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Autor:
Equipe Direito Administrativo,
Herbert Almeida
26 de Março de 2022
1 Sumário
4 Gabarito .............................................................................................................................................. 85
5 Referências .......................................................................................................................................... 85
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O controle foi descrito por Henri Fayol com uma das funções administrativas básicas, quais sejam: planejar,
organizar, dirigir e controlar. Nesse contexto, o vocábulo controle é empregado no sentido de função básica
da administração, consistindo na definição de padrões para medir desempenho, corrigir desvios ou
discrepâncias e garantir que o planejamento seja realizado. Nesse meio, a finalidade do controle é garantir
que a consecução dos resultados daquilo que foi planejado, organizado e dirigido se ajuste, tanto quanto
possível, aos objetivos estabelecidos.
Contudo, a definição apresentada acima é mais utilizada para a Teoria Geral da Administração, não sendo
o sentido ideal do controle que vamos estudar.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, pode-se denominar de controle da Administração Pública “o
conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e
revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder”.
Por sua vez, a Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro dispõe que o controle da Administração Pública pode ser
definido “como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário,
Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que
lhe são impostos pelo ordenamento jurídico”.
No entanto, existem diversas formas de controle, cada uma com finalidades e características específicas.
Dessa forma, vamos apresentar um quadro que resume as diversas formas de classificação do controle da
Administração Pública e, em seguida, vamos aprofundar o assunto.
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a) interno – realizado no âmbito da própria Administração ou por órgão do mesmo Poder que editou o
ato controlado;
b) externo – realizado por órgão independente ou de outro Poder do que efetuou o ato controlado;
c) popular – efetuado pela sociedade civil ou pelos administrados em geral.
→ quanto ao órgão que o exerce:
a) administrativo – aquele que decorre das funções administrativas do órgão;
b) legislativo – é o controle realizado no exercício da função típica do Poder Legislativo de fiscalizar1.
Divide-se em controle parlamentar direto (exercido diretamente pelo Congresso Nacional); e controle
parlamentar indireto (exercido pelo Tribunal de Contas da União);
c) judicial – é o controle realizado pelo Poder Judiciário sobre a atuação da Administração Pública.
→ quanto ao momento em que se efetua:
a) prévio – é o controle preventivo realizado antes do início da prática do ato ou antes de sua conclusão;
b) concomitante – ocorre durante o processo de formação do ato controlado;
c) posterior – também chamado de subsequente, é o controle que ocorre após a conclusão do ato.
→ quanto ao aspecto da atividade administrativa controlada:
a) de legalidade ou legitimidade – procura verificar a conformação do ato ou do procedimento com as
normas legais que o regem;
b) de mérito – tem por objetivo comprovar a eficiência e os resultados do ato, além dos aspectos de
conveniência e oportunidade.
Além das classificações acima, o art. 70, caput, da Constituição da República apresenta um importante
dispositivo no que se refere ao controle da Administração Pública, apresentando o controle, quanto à
natureza, em contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial. O mencionado dispositivo
ainda aborda os aspectos da fiscalização quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas.
Vamos, então, detalhar as partes mais relevantes sobre estes tipos ou formas de controle.
O art. 70, caput, da Constituição da República apresenta um importante dispositivo no que se refere ao
controle da Administração Pública, vejamos:
1 Em linhas gerais, o Poder Legislativo possui duas funções típicas: legislar e fiscalizar.
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Por esse dispositivo, podemos analisar o controle da Administração Pública quanto à natureza em contábil,
financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial. Essas são as atividades tipicamente fiscalizadas pelos
órgãos de controle, informando aquilo que poderá ser fiscalizado. Vamos detalhar cada item:
A fiscalização contábil destina-se à análise dos lançamentos e da escrituração contábil. Por exemplo, um
controle dessa natureza poderá analisar se os gastos com pessoal foram contabilizados adequadamente no
SIAFI; se os balancetes da entidade estão corretos; etc.
Por outro lado, a fiscalização financeira tem como objeto verificar a arrecadação das receitas e a execução
das despesas. Por exemplo, será que os pagamentos de material adquiridos pela entidade estão ocorrendo
da forma adequada? E as receitas previstas para o exercício, estão sendo arrecadas da forma correta?
A fiscalização orçamentária, por sua vez, refere-se à elaboração e execução dos orçamentos. Assim, pode-
se verificar, por exemplo, se a execução de determinado programa possuía previsão no orçamento para ser
executado, se ocorreram os registros adequados nas rubricas orçamentárias, etc.
Por fim, a fiscalização patrimonial se refere ao controle e guarda do patrimônio público (bens móveis e
imóveis). Nesse caso, seria observado se os bens adquiridos estão devidamente catalogados, qual o estado
de conservação, se há controle do material, etc.
O art. 70, caput, da CF ainda aborda os aspectos do controle quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.
O controle de legalidade verifica a obediência das normas legais pelo responsável fiscalizado. Assim, o
objetivo é analisar se os responsáveis pelo órgão ou entidade estão observando aquilo que o ordenamento
jurídico determina.
A legitimidade, por sua vez, é um complemento à legalidade. Para ser legítimo, um ato deve atender à
moralidade, à conformação do ato com os valores e princípios do direito e da Administração Pública,
destinando-os aos objetivos estatais. Assim, um ato legítimo deve observar o interesse público, a
moralidade, a impessoalidade, etc.
Portanto, a legalidade e a legitimidade, juntas, determinam que os agentes públicos devem observar o
ordenamento jurídico, a moralidade, os princípios administrativos e o objetivo ou finalidade pública
prevista no Direito.
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Devemos verificar que a economicidade não invade o mérito da decisão administrativa. Isso porque os
resultados da decisão devem ser analisados sob o ponto objetivo. Por exemplo, se um agente adquiriu um
número excessivo de medicamentos, que não poderão ser utilizados antes do vencimento, o ato será
antieconômico, pois terá como consequência o desperdício de recursos públicos. Nesse caso, a decisão
discricionária teve um resultado objetivamente antieconômico. Da mesma forma, a aquisição de veículo
por um valor acima do preço de mercado é um ato antieconômico.
A Constituição ainda determina que o controle da Administração Pública deverá verificar a aplicação de
subvenções e renúncias de receitas.
De acordo com a Lei 4.320/1964, consideram-se subvenções as transferências destinadas a cobrir despesas
de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como: (a) subvenções sociais – as que se destinem
a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa; (b)
subvenções econômicas – as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial,
comercial, agrícola ou pastoril.
Com efeito, a concessão de subvenções sociais tem por objetivo a prestação de serviços essenciais de
assistência social, médica e educacional, sempre que a suplementação de recursos de origem privada
aplicados a esses objetivos, revelar-se mais econômica. Por outro lado, as subvenções econômicas têm
como objetivo: (a) cobrir os déficits de manutenção das empresas públicas; (b) cobrir a diferença entre os
preços de mercado e os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros materiais; ou
(c) cobrir as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados gêneros ou
materiais.
Enfim, as subvenções são dotações com finalidades sociais ou econômicas. Os destinatários devem prestar
contas da aplicação das subvenções recebidas, sujeitando-se à fiscalização pelos órgãos competentes.
Por sua vez, as renúncias de receitas implicam na redução discriminada de tributos ou contribuições, e
outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado, compreendendo anistia, remissão,
subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou
modificação de base de cálculo que gerem tratamento diferenciado. De forma resumida, a renúncia de
receita é uma forma de tratamento diferenciado que implica na não arrecadação de receitas para o
Governo. Qualquer entidade que tenha por atribuição conceder, gerenciar, fiscalizar ou utilizar recursos
financeiros decorrentes de renúncia de receitas, sujeita-se ao controle quanto à eficiência, à eficácia e à
efetividade de suas ações, assim como quanto ao real benefício socioeconômico dessas renúncias2.
(TC DF - 2013) Em relação ao controle externo exercido pelo Congresso Nacional, a fiscalização financeira
diz respeito ao acompanhamento da execução do orçamento e da verificação dos registros adequados
nas rubricas orçamentárias.
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Pontua Hely Lopes Meirelles3 que o controle interno é todo aquele realizado pela entidade ou órgão
responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria Administração. Dessa forma, o controle
realizado pelo Poder Executivo sobre seus serviços e agentes é considerado interno. Da mesma forma, será
interno o controle realizado pelo Legislativo ou Judiciário, por seus órgãos administrativos, no exercício de
suas funções atípicas de administrar.
Na CF/88, o controle interno encontra-se disciplinado especialmente no art. 74, que impõe que os Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário mantenham, de forma integrada, sistema de controle interno com a
finalidade de:
a) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como
da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da
União;
d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
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Além disso, caso os responsáveis pelo controle interno tomem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidade, devem dar ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária4.
O controle externo é aquele realizado por um Poder sobre os atos administrativos praticados por outro
Poder.
Nesse contexto, podemos exemplificar o controle externo quando o Poder Judiciário anula um ato
administrativo do Poder Executivo; quando o Congresso Nacional susta os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49, V); quando o Congresso Nacional julga as
contas prestadas anualmente pelo Presidente da República (CF, art. 49, IX); quando o Senado Federal
aprova a escolha do Presidente e dos dirigentes do Banco Central (CF, art. 52, III, “d”); quando o Tribunal
de Contas da União julga as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos (CF,
art. 71, II); etc.
A doutrina não é pacífica quanto ao controle exercido pela Administração Direta sobre a Indireta. Maria
Sylvia Zanella Di Pietro e José dos Santos Carvalho Filho informam que essa é uma modalidade de controle
externo.
O Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez, entende que se trata de um tipo diferente de controle
interno que o eminente autor chegou a chamar de controle interno exterior, vejamos5:
[...] em relação às entidades da Administração indireta (sem prejuízo dos controles externos),
haveria um duplo controle interno: aquele que é efetuado por órgãos seus, que lhe componham
a intimidade e aos quais assista esta função, e aqueloutro procedido pela Administração
direta. A este último talvez se pudesse atribuir a denominação, um tanto rebarbativa ou
paradoxal, reconheça-se, de controle interno exterior.
Finalmente, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo advogam que o controle exercido pela Administração
Direta sobre a Indireta se trata de controle interno.
A pergunta relevante que o aluno deve se fazer neste momento é: “e na prova, o que eu devo fazer?” A
minha dica é sempre analisar o contexto da questão, pois, muitas vezes, o avaliador já dá uma "dica" do
direcionamento da assertiva. Veremos que isso não costuma ser um grande problema durante a resolução
de questões.
4 Significa que o titular pelo controle interno pode ser condenado junto com o responsável pela ilegalidade ou
irregularidade. Imagine que o órgão de controle interno tenha ciência de um desvio de R$ 10.000,00, mas não denuncie
ao TCU. Assim, poderá ser condenado a ressarcir o dano de R$ 10.000,00 junto com a pessoa que desviou o dinheiro.
5 Bandeira de Mello, 2014, p. 955.
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(STM - 2011) O termo controle interno exterior pode ser utilizada para designar o controle efetuado pela
administração sobre as entidades da administração indireta.
Comentários: nesse caso, a banca adotou os ensinamentos do Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello,
segundo o qual o controle efetuado pela administração sobre as entidades da administração indireta pode
ser chamado de interno exterior.
Gabarito: correto.
O patrimônio público não pertence aos administradores, mas à população. É por isso que um dos princípios
basilares da Administração Pública é o princípio da indisponibilidade do interesse público. Por conseguinte,
o texto constitucional apresenta diversos dispositivos que facultam o controle popular, seja ele exercido
diretamente ou por meio dos órgãos com essa função institucional.
Nesse contexto, o §3º, art. 37, CF, dispõe que a lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (a) as reclamações relativas à prestação
dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a
avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (b) o acesso dos usuários a registros
administrativos e a informações sobre atos de governo, com exceção das ressalvas previstas no próprio
texto constitucional (art. 5º, X e XXXIII); (c) a disciplina da representação contra o exercício negligente ou
abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
Outro exemplo consta no art. 74, §2º, da Constituição que prevê que “qualquer cidadão, partido político,
associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União”.
Além disso, o art. 5º, XXXIII, da Carta Política estabelece que “todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado”. Ainda no art. 5º, o inciso LXXIII dispõe que “qualquer cidadão é parte legítima
para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural”.
Um último exemplo encontra-se previsto no art. 31, §3º, da Constituição da República, que determina que
as contas dos municípios devem ficar, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Tal
dispositivo foi ampliado em decorrência da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000),
que “as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício,
no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e
apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade” (LRF, art. 49).
Assim, seja na Constituição ou nos atos normativos infraconstitucionais, existem diversos dispositivos que
facultam o controle popular.
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(TRE RJ - 2012) A administração pública está sujeita a controle interno — realizado por órgãos da própria
administração — e a controle externo — a cargo de órgãos alheios à administração.
Comentários: quando a questão fala em “própria administração” ela quer dizer no mesmo Poder. Assim,
será interno o controle realizado pelos órgãos da própria Administração e externo o controle realizado por
órgãos alheios.
Essa designação “própria administração” consta na obra de Hely Lopes Meirelles. Assim, a questão está
correta.
Gabarito: correto.
Nesse contexto, o controle hierárquico possui quatro características principais: (a) é pleno, pois abrange o
mérito e a legalidade; (b) é permanente, uma vez que pode ser exercido a qualquer tempo; (c) é absoluto,
porque independe de previsão legal; (d) será sempre um controle interno, uma vez que ocorre no âmbito
da mesma Administração.
Este é o controle típico do Poder Executivo, em que um órgão superior controla o inferior. Por exemplo,
um Ministério exerce o controle hierárquico sobre suas secretarias, que controlam hierarquicamente suas
superintendências, que, por sua vez, estabelecem controle hierárquico sobre as delegacias e assim por
diante. Claro que esse controle também se manifesta sobre os órgãos administrativos dos Poderes
Legislativo e Judiciário e também na administração indireta. Assim, o Presidente de um tribunal exerce o
controle hierárquico sobre a estrutura administrativa desse tribunal; da mesma forma, o presidente de uma
autarquia controla hierarquicamente a estrutura administrativa a ele subordinada.
Finalmente, quanto à observação de que este controle independe de previsão legal, a doutrina dispõe que
a lei cria a estrutura hierárquica, subordinando um órgão ao outro e, por conseguinte, outorgando o
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controle pleno. Dessa forma, não há porque uma nova lei criar a competência para fiscalização, uma vez
que essa faculdade já decorre diretamente da hierarquia.
É o controle exercido pela Administração Direta sobre a Indireta, ou seja, é aquele em que não existe
hierarquia, mas vinculação. Segundo Hely Lopes Meirelles, o controle finalístico é “o que a norma legal
estabelece para as entidades autônomas, indicando a autoridade controladora, as faculdades a serem
exercitadas e as finalidades objetivadas”. Por esse motivo, trata-se de um controle que será sempre
limitado e externo.
Como não há hierarquia na relação, esse controle é bem menos amplo que o controle hierárquico,
ocorrendo dentro dos limites previstos em lei. Vale dizer, enquanto o controle hierárquico é amplo e
independe de previsão legal, o controle finalístico depende de previsão legal, que estabelecerá as hipóteses
e os limites de atuação.
Finalizando, cumpre observar que a doutrina também chama o controle finalístico de tutela ou, nos termos
do Decreto-Lei 200/1967, de supervisão ministerial. Por fim, ainda é possível designá-lo como controle por
vinculação, em contraposição ao controle hierárquico que ocorre por subordinação.
(PM CE - 2014) Considera-se controle por vinculação o poder de fiscalização e correção que os órgãos da
administração centralizada exercem sobre as pessoas jurídicas que integram a administração indireta.
Comentários: o controle da administração centralizada, ou direta, realizado sobre a administração
descentralizada, ou indireta, denomina-se controle finalístico. Além disso, pode ser chamado de controle
por vinculação, uma vez que não há subordinação entre o controlador e o controlado, mas apenas a
vinculação. Outras formas de designar essa forma de controle é a tutela ou supervisão ministerial. Portanto,
o item está correto.
Gabarito: correto.
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O controle prévio (preventivo ou a priori) é exercido antes da conclusão ou operatividade do ato, como
requisito para a sua eficácia ou validade.
Por exemplo, é considerado controle prévio a liquidação da despesa pública como requisito para se efetuar
o pagamento. Outro exemplo seria a determinação de aprovação de um projeto de engenharia por um
órgão técnico antes do início da obra.
Deve-se frisar que os Poderes Legislativo e Judiciário também podem exercer controle prévio.
Nesse sentido, podemos mencionar a necessidade de prévia aprovação, pelo Senado Federal, da escolha
de ministros do STF, de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União, de governador de Território
Federal, do presidente e diretores do Banco Central e do Procurador-Geral da República (CF, art. 52, III, “a”,
“b”, “c”, “d” e “e”).
Com efeito, no que se refere ao controle judicial, a Constituição Federal dispõe, em seu art. 5º, XXXV, que
a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, demonstrando a
possibilidade de controle prévio por esse Poder, como, por exemplo, na concessão de liminar em mandado
de segurança com a finalidade de impedir a prática ou conclusão de ato administrativo que restrinja o
direito líquido e certo de determinado administrado.
O controle concomitante é aquele que é realizado durante o processo de formação do ato ou durante o
desenvolvimento da conduta administrativa. Segundo Hely Lopes Meirelles, este controle tem a finalidade
de verificar a regularidade da formação do ato.
