Educação Musical
Educação Musical
Educação Musical
Prezado aluno,
Bons estudos!
1 MÚSICA: ELEMENTO INTRÍNSECO AO SER HUMANO
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A música vem desempenhando, ao longo da história, um importante
papel no desenvolvimento do ser humano, seja no aspecto religioso,
seja no moral e no social, contribuindo para a aquisição de hábitos e
valores indispensáveis ao exercício da cidadania. (LOUREIRO, 2003,
p. 33)
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(geralmente pela oralidade) e servem para transmitir e perpetuar determinada
cultura. Nesse contexto há diversas modalidades, sendo que as principais são:
ABC; coreto; desafio (também conhecida como peleja ou porfia); embolada;
moda de viola; recortado; modinha; toada; cantiga (que por sua vez, possui
diversos tipos tais como: de trabalho; de cego; de velório; de ninar; de roda,
etc.).
A música tem propriedades tão peculiares que muitas vezes ouvimos uma
música em um idioma diferente que não podemos dominar e, embora estejamos
entusiasmados, podemos reconhecer o que a música está tentando transmitir e
experimentar sentimentos completamente diferentes, como amor, amizade,
nostalgia, alegria, tristeza, paz e serenidade.
Por meio da música também existe a oportunidade de transmitir valores
morais e éticos, ensinamentos, regras que contribuem positivamente para a
formação de cidadania.
Também encontramos situações em que a música é utilizada como forma
de protesto ou mesmo como reclamação sobre uma realidade política e social,
como vimos no contexto brasileiro, onde a música serviu como ferramenta de
difusão de ideais políticos e de oposição à política ao regime militar.
Vários artistas tentaram denunciar a situação da época por meio da
música. Chico Buarque é um dos cantores mais famosos quando o assunto é
música de protesto contra a ditadura e todas as suas características, mas são
muitos os que juntos criaram a música popular brasileira, conhecida como MPB.
No mesmo contexto, outro gênero musical se firma ao mesmo tempo: a
Jovem Guarda, influenciada pelo rock norte-americano, que era vista pelos
integrantes da MPB como um estilo musical alienante e atendia aos interesses
do regime militar brasileiro, que vigorou entre 1964 e 1985.
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Para muitos músicos da MPB, a “invasão do rock” promovida pela
Jovem Guarda servia aos interesses do regime militar, pois afastava a
juventude das preocupações políticas e, por consequência, inseria um
tipo de música despolitizada e inautêntica, sem vínculos com a cultura
popular brasileira. (GHEZZI, 2012, p. 46)
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Embora as mudanças tenham começado por volta do século XIII, foi
apenas nos séculos XIX e XX que ocorreram mudanças significativas na forma
como as crianças são vistas e tratadas, é quando a infância passa a ser vista
pela sociedade e pela família como um período importante e singular na vida da
pessoa.
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a sério. Phillipe Ariès (1981) foi um dos primeiros a se ocupar de estudos e
pesquisas sobre o surgimento do conceito de infância. No contexto brasileiro,
por volta de 1875 é que a infância começa a ser olhada de uma maneira diferente
e a criança passa a ser percebida como um ser que necessita de cuidados
especiais.
É também neste momento que surgem os primeiros “jardins de infância”,
escolas formais para crianças pequenas, criados por Friederich Froebel, um
alemão que, ao se opor à tradição secular e propor uma educação com ênfase
no respeito à natureza humana e suas necessidades e interesses, contribuiu de
maneira significativa para a educação contemporânea. Froebel Ele defendeu a
importância da educação infantil e que ela leve em consideração a importância
do brincar, da atividade construtiva e também do estudo da natureza. Com base
nessas premissas, ele fundou um um kindergarten em 1837, que significa "jardim
de infância". (OLIVEIRA, 2007).
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1.2 A evolução da música na humanidade e seu uso na prática
pedagógica
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uma instrução que ultrapassa o caráter puramente estético;torna-se
uma disciplina escolar, um objeto de mestria, proporciona a medida
dos valores éticos, torna-se uma “sabedoria”. (LOUREIRO, 2003, p. 34)
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escolas, a música adquire uma importância ainda maior, propiciando um
caminho prazeroso para que alunos de diversas idades assimilem
conhecimentos com maior facilidade, muitas vezes, sem sequer se darem conta
de que estão aprendendo algo.
