E-Book - Práticas Pedagógicas Na Pandemia
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E-Book - Práticas Pedagógicas Na Pandemia
NÓS DA
ESCOLA 2
A ESCOLA DE
UM NOVO TEMPO:
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO
CONTEXTO DA PANDEMIA
ELABORAÇÃO:
CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas
em Educação, Cultura e Ação Comunitária
SÉRIE
NÓS DA
ESCOLA 2
A ESCOLA DE
UM NOVO TEMPO:
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO
CONTEXTO DA PANDEMIA
Elaboração:
CENPEC – CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS
EM EDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA
Coordenação técnica
Centro de Estudos e Pesquisas em Educação,
Cultura e Ação Comunitária – Cenpec
Organização do material
Maria Amabile Mansutti
Consultoria técnica
Matheus Natal
Revisão
Hebe Ester Lucas
SUMÁRIO
Apresentação............................................................................................................................................. 04
Referências.................................................................................................................................................. 59
APRESENTAÇÃO
“[...] eu quero ouvir
sobre as pequenas vidas
os pequenos instantes
de vida
que ainda resistem
aí”1
“Voltamos ao jardim
ao banco lavado pela chuva.
Pedimos o verde ao verde
a flor à flor
sem quebrar-lhe a haste [...]”2
1 Trecho do poema “Ouvir as pequenas vidas que resistem”, de Jarid Arraes, escritora, cordelista e poeta brasileira, autora dos livros
As lendas de Dandara, Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis, Um buraco com meu nome e Redemoinho em dia quente
2 Trecho do poema “Mulher e pássaro”, de Dora Ferreira da Silva, poeta e tradutora brasileira.
3 BBC, 2020.
4 UNESCO, 2020.
4
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
5
1
A EDUCAÇÃO INTEGRAL E
INCLUSIVA COMO PRINCÍPIO
PARA A FORMAÇÃO CIDADÃ
• Que educação é possível coexistir com a pandemia?
• Que educação queremos nesse contexto?
• Por que a educação integral é importante para lidar com a pandemia e
suas decorrências?
• Por que desenvolver práticas pedagógicas para uma formação cidadã?
6
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
Essas mudanças vieram para ficar, ao menos por algum tempo. O mundo depende
do desenvolvimento científico de vacinas e tratamentos para a doença para que
as pessoas possam voltar a ter contato próximo entre si sem riscos, o que pode
levar um longo período. Assim, as pessoas terão que aprender a conviver tomando
os cuidados necessários para evitar o contágio da doença.
Com a educação não será diferente. Professores, estudantes, mães, pais,
familiares, diretores, técnicos e gestores da educação também terão que se
adaptar aos processos educacionais possíveis no contexto da pandemia. Após
um período inicial de mudanças abruptas, adaptações improvisadas e atividades
educativas totalmente remotas, será viável voltar às atividades educativas
cotidianas presenciais como antes? Ou será possível realizá-las de outra forma?
Que tipo de adequações será necessário realizar respeitando os cuidados diante
dos riscos de contágio?
As mudanças causadas pela pandemia no mundo são inúmeras. E, sem dúvida,
afetaram de forma diferente os países mais desenvolvidos e os menos
desenvolvidos, as regiões mais ou menos estruturadas, os territórios com
instituições e articulações mais ou menos consolidadas, as pessoas com condições
de vida melhores ou mais precárias. É inegável que a pandemia acentuou as
desigualdades já existentes. A falta de saneamento básico, que já era um
problema em muitas regiões, por exemplo, impossibilita a realização dos cuidados
básicos em muitas casas. E a falta de opção de trabalho remoto faz com que
muitas pessoas tenham de continuar saindo de casa para trabalhar, expondo-
se ao vírus. Dessa forma, as condições precárias de vida aumentam os riscos de
contágio. Outros estudos6 indicam ainda que a insegurança alimentar chegou aos
seus níveis mais elevados e que a riqueza dos mais ricos aumentou.
A pandemia torna ainda mais urgente repensar e reinventar a educação. Nesse
contexto, você parou para pensar em quais são os conteúdos importantes a serem
trabalhados? Quais são as formas possíveis e seguras de se fazer educação?
Como fazer uma educação que contribua para o enfrentamento das desigualdades
sociais, exacerbadas pela pandemia? Uma educação para a formação de cidadãos
que sejam atuantes na construção de uma sociedade mais justa, igualitária,
solidária e sustentável?
A educação integral não é uma proposta nova, mas se torna ainda mais
relevante nesse contexto em que as desigualdades são acentuadas, os
sujeitos precisam se adaptar a novas realidades e o que está dentro da
escola precisa urgentemente dialogar com o que está fora. As metodologias
precisam lançar mão de recursos diversificados para alcançar a diversidade
de sujeitos e seus territórios. As articulações com a família, a comunidade,
agentes e organizações precisam se expandir e fortalecer.
A educação integral parte do olhar para o sujeito em sua integralidade, da
valorização dos saberes comunitários, articulados aos atores e espaços da
comunidade (como famílias, moradores, lideranças locais, artistas, em ruas,
praças, escolas, associações, centros culturais, instituições públicas ou privadas),
trabalhados a partir de metodologias variadas, considerando a complexidade do
7
mundo contemporâneo e contribuindo para o enfrentamento das desigualdades
sociais. Dessa forma, a educação integral propõe ferramentas humanizadoras
para enfrentar a pandemia.
8
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
Isso significa que a educação tem como objetivo o desenvolvimento pleno dos
estudantes, considerando-os não apenas em suas dimensões intelectual e
afetiva, mas sim como sujeitos multidimensionais. A educação integral busca
o desenvolvimento de múltiplas dimensões nos estudantes, como a física, a
emocional, a social, a cultural e a ética. Considerar a multidimensionalidade
do sujeito favorece o processo de ensino e aprendizagem, especialmente no
contexto da pandemia.
Almeja-se que o estudante, ao final da educação básica, tenha adquirido
conhecimentos e desenvolvido habilidades, atitudes e valores para que possa
integrar-se ativamente à vida contemporânea, lidando com novas demandas e
os diversos desafios da sociedade. Para isso, precisam desenvolver, por meio da
educação, as dez competências gerais.
9
Quais são as dez competências gerais que devem ser desenvolvidas
de forma integrada aos componentes curriculares, ao longo de toda
a educação básica?
CONHECIMENTO
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
1
construídos sobre o mundo físico, social e cultural
PARA
entender e intervir na realidade, colaborando para
uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
PENSAMENTO CIENTÍFICO,
2
CRÍTICO E CRIATIVO
Exercitar a curiosidade intelectual, o pensamento
e análise crítica, a imaginação e a criatividade
PARA
investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, problematizar e criar soluções
com conhecimentos multidisciplinares.
