Auditoria de Custos
Auditoria de Custos
Auditoria de Custos
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
2 AUDITORIA ................................................................................................ 5
4.1 Nacionais............................................................................................ 13
5 CUSTOS ................................................................................................... 15
9 TESTES .................................................................................................... 28
10.3 Conteúdo......................................................................................... 33
10.4 Estrutura.......................................................................................... 34
12 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
4
2 AUDITORIA
Fonte: meuamigocontador.com.br
A palavra auditoria, segundo Basso (2005, p. 93), “em Latim, quer dizer “alguém
que ouve e pensa, que tem a função de informar a um tribunal sobre a legalidade dos
atos”, e o “termo auditor, [...] “aquele que ouve”, ou “ouvinte”, [...] aquele que daria
opinião sobre algo que comprovou ser verdade ou não. ” (SÁ, 2002, p. 21).
Com o crescimento do mercado de auditoria ao longo dos anos, muitos nichos
importantes foram explorados. Neste contexto, dois principais escopos no mercado
de auditoria surgiram. Na Itália do século XV, os primeiros auditores surgiram através
do trabalho excepcional como guarda-livros, que trabalhavam para os mercadores da
época.
Dentre os vários conceitos de auditoria, destaca-se o de Sá (1998, p.25), o qual
afirma que a auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos
registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração
contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões críticas e orientações sobre
situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer
ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.
Franco (1992, p.22), por sua vez, define auditoria como, a técnica contábil que
através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de
registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações,
relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade – objetiva obter elementos
de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo
5
com os princípios fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstrações
contábeis dele decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira
do patrimônio, os resultados de período administrativo examinado e as demais
situações nela demonstradas.
Segundo Jund (2001, p. 5), Apesar de formalmente organizada em 26 de março
de 1957, quando formado o Instituto de Contadores Públicos no Brasil, em São Paulo,
a auditoria foi oficialmente reconhecida apenas em 1968, por ato do Banco Central do
Brasil. O fortalecimento da atividade, todavia, ocorreu em 1972, por regulamentações
do Banco Central do Brasil, Conselho Federal de Contabilidade e pela Formação de
um órgão nacional para congregação e autodisciplinação dos profissionais, o Instituto
dos Auditores Independentes do Brasil.
Ao longo dos anos, com a regulamentação da profissão, surgiram empresas
especializadas, ocupando o nicho de serviços de auditorias independentes. Para
regulamentar esse trabalho, foi necessária a criação de regras e padrões. Nasciam,
então, os principais órgãos vinculados à profissão de auditoria.
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Conforme MATTOS (2016), o trabalho do auditor interno e do auditor externo,
na maioria das vezes, tem focos diferentes, no entanto, em ambos os campos de
atuação os trabalhos devem ser pautados por compromisso ético, dedicação e técnica
que requer a profissão de auditor. Em determinados casos, os trabalhos dos auditores
internos e externos podem ser compartilhados com os auditores externos, o que
demonstra que, do ponto de vista técnico, as profissões se assemelham.
Ainda de acordo com MATTOS (2016), a auditoria interna é uma área de staff
dentro da empresa, trata-se de uma equipe de auditores que possui vínculo
empregatício com a empresa e trabalha a serviço da alta administração. Ainda que o
auditor interno faça parte do quadro laboral da empresa, seu trabalho precisa ser
realizado com maior grau de independência possível, ou seja, a área de auditoria deve
se reportar para o mais alto nível hierárquico da empresa, para que toda e qualquer
inconformidade seja devidamente levada a conhecimento da alta administração.
Além disso, outros dois fatores são de extrema importância no trabalho da
auditoria interna:
Periodicidade dos testes: a equipe de auditores internos trabalha em tempo
integral dentro de uma única empresa, os trabalhos de averiguações de áreas
e controles-chave acontecem com maior frequência.
Profundidade dos testes: os testes feitos pela auditoria interna tendem a ser
realizados com excelente nível técnico, pois além dos conhecimentos básicos
da profissão de auditor, a equipe interna, geralmente, tem grande
conhecimento dos processos e normas da empresa e conseguem fornecer
excelente cobertura aos riscos dos negócios no qual operam.
