Nadja Lopes - Música, Por Quê

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Nadja Lopes

MÚSICA,
POR QUÊ?
MÚSICA NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Você sabia que a música pode ser uma excelente
fonte de desenvolvimento infantil?
Nós do Panderolê presenciamos diariamente o
poder da música na primeira infância e dedicamos
nossas vidas para que as crianças brasileiras
tenham acesso de qualidade a um aprendizado
musical transformador e eficiente.
A musicalização infantil em família sob o olhar
da Music Learning Theory de Edwin Gordon é
apaixonante. É a partir da nossa experiência e
estudo que preparamos cinco dicas que irão
ajudar a proporcionar um aprendizado musical
cada vez mais eficiente para a sua família!
1- DIVERSIDADE MUSICAL
Para a Music Learning Theory (MLT), a
diversidade musical é um dos princípios mais
importantes ao buscarmos um aprendizado musical
eficiente.
Escute todo o tipo de musica com as crianças! Não
priorize apenas canções, estilos e rítmos da nossa
cultura, mas alimente o ouvido das crianças com
músicas de todas as partes do mundo.
Não proporcione apenas músicas do cancioneiro
infantil, busque um repertório que inclua tanto
música instrumental quanto música cantada e
fique atento para trazer letras que não incluam
palavras, frases ou temática inadequada para o
aprendizado infantil.
Ao degustar sons de todas as culturas, o ouvido
musical se torna mais atento e adquire um
vocabulário musical rico. Além disso, assim como no
aprendizado de idiomas a música possui
especificidades e minúcias sonoras de tamanha
complexidade que são melhor compreendidas no
momento em que o cérebro está mais preparado
para absorvê-las, ou seja, na primeira infância.
2-Priorize o ouvir
Atualmente o principal acesso a música das crianças
é assistindo vídeos com imagens, desenhos e animação.
Infelizmente assistir música desta maneira não
ajuda no desenvimento musical e contribui para que
a visão seja estimulada e não a audição.
É nos primeiros anos de vida que ativamos a rede
neurológica responsável para cada um dos sentidos.
Por isso o hábito de ouvir música é mais eficiente
para o desenvolvimento da audição e da
musicalidade, ainda mais se desde cedo
estabelecemos o hábito da escuta musical.
Um ouvido atento adiciona qualidade para o
desenvolvimento das crianças como um todo.
Entender rapidamente o que ouvimos contribui para
uma boa comunicação e isso é fruto não só de uma
boa audição mas de uma boa cognição.
Uma dica: se for colocar as crianças para assistir
música, busque um show, concerto ou Ballet com
pessoas reais, tocando, dançando e fazendo arte.
3- Proporcione música ao vivo
Um dos maiores achados da Music Learning
Theory (MLT) é que aprendemos música como
uma linguagem. Isso quer dizer que a experiência
direta musicaliza mais do que a experiência
indireta. Assim como ao aprender português
necessitamos de pessoas falando conosco
diretamente para que o aprendizado seja
eficiente, ao aprender música é necessário
interagir com outras pessoas que cantem,
dancem e toquem conosco.
Quanto mais experiências ao vivo com a música,
mais adicionamos informações no nosso HD
musical. Se essa experiência for personalizada
assim como no processo de aprendizado da nossa
língua materna, melhor.
E bingo! É por isso que a musicalização em família
é a melhor alternativa para iniciar o aprendizado
musical! Papais, mamães e famíliares se tornam
mediadores de um processo de aprendizado
musical que o professor proporciona! Os familiares
farão a ponte afetiva necessária para que as
crianças aprendam música mais e melhor!
É importante que os pais saibam que a música
que eles oferecem diretamente para as suas
crianças cantando, dançando e tocando no dia a
dia é imprescindível como referência musical na
primeira infância, as crianças irão espelhar as
nossas atitudes e comportamentos em relação a
música!
A educação musical mais eficiente possivel é
feita em conjunto com a família. Estes momentos
tem o potencial de se tornarem pilares para o
bem estar familiar e para rotinas cada vez mais
claras e agradáveis em família.
4- O corpo e a voz são as
portas do cérebro
“E os instrumentos musicais?” Essa é a pergunta
mais frequente das famílias quando falamos de
musicalização infantil e música na infância. Tocar
um instrumento envolve um processo mecânico,
motor e ao mesmo tempo envolve o domínio de
combinações de sons que façam sentido musical.
A Music Learning Theory é a pesquisa mais longa
já realizada sobre como aprendemos música - seja
na infância ou em qualquer fase da vida. Ela
pontua que, se aprendemos música como uma
linguagem, o melhor caminho para começar é aquele
que leva a música até o cérebro.
A música possui o equivalente a uma sintaxe
musical, uma organização específica em camadas
de notas, células rítmicas e harmonias. Essa
estrutura sonora tridimensional possui inúmeras
combinações musicais convencionadas pelo mundo
ocidental.
Apreendemos tudo isso no nosso pensamento musical
organizado - a audiação - e essas informações são
armazenadas com mais critério durante a infância
via modelos de corpo e voz presentes nas nossas
experiências musicais.
Isso quer dizer que a linguagem musical é
absorvida em todos os momentos em que dançamos,
cantamos e nos movemos em relação a música, e isso
ocorre por imitação assim como no aprendizado da
lingua mãe.
Dance com as crianças, cante e brinque com música.
O movimento com a música gera endorfina por meio
do movimento e da música. Além disso a música
cantada e dançada alcança camadas profundas da
memória, facilitando não só o aprendizado musical
mas ajudando na inclusão de rotinas e
comportamentos.
5- ACREDITE NO PODER DA
MÚSICA
Musica é aprendizado ou entretenimento? Ela pode
ser as duas coisas, mas como encaramos a música e a