SENSO ESTÉTICO E
3
REPERTÓRIO CULTURAL
Valorizar e fruir as diversas
manifestações artísticas e culturais,
das locais às mundiais
PARA
participar de práticas diversificadas
da produção artístico-cultural.
COMUNICAÇÃO
4
Utilizar conhecimentos das linguagens verbal,
verbo-visual, corporal, multimodal, artística,
matemática, científica, tecnológica e digital
PARA
expressar-se e partilhar informações, ideias
5
e sentimentos, e, com eles, produzir sentidos
que levem ao entendimento mútuo.
CULTURA DIGITAL
Compreender e utilizar tecnologias digitais
de informação e comunicação de forma
crítica, significativa e ética
PARA
acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos e resolver problemas com protagonismo.
10
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
AUTOGESTÃO
Valorizar e compreender a diversidade de saberes,
6
entender o mundo do trabalho e construir seu
projeto de vida pessoal, profissional e social
PARA
fazer melhores escolhas com liberdade, autonomia,
responsabilidade e consciência crítica.
ARGUMENTAÇÃO
7
Argumentar com base em fatos,
dados e informações confiáveis
PARA
formular, negociar e defender ideias, pontos de vistas e
decisões que respeitem e promovam os direitos humanos
e a consciência socioambiental, com posicionamento ético
no cuidado consigo, com os outros e com o planeta.
8
AUTOCONHECIMENTO
E AUTOCUIDADO
Conhecer-se, apreciar-se, reconhecer suas
emoções e as dos outros e ter autocrítica
PARA
cuidar de sua saúde física e emocional, lidar
com suas emoções e com a pressão do grupo.
EMPATIA E COOPERAÇÃO
9
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução
de conflitos e a cooperação
PARA
fazer-se respeitar e promover o respeito ao outro,
acolher e valorizar a diversidade sem preconceitos,
10
reconhecendo-se como parte de uma coletividade
com a qual deve se comprometer.
AUTONOMIA
Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação
PARA
tomar decisões segundo princípios éticos
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
11
O desenvolvimento das dez competências gerais tem o propósito de “contribuir
para a construção de uma sociedade mais ética, democrática, responsável,
inclusiva, sustentável e solidária, que respeite e promova a diversidade e os
direitos humanos, sem preconceitos de qualquer natureza” (PORVIR, 2017). Assim,
visa que as crianças e adolescentes se tornem cidadãos atuantes no mundo
contemporâneo, preparados para lidar com os variados desafios e para construir
uma sociedade melhor. Você observa que, no contexto da pandemia, há
experiências oportunas para o desenvolvimento dessas competências?
Como sua escola poderia conversar com os pais sobre essas competências
e torná-los parceiros, na tarefa de desenvolvê-las junto aos estudantes? A
seguir, algumas sugestões.
NA PRÁTICA
Competências da BNCC e a vida na pandemia
Para lidar com a pandemia, por exemplo, são necessários diversos
conhecimentos sobre o vírus e como se pode minimizar os riscos de contágio,
pensamento científico e crítico para discernir as informações corretas
das chamadas fake news, cultura digital para acessar essas informações,
cooperação e empatia com as demais pessoas que também estão lidando com
a crise de diferentes formas, e responsabilidade e cidadania ao adotar uma
postura que não coloque em risco a própria vida nem a dos outros.
12
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
13
Dentre esses objetivos, o ODS 4 tem como foco a educação de qualidade e
para todos, em que se busca “assegurar a educação inclusiva, equitativa e
de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida
para todos” (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2015). O Brasil aprovou em 2014
seu Plano Nacional de Educação (PNE), que tem como objetivo orientar as
políticas públicas em educação até 2024. De modo geral, suas metas estão em
consonância com o que estabelece o ODS 4.
As metas do ODS 4 visam garantir que todos os jovens concluam a educação
básica, buscando o desenvolvimento das potencialidades dos sujeitos, desde
a primeira infância até a formação técnica e superior, incluindo a educação
de jovens e adultos, nos casos necessários. E ainda, eliminar as disparidades
de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de
educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas
com deficiência, os povos indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade.
No Brasil, o acesso à educação básica para todos foi inserido na Constituição
Federal (Emenda nº 59, de 2009). Essa perspectiva de inclusão faz parte
dos princípios da educação integral, uma vez que esta tem como objetivo o
desenvolvimento de todos de maneira integral, considerando as diversidades e
singularidades dos sujeitos. Com uma educação que seja para todos,
efetiva-se a educação integral.
Desenvolver práticas pedagógicas para uma formação cidadã é fundamental
nesse contexto da pandemia. Trabalhar a cidadania na escola sempre foi
importante. E, nesse período de pandemia, sua importância é ainda maior,
com as desigualdades se exacerbando, as condições precárias de vida
piorando e direitos não garantidos dificultando ainda mais a vida, inclusive
causando mortes.
É fundamental, então, que as práticas pedagógicas busquem desenvolver a
cidadania ativa e estimulem a mobilização social e o engajamento comunitário. É
por meio da cidadania que o sujeito pode exercer seu papel na sociedade e tem
seus direitos e deveres determinados.
NA PRÁTICA
Práticas pedagógicas e a cidadania ativa
A formação da cidadania em sala de aula pode ser trabalhada a partir de
diversos temas, no contexto da pandemia. Abordar a democracia e o sistema
político, incluindo seu funcionamento nas esferas nacional, estadual e municipal
e nos diferentes poderes (executivo, legislativo e judiciário) é fundamental
para entender quais são as responsabilidades de cada um e como é possível
realizar o controle social, ou seja, monitorar e cobrar as ações de políticas
públicas necessárias.
Em consonância estão os direitos humanos, que têm sido ainda mais violados
na pandemia. É possível olhar para a Declaração Universal dos Direitos Humanos
e discutir: de que forma pode ser aplicada no dia a dia; sua história; o contexto
brasileiro; sua relação com a democracia; entre outros. Alguns desses elementos
14
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
15
A partir da escolha de temas geradores, inicia-se a experiência da aprendizagem,
trabalhando-se conceitos como o desenvolvimento de soluções criativas
para problemas reais. Pratica-se, então, o planejamento colaborativo com os
envolvidos (professores e estudantes), o diálogo, a construção coletiva para a
realização do projeto. A experiência de aprendizagem é vivida intensamente,
proporcionando-se sentidos à aplicação dos conceitos no fazer coletivo, tendo
os estudantes como protagonistas.
Os mapas conceituais também são um bom recurso para a sistematização
de muitas informações com diferentes interligações, como no caso de
planejamentos coletivos de atividades complexas. Também são conhecidos
como mapas mentais ou diagramas, e são bastante úteis para se entenderem
articulações complexas entre diversos elementos, sem comprometer a visão do
todo. A seguir, um exemplo de mapa conceitual com conceitos que costumam
estar no livro de Biologia do ensino médio.
