Auditoria Laudo e Perícia

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AUDITORIA, LAUDO E PERÍCIA

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário

AUDITORIA, LAUDO E PERÍCIA ............................................................ 1

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

1. INTRODUÇÃO................................................................................ 4

2. AUDITORIA ......................................................................................... 6

2.1 Auditoria Independente Externa X Auditoria Interna .......................... 7

2.2 PERÍCIA ............................................................................................ 9

2.3 Classificação das perícias quanto ao uso........................................ 10

2.4 Auditoria X Perícia ........................................................................... 11

3. FUNDAMENTOS SOBRE AUDITORIA ........................................ 15

3.1 Conceitos básicos sobre auditoria e preparação para o processo de


auditoria ...................................................................................................... 16

3.2 Legislação sobre auditoria, análise do local e documental ........... 22

3.3 Inspeção física e coleta de evidências de auditoria ....................... 23

Referência ............................................................................................. 32

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1. INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno! Sejam bem-vindos à disciplina de Auditoria e Segurança
do trabalho. Esta apostila é indicada a todos os estudantes de Engenharia. Todo
conteúdo desenvolvido nesta apostila foi cuidadosamente pesquisado e elabo-
rado para que você possa, ao concluir a disciplina, ter o conhecimento, a com-
preensão e a capacidade de analisar sobre aspectos relacionados à segurança
e auditoria de sistemas industriais.
A real intenção e finalidade desta apostila só poderá ser alcançada se
você participar ativamente dele, ou seja, depende de como você absorverá o
conteúdo exposto e como dedicará seu tempo para os estudos. Recomendamos
a você a elaboração de um planejamento do seu tempo, dedicando parte do seu
dia aos conteúdos trabalhados nas unidades deste livro didático, uma vez que
se trata de uma disciplina extremamente importante ao engenheiro. Recomen-
damos que sempre busquem além do que for exposto em nosso livro didático,
afinal, toda informação agregada é sempre bem-vinda.
Esta disciplina é muito importante para o curso de Engenharia, pois trata-
se de identificar elementos e aspectos essenciais para a proteção do recurso
mais valioso de uma organização, o ser humano. O mundo atual, globalizado e
com avanços significativos da tecnologia requer produtividade e baixos custos
das organizações. Dessa forma, muitas atividades exigem ações e responsabi-
lidades do ser humano que vão além do que ele pode realizar, podendo causar
acidentes de trabalho e outros acidentes indesejáveis a todos os envolvidos.
Para enfrentar esse problema, é imprescindível o conhecimento das normas de
Auditoria e Segurança do Trabalho. De forma didática, esta apostila traz aborda-
gens voltadas ao universo das etapas de Auditoria e Segurança do Trabalho
divididas em unidades. O aluno terá contato com os riscos ambientais industriais,
identificando os elementos componentes de risco, seus tipos e tratamentos no

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ambiente de automação industrial. Em seguida, você aprenderá sobre os proce-
dimentos de segurança para configuração, operação e manutenção de equipa-
mentos industriais. Abordaremos,
ainda, a capacitação de segurança para o setor industrial analisando os tipos de
treinamentos e a continuidade de negócios e recuperação de desastres no am-
biente industrial.
Finalmente, serão abordados os fundamentos sobre auditoria. Tratare-
mos das legislações de auditoria, análise do local e documental e identificaremos
como realizar uma inspeção física e coleta de evidências de auditoria.
Lembre-se de que a proposta de realizar seu estudo antecipadamente ou
autoestudo revelará todo seu desempenho, sua dedicação e, principalmente, o
seu compromisso para com o aprendizado. Além de que, dessa forma, você terá
uma recompensa notória por seus esforços, tornando-se mais participativo a
cada encontro realizado.
Seja muito bem-vindo ao nosso estudo.
Boa sorte

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2. AUDITORIA
A contabilidade é uma ciência e tem por objetivo o registro dos fatos
contábeis, o controle do patrimônio e gerar informações úteis aos seus usuários.
Para que possa alcançar esses objetivos são utilizadas algumas técnicas, entre
elas está a auditoria. Franco e Marra (2001, p.28) comprovam tal informação:
“Ela se distingue da Contabilidade, portanto, embora constitua uma das partes
desta, pois constitui a técnica por ela utilizada para confirmar a veracidade dos
registros contábeis, que é o principal meio de que se vale a Contabilidade para
alcançar seu fim.”
O Conselho Federal de Contabilidade pronuncia na NBC T 11 a seguinte
definição de auditoria: A auditoria das demonstrações contábeis constitui o
conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer
sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade
e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação
específica.
Segundo Attie (1998, p.25), “a auditoria é uma especialização contábil
voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantando com
o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado”.
Franco e Marra definem auditoria como:A técnica contábil que – através
de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de
registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e
confirmações, relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade –
objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros
contábeis foram efetuados de acordo com princípios fundamentais e normas de
Contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem
adequadamente a situação econômica-financeira do patrimônio, os resultados
do período administrativo examinado e as demais situações nelas
demonstradas.
Attie explica a origem do termo auditor e que ele não é exclusivo do ramo
contábil: A origem do termo auditor em português, muito embora perfeitamente
representado pela origem latina (aquele que ouve, o ouvinte), na realidade
provém da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar).
Segundo se tem notícias, a atividade de auditoria é originária da Inglaterra que,
como dominadora dos mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado

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a disseminação de investimentos em diversos locais e paises e, por
conseqüência, o exame dos investimentos mantidos naqueles locais. O termo
auditor não é exclusivo do ramo contábil, existindo a mesma nomenclatura em
outras diferentes atividades, porém exercidas com objetivos similares.

