Lei Ordinária #5.921 - 2015

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Revogado pela Lei Municipal nº 7.

256, de 12 de abril de 2023

LEI Nº 5921, DE 10 DE JULHO DE 2015

Dispõe sobre o controle de ruídos, sons e


vibrações no Município de Betim e dá outras
providências.

O povo do Município de Betim, por seus representantes, aprovou e eu, PREFEITO


MUNICIPAL, sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A emissão de ruídos, sons e vibrações em decorrência de atividades exercidas


no Município obedecerá aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos por esta Lei.
Art. 2º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - poluição sonora: a alteração adversa das características do meio ambiente causada
por emissão de ruído, som e vibração que, direta ou indiretamente, seja ofensiva ou
nociva à saúde física e mental, à segurança e ao bem-estar dos meios antrópico,
biótico ou físico, ou transgrida as disposições fixadas nesta Lei;
II - período diurno: o período de tempo compreendido entre as 07h01 (sete horas e
um minuto) e as 22h00 (vinte duas horas) do mesmo dia;
III - período noturno: o período de tempo compreendido entre as 22h01 (vinte e duas
horas e um minuto) de um dia e as 07h00 (sete horas) do dia seguinte;
IV - ruído: sons indesejáveis capazes de causar incômodos;
V - ruído contínuo: aquele com flutuações de nível de pressão sonora tão pequenas
que podem ser desprezadas dentro do período de observação;
VI - ruído intermitente: aquele cujo nível de pressão sonora oscila bruscamente várias
vezes, durante o intervalo de tempo de medição, sendo o período em que o nível
sonoro se mantém constante igual ou superior a 01 (um) segundo;
VII - ruído impulsivo: aquele que consiste de uma ou mais explosões de energia sonora,
tendo, cada uma, duração inferior a 01 (um) segundo;
VIII - som com componentes tonais: som que contém tons puros, que podem ser
identificados por meio da comparação de níveis sonoros;
IX - nível sonoro: termo genérico utilizado para expressar parâmetros descritores do
som, tais como o nível de pressão sonora e o nível de pressão sonora equivalente,
entre outros;
X - decibel (dB): unidade adimensional usada para expressar a razão entre a pressão
sonora a medir e a pressão sonora de referência;
XI - dB(A): intensidade de som medida na curva de ponderação “A” utilizada para a
avaliação das reações humanas ao ruído;
XII - pressão sonora: diferença instantânea entre a pressão produzida por uma onda
sonora e a pressão barométrica, em um dado ponto do espaço, na ausência de som;
XIII - nível de som equivalente: LAeq - nível médio de energia sonora, medido em
dB(A), avaliado durante um período de tempo de interesse;
XIV - ruído de fundo: nível de som equivalente, expresso na curva de ponderação “A”
de todo e qualquer ruído que esteja sendo captado e que não seja objeto das
medições sonoras, no local e horário considerados;
XV - local de suposto incômodo: local onde é suposta a existência de distúrbio ou
incômodo causado pelo som ou ruído;
XVI - limite real da propriedade: aquele representado por um plano imaginário que
separa a propriedade real de uma pessoa física ou jurídica da de outra;
XVII - serviço de construção civil: qualquer operação de montagem, construção,
demolição, remoção, reparo ou alteração substancial de uma edificação ou de uma
estrutura;
XVIII - fonte fixa de emissão sonora: qualquer instalação, equipamento ou processo,
situado em local fixo, que produza emissão sonora para o seu entorno;
XIX - fonte móvel de emissão sonora: qualquer instalação, equipamento ou processo
que, durante seu deslocamento, produza emissão sonora para o seu entorno;
XX - vibração: oscilação ou movimento alternado de um sistema elástico, transmitido
por ondas mecânicas, sobretudo em meios só- lidos.