PLANEJAR A RECUPERAR OS
SOCIEDADE COMO ECOSSISTEMAS
UM ECOSSISTEMA DEGRADADOS
NECESSIDADE NECESSIDADE
TÉCNICAS DE
DE FONTES DE DE RECICLAR OS
REFLORESTAMENTO
ENERGIA PRODUTOS
ECOSSISTEMA
16
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
NA PRÁTICA
Mapas conceituais
Para a elaboração de um mapa conceitual, define-se seu objetivo e público-
alvo, para então escolher os conceitos e as ideias relevantes a serem inseridos
em caixas ou círculos. O próximo passo é refletir sobre a relação entre esses
conceitos, o que deve se desdobrar na organização visual do mapa, ou seja,
aproximando os conceitos similares ou colocando no centro ou na parte superior
os conceitos principais ou iniciais para o entendimento do mapa. Passa-se, então,
para a qualidade das relações, que podem ser representadas por traços ou flechas,
por exemplo, e podem ter palavras de ligação, se necessário, para evidenciar o
significado do vínculo. É possível experimentar diversas configurações para o
mapa nas ferramentas digitais disponíveis gratuitamente na internet.
17
2
O VALOR DA CIÊNCIA PARA
PRESERVAR A VIDA NO
PLANETA
• Como surgiu a Covid-19?
• Como as pessoas são infectadas pelo coronavírus?
• Quais são os sintomas da doença?
• Qual é o melhor tratamento?
• Quando a pandemia do coronavírus vai terminar?
• Existe uma vacina para a Covid-19?
Vivemos uma situação que tem levado milhões de pessoas a fazerem muitas
perguntas. A resposta a cada uma delas é fundamental e decisiva para que todos
possam organizar suas vidas. Algumas dessas perguntas já têm respostas, outras
ainda não. Mas o que todos sabem, com certeza, é que as respostas serão
dadas pela CIÊNCIA!
18
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
O QUE É CIÊNCIA?
Conhecimento ou saber excessivo conseguido pela prática, raciocínio ou reflexão.
Reunião dos saberes organizados obtidos por observação, pesquisa ou pela
demonstração de certos acontecimentos, fatos, fenômenos, sendo sistematizados
por métodos ou de maneira racional: as normas da ciência [...] do latim
scientia.ae. (Dicionário Aurélio).
8 JULIÃO, 2020.
19
COMBATE À COVID-19 NO BRASIL
Diversos hospitais, universidades e centros de pesquisa brasileiros estão
fazendo a diferença contra o coronavírus, tais como Instituto Adolfo Lutz,
Instituto Butantan, Fiocruz, entre outros.
Por meio dos links abaixo você poderá saber um pouco mais sobre alguns
dos trabalhos em curso:
Dez pesquisadores brasileiros contam o que estão estudando
sobre o coronavírus
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/04/11/dez-pesquisadores-brasileiros-contam-
o-que-estao-estudando-sobre-o-coronavirus
20
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
NA PRÁTICA
Oportunidade para propor aos alunos o estudo do Projeto
Genoma Humano (1990).
9 Segundo o biomédico Matheus Natal, isso significa que o vírus que chegou ao Brasil provavelmente veio da Europa. Já havia
muitas infecções por lá, o suficiente para que o vírus fosse um pouco diferente do original, que veio da região da China, muito
provavelmente de Wuhan. O mesmo aconteceu com a sequência genética feita nos EUA. Em março já havia “vários tipos do mesmo
vírus” em seu território nacional, o que sugere que o vírus primeiramente sequenciado em Washington veio de um lugar diferente do
que o sequenciado em Seattle. Isso é, na verdade, um grande achado epidemiológico, já que é possível concluir que o vírus já havia
chegado em países como nos EUA há mais tempo do que imaginávamos. Mais informações em: https://www.bloomberg.com/news/
articles/2020-03-24/how-did-covid-19-spread-viral-genetics-leave-trail-of-clues e https://www.nytimes.com/2020/04/08/science/
new-york-coronavirus-cases-europe-genomes.html
21
O QUE É GENOMA?
Genoma é a sequência completa do DNA, ou seja, o conjunto de todos os genes
de um ser vivo. Estudar o genoma é como estudar a anatomia molecular de uma
espécie.
NA PRÁTICA
Que tal propor uma pesquisa para que os estudantes
conheçam melhor a vida e o trabalho destes cientistas?
22
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
Estamos vivendo um momento histórico que nos leva a repensar o nosso modo
de vida. A crise gerada pelo coronavírus nos tornou mais conscientes de que o
mundo está interligado e nos oferece uma grande oportunidade de mostrar aos
estudantes quanto esta pandemia exaltou o valor da ciência. A vida hoje depende
do conhecimento. Nesse sentido, mais do que nunca, são reconhecidas pela
sociedade a importância da escola e a relevância do professor como articulador
das relações entre o estudante e o conhecimento.
10 BNCC, 2019b.
11 ESCOBAR, 2019.
23
NA PRÁTICA
I. Estudo envolvendo toda a escola:
O que já sabemos sobre a Covid-19.
Para realizar esse estudo, será necessário organizar um time integrado por
professores e estudantes dos ensinos fundamental e médio. Outros profissionais
da escola poderão participar. A ideia é fazer um trabalho integrado com a
participação de toda a escola. Esse time, espécie de “guardião do conhecimento”,
será responsável por coletar informações sobre a Covid-19, sobretudo no que
se refere ao avanço dos conhecimentos científicos sobre a doença. Para tanto,
os participantes irão registrar, por exemplo, o momento em que se recomendou
usar máscaras e as justificativas apresentadas, a polêmica travada sobre o uso da
cloroquina, a transmissão da doença por pessoas que são assintomáticas e pré-
sintomáticas, entre outras informações.
O período do estudo abrangerá desde o surgimento da doença em Wuhan, na
China, até dezembro de 2020: situando no Brasil a data do primeiro caso de
Covid-19, datas de fechamento e de reabertura das escolas, os períodos de
lockdown, de isolamento social, de flexibilização do isolamento na cidade ou
região em que se encontra a escola e as justificativas para a tomada dessas
medidas com base em estudos científicos.
A forma de apresentação será um infográfico digital. A primeira tarefa do time
será pesquisar diferentes tipos de infográficos e escolher o que melhor se adapta
à apresentação das informações coletadas. Na internet há muitas informações
sobre infográficos e instruções para construí-los.