2.1 Auditoria Independente Externa X Auditoria Interna

Almeida (2003, p.25) atribui a evolução do sistema capitalista ao


surgimento da auditoria externa ou auditoria independente. Antes as empresas
eram fechadas e pertenciam a grupos familiares, mas com a expansão do
mercado e o acirramento da concorrência eles tiveram que se desenvolver
tecnologicamente, ampliar suas instalações, aprimorar os sistemas de controle.
Para isso, passaram a captar recursos junto a terceiros: No entanto, esses
futuros investidores precisam conhecer a posição patrimonial e financeira, a
capacidade de gerar lucros e como estava sendo efetuada a administração
financeira dos recursos na empresa (natureza das fontes de recursos e aplicação
destes). Essa necessidade de informação era pra que o investidor pudesse
avaliar a segurança, a liquidez e a rentabilidade de seu futuro investimento. [...].
Como conseqüência, as demonstrações contábeis passaram a ter importância
muito grande para os futuros aplicadores de recursos. Como medida de
segurança contra a possibilidade de manipulação de informações, os futuros
investidores passaram a exigir que essas demonstrações fossem examinadas
por um profissional independente da empresa e de reconhecida técnica. Esse
profissional, que examina as demonstrações contábeis da empresa e emite sua
opinião sobre estas, é o auditor externo ou auditor independente.
Attie discorre sobre auditoria interna: A auditoria interna é uma função
independente de avaliação, criada dentro da empresa para examinar e avaliar
suas atividades, como um serviço a essa mesma organização. A proposta da
auditoria interna é auxiliar os membros da administração a desincumbirem-se
eficazmente de suas responsabilidades. Para tanto, a auditoria interna lhes
fornece análise, avaliações, recomendações, assessoria e informações relativas
às atividades examinadas. [...]. A auditoria interna, através de suas atividades
de trabalho, serve à administração como meio de identificação de que todos os

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procedimentos internos e políticas definidos pela companhia, assim como os
sistemas contábeis e de controle interno, estão sendo efetivamente seguidos e
que as transações realizadas estão refletidas contabilmente em concordância
com os critérios previamente definidos. Attie ainda sintetiza os objetivos da
auditoria interna:
 examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e
operacionais e os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e
comunicar essas informações;
 examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às
políticas, planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto
sobre operações e relatórios, e determinar se a organização está em
conformidade com as diretrizes;
 examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário,
comprovar sua existência real;
 verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e
econômica;
 examinar operações e programas e verificar se os resultados são
compatíveis com os planos e se essas operações e esses programas são
executados de acordo com o que foi planejado; e
 comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram
tomadas as providências necessárias a respeito de suas descobertas.
Almeida (2003, p.30) demonstra as principais diferenças entre auditor
interno e o auditor externo:
Quadro 1: Abordagem comparativa das diferenças entre auditor interno e auditor externo

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Fonte: ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti, 2003, p. 30.
* A Lei 11.638/07 alterou alguns dispositivos da Lei nº 6.404/76, com isso a
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) foi substituída
pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Tornou-se obrigatório também
a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) para as companhias abertas.

2.2 PERÍCIA

Morais e França (2000, p.29) definem perícia como sendo: “do latim perita
(habilidade, saber), que na linguagem jurídica, designa, no seu sentindo lato,
diligência, realizada por peritos, a fim de se evidenciar determinados fatos.
Significa, portanto, pesquisa, exame acerca da verdade dos fatos, efetuada por
pessoa de reconhecida habilidade ou experiência na matéria investigada”.
Pela definição D’ Áurea (1962, p.134), a perícia é o testemunho de uma
ou mais pessoas técnicas, no sentido de fazer conhecer um fato cuja existência
não pode ser acertada ou juridicamente apreciada, senão apoiada em especiais
conhecimentos científicos ou técnicos.

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O Conselho Federal de Contabilidade referindo-se à perícia contábil
pronuncia na NBC T 13 a seguinte definição: A perícia contábil constitui o
conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância
decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio,
mediante laudo pericial contábil, e/ou parecer pericial contábil, em conformidade
com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for
pertinente.
“Perícia Contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio
individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal
opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações,
arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião”.
(SÁ, 1994, p.15)
“A perícia contábil inscreve-se num gênero de prova pericial, ou seja, é
uma das provas técnicas à disposição das pessoas naturais ou jurídicas, e serve
como meio de prova de determinados fatos contábeis ou de questões contábeis
controvertidas”. (ORNELAS, 2000, p.330).
Para Magalhães (2001, p.12) perícia é um trabalho de notória
especialização feito com o objetivo de obter prova ou opinião para orientar uma
autoridade foral no julgamento de um fato, ou desfazer conflito em interesses de
pessoas.

2.3 Classificação das perícias quanto ao uso

As espécies de perícia contábil são definidas de acordo com o ambiente


que irão atuar. Podem ser classificadas como: perícia judicial, perícia
extrajudicial, e perícia arbitral.
A Perícia Judicial é realizada dentro dos procedimentos processuais do
poder judiciário. Nascida da necessidade do órgão julgador em possuir
instrumentos confiáveis para decidir sobre certa matéria em que não foram
tecnicamente preparados, valendo-se da análise e constatações de outros
profissionais. É a mais abrangente de todas, podendo atuar em diversas áreas
como por exemplo: cíveis, criminais, fazenda publica, justiça federal, justiça do
trabalho, entre outras.