Na primeira metade do século XX, as disciplinas Desenho, Trabalhos
Manuais, Música e Canto Orfeônico faziam parte dos programas das escolas
primárias e secundárias, concentrando o conhecimento na transmissão de
padrões e modelos das culturas predominantes.
Na escola tradicional valorizava-se a destreza manual, o “talento artístico”,
os hábitos de organização e de precisão, que ao mesmo tempo revelavam uma
visão utilitária e imediata da arte. Os professores trabalhavam com exercícios e
modelos convencionais selecionados por eles em manuais e livros didáticos.
O ensino da Arte enfocou principalmente a área técnica, mais a figura do
professor; competia a ele "transmitir" aos alunos códigos, conceitos e categorias
associadas a padrões estéticos que variavam de uma língua para outra, mas
sempre com a reprodução de modelos em comum (PCN/Arte, p. 25, 2001).
Com o passar do tempo, as aulas do Canto Orfeônico experimentaram
uma série de entraves ao seu pleno desenvolvimento, sendo que, após cerca
de trinta anos, as atividades deram lugar à Educação Musical, que substitui uma
prática pedagógica que baseava-se numa aula de música pautada na teoria
musical que privilegia os aspectos matemáticos e visuais do código musical por
uma nova realidade onde a música passa a ser sentida pelos alunos.
No contexto brasileiro, a igreja também tinha a tarefa de inserir a música
no contexto educacional, uma vez que tanto o processo de catequese indígena
quanto o processo de formação do colono eram dirigidos pelos jesuítas.
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(...) A evangelização dos nativos exigiu dos jesuítas uma atuação
diferente da que desenvolviam nos colégios europeus, que acolhiam a
elite da sociedade europeia da época e ofereciam o que hoje
poderíamos chamar de ensino médio. (LOUREIRO, 2003, p. 43)
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Abre-se aqui todo um campo para a educação artística que, portanto,
deve integrar o currículo das escolas. E, nesse âmbito, sobreleva, em
meu entender, a educação musical. Com efeito, a música é um tipo de
arte com imenso potencial educativo já que, a par de manifestação
estética por excelência (...) apresenta-se como um dos recursos mais
eficazes na direção de uma educação voltada para o objetivo de se
atingir o desenvolvimento integral do ser humano. (SAVIANI, 2000, p.
40)
Uma das principais barreiras para que a música seja uma ferramenta de
aprendizagem eficaz é seu estado atual de "marginalidade" em nossas escolas.
Frente a outras disciplinas, consideradas mais importantes, a música,
normalmente, fica restrita a algumas atividades isoladas dentro das aulas de
educação artística, não tendo, portanto, um planejamento específico.
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que veem as artes como algo secundário à aprendizagem, como se estivessem
trabalhando em conteúdos menos importantes.
No entanto, as artes oferecem uma infinidade de possibilidades que dão
aos professores a oportunidade de trabalhar o conteúdo da respectiva área, bem
como o conteúdo de outras disciplinas de uma forma mais lúdica. Ou seja,
quando brinca, e consequentemente quando canta, a criança experimenta
sensações e também tem a oportunidade de internalizar aprendizados
importantes para seu processo de desenvolvimento pessoal e cognitivo.
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e protesto da realidade vivida), que oferecem ao professor a oportunidade de
explorar questões ligadas à ditadura militar no Brasil.
Entre outras coisas, a partir das canções citadas, o professor pode
estimular a reflexão com os alunos e oferecer oportunidades para desenvolver
um sentimento crítico a fim de analisar a realidade vivida durante a época da
ditadura brasileira. Para imprimir maior sentido às atividades e possibilitar que
os alunos tenham contato mais concreto com a questão abordada, o professor
pode, também, propor que procurem pessoas que viveram tal período, buscando
obter informações e visões de quem conheceu a realidade do momento histórico.