Ele estará disponível para estudantes, professores e demais funcionários via
site da escola ou aplicativo no celular. Após ser publicado, será atualizado
semanalmente pelo time que o construiu. Além de buscar as informações, o time
será responsável por consultar e indicar fontes seguras.
24
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
O que é um infográfico
Infográfico é uma forma visual de apresentar informações e dados, geralmente
complexos, auxiliando na compreensão do leitor. É elaborado por meio de imagens
(ilustrações, gráficos, ícones) e textos. Em geral, transmite informações de forma
mais direta e eficaz do que textos.
A partir desse infográfico, professores poderão propor atividades como: rodas de
conversa entre estudantes para saber mais sobre a doença; produção de textos de
opinião; realização de estudos com os temas “O que é o Sistema Único de Saúde
(SUS) e como ele funciona?”, “Quais desafios precisam ser enfrentados até que
exista uma vacina contra a Covid-19 disponível para todos?”.
25
Também é preciso saber que a finalidade expressa por essa comunicação
resulta na persuasão, ou seja, o objetivo principal é esclarecer a
população sobre determinado assunto e, ao mesmo tempo, mobilizá-la,
persuadi-la a colaborar. Dessa forma, os textos da campanha devem ser
compostos de verbos expressos no modo imperativo. Assim, a linguagem
utilizada tem de estar adequada ao contexto comunicativo, bem como ser
atrativa. Além de convencer, outro objetivo da campanha é instruir. Ao
conclamar a população para algo, também é importante instruí-la a como
proceder diante de dada situação.
26
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
3
O ENSINO HÍBRIDO:
METODOLOGIAS ATIVAS
COMO ALIADAS NO
RETORNO ÀS AULAS
• Qual é o conceito de ensino híbrido e como ele funciona na prática?
• Como o ensino híbrido potencializa as metodologias ativas?
• Quais são as ferramentas essenciais, tecnológicas e pedagógicas para o
desenvolvimento do ensino híbrido?
Com quantos gigabytes se faz uma jangada, um barco que veleje? Na célebre canção
“Pela internet”, lançada em meados dos anos 1990, Gilberto Gil já nos convidava
para aproveitar a “vazante da infomaré”. De lá para cá, as tecnologias da informação
e comunicação (TICs) se fizeram ainda mais presentes em nossas vidas, pautando
as relações em uma sociedade cada vez mais conectada e imersa no mundo digital.
27
Hoje, o acesso e as habilidades para fazer uso das TICs configuram-se como pontes
para interagir, informar-se e exercitar a cidadania. Perante o distanciamento social,
as TICs ganharam relevância e as limitações de seu acesso no Brasil podem acentuar
desigualdades, comprometendo a garantia do direito à educação.
Escolas do mundo inteiro foram desafiadas a adaptar a relação de ensino-
aprendizagem e o uso das tecnologias digitais foi adotado como estratégia central
para dar sustentação à comunicação entre escolas e estudantes. Observando
experiências em países que iniciaram a retomada das aulas, nota-se um
movimento cauteloso e gradual, sugerindo que, mesmo com o restabelecimento
das aulas presenciais, as estratégias remotas devem continuar presentes. E se,
em meio às urgências impostas pelo distanciamento social repentino,
o ensino remoto se deu, em muitas situações, de modo improvisado, o
retorno às aulas exigirá uma etapa de planejamento e estruturação das
formas de trabalho, mais longa e detalhada. Que tal velejarmos por esse
“infomar” para conhecer um pouco mais sobre o conceito de ensino híbrido, suas
características, condições e possibilidades?
12 CENPEC, 2019a
NA PRÁTICA
Debate em movimento – Monitoramento da Covid-19 x Invasão
de privacidade
Uma discussão importante na atualidade trata dos riscos de compartilhamento de
dados nas plataformas e aplicativos destinados ao monitoramento do coronavírus
em todo o mundo. O uso de georreferenciamento, de câmeras de reconhecimento
28
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
13 CENPEC, 2019b.
14 ROJO, 2017.
29
A adoção de tecnologias pelos professores requer um tempo de apropriação
e horas dedicadas ao estudo e ao planejamento coletivo. Nesse sentido, cabe
aos gestores e coordenadores pedagógicos apoiarem a formação continuada
dos docentes, bem como investirem na busca ou desenvolvimento de recursos
educacionais digitais para a escola.
Exemplos de
Características Plataformas Conteúdos Hardware
ferramentas
NA PRÁTICA
Rotação por estações
Trata-se de uma estratégia em que os alunos são organizados em pequenos
grupos com atividades diversificadas e, de tempos em tempos, os grupos se
revezam, até realizarem todas as atividades. Em geral, pelo menos uma das
estações envolve o uso de tecnologia, por meio de computadores, tablets ou
mesmo o celular do aluno.
Durante a pandemia, cabe desenvolver adaptações à proposta. Por exemplo, em
vez da divisão em subgrupos, a permanência em cada estação pode ser realizada
individualmente, a depender do número de alunos em sala. A estação que envolve
o uso de tecnologia pode ser vivenciada em casa, com uma parte da atividade
sendo realizada remotamente.
30
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
O QUE É NECESSÁRIO?
• Organizar conteúdos digitais para trabalho on-line.
• Computador e/ou dispositivos móveis para os alunos
e para o professor, em sala e/ou no laboratório de
informática da escola e em casa para as
atividades remotas.
• Conexão com internet no local onde as atividades
forem realizadas.
31
4
A COMPREENSÃO
DA PANDEMIA E O
CONHECIMENTO ESCOLAR:
CONSTRUINDO PONTES ENTRE
O CURRÍCULO E A VIDA
• Como as atualidades chegam à sala de aula?
• O que é fundamental que o aluno aprenda na escola?
• As mudanças em nosso modo de estar no mundo transformarão a escola?
• Como os conhecimentos escolares podem ajudar a entender a Covid-19?
32
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
MATEMÁTICA
Gráficos, funções logarítmicas, progressão geométrica, raiz e proporção,
estatística. De acordo com matéria16 publicada no Portal do Cenpec, esses
são exemplos de conceitos matemáticos que podem ajudar os estudantes,
considerando os diferentes níveis de complexidade para cada etapa de ensino, a
compreenderem a pandemia.
Tomando a análise das representações gráficas como ilustração, ainda de acordo
com a matéria citada, em um gráfico que apresenta a evolução do número de
infectados ao longo do tempo, há questões para serem discutidas com os alunos,
além dos cálculos necessários para a sua criação. “É necessário saber: o que o
gráfico significa? Por que ele tem essa forma? De onde vêm esses números?
Que pergunta foi feita e que dados foram organizados para se chegar a essa
representação gráfica?”, aponta Silvia Longato, especialista entrevistada.