Há também diversos exemplos, como a fiscalização de uma obra durante a sua realização, a fiscalização da
prestação de serviço público pelo poder concedente, o acompanhamento de um concurso público pela
corregedoria do órgão, etc.
O controle subsequente (corretivo ou a posteriori) é realizado após a conclusão do ato controlado, tendo
como objetivo corrigir eventuais defeitos, declarar sua nulidade ou dar-lhe eficácia.
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(TRT 10 - 2013) O controle prévio dos atos administrativos do Poder Executivo é feito exclusivamente
pelo Poder Executivo, cabendo aos Poderes Legislativo e Judiciário exercer o controle desses atos
somente após sua entrada em vigor.
Comentários: todos os Poderes podem exercer o controle prévio dos atos do Poder Executivo. Aos órgãos
do próprio Poder Executivo podem ser atribuídas competências de fiscalização prévia, como a necessidade
de aprovação de um projeto antes do início de uma obra, por exemplo.
O Poder Legislativo, por sua vez, possui competência para aprovar previamente a nomeação de
determinadas autoridades escolhidas pelo Presidente da República, como a indicação do Presidente e os
diretores do Banco Central (CF, art. 52, III, “d”).
Por fim, a Constituição Federal defende, no artigo 5º, XXXV, o acesso ao Poder Judiciário para afastar lesão
ou ameaça a direito. Assim, é possível que o controle judicial ocorra antes mesmo da ocorrência do ato.
Portanto, o item está errado, pois há possibilidade de controle prévio pelos Poderes Legislativo e Judiciário.
Gabarito: errado.
(DPF - 2013) O controle prévio dos atos administrativos é de competência exclusiva da própria
administração pública, ao passo que o controle dos atos administrativos após sua entrada em vigor é
exercido pelos Poderes Legislativo e Judiciário.
Comentários: o item é somente para fixação, pois vai na mesma linha da questão anterior. A afirmativa
está errada, uma vez que os três Poderes podem exercer o controle prévio.
Gabarito: errado.
O controle de mérito, por outro lado, atua sobre a conveniência ou oportunidade do ato controlado. Logo,
é um controle que ocorre sobre os atos discricionários.
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Em geral, este tipo de controle é exercido pela própria Administração que executou o ato. Assim, em regra,
somente o Poder que editou um ato administrativo poderá exercer o controle do mérito desse ato. Isso
porque o mérito se expressa em um ato válido, sendo que o seu desfazimento se faz pela revogação.
Nesse contexto, o Poder Judiciário não poderá adentrar no mérito da decisão, ou seja, em nenhuma
hipótese o controle judicial adentrará no juízo de conveniência e oportunidade da autoridade
administrativa que editou o ato, pois a esse Poder só cabe avaliar a legalidade e legitimidade, mas não o
mérito.
Todavia, não se deve confundir mérito com discricionariedade. O Poder Judiciário pode sim analisar os atos
discricionários, verificando se eles encontram-se dentro dos parâmetros definidos na lei e no Direito. Se,
eventualmente, um ato discricionário mostrar-se desarrazoado ou desproporcional, o Poder Judiciário
poderá anulá-lo em virtude de sua ilegalidade ou ilegitimidade.
O Poder Legislativo, por sua vez, poderá realizar o controle de mérito da função administrativa (seja do
Poder Executivo, o que é mais comum; ou do Poder Judiciário quando estiver exercendo sua função
administrativa). Todavia, esse controle só é possível em caráter excepcional e nas hipóteses
expressamente previstas na Constituição Federal.
Esse controle do Poder Legislativo sobre o mérito das decisões do Poder Executivo costuma ser chamado
de controle político, uma vez que se reveste de ampla discricionariedade. Vale dizer, não se trata de um
controle técnico, nem mesmo de legalidade, é, isso sim, um controle altamente subjetivo outorgado pela
Constituição Federal ao Poder Legislativo. Como exemplos, podemos mencionar a necessidade de prévia
aprovação do Senado Federal para a indicação de nomes de algumas autoridades (CF, art. 52, III); o
julgamento, pelo Congresso Nacional, das contas prestadas anualmente pelo Presidente da República (CF,
art. 49, IX); a fiscalização, pelo Congresso Nacional - diretamente ou por qualquer de suas Casas – dos atos
do Poder Executivo e da Administração Indireta (CF, art. 49, X).
O controle exercido pela Administração Pública, ou simplesmente controle administrativo, ocorre quando
a própria Administração controla os seus atos. Com efeito, será sempre um controle interno, vez que se
instaura dentro de um mesmo Poder.
Nesse sentido, a definição de Hely Lopes Meirelles mostra-se bastante esclarecedora7: “Controle
administrativo é todo aquele que o Executivo e os órgãos de administração dos demais Poderes exercem
sobre suas próprias atividades, visando a mantê-los dentro da lei, segundo as necessidades do serviço e as
exigências técnicas e econômicas de sua realização, pelo quê é um controle de legalidade e mérito”.
De início, na esteira dos ensinamentos de Meirelles, devemos lembrar que o controle administrativo é mais
comum no Poder Executivo, uma vez que é o responsável precípuo pela função administrativa. Porém,
todos os Poderes podem exercer o controle administrativo quando estiverem no exercício da função
administrativa. Assim, quando o Poder Legislativo ou o Poder Judiciário fiscalizam os seus próprios atos
administrativos, estão exercendo o controle administrativo. Porém, quando esses poderes atuam sobre as
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competências do Poder Executivo, por exemplo, estarão exercendo outras formas de controle, como a
legislativa e judicial.
Súmula 473 – A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Por conseguinte, esse é um controle que alcança a legalidade, permitindo a anulação dos atos inválidos,
assim como o mérito, do qual se pode revogar os atos inconvenientes e inoportunos.
Além disso, o controle administrativo pode ocorrer de ofício, ou seja, iniciado pela própria Administração;
ou mediante provocação do interessado pelos meios previstos em lei.
Ademais, existem diversos instrumentos utilizados no controle administrativo, dos quais podemos
destacar: (a) fiscalização hierárquica; (b) o direito de petição; (c) o processo administrativo, incluindo os
recursos administrativos; (d) o instrumento da arbitragem.
a) fiscalização hierárquica: também chamada de hierarquia orgânica, é aquela exercida pelos órgãos
superiores sobre os inferiores, conforme já observamos nesta aula;
b) direito de petição: encontra-se capitulado no art. 5º, XXXIV, “a”, da Constituição Federal, nos
seguintes termos:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;
O direito de petição é um direito que qualquer pessoa possui para peticionar perante uma autoridade
administrativa e sobre isso obter uma resposta. No caso de silêncio administrativo, o administrado poderá
recorrer ao Poder Judiciário para obrigar a autoridade a lhe fornecer a resposta.
Além disso, o direito de petição é uma forma de iniciar diversas formas de controle da Administração
Pública, como, por exemplo, os processos administrativos.
Assim, em sentido amplo, o processo administrativo é uma forma de controle, pois permite a preparação
e a fundamentação do ato ou decisão administrativa, legitimando a conduta escolhida. Como segue um
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procedimento previsto em lei, devidamente registrado, o processo administrativo representa uma forma
de controle administrativo.
Em sentido estrito, por outro lado, o processo administrativo é um procedimento próprio, destinado a
verificar a legalidade, a validade, e a eficácia de um determinado ato administrativo. Nesse caso, esse
processo tem início com o direito de petição, devendo obedecer a regras específicas (na Administração
Pública federal, deve seguir a Lei 9.784/1999) e às garantias constitucionais quanto ao direito de petição,
de ampla defesa e de garantia de recurso8.
(PM CE - 2014) O controle administrativo sobre os órgãos da administração direta é um controle interno,
que permite à administração pública anular os próprios atos, quando ilegais, ou revogá-los, quando
inoportunos ou inconvenientes.
Comentários: vejamos o conteúdo da Súmula 473 do STF:
Súmula 473 – A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Com efeito, o controle administrativo é sempre um controle interno, que permite que a Administração
Pública anule seus próprios atos, quando ilegais, ou revogue-os por motivo de conveniência ou
oportunidade.
Gabarito: correto.
(TCDF - 2013) O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito, exercido
exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas próprias condutas.
Comentários: de fato o controle administrativo é um controle de legalidade e mérito. No entanto, todos os
Poderes exercem esse tipo de controle quando estiverem no exercício da função administrativa. Logo, não
é exclusividade do Poder Executivo, o que torna a questão errada.
Gabarito: errado.
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Vamos empregar a expressão recurso administrativo, em sentido amplo, para tratar das várias modalidades
direcionadas a propiciar o reexame das decisões internas da Administração, a exemplo da reclamação
administrativa, da representação, do pedido de reconsideração, do recurso hierárquico próprio, do recurso
hierárquico impróprio e a revisão, vejamos:
a) reclamação administrativa: possui uma definição ampla para representar o ato pelo qual o
administrado, seja ele servidor público ou particular, manifesta o seu inconformismo com alguma
decisão administrativa que lhe afete direitos ou interesses. O ponto chave da reclamação
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administrativa é que ela ocorre quando o administrado deseja que a Administração reveja um ato
que esteja afetando um direito ou interesse próprio;
b) representação: é a denúncia feita por qualquer pessoa sobre irregularidades. Nesse caso, o
administrado não está reclamando um direito seu afetado diretamente, mas apenas apresentando à
Administração alguma irregularidade que entende que deve ser corrigida. Por exemplo, o art. 74, §2º,
da CF, estabelece que “qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da
União”;
c) pedido de reconsideração: é o pedido feito à mesma autoridade que emitiu o ato, para que esta o
aprecie novamente;
d) recurso hierárquico próprio: pode ser chamado simplesmente de recurso hierárquico ou apenas
recurso, em sentido estrito. Trata-se do pedido de reexame do ato dirigido à autoridade
hierarquicamente superior àquela que editou o ato.
e) recurso hierárquico impróprio: são recursos dirigidos a órgãos especializados na apreciação de
recursos específicos e que, portanto, não estão relacionados hierarquicamente com a autoridade
que editou o ato. Portanto, nesse caso, não há hierarquia entre a autoridade que editou a decisão e
aquela que irá analisar o recurso. Por não existir hierarquia, esse tipo de recurso só é possível quando
há previsão legal, atribuindo a competência e estabelecendo os limites de seu exercício pelo órgão
controlador. Um exemplo é o recurso direcionado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais –
CARF, que é um órgão especializado no julgamento de recursos contra as decisões de delegacias da
Secretaria da Receita Federal do Brasil.
f) revisão: finalmente, o pedido de revisão é aquele destinado a rever a aplicação de sanções, pelo
surgimento de fatos novos, não conhecidos no momento da decisão original. Nesse contexto, a Lei
9.784/1999, como exemplo, estabelece que os “processos administrativos de que resultem sanções
poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada” (art. 65).
(TJDFT - 2013) O cidadão que denuncie ilegalidades e condutas abusivas praticadas por determinado
servidor do TJDFT no exercício da função pública, mesmo não sendo diretamente afetado pela
irregularidade perpetrada, deve fazê-lo por meio do instituto da reclamação.
Comentários: na reclamação, o administrado está questionando um ato que afeta diretamente um direito
seu, ou seja, a pessoa deve ser diretamente afetada pela irregularidade. Quando não há essa relação direta,
o instrumento adequado é a representação. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.
(TC DF - 2013) Caso deseje o reexame de decisão relativa a determinado ato administrativo pela mesma
autoridade que a emanou, o interessado deverá realizar um pedido de reconsideração. Se a autoridade
à qual o interessado se dirigir não ocupar cargo na hierarquia do órgão que emitiu o ato, o recurso
interposto será um recurso hierárquico impróprio.
Comentários: esse item parece um pouco confuso, por isso deve ser analisado com calma. São duas orações
distintas que devem ser verificadas. No primeiro momento, o item afirma que o recurso dirigido à mesma
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autoridade que tomou a decisão é um pedido de reconsideração, o que está correto, uma vez que esse é o
instrumento utilizado com essa finalidade, isto é, pedir que a mesma autoridade reconsidere o ato.
No segundo momento, a questão aborda uma nova classificação, tratando como recurso hierárquico
impróprio aquele dirigido à autoridade que não ocupa cargo na mesma hierarquia daquela que emitiu o
ato, o que também é verdadeiro. Vimos o exemplo do recurso dirigido ao CARF contra decisões da Receita
Federal do Brasil.
Gabarito: correto.
(AGU - 2013) O recurso hierárquico impróprio, na medida em que é dirigido à autoridade de órgão não
integrado na mesma hierarquia daquela que proferiu o ato, independe de previsão legal.
Comentários: o recurso hierárquico (próprio) ocorre quando há hierarquia e, como nessa situação o
controle é absoluto, independe de previsão legal. Por outro lado, o controle hierárquico impróprio só
ocorre se existir expressa previsão legal, estabelecendo o órgão competente, as hipóteses de ocorrência e
os limites de atuação. Assim, a questão está errada.
Gabarito: errado.
1.7.2 Prescrição
Em algumas situações, é necessário relativizar o princípio da legalidade em prol da segurança jurídica. Vale
dizer, não se pode permitir que a Administração Pública possa rever os seus atos por um tempo
indeterminado, uma vez que a possibilidade eterna de mudança é tão ou mais prejudicial quanto a
manutenção de uma ilegalidade.
Nesse contexto, o ordenamento jurídico apresenta algumas limitações temporais ao exercício de algumas
faculdades públicas. Nesse sentido, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo afirmam que a doutrina costuma
utilizar o vocábulo “prescrição” em sentido amplo para descrever as hipóteses de preclusão, prescrição
propriamente dita e decadência.
A prescrição representa a perda do prazo para reclamar um direito pela via judicial, ou seja, é a perda da
possibilidade de defender um direito por meio da pretensão judicial.
Por outro lado, a preclusão representa a perda do prazo para determinada manifestação dentro de um
processo (administrativo ou judicial). A diferença entre os dois institutos é que na prescrição se perde a
possibilidade de mover uma ação judicial; enquanto a preclusão é apenas a superação de um estágio do
processo, ao qual não se poderá retornar.
Por fim, a decadência é a perda do direito em si mesmo, ou seja, a pessoa não se utiliza de seu direito
dentro do prazo previsto em lei e, por esse motivo, passa a não mais possuir essa prerrogativa.
Após a apresentação preliminar desse assunto, cabe observar que o poder-dever de autotutela está
limitado pelo princípio da segurança jurídica e, especificamente no direito de anular os atos administrativos
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de que decorram efeitos favoráveis aos administrados, a Administração deverá observar o prazo
decadencial de cinco anos, salvo comprovada má-fé (Lei 9.784/1999, art. 54).
Quanto aos demais atos, ou seja, aqueles que não gerem efeitos favoráveis aos administrados ou aqueles
de comprovada má-fé, não há uma regra definida, uma vez que a Lei 9.784/1999 limitou-se ao caso
observado. Entretanto, a doutrina menciona que, nesses casos, deve-se observar a regra geral prevista no
art. 205 do Código Civil, que estabelece prazo prescricional de dez anos, quando a lei não lhe haja fixado
prazo menor.
Em conclusão, podemos perceber que, de uma forma ou outra, os atos administrativos sofrem limitação
temporal para fins de anulação, buscando preservar, ademais, a estabilidade das relações jurídicas.
(CNJ - 2013) Com base no princípio da autotutela, e em qualquer tempo, a administração pública tem o
poder-dever de rever seus atos quando estes estiverem eivados de vícios.
Comentários: com base no princípio da autotutela, a Administração Pública tem o poder-dever de rever
seus atos quando estiverem eivados de vícios (ilegalidades). No entanto, isso não ocorre a qualquer tempo.
Nessa perspectiva, vamos dar uma olhada no conteúdo do art. 54 da Lei 9.784/1999:
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.
Outras leis específicas podem estabelecer outros prazos. Caso não exista nenhuma previsão legal, a
doutrina adota o prazo prescricional de dez anos que consta no art. 205 do Código Civil.
Gabarito: errado.
O controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a Administração Pública costuma ser chamado de controle
legislativo. Esse controle ocorre em qualquer esfera de governo, seja federal, estadual, distrital ou
municipal.
Inicialmente, devemos observar que o Poder Legislativo também realiza o controle interno sobre os seus
próprios atos. Nesse caso, o órgão nada mais está fazendo do que o controle administrativo sobre o
exercício de sua função atípica de administrar.
Assim, chama-se de controle legislativo somente o exercício da função típica de fiscalização que o Poder
Legislativo exerce sobre os atos dos demais poderes, sobremaneira do Poder Executivo e de sua
Administração Indireta.
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Basicamente, o controle legislativo manifesta-se de duas maneiras: (a) controle político, também chamado
de controle parlamentar direto, que é aquele exercido diretamente pelo Congresso Nacional, por suas
Casas, pelas comissões parlamentares, ou diretamente pelos membros do Poder Legislativo; (b) controle
exercido pelo Tribunal de Contas (também chamado de controle parlamentar indireto ou simplesmente
controle técnico).
São diversas as competências previstas para que o Congresso Nacional exerça o controle externo da
Administração Pública. A maioria dessas competências estão disciplinadas no art. 49 da Constituição
Federal, mas podemos observar algumas hipóteses nos artigos 50, 70 e 71. Muitas dessas atribuições, por
serem eminentemente políticas, são objeto de estudo do Direito Constitucional, a exemplo da autorização
para que o Presidente da República declare guerra. Essas situações não se relacionam com a atividade
administrativa e, por conseguinte, não são objeto de estudo do Direito Administrativo.