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A perícia extrajudicial é aquela realizada fora do judiciário e por vontade
das partes, ou seja, sem a ingerência da tutela do Estado. É requerida para
solucionar problemas administrativos tanto de pessoas físicas quanto jurídicas.
Seu objetivo poderá ser: demonstrar a veracidade ou não do fato em questão,
discriminar interesses de cada pessoa envolvida em matéria conflituosa;
comprovar fraude, desvios, simulação.
A arbitragem surgiu com edição da Lei 9.307/96, que veio com o objetivo
de desafogar o poder judiciário. Mas ela é utilizada para resolver apenas litígios
relativos a direitos patrimoniais disponíveis. É a realizada por um perito, e,
embora não seja judicialmente determinada, tem valor de perícia judicial, mas
natureza extrajudicial, pois as partes litigantes escolhem as regras que serão
aplicadas na arbitragem. A arbitragem é, portanto, um método extrajudicial para
solução de conflitos, cujo árbitro desempenha função semelhante à do juiz
estatal.

2.4 Auditoria X Perícia

Muitas vezes a técnica de auditoria é confundida com os procedimentos


da perícia contábil, todavia, elas possuem características diferenciadas,
conforme mostradas no quadro.
Quadro 2: Abordagem comparativa das semelhanças entre perícia e auditoria.

11
Fonte: MORAIS, Antonio Carlos; e FRANÇA, José Antonio, 2000, p. 61,63

Morais (2005, p.75) continua: “Neste item, apresentam-se algumas das


diferenças entre perícia e auditoria, também pelo ponto de vista de uma
abordagem comparativa externa. Optou-se pela apresentação dos pontos mais
importantes, não tendo sido esgotadas todas as possibilidades”.

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Quadro 3: Diferenças entre a perícia e a auditoria

13
Fonte: MORAIS, Antonio Carlos; e FRANÇA, José Antonio, 2000, p. 61,63

Hoog e Petrenco (2001, p.85) destacam: “a perícia é a prova elucidativa


dos fatos, já a auditoria é mais revisão, verificação, tende a ser necessidade
constante repetindo-se de tempo em tempo, com menos rigores metodológicos,
pois se utiliza a amostragem. Já a perícia repudia a amostragem como critério e
tem caráter de eventualidade e só trabalha com o universo completo, onde a
opinião é expressa com rigores de cem por cento de análise”.

Na verdade as técnicas têm muitos aspectos comuns, mas possuem


diferenças relevantes, como acentua Sá (1997, p.28): Variam quanto à natureza
das causas e efeitos, de espaço e de tempo. A perícia serve a uma época, a um
questionamento, a uma necessidade; a auditoria tende a ser necessidade
constante, atingindo um número muito maior de interessados, sem necessidade
de rigores metodológicos tão severos; basta dizer que a auditoria consagra a
amostragem e a perícia a repele, como critério habitual. A auditoria tem como
objetivos normais a maior abrangência, a gestão como algo em continuidade,
enquanto a perícia se prende à especificidade, tem caráter de eventualidade, só
aceita o universo completo para produzir opinião como prova e não como
conceito.

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“As semelhanças e diferenças existentes entre perícia e auditoria
proporcionam uma visão da distinção e utilidade de ambas. Auditoria não deve
ser utilizada como se fosse perícia e perícia não deve ser utilizada como se fosse
auditoria”. (MORAIS, 2005, p.76).

A auditoria e perícia são importantes para a sociedade, cada uma com


seu papel e propósito. A auditoria auxilia as empresas ao indicar diretrizes para
cumprimento de normas, legislação e controles internos através da análise dos
documentos fornecidos e avaliação da empresa. Além disso, pode sugerir
melhorias diante das evidências, experiências e conhecimento da empresa
analisada, ocasionando até mesmo redução de custos e melhoria de processos.

Já a perícia auxilia o juiz na busca da verdade sem interferência da


vontade das partes, ou seja, ajuda a fazer justiça. O perito deve buscar
elementos de prova que garantam 100% a efetividade da decisão relatada no
laudo, não trabalha com probabilidades ou amostragens. Além disso, o laudo
pericial não é divulgado e interessa somente as partes envolvidas e ao juiz.

Portanto, podemos concluir que não existe qualquer semelhança entre os


objetivos da auditoria e da perícia, visto que a perícia está para auxiliar o Juiz na
tomada de decisões e a auditoria, para cumprimento de legislação comercial.

3. FUNDAMENTOS SOBRE AUDITORIA

Agora estudaremos os fundamentos relacionados à auditoria. Na unidade


anterior, aprendemos sobre as sinalizações e as medidas de proteção,
analisamos os equipamentos de proteção essenciais (individuais e coletivos), as
normas regulamentadoras necessárias, as principais medidas de sinalização e
proteção em máquinas e equipamentos e as investigações de acidentes no
ambiente industrial.
Nesta seção, abordaremos os conceitos básicos sobre auditoria e sobre
a preparação para o processo de auditoria.