CAPÍTULO II
DOS NÍVEIS MÁXIMOS PERMISSÍVEIS E DA MEDIÇÃO DE SONS E RUÍDOS

Art. 3º A emissão de ruídos, sons e vibrações provenientes de fontes fixas no


Município obedecerá aos seguintes níveis máximos fixados para suas respectivas imissões,
conforme os zoneamentos, medidas nos locais do suposto incômodo:
I - Zonas de Atividades Especiais (ZAE”S):
a) em período diurno: 70 dB(A) (setenta decibéis em curva de ponderação A);
b) em período noturno: 60 dB(A) (sessenta decibéis em curva de ponderação A);
II - Zonas Residenciais Mistas (ZRM’S):
a) em período diurno: 65 dB(A) (sessenta e cinco decibéis em curva de ponderação A);
b) em período noturno: 60 dB(A) (sessenta decibéis em curva de ponderação A);
III - Zona Rural (ZR):
a) em período diurno: 65 dB(A) (sessenta e cinco decibéis em curva de ponderação A);
b) em período noturno: 60 dB(A) (sessenta decibéis em curva de ponderação A).
§ 1º As medições do nível de som serão realizadas utilizando-se a curva de
ponderação A com circuito de resposta rápida, devendo o microfone ficar afastado, no
mínimo, de 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) dos limites reais da
propriedade onde se dá o suposto incômodo, e à altura de 1,20 m (um metro e vinte
centímetros) do piso.
§ 2º Na impossibilidade de verificação dos níveis de imissão no local do suposto
incômodo, será admitida a realização de medição no passeio imediatamente contíguo
ao mesmo, sendo considerados como limites os níveis máximos fixados no caput deste
artigo acrescidos de 05 dB(A) (cinco decibéis em curva de ponderação A).
§ 3º Para o resultado das medições efetuadas serão adotados os seguintes critérios:
I - ruído contínuo e ruído intermitente: o nível de som corrigido será igual ao nível de
som equivalente medido;
II - ruído impulsivo e som com componentes tonais: o nível de som corrigido será igual
ao nível de som equivalente medido, acrescido de 05 dB(A) (cinco decibéis em curva de
ponderação A);
III - ruído proveniente da operação de compressores, de sistemas de troca de calor, de
sistemas de aquecimento, de ventilação, de condicionamento de ar, de bombeamento
hidráulico ou similares, independentemente de sua natureza contínua ou intermitente:
o nível de som corrigido será igual ao nível de som equivalente medido, acrescido de
05 dB(A) (cinco decibéis em curva de ponderação A).
§ 4º Independentemente do ruído de fundo, o nível de som proveniente da fonte
poluidora, medido dentro dos limites reais da propriedade onde se dá o suposto
incômodo, não poderá exceder os níveis fixados no caput deste artigo.
§ 5º Quando a propriedade em que se dá o suposto incômodo tratar-se de escola,
creche, biblioteca pública, cemitério, hospital, ambulatório ou casa de saúde, os níveis
máximos estabelecidos no caput do artigo serão decrescidos de 05 dB(A) (cinco
decibéis em curva de ponderação A).
§ 6º O nível de som proveniente da fonte poluidora não poderá exceder em 10 dB(A)
(dez decibéis em curva de ponderação A) o nível do ruído de fundo existente no local.
Art. 4º A emissão de ruídos produzidos por veículos automotores e os produzidos no
interior dos ambientes de trabalho, obedecerão às normas expedidas, respectivamente, pelo
Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, e pelo órgão competente do Ministério do Trabalho.
Art. 5º As vibrações não serão admitidas quando perceptíveis no local do suposto
incômodo, de forma contínua ou alternada, por períodos superiores a 5 (cinco) minutos).