Outras competências, ainda que exercidas sobre o controle político, causam algum impacto no exercício da
função administrativa, eis porque podem ser objeto de estudo deste curso. Vejamos alguns exemplos:
a) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites
de delegação legislativa (CF, art. 49, V);
O art. 84, IV, da Constituição Federal, estabelece que cabe privativamente ao Presidente da República
expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis. Trata-se do exercício do que chamamos de
poder regulamentar.
Além disso, o art. 68 da CF dispõe sobre a possibilidade de o Congresso Nacional delegar a competência ao
Presidente da República para editar as “leis delegadas”. A delegação ao Presidente da República terá a
forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício (CF,
art. 68, §2º).
Se, eventualmente, o PR editar um ato normativo que ultrapasse o poder regulamentar, inovando
indevidamente na ordem jurídica9; ou se a lei delegada ultrapassar os limites estabelecidos pelo Legislativo,
caberá ao Congresso Nacional sustar o ato normativo do Poder Executivo. Conforme ensinam Marcelo
Alexandrino e Vicente Paulo, este é um controle de legalidade e legitimidade, pois a Constituição não
permitiu que o Congresso adentrasse no mérito do ato normativo. Assim, caberá ao Congresso verificar se
o ato está dentro dos parâmetros legais ou se não exorbitou os limites da delegação legislativa, mas não
poderá adentrar no mérito do ato editado pelo chefe do Poder Executivo.
Em que pese a Constituição mencionar “poder regulamentar”, na verdade se trata de sustar os atos
normativos que exorbitem do “poder normativo”, uma vez que essa atribuição alcança a edição de todos
os tipos de atos normativos, como uma portaria normativa de algum ministro de Estado.
b) julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
execução dos planos de governo (art. 49, IX);
9 Vale lembrar que a EC 32/2001 estabeleceu alguns casos de edição de decreto autônomo, que permite ao chefe do Poder
Executivo, excepcionalmente, inovar na ordem jurídica por meio do seu poder regulamentar.
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Especificamente no que se refere às contas do Presidente da República (e dos governadores e prefeitos nos
demais níveis), caberá ao Tribunal de Contas emitir um parecer prévio (CF, art. 71, I), enquanto o
julgamento é de competência do Congresso Nacional. Vamos tratar disso novamente nas competências do
Tribunal de Contas da União, mas o relevante é que as contas do chefe do Poder Executivo são julgadas
pelo Poder Legislativo.
Todavia, nas demais situações (contas dos responsáveis pelos órgãos do Poder Judiciário, do Ministério
Público e do próprio Poder Legislativo), a competência para julgamento será do Tribunal de Contas, sendo
que nem mesmo as constituições estaduais podem dispor de maneira diversa.
c) fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta (CF, art. 49, X);
Esse dispositivo demonstra a função típica de fiscalização do Poder Legislativo sobre os atos do Poder
Executivo e de sua administração indireta. Não se trata de um controle ilimitado, uma vez que deve ser
preservada a independência e harmonia dos Poderes.
d) competência da Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, para
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente
determinado (CF, art. 50, caput);
e) competência das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para encaminhar pedidos
escritos de informações a Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República (CF, art. 50, §2º);
Nos casos acima, a ausência sem justificação adequada (no primeiro caso); assim como a recusa, ou o não
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas (no segundo caso),
importará em crime de responsabilidade da autoridade responsável.
Apesar de conceituarmos controle externo como a fiscalização realizada por um Poder sobre o outro, a
Constituição Federal reservou essa expressão para a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial exercida pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas, conforme
redação do art. 70, caput. Assim, nos próximos tópicos, quando utilizarmos o termo “controle externo”,
entenda que se trata da fiscalização exercida pelo Poder Legislativo sobre a Administração Pública, com o
auxílio do Tribunal de Contas.
Nesses casos, as competências do controle externo dividem-se em três grupos: (a) aquelas de caráter
político, que são exercidas pelo Congresso Nacional, a exemplo do julgamento das Contas do Presidente
da República (CF, art. 49, IX); (b) aquelas de caráter técnico, exercidas exclusivamente pelo Tribunal de
Contas, disciplinadas principalmente no art. 71 da Constituição Federal; (c) competências exercidas em
conjunto pelo Congresso Nacional e pelo Tribunal de Contas.
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Por fim, outra atribuição exercida em conjunto pelo Congresso Nacional e pelo Tribunal de Contas da União
é a sustação de contratos que apresentarem alguma ilegalidade, nos termos do art. 71, X, §1º e 2º, da CF.
Vamos detalhar essa situação em seguida.
Antes de analisarmos as competências do Tribunal de Contas, devemos informar que existem competências
exercidas somente pelo Senado Federal e outras desempenhadas pelas comissões.
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VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles
emitir parecer.
Finalmente, é importante transcrever o art. 58, §3º, da CF, que versa sobre as competências das comissões
parlamentares de inquérito – CPI:
Vamos, agora, resolver algumas questões e, depois, estudaremos o controle técnico exercido pelo TCU.
(CNJ - 2013) O controle legislativo é a prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar e controlar
os atos praticados pelas entidades integrantes da administração direta, não sendo cabível este tipo de
controle em face dos entes que compõem a administração indireta.
Comentários: o controle legislativo pode ser exercido sobre as funções administrativas de todos os
Poderes, mas direciona-se com maior força aos atos do Poder Executivo e da administração indireta. Nesse
sentido, vale a leitura da competência atribuída ao Congresso Nacional pelo art. 49, X, da CF:
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos
os da administração indireta;
Além disso, ainda podemos mencionar o exercício do poder de fiscalização do Tribunal de Contas da União,
que é considerado controle parlamentar e alcança todas as entidades da administração direta e indireta.
Logo, o item está incorreto.
Gabarito: errado.
(TRT 10 - 2013) Portaria de caráter normativo editada pelo Ministério da Educação que seja ilegal poderá
ser sustada pelo Congresso Nacional.
Comentários: a Constituição Federal outorgou a competência ao Congresso Nacional para sustar os “atos
normativos” do Poder Executivo. Portanto, podemos incluir nesse caso as portarias normativas dos
ministros de Estado, conforme o caso mencionado na questão. Assim, o item está correto.
Gabarito: correto.
Como visto acima, existem diversas formas de controle externo. Contudo, a CF/88 destacou uma atividade
específica, qual seja, o controle da gestão pública, cujo titular é o Congresso Nacional. Assim, é importante
a transcrição do artigo 70 e o caput do artigo 71 da CF/88, vejamos:
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Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União ao qual compete [...]
Nesse contexto, a titularidade do controle externo cabe ao Congresso Nacional. Contudo, a maior parte das
competências no que diz respeito ao controle externo são dos tribunais de contas.
Como assim? O titular do controle externo é o Legislativo e as competências são dos tribunais de contas?
Pode explicar melhor? Vamos lá!
O controle externo da gestão pública é desenvolvido de forma conjunta pelo Legislativo, cabendo-lhe a
titularidade, e pelo Tribunal de Contas, o qual detém competências próprias e privativas. Nesse contexto,
é importante comentar que o termo auxílio, destacado acima, não significa subordinação. Assim, o
Tribunal de Contas tem suas competências próprias, as quais não podem ser revistas pelo Legislativo. Em
síntese, algumas atividades de controle externo são exercidas unicamente pelo Legislativo, outras somente
pelos TCs e, por fim, algumas são exercidas conjuntamente pelo TC e pelo CN. Exemplos:
As competências do Tribunal de Contas estão previstas no artigo 71 da CF, vamos trazer as mais
importantes11:
a) apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento (CF, art. 71, I);
Destaca-se que a competência para julgar é do Congresso Nacional, limitando-se o Tribunal a emitir parecer
prévio em até sessenta dias a contar do recebimento. Este parecer deve ser conclusivo, sobre a
regularidade, regularidade com ressalvas ou irregularidade das contas.
b) julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
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mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público (CF, art. 71, II);
Para os administradores o TC de fato julga as contas. Quanto ao julgamento só cabe recurso ao próprio
Tribunal de Contas. Ou seja, não há recurso ao Legislativo ou Judiciário. Ressalvado, é claro, o direito da
pessoa de recorrer ao Judiciário para anular o julgamento por ilegalidade. Assim, o Judiciário limita-se a
anular a decisão, mas jamais revê-la.
c) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título,
na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório (CF, art. 71, III);
Não se efetua o registro da admissão de pessoal para cargo em provimento em comissão, uma vez que
esses são de livre nomeação e exoneração. Quanto às aposentadorias, só não se faz o registro das melhorias
posteriores que não alterarem o fundamento legal do ato que concedeu o benefício.
d) fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município (CF, art.
71, VI);
A fiscalização decorre da origem do recurso. Assim, sempre que for repassado recurso por meio de
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município,
caberá ao Tribunal de Contas da União à fiscalização.
e) prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas (CF, art. 71,
VII);
Deve-se observar que o Tribunal de Contas não tem o dever de prestar informações solicitadas
individualmente por um parlamentar. A solicitação deve ser do Congresso, de qualquer de suas Casas
(Senado Federal ou Câmara dos Deputados), ou por qualquer de suas comissões (pode ser comissão
permanente, temporária, mista, etc.).
O TC tem competência para aplicar multa, que tem natureza sancionatória (penalização), sujeita, portanto,
à prescrição. Além disso, a Corte de Contas pode determinar o ressarcimento. Porém, a devolução de
recursos não constitui uma sanção, pois o Estado está apenas reavendo os seus valores. Dessa forma, a
ação de ressarcimento é imprescritível, conforme consta no §5º, Art. 37, CF/88.
g) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade (CF, art. 71, IX);
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h) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal (CF, art. 71, X);
Quando se tratar de ilegalidade de ato, o TC deve determinar que o órgão tome as medidas para o exato
cumprimento da lei. Porém, se não for atendido, o Tribunal poderá sustar12 a execução do ato.
No caso dos contratos, porém, a sistemática é diferente, conforme se percebe da leitura dos parágrafos
§1º e 2º do art. 71:
O TC não pode sustar diretamente um contrato, pois essa competência cabe ao Congresso Nacional, que
deverá determinar que o Executivo tome as medidas cabíveis. Contudo, se, no prazo de 90 (noventa) dias,
o CN ou o Executivo não tomarem as medidas cabíveis, o TC decidirá sobre a sustação.
Finalmente, o §3º, art. 71, estabelece que as decisões do Tribunal de Contas de que resulte imputação de
débito ou multa terão eficácia de título executivo.
Trata-se de um título executivo extrajudicial, pois é emitido por órgão que não pertence ao Poder Judiciário.
Nesse contexto, um título executivo é uma espécie de reconhecimento de um direito, funciona como se
fosse um cheque em nome da Administração Pública. Com efeito, quando um administrado deseja obter o
ressarcimento de um direito, a ação se dividirá em duas etapas: uma fase de reconhecimento da dívida e
uma fase de execução (cobrança propriamente dita). O título executivo dispensa a primeira fase, pois o
direito já está reconhecido. Nesse caso, se a pessoa condenada não recolher a importância relativa ao
débito ou à multa, caberá ao órgão competente realizar o registro e dívida ativa e, em seguida, mover a
ação de cobrança.
Vale dizer, porém, que não são todas as decisões do Tribunal que têm eficácia de título executivo, mas
somente aquelas que impliquem em imputação de débito (determinação de ressarcimento) ou aplicação
de multa.
12 Sustar pode ser entendido como tirar a eficácia ou capacidade de produzir efeitos.
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Realizada, a referida contratação estará submetida ao controle do Tribunal de Contas da União, órgão
que auxilia o Congresso Nacional na sua atividade de controle externo.
Comentários: o controle externo realizado pelo Tribunal de Contas da União alcança todas as entidades da
administração direta e indireta. Dessa forma, a contratação realizada pela Suframa estará submetida ao
controle do TCU. Com efeito, o titular do controle externo é o Congresso Nacional, sendo que o TCU o
auxilia no exercício dessa atividade. Logo, a questão está correta.
Lembrando, porém, que não se trata de um órgão “auxiliar”, mas sim de um órgão que presta auxílio, pois
existem atribuições próprias do Tribunal de Contas que são exercidas sem nenhuma participação do
Congresso e que, inclusive, não podem ser modificadas por este último órgão.
Gabarito: correto.
(TC DF - 2012) Cabe ao controle parlamentar apreciar a legalidade dos atos de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo, e não avaliar a economicidade
de tais gastos e contas.
Comentários: o art. 70, CF, estabelece que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Assim, a questão está
incorreta, pois é possível analisar a atuação administrativa sobre os aspectos da legitimidade, legalidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas.
Gabarito: errado.
(MIN - 2013) O controle legislativo, que se aplica estritamente à administração pública direta, restringe-
se ao controle político e financeiro.
Comentários: o controle legislativo não se resume à administração pública direta (de todos os Poderes),
alcançando também as entidades da administração indireta. Por isso, já poderíamos considerar a questão
errada. A parte final do item, no entanto, fica um pouco complicada de julgar. Isso porque há inúmeras
formas de designar a competência de fiscalização prevista no art. 70 da CF. Alguns doutrinadores chamam
ela apenas de “fiscalização financeira”, o que tornaria a parte final da questão como correta. De outra
forma, porém, poderíamos entender essa parte como errada, pois não mencionou o controle contábil,
orçamentário, operacional e patrimonial. De qualquer forma, a questão, como um todo, está errada.
Gabarito: errado.
(AGU - 2013) O TCU tem o dever de prestar ao Congresso Nacional, a qualquer de suas Casas ou de suas
comissões, informações sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
que executar, bem como sobre os resultados das auditorias e inspeções que realizar.
Comentários: essa é a regra estabelecida art. 71, VII, da CF, que determina que o TCU deve prestar as
informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas. Assim, o item está perfeito.
Gabarito: correto.
(TRT 10 - 2013) Ao Tribunal de Contas da União não cabe julgar as contas dos administradores de
sociedades de economia mista e empresas públicas, visto que a participação majoritária do Estado na
composição do capital não transmuda em públicos os bens dessas entidades.
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Comentários: a Constituição Federal estabelece que compete ao Tribunal de Contas da União “julgar as
contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as
contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
público” (CF, art. 71, II).
Perceba que não há nenhuma exceção na administração indireta, ou seja, o controle do TCU alcança as
empresas públicas e sociedades de economia mista.
Antigamente, existia o entendimento de que as empresas públicas e as sociedades de economia mista
exploradoras de atividade econômica não se submetiam ao controle do Tribunal de Contas da União. No
entanto, em 2005, o STF mudou esse entendimento, concluindo que os tribunais de contas possuem
competência para fiscalizar as empresas estatais exploradoras de atividade econômica. Nesse sentido,
vejamos a ementa do MS 25.092/DF:13
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA:
FISCALIZAÇÃO PELO TRIBUNAL DE CONTAS. ADVOGADO EMPREGADO DA EMPRESA QUE DEIXA DE
APRESENTAR APELAÇÃO EM QUESTÃO RUMOROSA. I. - Ao Tribunal de Contas da União compete julgar as
contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as
contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
(CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). II. - As empresas públicas e as sociedades de economia mista,
integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os
seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista. III. - Numa ação promovida contra a CHESF, o
responsável pelo seu acompanhamento em juízo deixa de apelar. O argumento de que a não-interposição
do recurso ocorreu em virtude de não ter havido adequada comunicação da publicação da sentença
constitui matéria de fato dependente de dilação probatória, o que não é possível no processo do mandado
de segurança, que pressupõe fatos incontroversos. IV. - Mandado de segurança indeferido. (STF, MS
25.092/DF, Relator Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgamento em 10/11/2005, publicação no DJ
17/3/2006, p. 6)
Assim, conclui-se que o item está errado.
Gabarito: errado.
(PRF - 2013) Os atos praticados pelos agentes públicos da PRF estão sujeitos ao controle contábil e
financeiro do Tribunal de Contas da União.
Comentários: a Polícia Rodoviária Federal é um órgão da administração direta e que administra recursos
públicos federais, logo os atos de seus agentes públicos submetem-se ao controle do Tribunal de Contas da
União. Mesmo mencionando somente o controle contábil e financeiro, isso não torna a questão incorreta.
Gabarito: correto.
O principal conteúdo sobre o controle judicial já foi discutido exaustivamente neste curso. Em primeiro
lugar, este é um controle de legalidade e legitimidade. Isso não significa que ele se limite estritamente ao
13 Disponível em MS 25.092/DF.
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texto da lei, pois cabe ao Judiciário analisar a observância dos princípios administrativos, como a
moralidade, razoabilidade e proporcionalidade.
Assim, diante de um ato ilegal, ilegítimo ou imoral, caberá ao Poder Judiciário anular o ato administrativo.
Por outro lado, não é possível analisar o mérito, ou seja, o juízo de conveniência e oportunidade do agente
público.
Por fim, sabemos que o controle judicial só ocorre quando provocado, ou seja, não pode o Poder Judiciário
anular um ato ilegal de ofício, pois é necessário que alguém, ou alguma instituição, dê início à ação judicial
com essa finalidade.
Nesse contexto, os principais instrumentos de controle judicial são o mandado de segurança, a ação
popular, a ação civil pública e a ação de improbidade administrativa. Assim, vamos estudar os aspectos
mais importantes.
O mandado de segurança encontra-se previsto no art. 5º, LXIX, da Constituição Federal, nos seguintes
termos:
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LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;
Dessa forma, pode-se notar o caráter residual do mandado de segurança, uma vez que ele é aplicável
quando não couber habeas corpus14 ou habeas data15.