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3.1 Conceitos básicos sobre auditoria e preparação para o processo
de auditoria

Por meio desta seção, você será capaz de compreender o processo de


auditoria, qual a sua necessidade e a sua importância, além de identificar quais
variáveis são fundamentais na preparação para o processo de auditoria.
Diversos requisitos e protocolos são exigidos nas empresas industriais por
parte da Saúde e Segurança no Trabalho, os quais estão em conformidade com
as respectivas NRs e demais normas. Podemos citar a NR 26, que se refere à
sinalização e segurança do ambiente de trabalho. Ela recomenda diversos
requisitos mínimos acerca da sinalização que deve existir em variadas situações
e ambientes. Mediante itens e requisitos especificados na NR, o auditor é capaz
de analisar quais estão sendo adequadamente empregados nos ambientes. Ao
identificar alguma irregularidade, a empresa deverá realizar ajustes, garantindo
que a irregularidade seja sanada, trazendo, consequentemente, maior maior
segurança ao ambiente de trabalho. Para que o processo de auditoria obtenha
sucesso e o objetivo seja alcançado, todas suas etapas devem ser muito bem
definidas e realizadas adequadamente.
A auditoria de segurança do trabalho pode ser definida como um processo
sistemático, independente e documentado. Por meio desse processo, é possível
obter evidências e avaliar se os critérios são atendidos adequadamente. A
auditoria pode ser considerada como um instrumento gerencial com o objetivo
de identificar os parâmetros que se encontram não conformes, reduzindo o
desempenho e aumentando os riscos de acidentes ou doenças no ambiente de
trabalho.
De forma sintetizada, pode-se dizer que a auditoria é um dos principais
instrumentos que uma organização pode usar para mensurar a aderência de seu
sistema de gestão de Saúde e Segurança no Trabalho (SST). Ela relata o atual
estágio de implantação e contribui para definir o plano estratégico de ações que
são necessárias para consolidar a implantação e, dessa forma, atingir um nível
de desempenho satisfatório a todas as partes interessadas (GARCIA, 2004).
Existem diversos tipos de auditoria, dentre eles estão: auditoria interna ou
de primeira parte, auditoria de segunda parte e auditoria externa ou de terceira
parte.

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A auditoria interna é realizada pela própria organização, com o objetivo
de condicionar melhorias no desempenho e reduzir as não conformidades da
SST.
A auditoria de segunda parte é realizada por uma subcontratada, a fim de
identificar as não conformidades relacionadas à SST que possam existir na
organização.
A auditoria externa é realizada por entidades externas, as quais são
independentes e possuem créditos de confiança para efeitos da certificação
fornecida à organização
As auditorias são realizadas nas organizações com a intenção de verificar
se as funções que estão sendo executadas acerca da SST estão de acordo com
as normas regulamentadoras (NRs) ou normas técnicas (ABNT). Elas são
essenciais na identificação dos pontos não conformes para que,
sequencialmente, providências para melhorias possam ser efetuadas.
É importante que todo processo de auditoria siga um protocolo que defina
quais atividades devem ser desenvolvidas, a fim de que resultados sejam obtidos
pela organização. Por meio desse protocolo poderá ser realizada uma
comparação entre o que está no planejamento da organização e o que tem sido
efetivamente realizado. Dessa forma, busca-se coerência entre as atividades
que são executadas na organização com aquelas que são planejadas, assim
como os resultados que são obtidos.
A auditoria não faz apenas análise de documentos, ela busca, de forma
efetiva, a implantação das funções e atividades que foram planejadas. Devido a
toda essa complexidade de análises, a auditoria deve ser realizada por
profissionais competentes e devidamente habilitados para a função.
Uma auditoria realizada adequadamente oferece benefícios à
organização, dentre eles estão:
 Redução dos riscos de acidentes.
 Priorização das ações de segurança do trabalho.
 Melhoria no ambiente de trabalho.
 Aumento da eficiência e produtividade dos processos internos.
 Redução de custos operacionais.
 Documentação adequada do processo de segurança do trabalho.

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 Redução de penalidades ou multas por não cumprimento de legislações
de segurança do trabalho.
 Promoção de uma avaliação de desempenho a partir da segurança do
trabalho no ambiente industrial.
A auditoria é uma atividade que traz eficácia para a gestão da SST em
uma organização. Para isso, é essencial que ela seja executada adequada e
corretamente. Sabe-se da existência de várias empresas que prestam serviço
às organizações, a fim de analisar os elementos relacionados à SST e preparar
o ambiente para que o órgão responsável realize uma auditoria e identifique as
não conformidades existentes e a organização providencie as melhorias
necessárias. Na sua opinião, será que existe uma forma adequada de se
preparar para um processo de auditoria? Quem da organização deve se envolver
nesse processo? O que a torna eficaz?
A auditoria de segurança do trabalho é feita em três etapas, consistindo
em: pré-auditoria, auditoria e pós-auditoria.
A etapa da pré-auditoria consiste no planejamento e na definição dos seus
objetivos. Nessa etapa é definida a necessidade de verificação da existência de
não conformidades relacionadas às legislações, à política da empresa, ao
sistema de gestão de segurança do trabalho etc. É sabido que ocorre ineficácia
da auditoria quando se definem inúmeros objetivos para ela, dificultando, dessa
forma, sua aplicação.
Na etapa da pré-auditoria, é definido o escopo, contendo: localização
geográfica, limites organizacionais, objeto de auditagem, período e tema
ambiental.
A localização geográfica trata de definir onde a auditoria será realizada.
Por exemplo, em uma grande organização, escolhe-se um determinado setor
para que a auditoria possa ser realizada.
Os limites organizacionais tratam de definir se a auditoria será aplicada a
toda organização ou a algumas de suas áreas. Por exemplo, realizar auditoria
apenas na área de produção de um determinado setor da organização.
O objeto de auditagem, no nosso estudo, é a auditoria de segurança do
trabalho, porém, ela pode ser aplicada conjuntamente com outros objetos, como
qualidade, ambiental etc.

