Hematologia P

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Universidade do Algarve

Faculdade de Ciências e Tecnologia


Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

Cubismo pré-analítico ou Cubismo Cézanniano - uma espécie de


"preparação" para o cubismo, onde as primeiras características
surgem.

AULA Prática Laboratorial nº 1


2017
Dra. Delminda Simões
AULA PL1
2017
Sumário

Objetivos:

 Medicina Laboratorial (Patologia Clínica – Análises Clínicas)


 As 3 Fases da Medicina Laboratorial (Pré-analítica, Analítica, Pós-
analítica)
 Importância da fase pré-analítica no Laboratório Clínico e no Setor
de Hematologia Laboratorial
 Normas gerais de colheitas; anticoagulantes in vitro; variáveis
pré-analíticas; interferentes comuns; critérios de rejeição de
amostras; conservação de amostras; transporte e envio de
amostras
 Normas de Higiene e Segurança no processamento de amostras
biológicas
 Tipos de colheitas de sangue (material, técnica de punção)
 Exames Laboratoriais com interesse em Hematologia
 Formação contínua em Medicina Laboratorial (Fase pré-analítica)
AULA PL1
2017
MEDICINA LABORATORIAL
(PATOLOGIA CLÍNICA – ANÁLISES CLÍNICAS)

http://www.spml.pt http://www.ics.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp
?SSPAGEID=934&lang=1&artigoID=1035
MEDICINA LABORATORIAL

FASE PRÉ-ANALÍTICA
MEDICINA LABORATORIAL: 3 FASES

As três fases do laboratório

Fase pré-analítica: preparação do paciente, colheita,


manipulação conservação, transporte e armazenamento da
amostra até ao momento em que o exame é realizado

Fase analítica: começa com a validação do sistema analítico


através do controlo de qualidade interno com controlos normais e
patológicos e termina quando a determinação analítica produz um
resultado

Fase pós-analítica: validação e emissão do resultado gerado na


fase analítica através de um relatório (unidades, valores de
referência)
Interpretação do resultados analíticos por profissionais habilitados
HEMATOLOGIA LABORATORIAL

As diferentes áreas do Laboratório Clínico

HEMATOLOGIA
-CITOLOGIA
-HÉMOSTASE
-IMUNOHEMOTERAPIA “Serviço de Sangue”

QUÍMICA CLÍNICA

MICROBIOLOGIA
-BACTERIOLOGIA
-VIROLOGIA
-PARASITOLOGIA
-MICOLOGIA

IMUNOLOGIA
BIOLOGIA MOLECULAR

CITOGENÉTICA
GESTÃO DA FASE PRÉ-ANALÍTICA

A Fase pré-analítica é a primeira fase da análise de um produto biológico. A determinação dos


analitos faz-se a partir de amostras biológicas que devem ser representativas do processo
biológico / patológico subjacente e de qualidade.
As condições de colheita e processamento da amostra devem ser rigorosas par o analito não
estar sujeito a variações qualitativas ou quantitativas no período entre a colheita e a sua
determinação.
É também a fase que origina a maior parte dos erros verificados na análise das amostras de
produtos biológicos (até 70%) e é também a fase onde a padronização e a implementação de
normas de qualidades se torna mais difícil.
De forma a evitar erros laboratoriais e a conseguir resultados com a maior precisão e exatidão
possíveis, elaboram-se normas e recomendações destinadas a todos os intervenientes na
fase pré-analítica fora ou dentro dos laboratórios clínicos.
MEDICINA LABORATORIAL
FASE PRÉ-ANALÍTICA
FASE PRÉ-ANALÍTICA
FASE PRÉ-ANALÍTICA
FASE PRÉ-ANALÍTICA

Noções gerais de colheita


de produtos biológicos

-Paciente
-Prescritor
-Flebotomista
-Colheita (Ato, Local, Material)
-Fatores inerentes ao paciente
-Fatores inerentes ao exame
-As não-conformidades
FASE PRÉ-ANALÍTICA

Normas gerais de colheita de produtos biológicos

-Paciente (preparação, postura)


-Prescritor (decisão criteriosa dos exames tendo em conta o custo / beneficio / eficácia ; requisição dos
exames laboratoriais em papel ou suporte informático; nome do prescritor legível, nº mecanográfico /
assinatura; data; hora; informação clínica sumária legível para a correta execução / seleção das análises
e a validação dos resultados; problema da confidencialidade)
-Flebotomista (qualificado, competente, deve apresentar-se e dizer a função; farda; proporcionar clima
de confiança; mentalizar e tranquilizar o doente)
-Colheita
•Posição: doente deitado/ sentado numa cadeira confortável com o braço firmemente apoiado numa mesa
ou na própria cadeira. O doente nunca deve estar de pé durante a colheita – a postura corporal influencia
a concentração dos constituintes sanguíneos)
•Local: adequado, iluminado, arejado; discrição / confidencialidade; verificar a identidade do paciente –
perguntar pelo nome completo, verificar os pedidos analíticos e a concordância com o paciente
•Ato de Colheita: rapidez, sem dor (importante), com higiene e segurança (luvas, contentores…),
compressão no final para evitar hematomas
•Identificação da amostra: rotular os tubos ou outros contentores na presença do doente, tipo de amostra
e local de colheita quando necessário; etiquetas com código de barras, nome do paciente, nº de processo,
nº de episódio; traçabilidade da amostra no laboratório)
•Material: material apropriado, esterilizado e técnicas asséticas para evitar a introdução de
microrganismos durante a colheita; material sofisticado com custo crescente.
•Garrote: aplicar o garrote o menor tempo possível (não > 1 min) e retirar logo que o sangue começa a
fluir sem mexer a agulha porque a estase pode aumentar analitos e componentes celulares
(hemoconcentração)
-Conservação, envio e transporte das amostras biológicas desde o local de colheita até ao local da
determinação: prazos a respeitar para a garantia de qualidade (requisitos de processamento, resposta em
tempo útil, normas de conservação e transporte de amostras biológicas)
FASE PRÉ-ANALÍTICA

Normas gerais de colheita de produtos biológicos

As não-conformidades(critérios de rejeição de amostras)


-As amostras biológicas que não satisfaçam os requisitos de qualidade devem ser
rejeitadas por prejudicar os resultados
-O prescritor e o paciente devem ser informados: alguma polémica / conflitualidade nas
instituições!

CRITÉRIOS DE REJEIÇÃO DE AMOSTRAS


-Requisição com pedido incorrecto, sem identificação / não legível
-Pedido analítico inadequado
-Produto não acompanhado pela respetiva requisição
-Requisição não coincidente com o produto
-Deteção de interferentes na determinação analítica
-Hora da colheita não referida
-Amostra imprópria: colheita incorreta (engano no tubo, no anticoagulante, no produto,….)
-Amostra mal identificada
-Contentores de amostra conspurcados exteriormente
-Condições de conservação deficientes
-Demora na entrega dos produtos ao laboratório
-Condições de envio, transporte, armazenamento deficientes
-Amostra coagulada
-Tubos com quantidade incorreta de sangue (relação sangue / anticoagulante não
respeitada)
-Amostra extremamente hemolisada, ictérica ou lipémica
FASE PRÉ-ANALÍTICA

Variáveis Pré-analíticas

FATORES FISIOLOGICOS

-Ritmo circadiano
-Exercício
-Dieta
-Stress
-Postura
-Idade
-Género
-Medicamentos e tóxicos (álcool, drogas de abuso)
-Tabaco
-Altitude
-Estádios fisiológicos (gravidez, menstruação)
FASE PRÉ-ANALÍTICA EM
HEMATOLOGIA

Fatores fisiológicos
-Ritmo circadiano (variação dos componentes do sistema fibrinolitico PAI , tPA,
protrombina, da heparinémia durante a noite)
-Exercício (aumento de GV, GB, HB; aumento do factor VIII-hemofilia A, aumento do fator de
von Willebrand )
-Dieta (no pós-prandial: aumento de GB e CHCM, lipemia pós-prandial <4h pode afetar os
testes de Hemostase, a toma recente de alimentos provoca aumento do fator VIII e da
homocisteína)
-Stress (aumento transitório de GB, sobretudo nas crianças devido à libertação do pool
marginal dos leucócitos; aumento da fibrinólise; aumento do factor VIII-hemofilia A, aumento do
fator de von Willebrand)
-Postura (passagem da posição pé-deitado: diminuição de HB, VGM)
-Idade (Valores de Referência (VR) em função do idade; HB > no recém-nascido)
-Género (VR em função do género; HB > no ♂)
-Medicamentos ( antiagregantes plaquetares – aspirina, ticlopidina, dipiridamol- têm efeito
no TS e no estudo das PLT; Heparina: > APTT, Antivitamínicos K – varfarina: > TP e diminuição
dos factores II, VII, IX e X, PC e PS)
-Tóxicos (drogas de abuso, álcool: consumo recente pode modificar as PLT e a fibrinólise)
-Tabaco (aumento de HB, VGM, hiperagregação PLT depois de fumar)
-Altitude (aumento de HB, GV)
-Estádios fisiológicos (gravidez: diminuição de HB, devido à hemodiluição e aumento
das necessidades nutricionais; aumento de GB com pico 8 semanas antes do parto);
menstruação: diminuição de HB)
FASE PRÉ-ANALÍTICA

Normas gerais de colheita de produtos biológicos


FASE PRÉ-ANALÍTICA

Normas gerais de colheita de produtos biológicos

 Medicamentos
Sempre que possível proceder à colheita de produtos biológicos antes da
administração da terapêutica farmacológica (se possível suspender a
terapêutica)
Respeitar as normas de colheita preconizadas no caso da monitorização dos
fármacos

 Consumo de álcool
Não ingerir álcool nas 18-24h anteriores à colheita
(a ingestão aguda de álcool provoca aumento de lactato e ácido úrico)

 Tabaco
Não fumar na hora anterior à colheita (efeito do tabagismo agudo: aumento de
ácidos gordos, catecolaminas, cortisol, aldosterona) e depois da meia-noite
para a determinação da amónia

 Drogas de abuso
As drogas de abuso têm influência nos resultados laboratoriais
VARIÁVEIS PRÉ-ANALÍTICAS

INTERFERENTES COMUNS

-In Vivo
Tabaco
-os fumadores tem níveis mais elevados de carboxi-
hemoglobina (5-15%)
-níveis mais elevados de catecolaminas e cortisol e outros
-diminuição de eosinófilos, aumento de GB e monócitos
-tabagismo crónico: aumento de HB , GV, VGM, GB
-diminuição de vitamina B12
-diminuição de IgA, IgG e IgM e aumento de IgE
-alteração no espermograma (diminuição do nº e motilidade e
aumento de morfologia anormal dos espermatozóides)

-In Vitro
Variáveis associadas à colheita
VARIÁVEIS PRÉ-ANALÍTICAS

INTERFERENTES COMUNS: In Vitro


-In Vitro
Variáveis associadas à colheita

-Hemólise
-quando o soro ou plasma é de cor rosa/vermelha, visível ou não
-pode aumentar falsamente os constituintes sanguíneos (potássio,
magnésio, ferro, LDH, fósforo, amónia, proteínas totais, transaminases)
-devido à lise dos GV
-aumento de potássio por lise de blastos nas fases leucémicas com
contagens muito elevadas de blastos
-diminuição de potássio nas leucemias com elevada contagem de GB (por
aumento do metabolismo nos blastos)
-PLT libertam potássio durante a coagulação (potássio no soro > plasma)
 Presença de anticoagulantes / aditivos: respeitar a ordem de
colheita dos tubos