O bem jurídico tutelado pelo mandado de segurança é o direito líquido e certo, que é aquele que pode ser
comprovado de plano, ou seja, a situação em que o autor da ação consegue demonstrar o seu direito logo
na petição inicial, sem necessidade de instrução processual para a produção de provas.
Por isso, a ação do mandado de segurança, de natureza civil, possui um rito sumário especial, uma vez que
não há uma fase específica destinada à produção de provas – não haverá tomada de depoimentos,
diligências, etc. Por outro lado, deve o seu autor demonstrar, desde logo, os elementos que demonstrem a
certeza e liquidez dos fatos que amparam o seu direito. Demonstrará, portanto, que o seu direito foi violado
de forma ilegal ou com abuso de poder por autoridade pública ou por quem lhe faça as vezes.
Ademais, o conceito de ilegalidade deve tomar um sentido amplo, abrangendo qualquer ato em desacordo
com o ordenamento jurídico. Com efeito, ainda que a Constituição mencione “ilegalidade ou abuso de
poder”, o fato é que o abuso de poder é uma espécie de ilegalidade. Portanto, todo abuso de poder16 será
também um ato ilegal. Logo, pode-se dizer que o mandado de segurança destina-se a enfrentar a
ilegalidade, que poderá ou não ser também um abuso de poder.
Caso o autor não tenha condições de comprovar o seu direito subjetivo imediatamente, ou seja, se for
necessária a fase de instrução para a produção de provas, não caberá mover o mandado de segurança, mas
sim a ação comum.
Porém, há uma exceção que permite que a petição inicial não possua todos os documentos probatórios da
certeza e liquidez do direito. Nessa linha, o art. 6º, § 1º, da Lei 12.016/2009 – Lei do Mandado de Segurança
(LMS) prevê que, quando o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou
estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro,
o juiz, preliminarmente e de ofício, determinará a exibição do documento em original ou em cópia
autenticada. Nesse caso, o documento deverá ser entregue no prazo de dez dias, sendo que o escrivão
deverá extrair cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição inicial.
14 LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; (CF, art. 5º, LXVIII).
15 LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; (CF, art. 5º,
LXXII).
16 O abuso de poder ocorre quando um agente público pratica um ato além dos limites de suas competências ou com
finalidade diversa daquela definida em lei. Portanto, o abuso de poder é gênero, que se divide em excesso de poder (atuar
além de suas competências) e desvio de poder (atuar com finalidade distinta daquela prevista em lei).
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Outro ponto de nota é que o autor deverá demonstrar de plano a matéria de fato, ou seja, deverá
comprovar que os fatos ocorreram – por exemplo: deve comprovar que teve sua licença negada; que teve
o seu material apreendido; que recebeu uma punição; etc.
Por outro lado, a certeza e a liquidez não envolvem a comprovação imediata da matéria de direito, ou seja,
poderá ser interposto o MS, ainda que o seu deferimento dependa de interpretação de leis, ponderação
de princípios, análise sobre a revogação, recepção, vigência e eficácia de normas, etc. Assim, de acordo
com o Supremo Tribunal Federal, a controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança17. Por conseguinte, por mais complexa que seja a discussão jurídica da matéria,
envolvendo até mesmo discussões doutrinárias, análise da (in)constitucionalidade (incidental) de leis,
ponderação de princípios, etc., poderá ser interposto o mandado de segurança, desde que os fatos tenham
sido comprovados na inicial.
Diante do que vimos, podemos concluir que o direito líquido e certo, protegido pelo mandado de
segurança, é aquele que independe de dilação probatória, ou seja, o autor da ação deverá ter condições
de, por ocasião da propositura da ação, apresentar todas as provas suficientes à comprovação dos fatos e
ao seu enquadramento jurídico, ainda que a questão jurídica a ser debatida seja controvertida.18
Para fechar essa parte conceitual, podemos dizer que são pressupostos específicos para o mandado de
segurança:
▪ mandado de segurança repressivo: tem por objetivo reparar uma lesão já ocorrida. Portanto, a ação
é contra um ato público vigente e eficaz, buscando corrigir uma conduta administrativa adotada;
▪ mandado de segurança preventivo: tem a finalidade de evitar uma lesão ao direito líquido e certo.
Nesse caso, o objetivo é impedir que uma lesão venha a ocorrer, seja em decorrência de um ato já
praticado, porém pendente de eficácia (ainda não produziu os seus efeitos); ou de um ato na
iminência de ser praticado, ou seja, há elementos que demonstrem que o ato será praticado, ferindo
um direito subjetivo.
No caso do mandado de segurança repressivo, o objeto da ação de mandado de segurança poderá ser a
anulação de um ato lesivo ou a cessação de determinada conduta. Por exemplo, pode-se solicitar a
17 Súmula 625 do STF: “Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança”.
18 Furtado, 2013, p. 951.
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anulação de um ato que aplicou uma sanção ao servidor público ou ainda que se deixe de impedir a entrada
de uma pessoa em seu estabelecimento.
Ademais, o mandado de segurança também poderá ser interposto contra uma omissão da autoridade
pública que infrinja um direito líquido e certo do autor da ação. Assim, o objeto da ação, nesse caso, será
o de determinar que seja praticado um ato ou adotada uma condutada. Esse também será um mandado
de segurança repressivo.
Por exemplo, um cidadão requer uma licença para praticar determinada atividade e, após decorrido o prazo
legal, a autoridade omitiu-se em analisar o seu pedido, ou seja, não houve deferimento ou indeferimento,
uma vez que a autoridade simplesmente não analisou o pedido – no termo popular, o processo foi
“engavetado”. Nesse caso, poderá ser impetrado o mandado de segurança para se determinar que a
autoridade analise o pedido de licença, dentro de um prazo determinado.19
Por outro lado, o mandado de segurança preventivo terá por objeto a exigência de abstenção de praticar
o ato, ou seja, de determinar que a autoridade coatora não execute determinado ato ou conduta
administrativa. Nesse caso, está-se diante de uma ameaça a lesão, ou seja, o ato ainda não produz os efeitos
ou sequer foi praticado, porém ao ser exercido ou produzir os efeitos lesará o direito subjetivo de alguém.
Os casos mais comuns do mandado de segurança preventivo ocorrem em matéria tributária, normalmente
quando a legislação prevê um ato vinculado decorrente de determinada situação concreta. Por exemplo,
foi aprovada uma lei de matéria tributária, determinando que, se o cidadão praticar “X”, deverá ocorrer o
lançamento tributário em seu desfavor. Porém, o cidadão afetado considera que a lei é inconstitucional e,
após praticar “X”, sentiu-se ameaçado de sofrer o lançamento tributário. Nesse caso, a ameaça de direito
é iminente, uma vez que a atuação administrativa será vinculada (se houve “X”, deverá ocorrer o
lançamento tributário). Logo, poderá ser movido o mandado de segurança preventivo para se determinar
que a autoridade pública se abstenha de realizar o ato.
19 STF, MS 24167/RJ:
MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO ADMINISTRATIVO. INÉRCIA DA AUTORIDADE COATORA. AUSÊNCIA DE
JUSTIFICATIVA RAZOÁVEL. OMISSÃO. SEGURANÇA CONCEDIDA. A inércia da autoridade coatora em apreciar recurso
administrativo regularmente apresentado, sem justificativa razoável, configura omissão impugnável pela via do mandado
de segurança. Ordem parcialmente concedida, para que seja fixado o prazo de 30 dias para a apreciação do recurso
administrativo.
20 Alexandrino e Paulo, 2015, p. 955.
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A legitimidade da ação de mandado de segurança individual é conferida àquele que sofrer ou que tenha
justo receio de sofrer violação de direito (líquido e certo) por parte da autoridade. Com efeito, a LMS
confere a legitimidade para pessoas físicas ou jurídicas, uma vez que estas também podem ser titulares de
direito líquido e certo.
A ação também pode ser movida pelas denominadas universalidades reconhecidas por lei, como o espólio,
a massa falida e os condomínios residências, que, embora sem personalidade jurídica, podem defender os
seus próprios direitos.
Ressalta-se, ademais, que o Supremo Tribunal Federal admite a possibilidade, em situações específicas, que
órgãos públicos interponham mandado de segurança para a defesa de suas prerrogativas ou atribuições.
Contudo, essa legitimidade ativa dos órgãos públicos alcança tão somente os órgãos independentes e
autônomos, especificamente para a defesa de suas atribuições e prerrogativas.21 Com efeito, a ação poderá
ser movida também por agentes políticos, a exemplo dos governadores de estado, prefeitos municipais,
vereadores, senadores, deputados, etc., também para a defesa de suas prerrogativas e atribuições.
Quando várias pessoas forem titulares do direito ameaçado ou violado, qualquer uma delas poderá
promover a ação de requerimento do mandado de segurança (LMS, art. 1º, § 3º).
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abrangendo o mero executor – por exemplo, se a autoridade determinar que o porteiro impeça a entrada
de um servidor em um órgão público; eventual mandado de segurança será contra o ato da autoridade,
uma vez que o porteiro é mero executor, sem qualquer poder decisório.
Dessa forma, poderá figurar como impetrado no mandado de segurança a autoridade pública, assim
entendida como o agente público com poder de decisão, seja ele de qualquer dos entes da Federação e de
qualquer dos Poderes.
Da mesma forma, poderão figurar no polo passivo da ação os dirigentes de pessoas jurídicas de direito
privado, integrantes ou não da Administração Pública formal, e as pessoas naturais, desde que estejam no
exercício da função pública, mas somente no que disser respeito a essas atribuições. Nesse caso, temos os
dirigentes de empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como das concessionárias e
permissionárias de serviços públicos. No entanto, como já destacado, só caberá o mandado de segurança
quando essas autoridades estiverem desempenhando a função pública. No caso das empresas estatais, isso
ocorrerá quando estiver no exercício do poder de império, que ocorre, por exemplo, quando se realiza uma
licitação pública. No caso das concessionárias ou permissionárias de serviço público, por outro lado, só
caberá a ação quando o ato relacionar-se diretamente com o serviço público delegado. Se o ato não tiver
relação com a função delegada, não caberá mandado de segurança, mas somente as ações ordinárias.
Exatamente por isso que a Lei do Mandado de Segurança dispõe que não cabe mandado de segurança
contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade
de economia mista e de concessionárias de serviço público (LMS, art. 1º, § 2º).
Quando o mandado for impetrado contra ato administrativo complexo, todos os agentes cuja
manifestação de vontade contribuiu para a formação do ato funcionarão como autoridades coatoras, no
22 Nesse caso, se a autoridade superior tiver foro especial, enquanto a autoridade delegada (autoridade inferior) não, o
foro competente para processar o mandado de segurança será aquele da autoridade delegada (sem foro especial). No
nosso exemplo, o Secretário-Executivo não possui foro especial, enquanto o Ministro de Estado possui. Porém, como o ato
foi delegado, o mandado será analisado perante o juiz federal de primeiro grau.
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chamado litisconsórcio passivo (quando mais de uma pessoa figura no polo passivo da ação). Por outro
lado, quando a ação for interposta contra ato de órgão colegiado (por exemplo, uma comissão de licitação),
será indicado como autoridade coatora o seu presidente.23
Dessa forma, podemos resumir quem possui legitimidade passiva e ativa no mandado de segurança:
Legitimidade ativa
Consoante a Lei 12.016/2009, não se concederá mandado de segurança quando se tratar (LMS, art. 5º):
▪ de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;
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O primeiro caso, previsto no art. 5º, I, causa certa confusão. Aparentemente, ele poderia indicar que seria
necessário encerrar a discussão da matéria na via administrativa para se mover o mandado de segurança.
Na verdade, significa que o autor não poderá interpor mandado de segurança ao mesmo tempo que
apresenta, na via administrativa, o recurso com efeito suspensivo.24 Por outro lado, se o interessado não
recorreu ou deixou transcorrer o prazo recursal, será possível interpor o mandado de segurança.
No segundo item, não caberá o mandado de segurança contra “decisão judicial da qual caiba recurso com
efeito suspensivo” (LMS, art. 5º, I). Nesse caso, deve-se observar que a situação é distinta da anterior. Aqui,
já se está litigando judicialmente. Por isso, não podemos aplicar o mesmo entendimento do outro caso.
Assim, o simples fato de existir a previsão de recurso com efeito suspensivo já afasta a impetração do
mandado de segurança, independentemente de se ter interposto o recurso ou não. O motivo da diferença,
como dito, é que aqui já se está em processo judicial, o que não justificaria a existência de duas formas para
se obter a suspensão dos efeitos prejudiciais. Ressalta-se ainda que se o eventual recurso não possuir efeito
suspensivo, caberá a interposição do MS.
A terceira situação veda o cabimento do mandado de segurança contra decisão judicial transitada em
julgado (LMS, art. 5º, III), que é aquela decisão judicial que se reveste do caráter da imutabilidade. Admitir
o MS nesses casos causaria grave instabilidade jurídica, pois poderia ensejar a mudança de uma decisão
jurídica que não mais deveria ser alterada. Há, porém, uma exceção, admitindo-se o mandado de segurança
quando o impetrante não foi parte da relação processual que transitou em julgado (terceiro prejudicado).25
Além das hipóteses constantes no art. 5º, há outras situações que não admitem o mandado de segurança.
De acordo com o STF (Súmula 266): “não cabe mandado de segurança contra lei em tese”. A lei em tese é
o ato com efeito geral, abstrato e impessoal, sendo a sua forma mais comum a lei (ordinária ou
complementar), mas também admite outras formas, como os decretos, as medidas provisórias, os decretos
legislativos, etc. Tais atos, pelo seu caráter geral, não atingem diretamente os direitos individuais. Nesses
casos, deverão ser utilizados os meios próprios de controle de constitucionalidade.
24 STF, MS 30.822/RJ: O art. 5º, I, da Lei 12.016/2009 não configura uma condição de procedibilidade, mas tão somente
uma causa impeditiva de que se utilize simultaneamente o recurso administrativo com efeito suspensivo e o mandamus.
No mesmo sentido: Carvalho Filho, 2014, p. 1052.
25 STJ, RMS 13.065/MA: Como assinalou Athos Gusmão Carneiro, na qualidade de Ministro relator do RMS 1.114-SP, da
Quarta Turma, "o princípio de que o mandado de segurança não pode ser utilizado como sucedâneo recursal aplica-se
entre partes, mas não incide em se cuidando de segurança impetrada por terceiro, prejudicado em seu patrimônio pelo
ato judicial".
26 STF, MS 33.464 AgR/DF: 1. Se do ato coator (Resolução nº 117/2014 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP))
não decorrem efeitos concretos, imediatos, instantâneos, é inviável questioná-lo pela via excepcional do mandado de
segurança. 2. A ação mandamental, por não ser sucedânea da ação direta de inconstitucionalidade, não constitui via
adequada para a impugnação de lei ou ato normativo em tese. Jurisprudência consolidada da Corte. 3. Agravo regimental
não provido.
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incidental, ou seja, o pedido principal não será a declaração de inconstitucionalidade da lei, mas sim a
proteção do direito líquido e certo; realizando-se o controle de constitucionalidade de forma indireta, na
via incidental.
Não caberá mandado de segurança contra os atos administrativos formais, mas que materialmente são
normativos, a exemplo das resoluções e instruções normativas.27
Contudo, se o ato tiver forma de lei, porém materialmente for um ato administrativo, caberá contra ele
mandado de segurança.28 Por exemplo: um decreto utilizado para realizar uma desapropriação com desvio
de finalidade – nesse caso, teremos um ato com formato de norma, porém é materialmente ato
administrativo; ao mesmo tempo, ele infringiu um direito subjetivo, tendo sido praticado com abuso de
poder. Assim, caberá o mandado de segurança nessa situação.
b) Atos internos
Também chamado de ato interna corporis, são atos específicos realizados no âmbito da competência
reservada de órgãos de Estado, como as normas regimentais das Casas Legislativas (Senado, Câmara dos
Deputados, etc.).
O art. 1º, § 2º, da Lei 12.016/2009 dispõe que não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de
concessionárias de serviço público. Assim, não é possível, por exemplo, propor mandado de segurança
contra o indeferimento de um financiamento pelo gerente da Caixa Econômica Federal.
O Supremo Tribunal Federal entende que o mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança
(Súmula 269). Por conseguinte, a concessão de mandado de segurança não produzirá efeitos patrimoniais
em relação ao período pretérito ao seu ajuizamento, os quais devem ser reclamados administrativamente
ou pela via judicial própria (STF – Súmula 271).
Por exemplo, um servidor público tomou conhecimento, em junho de 2020, que teria direito a receber
determinado benefício, desde o início do mesmo exercício. Em julho de 2020 interpôs um mandado de
segurança para receber o seu direito, sendo a matéria deferida em janeiro de 2021. Nesse caso, ser-lhe-á
deferido o pagamento desde a data da impugnação judicial (julho de 2020). No entanto, para receber o
27 STF, MS 27.188 AgR/DF: AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE
JUSTIÇA QUE PROÍBE O NEPOTISMO. LEI EM TESE. INCABÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA A QUE SE NEGOU PROVIMENTO.
AGRAVO IMPROVIDO. I - A Resolução 20/CNJ tem eficácia erga omnes, valendo para todos que ocupam cargos no âmbito
do Poder Judiciário. II - Não há qualquer ato concreto que tenha levado ao afastamento dos impetrantes de suas atividades.