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O período trata de definir quando a auditoria será realizada, incluindo as
datas em que se iniciarão as coletas de materiais e os documentos a serem
utilizados na auditoria.
E o tema ambiental trata de definir quais itens serão avaliados, como
riscos ambientais, no caso da segurança do trabalho, ou poluição do ar, no caso
da ambiental.
Ainda na etapa da pré-auditoria, definem-se os critérios, os quais
correspondem às políticas às práticas ao procedimento e aos regulamentos que
serão utilizados pelo auditor como referência.
Existem materiais de apoio que são utilizados nessa etapa, a fim de
facilitar o trabalho do auditor, como listas de verificação, protocolos, guias etc.
Nessa etapa também definem-se quais recursos serão disponibilizados
para que a auditoria seja realizada, isto é, determina-se os recursos humanos,
físicos e financeiros que serão necessários para que a auditoria seja realizada
adequadamente.
A equipe que realizará a auditoria (os auditores) é determinada durante a
etapa da pré-auditoria. Por meio da determinação do escopo e dos recursos
financeiros é possível montar a equipe de auditoria ideal, a qual deve ser
imparcial e não ter relação com as áreas que serão auditadas. A equipe é
composta por um líder e demais participantes. Para obter uma eficácia desejável
na auditoria, a experiência dos membros da equipe de auditores se torna um
ponto decisivo (GARCIA, 2004).
É essencial que o auditado colabore integralmente com a auditoria,
fornecendo todos os elementos necessários para a sua realização. Os auditores
devem entrar em contato previamente com os auditados, a fim de formularem
um questionário, um protocolo bem estruturado ou uma lista de verificação.
O questionário de pré-auditoria contém diversas perguntas, com o
objetivo de adquirir respostas detalhadas esclarecendo procedimentos, rotinas,
registros, responsabilidades etc. O protocolo é um guia que o auditor pode usar
para conduzir corretamente a auditoria, que abrange exigências especificas,
como regulamentos e legislações a serem analisadas, a conformidade. A lista
de verificação é uma relação de perguntas que tem como objetivo identificar se
há conformidade ou não no que se está auditando. Verificam-se condições de
determinados equipamentos, máquinas e ferramentas.

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Na lista de verificação, devem ser consideradas as particularidades de
cada função analisada na auditoria. Algumas verificações essenciais a serem
feitas são (CHECKLIST FÁCIL, 2017):-
 Verificações de máquinas.
 Verificações de ferramentas.
 Verificações de equipamentos.
 Verificações de procedimentos.
A lista de verificação pode ser montada por meio de uma tabela simples,
caracterizando os itens contidos nela como (CHECKLIST FÁCIL, 2017):
 Conformes: encaixa no padrão.
 Não conformes: fora do padrão esperado.
 Não aplicável: não se enquadra na empresa.Ou com simples
caracterização de Sim ou Não.
Realizada a pré-auditoria, parte-se para a auditoria em si. A etapa da
auditoria consiste, inicialmente, em uma reunião em que a equipe, os objetivos
e o modo de condução são apresentados ao gerente da unidade e aos membros.
Os auditados também se apresentam informando como poderão auxiliar os
auditores durante o processo.
Depois da reunião, os auditores fazem uma visita de reconhecimento,
possibilitando adquirir maiores conhecimentos sobre os processos e
procedimentos realizados pela unidade ou setor ou área que será auditado e
uma revisão do plano de auditoria é feito.
A auditoria local, na maior parte do tempo, consiste em coletar dados que
darão suporte às avaliações e conclusões finais. Com o auxílio do protocolo ou
lista de verificação, dados são coletados mediante entrevistas, observações,
exames, controles e revisões.
Após coletar os dados, os auditores de reúnem, identificando se todos os
itens expostos no protocolo e na lista de verificação foram analisados e
respondidos. Para aumentar a eficácia da auditoria, seria ideal que os pontos
não conformes encontrados fossem repassados ao pessoal da unidade auditada
diariamente. Porém, sabe-se da dificuldade encontrada no ambiente industrial
relacionado à disposição de tempo. Para isso, aconselha-se que o líder da
equipe de auditores exponha ao funcionário atuante na área onde o principal

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ponto não conforme foi identificado, sobre os destaques analisados durante o
dia.
Ao concluir a auditoria, a equipe de auditores apresenta aos auditados
tudo o que foi observado e detectado durante o processo, permitindo que eles
esclareçam eventuais desentendimentos que possam ter ocorrido.
Por fim, a etapa da pós-auditoria apresenta o relatório final, registrando
formalmente o resultado da auditoria.
Quando falamos sobre auditoria de SST, é primordial que também
abordemos a norma OHSAS 18001, que diz respeito aos Sistemas de Gestão
da Segurança e Saúde do Trabalho. Ela foi desenvolvida para ser compatível
com outras normas de gestão, como Gestão da Qualidade (ISO 9001) e Gestão
Ambiental (ISO 14001). O objetivo principal dela é especificar requisitos mínimos
relacionados ao Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho,
permitindo que a organização controle seus riscos e melhore seu desempenho
acerca da SST.
Diversos itens que são analisados na auditoria, assim como
questionamentos e listas de verificações, podem ser baseados nos requisitos
mínimos da OHSAS 18001, além das NRs e ABNTs.
A auditoria relacionada à SST pode ser realizada nos mais diversos tipos
de ambientes de trabalho. Botelho e Faria (2016) realizaram um estudo sobre
auditoria em empresas produtoras de ferro-gusa no estado de Minas Gerais. O
estudo apresenta o resultado obtido das auditorias feitas em cinco empresas
produtoras de ferro-gusa mineiras. As auditorias foram focadas nas NRs e
utilizaram de inspeção in loco, entrevistas e análises documentais para
identificarem os pontos não conformes existentes. Verificaram, nas empresas,
sucateamento dos estabelecimentos, não atendendo ao que se encontra pré-
estabelecido nas NRs do MTE. Os autores identificaram a necessidade de
implantar sistemas de gestão de SST, a fim de integrar as ações produtivas.
As auditorias de SST são realizadas com a finalidade de identificar as não
conformidades existentes quanto às normas regulamentadoras e legislações
acerca da segurança no trabalho.
As organizações devem sempre adequar seus programas de segurança
regularmente, impedindo que ocorram irregularidades e que elementos se
tornem não conformes.