De acordo com Paula (1999, p.40), a auditoria interna é importante para a
entidade porque:
Uma equipe de auditoria interna, para gerar valor para à empresa, precisa estar
apta a realizar diferentes tipos de auditoria. Precisa ter conhecimento sobre normas
técnicas e práticas de mercado relativas à contabilidade, para poder averiguar os
dados contábeis e acompanhar o trabalho de auditoria interna. Também necessita
conhecer as diretrizes operacionais internas, bem como detalhes dos processos para
realizar trabalhos operacionais, contribuindo, assim, com a identificação de riscos e
melhoria contínuas. Além disso, precisa ter habilidade técnica para conduzir auditorias
de gestão, além de apoiar a empresa em projetos e reestruturações.
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Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras
operacionais e os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e comunicar
estas informações;
Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às políticas,
planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre
operações e relatórios, e determinar se a organização está em conformidade
com as diretrizes;
Examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário,
comprovar sua existência real;
Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e econômica;
Examina operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis
com os planos e se estas operações e estes programas são executados de
acordo com o que foi planejado; e
Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas
as providências necessárias a respeito de suas descobertas.
Por vezes, a auditoria interna acaba prestando serviços de consultoria para as
mais variadas áreas da empresa, pois antes de os gestores das referidas áreas
tomarem uma decisão estratégica, acabam consultado a auditoria interna com o intuito
de averiguar os reflexos das ações desejadas em outras áreas da empresa ou até
mesmo em termos de compliance das normas externas. Porém, cabe salientar que a
auditoria interna não tem poder de decisão sobre os processos, apenas faz
recomendações baseadas em aspectos técnicos.
Os trabalhos de auditoria interna são baseados em princípios éticos,
procedimentos técnicos e metodologia, como descritos a seguir:
Testes de observância: visam à obtenção de uma segurança razoável quanto
aos controles internos estabelecidos pela administração, se estão em efetivo
funcionamento e, inclusive, quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da
entidade.
Teste substantivos: visam à obtenção de evidência quanto à suficiência,
exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informações da
entidade.
Papéis de trabalho: são compostos por evidências (documentos) e
apontamentos feitos pelo auditor ao longo do trabalho, visando a amparar as
informações citadas em seu parecer.
9
3.2 Auditoria externa
4.1 Nacionais
13
O IIA Brasil tem como preocupações promover o valor dos auditores internos
nas organizações, proporcionar condições para o desenvolvimento e a capacitação
dos executivos do setor e, ainda, disseminar o papel desse profissional no mercado.
4.2 Internacionais
5 CUSTOS
Fonte:blbbrasil.com.br
Santos, (2018) destaca que mesmo as empresas que fazem uso das
informações dos custos podem sofrer ameaças. Isso ocorrerá se os gestores não
utilizarem essas informações de modo apropriado para a tomada de decisão.
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Ao tomarem decisões sobre produtos, preço e redução de custos, que são de
extrema relevância para qualquer organização, os gestores dependem da execução
do controle total e eficaz relativa aos custos, já que, por meio de tais informações, é
possível verificar a conduta dos gestores nas ações desempenhadas pela entidade.
A contabilidade de custos é utilizada na tomada de decisão devido à sua
precisão na apuração, à análise e à apresentação das informações, proporcionando
análise e controle dos custos unitários. Dessa forma, os gestores podem tomar
decisões relevantes e ágeis que coloquem a organização à frente das suas
concorrentes no mercado de forma competitiva, proporcionando, assim, a
maximização da lucratividade.
Diante da concorrência do mercado e da globalização, torna-se indispensável
o gerenciamento dos custos para garantir que a organização tenha continuidade com
lucratividade no mercado em que está inserida.
A importância da contabilidade de custos para os gestores na tomada de
decisão de acordo com Bruni e Famá (2004 apud SANTOS , 2018).
Tomada de decisão - O gestor decide pelas informações dos custos sobre a
população, envolvendo o quê, quanto, como e quando produzir, tomando
decisões sobre a formação de preços e sobre a escolha entre produção própria
ou terceirização.
Controle - A aplicação dos custos permite o monitoramento das operações e
dos recursos, como estoques, modificação dos padrões e orçamentos e análise
entre o previsto e o realizado.
Definição do lucro - Aplicando dados reais do registro convencionais contábeis,
procedendo de modo diferente, fazendo com que sejam mais úteis à gestão da
empresa.