[...] IV - Agravo improvido.
28 STF, MS 21.274/DF: I – Se o decreto e, materialmente, ato administrativo, assim de efeitos concretos, cabe contra ele
mandado de segurança. Todavia, se o decreto tem efeito normativo, genérico, por isso mesmo sem operatividade
imediata, necessitando, para a sua individualização, da expedição de ato administrativo, contra ele não cabe mandado de
segurança. (Súmula 266). II. - Mandado de segurança não conhecido.
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período pretérito (de janeiro a junho) terá que solicitar o direito na via administrativa ou judicial, por meio
de ação própria.
Dada a natureza residual do mandado de segurança, ele não poderá ser interposto quando o direito for
amparado por habeas corpus (liberdade de locomoção) ou habeas data (conhecimento ou retificação de
informações relativas à pessoa do impetrante).
De acordo com o STF, o mandado de segurança não substitui a ação popular (Súmula 101). Nessa linha, a
ação popular ataca um ato ilegal de autoridade, porém sem que seja afetado um direito individual.
Ademais, a sentença da ação popular possui natureza desconstitutiva (anulação do ato ilegal) e,
acessoriamente, condenatória (uma vez que o agente poderá ser responsabilizado). Por outro lado, no
mandado de segurança, o agente age em nome próprio, postulando um direito seu, buscando uma decisão
de natureza mandamental (determinar que a autoridade faça ou deixe de fazer).29
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Substitutivo de cobrança
O mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por (CF, art. 5º, LXX):
O mandado de segurança coletivo também é disciplinado pela Lei 12.016/2009. Assim, os requisitos para a
sua interposição são, em regra, os mesmos do mandado de segurança individual.
Ressalta-se, porém, o direito que se pretende defender. No mandado individual, o próprio indivíduo propõe
a ação para defender um direito seu. Por outro lado, no mandado de segurança coletivo, as instituições
legitimadas atuarão como substituto processual, ou seja, a instituição proporá a ação, porém o direito
subjetivo defendido é de terceiros (por exemplo: dos profissionais da área de atuação da entidade de
classe).
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A respeito da entidade de classe, o STF possui duas súmulas relevantes. Primeiro que elas não precisam de
autorização de seus associados para interpor a ação (Sumula 629). Assim, o simples fato de representar e
fiscalizar a categoria já concede o direito à entidade de propor o MS coletivo em prol de seus associados.
A segunda súmula estabelece que a entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria (Súmula 630). Assim,
não é preciso que todos os membros possuam interesse, mas apenas parte deles.
Por fim, vale transcrever o conteúdo do art. 21, parágrafo único, da Lei 12.016/2009, que estabelece os
tipos de direitos protegidos em mandado de segurança coletivo:
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível,
de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica básica;
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem
comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou
membros do impetrante.
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fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. Em resumo, o habeas data tem a finalidade
de se obter informações e retificar dados, referentes à pessoa do impetrante;
e) ação de improbidade administrativa: de acordo com a Constituição Federal, os atos de improbidade
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível (CF, art. 37, § 4º). O tema foi disciplinado na Lei 8.429/1992, que
estabeleceu quatro tipos de atos considerados como de improbidade administrativa: (a) os que
importam enriquecimento ilícito (art. 9º); (b) os que causam prejuízo ao erário (art. 10); (c) os
decorrentes e concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A); (d) os
que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).
(SUFRAMA - 2014) Uma das formas de controle da administração pública é o controle judicial, que incide
tanto sobre o mérito quanto sobre a legalidade dos atos da administração pública.
Comentários: o controle judicial é um controle de legalidade e legitimidade e, portanto, não pode adentrar
no mérito administrativo. Assim, o item está errado.
Gabarito: errado.
(MJ - 2013) O Poder Judiciário pode examinar atos da administração pública de qualquer natureza, sejam
gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas sempre sob os aspectos
da legalidade e, também, da moralidade.
Comentários: quando se fala que o controle do Poder Judiciário envolve a legalidade e legitimidade, diz-se
que o ato será analisado quanto à conformação com as normas e com o Direito, buscando analisar se o ato
está de acordo com os princípios administrativos, dentre eles a moralidade.
Portanto, pode-se dizer que o controle judicial avalia a moralidade do ato administrativo. Além disso, esse
controle alcança os atos da administração de qualquer natureza, inclusive os discricionários. Dessa forma,
o item está correto.
Gabarito: correto.
(BACEN - 2013) O ato discricionário, dada sua natureza, não está sujeito a apreciação judicial.
Comentários: essa é para não errar. O que o controle judicial não verifica é o mérito, porém os atos
discricionários podem sim ser analisados. Isso ocorre, por exemplo, quando se verifica o exercício do poder
de polícia, buscando analisar a razoabilidade e a proporcionalidade dos atos restritivos.
Conclui-se, pois, que o item está errado.
Gabarito: errado.
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1. (FGV – MPE RJ/2019) O Tribunal de Contas do Estado Alfa, ao analisar o ato de concessão inicial
de aposentadoria do servidor público João, o que ocorreu no ano seguinte à sua prática, entendeu que o
tempo de serviço exigido pela ordem jurídica não fora corretamente integralizado. Com isso, sem a prévia
oitiva de João, decidiu que o benefício foi irregularmente concedido, comunicando a sua decisão, logo
em seguida, ao órgão competente.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que:
a) a análise do tempo de serviço é ato vinculado, logo, o Tribunal de Contas não poderia revê-lo;
b) o Tribunal de Contas atuou no estrito exercício de suas competências, não sendo necessária a prévia
oitiva de João;
c) ao não assegurar o contraditório e a ampla defesa a João, o Tribunal de Contas proferiu decisão nula;
d) uma vez concedido o benefício previdenciário, a sua desconstituição exige decisão judicial;
e) o Tribunal de Contas extrapolou suas competências, pois somente poderia analisar o valor do benefício.
Comentário:
a) o ato poderia ser revisto pelo TC sim, como forma de se controlar o atendimento às disposições legais
em relação ao tempo previsto na lei e ao efetivamente trabalhado pelo servidor – ERRADO;
b) sim, pois nos processos relativos à concessão inicial de aposentadoria, não é necessário oportunizar o
contraditório e a ampla defesa ao servidor. Isso é o que consta da Súmula Vinculante n° 3, do STF, que diz
que “nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa
quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado,
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão” –
CORRETO;
c) não há nulidade, pois o ordenamento dispensa o contraditório e a ampla defesa nesses casos, conforme
disposto na SV n° 3 do STF – ERRADO;
d) não é necessária decisão judicial, a própria administração pode rever seus atos, sem necessidade de
intervenção do Poder Judiciário – ERRADO;
e) o Tribunal possui competência para apreciar a legalidade de ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão, nos termos da SV nº 3, do STF e do art. 71, III, da CF/88 – ERRADO.
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Gabarito: alternativa B.
Comentário:
a) o controle legislativo é executado pelo Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas – ERRADO;
b) o Poder Judiciário realiza controle judicial dos atos praticados pelos demais poderes, mas este é restrito
à análise da legalidade dos atos, e não do mérito administrativo – ERRADO;
c) o controle administrativo ocorre quando a própria Administração controla os seus atos, com base na
autotutela – CORRETO;
d e e) o controle externo é aquele realizado por um Poder sobre os atos administrativos praticados por
outro Poder – ERRADO;
Gabarito: alternativa C.
3. (FGV – Prefeitura de Salvador - BA/2019) Determinado Município do Estado da Bahia, por meio
de sua Secretaria Municipal de Meio Ambiente, exerce o controle finalístico sobre a autarquia municipal
de meio ambiente, para verificar se a entidade está cumprindo as disposições definidas na lei específica
que a criou.
A hipótese em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, trata do controle por
a) subordinação, eis que praticado por autoridade hierarquicamente superior, entre órgãos e agentes de
uma mesma pessoa jurídica da Administração Pública.
b) legalidade, eis que praticado por autoridade hierarquicamente superior, entre órgãos e agentes de uma
mesma pessoa jurídica da Administração Pública.
c) hierarquia, eis que praticado pela Administração Direta sobre uma entidade centralizada, que tem a
obrigação de prestar contas sobre o cumprimento de suas obrigações estatutárias.
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d) vinculação, eis que praticado pela Administração Direta sobre uma entidade descentralizada, não se
caracterizando como subordinação hierárquica, mas tão somente uma espécie de supervisão.
e) extensão, eis que praticado pela Administração Direta sobre a Indireta, mediante controle externo
exercido por um poder em relação aos atos administrativos praticados por outro poder do Estado.
Comentário:
a) não há relação de subordinação entre os entes da administração direta e indireta, mas sim de vinculação
– ERRADO;
b) o controle de legalidade tem por objetivo verificar a conformação do ato ou procedimento administrativo
com as normas legais e os preceitos administrativos. Esse controle pode ser realizado pela própria
administração ou pelo Poder Judiciário. Porém, a assertiva está errada, pois no controle finalístico
(administração direta sobre a indireta) não existe hierarquia – ERRADO;
d) o controle finalístico ou supervisão ministerial é o controle exercido pela Administração Direta sobre a
Indireta, realizado pelo ministério (ou secretaria, no âmbito estadual) ao qual a entidade administrativa
encontra-se vinculada – CORRETO;
e) o controle realizado no caso do enunciado é feito por vinculação, e não extensão – ERRADO.
Gabarito: alternativa D.
Comentário:
a) o Poder Judiciário se submete sim ao controle do Poder Executivo, por exemplo, quando o Presidente da
República indica nomes de pessoas para ocuparem cargos de ministros de tribunais superiores – ERRADA;
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b) e c) o Poder Judiciário se submete sim ao controle dos Poderes Legislativo e Executivo. Na alternativa
anterior já vimos exemplo de controle pelo Poder Executivo. O Poder Legislativo, por sua vez, é o titular do
controle externo sobre a Administração Pública, controle que também se estende ao Poder Judiciário
quando exerce funções administrativas. Além disso, existem outras situações de controle legislativo, como
o processo de sabatina que o Senado realiza sobre nomes indicados para compor o STF – ERRADA;
e) o controle contábil, financeiro e orçamentário é exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do
Tribunal de Contas da União (art. 70 e 71 CF). Logo, o correto seria Poder Legislativo, e não Poder Executivo
– ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
5. (FGV/MPE AL/2018) João, tão logo tomou posse no cargo de Prefeito Municipal, foi informado
pelo seu principal assessor que os atos da sua administração estariam sujeitos ao controle político e
financeiro do Poder Legislativo.
Sobre a referida informação, considerando a ordem jurídica brasileira, assinale a afirmativa correta.
a) Está parcialmente certa, pois o Legislativo exerce o controle político e, o Tribunal de Contas, o financeiro.
b) Está errada, pois não existe controle político e o controle financeiro é exercido pelo Tribunal de Contas.
c) Está errada, pois a separação dos poderes impede que qualquer Poder controle os atos do Executivo.
d) Está certa, pois o Legislativo, por imperativo constitucional, exerce os referidos controles.
e) Está parcialmente certa, pois o Legislativo só exerce o controle político, não o financeiro.
Comentário:
a), b) e e) de fato, o Legislativo exercerá o controle político – como exemplo, podemos mencionar a
necessidade de prévia aprovação do Senado Federal para a indicação de nomes de algumas autoridades
(CF, art. 52, III). Por outro lado, o Tribunal de Contas realiza o controle técnico, dada a natureza de sua
atuação. Porém, não podemos dizer que o Legislativo não faz controle financeiro, já que o Congresso é o
titular do controle externo, em seus aspectos financeiro, orçamentário, operacional, contábil e operacional,
nos termos do art. 70 da Constituição Federal – ERRADAS;
c) a separação dos poderes legitima a prática do sistema de freios e contrapesos, no qual os Poderes se
controlam mutuamente, a fim de que nenhum deles passe por cima dos demais – ERRADA;
d) exatamente. De acordo com o texto constitucional, sabemos que é competência do Legislativo, exercer
o controle político, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, direcionado a controlar a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública federal (por
simetria, entendemos ser atinente aos estados, DF e munícipios), mediante controle externo (CF, art. 70,
caput) – CORRETA.
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Gabarito: alternativa D.
6. (FGV/TJ AL/2018) O controle da administração pública pode ser conceituado como o conjunto de
mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão
da atividade administrativa em qualquer das esferas de poder.
Comentário:
a) o Judiciário não é controlado exclusivamente pelo CNJ, o qual faz apenas seu controle disciplinar e
administrativo – ERRADA;
b) a CF/88 atribuiu ao Poder Legislativo a competência de exercer o controle externo financeiro sobre o
poder e judiciário no que se refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos. E para isso conta
com o auxílio do TCU – CORRETA;
c) o controle feito pelo Poder Legislativo aos demais poderes é externo. Por outro lado, o controle interno
do Poder Legislativo é limitado à sua estrutura orgânica – ERRADA;
d) o Judiciário não tem competência para julgar o mérito administrativo. Sua competência se limita ao
controle dos aspectos legais, somente – ERRADA;
Gabarito: alternativa B.
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b) legislativo, em que a Câmara Municipal analisa a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas, do Poder Executivo municipal, incluindo as entidades da administração
direta e indireta, mediante controle interno;
c) judicial, em que o Poder Judiciário realiza o controle da legalidade dos atos administrativos, sendo que a
atividade política do Estado não se submete a controle judicial em abstrato, pela discricionariedade
administrativa;
d) judicial, em que o Poder Judiciário realiza, em regra, o controle da legalidade e do mérito dos atos
administrativos, em razão dos princípios da inafastabilidade da jurisdição e do acesso à justiça;
e) administrativo, em que o Poder Executivo, com o auxílio do Tribunal de Contas e da Controladoria, realiza
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos demais poderes do Estado.
Comentário:
a) não existe Poder Judiciário municipal. Nos municípios, temos apenas o Executivo e o Legislativo –
ERRADA;
b) o controle exercido nesse caso é o externo e não o interno. Este último é aquele realizado pela entidade
ou órgão responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria Administração – ERRADA;
c) isso mesmo. O controle judicial não interferirá no mérito dessas decisões, mas sim na legalidade.
Lembrando que ele é um controle de legalidade e legitimidade. Isso não significa que ele se limite
estritamente ao texto da lei, pois cabe ao Judiciário analisar a observância dos princípios administrativos,
como a moralidade, razoabilidade e proporcionalidade (mas nunca entrar no mérito) – CORRETA;
d) como vimos, o controle judicial sobre os atos da Administração é exclusivamente de legalidade, não se
imiscuindo no mérito – ERRADA;
Gabarito: alternativa C.
Comentário:
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De acordo com o art. 31 da CF, a fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma
da lei. Ademais, o controle externo realizado pela Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios,
onde houver (§ 1º). Logo, o gabarito é a letra A, já que o Legislativo exerce o controle externo do Poder
Executivo, com o auxílio do TC.
As demais opções estão, por consequência, incorretas. Lembrando que não existe Judiciário municipal.
Gabarito: alternativa A.
Comentário:
a) já sabemos que o controle administrativo é aquele exercido pela Administração Pública a fim de controlar
os seus próprios atos. Por outro lado, quando o Judiciário controle os demais poderes, teremos o controle
jurisdicional – ERRADA;
b) exatamente. Essa é a previsão advinda do texto constitucional (arts. 70 e 71). O controle legislativo é
exercido diretamente pelas casas legislativas ou por intermédio dos tribunais de contas – CORRETA;
c) como vimos, quem exerce o controle legislativo é o próprio Legislativo. Já o Ministério Público pode ser
classificado como o órgão de controle da Administração Pública como um todo, atuando como fiscal da Lei
– ERRADA;
d) o controle judicial é exercido pelo próprio Poder Judiciário. Lembrando que o TC não integra o Judiciário,
constituindo órgão independente ligado ao Poder Legislativo – ERRADA;
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e) o MP não faz parte do Poder Judiciário; em verdade, o MP não faz parte de nenhum Poder, constituindo
basicamente um órgão independente dos demais poderes – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
10. (FGV/MPE BA/2017) A Constituição da República de 1988, por um lado, assegurou ao Ministério
Público autonomia funcional e administrativa e, por outro, estabeleceu um conjunto de instrumentos
definidos no ordenamento jurídico para sua fiscalização.
Comentário:
Como já vimos em nossa aula, o Ministério Público está sujeito ao controle externo pelo Poder Legislativo,
auxiliado pelo Tribunal de Contas da União. O controle externo da gestão pública é desenvolvido de forma
conjunta pelo Legislativo cabendo-lhe a titularidade, auxiliado pelo Tribunal de Contas, o qual detém
competências próprias e privativas. Assim, podemos afirmar que o MP sofre controle externo, pelo
Legislativo, auxiliado pelo TC (letra E).
A letra A é errada, pois o TC não faz controle interno sobre o MP. O erro da letra B é que o MP não sobre
controle da CGU ou das controladorias dos estados. Ademais, o CNMP não avalia o mérito das decisões
funcionais dos membros do MP. O que ele faz é o controle administrativo e disciplinar. Por fim, o MP dispõe
que autonomia para elaborar a sua proposta orçamentária, o que inválida a letra D.
Gabarito: alternativa E.