CAPÍTULO III
DAS PERMISSÕES

Art. 6º Serão tolerados ruídos e sons acima dos limites definidos nesta Lei
provenientes de:
I - serviços de construção civil não passíveis de confinamento, que adotarem demais
medidas de controle sonoro, no período compreendido entre 8:00 h (oito horas) e
17:00 h (dezessete horas);
II - alarmes em imóveis e sirenes ou aparelhos semelhantes que assinalem o início ou o
fim de jornada de trabalho ou de períodos de aula em escola, desde que tenham
duração máxima de 30 s (trinta segundos);
III - obras e serviços urgentes e inadiáveis decorrentes de casos fortuitos ou de força
maior, acidentes graves ou perigo iminente à segurança e ao bem-estar da
comunidade, bem como o restabelecimento de serviços públicos essenciais, tais como
energia elétrica, gás, telefone, água, esgoto e sistema viário;
IV - o uso de explosivos em desmontes de rochas e de obras civis no período
compreendido entre 10:00 h (dez horas) e 16:00 h (dezesseis horas), nos dias úteis,
observada a legislação específica e previamente autorizado pelo órgão municipal
competente.
V - os sons regulares emitidos durante período de aula nas escolas municipais,
estaduais e particulares, bem como os sons emitidos durante os intervalos de aulas das
instituições de ensino regulamentadas pelo Ministério da Educação e Cultura e os
originários de atividades educacionais, culturais, sócio recreativas e desportivas
realizadas pelo Poder Público ou por entidades sem fins lucrativos. (AC) (Redação dada
pela Lei Municipal nº 6522, de 12 junho de 2019.)
§ 1º Nas hipóteses previstas nos incisos I, II, e III deste artigo, os ruídos e sons não
poderão ultrapassar 80 dB(A) (oitenta decibéis em curva de ponderação A).
§ 2º Os serviços de construção civil da responsabilidade de entidades públicas ou
privadas, com geração de ruídos, dependem de autorização prévia do órgão municipal
competente, quando executados nos seguintes horários:
I - domingos e feriados, em qualquer horário;
II - sábados e dias úteis, em horário noturno.
§ 3º Nas hipóteses previstas no inciso V deste artigo os ruídos e sons não poderão
ultrapassar 80 dB(A) (oitenta decibéis em curva de ponderação A) (AC) (Redação dada
pela Lei Municipal nº 6522, de 12 junho de 2019.)
CAPÍTULO IV
DO CALENDÁRIO OFICIAL DE FESTAS E EVENTOS DO MUNICÍPIO

Art. 7º Fica criado o Calendário Oficial de Festas e Eventos do Município de Betim -


COFEM-BETIM
Parágrafo único. Serão registrados no Calendário de que trata o caput deste artigo a
festa e o evento que se distingam pela expressão e pela tradição na vida cultural,
econômica, religiosa e social do Município.
Art. 8º Fica criada a Comissão Permanente de Eventos de Betim - COPE-Betim, com a
função de elaborar o calendário oficial de festas e eventos do Município, composta pelos
seguintes membros designados pelo Prefeito:
I - 1 (um) representante da Fundação Artístico-Cultural de Betim - FUNARBE;
II - 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Comunicação;
III - 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Governo;
IV - 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável;
V - 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Finanças, Planejamento e gestão;
VI - 1 (um) representante da Procuradoria-Geral do Município;
VII - 1 (um) representante da Empresa Municipal de Transporte e Trânsito -
TRANSBETIM.
VIII - 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico;
IX - 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Segurança Pública;
X - 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Gabinete;
XI - 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Esportes.
§ 1º A coordenação da COPE-BETIM será exercida pelo representante da Secretaria
Municipal de Governo, que a convocará sempre que se fizer necessário.
§ 2º A Comissão poderá deliberar sobre níveis máximos de som e ruídos acima dos
previstos nesta lei, localização e duração do evento, de modo a conciliar o direito à
manifestação cultural, econômica, religiosa e social com o meio ambiente.
§ 3º A COPE – Betim informará aos órgãos de controle e fiscalização sobre os níveis
máximos de som e de ruídos autorizados, a fim de que se efetue a fiscalização levando-
se em consideração os parâmetros firmados.
Art. 9º O Executivo, por meio de Decreto, promoverá a inclusão da festa ou do evento
a que se refere o caput deste artigo, observado o que dispõe o parágrafo único do art. 7º,
mediante:
I - indicação do Poder Legislativo Municipal;
II - indicação da comissão permanente de eventos de Betim – COPE- -Betim;
III - solicitação do promotor da festa ou do evento, desde que aprovada pela comissão
permanente de eventos de Betim – COPE-Betim.

CAPÍTULO V
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Seção I
Das Penalidades