-Coágulos
 Presença de coágulos pode prejudicar as contagens celulares e
interferir com o equipamento
VARIÁVEIS PRÉ-ANALÍTICAS

HEMÓLISE IN VITRO
VARIÁVEIS PRÉ-ANALÍTICAS

INTERFERENTES COMUNS

-In Vitro
Variáveis associadas à colheita (amostra)
-Icterícia
-bilirrubina = 430 mmol/L (25 mg/L)
-Lipemia
-triglicéridos > 4.6 mmol/L (400 mg/dL)

CUIDADOS

Para evitar a hemólise


-deixar secar bem o álcool
-aspirar o sangue lentamente
-não utilizar uma agulha muito fina
-deitar o sangue com cuidado para o tubo
-agitar com cautela os tubos com anticoagulante
FASE PRÉ-ANALÍTICA

Colheita da amostra

ORDEM DOS TUBOS

HORA DE COLHEITA

REJEIÇÃO DE AMOSTRAS (As não conformidades)


FASE PRÉ-ANALÍTICA

Colheita da amostra

ORDEM DOS TUBOS


FASE PRÉ-ANALÍTICA

Colheita da amostra DIVERSOS TUBOS


FASE PRÉ-ANALÍTICA

Colheita da amostra

HORA DE COLHEITA
-devido ao ritmo circadiano de certos parâmetros deverá optar-se
pela realização das colheitas entre as 8-10 h de manhã como
medida padrão
-respeitar o tempo de colheita na monitorização dos fármacos
-jejum deve ser de pelo menos 12h mas nunca superior a 16h
-nem sempre o estado de jejum é necessário para as
determinações laboratoriais mas por necessidade de padronizar
as condições de colheita e minimizar as interferências analíticas
(lipemia, dieta)
-recomenda-se o jejum de 12 h como medida padrão
-análises urgentes (ASAP: “as soon as possible”)
-sem necessidade de jejum: p. ex. os testes da coagulação
FASE PRÉ-ANALÍTICA

Colheita da amostra

REJEIÇÃO DE AMOSTRAS (As não conformidades)


FASE PRÉ-ANALÍTICA

Normas gerais de colheita de produtos biológicos

As não conformidades(critérios de rejeição de amostras)

PROCEDIMENTOS EM CASO DE REJEIÇÃO DE AMOSTRAS


-Entrar em contacto com o médico prescritor ou o profissional de saúde
responsável pela colheita para informar da rejeição da amostra e solicitar os
dados em falta (requisição não enviada, ilegível ou incompleta)
-Nas outras situações solicitar uma nova amostra
-No caso de se verificar uma não conformidade ( a identificação do produto
difere da identificação da amostra), solicita-se uma nova amostra por uma
questão de garantia de qualidade. Só em casos excecionais poderá
aceitar-se a amostra, atendendo à uma situação clínica particular ou por se
tratar de uma amostra de difícil obtenção e depois de haver garantias sobre
a correta identificação da amostra
-Nunca deitar fora uma amostra ou um pedido analítico sem ter
previamente contactado o Serviço requisitante e ter tentado solucionar o
problema
FASE PRÉ-ANALÍTICA

COLHEITA DE SANGUE

TIPO DE COLHEITA

ANTICOAGULANTES E ADITIVOS

MATERIAL DE PUNÇÃO

TÉCNICA DE PUNÇÃO

ARMAZENAMENTO E PRESERVAÇÃO DO SANGUE

TRANSPORTE

REGRAS DE HIGIENE E SEGURANÇA


FASE PRÉ-ANALÍTICA

ANTICOAGULANTES

EDTA (ácido etilenodiamino tetracético), sob a forma de


um sal dissódico, dipotássico ou tripotássico
-Anticoagulação conseguida porque é um agente quelante
do cálcio: remove o cálcio que é essencial para a
coagulação
-EDTA dipotássico é o de escolha e o ideal é a forma
liquida ( e não sólida): 1.50-2.2 mg/mL de sangue
-EDTA tripotássico pode ser uma alternativa mas não o NA3-EDTA (pH muito
elevado)
-Anticoagulante de escolha para o HEMOGRAMA por ser
mais solúvel no sangue e causar menos alterações celulares
-Relação anticoagulante/sangue: 1.50-2.2 mg/mL de EDTA/
mL de sangue (excesso de EDTA afecta GV, GB, PLT)
-Não pode ser utilizado para o estudo dos fatores da
coagulação
FASE PRÉ-ANALÍTICA

ANTICOAGULANTES

HEPARINA
-Acção anticoagulante: potencia a atividade da antitrombina
-Bom anticoagulante porque preserva a forma e o volume dos GV
-Anticoagulante de escolha na química clínica, gasometrias
-Anticoagulante usado em vários testes da série vermelha (teste de
fragilidade osmótica) e imunofenotipagem
-Não indicado para as contagens celulares (agregação de PLT e GB)
-Contra-indicado para a realização de esfregaços de sangue (coloração
de fundo azulada nos esfregaços) na coloração de tipo Romanowsky e
especialmente na presença de proteínas anómalas
-Heparina é usada na concentração de 10 - 20 UI/mL de sangue

CITRATO DE SÓDIO
-Quelante do cálcio
-Anticoagulante de escolha para o estudo da COAGULAÇÃO
-Várias concentrações mas concentração recomendada é de 32 g/L
-Relação anticoagulante/sangue: 1:10 para um VG ou HT de 45% (variação
25-55%). Para um VG ou HT < ou > quantidade de anticoagulante corrigida
(dificuldade na rotina laboratorial)
FASE PRÉ-ANALÍTICA

ANTICOAGULANTES
FASE PRÉ-ANALÍTICA

ALTERAÇÕES CELULARES CAUSADAS PELO


ANTICOAGULANTE/Tempo de análise/Temperatura

 De uma maneira geral os as amostras sanguíneas normais devem


ser processadas até 4 horas após a colheita e as anormais até 1
hora após a colheita

-Contagens GV, GB, PLT estáveis até 8h após colheita


-Ideal realizar contagens PLT, GB até 2 h
-Contagens celulares possíveis até 24h de amostras
conservadas a 4ºC dependo da performance de equipamento
automático e do tipo de célula
-Concentração da hemoglobina estável durante alguns dias
-Estabilidade dos testes da coagulação é critica
-Dificuldade: amostra normal / patológica

 Laboratório deve estabelecer um protocolo para o


processamento das amostras (desejável o mais rápido
possível)
FASE PRÉ-ANALÍTICA

ALTERAÇÕES CELULARES CAUSADAS PELO


ANTICOAGULANTE/Tempo de análise/Temperatura

Alterações à temperatura ambiente (que aumentam com a


temperatura e o tempo)
-Ocorrem com todos os anticoagulantes mas em grau variável
-Ocorrem mesmo na ausência de anticoagulantes
-Na série vermelha (após 6 horas): inicialmente crenação, depois
formação de esferócitos e no final hemólise,
-EDTA em excesso pode causar microcitose, diminuição do VG e
HB
-GB: alterações na cromatina, aumento da lobulação nuclear e
aparecimento de vacúolos no citoplasma
-PLT aumentam de tamanho e desintegração
-ESP (esfregaço de sangue periférico) devem ser realizados até 3h

 Sangue refrigerado
-Alterações mais lentas
-De um modo geral as amostras conservadas a 4ºC podem ser processadas até 24
horas (dependendo da parâmetro/performance do equipamento/recomendações do
fabricante…)
FASE PRÉ-ANALÍTICA

ALTERAÇÕES CELULARES CAUSADAS PELA CONSERVAÇÃO


FASE PRÉ-ANALÍTICA

ANTICOAGULANTES
FASE PRÉ-ANALÍTICA
ERROS
Mais frequentes
FASE PRÉ-ANALÍTICA

COLHEITA DE SANGUE

ARMAZENAMENTO E PRESERVAÇÃO DO SANGUE


-Ver normas

TRANSPORTE
-Ver normas
-Transporte inadequado de amostras de sangue pode causar
hemólise, coagulação parcial e desintegração das células

REGRAS DE HIGIENE E SEGURANÇA


-Todas as amostras de sangue devem ser consideradas como
potencialmente infeciosas
-Ferimentos acidentais com agulha
-Ver normas (p. ex.: Procedimentos operacionais padronizados para a
punção venosa e para a protecção do pessoal de laboratório contra o
risco biológico publicadas pelo NCCLS - National Committee for Clinical
Laboratory Standards - nos Estados Unidos )
FASE PRÉ-ANALÍTICA

COLHEITA DE SANGUE

TIPO DE COLHEITA

SANGUE VENOSO
-sangue venoso periférico
-sangue do cordão umbilical
-sangue da veia femoral
-sangue colhido através de cateter

SANGUE CAPILAR

SANGUE ARTERIAL (Química clínica, gasometrias)


FASE PRÉ-ANALÍTICA

TIPO DE COLHEITA DE SANGUE

SANGUE VENOSO PERIFÉRICO


FASE PRÉ-ANALÍTICA

TIPO DE COLHEITA DE SANGUE

SANGUE VENOSO PERIFÉRICO


COLHEITA DE
SANGUE VENOSO
FASE PRÉ-ANALÍTICA

TIPO DE COLHEITA DE SANGUE

SANGUE CAPILAR
FASE PRÉ-ANALÍTICA

TIPO DE COLHEITA DE SANGUE

SANGUE ATRAVES DE CATETER


FASE PRÉ-ANALÍTICA

TIPO DE COLHEITA DE SANGUE

SANGUE ARTERIAL
FASE PRÉ-ANALÍTICA

PROCESSAMENTO DA AMOSTRA
FASE da pré-centrifugação
CENTRIFUGAÇÃO

EXAMES HEMATOLÓGICOS

HEMOGRAMA
RETICULÓCITOS
VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO
TESTES PARA ESTUDO DA HEMOSTASE (Tempo de
protrombina, Tempo de tromboplastina ativada, outros)
MIELOGRAMA
BIOPSIA ÓSSEA
IMUNOFENOTIPAGEM
DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS SANGUINEOS
OUTROS
FASE PRÉ-ANALÍTICA

EXAMES HEMATOLOGICOS: exemplos de testes e requisitos pré-analíticos


FASE PRÉ-ANALÍTICA

EXAMES LABORATORIAIS: exemplos de testes e requisitos pré-analíticos


ROTINA LABORATORIAL
IMPORTÂNCIA DA FASE PRÉ-ANALÍTICA

Tempo médio do processamento de uma análise fora e dentro do laboratório

A fase pré-analítica consome mais tempo que a fase analítica; por isso é
uma etapa decisiva no processo diagnóstico analítico.
RESUMO
Formação continua - MEDICINA LABORATORIAL
IMPORTÂNCIA DA FASE PRÉ-ANALÍTICA
EU 2013 – PORTUGAL 2015
Formação continua - MEDICINA LABORATORIAL
IMPORTÂNCIA DA FASE PRÉ-ANALÍTICA
EU 2017

EFLM thanks BD for the kind and unconditional support


AULA PL1 2017
Bibliografia

1-Richard A. McPherson, Matthew R. Pincus. Henry´s, Clinical Diagnosis and Management by Laboratory
Methods, 23rd ed. Elsevier Saunders, 2017, p 20-32.