arte faz diferença para as nossas crianças. O maior
desafio para a permanência da música no mundo e
para que ela seja a ferramenta de desenvolvimento
e transformação que a educação infantil necessita
é o utilitarismo. Sabemos como ele funciona: é
necessário saber para que servem as interações, é
necessário dar a elas a importância que conseguimos
visualizar. Se não visualizamos, desistimos. Deixando o
utilitarismo de lado, se vamos acreditar no poder da
música que seja com as seguintes ações:
- Longo Prazo
- Constância
- Repetição
O que plantamos em termos
de educação musical na primeira infância colhemos
por toda a vida.
Mas afinal, quais os benefícios de
trazer a música para a vida das
minhas crianças?
Por quê vale a pena?
O aprendizado musical como um processo depende do
contexto educacional e da presença da música no dia
a dia de cada família. Existem diferentes
abordagens e propostas pedagógico-musicais e cada
uma possui buscas diferentes.
Eu posso atestar os efeitos da musicalização em
família a partir minha experiência na aplicação da
Music Learning Theory nos últimos 15 anos em sala de
aula. Sim, as crianças no Panderolê recebem mais de
sete anos de instrução com a confiança das famílias
que apostam nesse longo prazo. Nossos alunos compõe,
cantam, dançam e improvisam em diferentes
contextos musicais. São iniciados na flauta doce, no
ukulele e na percussão antes de escolherem um
instrumento formal para aprender. Compreendem
estruturas musicais complexas via corpo, voz e cérebro
e sabem reconhecê-las e nomea-las de ouvido.
Mas não é só isso...
São crianças que sabem ouvir.
Aprenderam a criar sozinhas e em grupo,
respeitando umas às outras e fazendo música
juntas.
São crianças que gostam da companhia de outras
crianças e não tem medo e nem insegurança ao se
posicionarem perante um grupo de pessoas. Quando
colocam suas próprias ideias o fazem com alegria e
bem estar. Elas sabem que serão ouvidas com
respeito.
São crianças que possuem atenção e foco
crescentes. Executam tarefas com energia e
curiosidade, apreciam o movimento, a dança, a
exploração. Possuem noções boas de jogo, contam
histórias, inventam canções, possuem o que dizer
musicalmente, tocam músicas de ouvido, possuem as
bases para ler e escrever música.
Cada uma, a sua maneira, foi transformada por
meio da vivência com a música. E desse encontro,
que foi mantido até que desse frutos, nasceram
bases sólidas de desenvolvimento infantil que
perpetuarão pelo resto da vida.
Um desenvolvimento cognitivo, motor, socioemocional
saudável e satisfatório, que atende as
potencialidades musicais únicas de cada criança é o
que a música pode entregar. Eu me pergunto se isso
já é suficiente para que a música seja respeitada
dentro e fora do sistema escolar brasileiro.
Quando as atividades que proporcionam bem estar
forem respeitadas no dia a dia da educação na
infância será também natural que os adultos
busquem esse mesmo bem estar na profissão, no
trabalho e na vida. Ao invés de fomentar uma vida de
fazer o que deve ser feito por obrigação podemos
viver vidas que buscam manter o que faz sentido.
A arte como aprendizado promove autonomia para
criar, sublimar e com isso, processar entendimentos
emocionais profundos. A música possui um potencial de
transformação infinito se dermos a ela o devido
valor.
Acredite no poder da música e da arte como
gerador de momentos únicos, exclusivos e
imprescindíveis para a construção de uma infância
saudável.
A minha expectativa como coordenadora pedagógica,
professora e idealizadora do Panderolê é a de a
respeitar as crianças e o seu potencial de
aprendizagem musical entregando a melhor
educação musical possível. Cada detalhe atende a
um processo profundo de transformação no que
concerne a educação musical, o desenvolvimento
infantil e a arte na primeira infância.
Cada vez mais famílias acreditam na música como
ferramenta de desenvolvimento saudável, de bem
estar, de sociabilização, e de plenitude da
comunicação musical.
A arte como metáfora, como releitura e como auto-
expressão é uma proteção que concedemos as
crianças desde muito cedo, para que elas possam
criar e recriar suas próprias realidades com alegria,
comunicando-se e compreendendo o mundo à sua
maneira.
Entregar música na infância é
entregar vida em forma de som.
As crianças estão prontas para uma educação
inclusiva, intencional e ideal. Cada vez mais nós
adultos também estaremos prontos para visualizar
e materializar no mundo o ideal de educação que
não vivenciamos na nossa infância. Uma educação
na qual o bem estar socioemocional, a criatividade,
a arte e a música serão aprendizados considerados
tão essenciais que a sua ausência na vida de uma
criança se tornará inadmissível.
Educação musical na primeira infância é questão
de fé, a fé lança suas raízes e o tempo colhe os
frutos.
Bibliografia

Gordon, E. (2015). Teoria de aprendizagem musical


para recém-nascidos e crianças em idade pré-
escolar. (F. C. Gulbenkian, Ed.) (3a). Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian.
Schiller, P. (2010). Early Brain Development
Research Review and Update. Brain Development
(November/December 2010). Exchange Magazine
Nadja Lopes
Educadora musical licenciada pela Universidade de
Brasília e técnica em Canto Erudito pela Escola de
Música de Brasília, a professora Nadja Lopes é
certificada em Early Childhood level 1 pelo Gordon
Intitute for Music Learning (GIML) e certificada em
primeira infância níveis 1 e 2 pelo Instituto de
Educación Musical España (IGEME).
Além de fundadora do Panderolê - Musicalização
Infantil Personalizada, escola brasiliense considerada
referência nacional em ensino musical para a
primeira infância, ela ministra o único curso em
Music Learning Theory no Brasil: o Biri Biri Bam.
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