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d) fornecer os dados requisitados pelo Tribunal de Contas, considerando o fato de que a Constituição
Federal ressalva expressamente o direito ao sigilo nos casos de requisições efetivadas pelas Cortes de
Contas;
e) se recusar a fornecer os dados relativos ao financiamento público, porquanto restaria violado o direito à
intimidade dos beneficiários dos financiamentos públicos.
Comentário:
O sigilo bancário é protegido pelo artigo 5º, incisos X e XII da CF/88, quando diz que “são invioláveis
a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação” e que “é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal”. Para que haja a quebra do sigilo, em regra, se faz necessária uma autorização judicial.
Mas, excepcionalmente, o STF já decidiu que o envio de informações aos Tribunais de Contas, relativas a
operações de crédito originárias de recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF. MS 33340/DF,
j. em 26/5/2015). Portanto, a agência deve fornecer os dados requisitados pelo Tribunal de Contas,
considerando o fato de que operações financeiras que envolvam recursos públicos não estão submetidas
ao sigilo bancário, conforme alternativa C.
Gabarito: alternativa C.
Comentário:
O Poder Judiciário não poderá adentrar no mérito da decisão, ou seja, em nenhuma hipótese o controle
judicial adentrará no juízo de conveniência e oportunidade da autoridade administrativa que editou o ato,
pois a esse Poder só cabe avaliar a legalidade e legitimidade, mas não o mérito. O controle de mérito atua
sobre a conveniência ou oportunidade do ato controlado. Assim, em regra, somente o Poder que editou
um ato administrativo poderá exercer o controle do mérito desse ato.
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Gabarito: alternativa A.
13. (FGV/MPE-RJ/2016) João, Deputado Estadual, fez inflamado discurso na Assembleia Legislativa a
respeito da necessidade de serem fiscalizados certos atos praticados pelo Governador do Estado, os
quais, no seu entender, eram intensamente prejudiciais ao interesse público. Ao final do discurso, foram
travados intensos debates a respeito dos limites da atuação do Poder Legislativo e das demais estruturas
de poder. Diante da narrativa acima, é correto afirmar que:
a) em respeito ao princípio da separação dos poderes, um Poder não está autorizado a fiscalizar os atos de
outro;
b) a fiscalização do Poder Executivo somente é realizada pelo Tribunal de Contas;
c) o Poder Legislativo, além de legislar, pode fiscalizar os atos do Executivo;
d) somente o Poder Judiciário, mediante provocação do legítimo interessado, pode fiscalizar o Executivo;
e) apenas o Ministério Público está autorizado a fiscalizar os atos do Poder Executivo.
Comentário:
Di Pietro dispõe que o controle da Administração Pública pode ser definido “como o poder de fiscalização
e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo
de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento
jurídico”. O controle pode ser exercido de forma interna, pela própria Administração ou Poder que editou
o ato controlado; ou externa, realizado por órgão independente ou de outro Poder do que efetuou o ato
controlado. O Poder Legislativo exerce, em suas atribuições típicas (juntamente com a de legislar), a
fiscalização dos demais poderes. Divide-se em controle parlamentar direto (exercido diretamente pelo
Congresso Nacional); e controle parlamentar indireto (exercido pelo Tribunal de Contas da União).
Gabarito: alternativa C.
14. (FGV/IBGE/2016) O direito positivo confere a agentes públicos uma série de poderes
administrativos que consistem em prerrogativas de direito público que permitem ao Estado alcançar seus
fins. Ao lado de tais poderes, o ordenamento jurídico também estabelece certos deveres que precisam
ser cumpridos pelos administradores públicos. Dentre esses deveres, de acordo com a doutrina de Direito
Administrativo, destaca-se o dever de:
a) improbidade, segundo o qual a atuação do Administrador deve, em qualquer hipótese, pautar-se pelos
princípios da honestidade e moralidade, quer em face dos administrados, quer em face da própria
Administração;
b) prestar contas, segundo o qual o Administrador deve prestar contas internamente, aos órgãos internos
de controle, e externamente, ao Poder Legislativo, por meio dos Tribunais de Contas;
c) agir vinculadamente, segundo o qual o Administrador está adstrito ao princípio da legalidade, de maneira
que lhe é vedado fazer juízo de valor sobre a oportunidade e conveniência para escolha de políticas
públicas;
d) discricionariedade, segundo o qual o Administrador possui liberdade total para decidir, de acordo com o
interesse público, sobre a destinação do orçamento público;
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e) hierarquia, segundo o qual o Administrador deve se submeter a todas as decisões provenientes do Poder
Judiciário, diante do escalonamento de poderes da República previsto na Constituição.
Comentário:
e) os Poderes são independentes e harmônicos entre si. Dessa forma, em regra, podem agir
independentemente de autorização ou chancela uns dos outros – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
Comentário:
Gabarito: alternativa A.
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16. (FGV/TJ-PI/2015) Em matéria de controle da Administração Pública, o controle externo dos atos
praticados pelo Poder Executivo por parte do Poder Judiciário:
a) se restringe à analise da legalidade dos atos, eis que ao Poder Judiciário, em regra, é vedada a análise do
mérito dos atos administrativos;
b) abrange o controle de legalidade e de mérito dos atos administrativos, podendo o Judiciário, em regra,
respectivamente, anular os ilegais e revogar os inoportunos ou inconvenientes;
c) abrange o controle de legalidade e de mérito dos atos administrativos, podendo o Judiciário,
respectivamente, anular os inoportunos ou inconvenientes e revogar os ilegais;
d) se restringe à analise do mérito dos atos, eis que ao Poder Judiciário, em regra, é vedada a análise da
legalidade formal dos atos administrativos;
e) é o mais amplo possível, cabendo ao Judiciário, em última instância, analisar o acerto da
discricionariedade administrativa e da legalidade formal dos atos, em respeito ao princípio da
inafastabilidade do controle jurisdicional.
Comentário:
O Poder Judiciário não analisa o mérito da decisão, ou seja, não adentra no juízo de conveniência e
oportunidade da autoridade administrativa que editou o ato, pois a esse Poder só cabe avaliar a legalidade
e legitimidade, mas não o mérito. O controle de mérito atua sobre a conveniência ou oportunidade do ato
controlado. Assim, em regra, somente o Poder que editou um ato administrativo poderá exercer o controle
do mérito desse ato.
Gabarito: alternativa A.
Comentário:
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Gabarito: alternativa C.
Comentário:
Sabemos que o Mandado de Segurança é o instrumento previsto para combater ilegalidade ou abuso de
poder cometido por autoridade pública ou por agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público. No caso do enunciado, podemos perceber que não houve nenhuma ilegalidade ou abuso no
ato do Prefeito; pelo contrário, ele agiu dentro de sua competência para organizar o funcionamento do
Poder Executivo municipal, sendo certo também que a cessão de servidores configura uma decisão
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discricionária do Administrador. Sendo assim, não há ilegalidade na revogação da portaria, que se deu por
motivos de necessidade do serviço. Nessas hipóteses, o Poder Judiciário está restrito à análise da legalidade
do ato, não podendo determinar a permanência do servidor no órgão cedido, pois estaria adentrando no
mérito da decisão da Administração, o que é vedado.
Gabarito: alternativa D.
Comentário:
A polícia administrativa se expressa ora através de atos no exercício de competência discricionária, ora
através de atos vinculados. Se, eventualmente, um ato discricionário mostrar-se desarrazoado ou
desproporcional, o Poder Judiciário poderá anulá-lo em virtude de sua ilegalidade ou ilegitimidade. É
exatamente o caso do enunciado, pois, apesar de não haver discricionariedade quanto a fiscalizar ou não,
ou quanto a aplicar as sanções ou não, a sua gradação pode atender a aspectos discricionários, a depender
do caso concreto. Lembrando que a própria Administração também pode rever os seus atos, tanto em
relação aos aspectos de mérito quanto aos aspectos de legalidade. Portanto, é possível o oferecimento de
impugnação administrativa ou judicial, a fim de que se discutam os limites ao exercício do poder de polícia,
como a observância dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Gabarito: alternativa C.
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pelo chorume produzido no aterro. Assim, em abril de 2016, Maria impetrou mandado de segurança
pretendendo a paralisação da operação do aterro, apontando como autoridades coatoras o Prefeito e o
Secretário Municipal de Meio Ambiente e requereu a realização de perícia ambiental. A petição inicial
foi indeferida liminarmente pelo juízo de primeiro grau de jurisdição e Maria interpôs recurso de
apelação. Instado a se manifestar no processo sobre o recurso, o Procurador de Justiça que atua junto à
Câmara Cível deverá ofertar parecer no sentido da:
a) reforma da decisão, eis que Maria é parte legítima para proteger seu direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, diante da ilegalidade dos agentes públicos por causarem
dano ambiental, que será comprovado no curso da instrução processual;
b) reforma da decisão, eis que a lesão sofrida por Maria se protrai no tempo, razão pela qual não se operou
o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias e os danos difusos ambientais serão comprovados no curso
da instrução processual;
c) manutenção da decisão, eis que já se operou o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias, contados
a partir da data em que o aterro sanitário entrou em operação, razão pela qual deverá Maria ingressar com
uma ação ordinária;
d) manutenção da decisão, eis que Maria não ostenta legitimidade ativa para figurar como impetrante em
mandado de segurança que tem como causa de pedir dano ambiental, devendo o Ministério Público
assumir o polo ativo da demanda;
e) manutenção da decisão, eis que faltou um dos requisitos legais do remédio constitucional, qual seja, o
direito líquido e certo com prova pré-constituída da ilegalidade, pois a comprovação do dano ambiental
demanda dilação probatória.
Comentário:
O mandado de segurança é um remédio constitucional previsto no art. 5º, LXIX, da CF, para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público.
A característica do mandado de segurança é a ausência da instrução processual, de tal forma que o direito
líquido e certo deverá ser comprovado de plano, ou seja, o autor da ação deverá demonstrar o seu direito
logo na petição inicial. Com isso, já podemos eliminar as alternativas A e B.
Além disso, note que não é possível comprovar de plano se Maria está sofrendo problemas de saúde. E,
mesmo que isso seja demonstrado, deverá ocorrer uma fase processual para se demonstrar se, de fato, o
problema de saúde possui nexo com a instalação do aterro sanitário. Com efeito, o próprio enunciado
demonstrou que Maria requisitou a realização de perícia ambiental, ou seja, a própria impetrante
demonstrou que precisará da instrução processual para comprovar o seu pedido. Logo, é necessário manter
a decisão judicial.
Assim, podemos marcar a opção E como correta, uma vez que o mandado de segurança não foi impetrado
com todos os seus requisitos, sobretudo porque faltou a demonstração do direito líquido e certo na petição
inicial, pois o dano ambiental dependerá de realização da fase de produção de provas.
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A letra C está incorreta, uma vez que o prazo decadencial de 120 dias conta a partir do momento em que
o interessado toma ciência do ato impugnado (Lei 12.016/2009, art. 23).
A letra D, por sua vez, está errada porque Maria seria legitimada para interpor o mandado de segurança,
se o remédio fosse cabível.
Gabarito: alternativa E.
21. (FGV/MPE-RJ/2016) Promotor de Tutela Coletiva instaurou inquérito civil público para apurar a
legalidade da delegação pelo Município à determinada sociedade empresária da prestação do serviço
público de transporte coletivo municipal de passageiros. No curso das investigações, restou comprovado
que o contrato administrativo firmado para tal fim não foi precedido de licitação, mas a tarifa cobrada
dos usuários tem preço módico. Dessa forma, deverá o Promotor:
a) arquivar o inquérito civil, diante da autonomia da vontade das partes contratantes e da modicidade da
tarifa, que demonstram não haver prejuízo ao interesse público;
b) arquivar o inquérito civil em relação à sociedade empresária, diante da modicidade da tarifa, e ajuizar
ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação por tomada de preços para delegação do
serviço público;
c) ajuizar ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação, na modalidade concorrência, para
concessão do serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros;
d) ajuizar ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação, na modalidade tomada de preços,
para permissão do serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros;
e) ajuizar ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação, para delegação na modalidade
autorização do serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros.
Comentário:
A ação civil pública é uma medida judicial de controle dos atos administrativos, que possui como legitimado,
entre outros, o Ministério Público. Esse, no entanto, não era o ponto central da questão.
O seu cerne consta no art. 175 da Constituição Federal, que dispõe que: “incumbe ao Poder Público, na
forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos”.
Com efeito, em regra, a delegação de serviços públicos deve ocorrer mediante concessão, uma vez que
esta é a forma adequada para a delegação de serviços que exijam maior segurança jurídica, sobretudo
quando houver altos investimentos envolvidos, e ainda quando o interesse público for predominante sobre
o interesse do particular em prestar o serviço. O caso da delegação de transporte coletivo municipal de
passageiros é um exemplo, pois neste caso os investimentos envolvidos são elevados, exigindo uma
formalização mais robusta, e há mais interesse da população em receber este serviço do que mesmo do
particular em prestá-lo (afinal, sem transporte coletivo, o trânsito seria um caos).
Assim, a licitação será a concorrência, nos termos do art. 2º, II, da Lei 8.987/1995: “II – concessão de serviço
público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
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concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”.
Não caberia o arquivamento, uma vez que houve a ilegalidade que deverá ser sanada. Também não caberia
adotar outras formas de delegação (permissão ou autorização), uma vez que essas formas de delegação
devem ser utilizadas em situações menos complexas, em que a estabilidade da relação jurídica não seja tão
relevante.
Gabarito: alternativa C.
Comentário:
Tal controle de mérito é realizado pela Administração, não cabendo ao Poder Judiciário exercer o controle
de mérito sobre o ato administrativo alheio.
Ademais, a sindicabilidade é a análise de um ato administrativo para se verificar se ele está de acordo com
o ordenamento jurídico. Nesse contexto, sabemos que o Poder Judiciário não análise o controle de mérito.
Porém, não é possível dizer que nunca ocorrerá a sindicabilidade desse tipo de ato, uma vez que o Poder
Judiciário não irá analisar o mérito em si, mas vai verificar se o ato está de acordo com o nosso ordenamento
jurídico, tendo como fundamento, sobretudo, a moralidade, a razoabilidade e a proporcionalidade do ato.
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c) o controle realizado pelo Tribunal de Contas é um controle externo. Ademais, o Judiciário, conforme
acabamos de anotar, não faz controle de mérito – ERRADA;
e) essa opção exige um pouco mais de cuidado. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de fato
realizam controle de mérito, porém sobre os seus próprios atos, ou seja, exercendo a função administrativa
sobre os seus próprios atos e não sobre a atividade dos Poderes alheios. Assim, não se está diante de
sistema constitucional de freios e contrapesos, pois não há, nesse caso, exercício de função típica nem
mesmo de controle externo – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
Comentário:
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma
da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios,
onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve
anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da
Câmara Municipal.
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Assim, o Poder Legislativo municipal exerce o controle externo do Poder Executivo municipal, com o auxílio
técnico do Tribunal de Contas.
A letra A está errada, pois todo Poder submete-se ao controle externo. Por exemplo, o Poder Legislativo
sofre controle externo do Tribunal de Contas (julgamento das contas) e do Poder Judiciário (controle de
legalidade dos atos), assim como do próprio Poder Executivo, no caso de sanção e veto de leis, por exemplo.
As letras B e D estão erradas, pois não existe Judiciário municipal. Além disso, o auxílio é do Tribunal de
Contar e não de “equipe técnica”.
Por fim, a letra E está errada, uma vez que o Poder Executivo até exerce controle externo sobre o
Legislativo, mas em situações específicas, como o veto/sanção de leis, não existindo, nessas situações,
“auxílio do Tribunal de Contas”.
Gabarito: alternativa C.
24. (FGV/TJ RO/2015) Em tema de controle da Administração Pública, é correto afirmar que o Poder
Judiciário se submete ao sistema de controle:
a) interno (como aquele feito por meio de auditoria contábil do próprio Tribunal), mas não se sujeita a
controle externo, pelo princípio da supremacia do Poder Judiciário;
b) interno (como aquele exercido pela Corregedoria sobre os atos dos serventuários da Justiça) e controle
externo (como aquele praticado pelo Tribunal de Contas);
c) interno (como aquele exercido pelo Conselho da Magistratura), mas não se sujeita a controle externo,
pelo princípio da separação dos poderes;
d) interno (como aquele exercido pelo Tribunal de Contas) e controle externo (como aquele praticado pelo
Conselho Nacional de Justiça);
e) interno (como aquele exercido pelo Conselho Nacional de Justiça) e controle externo (como aquele
praticado pelo Conselho Nacional do Ministério Público).
Comentário:
Nessa questão, era necessário identificar quais os casos são de controle interno e quais de controle externo.
Em linhas gerais, o controle externo é aquele realizado por um Poder sobre o outro, ao passo que o controle
interno é aquele realizado dentro do mesmo Poder.
Contudo, a questão exige um pouco sobre o tipo de controle realizado pelo Conselho Nacional de Justiça –
CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Não é um entendimento pacífico, mas a doutrina
majoritária entende que esses órgãos realizam controle externo, respectivamente, sobre o Poder Judiciário
(no caso do CNJ) e o Ministério Público (no caso do CNMP). Portanto, ambos exercem controle externo,
mas um sobre o Judiciário e outro sobre o Ministério Público.
Além disso, devemos saber que todo Poder sofre algum tipo de controle externo, sendo que todos também
se sujeitam ao controle externo do Tribunal de Contas.