Assim podemos concluir que o gestor faz uso das informações dos custos para
decidir sobre a expansão da produção de um bem ou serviço.
É possível que algumas vezes também seja preciso decidir sobre comprar um
produto para revenda ou produzi-lo, o que também implica decisões importantes que
dependem da análise dos custos que acarretarão sobre o processo.
16
6 AS TERMINOLOGIAS USADAS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS
17
Custo: significa um gasto que a organização possui relacionado ao bem ou
serviço usado na produção de outros bens e serviços.
O custo também corresponde a um gasto, porém, é identificado como custo no
instante da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), a fim de produzir um
bem ou cumprir um serviço.
Exemplos:
A matéria-prima corresponde a um gasto na sua aquisição, que posteriormente
se transforma em investimento, ficando assim durante o tempo da sua estocagem. No
instante da sua utilização na produção de um bem, surge o custo da matéria-prima,
que se refere a uma parte complementar do bem que foi produzido. Desse modo, o
bem produzido é um novo investimento.
A energia elétrica é um gasto quando adquirida, porém, passa a ser custo
devido ao seu uso, fazendo parte do valor agregado ao custo do produto.
A máquina resultou de um gasto quando foi adquirida, passando a ser um
investimento e, parceladamente, transformando-se em custo, por intermédio da
depreciação, conforme for usada no processo de produção.
Despesa: são todos os gastos que a entidade possui com bens e serviços e
que não são usados nas atividades de produção. São bens e serviços
consumidos, de forma direta ou indireta, a fim de obter receitas.
Entende-se que quase todas as despesas da empresa foram ou são gastas.
No entanto, existem gastos que não são transformados em despesas.
Diversos gastos são imediatamente transformados em despesas, já outros
passam pela etapa de custos, existindo também os que passam por todo o processo,
dessa forma, passando pelas etapas de investimento, custo e depois despesa.
Exemplos:
Salários e encargos dos colaboradores da área de vendas e do administrativo,
energia elétrica do escritório, aluguel e seguro correspondente ao prédio onde
funciona o administrativo, depreciação dos equipamentos do escritório.
Perda: representa um gasto proposital oriundo de elementos externos
acidentais. Considera-se a perda como sendo da mesma natureza das
despesas, sendo contabilizada de forma direta contra o resultado do
período.
A perda não deve ser confundida com a despesa, nem com o custo, a diferença
fica evidente devido à sua característica de remeter a uma eventualidade e ser
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instintiva, dessa forma, não representando um sacrifício que possui o intuito de
adquirir receitas.
As perdas se referem a itens que vão diretamente para as contas de resultado,
do mesmo modo que as despesas. É habitual o uso da expressão perdas de materiais
na elaboração de bens e serviços, no entanto, a maioria dessas perdas representa
um custo, considerando que são valores comprometidos de forma normal no processo
de produção, pertencendo a um sacrifício conhecido por antecipação, a fim de adquirir
um produto ou serviço e também à receita pretendida.
Diversas perdas de valores mais baixos são, na prática, normalmente avaliadas
dentro dos custos ou das despesas, sem sua divisão, sendo concedidas em virtude
do seu baixo valor. (SANTOS, 2018).
Fonte: blogdaqualidade.com.br
MATTOS, (2017) afirma que a avaliação dos riscos é uma das principais etapas
do processo de auditoria, pois, embora a empresa auditada já tenha constituída uma
matriz de riscos, o auditor deve iniciar o trabalho revisando, junto aos auditados, se
não há alterações relevantes no processo que culminaram na extinção ou criação de
novos riscos que não estavam previstos inicialmente na matriz. Em contrapartida,
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deve-se verificar a existência de controles internos, sejam eles formais ou informais,
que possam mitigar esses riscos. Alguns riscos são comuns a diversas empresas,
pois estão vinculados a processos chave para o funcionamento de uma estrutura de
pessoa jurídica, por exemplo, os riscos vinculados à área financeira, vendas, compras
e fiscal.
MATTOS, (2017) ressalta que na área financeira, existem riscos de
manipulação de saldos bancários, de desvios de dinheiro, fraudes em baixa de títulos
de clientes e risco operacional por falhas nos processos de pagamentos, o que gera
passivos de juros indevidos.
