O documento discute o conceito de modelo de negócios, explicando que surgiu com o comércio eletrônico e agora é estudado em universidades. Apresenta o Quadro de Modelo de Negócios como uma ferramenta para definir e analisar modelos de negócios de forma integrada. Explica os nove blocos do quadro e dá exemplos com uma pizzaria.
O documento discute o conceito de modelo de negócios, explicando que surgiu com o comércio eletrônico e agora é estudado em universidades. Apresenta o Quadro de Modelo de Negócios como uma ferramenta para definir e analisar modelos de negócios de forma integrada. Explica os nove blocos do quadro e dá exemplos com uma pizzaria.
O documento discute o conceito de modelo de negócios, explicando que surgiu com o comércio eletrônico e agora é estudado em universidades. Apresenta o Quadro de Modelo de Negócios como uma ferramenta para definir e analisar modelos de negócios de forma integrada. Explica os nove blocos do quadro e dá exemplos com uma pizzaria.
O documento discute o conceito de modelo de negócios, explicando que surgiu com o comércio eletrônico e agora é estudado em universidades. Apresenta o Quadro de Modelo de Negócios como uma ferramenta para definir e analisar modelos de negócios de forma integrada. Explica os nove blocos do quadro e dá exemplos com uma pizzaria.
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 4
MODELO DE NEGÓCIOS
“O QUE É MODELO DE NEGÓCIOS”
Antes dos anos 1990, raramente o termo Modelo de Negócios era encontrado na literatura acadêmica, e, até hoje, notamos que isto ainda é muito escasso. Este termo surgiu em decorrência do comércio eletrônico, basicamente o e-commerce. Na medida em que as empresas realizavam as suas transações comerciais neste ambiente, de modo diferente do convencional, começou-se a dizer que o seu Modelo de Negócio era digital. Aos poucos, observou-se que Modelos de Negócios sempre existiram. Empresas sempre tiveram formas de negociar e ter seus modelos de remuneração ou de ofertas de valor. Por exemplo, o Brasil é precursor de um Modelo de Negócios em alimentação: o buffet a quilo. Assim, o tema começou a ser estudado em universidades e pouco a pouco foi incorporado no ambiente organizacional.
“QUADRO DE MODELO DE NEGÓCIOS”
A ferramenta Quadro de Modelo de Negócios teve origem na tese de doutorado de Alexander Osterwalder, defendida na Universidade de Lausanne, na Suíça, em 2004. Posteriormente, em 2009, com a ajuda de Yves Pigneur e de 470 colaboradores de 45 países, Osterwalder publicou o livro “Business Model Generation”. Por ter sido construída de forma colaborativa e ter sido disponibilizada no formato de direitos autorais livres, a ferramenta Business Model Canvas (BMGen), também chamada de Quadro de Modelo de Negócios, tornou-se muito popular principalmente nas empresas de base tecnológica. Esta ferramenta auxilia empreendedores a definirem o Modelo de Negócios de suas empresas e observá-las de forma sistêmica, integrada, rápida e visual. Permite discutir e integrar diversas percepções sobre como a empresa pode/deve atuar, os principais elementos e suas interações. O Quadro de Modelo de Negócios pode ser utilizado em diversas situações, seja no início de uma atividade empreendedora, seja no planejamento de atividades ou para conhecer melhor o negócio de um produto específico. São considerados nove componentes essenciais para as principais atividades de qualquer empreendimento, sem as quais um negócio dificilmente pode ser iniciado. A seguir, serão apresentados os nove blocos do Quadro de Modelo de Negócios. Seu preenchimento pode ocorrer por qualquer um dos blocos, mas recomenda-se iniciar pelo segmento de clientes, seguido da proposta de valor, porque qualquer negócio só tem sentido se fizer sentido para alguém. Para ilustrar a apresentação, em todos os blocos será fornecido o exemplo do Modelo de Negócios de uma pizzaria tipo rodízio. 