Número
Transmissão
de casos
fora de controle
Capacidade
do sistema
de saúde
16 CENPEC, 2020.
33
Para analisar um gráfico também é necessário desenvolver
habilidades de leitura e interpretação de dados. “Os alunos
precisam compreender que os gráficos apresentados na
mídia são resultado de um processo que envolve habilidades
para coletar, organizar e representar informações”, completa
Silvia. Para ela, é importante que os alunos tenham acesso,
compreendam uma variedade de gráficos e percebam que
alguns modelos podem ser mais adequados para representar
resultados de pesquisas em resposta a um problema, por
exemplo: “Se lemos no jornal que a meta de isolamento social
é de 70%, vale discutir com os alunos: como chegaram a esse
número? Quais informações ou dados são importantes
coletar para que seja possível chegar a esse número?”,
finaliza a especialista.
Outro exemplo explorado na matéria aborda os conhecimentos
estatísticos, previstos na BNCC para o final do ensino
fundamental e, de forma mais aprofundada, no ensino médio.
Trabalhando a distância com seus alunos, André Ruivo, professor
de matemática do Colégio Guilherme Dumont Villares, em São
Paulo (SP), organizou uma pesquisa sobre a doença, que deveria
ser feita por ligação ou mensagem de texto.
Cada aluno deve entrevistar cinco pessoas e perguntar se elas
foram infectadas com o vírus. Vamos organizar as respostas
em categorias: quem foi infectado, fez o teste e o resultado
foi positivo; quem apresenta os sintomas, mas não foi testado;
quem apresenta sintomas, mas o resultado do teste foi negativo
para a Covid-19; e quem não apresentou nenhum sintoma de
gripe e, portanto, não tem ou não sabe se pode ter tido a doença
(André Ruivo, para a matéria do Cenpec, 2020).
34
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
A jornalista desenha tabelas, números e gráficos com muita criatividade. Por meio
do seu trabalho, informações técnicas transformam-se em conteúdos coloridos,
belos, críticos e acessíveis para os leitores.
BIOLOGIA
No campo das Ciências da Natureza, a Biologia é um prato cheio para ajudar a
compreender a atual pandemia. Sabemos que cabe aos professores auxiliar os
35
estudantes na elaboração, interpretação e aplicação de modelos
explicativos para compreender os fenômenos naturais e que,
no atual cenário, certamente devem estar recebendo inúmeras
perguntas de suas turmas. Que tal aproveitar essa curiosidade
genuína sobre o vírus, suas características e como se
comporta, para promover engajamento em pesquisas e
projetos nos quais os alunos serão protagonistas de seu
processo de aprendizagem na busca de respostas?
A competência específica 2 da BNCC19 do ensino médio,
para a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias,
dialoga diretamente com o atual contexto: “Analisar e utilizar
interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do
Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o
funcionamento e a evolução dos seres vivos e do Universo, e
fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis”.
NA PRÁTICA
Pelas ondas da web
Nessa jornada investigativa, professores podem lançar mão
de referências do mundo virtual para auxiliá-los. No YouTube,
recentemente, o canal20 (https://www.youtube.com/channel/
UCSTlOTcyUmzvhQi6F8lFi5w) do biólogo Atila Iamarino ganhou
significativa visibilidade. O espaço dedica-se a veicular vasto
conteúdo sobre a Covid-19. Nele, o especialista busca dialogar
com seu público apresentando dados sustentados por evidências
científicas, em lives com temáticas como: “OMS declara
pandemia”; “O que o Brasil precisa fazer nos próximos dias”; “Por
que é importante ficar em casa”; “A situação do mundo e do
Brasil”; “Como são os sintomas da Covid-19”; entre outras.
19 BNCC, 2019.
20 IAMARINO, 2020.
21 TRAVITZKI, 2020.
36
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
Nesse sentido, recorrer aos saberes indígenas pode ser tão instigante quanto
surpreendente. Sabe-se que o isolamento, como estratégia para conter doenças,
é usado há séculos por essas populações. Uma matéria22 do site Outras Palavras
aponta que até hoje tribos inteiras deslocam-se e reformulam seus modos de vida,
assim como faziam seus antepassados.
Em texto23 intitulado “Ouvir os índios”, o antropólogo Pedro Cesarino avalia
que a pandemia viral não pode ser compreendida apenas em uma chave
antropocêntrica, uma vez que suas origens e desdobramentos são tão
complexos que não permitem compreender o humano como uma entidade
independente. E acrescenta:
O xamanismo ameríndio, esse território tão desconhecido quanto estigmatizado, é
exatamente uma arte da diplomacia transespecífica: uma forma de mediação entre
agências e subjetividades que atravessam os corpos humanos, para garantir a vida
saudável entre parentes. Partindo do pressuposto de que corpos humanos são
por natureza vulneráveis, xamãs negociam com entidades análogas àquelas que
chamamos de vírus ou de bactérias, pois sabem que disso depende o futuro de suas
comunidades (CESARINO, 2020).
22 VEIGA, 2020.
23 CESARINO, 2020.
37
que humanas poderiam dar conta das instabilidades que vieram para ficar”. Essa
investigação sobre os modos de lidar com as doenças, pelos povos indígenas, pode
ser trabalhada de modo interdisciplinar, pois também é matéria importante no
campo das Ciências Humanas e Sociais. Que outras relações interdisciplinares
você identifica como potenciais para abordar essa temática?
LÍNGUA PORTUGUESA
A pandemia abalou as estruturas de relações das mais variadas naturezas. De
acordo com reportagem24 do jornal Folha de S.Paulo, o coronavírus pode mudar
até o nosso jeito de falar português. Termos que antes não eram usuais passaram
a fazer parte do nosso cotidiano: isolamento social; quarentena; achatamento da
curva de contágio. Assim como novos hábitos foram incorporados em nosso
dia a dia, como o uso de máscara e a higienização constante de objetos,
será que os novos termos que utilizamos para nos referir à pandemia
vieram para ficar? Valorizar termos da Medicina e da Biologia supõe que
o conhecimento baseado em uma racionalidade científica também será
valorizado? São questões para os professores suscitarem com suas turmas.
Se as palavras que escolhemos usar, em determinados contextos, trazem consigo
uma fotografia da realidade, a literatura também é terreno fértil para isso. Uma
matéria25 publicada na revista especializada em literatura Quatro Cinco Um
investiga como Shakespeare representava em suas peças as pestes e epidemias
que assolaram a Inglaterra. O dramaturgo nasceu em 1564 e, ao longo da sua
existência, atravessou períodos de epidemia. Eram períodos de distanciamento
social, nos quais os teatros também foram fechados.
Das obras de Shakespeare, talvez a mais popular seja Romeu e Julieta. Se não a
mais popular, certamente a mais romântica das tragédias. Eis que é revelada uma
curiosidade sobre este romance: quem se lembra que a morte dos amantes foi
causada pela epidemia que então grassava na Itália?