2-Paulo Henrique da Silva, Hemerson Bertassoni Alves et al. Hematologia Laboratorial. Editora Artmed
Editora S.A., 2016
3-Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML): Coleta
e Preparo da Amostra Biológica, Barueri, SP, Manole, Minha Editora, 2014 (na internet)

4-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010, p 3-14

5-Barbara J. Bain. Células Sanguíneas: um Guia Prático, 4ª ed, Artmed editora S.A. 2007, p 13-31.

6-Carl a. Burtis, Edward R. Ashwood, David E. Bruns. Tietz Textbook of Clinical Chemistry and Molecular
Diagnostics. Elsevier, 2006, p 41-58

7-Barbara J Bain, Imelda Bates, Michael A. Laffan, Dacie and Lewis Practical Haematology, 12 th ed.
Churchill Elsevier Limited, 2017, p 1-7

8-Ricardo Rosenfeld. Fundamentos do Hemograma do Laboratório à clínica. Editora Guanabara Koogan


S.A., 2007, p 81-87

9-W.G. Guder, S. Narayanan, H. Wisser, B. Zawta. Samples: From the Patient to the Laboratory, 3rd revised
ed, Wiley.VCH Verlag GmbH Co. KGaA, Weinheim, 2003.

10-Jean-Claude Ghnassia. Échantillons Biologiques. Phase Préanalytique et Prélèvements en Biologie


Médicale. Éditions scientifiques et médicales Elsevier, 1998

11- Anabela Mota Pinto: Fisiopatologia, Fundamentos e aplicações, 2º edição, Lidel, edições técnicas, Lda.,
2013, P 23-27

12- Étape préanalytique en hémostase: Anales de Biologie Clinique, volume 71, nº4, juillet-août 2013
Obrigada pela
atenção
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

AULA Prática Laboratorial nº 2


2017

Dra. Delminda Simões


AULA PL2
2017

Sumário
Objetivos:
 Preparação de esfregaços de Sangue Periférico (ESP)
- Técnica do ESP (distensão manual em lâmina)
- Coloração manual tipo Romanowsky (May-Grunwald-Giemsa,
Wright)
 ESP (satisfatórios/ não satisfatórios); noção das 3 zonas do ESP e da
boa área para a observação das células sanguíneas
 Células do ESP em microscopia ótica (situação normal)
-Morfologia dos glóbulos vermelhos (GV), dos glóbulos
brancos (GB) e das plaquetas (PLT)
-Observação de algumas alterações benignas dos GB e PLT
-Contagem diferencial manual de GB no ESP (Leucograma;
resultados expressos em %, valor absoluto e valores de referência)
 Interesse do ESP (revisão do Hemograma, telemedicina, instrumento
pedagógico)
 Algumas regras de higiene e segurança no laboratório (manuseamento
de produtos biológicos, higienização das mãos)
 Noções de manutenção do equipamento (microscópio ótico)
MEDICINA LABORATORIAL
FASE ANALÍTICA:
ESTUDO DO SANGUE PERIFÉRICO
ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO (ESP)

Distensão manual em lâmina (coloração manual)

Distensão automatizada (coloração automatizada)

Preparação de “gota espessa”

Técnica do esfregaço de sangue peiférico (ESP)

 Princípios
 Reagentes e equipamentos
 Colheita e armazenamento da amostra
 Controlo de qualidade
 Técnica: Fixação, Coloração, Montagem
(importância do pH, água tamponada, depósito
de corantes nos esfregaços e qualidade do
esfregaço)
 Limitações
 Interesse
PREPARAÇÃO DO ESP

Distensão manual em lâmina


ESP
Corantes hematológicos
ESP
Coloração de May-Grunwald-Giemsa (MGG)

Fundamentos teóricos:
-Não há consenso entre Laboratórios no que se refere à escolha do corante
-Todos os corantes baseiam-se no método de Romanowsky
(protozoologista russo do final do século XIX)
-Romanowsky designava a sua coloração de panótica (“o que tudo
vê”).Tratava-se de uma mistura do antigo azul-de-metileno e de eosina
usada no século XIX para corar o núcleo e o citoplasma do parasita da
malária em purpura e azul, respetivamente

 Giemsa modificou o método posteriormente, combinando azur e eosina


 Coloração de May-Grunwald-Giemsa (MGG) é também designada de
Coloração Panótica de Pappenheim e é uma combinação de corantes
 é a mais usada (no Reino Unido) e dá os resultados mais completos
e cores mais brilhantes
 Coloração de Wright (contém azul-de-metileno policromado e eosina) é
mais utilizada nos EUA

-Os corantes tradicionais não são puros e há uma variação significativa inclusive entre lotes do
mesmo fabricante
-Uma coloração satisfatória e reprodutível é obtida com corantes comerciais de boa qualidade e
equipamento automático de coloração
ESP
Coloração de May-Grunwald-Giemsa
Princípio:
-Os corantes de Romanoswsky são misturas especiais que contêm eosina
(corante ácido), azul-de-metileno (corante básico) e azures ( corantes
básicos de cor púrpura), em metanol
-A combinação eosina–azul-de-metileno apresenta afinidade por estruturas
celulares citoplasmáticas ácidas ou básicas
-Os corantes eosina-azur-azul-de-metileno têm afinidade por componentes
celulares citoplasmáticos e nucleares.
-São muito usadas as misturas de Leishman, Wright e Giemsa (autores que
as introduziram) e com estas misturas:
 As estruturas acidófilas da célula coram-se de rosa, vermelho ou laranja
 As estruturas basófilas coram-se de azul
 As estruturas que fixam os azures coram-se de cor púrpura (azurófilas)
-Tradicionalmente o citoplasma que se cora em azul e os grânulos que se coram em
púrpura são ditos basófilos, enquanto que os grânulos que se coram de violeta ou
púrpura-rosado são ditos azurófilos
-Os termos acidófilo e eosinófilo referem-se à captação do corante ácido, eosina, embora
acidófilo seja habitualmente usado para os componentes celulares que se coram de rosa e
eosinófilo para os que se coram de laranja
Observação de ESP corados pela coloração
de May-Grunwald-Giemsa

 Coloração característica dos componentes celulares pelos


corantes de Romanowsky:
Observação de ESP corados pela coloração
de May-Grunwald-Giemsa

Distensão manual em lâmina: exemplos de lâminas


satisfatórias/ não satisfatórias
TÉCNICA DO ESP
TÉCNICA DO ESP
TÉCNICA DO ESP

 Limitações
INTERESSE DO ESP

-Importância da morfologia apesar da automação


-Complemento indispensável do Hemograma
-Maior padronização da técnica do ESP
-Progressos informáticos e telemedicina tornam o ESP um instrumento
pedagógico
-Canada; um país líder no uso clínico da telepatologia diagnóstica
Observação de ESP corados pela coloração
de May-Grunwald-Giemsa
Observação de ESP corados pela coloração de
May-Grunwald-Giemsa
Área boa para observação do ESP
Observação de ESP corados pela coloração
de May-Grunwald-Giemsa

 ESFREGAÇO SANGUÍNEO
-Utilizado para avaliar a dimensão / forma dos GV, a aparência e a
contagem diferencial dos leucócitos, células anómalas, dimensão e
morfologia das plaquetas, deteção de parasitas (por exemplo malária)

 Observação das células sanguíneas em microscopia ótica (MO)

 Pesquisa de parasitas da malária


CÉLULAS DO SANGUE

Hematopoiese
Observação de ESP corados pela coloração
de May-Grunwald-Giemsa

ERITRÓCITOS

LEUCÓCITOS:

NEUTRÓFILOS, EOSINÓFILOS, BASÓFILOS

LINFÓCITOS, MONÓCITOS

PLAQUETAS
Observação de ESP corados pela coloração
de May-Grunwald-Giemsa

 Identificação com a microscopia ótica (MO) das células


sanguíneas
-Num campo não se encontram 2 células iguais
-Existem infinitas gradações nas células precursoras e maduras
-As diferenças são integradas no padrão de cada categoria celular
(avaliação do conjunto)
-Nem sempre é fácil determinar a categoria celular com rigor (aspeto do
núcleo é muitas vezes preponderante)
-A morfologia é afetada pela qualidade da coloração, qualidade do
esfregaço e a zona do esfregaço onde se observam as células)
-Observar as 3 séries: Eritrócitos (GV), Leucócitos (GB), Plaquetas (PLT)
-Observar cada célula:
-tamanho (grande, pequena ou média)
-citoplasma (coloração, presença/ ausência de grânulos)
-núcleo (mononuclear, polimorfonuclear)
-célula madura: a progressiva maturação das células precursoras em
células maduras obedece ao processo evolutivo seguinte (salvo exceções): redução
do tamanho da célula, diminuição da relação Núcleo/ Citoplasma, perda de basofilia
do citoplasma, textura da cromatina que fica mais grosseira e desaparecimento do
nucléolo)
Observação de ESP corados pela coloração
de May-Grunwald-Giemsa

 CITOLOGIA
Observação de ESP corados pela coloração
de May-Grunwald-Giemsa

 5 TIPOS DE LEUCOCITOS
CÉLULAS DO
SANGUE
CÉLULAS DO SANGUE
SANGUE PERIFÉRICO

Esfregaço de sangue periférico (ESP)


SANGUE PERIFÉRICO: CÉLULAS SANGUÍNEAS
SANGUE PERIFÉRICO: NEUTRÓFILO
SANGUE PERIFÉRICO: EOSINÓFILO
SANGUE PERIFÉRICO: BASÓFILO
SANGUE PERIFÉRICO: LINFÓCITO
SANGUE PERIFÉRICO:LINFÓCITO

Linfócito atípico
(reativo)
SANGUE PERIFÉRICO: MONÓCITO
SANGUE PERIFÉRICO: PLAQUETAS

Plaquetas
agregadas

Plaquetas
SANGUE PERIFÉRICO

CONTAGEM DIFERENCIAL MANUAL DE GB

 Princípio
 Verificação das contagens efetuadas pelos analisadores automáticos de hematologia
que não satisfaçam os critérios estabelecidos
 Contagem diferencial manual seguida da avaliação do ESP
-Contagem diferencial de GB para determinar a % relativa de cada tipo de GB presente
-Observar e registar a morfologia dos GV, GB e PLT
-Fazer uma estimativa grosseira das contagens de PLT e GB para ver se concordam
em termos gerais com os valores do analisador automático

 Material e equipamentos:
-Lâminas de microscópio
-Microscópio com objetiva x100 (objetiva de óleo de imersão)
-Contador manual diferencial de células

 Colheita e Armazenamento da amostra


-Sangue venoso /capilar com EDTA
-Amostras armazenadas à temperatura ambiente, 20-25ºC, durante 6/8/12 horas ou
refrigeradas durante no máximo 24h a 4º C (algumas alterações surgem após as 6
horas à temp. amb.)
-Fazer preferencialmente contagem de PLT e GB até 2h
-ESP realizado até máximo 3h (ideal ≤ 1 hora)
SANGUE PERIFÉRICO
SANGUE PERIFÉRICO
Área boa para observação do ESP
SANGUE PERIFÉRICO