O auditor deverá averiguar a existência de controles mitigatórios para esses
riscos e, não identificando mecanismos que mitiguem ou ao menos minimizem esses
riscos, deverá trabalhar fortemente em evidências que demonstrem a materialização
do risco. Caso essas evidências existam, deve demonstrar a empresa a importância
de controlar esses pontos chaves da área financeira, a fim de evitar reincidência de
perdas. Ao final do trabalho, o auditor deve recomendar a criação ou aprimoramento
desses controles.
Já em relação à área de vendas, compras e fiscal, há riscos de manipulação
nos cálculos de comissões para os vendedores, concessões comerciais indevidas,
concessões indevidas de adiantamento, compras superfaturadas ou sem
necessidade, além de sonegações fiscais. Para esses riscos, é preciso avaliar se
existem controles de acompanhamento ou revisão analítica de pagamentos de
comissões, segregação de função e estrutura hierárquica na aprovação de condições
comerciais diferenciadas e nas compras, bem como verificar a existência de
mecanismos de avaliação dos níveis de estoques antes de realizar compras e também
garantir que haja uma concorrência saudável entre os fornecedores.
Já na área fiscal, é recomendável a existência de um controle de conciliação
sobre o fluxo de notas de entradas e saída com as respectivas obrigações fiscais
sobre esses eventos. A exemplo do que ocorre com a área financeira, se não constatar
a falta de mecanismos semelhantes a estes, nas áreas que for realizar auditoria, há
forte tendência de encontrar desvios nos processos. Ao final do trabalho, o auditor
poderá recomendar a implantação desses controles, a fim de equilibrar a balança risco
x controles da empresa.
22
7.2 Walkthrough
23
7.3 Papéis de trabalho
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8 NORMAS APLICÁVEIS À AUDITORIA PÚBLICA
26
A auditoria no setor público, especificamente, é o conjunto de técnicas que
visa a avaliar a gestão pública e a aplicação de recursos públicos por
entidades de direito público e privado. Isso se dá mediante a confrontação
entre a situação encontrada e determinado critério técnico, operacional ou
legal. MATTOS, 2017.
9 TESTES
Fonte: portaldeauditoria.com.br
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deve-se respeitar outras variáveis, como cenários econômicos, segmento de atuação
e sazonalidades. Contudo, a lógica de alguns testes é semelhante,
independentemente das variáveis, pois, assim como em uma matriz de riscos e
sistemas de controles, existem áreas chaves e riscos chaves, portanto há testes para
verificar se ocorreu materialização dos riscos. Há alguns testes que podem ser
aplicados em trabalhos de auditorias para averiguar a existências de irregularidades
operacionais e, por vezes, identificar desvios éticos.
Iniciando pela área financeira, podemos observar que são inúmeros os testes
vinculados a essa área, porém alguns deles são bastante importantes e críticos, sendo
aplicados de forma geral. O primeiro deles está vinculado à avaliação de carteira de
clientes inadimplentes. O auditor deve avaliar se a carteira de clientes está sendo
devidamente monitorada e se todas as ações de cobrança estão ocorrendo
normalmente, pois pode estar ocorrendo fraudes e procrastinação intencional das
ações de cobrança, com objetivo de beneficiar um ou outro cliente. Além disso, pode
existir, também, um contas a receber fictício, ou seja, uma venda inexistente que está
registrada com a finalidade de inflar as receitas da empresa.
Por segundo, MATTOS , (2017) afirma ainda que dentro de um contexto de
recebíveis, deve-se avaliar se estão ocorrendo os registros e reconhecimentos de
provisão de devores duvidosos (PDD), pois a empresa pode estar manipulando a
qualidade de seu contas a receber, deixando de realizar as provisões de perdas para
os casos em que o aging list 1 de clientes excede os padrões estabelecidos pela
contabilidade da empresa. Outro teste que deve realizar é o teste de origem de
liquidações, ou seja, deve averiguar se os créditos utilizados para baixar as
duplicatas a receber, realmente possuem contrapartida em banco, ou se foram
baixados contra contas de despesas ou custos.