No ensino médio a realidade não é diferente e com canções diversas
podem ser abordados inúmeros conteúdos de variadas disciplinas. Como
exemplo, o professor de sociologia pode trazer para a aula a canção “Vítimas da
Sociedade” de Bezerra da Silva para trabalhar questões relacionadas com a
discriminação, desigualdade social, corrupção e impunidade.
Assim como nas outras atividades, o professor pode trazer a música para
asala de aula e propor discussões procurando extrair a impressão e conclusões
doseducandos, tentando estabelecer um paralelo entre a realidade apresentada
na música e a realidade vivida por cada um deles cotidianamente.
Além das músicas, tópicos e conteúdos listados, existem inúmeras outras
opções que podem ser trazidas para a sala de aula para ajudar o professor a
desenvolver seu trabalho para garantir melhores resultados no processo de
aprendizagem do aluno.
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educacional. No domínio público, o atendimento a crianças de 0 a 6 anos teve
início em 1899, e o Instituto de Proteção e Assistência à Infância foi criado no
Brasil nesse mesmo ano. (KRAMER, 2003)
Na história da educação infantil no Brasil, o cuidado infantil surgiu e
continuará sendo um conceito pouco importante na sociedade por muitos anos,
e algumas mudanças ocorreram gradativamente. Mas o foco está na
manutenção da ordem na sala de aula, como disse Loureiro (2003), é importante
que as escolas utilizem o canto como forma de controle e integração dos alunos,
por isso há pouca ênfase na música. (LOUREIRO, 2003, p. 49).
Nos termos da lei, somente por meio do nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (nº 9.394/96), o ensino de arte pode ser incluído no seu Art.
26, § 2o, da seguinte forma: O ensino da arte, especialmente em suas
expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação
básica. O RCNEI enfatiza a existência da música na educação infantil e fornece
diretrizes, objetivos e conteúdos para o trabalho dos professores.
Os conceitos adotados no documento entendem a música como
linguagem e campo do conhecimento, pois possui estrutura e características
próprias, que devem ser entendidas como: produção, apreciação e reflexão.
(RCNEI, 1998)”. O documento também fornece orientações sobre o conteúdo
musical, dividido em duas partes: "fazer música", entendida como improvisação
(RCNEI, 1998, p. 57), composição e interpretação e "apreciação musical", que
se referem a questões musicais. A proposta do RCNEI é uma discussão sobre a
prática docente, em especial a prática musical aqui, para não sufocá-la com um
modelo pré-definido. Os avanços alcançados são muito importantes, a obra
utiliza conteúdos e métodos próprios para tematizar a importância da música
como área do conhecimento, o que deixa claro o RCNEI.
A música faz parte da educação infantil e não é mais utilizada, como diz
o jargão, para "preencher lacunas", mas para utilizar a qualidade explicitamente
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mencionada nos documentos que fundamentam seu uso e orientam seus
métodos. Para Chiarelli (2005), A música é importante para o desenvolvimento
da inteligência, interação social e harmonia pessoal das crianças e ajuda a
integrar e incluir. Para o autor, a música é imprescindível na educação infantil,
sendo uma atividade e uma ferramenta utilizada em várias disciplinas, incluindo
atividades estimulantes para esse fim.
Presente em diversas atividades da vida humana, a música se apresenta
também de muitas formas no contexto da educação infantil. Podemos perceber
isso em diferentes situações, como horário de chegada, lanches, festas
escolares (como bailes), diversão em geral, e não há diferença na relação das
crianças com o mundo.
A música também permite a interação com o mundo adulto de pais, avós
e outras fontes, como televisão e rádio, que inclui o cotidiano das crianças,
formando o primeiro repertório de seu mundo sonoro. Ao brincar, fazem
demonstrações espontâneas em família ou sob a intervenção dos professores
da escola, para que as crianças se familiarizem com a música.
Em muitos casos de sua vida social, eles vivem ou estão expostos à
música. A este respeito, RCNEI explica: “O ambiente sonoro e a existência da
música nos diferentes e diversos cotidianos permitem que os bebês e as crianças
iniciem o seu processo musical de forma intuitiva. Adultos cantam melodias
curtas, cantigas de ninar, fazem brincadeiras cantadas, com rimas parlendas,
reconhecendo o fascínio que tais jogos exercem” (Brasil, 1998, p. 51).