CONTAGEM DIFERENCIAL MANUAL DE GB

 Controlo de qualidade
-Esfregaço deve ter 3 zonas: cabeça, corpo e cauda
-Boa coloração

 Técnica
-Observação com objetiva de 10x, 40x, 100x
-Contagem com objetiva x100 (objetiva de óleo de imersão) com
o método de ziguezague já descrito
-Contar 100 GB, incluindo todas as linhagens celulares (imaturas
e maduras dos GB)
-Usar Contador manual diferencial de células

 Resultados
SANGUE PERIFÉRICO
SANGUE PERIFÉRICO
LEUCOGRAMA
Resultados expressos em %, Valor absoluto e
com Valores de referência
AULA PL2 2017

Bibliografia
1-Barbara J. Bain (2015), Blood Cells, A Pratical Guide, Fifth edition, Wiley Blackwell

2-Paulo Henrique da Silva, Hemerson Bertassoni Alves et al. Hematologia Laboratorial. Editora
Artmed Editora S.A., 2016

3-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010

4-Mário M. Pádua: Patologia Clínica para Técnicos, Hematologia-citologia, Lusociência, Edições


Técnicas e Científicas, Lda., 2011

5-Paulo Abrahamsohn: Histologia Básica Texto e Atlas, Junqueira e Carneiro , 13ª edição, Editora
Guanabara Koogan Ltda., 2017

6-A. V. Hoffbrand, P.A.H. Moss: Fundamentos em Hematologia, 6ª edição, Editora Artmed Ltda.,
2011

7-Atul Mehta, Victor Hoffbrand: Compêndio de hematologia, Instituto Piaget, 2005.

8-Ricardo Rosenfeld. Fundamentos do Hemograma do Laboratório à clínica. Editora Guanabara


Koogan S.A., 2007,

9-VanPutte Cinnamon et al.: Seeley´s Anatomy &Physiology , Eleventh Edition, McGraw-Hill


Education International Edition, 2017

10-F. Valensi, Morphologie des cellules sanguines normales, EMC, 13-000-A-15, Elsevier SAS, 2005

11-Raimundo Oliveira: Hemograma, Como fazer e interpretar, Livraria Médica Paulista Editora
Ltda, 2007
OBRIGADA PELA

ATENÇÃO
AGRADECIMENTOS

CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITARIO DO


ALGARVE, EPE - UNIDADE DE FARO

SERVIÇO DE PATOLOGIA CLÍNICA


(Diretor Dr. Nélio Santos )

Dra. Carina Vaz Costa


(Técnica de Diagnóstico e Terapêutica, Mestre em Biotecnologia)
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

AULA Prática Laboratorial nº 3


2017
Dra. Delminda Simões
AULA PL3
2017
Sumário

Objetivos:

 Determinação do Hematócrito
- Micro-hematócrito (método de centrifugação)
- Determinação automática (contadores automáticos)
- Valor médico
 Determinação da velocidade de sedimentação
- Método manual (em desuso)
- Método automático (em progressão)
- Valor médico
 Contagem de células em câmara de Neubauer
- Eritrócitos (interesse histórico)
- Leucócitos (interesse histórico)
- Plaquetas (interesse histórico; em casos excecionais)
- Valor médico (interesse histórico)
MEDICINA LABORATORIAL
FASE ANALÍTICA
HEMATÓCRITO

Objetivos:

Princípio

Reagentes e equipamento

Colheita e armazenamento da amostra

Controlo de Qualidade

Técnica

Limitações

Interpretação (intervalos de referência)

Interesse (Índices eritrocitários)


HEMATÓCRITO

Princípio

-O Hematócrito (Hct ou Ht) é a medida da fração ocupada pelos GV


numa coluna de sangue centrifugado.
-O Hct é a relação percentual entre o volume ocupado pelos GV e o
volume de sangue.
-O Hct era expresso como uma % e passou a ser também expresso
como uma fracção decimal (volume/volume) do total centrifugado.
-Na fracção ocupada pelos GV, uma pequena parte desse volume
corresponde ao plasma retido entre as células
-A expressão Volume Celular Compactado (packed cell volume -
PCV) foi sempre utilizada em inglês como sinonimo de Hct)
-A ICSH (International Concil for Standardization in Haematology)
recomenda que o PCV designe as determinações pelas técnicas
tradicionais de centrifugação e Hct designe as estimativas obtidas
por outros métodos (instrumentos automáticos)
-Por vezes o Hct é designado de volume globular (VG) (dado que
descreve a proporção do volume sanguíneo total ocupada pelos GV) e vice-versa e
a diferença entre os dois é técnica e clínica .
HEMATÓCRITO

Princípio
-Tecnicamente o Hct é obtido por centrifugação e o VG por
automação
-Do ponto de vista clínico, na centrifugação fica retido plasma entre
os GV e na automação não.
-Por esta razão o Hct é maior que o VG (2-3% maior em termos
fisiológicos) e a diferença pode acentuar-se em patologias (anemia
falciforme, anemias microcíticas e hipocrómicas, na esferocitose,
macrocitose e poliglobulia)
HEMATÓCRITO
Macro-hematócrito
Princípio
-O método original de determinação do Hct (Maxwell Wintrobe,
1929), requeria 1 mL de sangue e uma centrifugação a 3000 rpm de
30 a 60 minutos, em tubo grande de vidro graduado de Wintrobe,
com um diâmetro interno constante);
-Esse método era o macro-hematócrito e foi o método de
referência (mas método lento e trabalhoso, > inexatidão e hoje em desuso)
HEMATÓCRITO
Micro-hematócrito

Princípio
-O método original do macro-hematócrito foi substituído pelo
micro-hematócrito

-Preencher cerca de 2/3 do tubo do


micro-hematócrito 75x1mm não-
graduado com sangue por capilaridade
-Selar a extremidade livre pelo calor ou
com massa
-Centrifugar na centrifuga do micro-
hematócrito; micocentrifugação (10000-
15000g e 10-15 min )
-Leitura após centrifugação em escala
própria (excluindo-se da leitura a camada
de GB e PLT = buffy coat)
-Utilizado em laboratórios sem
automação ou em casos acidentais de
dificuldade na contagem de GV
HEMATÓCRITO
Micro-hematócrito

Princípio
-O Hct mede a concentração de glóbulos vermelhos num dado volume de
sangue total num tubo capilar.
-Esse volume é medido após um tempo de centrifugação adequado e é
expresso em percentagem do volume total da amostra de sangue.
-Os GV são compactados na extremidade do tubo capilar e ao medir a altura
da coluna de GV em relação à altura total da coluna de sangue, determina-
se o Hct (volume ocupado pelos GV sedimentados).
-Na centrifugação, os elementos figurados são mais pesados que o plasma e
vão para o fundo do tubo
-A interface entre o plasma e os GV é marcada pelo buffy coat (fina camada
esbranquiçada formada por GB e PLT)
-A % referente ao Hct é lida por baixo da camada do buffy coat
-Os GV são responsáveis por 40%-54% do volume total nos homens e por
38% a 47% nas mulheres.
 Comentários
-No passado quando a contagem de GV era uma aproximação grosseira do valor real
(contagem em câmara), o Hct obtido por centrifugação era utilizado como substituto
económico e prático.
-Hoje com a determinação do nº de GV e do seu volume nos contadores hematológicos
automáticos, o Hct saiu da rotina e tornou-se um parâmetro redundante (inútil?)
HEMATÓCRITO
Técnica

-Sangue colhido
para um tubo
capilar e colocado
numa centriífuga;
-o sangue separa-
se em plasma, GV,
GB e PLT;
- a medição do
Hct corresponde
à % do volume de
sangue que
inclui apenas os
GV.

Hematócrito no homem (a) e na mulher (b)


HEMATÓCRITO
Técnica

Hct efetuados em duplicado.


Resultados em %
Concordantes em +/- 1%

 Variações do Hct devido à tecnica


-Excesso de anticoagulante diminui o Hct
-Homogeneização inadequada diminui ou aumenta Hct
-Leitura apos 10 min após a centrifugação aumenta Hct
HEMATÓCRITO AUTOMATIZADO

-A exatidão das contagens automáticas do nº e volume dos GV tornou


a determinação de micro-hematocrito (centrifugação) uma prática
redundante e inútil
-Hct fornecido pelo contador hematológico de rotina
-A maioria dos contadores hematológicos calculam o Hct como um
parâmetro derivado, a partir do número e volume dos GV,
simultaneamente determinados e pela fórmula Hct = VCM x E/10 que é
a inversão da formula do VCM de Wintrobe (VCM= Htx10/E)
-Determinação directa do Hct em outros contadores hematológicos
-O Hct calculado é ± 1 % < ao obtido por centrifugação (ficando sempre
plasma retido na coluna de GV) e é designado hematócrito “enxuto”
(E = nº de GV)

 Utilidade do HEMATÓCRITO
-O Hct tem utilidade clínica por si só
-Também é útil para calcular os índices eritrocitários que ajudam na
classificação morfológica das anemias que se baseia na quantidade de
Hb e tamanho dos GV (Hb= hemoglobina)
-Usado para calibrar os contadores automatizados
HEMATÓCRITO

 INTERESSE CLÍNICO

-Avaliar a fluidez do sangue


-O Hct correlaciona-se melhor que a contagem de GV com a
viscosidade sanguínea e é usado, por tradição, para avaliar as
alterações da volemia
-O Hct varia de modo paralelo à Hb (só nas anemias devidas à
deficiência crónica na síntese da Hb, esta torna-se
desproporcionalmente baixa relativamente ao Hct)

-Monitorizar hemorragias agudas

-Calcular os índices eritrocitários (classificação morfológicas das


anemias)
 Uma diminuição do Hct indica que o volume de GV é menor que o
normal (nº reduzido de normocitos ou nº normal de microcitos)
 Algumas doenças do sangue podem levar a Hct anormais por
aumentarem ou diminuírem o nº ou tamanho dos GV
HEMATÓCRITO
HEMATÓCRITO
HEMATÓCRITO

“Fornecer o hematócrito é uma decisão política: satisfaz


os médicos (habituados a vê-lo) e os fabricantes de
equipamento (um parâmetro a mais fornecido pela
máquina)”.
Renato Failace 2015 (Ref. bibliográfica nº8)
VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO

Objetivos:

Princípio

Reagentes e equipamento

Colheita e armazenamento da amostra

Controlo de Qualidade

Técnica

Limitações

Interpretação (intervalos de referencia)