21
Para isso, é importante que compreendamos as legislações vigentes
relacionadas às auditorias de SST, o que será estudado na próxima seção.

3.2 Legislação sobre auditoria, análise do local e documental

Com a missão de promover oportunidades para que homens e mulheres


possam ter acesso a um trabalho produtivo e de qualidade, havendo respeito
aos direitos no trabalho, surgiu a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A OIT surgiu por meio da Conferência de Paz, que fora assinada em
Versalhes, no ano de 1919, pelos países vitoriosos da Segunda Guerra Mundial.
A criação da OIT deu-se pela necessidade, identificando as condições injustas e
deploráveis a que os trabalhadores estavam sujeitos desde a Revolução
Industrial.
No Brasil, a OIT tem representatividade desde 1950, por meio de
programas e atividades que refletem os objetivos da organização. Em 2006, o
Brasil lançou a Agenda Nacional de Trabalho Decente (ANTD), a qual define
alguns itens importantes (OIT, 2017):
 Geração de empregos melhores.
 Geração de mais empregos.
 Igualdade de oportunidades.
 Igualdade de tratamentos.
 Erradicação do trabalho escravo.
 Eliminação do trabalho infantil.
 Diálogo social mais democrático.
Trabalho decente é um termo formalizado pela OIT em 1999 e refere-se
às oportunidades existentes para que homens e mulheres possam ter um traba-
lho em condições de liberdade, segurança, dignidade humana e equidade
O direito à saúde, ao trabalho, à segurança e à previdência social está
previsto no artigo 6º da Constituição Federal, no capítulo referente aos direitos
sociais. “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição” (BRASIL, 1988, [s.p.]).

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No artigo 7º, estão previstos os direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, contendo 34 itens referentes aos direitos. Dentre eles (BRASIL, 1988):
 Seguro desemprego.
 Salário mínimo fixado em lei.
 Duração do trabalho.
 Jornada de trabalho.- Repouso semanal.
 Férias.
 Licença à maternidade ou paternidade.
 Aviso prévio.
 Redução de riscos devido ao trabalho mediante normas de saúde, higiene
e segurança etc.

3.3 Inspeção física e coleta de evidências de auditoria

As evidências referem-se ao conjunto de informações que se utiliza para


fundamentar os resultados obtidos em um trabalho de auditoria. Para que as
evidências sejam obtidas e analisadas, é necessário um processo contínuo, o
qual conta com reuniões, análises e interpretações de dados, para que, dessa
forma, o posicionamento da equipe de auditoria acerca de determinado assunto
seja fundamentado.
As evidências podem ser classificadas quanto à forma e quanto à fonte.
Quando se classifica quanto à forma, temos as evidências físicas, as
testemunhais, as documentais, as analíticas e as de reexame. E quando se
classifica quanto à fonte, temos o conhecimento profissional, as evidências
externas, as evidências internas e as evidências justapostas.
Agora, vamos compreender um pouco mais sobre o que significa cada um
desses tipos de classificações:
Quanto à forma:
 As evidências físicas são obtidas com inspeções in loco, as quais também
demandam documentos físicos e tangíveis.
 As evidências testemunhais são obtidas por meio de entrevistas,
respostas a questionários, declarações tanto orais quanto escritas etc.

23
 As evidências documentais são comprovações retiradas de registros
documentais, tanto internos quanto externos, comprovando ou não a
existência de atitudes administrativas.
 As evidências analíticas são obtidas por meio de trabalhos de confrontos,
comparações, conferências etc.
 As evidências de reexames são para verificar a exatidão das medidas e
das avaliações. A existência de itens incompletos pode ser observada
nesse tipo de evidência.
Quanto à fonte:
 Conhecimento profissional, ou seja, evidências realizadas por meio da
observância do auditor, analisando-as devido ao seu conhecimento
adquirido ao longo dos anos de experiência.
 Evidência externa trata-se daquela obtida por terceiros, totalmente
independente do órgão que está sendo auditado.-
 Evidência interna trata-se do oposto à evidência externa, é o tipo de
evidência que tem origem no órgão que está sendo auditado.-
 Evidência justaposta deriva-se da consistência mútua entre diferentes
partes de uma informação.
Para que as evidências coletadas sejam válidas para o processo de
auditoria, é essencial que elas cumpram alguns requisitos, como:
 Suficiência: dados reais, completos, adequados e convincentes.
 Pertinência: quando o dado coletado está ligado ao objetivo da auditoria
e tem relação lógica com as constatações e conclusões.
 Fidedignidade: dados confiáveis, íntegros e de procedência confiável.-
Relevância: dados que possuam um elevado grau de relação com os
objetivos do auditor.
 Utilidade: dados que possam auxiliar tanto aos auditores quanto à
organização para atingir suas metas e objetivos.
Em um processo de auditoria, todas as informações obtidas ou dados
coletados para a conclusão e constatação do auditor são extremamente
importantes e delicados. Trata-se de uma etapa que deve ser realizada de forma
responsável e criteriosa, não permitindo que tendências ocorram nas análises.