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a) interno (como aquele feito por meio de auditoria contábil do próprio Tribunal) [correto – a Corregedoria
é um órgão administrativo interno, logo o controle que realiza sobre os serventuários da Justiça é interno]
e, mas não se sujeita a controle externo, pelo princípio da supremacia do Poder Judiciário [errado – todo
Poder sofre controle externo de outro];
b) interno (como aquele exercido pela Corregedoria sobre os atos dos serventuários da Justiça) [correto –
a Corregedoria é um órgão administrativo interno, logo o controle que realiza sobre os serventuários da
Justiça é interno] e controle externo (como aquele praticado pelo Tribunal de Contas) [correto – o controle
do Tribunal de Contas sobre as atividades dos Poderes é o principal exemplo de controle externo];
[GABARITO]
c) interno (como aquele exercido pelo Conselho da Magistratura) [errado – o Conselho da Magistratura
está previsto no art. 7º do Regimento Interno do TJ, logo exerce atividade de controle interno], mas não se
sujeita a controle externo, pelo princípio da separação dos poderes [errado – já vimos que Poder sofre
controle externo de outro];
d) interno (como aquele exercido pelo Tribunal de Contas) [errado – o Tribunal de Contas exerce o controle
externo] e controle externo (como aquele praticado pelo Conselho Nacional de Justiça) [correto – o CNJ de
fato exerce controle externo, ainda que não seja pacífico];
e) interno (como aquele exercido pelo Conselho Nacional de Justiça) [errado – acabamos de ver que o
controle do CNJ é externo] e controle externo (como aquele praticado pelo Conselho Nacional do Ministério
Público) [errado – o CNMP realmente exerce controle externo, mas sobre o Ministério Público].
Gabarito: alternativa B.
25. (FGV/MPE-RJ/2016) Determinado servidor do Ministério Público teve sua aposentadoria deferida
pela Administração Superior e recebeu os respectivos proventos por pouco mais de 4 (quatro) anos. Ato
contínuo, soube que o respectivo processo administrativo estava prestes a ser examinado pelo Tribunal
de Contas. Em relação a esse caso concreto, é correto afirmar que:
a) o registro da aposentadoria, no caso de irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas, pode ser
negado, não sendo necessária a observância do contraditório;
b) o deferimento da aposentadoria, pelo Ministério Público, consubstancia ato jurídico perfeito, que não
pode ser alterado;
c) o registro da aposentadoria não pode ser negado pelo Tribunal de Contas, isso sob pena de violar a
autonomia administrativa do Ministério Público;
d) a aposentadoria, enquanto direito social, somente pode ser alterada pelo Poder Judiciário, não pelo
órgão concedente ou pelo Tribunal de Contas;
e) o registro da aposentadoria, pelo Tribunal de Contas, é prática que não encontra sustentação nas regras
e nos princípios constitucionais.
Comentário:
Inicialmente, devemos saber que a Constituição Federal determina que compete ao Tribunal de Contas da
União “apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
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administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório” (CF, art. 71, III).
Portanto, após a concessão inicial da aposentadoria, o ato depende de prévia manifestação do Tribunal de
Contas correspondente, uma vez que tal ato constitui, segundo o STF, ato administrativo complexo, ou seja,
somente se aperfeiçoa com o registro realizado pela Corte de Contas.
Ademais, a questão exige o conhecimento da Súmula Vinculante 3 do STF, que dispõe o seguinte: “Nos
processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado,
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.
Dessa forma, na apreciação dos atos de registro, não há, como regra, o contraditório. Existem exceções,
mas isso não invalida a questão. Logo, o nosso gabarito é a alternativa A.
Gabarito: alternativa A.
Comentário:
O art. 71, III, da Constituição Federal, outorga ao Tribunal de Contas da União a competência para “apreciar,
para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório”.
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Portanto, é o TCU (na União) e os demais Tribunais de Contas (nos estados e municípios) que realizam o
registro dos atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadorias, reformas e pensões, com as
ressalvas constantes no próprio art. 71, III.
Com efeito, o ato de concessão de aposentadoria é considerado, pelo STF, como ato administrativo
complexo, uma vez que somente se aperfeiçoa com o registro do ato perante o Tribunal de Contas (STF,
MS 24.997). Quer dizer, trata-se, para o STF, de um único ato, mas que necessita da conjugação de vontade
de dois ou mais diferentes órgãos ou autoridades.
Dessa forma, um ato de concessão de aposentadoria somente torna-se perfeito com o registro na Corte de
Contas (alternativa E).
As opções A e B estão incorretas, uma vez que há registro e ele ocorre no Tribunal de Contas. A alternativa
C, por outro lado, está incorreta, pois a análise do título de aposentadoria busca aferir a legalidade do ato.
Por fim, a letra D está incorreta, uma vez que, além do Judiciário, a própria Administração (de ofício ou por
provocação/determinação) tem a competência para anular ato de aposentadoria tido como ilegal. Vale
reforçar que o Tribunal de Contas não possui essa competência (declarar a nulidade), mas pode determinar
que a autoridade administrativa proceda a anulação, sob pena de sanção (mas isso já é tema de controle
externo, rsrsrs!).
Gabarito: alternativa E.
Comentário:
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Gabarito: alternativa D.
28. (FGV/SEAD AP/2010) Com relação ao controle da administração pública, analise as alternativas a
seguir:
I. Controle concomitante é aquele que acompanha a realização de um ato para verificar a regularidade
de sua formação.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
Comentário:
I. Controle concomitante é aquele que acompanha a realização de um ato para verificar a regularidade de
sua formação.
O controle concomitante é aquele que ocorre durante o processo de formação do ato controlado, ou seja,
acompanha a sua realização – CORRETO;
O controle corretivo ou controle subsequente é aquele que é realizado após a conclusão do ato controlado,
tendo como objetivo corrigir eventuais defeitos, declarar sua nulidade ou dar-lhe eficácia – CORRETO;
Dessa forma, são verdadeiras as afirmações I e II, e nossa alternativa é a letra D (se somente as afirmativas
I e II estiverem corretas).
Gabarito: alternativa D.
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29. (FGV/ALEMA/2013) Existem diversos tipos e formas de controlar a Administração Pública, que
variam conforme o poder, órgão ou autoridade que o exercitará e o momento de sua efetivação.
A classificação das formas de controle se dará conforme
a) sua tipicidade, o motivo, ao aspecto controlado e à finalidade.
b) sua tipicidade, o momento do exercício, ao objeto, conteúdo e à amplitude.
c) sua origem, o momento do exercício, ao aspecto controlado e à amplitude.
d) sua origem, o motivo, ao objeto e conteúdo e à finalidade.
e) sua competência, o motivo, ao objeto e conteúdo e à amplitude.
Comentário:
Assim, correta a alternativa C (sua origem, o momento do exercício, ao aspecto controlado e à amplitude).
Gabarito: alternativa C.
30. (FGV/TJ AM/2013) A gestão da coisa pública, em razão de atender ao interesse de toda sociedade,
deve ser objeto de constante fiscalização.
Tendo por base a temática do controle sobre a Administração Pública, assinale a afirmativa correta.
a) Os responsáveis pelo controle interno devem comunicar irregularidades ao Tribunal de Contas sob pena
de responsabilidade solidária.
b) O controle sobre a Administração Pública será interno e externo, uma vez que na Constituição não há
previsão de instrumentos de controle popular.
c) O controle sobre a administração é essencialmente corretivo, não havendo controle prévio ou
concomitante.
d) O controle sobre a administração inclui a análise da conveniência e oportunidade de seus atos por parte
do poder judiciário.
e) O Poder Legislativo não realiza controle sobre a Administração Pública em razão da separação de
poderes.
Comentário:
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a) a responsabilidade solidária significa que o titular pelo controle interno pode ser condenado junto com
o responsável pela ilegalidade ou irregularidade. Ela é aplicada caso o responsável pelo controle interno
tenha conhecimento de alguma irregularidade ou ilegalidade e não dê conhecimento ao Tribunal de Contas
– CORRETO;
b) já vimos as várias classificações do controle. Dentre elas temos a classificação quanto à origem ou ao
posicionamento do órgão que o efetua, quais sejam (a) interno, (b) externo e (c) popular. Assim, a
sociedade civil também pode efetuar o controle – ERRADO;
d) diante de um ato ilegal, ilegítimo ou imoral, cabe ao Poder Judiciário anular o ato administrativo.
Contudo, não é possível analisar o mérito, ou seja, o juízo de conveniência e oportunidade do agente
público – ERRADO;
e) o controle da administração pública agirá em todos os poderes. Para tanto, podemos definir o controle,
segundo Maria Di Pietro, como “o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos
Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com
os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico”. Nessa linha, existem várias formas de
controle do Poder Legislativa sobre o Poder Executivo, a exemplo do julgamento das contas anuais do
Presidente da República (CF, art. 49, IX) – ERRADO.
Gabarito: alternativa A.
31. (FGV/SEAD AP/2010) O poder de sustação do Congresso Nacional em relação aos atos normativos
do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar é uma função do controle:
a) administrativo.
b) político.
c) de legalidade.
d) externo.
e) normativo.
Comentário:
O controle externo realizado pelo Poder Legislativo manifesta-se de duas maneiras: (a) controle político,
também chamado de controle parlamentar direto, que é aquele exercido diretamente pelo Congresso
Nacional, por suas Casas, pelas comissões parlamentares, ou diretamente pelos membros do Poder
Legislativo; (b) controle exercido pelo Tribunal de Contas (também chamado de controle parlamentar
indireto ou simplesmente controle técnico).
Muitas vezes, reserva-se o termo “controle externo” para a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial prevista nos artigos 70 e 71 da Constituição, realizados pelo Congresso Nacional
– como titular do controle externo – e pelo Tribunal de Contas da União, que possui competência próprias
e privativas prevista no art. 71.
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Assim, em que pese a sustação de ator normativos seja uma forma de controle externo, existe um termo
mais específico para denominá-la, que é o controle político.
Portanto, o poder de sustação do Congresso Nacional em relação aos atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar trata-se de controle político (opção B).
Gabarito: alternativa B.
Tendo em vista essa necessidade, assinale a alternativa que indica a forma como esse controle é exercido.
a) A Administração Pública sofre controle interno exercido exclusivamente pelo Poder Legislativo.
b) A Administração Pública em razão da separação de poderes não pode sofrer controle judicial.
c) O Poder Executivo exercerá controle externo da Administração Pública com auxílio do Tribunal de Contas.
d) O controle externo da Administração Pública segundo disposição constitucional será exercido pelo Poder
Judiciário com auxilio do Tribunal de Contas.
e) O controle externo da Administração Pública será exercido pelo Poder Legislativo com auxílio do Tribunal
de Contas.
Comentário:
De acordo com o art. 71 da Constituição Federal, o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União – opção E correta; opções C e D erradas. Vejamos as
outras duas opções:
a) o controle interno é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada,
no âmbito da própria Administração. Dessa forma, o controle realizado pelo Poder Executivo, Legislativo e
Judiciário, cada um sobre os seus respectivos serviços e agentes, é considerado interno – ERRADO;
b) a Constituição Federal admite formas de controle de um Poder sobre o outro, fundamentando o famoso
sistema de “freios e contrapesos” ou check and balances. Nessa linha, o Poder Judiciário pode exercer o
controle sobre a administração pública, desde que seja acionado para isso. Alguns instrumentos de controle
judicial são: mandato de segurança, ação popular, ação civil pública, etc. – ERRADO.
Gabarito: alternativa E.
33. (FGV/TJ AM/2013) A Administração Pública encontra‐se sujeita a várias formas de controle.
Com relação às formas de controle sobre a administração, assinale a afirmativa correta.
a) O controle judicial tem como principal função assegurar a legalidade da atuação da administração
pública.
b) O judiciário poderá rever o mérito administrativo quando esse se mostrar inconveniente ou inoportuno,
a critério do juiz.
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c) A palavra final sobre as contas do chefe do executivo em todas as esferas federativas pertence ao
tribunal de contas que emite o parecer conclusivo sobre essas contas.
d) As decisões judiciais possibilitam a revogação e a anulação de atos da administração pública.
e) O legislativo apenas exerce controle prévio sobre a administração pública, o controle sobre a
administração é posteriormente exercido pelo tribunal de contas e pelo judiciário.
Comentário:
O controle judicial é um controle eminentemente de legalidade, permitindo somente a anulação dos atos
considerados ilegais (aí incluídos os ilegítimos e imorais). Todavia, por meio do controle judicial, não é
possível controlas o mérito administrativo, isto é, o juízo de conveniência e oportunidade do agente
público. Por conseguinte, uma decisão judicial só poderá anular um ato ilegal, mas jamais poderá revogar
um ato legítimo por motivo de conveniência e oportunidade.
A partir dessas considerações, podemos perceber que a opção A está correta, enquanto as alternativas B e
D estão erradas, pois não é possível rever o mérito nem revogar ato administrativo por meio de controle
judicial.
→ Tribunal de Contas: aprecia as contas prestadas anualmente pelo chefe do Poder Executivo, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento (CF, art. 71,
I);
→ Poder Legislativo: julga as contas prestadas anualmente pelo chefe Poder Executivo (CF, art. 49, IX).
Assim, exclusivamente para o chefe do Poder Executivo, o Tribunal de Contas não julga, mas apenas emite
parecer prévio. Portanto, a “palavra final” cabe ao Poder Legislativo. Logo, a opção C está errada.
Para os demais administradores, porém, o Tribunal efetivamente julga as contas (CF, art. 71, II) – nesses
casos, a decisão final é do Tribunal de Contas.
Por fim, o erro na opção E é que o legislativo pode exercer controle prévio, concomitante e posterior.
Vejamos alguns exemplos de controle legislativo:
→ prévio: aprovação, pelo Senado Federal, da pessoa indicada para dirigente do Banco Central;
→ concomitante: fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder
Executivo, incluídos os da administração indireta (CF, art. 49, X);
→ posterior: julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República (art. 49, IX).
Gabarito: alternativa A.
34. (FGV/SEFAZ RJ/2011) A respeito dos sistemas de controle da administração pública, analise as
afirmativas a seguir:
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II. A aplicação das sanções decorrentes da prática de ato de improbidade administrativa independe da
aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas competente.
III. De acordo com a lei de processo administrativo do Estado do Rio de Janeiro, a revogação de atos
administrativos por motivo de conveniência e oportunidade deve respeitar direitos adquiridos;
entretanto, como se trata de desfazimento do ato por razões de mérito, não se oferece ao beneficiário a
oportunidade de manifestar-se previamente à revogação.
Assinale
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
c) se apenas a afirmativa II estiver correta.
d) se apenas a afirmativa III estiver correta.
e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
Comentário:
É isso mesmo. Caso os responsáveis pelo controle interno tomem conhecimento de qualquer irregularidade
ou ilegalidade, devem dar ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária (CF, art.
74, §1º), ou seja, podem ser condenados junto com o responsável pela ilegalidade ou irregularidade –
CORRETO;
II. A aplicação das sanções decorrentes da prática de ato de improbidade administrativa independe da
aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas competente.
III. De acordo com a lei de processo administrativo do Estado do Rio de Janeiro, a revogação de atos
administrativos por motivo de conveniência e oportunidade deve respeitar direitos adquiridos; entretanto,
como se trata de desfazimento do ato por razões de mérito, não se oferece ao beneficiário a oportunidade
de manifestar-se previamente à revogação.
Apesar de a questão abordar especificamente a Lei de Processo Administrativo do Rio de Janeiro, podemos
responder este item de forma geral, utilizando a Súmula 473 do STF:
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Súmula 473:A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial. (Grifos nossos)
Com efeito, a Lei de Processo Administrativo do Rio de Janeiro (Lei Estadual 5.427/2009) determina que ao
beneficiário do ato deverá ser assegurada a oportunidade para se manifestar previamente à anulação ou
revogação do ato:
Art. 51. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade,
e pode, respeitados os direitos adquiridos, revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade.
Gabarito: alternativa A.
O controle feito em âmbito administrativo por outra pessoa jurídica distinta daquela de onde precede o
ato, é denominado
a) Controle Judicial.
b) Controle Externo.
c) Controle de Legalidade.
d) Controle Hierárquico.
e) Controle Tutelar.
Comentário:
Essa questão é daquelas altamente capciosas. Vimos que parte da doutrina considera o controle realizado
pela Administração Direta sobre a Indireta como forma de controle externo (Carvalho Filho e Di Pietro).
Outros autores, no entanto, tratam como se fosse controle interno (Alexandrino e Paulo). Há ainda uma
terceira corrente, defendida por Celso Antônio Bandeira de Mello que fala em “controle interno exterior”.
Nessa questão, devemos observar que o controle é realizado por outra pessoa jurídica distinta daquela
onde precede o ato, logo é o controle da Administração Direta sobre as entidades administrativas
(Administração Indireta), pois são pessoas jurídicas distintas. Esse controle é chamado de controle
finalístico, tutela ou supervisão ministerial. Logo, podemos ver que a definição se enquadra na opção E:
controle tutelar.
Devemos observar, ademais, que o enunciado mencionou “pessoa jurídica distinta”, o que não deve ser
confundido com “poderes distintos” ou “um Poder sobre o outro”.
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Além disso, podemos ver que a FGV desconsiderou a doutrina que classifica o controle finalístico (tutelar)
como forma de controle externo. Assim, o item até poderia ser anulado, mas, como não foi, podemos ver
uma tendência da banca em considerar o controle da administração direta sobre a indireta como uma
modalidade de controle interno. Não podemos ter 100% de certeza nisso, pois não foi uma afirmação
direta, mas vemos uma tendência!