Interesse
VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO

Principio
-A velocidade de sedimentação (VS) é um teste de rastreio não especifico
indicador de inflamação
-A VS corresponde à velocidade de hemossedimentação (VHS)
-Usado no rastreio inicial e na monitorização terapêutica (progressão ou
remissão de uma patologia)
-Baseado no método de Westergreen (1920)
-Este teste mede a distancia, em milímetros, que os GV percorrem num
tubo vertical durante um determinado período de tempo (1hora)
-A VS depende do nº de GV, da forma e volume dos GV e de fatores
plasmáticos que modificam a repulsão dos GV
-A VS é diretamente proporcional à massa eritrocitária e inversamente
proporcional à superfície dos GV.
-Normalmente, os GV têm tendência à repulsão devido às cargas negativas
da membrana. (A presença de ácido siálico na membrana do GV, confere uma carga
negativa que cria um potencial de repulsão entre GV, nomeado potencial zeta)
-Este potencial de repulsão impede que os GV se empilhem (rouleaux)
-É fundamentalmente determinada pela concentração plasmática de
proteínas, especialmente o fibrinogénio e as globulinas
-Quando existem alterações nas concentrações plasmáticas de moléculas
(como o fibrinogénio, β e γ-imunoglobulinas), o potencial zeta é vencido,
diminuindo a repulsão elétrica dos GV, favorecendo a aproximação dos GV e
o seu empilhamento e a VS aumenta.
VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO

Principio
-Após 1 hora, a VS é lida, medindo-se a altura da coluna de plasma
(distância da marca inicial até à linha de separação entre o plasma
e as hemácias que sedimentaram)
-É registada em milímetros (por hora)
-Quanto maior a distância , maior a velocidade de
hemossedimentação; maior o processo inflamatório
-Qualquer situação que aumente a formação de rouleaux aumenta
a sedimentação dos GV
-A leitura ao fim de 2 horas não fornece mais informações
-Fatores que afectam a VS
-Intervalos de referência (♂: 0 a 15 mm/h ♀:0 a 20 mm/h)
-A velocidade de sedimentação é um teste simples, rápido,
barato mas pouco especifico (exame grosseiro)
-É um marcador global e indireto de inflamação
-A VS é mais acentuada em casos de anemia
-A VS aumenta com a idade (até 35-40 mm em idosos saudáveis)
-Determinação automatizada é cada vez mais utilizada nos
laboratórios
VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO

TÉCNICAS

 Técnica manual
-Uso de pipeta de Westergren (tubo de vidro ou plástico de 30 cm de
comprimento, 2,5 mm de largura, escala 0-200 milímetros)
-Técnica original de Westergren (amostra = sangue total venoso
com anticoagulante (citrato de sódio a 0.106 M; proporção 1 parte de
anticoagulante/ 4 partes de sangue)
-Homogeneização da amostra (5 min), pipeta de Westergren
preenchida, colocar estante, leitura aos 60 min
-Resultado expresso em milímetros
-Método de Westergren modificado (sangue colhido em EDTA)

 Técnica automatizada
-Resultado em 20 min (sedimentação acelerada pela inclinação 18º)
-Mais rápido, > padronização , > precisão
 Método de escolha
VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO

 Fatores que
interferem

-Ângulo pipeta/suporte

-Temperatura (<15ºC
>30ºC)

-Luz solar direta

-Centrifuga na bancada

-Mudança da estante
durante a realização da
VS
VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO

Inflamação:
GV
sedimentam
mais
rapidamente

-O potencial zeta
(de repulsão) impede
que os GV se empilhem
- Com níveis elevados de fibrinogénio, globulinas
(rouleaux)
ou outras proteínas de fase aguda da infamação, o
potencial zeta é vencido devido à alteração da
 -VR de VS baixa na 1ª viscosidade plasmática
hora normalmente
 - Existe aumento da sedimentação e uma VS
elevada na 1ª hora
VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO
Valores de Referência
Variação da VS

Idosos saudáveis: VS = 35 a 40 mm

Acantócitos, esferócitos,
células faciformes:
sedimentam devagar e
levam a uma diminuição
da VS

Anemias sem alteração de GV


VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO

Efeito dos Fármacos


VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO

INTERESSE E USO CLÍNICO

 VS aumentada em neoplasias, doenças cronicas, colagenoses, doença


reumática
 Útil na monitorização de doenças inflamatórias, recidiva de linfomas
Hodgkin e não-Hodgkin, progressão da artrite reumatóide e da tuberculose
 VS AUMENTADA:
Hemodiluição (anemias agudas ou crónicas sem alteração da
morfologia do GV)
Aumento das proteínas de fase aguda da inflamação
(fibrinogénio, imunoglobulinas, outras)
Existência de proteínas plasmáticas anormais (mieloma múltiplo)
Aumento de imunoglobulinas (processo inflamatório ou infeccioso)
Neoplasias
 VS diminuída: na doença hepática ou carcinomas tendem a ter uma VS
diminuída pela incapacidade de produzir proteínas de fase aguda da
inflamação
 Em doentes com VS aumentada sem razão, deve-se pesquisar gamapatias
monoclonais
 Autores consideram que o aumento de VS representa o principal sinal
biológico da inflamação, sendo usada como teste de rastreio
(controverso…?) e no estudo de processos inflamatórios
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

Objetivos:

Princípio

Reagentes e equipamento

Colheita e armazenamento da amostra

Controlo de Qualidade

Técnica

Limitações

Interpretação (Intervalos de referencia)

Interesse histórico
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

PRINCÍPIO
-No passado as contagens de GV, GB, PLT eram realizadas por
técnicas manuais, lentas e trabalhosas
-Os GV, GB, PLT eram contados em microscopia, a partir de uma
amostra de sangue cuidadosamente diluída, em câmara de contagens de
volume conhecido (hemacitómetro)
-Os resultados eram satisfatórios quando realizados com cuidado
extremo
-Método inadequado à rotina laboratorial hematológica pelo seu
elevado grau de imprecisão e pelo consumo excessivo de tempo de
trabalho
-As contagens de GV,GB, PLT eram solicitadas apenas para poucos
casos selecionados
-Contagem de PLT no hemacitómetro são imprecisas, particularmente
quando baixas, muito trabalhosas; usada atualmente somente no caso
de indicações clínicas evidentes (excecionais)
-A diluição do sangue numa solução conservante é necessária para isolar
as células e permitir a contagem dos GV
-A diluição do sangue com soluções hemolisantes é necessária para
hemolisar os GV e facilitar a contagem dos GB e PLT
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

Princípio
-Antigamente utilizavam-se pipetas de vidro com bulbo (pipetas
diluidoras de Thoma: o sangue era aspirado até à marca inicial e
em seguida a solução era aspirada até à marca final. A diluição e
a homogeneização dão-se no bulbo).

Pipetas diluidoras de
Thoma
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

Principio
-Actualmente são usadas pipetas automáticas calibradas com
ponteiras de plástico descartáveis (o sangue é aspirado na
ponteira, sendo a parte externa da ponte limpa e o sangue é
injetado na solução diluidora. A diluição e a homogeneização dão-
se no tudo de vidro).

Pipetas automáticas
calibradas
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

Técnica
-As diluições recomendadas para as contagens são:
-GV: 1:200 com formalina citrato (conservante)
-GB: 1: 20 com ácido acético a 2% (hemolisante)
-PLT: 1:20 com oxalato de amónio a 1% (hemolisante)
-Em amostras com muitas células, a diluição tem que ser maior
-A hemacitometria é a contagem visual das células do
sangue em hemocitómetros
-A contagem é o nº de células presentes em 1 milímetro cubico
de sangue (1 μL = 10–6 L = 1 mm3)
-O hemocitómetro de Neubauer é uma peça de vidro do
tamanho de uma lâmina de microscopia e contém 2 câmaras de
contagem separadas
-A solução de sangue diluído preenche a câmara por capilaridade
de uma única vez (não deve extravasar nem faltar no local de contagem)
-O retículo é um quadrado de 3x3mm desenhado na base,
dividido em 9 quadrantes de 1 mm2, sendo o quadrante central
subdividido em 25 quadrados de 0.04 mm2(cada quadrado)
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

Técnica
-Após o preenchimento da câmara as células sedimentam sobre o
retículo
-A câmara é colocada no microscópio ótico (MO) e as células são
contadas com ampliação 400x com o condensador descido
-As áreas de contagem são:
-GV: 5 quadrados do quadrante central na diagonal
-GB: 4 quadrantes nos cantos
-PLT: 5 quadrados do quadrante central na diagonal
-Em amostras com poucas células, a área de contagem deve ser
maior
-A contagem das PLT é facilitada em microscopia de fase

 Actualmente, a câmara de Neubauer ainda é utilizada


para contar GV ou GB em líquidos biológicos
 (contagem automática dos líquidos biológicos em uso e progressão)
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

Hemocitómetro de Neubauer
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

Hemocitómetro de Neubauer
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

Hemocitómetro de Neubauer
 Aumento 400x
CONTAGEM DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
EM CAMARA DE NEUBAUER
Interesse histórico

Hemocitómetro de Neubauer
CÂMARA DE NEUBAUER
CÁLCULOS
AULA PL3 2017

Bibliografia

1-Paulo Henrique da Silva, Hemerson Bertassoni Alves et al. Hematologia Laboratorial. Editora
Artmed Editora S.A., 2016

2-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010

3-Barbara J. Bain (2015), Blood Cells, A Pratical Guide, Fifth edition, Wiley Blackwell

4-Mário M. Pádua: Patologia Clínica para Técnicos, Hematologia-citologia, Lusociência, Edições


Técnicas e Científicas, Lda., 2011

5-A. V. Hoffbrand, P.A.H. Moss: Fundamentos em Hematologia, 6ª edição, Editora Artmed Ltda.,
2011

6-Atul Mehta, Victor Hoffbrand: Compêndio de hematologia, Instituto Piaget, 2005.

7-Ricardo Rosenfeld. Fundamentos do Hemograma do Laboratório à clínica. Editora Guanabara


Koogan S.A., 2007

8-Renato Failace: Hemograma, Manual de Interpretação, 6ª Edição, Artmed Editora S.A., 2015

9-Raimundo Oliveira: Hemograma, Como fazer e interpretar, Livraria Médica Paulista Editora Ltda,
2007

10-VanPutte Cinnamon et al.: Seeley´s Anatomy &Physiology , Eleventh Edition, McGraw-Hill


Education International Edition, 2017

11-John Hall: Guyton and Hall, Textbook of Medical Physiology, 12th ed, Saunders Elsevier, 2011

12-Norma J. Walters, Barbara H. Estridge, Anna P. Reynolds: Laboratório Clínico, Técnicas


Básicas, 3ª edição, Artmed, 1998
Sem passado, não há presente
e sem presente, não há futuro”
Ehad Haham (Filósofo hebreu)
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

AULA Prática Laboratorial nº 4


2017
Dra. Delminda Simões
AULA PL4
2017
Sumário

Objetivos:

 Pesquisa de Plasmodium spp. com enfoque no Plasmodium falciparum


•- Esfregaço de sangue periférico (ESP); Gota espessa
•- Morfologia de Plasmodium spp. em ESP e gota espessa
•- Referência a outros métodos (testes imunológicos, biologia molecular)
•- Contagem de plasmódios (métodos de quantificação da parasitémia) e interesse
•- Referência a outros hematozoários
 Determinação de Reticulócitos (RET)
•- Coloração de reticulócitos (RET) com coloração supravital (azul brilhante de cresil)
•- Observação de RET em Esfregaço de Sangue Periférico (ESP)
•- Referência à contagem manual e automática de RET
 Formação contínua em Medicina Laboratorial; importância da malária
•- A nível nacional: Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa
•- A nível global: Organização Mundial de Saúde (OMS) e Biologie Sans Frontières (BSF)
PALUDISMO OU MALÁRIA
Introdução