1) Segmento de clientes: A quem sua organização pretende atender ou resolver algum problema? Identifique para quem você entregará um valor ou um serviço representativo. Procure identificar uma categoria de clientes pelos seus hábitos ou costumes. Evite segmentar por faixa etária ou classe social. Agrupe-os pelos gostos ou pelas necessidades em comum. Exemplo: pessoas que gostam de pizzas de diferentes sabores e que dispõem de tempo para saboreá-las. 2) Proposta de valor: A proposta de valor descreve o pacote de produtos e serviços que criam valor para um segmento de clientes específicos. É o motivo pelo qual os clientes mudam de uma empresa em detrimento de outra. Deve resolver necessidades ou dores dos segmentos de clientes atendidos. Exemplo: oferecer alimento de forma variada e diversifica, por meio de pizzas saborosas e diferenciadas. 3) Canais: O bloco dos canais descreve como uma organização interage com o segmento de cliente para a entrega da proposta de valor. Identifica os principais meios físicos de contato com os clientes, seja na fase de aquisição, seja na de manutenção ou no pós-venda. Exemplos: site, redes sociais, aplicativo para mobile, jornal do bairro. 4) Relacionamento com clientes: Este bloco descreve os tipos de relacionamentos que cada empresa pretende estabelecer com segmentos específicos de clientes. O tipo de relacionamento pretendido deve ficar definido, podendo variar entre um sistema automatizado até o contato pessoal. Exemplo: de forma dedicada, gerando fidelização e empatia. 5) Fontes de receita: O fluxo de receita representa o dinheiro que uma empresa gera a partir de cada segmento de cliente. Compete à organização questionar qual o valor que cada segmento de clientes está disposto a pagar. Pode ser por diferentes maneiras: taxa de uso, leasing, venda de produtos, assinatura, aluguel, publicidade e propaganda, licenciamento, comissão etc. Exemplos: venda de produtos, clube de assinantes e propaganda nas toalhas de mesas. 6) Recursos principais: Os recursos principais são os elementos ativos para oferecer e entregar a melhor proposta de valor ao segmento de clientes. Podem ser os recursos físicos, humanos, financeiros etc. Exemplos: pizzaiolo, ambiente agradável, matéria-prima de qualidade, atendentes treinados. 7) Atividades-chave: As atividades principais são aquelas que são necessárias e imprescindíveis para uma adequada entrega da proposta de valor. Normalmente começam com um verbo de ação, conforme o que se segue. Resolução de problemas: O negócio relaciona-se à solução de problemas vinculados a algum serviço. Produção: Desenvolvimento, fabricação e entrega de produtos. Plataformas ou redes: Solução de relacionamento ou de comunicação para redes. Tarefa a ser executada para a efetivação do negócio: Atividades relacionadas ao dia a dia da organização e que sejam fundamentais para o seu funcionamento. Exemplos: desenvolver novas receitas para o cardápio, treinar pessoal e capacitá-los, adquirir as matérias-primas, promover a divulgação dos serviços, selar parcerias-chave. 8) Parcerias principais: É a rede de fornecedores e parceiros necessária para o funcionamento do negócio. Normalmente são elementos externos à organização e efetivamente contribuem para que tudo ocorra de maneira adequada. Exemplos: fornecedor da máquina de cartão de crédito, associação de bairro. DICAS DE UTILIZAÇÃO DO QUADRO DE MODELO DE NEGÓCIOS Desenhe o seu negócio: O Quadro de Modelo de Negócios é uma excelente ferramenta para que empreendedores de primeira viagem desenhem e testem suas ideias da empresa de forma integrada, pois não exige conhecimentos aprofundados de negócios. Valide e atualize as informações: A ferramenta exige respostas integradas. Por isso, o que é escrito em uma parte deve fazer sentido com as demais. Isto obriga o empreendedor a visualizar seu negócio de forma sistêmica e integrada. Por ser mais visual, permite que outras pessoas – especialistas, mentores, investidores – comentem as respostas dos empreendedores de forma mais abrangente.