Para Nogueira (2003, p. 01A música é entendida como uma experiência,
“quase com todas as trajetórias das pessoas neste planeta. E, principalmente
hoje, deve ser considerada uma das mais importantes formas de comunicação.
A experiência musical não pode ser ignorada, mas compreendida, analisada e
transformada criticamente”.
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Ao trabalhar na escola, deve-se levar em consideração o conhecimento
prévio das crianças sobre música, e os professores devem usar isso como ponto
de partida, incentivando a criança a mostrar o que ela já entende ou conhece
sobre esse assunto, devendo ter uma postura de aceitação em relação à cultura
que a criança traz. Em alguns casos, o professor pode inadvertidamente ignorar
o ambiente cultural e social da criança, o que não é bom porque levará ao
desinteresse pelas aulas de música.
A música pode ser usada continuamente na sala de aula, como o canto,
incentivando as crianças a dizerem o nome delas mesmas e dos colegas, para
que possam ter uma interação muito interessante. Portanto, além de promover
a socialização, a música fornece grande suporte em todo o processo de
aprendizagem, facilitando o jogo, a memória e a criatividade.
Quando falamos sobre o processo de utilização da música na educação
infantil, precisamos lembrar que as crianças usam sons, cantam e fazem música
espontaneamente. Outra forma de lidar com a música é por meio de jogos
musicais, que podem ser tocados na educação infantil para apresentar o som. O
pesquisador, compositor e educador francês François Delalande (1979) propôs
um exemplo envolvendo atividades lúdicas infantis propostas por Jean Piaget e
propôs três dimensões musicais:
1) Jogo sensório-motor, Relacionado à exploração de sons e gestos. Jean
Piaget disse que a fase pré-linguística ocorre aproximadamente nos primeiros
18 meses de vida da criança. Nessa fase, Dellande (1979) entendeu o conceito
de tempo como uma sucessão, onde as crianças ouvem, percebem sons e
processam instrumentos musicais;
2) Os jogos simbólicos combinam o valor expressivo da linguagem
musical. Nesta fase, o jogo segue a construção do pensamento representativo;
3) O conjunto de regras proposto por Piaget diz respeito à estruturação da
linguagem musical.
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O trabalho proposto por Delalande (1979) pode partir da voz do corpo da
criança. Pode bater em sua barriga, braços, pernas, encher suas bochechas de
ar, atingir sua boca e assim por diante. Todas essas ações emitemsons graves
(som mais grosso) e agudos (mais finos). Estes sons podem ser editados no jogo
e podem até ser editados em conjunto com os sons que fazemos quando
pronunciamos as letras do alfabeto. Por exemplo, é o som de uma letra mais
baixo ou mais alto e comparado com os sons emitidos em certas regiões do
corpo, fazendo ligação direta da atividade com os sons e o aprendizado das
letras do alfabeto.
Delalande (1979) explica também que o conceito de ritmo também é muito
importante. Para isso utilizamos alguns instrumentos que podem ser adquiridos
e feitos, como chocalhos, ocarinas (instrumento de sopro que emite sons graves
e agudos), apitos e pandeiros, o que vai desenvolver na criança seu conceito de
ritmo. Alguns vão ter essa noção naturalmente, outros, vão desenvolvê-la com
essas atividades. Se o professor domina um instrumento, como violão ou piano,
ele pode acompanhar os movimentos das crianças com a percussão, ou pode
cantar uma música, porque qualquer pessoa tem habilidade e conhecimento
para fazê-lo.
A autora Jeandot (1997) diversas possibilidades são oferecidas na
construção do instrumento musical, tais como: escolher chaves antigas que não
estão mais em uso, fixando-as em um suporte de madeira, deixando-as no ar,
para que as crianças possam produzir um som suave com as mãos. Ou, ainda
que sejam chaves velhas, coloque-as em uma pilha de chaves e a criança só
precisa sacudi-las ou bater com uma vareta. Também podemos usar várias
tampas de garrafa de refrigerante, passar uma corda por elas e amarrá-las,
sacudindo, que fará barulho, e depois de mão em mão. Ainda existem outras
diversas possibilidades como encher latas de refrigerantes e copos de iogurte
com arroz e construir chocalhos, usar tampas de panelas como pratos, etc.