Gabarito: alternativa E.
Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/
@profherbertalmeida
/profherbertalmeida
/profherbertalmeida
/profherbertalmeida e /controleexterno
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3. (FGV – Prefeitura de Salvador - BA/2019) Determinado Município do Estado da Bahia, por meio
de sua Secretaria Municipal de Meio Ambiente, exerce o controle finalístico sobre a autarquia municipal
de meio ambiente, para verificar se a entidade está cumprindo as disposições definidas na lei específica
que a criou.
A hipótese em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, trata do controle por
a) subordinação, eis que praticado por autoridade hierarquicamente superior, entre órgãos e agentes de
uma mesma pessoa jurídica da Administração Pública.
b) legalidade, eis que praticado por autoridade hierarquicamente superior, entre órgãos e agentes de uma
mesma pessoa jurídica da Administração Pública.
c) hierarquia, eis que praticado pela Administração Direta sobre uma entidade centralizada, que tem a
obrigação de prestar contas sobre o cumprimento de suas obrigações estatutárias.
d) vinculação, eis que praticado pela Administração Direta sobre uma entidade descentralizada, não se
caracterizando como subordinação hierárquica, mas tão somente uma espécie de supervisão.
e) extensão, eis que praticado pela Administração Direta sobre a Indireta, mediante controle externo
exercido por um poder em relação aos atos administrativos praticados por outro poder do Estado.
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a) não se submete a controle por parte do Poder Executivo, em razão do princípio da soberania das decisões
judiciais;
b) não se submete a controle por parte dos Poderes Legislativo e Executivo, em razão do princípio da
separação dos Poderes;
c) não se submete a controle por parte do Poder Legislativo, que desempenha apenas atividade de
elaboração de leis;
d) se submete a controle por parte dos Poderes Executivo e Legislativo, em razão do sistema de freios e
contrapesos;
e) se submete a controle contábil, financeiro e orçamentário, por parte do Poder Executivo, por meio do
Tribunal de Contas.
5. (FGV/MPE AL/2018) João, tão logo tomou posse no cargo de Prefeito Municipal, foi informado
pelo seu principal assessor que os atos da sua administração estariam sujeitos ao controle político e
financeiro do Poder Legislativo.
Sobre a referida informação, considerando a ordem jurídica brasileira, assinale a afirmativa correta.
a) Está parcialmente certa, pois o Legislativo exerce o controle político e, o Tribunal de Contas, o financeiro.
b) Está errada, pois não existe controle político e o controle financeiro é exercido pelo Tribunal de Contas.
c) Está errada, pois a separação dos poderes impede que qualquer Poder controle os atos do Executivo.
d) Está certa, pois o Legislativo, por imperativo constitucional, exerce os referidos controles.
e) Está parcialmente certa, pois o Legislativo só exerce o controle político, não o financeiro.
6. (FGV/TJ AL/2018) O controle da administração pública pode ser conceituado como o conjunto de
mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão
da atividade administrativa em qualquer das esferas de poder.
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10. (FGV/MPE BA/2017) A Constituição da República de 1988, por um lado, assegurou ao Ministério
Público autonomia funcional e administrativa e, por outro, estabeleceu um conjunto de instrumentos
definidos no ordenamento jurídico para sua fiscalização.
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13. (FGV/MPE-RJ/2016) João, Deputado Estadual, fez inflamado discurso na Assembleia Legislativa a
respeito da necessidade de serem fiscalizados certos atos praticados pelo Governador do Estado, os
quais, no seu entender, eram intensamente prejudiciais ao interesse público. Ao final do discurso, foram
travados intensos debates a respeito dos limites da atuação do Poder Legislativo e das demais estruturas
de poder. Diante da narrativa acima, é correto afirmar que:
a) em respeito ao princípio da separação dos poderes, um Poder não está autorizado a fiscalizar os atos de
outro;
b) a fiscalização do Poder Executivo somente é realizada pelo Tribunal de Contas;
c) o Poder Legislativo, além de legislar, pode fiscalizar os atos do Executivo;
d) somente o Poder Judiciário, mediante provocação do legítimo interessado, pode fiscalizar o Executivo;
e) apenas o Ministério Público está autorizado a fiscalizar os atos do Poder Executivo.
14. (FGV/IBGE/2016) O direito positivo confere a agentes públicos uma série de poderes
administrativos que consistem em prerrogativas de direito público que permitem ao Estado alcançar seus
fins. Ao lado de tais poderes, o ordenamento jurídico também estabelece certos deveres que precisam
ser cumpridos pelos administradores públicos. Dentre esses deveres, de acordo com a doutrina de Direito
Administrativo, destaca-se o dever de:
a) improbidade, segundo o qual a atuação do Administrador deve, em qualquer hipótese, pautar-se pelos
princípios da honestidade e moralidade, quer em face dos administrados, quer em face da própria
Administração;
b) prestar contas, segundo o qual o Administrador deve prestar contas internamente, aos órgãos internos
de controle, e externamente, ao Poder Legislativo, por meio dos Tribunais de Contas;
c) agir vinculadamente, segundo o qual o Administrador está adstrito ao princípio da legalidade, de maneira
que lhe é vedado fazer juízo de valor sobre a oportunidade e conveniência para escolha de políticas
públicas;
d) discricionariedade, segundo o qual o Administrador possui liberdade total para decidir, de acordo com o
interesse público, sobre a destinação do orçamento público;
e) hierarquia, segundo o qual o Administrador deve se submeter a todas as decisões provenientes do Poder
Judiciário, diante do escalonamento de poderes da República previsto na Constituição.
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e) não estão sujeitas a qualquer controle externo dos Poderes Executivo ou Legislativo, mas são controladas
pelo Poder Judiciário, pelo princípio do acesso à justiça.
16. (FGV/TJ-PI/2015) Em matéria de controle da Administração Pública, o controle externo dos atos
praticados pelo Poder Executivo por parte do Poder Judiciário:
a) se restringe à analise da legalidade dos atos, eis que ao Poder Judiciário, em regra, é vedada a análise do
mérito dos atos administrativos;
b) abrange o controle de legalidade e de mérito dos atos administrativos, podendo o Judiciário, em regra,
respectivamente, anular os ilegais e revogar os inoportunos ou inconvenientes;
c) abrange o controle de legalidade e de mérito dos atos administrativos, podendo o Judiciário,
respectivamente, anular os inoportunos ou inconvenientes e revogar os ilegais;
d) se restringe à analise do mérito dos atos, eis que ao Poder Judiciário, em regra, é vedada a análise da
legalidade formal dos atos administrativos;
e) é o mais amplo possível, cabendo ao Judiciário, em última instância, analisar o acerto da
discricionariedade administrativa e da legalidade formal dos atos, em respeito ao princípio da
inafastabilidade do controle jurisdicional.
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a) procedente, porque a revogação da cessão é ato administrativo discricionário e, por tal razão, o Poder
Judiciário, em regra, pode controlar o seu mérito e concluir, pelo princípio da proporcionalidade, que a
contribuição do servidor cedido à Câmara, no caso concreto, é mais importante que a alegação de
necessidade de pessoal no executivo;
b) procedente, porque a revogação da cessão é ato administrativo vinculado e, por tal razão, o Poder
Judiciário pode controlar o seu mérito e concluir que deve ser respeitado o direito subjetivo do servidor de
permanecer cedido até o prazo final previsto na portaria (01/06/16), pela aplicação da teoria dos motivos
determinantes;
c) procedente, porque a revogação da cessão é ato administrativo discricionário e, por tal razão, o Poder
Judiciário, em regra, pode controlar o seu mérito e concluir que deve ser respeitado o direito subjetivo do
servidor de permanecer cedido até o prazo final previsto na portaria (01/06/16), pela aplicação do princípio
da inafastabilidade do controle jurisdicional;
d) improcedente, porque a revogação da cessão é ato administrativo discricionário e, por tal razão, o Poder
Judiciário, em regra, deve controlar apenas a sua legalidade (e não o seu mérito) e o Prefeito pode revogar
a cessão antes do prazo final, por motivos de oportunidade e conveniência, que atendam ao interesse
público;
e) improcedente, eis que, apesar de a revogação da cessão ser um ato administrativo vinculado e, por isso,
tanto a Administração quanto o Poder Judiciário, podem analisar o seu mérito, revisando os valores de
oportunidade e conveniência na manutenção do ato, na hipótese em tela deve ser respeitada a supremacia
do Poder Executivo.
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artesiano que teria se tornada imprópria para o consumo, em razão da contaminação do lençol freático
pelo chorume produzido no aterro. Assim, em abril de 2016, Maria impetrou mandado de segurança
pretendendo a paralisação da operação do aterro, apontando como autoridades coatoras o Prefeito e o
Secretário Municipal de Meio Ambiente e requereu a realização de perícia ambiental. A petição inicial
foi indeferida liminarmente pelo juízo de primeiro grau de jurisdição e Maria interpôs recurso de
apelação. Instado a se manifestar no processo sobre o recurso, o Procurador de Justiça que atua junto à
Câmara Cível deverá ofertar parecer no sentido da:
a) reforma da decisão, eis que Maria é parte legítima para proteger seu direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, diante da ilegalidade dos agentes públicos por causarem
dano ambiental, que será comprovado no curso da instrução processual;
b) reforma da decisão, eis que a lesão sofrida por Maria se protrai no tempo, razão pela qual não se operou
o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias e os danos difusos ambientais serão comprovados no curso
da instrução processual;
c) manutenção da decisão, eis que já se operou o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias, contados
a partir da data em que o aterro sanitário entrou em operação, razão pela qual deverá Maria ingressar com
uma ação ordinária;
d) manutenção da decisão, eis que Maria não ostenta legitimidade ativa para figurar como impetrante em
mandado de segurança que tem como causa de pedir dano ambiental, devendo o Ministério Público
assumir o polo ativo da demanda;
e) manutenção da decisão, eis que faltou um dos requisitos legais do remédio constitucional, qual seja, o
direito líquido e certo com prova pré-constituída da ilegalidade, pois a comprovação do dano ambiental
demanda dilação probatória.
21. (FGV/MPE-RJ/2016) Promotor de Tutela Coletiva instaurou inquérito civil público para apurar a
legalidade da delegação pelo Município à determinada sociedade empresária da prestação do serviço
público de transporte coletivo municipal de passageiros. No curso das investigações, restou comprovado
que o contrato administrativo firmado para tal fim não foi precedido de licitação, mas a tarifa cobrada
dos usuários tem preço módico. Dessa forma, deverá o Promotor:
a) arquivar o inquérito civil, diante da autonomia da vontade das partes contratantes e da modicidade da
tarifa, que demonstram não haver prejuízo ao interesse público;
b) arquivar o inquérito civil em relação à sociedade empresária, diante da modicidade da tarifa, e ajuizar
ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação por tomada de preços para delegação do
serviço público;
c) ajuizar ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação, na modalidade concorrência, para
concessão do serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros;
d) ajuizar ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação, na modalidade tomada de preços,
para permissão do serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros;
e) ajuizar ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação, para delegação na modalidade
autorização do serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros.
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24. (FGV/TJ RO/2015) Em tema de controle da Administração Pública, é correto afirmar que o Poder
Judiciário se submete ao sistema de controle:
a) interno (como aquele feito por meio de auditoria contábil do próprio Tribunal), mas não se sujeita a
controle externo, pelo princípio da supremacia do Poder Judiciário;
b) interno (como aquele exercido pela Corregedoria sobre os atos dos serventuários da Justiça) e controle
externo (como aquele praticado pelo Tribunal de Contas);
c) interno (como aquele exercido pelo Conselho da Magistratura), mas não se sujeita a controle externo,
pelo princípio da separação dos poderes;
d) interno (como aquele exercido pelo Tribunal de Contas) e controle externo (como aquele praticado pelo
Conselho Nacional de Justiça);
e) interno (como aquele exercido pelo Conselho Nacional de Justiça) e controle externo (como aquele
praticado pelo Conselho Nacional do Ministério Público).
25. (FGV/MPE-RJ/2016) Determinado servidor do Ministério Público teve sua aposentadoria deferida
pela Administração Superior e recebeu os respectivos proventos por pouco mais de 4 (quatro) anos. Ato
contínuo, soube que o respectivo processo administrativo estava prestes a ser examinado pelo Tribunal
de Contas. Em relação a esse caso concreto, é correto afirmar que:
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a) o registro da aposentadoria, no caso de irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas, pode ser
negado, não sendo necessária a observância do contraditório;
b) o deferimento da aposentadoria, pelo Ministério Público, consubstancia ato jurídico perfeito, que não
pode ser alterado;
c) o registro da aposentadoria não pode ser negado pelo Tribunal de Contas, isso sob pena de violar a
autonomia administrativa do Ministério Público;
d) a aposentadoria, enquanto direito social, somente pode ser alterada pelo Poder Judiciário, não pelo
órgão concedente ou pelo Tribunal de Contas;
e) o registro da aposentadoria, pelo Tribunal de Contas, é prática que não encontra sustentação nas regras
e nos princípios constitucionais.
28. (FGV/SEAD AP/2010) Com relação ao controle da administração pública, analise as alternativas a
seguir:
I. Controle concomitante é aquele que acompanha a realização de um ato para verificar a regularidade
de sua formação.
Assinale:
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29. (FGV/ALEMA/2013) Existem diversos tipos e formas de controlar a Administração Pública, que
variam conforme o poder, órgão ou autoridade que o exercitará e o momento de sua efetivação.
A classificação das formas de controle se dará conforme
a) sua tipicidade, o motivo, ao aspecto controlado e à finalidade.
b) sua tipicidade, o momento do exercício, ao objeto, conteúdo e à amplitude.
c) sua origem, o momento do exercício, ao aspecto controlado e à amplitude.
d) sua origem, o motivo, ao objeto e conteúdo e à finalidade.
e) sua competência, o motivo, ao objeto e conteúdo e à amplitude.
30. (FGV/TJ AM/2013) A gestão da coisa pública, em razão de atender ao interesse de toda sociedade,
deve ser objeto de constante fiscalização.
Tendo por base a temática do controle sobre a Administração Pública, assinale a afirmativa correta.
a) Os responsáveis pelo controle interno devem comunicar irregularidades ao Tribunal de Contas sob pena
de responsabilidade solidária.
b) O controle sobre a Administração Pública será interno e externo, uma vez que na Constituição não há
previsão de instrumentos de controle popular.
c) O controle sobre a administração é essencialmente corretivo, não havendo controle prévio ou
concomitante.
d) O controle sobre a administração inclui a análise da conveniência e oportunidade de seus atos por parte
do poder judiciário.
e) O Poder Legislativo não realiza controle sobre a Administração Pública em razão da separação de
poderes.
31. (FGV/SEAD AP/2010) O poder de sustação do Congresso Nacional em relação aos atos normativos
do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar é uma função do controle:
a) administrativo.
b) político.
c) de legalidade.
d) externo.
e) normativo.
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Tendo em vista essa necessidade, assinale a alternativa que indica a forma como esse controle é exercido.
a) A Administração Pública sofre controle interno exercido exclusivamente pelo Poder Legislativo.
b) A Administração Pública em razão da separação de poderes não pode sofrer controle judicial.
c) O Poder Executivo exercerá controle externo da Administração Pública com auxílio do Tribunal de Contas.
d) O controle externo da Administração Pública segundo disposição constitucional será exercido pelo Poder
Judiciário com auxilio do Tribunal de Contas.
e) O controle externo da Administração Pública será exercido pelo Poder Legislativo com auxílio do Tribunal
de Contas.
33. (FGV/TJ AM/2013) A Administração Pública encontra‐se sujeita a várias formas de controle.
Com relação às formas de controle sobre a administração, assinale a afirmativa correta.
a) O controle judicial tem como principal função assegurar a legalidade da atuação da administração
pública.
b) O judiciário poderá rever o mérito administrativo quando esse se mostrar inconveniente ou inoportuno,
a critério do juiz.
c) A palavra final sobre as contas do chefe do executivo em todas as esferas federativas pertence ao
tribunal de contas que emite o parecer conclusivo sobre essas contas.
d) As decisões judiciais possibilitam a revogação e a anulação de atos da administração pública.
e) O legislativo apenas exerce controle prévio sobre a administração pública, o controle sobre a
administração é posteriormente exercido pelo tribunal de contas e pelo judiciário.
34. (FGV/SEFAZ RJ/2011) A respeito dos sistemas de controle da administração pública, analise as
afirmativas a seguir:
II. A aplicação das sanções decorrentes da prática de ato de improbidade administrativa independe da
aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas competente.
III. De acordo com a lei de processo administrativo do Estado do Rio de Janeiro, a revogação de atos
administrativos por motivo de conveniência e oportunidade deve respeitar direitos adquiridos;
entretanto, como se trata de desfazimento do ato por razões de mérito, não se oferece ao beneficiário a
oportunidade de manifestar-se previamente à revogação.
Assinale
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
c) se apenas a afirmativa II estiver correta.
d) se apenas a afirmativa III estiver correta.
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O controle feito em âmbito administrativo por outra pessoa jurídica distinta daquela de onde precede o
ato, é denominado
a) Controle Judicial.
b) Controle Externo.
c) Controle de Legalidade.
d) Controle Hierárquico.
e) Controle Tutelar.
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4 GABARITO
5 REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro:
Método, 2011.
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.
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