Romeu foi parar por engano na festa em que se apaixonou por Julieta. Julieta,
adormecida em seu túmulo, tomou a poção que a faria parecer morta, num
estratagema para superar o ódio entre os Capuleto e os Montecchio.
Mas é preciso avisar Romeu.
Havia peste em Verona, Frei João estava em quarentena. Na peça, os corpos
começaram a ser enterrados apenas em lençóis ou mortalhas, pela alta do preço dos
caixões. O fato de que os mortos eram envolvidos em lençóis brancos, afirma um
estudioso, pode até ter influenciado a cor dos nossos fantasmas.
Frei João tenta ir a Mântua para contar a Romeu que a morte de Julieta é apenas
fingida, mas fracassa em sua missão. Ao voltar, relata a Frei Lourenço que, por
causa da epidemia, não pôde entregar a carta a Romeu: — Fui procurar um frade de
nossa ordem de pés descalços, que visita os doentes, para ir comigo a Mântua, mas
os guardas da cidade, pensando que tivéssemos estado numa casa dominada pela
pestilência, logo fecharam as portas, não deixando que saíssemos. Desta arte minha
pressa de ir a Mântua ficou parada (Shakespeare em meio à peste.
In: Revista Quatro Cinco Um).
24 PORTO, 2020.
25 MUYLAERT, 2020.
38
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
NA PRÁTICA
A reintegração será um ponto-chave para a retomada na escola, após o
período de quarentena. Propor que os alunos se expressem, explorando
os diferentes gêneros textuais, pode ser uma boa atividade de
acolhimento. O professor deve fazer uma pesquisa prévia, compilando
textos que têm sido produzidos neste período, para inspirar os alunos.
Veja a seguir um registro27 do escritor Gregório Duvivier:
Fazer faxina
Gregório Duvivier
Fazer a cama, faça chuva ou faça sol. Fazer a mesa. Fazer faxina. Fazer
anos. Se fizer aniversário. Fazer um zoom. Fazer hora. Fazer dia. Fazer
mês. Fazer um hangout. Fazer live. Fazer a fama. Deitar na cama. Fazer
das suas as minhas palavras. Fazer faxina. Fazer a barba. Fazer faxina.
Fazer a bainha das calças. Fazer faxina. Fazer a egípcia. Fazer a louca.
Fazer a Teresinha – assustada, dizer não. Fazer amanhã o que você
pode fazer hoje. Fazer hoje o amanhã. Fazer questão de fazer as pazes.
Fazer tempestade em copo d’água. Fazer fermento, fermentar farinha,
fazer o pão que o diabo amassou. Fazer desfeita. Fazer a festa. Fazer
faxina. Fazer de conta que faz as malas. Fazer vista grossa que não fez
faxina. Fazer exercício. Fazer nas coxas. Fazer um fuzuê. Fazer faxina.
Fazer vaquinha. Fazer por onde. Fazer faxina. Fazer jus, fazer justiça.
Com as próprias mãos, fazer sentido. Fazer a cama. Fazer faxina.
26 SCHWARCZ, 2020.
27 DUVIVIER, 2020.
39
HISTÓRIA
Para compreender o presente, precisamos buscar elementos
no passado. Em meio à pandemia, algumas perguntas nos
atravessam e sua relação com a história é evidenciada a todo
momento: Como as doenças viajam pelo mundo? Como as
epidemias marcaram a História? Há semelhança entre os efeitos
da pandemia atual e outras epidemias ao longo da História?
Provocar os alunos a refletirem sobre o passado e o
presente e a pesquisarem sobre a história das epidemias
pode ser uma oportunidade para o professor estabelecer
conexões entre o currículo e o que seus alunos têm
vivido, além de dialogar sobre como essa experiência está
reverberando e deixando marcas em cada um e em todos
nós. Promover junto aos estudantes a ideia de que pesquisar é
uma maneira de fazer boas perguntas torna-se um aquecimento
para, posteriormente, a turma analisar e registrar dados sobre as
epidemias e, ao final da jornada, compartilhar os achados.
Em uma recente matéria da revista Nova Escola28 há
orientações para apoiar professores dos anos finais do ensino
fundamental. A proposta sugere que abordar o impacto de
diferentes epidemias no Brasil ajuda a refletir sobre distintos
momentos da nossa História. As interações entre diferentes
etnias, a distribuição territorial da população, em cada época,
os processos de modernização e seus respectivos impactos são
elementos para investigar a partir da temática proposta. Como
ponto de partida, a matéria propõe o recorte de três epidemias
que assolaram o Brasil em diferentes períodos: varíola, febre
amarela e gripe espanhola.
Tomando como exemplo a gripe espanhola, sugere-se que
o professor busque relacionar os impactos da pandemia de
1918 com os limites da modernização do país no período da
Primeira República. Estima-se que o vírus tenha matado até 50
milhões de pessoas em todo o mundo. “No Brasil, 8% a 10% da
população pode ter morrido por complicações relacionadas à
gripe.” Também é possível traçar relações entre a atual pandemia
e a gripe espanhola, afinal, uma das primeiras medidas tomadas
no Brasil, na época, foi a suspensão das aulas, seguida de
banimento de aglomerações em festas, teatros, entre outros.
Algumas questões problematizadoras podem estimular
os estudantes a relacionar passado e presente: Como
estaríamos no combate à Covid-19 se não tivéssemos
Ministério da Saúde e um Sistema Único de Saúde (SUS),
como não havia na época da gripe espanhola?
28 MARTINS, 2020.
40
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
NA PRÁTICA
Escola como espaço de escuta, um ambiente
pedagógico estimulante
Assumimos aqui que, ao partir de questões que consideram o mundo e suas
interações, somos capazes de identificar problemas a serem investigados.
Acreditamos que essa investigação, como fio articulador entre as diferentes
áreas do conhecimento, contribui para engajar estudantes no processo de ensino-
aprendizagem e chamar a atenção para os riscos do coronavírus. Mas, além
dos conteúdos, é importante considerar as metodologias intencionais para a
construção do saber.
Nesse sentido, compartilhamos uma estratégia metodológica que foi elaborada
considerando os alunos do ensino médio, mas que pode ser adaptada para outras
etapas de ensino. Trata-se das Ambiências Criativas29.
A metodologia apresenta-se como estratégia para promover a construção de
um currículo envolvendo estudantes e professores, idealmente de diferentes
disciplinas, a partir de problemas do mundo atual que afetam os estudantes e as
comunidades escolares.