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Jeandot (1997) mostra também como usar cascas de coco vazias que
podem ser transformadas em instrumentos de percussão, abóboras, com
sementes lindas, podem fazer grandes maracas, tubos de papel higiênico vazios,
uma extremidade coberta com papel de seda, quando as crianças brincam,
produzirá instrumentos de sopro e várias outras possibilidades.
Ainda segundo Jeandot (1997), a pedido dos alunos foi cantada a canção
“Fui ao mercado”, antes já havia sido contada a história da “Cotia e o fazendeiro”,
para contextualizar o tema dos animais que viria a ser trabalhado na
musicalização. A professora e os alunos fizeram instrumentos musicais de
sucata. As crianças trouxeram resíduos de casa, como latas, barris de leite,
balas, lascas de madeira, etc. Além das atividades musicais, os professores
também usam bandas de conscientização ecológica, exemplos que comprovam
a eficácia da música como ferramenta educacional que auxilia no
desenvolvimento de crianças do jardim de infância.
Jeandot (1997) apresenta outra intervenção que se chama “atenção-
concentração”, que consiste em batidas nas mãos e partes do corpo. Bate-se
palmas 3 vezes sem perder o ritmo e mais 3 vezes depois de dizer
"concentração", em seguida, no mesmo ritmo, pede-se aos alunos: Batam
palmas, batam as coxas, batam no rosto, batam no pé, batam na barriga, batam
no peito, e assim por diante. Para dificultar, se diz a palavra "bata" cada vez
mais rápido. A autora também destaca que este trabalho traz o conhecimento
dos diagramas corporais e da noção de andamento e ritmo
Sons de boca também podem ser usados.Para isso, Jeandot (1997) nos
mostrou algumas experiências, como vibrar lábios com dedos, bater de língua,
bater em bochechas cheias de ar e perguntar à criança o que ela acha de cada
som após essa atividade. Vistas, que tipo de sons ela mais gosta de ouvir e fazer
e como é reproduzi-los. A autora também apresenta a possibilidade de se emitir
som com os pés, é uma atividade livre em que as crianças ouvem uma música,
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e batem os pés no ritmo dela, pulando, correndo, etc. Esta atividade pode
ser realizada por crianças descalças ou calçadas, a brincadeira permite diversos
movimentos e o reconhecimento auditivo dos pés e do corpo.
Rosa (1990) também apresenta exemplos de atividades que trabalham os
sons, como, por exemplo, usar uma parte de mangueira de jardim para as
crianças, aos pares, conversarem com a boca nos orifícios das extremidades da
mangueira. Elas vão notar como o som de suas vozes se propaga pelo ar da
mangueira ou, ainda, que a criança fala consigo mesma, colocando um orifício
da mangueira na boca e outra no seu ouvido.
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No ambiente escolar, principalmente nas primeiras séries, as crianças
começam a desenvolver suas perspectivas intelectual, motora, linguística e
psicomotora. Mas, a música também deveria ser praticada como matéria em si,
como linguagem artística, forma de cultura e expressão. A escola deve ampliar
o conhecimento do aluno, estimular a convivência com diferentes gêneros
musicais, introduzir novos estilos, fazer um diagnóstico reflexivo do que lhe é
apresentado, permitindo que o aluno se torne um ser crítico.
Combinar música e movimento por meio da dança ou da linguagem
corporal pode ajudar algumas crianças a se adaptarem a uma situação escolar
difícil (inibição psicomotora, debilidade psicomotora, instabilidade psicomotora,
etc.). Por isso é tão importante a escola se tornar um ambiente alegre, favorável
ao desenvolvimento.
As apresentações musicais que acontecem na escola não devem servir
apenas para formar músicos, mas sim através da prática e percepção da
linguagem musical, proporcionar a abertura dos canais sensoriais (visual,
auditivo e sinestésicos), facilitando a expressão de emoções, ampliando a
cultura e contribuindo para a formação total do cidadão.
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