24
Todos os dados coletados devem ser suficientes, pertinentes, fidedignos,
relevantes e úteis às análises dos auditores.
Existem testes que podem ser realizados a fim de verificar se os
procedimentos determinados estão sendo cumpridos, testando a credibilidade
dos procedimentos de controle. Estes são os testes de controle ou testes de
observância. Eles são executados para obter prova de auditoria relativa à
eficácia da concepção do sistema de controle interno e do seu funcionamento.
O teste de controle relacionado à eficácia da concepção analisa se eles
foram adequadamente criados ou não. Inclui, em seu procedimento,
questionamentos ao pessoal envolvido no processo, verificação de documentos,
relatórios e observação da aplicação.
Já o teste de controle relacionado à eficácia do funcionamento avalia a
forma e a consistência de quem o aplicou.
Outro tipo de técnica é o procedimento substantivo, o qual é planejado
para detectar distorções. Verifica a existência real das transações realizadas, a
integridade entre elas, as partes interessadas, a avaliação executada
corretamente e a divulgação correta.
A maior parte do tempo em que uma auditoria está sendo realizada será
destinada à obtenção de evidências, as quais funcionam como suporte para as
avaliações e conclusões dos auditores.Elas são obtidas em entrevistas,
observações, exames dos processos, controle dos equipamentos e revisão de
documentos.
Para auxiliar na coleta das evidências, podem ser utilizados protocolos ou
listas de verificações, os quais foram citadas na seção anterior. Ambos
direcionam a atuação dos auditores de forma que eles não sejam desviados do
real motivo da auditoria.
A equipe de auditores possui capacitações e técnicas, as quais são
utilizadas nas coletas de evidências. Sendo assim, essas técnicas influenciam
nas entrevistas, nos testes e na observação realizada e, consequentemente, nos
resultados da auditoria.
Durante a auditoria, pode ocorrer de o auditor identificar uma evidência
que não havia sido relacionada no protocolo. Dessa forma, há a necessidade de
esta ser registrada e o desvio de protocolo deve ser documentado.

25
O auditor deve sempre estar ciente de que a identificação de algo que não
se encontra conforme seja devidamente registrado e não apenas por meio de
uma simples observação, há a necessidade de apresentá-la aos auditados junto
à coleta de evidências.
Mediante todos esses pontos destacados, pode-se afirmar que a coleta
de evidências vai além de uma simples observação dos documentos. Existem
algumas técnicas que podem ser utilizadas para facilitar nesse processo:
 Entrevista: esta pode ser formal ou informal, utilizando sempre o material
previamente elaborado na etapa da pré-auditoria.
 Observação: é essencial que uma das características do auditor seja o de
“bom observador”. Tudo o que for percebido, visto, sentido, deve ter
ressonância em evidências documentais, para que possam ser utilizadas
na conclusão e nos resultados da auditoria.
 Teste de verificação: é utilizado para verificar se os sistemas de controle
estão devidamente implantados e se funcionam adequadamente.
Além da coleta das evidências, elas também devem ser avaliadas. Essa
avaliação ocorre paralelamente às coletas, evitando que resultados indesejáveis
sejam obtidos ao final do processo, como:
 Descobrir que não houve evidências suficientes.
 Descobrir que as evidências encontradas não estão devidamente
comprovadas.
 Descobrir que algumas das evidências foram mal interpretadas, não
resultando em real evidência.
 Descobrir que algumas das evidências sofreram influência, apresentando
resultados incompletos para a auditoria.
 Descobrir que há a necessidade de que os auditores permaneçam por
mais tempo, a fim de alcançar o que foi previamente planejado.
Na auditoria, além da coleta das evidências e a sua avaliação, é
importante identificar se todos os itens no protocolo ou, lista de verificação estão
sendo respondidos, a fim de que a auditoria possa alcançar a sua missão.
Recomenda-se que, ao final do dia de trabalho, os auditores façam uma
pequena reunião para apresentar e discutir quais evidências foram encontradas

26
e caracterizá-las. Dessa forma, a comunicação acerca da auditoria que está
sendo realizada estará adequada e os relatórios poderão ser mais completos.
As reuniões que podem ser feitas são:
 Reunião da equipe de auditores: nessa reunião, cada auditor identifica se
os itens estão sendo respondidos adequadamente e apresenta aos
demais. A equipe, posteriormente às apresentações, discute sobre os
pontos destacados.
 Reunião com os membros do órgão auditado: nessa reunião, as
evidências coletadas são apresentadas aos membros do órgão auditado,
para que possíveis dúvidas sejam esclarecidas.
Para se compreender melhor o que realmente ocorre em cada uma
dessas reuniões, leia os exemplos a seguir, contendo as etapas de cada uma
delas (ROVERE, 2001):
Reunião da equipe de auditores:
1. Cada auditor identifica se os itens, sejam eles do protocolo ou da lista de
verificação, estão sendo respondidos.
2. Cada auditor apresenta um resumo das evidências, observações,
eventuais obstáculos e dificuldades encontrados durante a auditoria
naquele dia.
3. Os membros da equipe de auditoria discutem e identificam se as
evidências e observações são objetivas e comprováveis. Essa etapa é
feita em conjunto.
4. Os membros da equipe de auditoria observam se os objetivos da auditoria
estão sendo alcançados e se as questões levantadas na fase anterior
estão sendo respondidas. Essa etapa também é feita em conjunto.
5. A equipe prepara o relatório de evidências e observações para que possa
ser apresentado naquele mesmo dia aos auditados.
Reunião com os membros do órgão auditado:
1. Reunir a equipe que está sendo auditada.
2. Um dos membros da equipe de auditores será o responsável por
esclarecer e apresentar, durante essa reunião, os pontos importantes.
3. Apresentar aos auditados quais evidências e observações foram
identificadas.