29 CENPEC, 2018.
41
No instrumental 1, cada estudante é convidado a registrar individualmente as
primeiras impressões sobre a temática escolhida: o que mais chamou a atenção e
por que; se lembram de algum acontecimento dos dias de hoje ou mais antigo que
se relacione com a temática; sentimentos ou inquietações que a temática provoca.
Nome:
Temática escolhida:
Dos materiais expostos neste canto, o que mais te chamou a atenção? Por quê?
Você se lembra de algum acontecimento que tenha se passado com você ou de que
você se lembre, dos dias de hoje ou mais antigo, que relacione a esta temática?
42
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
43
5
A AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
DAS APRENDIZAGENS
ESCOLARES NO RETORNO
ÀS AULAS
• O tempo longe da escola terá impactado as aprendizagens?
• Por que é importante retomar as aulas com o olhar voltado
para o desempenho dos estudantes?
• Como a avaliação diagnóstica pode potencializar o
processo de aprendizagem?
• O que fazer com os resultados da avaliação?
DE ONDE PARTIMOS
As atividades escolares presenciais foram suspensas, no Brasil e no mundo,
impactando as relações tecidas em seu interior. E, ainda que as estratégias
remotas tenham tentado mitigar os efeitos negativos causados, sabemos que a
44
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
45
PARA SABER MAIS
O ato de avaliar importa coleta, análise e síntese dos dados que configuram
o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade,
que se processa a partir da comparação da configuração do objeto avaliado
com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para
aquele tipo de objeto. O valor e qualidade atribuídos ao objeto conduzem
a uma tomada de posição a seu favor ou contra ele. E o posicionamento a
favor ou contra o objeto, ato ou curso de ação, a partir do valor ou qualidade
atribuídos, conduz a uma decisão e ação novas: manter o objeto como está
ou atuar sobre ele.
A avaliação, diferentemente da verificação, envolve um ato que ultrapassa
a obtenção de configuração do objeto, exigindo decisão do que fazer ante
ou com ele. A verificação é uma ação que “congela” o objeto; a avaliação,
por sua vez, direciona o objeto numa trilha dinâmica de ação.
Fonte: Luckesi (2010).
1. C
oletar, analisar e sintetizar os 2. A
tribuir uma qualidade para a
resultados apreendidos. configuração da aprendizagem
encontrada a partir de uma
expectativa preestabelecida.
3. T
omar decisões sobre o planejamento 4. Planejar e implementar
e a intervenção docente, em sala de estratégias complementares, por
aula, considerando a reorientação da exemplo, a recuperação paralela.
aprendizagem, nos casos em que os
resultados se apresentem abaixo
do esperado.
46
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
32 UFMG, 2020.
33 BLASIS; GUEDES, 2013, p. 18.
47
justificar as escolhas pautando-as em critérios
de relevância. Em situações como essas, é comum usar
como critérios:
• ser de grande uso social;
• estar implicado no desenvolvimento de modos de pensar e
organizar o conhecimento;
• estar relacionado às temáticas essenciais para a atuação
cidadã (dez competências da BNCC ou Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável [ODS]);
• ter caráter interdisciplinar; e
• ser considerado fundamental ao prosseguimento dos estudos.
Atenção, não se trata de eliminar as habilidades que
não atendam aos critérios, mas de entender que serão
desenvolvidas em períodos e momentos seguintes. O
instrumento para o diagnóstico será elaborado a partir de
situações em que os estudantes manifestam as habilidades
destacadas para o trabalho.
48
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
Mapas de foco
O Instituto Reúna lançou os Mapas de Foco, que são uma
seleção das habilidades da BNCC para apoiar a elaboração de
avaliações diagnósticas, entre outros usos. Estão organizados
por etapa (anos iniciais e anos finais) para componentes do
ensino fundamental em Língua Portuguesa, Matemática,
Ciências, História e Geografia.
No site do instituto você encontrará informações
detalhadas sobre os mapas e orientações para
apropriação do material.
https://institutoreuna.org.br/projeto/mapas-de-foco-bncc/
Conhecimento
prévio Código da Texto da Objetivos de Competências
(habilidades de Classificação aprendizagem Relacionadas Comentários
habilidade habilidade
anos anteriores e
do mesmo ano)
Aqui esão Nesta coluna, é Em texto da Em classificação, Cada uma das Nesta coluna, é Aqui estão
elencados os possível ver o habilidade, pode-se localizar habilidades possível ver a alguns
códigos de todas código referente você pode ler o rapidamente classificadas competência da comentários
as habilidades à habilidade, que texto completo quais daquelas como área com a qual gerais obre a
que o estudante a localiza no ano das habilidades habilidades foram aprendizagem a aprendizagem classificação,
precisa ter e componente, previstas pela classificadas como foco foi foco da coluna feitos pelos
desenvolvido conforme a BNCC. BNCC para aprendizagem detalhada em 3 se relaciona. autores, sobre
para poder iniciar aquele ano. foco (AF), objetivos de determinada
o processo de aprendizagem aprendizagem. habilidade.
aprendizagem complementar Fizemos isso
da habilidade (AC) e expectativa para apoiá-lo no
classificada como de fluência (EF). entendimento
foco. Elas podem da habilidade
ser de anos e em como
anteriores ou do transformá-la
mesmo ano. em aulas.
49
O domínio de uma dada habilidade depende: do eixo do conhecimento, que são
os objetos de conhecimentos envolvidos, do eixo cognitivo operação mental
envolvida (reconhecer, analisar ou avaliar) e dos diferentes contextos em que
habilidade será exigida (situação do contexto cotidiano ou científico).
(Cf. BRASIL, 2019, p. 64)
Assim, ao mapa das habilidades, será necessário associar os diferentes
níveis de complexidade que serão atribuídos às situações em que a habilidade
será requerida.
NA PRÁTICA34
Para a habilidade - Resolver problemas com números naturais, envolvendo a
operação de multiplicação, indicada para estudantes dos anos iniciais do ensino
fundamental, a depender das ideias envolvidas nas situações-problema, maior
complexidade para os estudantes.
Ideia de configuração retangular: Quantos estudantes há ao todo em uma sala
organizada em três fileiras com seis estudantes em cada uma?
Ideia de comparação entre razões (proporcionalidade): Um chocolate custa
dois reais. Quanto gastarei para comprar quatro chocolates?
Ideia de combinatória: Carmem tem duas saias, uma preta e outra azul, e tem
duas blusas, uma vermelha e outra amarela. Quais combinações ela pode fazer
com essas roupas?
Você já deve ter percebido que poderemos ter que lançar mão de um instrumento
muito extenso para o diagnóstico. Sim, é bem provável termos como resultado
um instrumento com muitas situações propostas para os estudantes. Isso nos
faz pensar que será necessário ponderar para quais habilidades serão propostas
situações no nível difícil, e um caminho para ajudar nessa decisão é ponderar
que exigimos maior nível de complexidade para habilidades que já estão
consolidadas por terem sido desenvolvidas em diferentes momentos, anteriores,
da escolaridade (currículo desenvolvido em espiral).