Já na parte de pagamentos, o auditor deve realizar uma avaliação nas notas
que foram pagas para averiguar se não foram realizados pagamentos em duplicidade,
ou sem entrada de notas. Deve-se ter muita atenção em relação aos pagamentos
manuais, ou seja, aqueles que não possuem documento fiscal atrelado, pois possuem
forte característica de fraude. Avalie toda a documentação e as aprovações dos
pagamentos. Extraia um relatório de adiantamentos e verifique se o fornecedor possui
histórico e volume de entregas adequadas para comportar o montante de
1 Aging list pode ser traduzido livremente como uma “lista de envelhecimento”. Ela é uma forma
de listar as informações das contas a pagar e receber da empresa em tabelas separadas por períodos.
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adiantamento que foi concedido e se os adiantamentos estão sendo devidamente
descontados com as entregas que o fornecedor emitiu após a concessão do recurso.
Analise os pagamentos e confira as datas das notas para validar se o regime de
competência está sendo devidamente respeitado, em adição, acione os principais
fornecedores para confirmação de saldos e, por fim, acompanhe os pagamentos
subsequentes para averiguar se não há manipulações de passivos.
Em relação à área comercial, MATTOS, (2017) afirma ainda que os principais
testes a realizar estão vinculados ao reconhecimento e veracidade das receitas de
vendas, ao volume de comissões pagas e às condições comerciais concedidas aos
clientes. Outras inconformidades relacionadas ao atendimento a clientes e pós-
vendas podem ser apontadas, porém esses testes irão depender de outras variáveis,
como a estrutura de processos da empresa.
Um teste muito comum em auditorias externas é o de reconhecimento da
receita, que deverá seguir os padrões contábeis, para verificar se a área vem
cumprindo esse procedimento adequadamente. É preciso avaliar o tipo de frete de
cada uma das vendas e validar se eles estão adequados a tempestividade do registro
da receita na contabilidade. Cabe salientar que, em alguns casos, esse processo está
sob responsabilidade da área contábil, mas ainda assim poderá avaliar esse tópico
em trabalhos na área comercial e criticar o inconterm2 utilizado na operação. Outro
teste bastante importante é o de veracidade das vendas, no qual o auditor poderá
confirmar, averiguando a efetiva saída de mercadorias dos estoques, analisando o
comprovante de entrega dos materiais e também analisando a liquidação dos
recebíveis.
Fraudes em comissões e concessões comerciais são bastante comuns na área
comercial das empresas, para averiguar a existência de irregularidades, o auditor
deve procurar concentrações de vendas, criar critérios de avaliação analítica de
percentuais de comissões e valores de comissões pagas e avaliar se os clientes dos
vendedores que receberam a comissão realmente estão pagando suas duplicatas.
Além de analisar as condições comerciais, como prazo de pagamento e descontos
concedidos, deve ficar atento às vendas fora da política da empresa e, novamente,
avaliar a concentração de descontos ou alongamento de prazo para um determinado
cliente.
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Possibilita apuração de omissões no registro das receitas, na realização
oportuna de créditos ou na liquidação oportuna de débitos.
Contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação
econômica, patrimonial e financeira das empresas.
Aponta falhas na organização administrativa da empresa e nos controles
internos.
Para os investidores, a auditoria oferece as seguintes vantagens:
Contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis.
Possibilita melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial
e financeira das empresas.
Assegura maior exatidão dos resultados apurados.
Para o fisco, a auditoria oferece as seguintes vantagens:
Permite maior exatidão das demonstrações contábeis.
Assegura maior exatidão dos resultados apurados.
Contribui para maior observância das leis fiscais.
A auditoria confere maior credibilidade à informação, confiança e segurança
nos resultados obtidos e apresentados e, ao utilizar a informação para a tomada de
decisões, a gestão também disponibiliza informação segura aos investidores,
facilitando desta forma o Investimento de capital, uma vez que a real situação da
empresa e o cumprimento das obrigações fiscais estão em conformidade com as
normas governamentais.
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chave para amparar as denúncias e, possivelmente, irá constar nos autos dos
processos e será revisitado no processo de apuração de responsabilidades.
Embora este documento tenha sido emitido por uma entidade pública, ele
evidência a extensão e importância de um relatório de auditoria e, com isso, os
cuidados que devem ser tomados ao se publicar este tipo de documento. Por isso, o
auditor deve ficar atento, redobrar sua atenção, revisar outra vez, e não deixar
margens para possíveis distorções de interpretação. É muito importante que não
invente nada e publique apenas fatos que possa provar.