- Malaria causada por um hematozoário intracelular do género Plasmodium,


transmitido por vetores (mosquitos do género Anopheles)
- Infeção por protozoário com manifestações clínicas agudas
- Mais de 36% da população mundial está em risco de contrair paludismo
- Em Africa ¾ da população estaria infetada
- Fora do continente africano, 70 % dos casos são na Índia, Brasil, Afeganistão,
Vietnam, Colômbia e Ilhas Salomão
 5 espécies de protozoários do género Plasmodium provocam a doença no
homem: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium ovale
Plasmodium malariae e Plasmodium knowlesi

 Pesquisa do parasita
 Em sangue total (Sem / Com anticoagulante = EDTA, Citrato ou Heparina)
 Colheita de sangue preferencialmente na fase do pico febril ou pouco depois
 Várias formas do parasita presentes em função das espécies (Exo: na malaria
por P. falciparum aparecem formas de trofozoítos jovens e os gametócitos –
descritos em forma de banana, aparecem 7 dias apos início do quadro clínico)
 Os gametócitos são as formas evolutivas mais distintas do ponto de vista
morfológico entres as diferentes espécies e importantes para a sua
identificação
PALUDISMO OU MALÁRIA
PALUDISMO OU MALÁRIA
(OMS)

O mosquito que transmite a malária por picada é considerado pela Organização Mundial de Saúde «o animal mais mortífero
do planeta, responsável por 725 mil mortes por ano». http://www.univadis.pt/saude-sociedade-hoje/133/IHMT-lembra-que-a-
malaria-e-sempre-uma-emergencia-medica, 6 janeiro 2017

http://www.who.int/gho/malaria/malaria_003.jpg?ua=1
SUSPEITA CÍNICA DE MALÁRIA

DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO DA MALÁRIA


1º) Pesquisa do parasita
 Gota espessa

 ESP delgado

 Testes rápidos (RDT) RDT= Rapid Diagnostic Test

2º) Quantificação da parasitemia

 Avaliação semi-quantitativa: nº de parasitas/campo


(Raros, Alguns, Muitos) ou o sistema das «cruzes»

 Contagem expressa em parasitas por µL (ou mm3)

 Método de Avaliação pela percentagem de GV


parasitados

 Biologia molecular (diagnóstico pela deteção do DNA do parasita


através de PCR)
SUSPEITA CÍNICA DE MALÁRIA

DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO DA MALÁRIA

 O diagnóstico laboratorial da malária apoia-se na pesquisa dos


agentes causadores da doença por exame direto e/ou por métodos
imunológicos
 A pesquisa por exame direto faz-se no SP por 2 métodos: gota
espessa e esfregaço (ESP)
 No passado, a pesquisa era feito por gota espessa e esfregaço
 Actualmente no mundo ocidental, a pesquisa é cada vez mais
realizada através do uso de métodos imunológicos (RDT)* e do
esfregaço de SP. O RDT também é recomendado pela OMS nos países
endémicos em malaria (Ver WHO Malaria report 2014)
 Utiliza-se uma amostra de sangue total colhido com EDTA
 Observação em MO, objetiva de imersão (x100)
 Os parasitas pesquisados são: P. falciparum, P. vivax, P. ovale e P.
malariae
 As características uteis para distinguir as quatro espécies estão
resumidas no diapositivo seguinte
 Além destas 4 espécies, foi descrito o Plasmodium knowlesi (difícil de distinguir
morfologicamente do P. malariae) que raramente infeta o homem.
DIAGNOSTICO DE MALÁRIA:
Características das diferentes espécies de
parasitas da malária (4 espécies comuns)
DIAGNOSTICO DE MALÁRIA
Diferentes espécies de parasitas da malária
(Plasmodium knowlesi) e diferentes métodos de
diagnóstico (Gota espessa)
PESQUISA DE PLASMODIUM

MÉTODOS:

 Esfregaço de SP (ESP)
-Exame de referência é ESP corado pelo May-Grunwald-Giemsa (MGG)
-Colorações de Leishman e Giemsa, com pH mais alto, facilitam a deteção
e identificação
-O esfregaço pode ser espesso ou delgado. O esfregaço espesso
aumenta as probabilidades de encontrar GV parasitados (semi-
concentração) mas dificulta a observação dos GV (sobreposição)
-O esfregaço delgado é o único meio de observar corretamente as formas
parasitarias e as alterações dos GV concomitantes
-Os dados observados no ESP são de 2 tipos: relativos ao GV parasitado
(alterações globulares) e relativos ao parasita (características do
parasita)
-P. vivax e P. ovale (diagnosticados essencialmente pelas alterações
globulares)
-P. falciparum e P. malariae (diagnosticados essencialmente pelas
características do parasita)
PESQUISA DE PLASMODIUM

MÉTODOS:

 Esfregaço de SP
-Observação microscópica em MO, detetam-se parasitémias da ordem de
50 plasmódios/ mL
-O ESP deve ser examinado no mínimo durante 5 minutos antes de ser
considerado negativo
-Quando se dispõe apenas do esfregaço para o diagnóstico, este deve ser
examinado no mínimo 15 minutos (ou até 100 a 200 campos x100) antes
da pesquisa ser considerada negativa
-Indivíduos parcialmente imunes costumam ter parasitémias mais baixas,
de modo que a deteção requer um exame mais demorado
-Em caso de forte suspeita de malária, com exames iniciais negativos, há
necessidade de repetição sucessiva da pesquisa (de preferência no pico
febril)
-Permite a identificação das espécies de Plasmodium spp.
-Permite a contagem de plasmódios
-Permite observação de outras alterações hematológicas: (anemia,
linfocitose/linfocitopenia, Neutrofilia/ neutropenia, eosinopenia, monocitose,
trombocitopenia)
PESQUISA DE PLASMODIUM

MÉTODOS:

 Gota espessa
-Método de concentração (parasitas mais concentrados) para facilitar a pesquisa do
parasita mas sem pormenorizar os elementos que permitem o diagnóstico da espécie
-Técnica mais difícil, deteta 10-20 plasmódios/ mL
-Técnica mais sensível que o esfregaço e análise mais rápida
-Permite a deteção dos parasitas
-Não faculta o diagnostico da espécie (dificilmente se identifica a espécie)
-Teste de rastreio: Resultado + ou –

-Em vários países africanos, tornou-se norma juntar na mesma lâmina a gota espessa e o ESP
(economia de trabalho e material mas deteção prejudicada)

-No mundo ocidental a técnica de gota espessa está em desuso devido à dificuldade da
realização, interpretação e à introdução, de novas técnicas de diagnóstico da malaria por
métodos imunológicos (Testes rápidos-RDT), efetuadas por rotina e de 1ª linha nos
hospitais e laboratórios de referência perante uma suspeita de malária.
Os RDT, embora mais caros, também estão a ser cada vez mais usados nos países endémicos
em malaria pela maior facilidade de execução
-Gota espessa e ESP são atualmente o “Gold Satandard” mas exigem um patologista experiente
-Uso de RDT quando a MO não está disponível
PESQUISA DE PLASMODIUM

MÉTODOS:
 Técnicas imunológicas: Testes Rápidos de Diagnóstico da
malária (RDT)
-RDT comercializados em kits
-Testes detetam os AG dos agentes da malária (proteínas) numa amostra de
sangue; resultado positivo por mundança de cor na tira teste
-Usam tiras para a deteção imunocromatográfica do AG do P. falciparum
(proteína-2 rica em histidina e/ou desidrogenase láctica do tipo próprio do
parasita – pLDH)
-As tiras baseadas no pLDH distinguem o P. falciparum das restantes
espécies mas não distingue os outros plasmódios entre si.
-Em 1986, uma proteína rica em histidina, denominada Pf-HRP2, foi identificada no P.
falciparum. Posteriormente, verificou-se a sua presença no plasma de pacientes infetados
com P. falciparum em fase aguda.
-A partir de 1993, surgem testes imunocromatográficos baseados na captura qualitativa
da Pf-HRP2. (Desvantagem da permanência da proteína circulante por tempo
prolongado, dando resultados positivos em indivíduos já tratados)
-Ultimamente, testes de diagnóstico rápido da malária foram desenvolvidos utilizando
anticorpos monoclonais e policlonais dirigidos contra a proteína Pf-HRP2 e contra a
enzima desidrogenase láctica (pDHL) das quatro espécies de plasmódio. Estes testes
têm a vantagem de diferenciar o P. falciparum das outras espécies, as quais são
identificadas como não-P. falciparum.
PESQUISA DE PLASMODIUM

 MÉTODOS:
 Diferentes RDT disponíveis: alguns detetam as 4 espécies comuns (P. falciparum, P.
vivax, P. ovale, P. malariae) mas não as distinguem entre elas; outros detetam as 4
espécies comuns e identificam o P. falciparum
EXEMPLOS:
1. Testes exclusivos para o diagnóstico de P. falciparum
Exos: ParaCheck-Pf ® e Malar-Check®
2. Testes que discriminam o P. falciparum de outras espécies
Exos:ICT-PfPv® e OptiMal® – Estes testes possibilitam diferenciar uma infeção causada pelo P.
falciparum de outra causada por uma ou mais espécies não-P. falciparum – entretanto não permitem
identificar as espécies causadoras de malária mista.

 Biologia molecular
-Desenvolvimento da tecnologia de amplificação do DNA dos plasmódios usando a reação em cadeia
da polimerase (PCR); diagnóstico da malária baseado na deteção de ácido nucleico apresentou
grande progresso em termos de eficácia.
-A sensibilidade da PCR é 10-100 vezes superior à gota espessa e detecta 2.5-10 parasitas/mL
-Usada para confirmar um diagnóstico, determinar a espécie (parasitémias baixas ou
infeções mixtas) porque resultados do ESP não são claros
-Método caro, execução complexa (uso restrito aos grandes Laboratórios); uso limitado
na áreas endémicas de malária
-Permitiu verificar que no Senegal, em zona de holoendemia, 90% da população estava infetada
PESQUISA DE PLASMODIUM
EXEMPLO DE RDT

MÉTODOS:
 Técnicas imunológicas: Testes Rápidos de Diagnóstico da
malária (RDT)

“What is a Malaria Rapid Diagnostic Test?


