2 anos em laboratórios acreditado a RBC ou ao INMETRO.

Não serão aceitos Certificados de Calibração com a denominação “Rastreável pelo INMETRO”.
As cópias dos referidos certificados deverão ser anexadas ao Relatório de Avaliação de níveis
de Ruído e possuírem datas de validade de calibração anteriores às medições.

5.2. Medição de Ruídos


A medição dos ruídos pode ser realizada por meio de dois métodos, o simples e o detalhado. O
método simplificado é utilizado para medição do nível de pressão sonora global, em ambientes
externos ou internos às edificações, para identificação e caracterização de sons contínuos ou
intermitentes. O método detalhado, por sua vez, é utilizado na medição do nível de pressão so -
nora global e espectral em ambientes externos ou internos às edificações, para identificação e
caracterização de sons contínuos, intermitentes, impulsivos e tonais.

Os procedimentos envolvidos para a execução os métodos citados estão devidamente descritos


na NBR 10151. Dessa forma, orienta-se a consulta da referida NBR, na sua versão mais atuali-
zada, para maior entendimento da medição de emissão sonora.

5.3. Avaliação das Medições


Os resultados encontrados devem ser avaliados a partir dos valores de referência estabelecidos
em normas e na legislação vigente, apresentando a contextualização dos resultados que se
classificaram dentro dos parâmetros e indicando as ações mitigadoras ou controladoras para
casos que se excederam a legislação.

6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS


A apresentação das medições dos níveis de pressão sonora devem ser fundamentados na NBR
10151 e na Lei complementar nº270/2020 para as obras em execução no município de Fortale -
za. O prazo de apresentação será trimestral, contados a partir da emissão da ordem de serviço.

O relatório de monitoramento a ser apresentado deve conter como conteúdo mínimo:


1. Ficha de monitoramento de ruídos devidamente preenchida (Apêndice A).
2. Metodologia aplicada;
3. Certificado de calibração;
4. Planta de situação;
5. Resultados com análise e avaliação dos dados monitorados,
6. Descrição das interferências transitórias, caso ocorra;
7. Descrição das condições climáticas;
8. Apresentação das medidas mitigadoras ou ações de controle realizadas, se necessárias;
9. Conclusões
10. Referências

Salienta-se que o relatório elaborado pela contratada deve ser enviado via abertura de processo
virtual ou físico no prazo requerido, estando sujeito à notificação em caso de pendência de en-
trega.
APÊNDICE A

FICHA DE MONITORAMENTO DE EMISSÃO DE RUÍDOS – CAGECE

PONTO:________________

DADOS DA CAMPANHA
Mês:_____________________
Data de medição:_____________
Período de medição:___________

LOCALIZAÇÃO
Município:_____________________________________
Logradouro/rua:_________________________________
Coordenadas:___________________________________
Bairro:________________________________________
Distância aproximada da obra:________________________
Tipo de Ocupação:_________________________________

REGISTRO FOTOGRÁFICO
1. Localização em Foto área.
2. Localização no ponto de medição.

RESULTADOS DE MEDIÇÃO E RUÍDOS

Gráficos – Se Possível.

Tabela dos resultados de monitoramento (Modelo Sugerido)

Leitura Data Horário Duração NRA NCA


Ponto
Lf(aeq) (dB) (min) Lf(Aeq) Máx NBR

Observações:

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