27
4. Os auditados deverão esclarecer para os auditores os pontos que forem
polêmicos e/ou divergentes.
5. Os auditados poderão esclarecer dúvidas ou descaracterizar algumas não
conformidades que podem ter sido detectadas de forma incorreta pelos
auditores.
Um ponto importante acerca das evidências e observações que forem
identificadas pelos auditores é que elas não devem ser relatadas de forma
imediata e individual. Elas devem ser apresentadas na reunião da equipe de
auditores, na qual chegarão a um consenso sobre elas.
Quando o trabalho da equipe de auditoria se encerra in loco, os resultados
devem ser comunicados aos auditados, além de todas as evidências e
observações identificadas. Essa comunicação é essencial, pois:
 Assegura que a empresa conheça rapidamente as evidências detectadas
durante a auditoria.
 Permite aos auditados dirimir ou esclarecer eventuais desentendimentos
que possam ter ocorrido por parte dos auditores.
 Permite aos auditados apresentar suas observações quanto às não
conformidades que foram identificadas pelos auditores.
Essa comunicação dos resultados obtidos deve sempre ser por meio de
uma reunião amigável e conduzida pelo auditor líder. Para que possa ocorrer
uma reunião amigável, recomenda-se a importância de apresentar aos auditados
as evidências de conformidades, além das de não conformidades. O auditor líder
deve obter em mãos um relatório preliminar que tenha sido preparado pela
equipe de auditores.
É responsabilidade do auditor líder também apresentar as dificuldades
que foram encontradas pela equipe de auditores durante o processo in loco.
Apresentam-se as recomendações de ações que devem ser executadas de
forma imediata. Essas ações são focadas nos itens em que foram observados
fatores de riscos durante o processo de auditoria.
Dessa forma, conclui-se o processo de auditoria, os pontos não
conformes foram identificados e sugestões de melhorias já foram realizadas.
Agora, a empresa deve agir, a fim de tornar conformes esses pontos e
garantir que o programa de segurança do trabalho implantado seja eficiente e
eficaz.

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Quanto aos tipos de evidências que poderão ser obtidas, a fim de
identificar conformidades e não conformidades em relação ao protocolo ou, lista
de verificação elaborados na etapa anterior do processo de auditoria:
 As evidências físicas são obtidas com inspeções in loco, as quais também
demandam documentos físicos e tangíveis.
 As evidências testemunhais são obtidas por meio de entrevistas,
respostas a questionários, declarações tanto orais quanto escritas etc.
 As evidências documentais são comprovações retiradas de registros
documentais, tanto internos quanto externos, comprovando ou não a
existência de atitudes administrativas.
 As evidências analíticas são obtidas por meio de trabalhos de confrontos,
comparações, conferências etc.
 As evidências de reexames são para verificar a exatidão das medidas e
das avaliações. A existência de itens incompletos pode ser observada
nesse tipo de evidência.
Lembrando que as evidências devem ser suficientes, pertinentes,
fidedignas, relevantes e úteis.
É importante ressaltar também que a equipe de auditores possui
capacitações e técnicas, as quais são utilizadas nas coletas de evidências.
Sendo assim, essas técnicas influenciam nas entrevistas, nos testes e na
observação realizada e, consequentemente, nos resultados da auditoria.
Durante a auditoria, pode ocorrer de o auditor identificar uma evidência
que não havia sido relacionada no protocolo. Dessa forma, há a necessidade de
esta ser registrada e o desvio de protocolo deve ser documentado.
As evidências deverão ser avaliadas para que erros indesejáveis não
ocorram no processo.
Recomenda-se que, ao final do dia de trabalho, os auditores façam uma
pequena reunião para apresentar e discutir quais evidências foram encontradas
e caracterizá-las. Dessa forma, a comunicação acerca da auditoria que está
sendo realizada estará adequada e os relatórios poderão ser mais completos.
As reuniões que podem ser feitas são:
 Reunião da equipe de auditores: nessa reunião, cada auditor identifica se
os itens estão sendo respondidos adequadamente e apresenta aos

29
demais. A equipe, posteriormente às apresentações, discute sobre os
pontos destacados.
 Reunião com os membros do órgão auditado: nessa reunião, as
evidências coletadas são apresentadas aos membros do órgão auditado,
para que possíveis dúvidas sejam esclarecidas.
Finalmente, os resultados obtidos com o término do processo de auditoria,
mediante coleta de evidências e avaliações, deverão ser comunicados a todos
os membros do órgão ou a unidade auditada. A equipe de auditores deverá
sugerir medidas a serem tomadas para que os pontos não conformes
identificados sejam melhorados e, consequentemente, o processo de auditoria
alcance seu real objetivo.

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