Art. 10. As infrações administrativas previstas nesta lei são punidas com as seguintes
sanções, independente da obrigação de cessar a transgressão:
I - advertência;
II - multa;
III - interdição parcial ou total da atividade, até a correção das irregularidades;
IV - cassação da licença.
Art. 11. Constituem infrações as normas desta lei, as tipificadas nos parágrafos
seguintes.
§ 1º Emitir ou produzir sons ou ruídos acima do limite estabelecido nesta lei, até o
máximo de 10 % (dez por cento) desse valor. Pena: Multa de R$700,00 (setecentos
reais) a R$3.900,00 (três mil e novecentos mil reais).
§ 2º Emitir ou produzir sons ou ruídos acima do limite estabelecido nesta lei, entre 10
% (dez por cento) e até 40% (quarenta por cento) do limite estabelecido. Pena: Multa
de R$4.000,00 (quatro mil reais) a R$7.500 (sete mil e quinhentos reais).
§ 3º Emitir ou produzir sons ou ruídos que ultrapassem 40 % (quarenta por cento) em
relação ao limite estabelecido nesta lei. Pena: Multa de R$8.000,00 (oito mil reais) a
R$15.000 (quinze mil reais).
Art. 12. Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente
observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências
para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator relacionados à infração quanto ao cumprimento da
legislação ambiental;
III - a situação e econômica do infrator, no caso de multa;
IV - a efetividade das medidas adotadas pelo infrator para a correção dos danos
causados ao meio ambiente;
V - a colaboração do infrator com os órgãos ambientais na solução dos problemas
advindos de sua conduta.
Art. 13. Em caso de primeira e segunda reincidência, a multa será aplicada,
respectivamente, em dobro e em triplo.
Parágrafo único. Considera-se reincidência o cometimento de igual infração dentro do
prazo de 60 (sessenta) meses.
Art. 14. O pagamento da multa não exime o infrator da implantação de medidas de
controle de ruídos e sons.
Art. 15. Para aplicação da pena de multa não é obrigatório anteceder a pena de
advertência.

Seção II
Das Disposições Sobre Fiscalização, Autuação e Procedimento Administrativo.

Art. 16. A fiscalização e a aplicação de sanções por infração às normas contidas desta
lei serão exercidas diretamente pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (SEMMAD).
§ 1º A SEMMAD poderá firmar convênios com outros órgãos, visando a melhor
eficiência da fiscalização.
§ 2º Compete aos Servidores da Secretaria verificar a ocorrência de infração às
normas desta lei e lavrar auto de infração aplicando as penalidades cabíveis.
§ 3º Durante a fiscalização, cabe ao Servidor identificar-se através da respectiva
credencial funcional.
Art. 17. Para garantir a execução das medidas estabelecidas nesta lei e nas normas
dela decorrentes, fica assegurada aos servidores a entrada no local, ainda que noturno, e a
permanência nele pelo tempo necessário, respeitado o domicílio nos termos do inciso XI do art.
5º, da Constituição da República.
Parágrafo único. O servidor, sempre que necessário, poderá requisitar apoio policial
para garantir o cumprimento do disposto neste artigo.
Art. 18. Verificada a ocorrência de infração a esta lei, será lavrado auto de infração,
em duas vias, destinando-se a primeira ao autuado e outra a formação de processo administrativo,
devendo o instrumento conter:
I - nome ou razão social do autuado, com o respectivo endereço;
II - Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ);
III - fato constitutivo da infração;
IV - disposição legal em que fundamenta a autuação;
V- reincidência;
VI - aplicação das penas;
VII - o prazo para pagamento ou defesa;
VIII - local, data e hora da autuação;
IX - Identificação e assinatura do servidor responsável pela autuação.
X - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação.
Art. 19. Não sendo possível a autuação em flagrante, o autuado será notificado,
pessoalmente ou interposta pessoa, por via postal com aviso de recebimento, por publicação no
órgão oficial dos Poderes do Município ou mediante qualquer outro meio que assegure a ciência
da autuação.
Parágrafo único. Para produzir efeitos, a notificação por via postal independe do
recebimento pessoal do interessado, sendo suficiente que a correspondência seja
entregue no endereço do autuado ou local da infração.