Malaria rapid diagnostic tests, sometimes called "dipsticks" or malaria rapid
diagnostic devices (MRDDs), assist in the diagnosis of malaria by providing
evidence of the presence of malaria parasites in human blood.
RDTs are an alternative to diagnosis based on clinical grounds or
microscopy, particularly where good quality microscopy services cannot be
readily provided.
Variations occur between malaria RDT products, though the principles of
the tests are similar. Malaria RDTs detect specific antigens (proteins)
produced by malaria parasites, that are present in the blood of infected or
recently infected individuals. (RDTs which detect antibodies used for
screening blood for evidence of recent infection are not discussed here).
 Some RDTs can detect only one species (Plasmodium falciparum),
some also detect other species of the parasite (P. vivax, P. malariae
and P. ovale).
Blood for the test is commonly obtained from a finger-prick.”
http://www.wpro.who.int/malaria/sites/rdt/
PESQUISA DE PLASMODIUM
EXEMPLO DE RDT
PESQUISA DE PLASMODIUM
EXEMPLO DE RDT
PESQUISA DE PLASMODIUM
EXEMPLO DE RDT
PESQUISA DE PLASMODIUM
EXEMPLO DE RDT
PESQUISA DE PLASMODIUM
EXEMPLO DE RDT
PESQUISA DE PLASMODIUM
 MÉTODOS de Quantificação da parasitémia:

 Contagem de plasmódios
-Densidade de parasitismo: deve estimar-se a parasitémia para
permitir a monitorização do tratamento (seguimento da terapêutica de
estirpes resistentes)
-A falta de diminuição na contagem parasitária indica que o parasita é
resistente ao medicamento

 Avaliação semi-quantiativa: nº de parasitas/ campo (Raros,


Alguns, Muitos) ou o sistema das «cruzes»
- Execução mais fácil
- Resultado menos correto

 Contagem expressa em parasitas por µL (ou mm3)


- Contagem relativa à contagem de leucócitos por campo (200 GB)
- Execução mais difícil
- Resultado mais correto

 Método de Avaliação pela percentagem de GV parasitados


- Usado apenas em esfregaços delgados
CONTAGEM DE PLASMÓDIOS (OMS)
DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO
DA MALÁRIA

 Consultar bibliografia OMS – Planches pour le diagnostic microscopique du


paludisme. Troisième édition, 2010 e o World Malaria Report 2017 (Internet)
DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO
DA MALÁRIA

 Consultar bibliografia- Manual de Diagnóstico Laboratorial da Malaria,


Série A. Normas e Manuais Técnicos, Ministério da Saúde, Brasília – DF,
2005 (Internet)
PESQUISA DE PLASMODIUM
MÉTODOS
 Observação de plasmódios em ESP e gota espessa

 A favor de P. falciparum: maior densidade de parasitismo, frequência


de poliparasitismo (dois ou mais anéis no GV), presença de
gametócitos em banana ou salsicha. No paludismo por P. falciparum, a
presença de abundantes esquizontes é de mau prognóstico.
 Plamodium falciparum é o mais perigoso
-Qualquer dos 4 plasmódios pode provocar a morte.

 Principais caráteres diferenciais dos Plasmódios parasitas do homem


(ver diapositivo seguinte)

 Diagnóstico diferencial
- A babesiose é uma doença parasitária rara, transmitida por picada de
carrapatos, que pode ser facilmente confundida com a malária
- Doença causada por diversas espécies de protozoários do género Babesia
spp.( é uma Hemoprotozoose)
- Contágio humano é raro na Europa e frequente nos EUA
-Diagnóstico diferencial: babesiose (os trofozoítos de Babesia são anéis
pequenos, semelhantes aos do P. falciparum); os protozoários parasitam e
destroem os GV de modo semelhante ao que acontece na malária
OBSERVAÇAÕ DE PLASMODIUM SPP. EM ESP
OBSERVAÇAÕ DE PLASMODIUM SPP. EM ESP
Alterações dos GV / Características dos parasitas

Alterações dos GV Características dos parasitas


PESQUISA DE PLASMODIUM
EM ESP
PESQUISA DE PLASMODIUM EM ESP
Plasmodium falciparum
PESQUISA DE PLASMODIUM EM ESP
Plasmodium falciparum
PESQUISA DE PLASMODIUM
EM GOTA ESPESSA
PESQUISA DE PLASMODIUM
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
Babesiose
PESQUISA DE
PLASMODIUM:
Caso clínico
PESQUISA DE PLASMODIUM:
Caso clínico
RESPOSTA : Babesiose
HEMATOLOGIA
OUTROS PARASITAS
(HEMATOZOÁRIOS)
PESQUISA DE PLASMODIUM:
ciclo de vida do Plasmodium
Revisão
RETICULÓCITOS
CONTAGEM MANUAL
(MO= Medula óssea)

Princípio:
-Contagem de RET é um indicador da produção dos GV pela Medula
óssea (MO)
-O RET é um GV jovem; é a fase celular anterior ao GV maduro
-Permanece 2 a 3 dias em maturação na MO antes da libertação
-Fica mais 1-2 dias em maturação no SP após libertação pela MO
-RET é um GV sem núcleo e que contem RNA remanescente, (RNA
ribossómico), não visível pela coloração de May-Grunwald-Giemsa (MGG),
podendo ser posto em evidência por meio de corantes supravitais tais como o
azul de metileno novo e o azul brilhante de cresil
-No SP, os ribossomas remanescentes dos GV vão diminuído até se formar um
GV maduro
-Com a exposição dos GV não fixados a estes corantes, os ribossomas são
precipitados e corados, aparecendo sob forma de uma substância granulo-
filamentosa (retículo), sendo o RNA responsável pela formação deste retículo
que é visível em MO
-Como as células estavam ainda vivas quando foram expostas ao corante,
essa coloração é chamada de supravital (mas os corantes são usados numa
concentração letal para as células)
-Com o azul de metileno novo os GV coram em azul esverdeado claro,
aparecendo o retículo em púrpura azulado
RETICULÓCITOS
CONTAGEM MANUAL

Princípio:
-A quantidade de retículo varia de um denso grumo nos RET mais imaturos (RET
grupo I) a uns poucos grânulos nos mais maduros (RET grupo IV)
-Heilmeyer classificou os RET em 4 grupos de I a IV de acordo com a agregação
do corante
-O NCCLS* classifica como RET “qualquer GV não-nucleado” contendo 2 ou +
partículas de material corado em azul, correspondendo a RNA ribossómico”
-Normalmente cerca de 1% dos GV no sangue são RET, principalmente os tipos III e
IV com menos precipitados
-Nos processos de aumento da eritropoiese, a % de RET aumenta e surgem os RET
do tipo I e II, associados com a presença de GV macrovalocíticos basófilos
(policromasia) ou macrócitos policromatofilos e eventuais eritroblastos (NRBC)
-No ESP corados pelo método de Romanowsky, a combinação da basofilia
citoplasmática devido ao RNA (responsável pela formação do retículo na coloração
supravital) com a acidofilia da hemoglobina produz características de coloração
conhecidas por policromasia ou policromatofilia
-O GV policromatófilo (policromasia ou policromatofilia) é o RET visto no ESP
corado pelos corantes hematológicos habituais (Coloração de MGG)
 *NCCLS - National Committee for Clinical Laboratory Standards
RETICULÓCITOS corados
CONTAGEM MANUAL
RETICULÓCITOS corados
CONTAGEM MANUAL
RETICULÓCITOS corados
CONTAGEM MANUAL
RETICULÓCITOS no ESP corado pelo MGG
É um GV grande azulado (macrócito
policromatofilo = policromasia)

Reticulócito
Reticulócito

ou Policromasia

TIPOS de RET
RETICULÓCITOS
CONTAGEM MANUAL

Princípio:
-A contagem de RET é feita porque muitas vezes a policromasia
não é visualizada (nem todos os RET contêm RNA suficiente para produzir policromasia)
-Outras inclusões podem ser confundidas com o retículo dos RET
-Técnicas de contracoloração (que consiste em corar a preparação
de reticulócitos com corantes hematológicos, ou coloração de
Perls) permite evidenciar outras inclusões dos GV
-Contagem de RET poder ser por método manual ou
automatizado
-Contagem de RET é a medida mais eficaz da atividade
eritropoiética
-Baixas contagens de RET indicam diminuição da atividade
eritropoiética.
-Contagens elevadas de RET indicam aumento da atividade
eritropoiética (Resposta da MO ao stress anémico)
-Contagem de RET reflete a saúde ou doença da MO
 Teste utilizado no diagnóstico, tratamento e monitorização
dos doentes com vários tipos de anemias.
RETICULÓCITOS
CONTAGEM MANUAL

Reagentes e equipamentos:
-Azul de metileno novo /azul brilhante de cresil (Corante supravital)
-Tubos
-Lâminas de microscópio
-Microscópio com objetiva x100 (objetiva de óleo de imersão)
-Pipetas
-Contador manual diferencial de células

Colheita e Armazenamento da amostra


-Sangue venoso com EDTA
-Amostras armazenadas à temperatura ambiente durante 8 horas
(/24h)ou refrigeradas durante 24h (/vários dias) entre 2 e 8º C

Controlo de qualidade
-Controlos comerciais para verificar as condições da execução da
técnica.
RETICULÓCITOS
CONTAGEM MANUAL

Técnica

 O método de referência
para a contagem de RET
do NCCLS baseia-se na
técnica com coloração pelo
azul de metileno novo

 NCCLS - National Committee for


Clinical Laboratory Standards
RETICULÓCITOS
CONTAGEM MANUAL
RESULTADOS

 Exemplo
 Contagem de RET expressa em %
 Contagem absoluta de RET
RETICULÓCITOS
CONTAGEM MANUAL

 Resultados expressos em % e em valor absoluto:


-Geralmente contam-se RET como % de GV
-O uso na ocular do microscópio de um micrómetro ocular de Miller facilita
e torna mais precisa a contagem

Contagem de RET (tradicionalmente) expressa em %


Contagem absoluta de RET (dispondo-se do nº de GV, pode se
calcular o nº absoluto de RET) exprime com mais exatidão a produção de
GV pela MO

Índice reticulocitário (mais significativo do que a percentagem,


corrigindo-se para o grau de anemia)
Outro índice (“índice de produção de eritrócitos”)

 Valores de referência expressos em % e em valor absoluto

 % Normal (0.5-2.5%) e Contagem absoluta (25 a 125.10^9/L)


RETICULÓCITOS

CONTAGEM MANUAL: RESULTADOS


(%)RET corrigidos e Índice reticulocitário na anemia

b) Índice reticulocitário

Este exemplo mostra que uma


contagem de RET aparentemente
normal pode ser baixa no caso da
anemia presente.
Este procedimento e a contagem
absoluta de RET fornecem
informação semelhante.
RETICULÓCITOS
RESULTADOS EM % E VALOR ABSOLUTO
RETICULÓCITOS
DIMUINUIÇÃO / AUMENTO

Diminuição da Contagem de RET


-Anemia aplástica
-Exposição a radiações ou tratamento por radiações
-Infeção crónica
-Medicamentos como a azatioprina, o cloranfenicol, a
dactinomicina, o metotrexato e outros fármacos citostáticos
-Anemia perniciosa e anemia megaloblástica não tratadas

Aumento da Contagem de RET


-Perda rápida de sangue
-Altitude
-Anemias hemolíticas
-Medicamentos como a levodopa, os antimaláricos, a
corticotrofina e os antipiréticos
-Gravidez
RETICULÓCITOS
CONTAGEM MANUAL

 Limitações
-Transfusão de sangue recente pode interferir com o resultado dos RET
-Manuseamento errado, contaminação ou refrigeração inadequada da
amostra podem interferir e gerar resultados incorretos
-Outras inclusões dos GV (corpos de Heinz, siderócitos, corpos de
Howell-Jolly) podem ser confundidas com RET e dar origem a uma
contagem falsamente elevada
-As inclusões do GV podem ser confirmadas através da coloração de
Wright
-A contagem em lâmina é muito imprecisa
-Falta de sensibilidade para informar sobre pequenos aumentos, como
na resposta inicial ao tratamento com eritropoietina ou transplante de
MO

Método manual substituído pelo método automatizado


para a contagem de RET
RETICULÓCITOS
CONTAGEM AUTOMÁTICA

 É o método de escolha para a contagem de RET e


o seu uso é cada vez mais frequente nos
laboratórios clínicos
-Contagem mais exata (eliminada a subjetividade)
-Contagens mais reprodutíveis que as manuais (maior precisão)
-Outros índices reticulócitos fornecidos pelos contadores automáticos

Princípio
-A automação da contagem de RET realizada em analisadores
hematológicos
Baseia-se 1) na capacidade de combinação de diferentes fluorocromos
(auramina O, laranja de tiazol) com o RNA dos RET que se ligam aos
ribossomas dos RET e os GV fluorescentes são contados por citometria
de fluxo ou 2) na coloração do RNA por um corante não fluorescente
(oxazina 750 e azul de metileno novo) e os RET são determinados por
tecnologia Coulter VCS
 Os GV maduros não emitem fluorescência e os RET são classificados em baixo, médio e alto
conteúdos de RNA de acordo com a intensidade da fluorescência que emitem.
 Distinguem-se os RET corados (pelos corantes não fluorescentes) das células maduras e de
outras populações pela dispersão luminosa, pelas medições por corrente contínua e pelas
características de opacidade.
RETICULÓCITOS
CONTAGEM AUTOMÁTICA
RETICULÓCITOS
CONTAGEM AUTOMÁTICA

 Colheita e Armazenamento da amostra


-Sangue venoso com EDTA
-Amostras armazenadas à temperatura ambiente durante 6 horas ou
refrigeradas durante 72h a 4ºC
(menos 5% em 24h à temp. amb.)