10.3 Conteúdo
33
Já a Opinião com ressalva é uma opinião modificada, que deve ocorrer quando
o auditor concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações
contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes.
A opinião adversa é emitida quando o auditor identifica que as distorções são
substancialmente relevantes e a forma de apresentação das demonstrações é
inadequada ou incompleta. E, por fim, se o auditor não conseguir obter evidência de
auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis
tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes, poderá se abster de
emitir parecer conclusivo.
10.4 Estrutura
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5) Ressalva (opinião modificada): este paragrafo destina-se à
apresentação da modificação ou ressalva.
6) Parágrafo de ênfase: é recomendado se a estrutura do relatório
financeiro aplicável prevista por lei ou regulamento seria inaceitável
exceto pelo fato de ser prevista por lei ou regulamento, por exemplo,
falhas na estrutura das demonstrações.
7) Outros assuntos: o parágrafo de outros assuntos é incluído no relatório
do auditor que se refere a um assunto não apresentado ou não divulgado
nas demonstrações contábeis e que, de acordo com o julgamento do
auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, as
responsabilidades do auditor ou o seu relatório.
Cabe ressaltar conforme MATTOS, (2017), que a auditoria externa pode prestar
outros serviços de auditoria para as empresas, é comum as firmas de auditorias
oferecerem consultorias, auditorias de gestão, revisão de controles e até mesmo
auditorias operacionais. Porém, o maior volume de serviços prestados por essas
empresas está direcionado para avaliação das demonstrações financeiras.
Por isso, o formato mais usual de relatórios de auditores independentes é o
descrito nesta seção.
Em relação à carta de controles internos, trata-se de um documento emitido
pela auditoria externa ao final do trabalho contendo parecer sobre o ambiente de
controles da empresa auditada. Ele lista e classifica as deficiências identificadas no
ambiente de controles da auditada. Via de regra, as informações
desse relatório são remetidas a análise da auditoria interna, que avalia o teor e reporta
sua posição em relação à opinião dos auditores externos para a alta administração.
Existem três tipos de classificação para as deficiências de controles que devem
ser avaliadas e reportadas pela alta administração no formulário de referência que é
enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anualmente.
Veja a classificação das deficiências:
Material Weakness (MW): é uma deficiência ou um conjunto de deficiências
material, no ambiente de controles que pode distorcer as demonstrações de forma
material e tem razoável possibilidade de não ser identificada e tratada
tempestivamente.
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Significant Deficiency (SD): é uma deficiência ou um conjunto de deficiências
que, embora menos grave do que uma MW, carece de atenção da administração da
empresa auditada.
Control Deficiency (CD): são deficiências pouco materiais que não distorcem
os resultados financeiros apresentados, porém devem ser avaliados pela entidade
auditada. (MATTOS, 2017).
10.6 Benefícios
MATTOS (2017), cita que são inúmeros os benefícios de uma auditoria, e essa
afirmativa é tão verdade, que o reconhecimento por esse escopo de mercado vem
crescendo anualmente.
A contribuição das auditorias para o desenvolvimento organizacional e
manutenção das boas práticas de gestão são reconhecidas pelos grandes
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empresários do Brasil e do mundo. Além disso, trabalhos de auditores estão sendo
levados à justiça para compor pastas de provas em ações criminais de grande escala.
38
Segundo Marques e Almeida (2004 apud GONÇALVES, 2019), as
semelhanças entre esses relatórios se baseiam nas exigências dos utilizadores
externos em relação à informação, como:
O conhecimento da boa gestão dos recursos e dos planos para o presente
e o futuro;
A relevância e a confiabilidade das informações; e
A obtenção dos dados com base em critérios técnicos, por meio de
auditorias realizadas por profissionais independentes e experientes.
Especificamente com relação à auditoria no setor público, os cidadãos são os
utilizadores externos dos serviços públicos e, potencialmente, são os interessados em
ter acesso à informação sobre a atuação dos responsáveis políticos que elegeram.
Portanto, apenas com uma adequada divulgação dessas informações é possível
conseguir uma maior transparência da gestão do setor público, cujo objetivo se
assenta em uma nova filosofia de prestação de contas, da qual faz parte o relatório
de auditoria, conforme apontam Marques e Almeida (2004 apud GONÇALVES, 2019).