34 INEP, 2016.
50
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
51
FIGURA 3. Quadro usado como uma rubrica – indicador de diferentes
níveis de apropriação da leitura e do texto produzido
35 Pois na visão de alguns autores, a avaliação externa é aquela que não é planejada pelo professor da sala de aula.
52
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
53
Instrumental para registro dos resultados para o gestor
Como vimos anteriormente, o instrumento diagnóstico padronizado muitas vezes
perde na riqueza e especificidade das informações coletadas, por envolver maior
número de questões de múltipla escolha, mas ganha por oferecer informações que
permitem ao gestor realizar a supervisão pedagógica. Para esse monitoramento,
planilhas por classe auxiliam o acompanhamento do planejamento pedagógico
previsto para proporcionar avanços. Nessa direção, criar uma grade de registro dos
resultados pode ser o primeiro passo para a análise.
A análise pode partir do percentual de estudantes que acertam as situações
propostas para as habilidades. Uma grade que explicite os percentuais por
classe pode ajudar o gestor a verificar os percursos necessários para o avanço
de cada turma.
À semelhança da análise que o professor pode fazer da sua classe, organizando
níveis a partir dos acertos, com a interpretação pedagógica destes, o gestor
pode estabelecer quadros comparativos com as diferentes turmas da escola,
permitindo a análise dos percentuais. Um exemplo dessa análise é apresentado
a seguir, com base nos resultados da Provinha Brasil.
54
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
55
Nessa análise, o resultado quantitativo deve estar alinhado
a uma interpretação pedagógica que explique o que cada
nível (número de acertos) significa em termos de domínio
dos estudantes. Somente assim o gestor pode atribuir
sentido às distribuições percentuais dos estudantes e discutir
coletivamente as práticas pedagógicas essenciais para mobilizar
o avanço a níveis mais adiantados.
NA PRÁTICA
Corrigindo as rotas
Para organizar a tomada de decisão a partir dos resultados
obtidos, por meio da avaliação diagnóstica, pode-se:
• Propor pauta de trabalho coletivo, entre equipe docente
e dupla gestora, para compartilhamento dos resultados e
definição de ações que visem a melhoria das aprendizagens
dos estudantes.
• Registrar os encaminhamentos em plano de recuperação de
aprendizagens com indicação das necessidades e sugestões,
detalhando seus objetivos, descrição das ações, datas, prazos
de execução e os responsáveis pela execução.
• Definir como será a devolutiva para os estudantes.
Divulgação dos resultados e debate das ações a serem
realizadas na escola.
• Adotar estratégias na busca do apoio das famílias no
acompanhamento escolar dos filhos.
• Repactuar quais serão as estratégias de monitoramento das
aprendizagens, ao longo do ano letivo, a partir do diagnóstico
inicial, preservando o caráter processual da avaliação das
aprendizagens.
56
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
NA PRÁTICA
Planejando o futuro
De acordo com nota do Todos pela Educação, alguns aspectos
precisam ser considerados no plano de recuperação de
aprendizagens. Idealmente, deve-se organizar grupos de
recuperação constituídos por turmas pequenas, de modo que
os professores tenham maior facilidade em personalizar e
customizar as atividades, segundo as necessidades individuais
de cada aluno:
• Em momentos específicos, formados por turmas de alunos com
níveis de aprendizado semelhantes;
• Pautados por material específico e diversificado, como jogos
educativos;
• Conduzidos por professores com formação específica e ampla
experiência profissional, que sejam capazes de identificar as
diferentes necessidades dos alunos e buscar solucioná-las de
forma personalizada.
57
É importante ressaltar a importância da dupla gestora, diretor e coordenador
pedagógico, para dar sustentação a essas estratégias. Ao diretor cabe assegurar
as condições materiais e de infraestrutura para que o trabalho se desenvolva.
Além da gestão dos recursos humanos, deve viabilizar o uso de espaços,
equipamentos e materiais didáticos adequados, articulando esse conjunto de
recursos de modo que possam responder às estratégias de ensino sugeridas pelo
coletivo docente em seus planos, rotinas e sequências didáticas.
Ao coordenador pedagógico cabe acompanhar de perto o trabalho dos professores
e apoiá-los, sobretudo, por meio de formação que não deverá ser pontual,
mas continuada. “Saber que a coordenadora acompanha meu trabalho me dá
segurança” é uma frase recorrente entre professores. O atual cenário de crise
é uma oportunidade para a escola discutir sobre concepções e estratégias de
avaliação com os professores e estimular a produção de novos conhecimentos.
Os caminhos para o enfrentamento dos desafios gerados em decorrência da
pandemia não estão dados e deverão englobar múltiplas estratégias, além de
muito diálogo, perante a complexidade do momento que vivemos. Promover um
clima de acolhimento, parceria e corresponsabilização no ambiente escolar será
uma das chaves para percorrer essa trilha.
58
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
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60
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SANTOS, Milton. O dinheiro e o território. GEOgraphia - Revista do Programa de
Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense, Niterói:
PPGEO-UFF/AGB, v. 1, n. 1. p. 7-13, 1999. Disponível em: https://periodicos.uff.
br/geographia/article/view/13360/8560. Acesso em: 29 junho 2020.
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. O que é genoma? Brasil Escola, 2020. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-genoma.htm.
Acesso em: 29 junho 2020.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Saresp em Revista. 2019.
Disponível em: http://saresp.vunesp.com.br/resultadoslp7ef.html.
Acesso em: 22 junho 2020.
SÃO PAULO (Município). Secretaria de Educação. Programa “Estudos de
Recuperação”: Introdução (PMSP). 2020. Disponível em: http://portal.sme.
prefeitura.sp.gov.br/Estudos-de-Recuperacao. Acesso em: 22 junho 2020.
62
A ESCOLA DE UM NOVO TEMPO:
práticas pedagógicas no contexto da pandemia
63
O Programa Crescemos incorpora ao currículo acadêmico
o desenvolvimento das 21 habilidades e competências
socioemocionais necessárias para formar o cidadão do século XXI!
Na prática, ele propõe atividades colaborativas, reflexivas, reais e
significativas com o objetivo de preparar pessoas para assumir seu
protagonismo por meio do desenvolvimento do pensamento crítico,
do equilíbrio, do olhar empreendedor e da cooperação.
Tudo isso alinhado com a construção do currículo proposto pela Base
Nacional Comum Curricular e com os pilares da Educação da Unesco.
ACESSE WWW.CRESCEMOS.COM
www.gruposantillana.com.br 0800 17 2002