Seção III
Da Defesa e do Recurso Contra a Aplicação da Penalidade

Art. 20. O autuado poderá apresentar defesa dirigida ao órgão ou entidade


responsável pela autuação, no prazo de 20 (vinte) dias, contados da notificação do auto de
infração, sendo–lhe facultada a juntada de todos os documentos que julgar conveniente à defesa,
independente de depósito prévio ou caução.
Art. 21. A peça de defesa deverá conter os seguintes dados:
I - autoridade administrativa ou órgão a que se dirige;
II - identificação completa do autuado, com apresentação de cópia do documento de
inscrição no Ministério da Fazenda – CPF ou CNPJ e, quando for o caso, contrato social
e última alteração;
III - número do auto de infração correspondente ou processo;
IV - o endereço do autuado ou indicação do local para o recebimento de notificações,
intimações e comunicações;
V - formulação do pedido, com exposição dos fatos e seus fundamentos;
VI - a data e assinatura do requerente ou de seu procurador.
§ 1º O autuado poderá ser representado por advogado ou procurador legalmente
constituído, devendo, para tanto, anexar ao requerimento o respectivo instrumento de
procuração.
§ 2º Cabe ao autuado a prova dos fatos que tenha alegados, sem prejuízo do dever
atribuído à autoridade julgadora para instrução do processo.
§ 3º As provas protelatórias propostas pelo autuado poderão ser recusadas, mediante
decisão fundamentada da autoridade julgadora.
§ 4º O autuado poderá protestar, no ato da apresentação da defesa, pela juntada de
outros documentos até que o processo seja remetido à conclusão da autoridade
julgadora.
Art. 22. A defesa não será conhecida quando intempestiva, hipótese em que o
processo será julgado.
Art. 23. Os requisitos formais do art. 21, quando ausentes da peça de defesa não
implicará em não conhecimento da defesa.
Art. 24. Finda a instrução, o processo será submetido à decisão pelo Secretário
Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Art. 25. A autoridade deverá fundamentar sua decisão, podendo valer-se de análises
técnica e jurídica do corpo técnico da Secretaria.
Art. 26. Será admitida a apresentação de defesa ou recurso via postal, mediante carta
registrada, verificando-se a tempestividade pela data de postagem.
Art. 27. O autuado será notificado da decisão do processo, pessoalmente, na pessoa
de seu representante legal ou preposto, por via postal com aviso de recebimento, por publicação
no Órgão Oficial dos Poderes do Município ou mediante qualquer outro meio que assegure a
ciência da decisão.
Parágrafo único. Para produzir efeitos, a notificação por via postal independe do
recebimento pessoal do interessado, bastando que a correspondência seja entregue
no endereço por ele indicado e que o aviso de recebimento – AR retorne ao órgão
ambiental assinado para compor o processo administrativo.
Art. 28. Da decisão a que se refere o art. 24 cabe recurso, no prazo de 20 (vinte) dias,
contados da notificação, independentemente de depósito ou caução, dirigido ao Conselho
Municipal de Desenvolvimento Ambiental - CODEMA.
Parágrafo único. A decisão do julgamento do recurso será formada pela maioria dos
votos.
Art. 29. No recurso, é facultada ao requerente, no prazo a que se refere o art. 28, a
juntada de novos documentos que julgar convenientes.
Art. 30. A decisão proferida nos termos do art. 28, parágrafo único, é irrecorrível pela
via administrativa.

Seção IV
Do Recolhimento das Multas

Art. 31. As multas previstas nesta lei deverão ser recolhidas no prazo de 20 (vinte) dias
da data da notificação da decisão administrativa definitiva, sob pena de inscrição em dívida ativa.
Art. 32. O valor referente às multas arrecadadas com a aplicação de penalidades
administrativas previstas nesta lei constituirá receita própria da Secretaria de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, responsável pela fiscalização e lavratura do respectivo auto de
infração.
Art. 33. O valor da multa será corrigido monetariamente a partir da data do
vencimento, bem como acréscimos de juros de mora de um por cento ao mês.
Art. 34. Os débitos resultantes de multas aplicadas em decorrência de infração às
normas desta lei poderão ser parcelados em até 12 (doze) vezes, respeitada a parcela mínima de
R$500,00 (quinhentos reais).
Art. 35. O Órgão ambiental deverá encaminhar à Secretaria Municipal da Fazenda o
processo administrativo para inscrição do débito em dívida ativa, no caso de decisão definitiva e
falta de recolhimento.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 36. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e
incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos.
Art. 37. Aplica-se ao controle de ruídos, sons e vibrações, previstos nesta lei, as
normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, naquilo em que não
contrarie suas disposições e limites.
Art. 38. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário, em especial a Lei Municipal nº 5421, de 28 de novembro de 2012.
Betim, 10 de julho de 2015.
CARLAILE JESUS PEDROSA
Prefeito Municipal

(Originária do Projeto de Lei nº 110/15, de autoria dos Vereadores Eliseu Xavier Dias e José Afonso
Oliveira)
Este texto não substitui o publicado no Órgão Oficial de Betim Nº 1410, 11 de julho de 2015.

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