Clareza
O princípio da clareza indica que a produção dos textos do relatório deve
almejar a fácil compreensão por parte dos leitores. Assim, deve-se evitar a erudição,
o preciosismo, os jargões, as expressões em outros idiomas e a ambiguidade, a fim
de que o texto possa ser lido pelo mais amplo grupo de pessoas, com conhecimentos
diversos, segundo o TCU (BRASIL, 2010a).
Da mesma forma, termos técnicos pouco conhecidos e siglas menos
conhecidas devem ser utilizados apenas em casos muito necessários e devidamente
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definidos no glossário. Sempre que possível, as informações textuais devem ser
complementadas com ilustrações, figuras e tabelas (BRASIL, 2010b).
Por fim, deve-se usar palavras e expressões em seu sentido comum, com
frases curtas e concisas. As orações devem ser, preferencialmente, na ordem direta
e na terceira pessoa, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do
presente, evitando-se preciosismos, neologismos e adjetivações dispensáveis
(BRASIL, 2010a).
Convicção
O autor do texto deve expor os achados de auditoria e as conclusões com
firmeza e evitar o uso de expressões que denotem insegurança, como “salvo melhor
juízo”, “parece que” ou “entendemos”. A convicção no discurso denotará a precisão e
a objetividade do texto do relatório. O leitor não pode ficar em dúvida quanto aos
resultados obtidos e quanto às proposições do relatório, que deve passar segurança
a quem lê e evitar ambiguidades (BRASIL, 2010a).
Concisão
O texto deve ser preciso e ir direto ao assunto, devendo evitar comentários
complementares que sejam desnecessários. Também deve permanecer na ideia
central, de modo a evitar desvios que possam distrair o leitor do foco central,
dificultando o seu entendimento. Não devem ser utilizados comentários entre aspas
com sentido dúbio ou irônico; deve ser descrito apenas o que é requerido, de modo
econômico, evitando-se o supérfluo, o floreio, as fórmulas e os clichês.
A transcrição de trechos de doutrina ou da jurisprudência que componham o
critério deve restringir-se ao mínimo necessário. A transcrição de trechos de
evidências documentais somente deverá ser feita quando for essencial ao
entendimento do raciocínio (BRASIL, 2010a). O relatório não deve exceder 30 páginas
excluídos a folha de rosto, o resumo, o sumário, as listas de figuras e tabelas, os
anexos e os documentos juntados, exceto quando houver achados de alta
complexidade ou em grande quantidade (BRASIL, 2010b).
Exatidão
A exatidão diz respeito à apresentação das necessárias evidências para
sustentação dos achados, das conclusões e das propostas, de modo a não deixar
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espaço para contra-argumentos. Serve também para assegurar ao leitor que o que foi
relatado é fidedigno e confiável e demonstra a justeza e a razoabilidade dos fatos. Um
erro de exatidão pode pôr em dúvida a validade de todo o relatório e pode desviar a
atenção da substância do que se quer comunicar (BRASIL, 2010a).
Relevância
Esse critério assegura que deve ser exposto apenas aquilo que tem importância
dentro do contexto a ser levado em consideração. Não se deve discorrer sobre
ocorrências que não resultem em conclusões fundamentadas, conforme aponta o
TCU (BRASIL, 2010a).
Tempestividade
Outro princípio basilar que deve ser observado na redação de um relatório de
auditoria é o estrito cumprimento dos prazos estabelecidos para a elaboração do
relatório. É importante ressaltar, no entanto, que, em situações especiais e
dependendo das circunstâncias, deve-se ter o cuidado para que essa observância não
comprometa a qualidade do conteúdo (BRASIL, 2010a).
Objetividade
O relatório deve ser apresentado de forma equilibrada em termos de conteúdo
e tom; ou seja, a credibilidade de um relatório é reforçada pela forma como as
evidências são apresentadas, dentro da imparcialidade necessária. A comunicação
proporcionada pelo relatório deve resguardar-se de qualquer tendência de exagero ou
superenfatização de deficiências. Interpretações devem ser baseadas no
conhecimento e na compreensão de fatos e de condições (BRASIL, 2010a).
43
A situação de execução dos processos e os resultados obtidos que não
implicaram achados devem ser descritos na introdução, se for o caso, e assim
por diante.
46
12 BIBLIOGRAFIA
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