PADRÕES DE MODELO DE NEGÓCIOS
Os padrões de Modelos de Negócios apresentam características, comportamentos, funcionamento ou desenhos similares. Observe que adotar alguns padrões nos auxilia a entender as dinâmicas dos Modelos de Negócios, bem como estes padrões servem como fonte de inspiração para a criação de um novo Modelo de Negócios. A seguir, apresentamos alguns exemplos de padrões de Modelos de Negócios. Modelo Isca e Anzol : Consiste em oferecer um produto básico a um preço baixo, e posteriormente cobrar um preço excessivo pela recarga. Exemplos: aparelhos de barbear, impressoras, cafeteiras de café expresso. Publicidade e propaganda: De um lado o modelo é projetado para atrair usuários com conteúdo, produtos e serviços gratuitos. De outro, a geração de receita é proveniente da venda de espaços de publicidade. Exemplos: editoras de jornais e revistas, sites de relacionamento como Facebook, eventos esportivos e culturais. Modelo freemium: Uma junção das palavras em inglês free – que significa gratuito – e premium – que significa especial –, o modelo freemiun apresenta um conjunto de produtos básicos gratuitos com serviços pagos. É caracterizado por uma grande base de usuários que se beneficiam do uso gratuito, e cerca de 10% de usuários que pagam pelos serviços. Exemplos: algumas plataformas de serviços disponíveis na internet, como o serviço de armazenamento de dados chamado Dropbox, ou o serviço de transmissão de voz e dados Skype. Plataformas multilaterais: São Modelos de Negócios baseados em plataformas múltiplas que têm como fim reunir dois ou mais grupos interdependentes e distintos de clientes, em que um acontece somente se o outro existir. A plataforma proporciona valor, ao facilitar a interação entre os diferentes grupos de usuários. Exemplo: os desenvolvedores de aplicativos para telefones celulares ou smartphones. Para que eles possam produzir seus conteúdos e oferecer aos usuários seus serviços, eles dependem da empresa que produz os aparelhos. Cauda longa: O padrão cauda longa – expressão criada por Chris Anderson (2006) – representa a força de segmentos de clientes altamente identificados, ou seja, um grande público que deseja produtos muitos específicos e em pequenas quantidades, gerando um grande volume no todo. Este Modelo de Negócio exige como recurso-chave uma plataforma de sistema muito robusta, para receber todas as transações comerciais inerentes ao padrão. Exemplos: as plataformas de compras on-line Amazon ou Americanas.com. Modelo aberto: Este termo teve origem a partir do conceito de inovação aberta, criado por Henry Chesbrough (2012) – escritor, professor e diretor executivo do Centro de Inovação Aberta, da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. Os Modelos de Negócios abertos são aplicados pelas empresas para criar e capturar valor a partir da colaboração com os clientes e sócios externos. Esse processo pode acontecer tanto de dentro para fora da empresa, explorando novas ideias propostas por ela em conjunto com os clientes e parceiros, como de fora para dentro, aplicando as sugestões recebidas dos clientes. O autor afirma que a inovação aberta é fundamentalmente reconhecer que se opera em um mundo de conhecimento abundante, e que nem todas as pessoas que possuem os conhecimentos necessários para inovar trabalham na empresa em questão. Deste modo, é melhor encontrá-las, conectar-se com elas e se inspirar naquilo que cada uma sabe fazer em particular. Exemplo: a Natura, empresa brasileira de produtos de beleza, que criou uma rede de pessoas interessadas em contribuir com sugestões e participar de sessões de cocriação organizadas por ela.
LOPES, Mauro Pedro. Disciplina de empreendedorismo: manual do professor. Brasília : Sebrae, 2016.