 Resultados expressos em % e em valor absoluto

 Limitações
-Diminuição da contagem de RET com o envelhecimento do sangue in vitro
-Escolha dos fluorocromos
-Tempo de exposição do sangue aos fluorocromos
-Temperatura em que é mantida a amostra depois da mistura
-Posições dos limiares (o limiar inferior para excluir a autofluorescência de
fundo e o superior, para excluir as células nucleadas fluorescentes)
-Estes aspetos são aplicáveis aos corantes não-fluorescentes
 Valores de referência são específicos para o instrumento e o método
e variam consideravelmente entre fabricantes
RETICULÓCITOS
USO CLÍNICO

 Classificação das anemias


-Existem anemias que são hemolíticas (regenerativas ou com
atividade da MO)
-Existem anemias que são não hemolíticas (arregenerativas
ou sem atividade da MO)
-Contagem de RET útil para determinar se uma anemia é
causada por falta de produção na MO ou por excessiva
destruição no SP
-Um dos principais critérios para julgar se há hemólise ou não,
é a presença de policromasia e a contagem de reticulócitos
-A contagem de RET deve elevar-se na anemia por aumento
de eritropoietina (EPO)
-A falta de elevação da contagem de RET em doentes com
anemia sugere diminuição da MO ou falta de estímulo da EPO
HEMÓLISE
ALTERAÇÕES DOS GV
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS
REVISÃO
LINHAGEM ERITRÓIDE
REVISÃO
RETICULÓCITOS
REVISÃO
OBERVAÇÃO DE RETICULÓCITOS
EM ESP

- Reticulócitos representam 1-2 % dos eritrócitos circulantes

Coloração MGG Coloração supravital para visualização de RET: azul brilhante de cresil

-RET são GV jovens, não nucleados que contêm RNA remanescente


-Podem ser visualizados através dos corantes hematológicos (May-Grunwald-Giemsa, Wright):
vistos como macrócitos policromatófilos, (policromasia ou policromatofilia) ou seja, células
grandes e azuladas
-Para serem contados e avaliados, os RET têm que ser corados com coloração supravital como o
azul de metileno novo ou o azul brilhante de cresil
-Com o corante azul brilhante de cresil, o RNA remanescente é visualizado como um retículo
ou estrutura filamentosa.
REVISÃO
RETICULÓCITOS
VALOR DIAGNÓSTICO

 Contagem de RET é a medida mais eficaz da atividade


eritropoiética
 A contagem de RET é o meio mais eficaz de avaliar a produção
de GV e a resposta à anemia
 Contagem de RET útil na monitorização da resposta ao tratamento
com eritropoietina na doença renal crónica (DRC) e para detetar a
recuperação da MO no tratamento da anemia aplástica ou após
quimioterapia (antiblástica)
REVISÃO
RETICULÓCITOS
VALOR DIAGNÓSTICO

 Anemias hiper-regenerativas / anemias arregenativas


 A contagem de reticulócitos é um teste de laboratório útil para
diferenciar a diminuição da produção de GV, da hemólise
(destruição de GV):
-Nº de reticulócitos baixo: falha na produção (estado arregenerativo)
-Nº de reticulócitos aumentado: sugestivo de hemólise (estado hiper-
regenerativo)
 Existem exceções
RETICULÓCITOS
VALOR DIAGNÓSTICO
REVISÃO
RETICULÓCITOS
Valores de Referência
 Valores expressos em % e em valor absoluto
FORMAÇÃO CONTINUA
EM MEDICINA LABORATORIAL
Parasitologia Médica

Destinatários.
Titulares do grau de licenciatura (1º ciclo de estudos) ou equivalente legal, em Medicina, Medicina Veterinária, Biologia,
Farmácia, Enfermagem, Biotecnologia, Análises Clínicas e Saúde Pública e outras áreas das Ciências da Vida e da
Saúde que desejem aumentar os seus conhecimentos na área da Parasitologia Médica e/ou prosseguir os estudos para
uma carreira ligada ao ensino e/ou investigação (3º ciclo de Bolonha ou Doutoramento).
FORMAÇÃO CONTINUA
EM MEDICINA LABORATORIAL
IMPORTÂNCIA DA MALÁRIA

6th MIM Pan-African Malaria Conference

A eliminação da malária é o tema da 6.ª Conferência da "Multilateral


Initiative on Malaria" (MIM), que decorre de 6 a 11 de outubro, na África
do Sul.

A 6.ª Conferência da "Multilateral Initiative on Malaria" (MIM) realiza-se, entre 6 e 11 de


outubro de 2013, no Centro Internacional de Convenções, em Durban (África do Sul),
sob a temática "Moving towards malaria elimination: Investing in research and control".
ATUALIDADE
EM 2015
IMPORTÂNCIA DA MALÁRIA

“WHO welcomes Nobel Prize in Physiology or Medicine 2015 for


discoveries of drugs against tropical diseases”

“6 October 2015 – WHO applauds the decision to award this year's Nobel
Prize for Physiology or Medicine for the discoveries of drugs that have
radically improved treatment for malaria, river blindness and lymphatic
filariasis. The prize for artemisinin is a tribute to the contribution of the
Chinese scientific community in the fight against malaria. Artemisinin
compounds have become the mainstay of malaria treatment over the
past 15 years. Since 2000, more than 1 billion artemisinin-based
treatment courses have been administered to malaria patients.

“... parasitic diseases affect the world's poorest populations and represent a
huge barrier to improving human health and wellbeing. This year's Nobel
Laureates have developed therapies that have revolutionized the treatment
of some of the most devastating parasitic diseases.”
The Nobel Assembly at Karolinska Institutet”
http://www.who.int/neglected_diseases/news/nobel_prize_2015/en/
ATUALIDADE
EM 2014
IMPORTÂNCIA DA MALÁRIA
ATUALIDADE
EM 2017
IMPORTÂNCIA DA MALÁRIA

Vacina “portuguesa” contra a malária vai começar a ser testada


em humanos
30/5/2017, 17:33

“Foi desenvolvida por cientistas portugueses. Uma vacina contra a malária vai
começar a ser testada em humanos num ensaio clínico na Holanda. Os
resultados do teste clínico são esperados para 2018.
Uma vacina contra a malária desenvolvida por cientistas portugueses vai ser
testada em humanos num ensaio clínico que começa esta terça-feira na
Holanda, disse à Lusa o líder da equipa de investigadores, Miguel Prudêncio.
A vacina, criada por uma equipa do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa,
incorpora o parasita que causa a malária em roedores e que é ‘mascarado’ com
o parasita que infeta as pessoas, para que o sistema imunitário humano possa
reconhecê-lo e combatê-lo numa fase em que os sintomas da doença não se
manifestam.”
/
http://observador.pt/2017/05/30/vacina-portuguesa-contra-a-malaria-vai-comecar-a-ser-testada-em-humanos
MEDICINA LABORATORIAL sem fronteiras

OBRIGADA
PELA
ATENÇÃO
AULA PL4 2017
Bibliografia

1-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010

2-Barbara J. Bain. Blood Cells: A Practical Guide, 5th ed.,Wiley Blackwell, 2015

3-Mário M. Pádua: Patologia Clínica para Técnicos, Hematologia-citologia, Lusociência, Edições Técnicas e Científicas, Lda.,
2011

4-Atul Mehta, Victor Hoffbrand: Compêndio de hematologia, Instituto Piaget, 2005.

5-Ricardo Rosenfeld. Fundamentos do Hemograma do Laboratório à clínica. Editora Guanabara Koogan S.A., 2007

6-Raimundo Oliveira: Hemograma, Como fazer e interpretar, Livraria Médica Paulista Editora Ltda, 2007

7-Pedro Abranches: Diagnóstico parasitológico da Malária, Disciplina de Protozoologia, Instituo de


Higiene e Medicina Tropical de Lisboa, Rev. Port. Med. Mil. 23 (1-2), 1975

8-Manual de Diagnóstico Laboratorial da Malaria, Série A. Normas e Manuais Técnicos, Ministério da Saúde, Brasília – DF,
2005 (Internet)
9-WHO publications: World malaria report 2017 (Internet)

10- Anabela Mota Pinto: Fisiopatologia, Fundamentos e aplicações, 2º edição, Lidel, edições técnicas, Lda., 2013

11-A. V. Hoffbrand, P.A.H. Moss: Fundamentos em Hematologia, 6ª edição, Editora Artmed Ltda., 2011

12-Paulo Abrahamsohn: Histologia Básica Texto e Atlas, Junqueira e Carneiro , 13ª edição, Editora Guanabara Koogan Ltda.,
2017

13-Abrahan L.Kierszenbaum: Histologia e Biologia Celular; Uma Introdução à Patologia, 3ª Edição, Elsevier Editora Ltda, 2012

14-Feuillets de Biologie , Vol. LV Nº 320 – SEPTEMBRE 2014

15-Barbara J Bain, Imelda Bates, Michael A. Laffan, Dacie and Lewis Practical Haematology, 12 th ed. Churchill Elsevier
Limited, 2017
16-Barabara J.Bain. A Beginner´s Guide to Blood Cells, John Wiley & Sons Ltd, 2017
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

AULA Prática Laboratorial nº 5 2017


Dra. Delminda Simões
AULA PL5
GRUPOS SANGUINEOS
SISTEMA ABO E Rh
Sumário

Objetivo

Determinação dos grupos sanguíneos ABO e RhD (D)


Técnica em lâmina
Princípio
Reagentes e material
Colheita e armazenamento da amostra
Controlo de Qualidade
Técnica
Limitações
Interpretação
Interesse

Referência a outros métodos: Técnica em tubo, técnica em gel


AULA PL5
GRUPOS SANGUINEOS
SISTEMA ABO E Rh

Medicina Transfusional / IMUNOHEMOTERAPIA («SERVIÇO DE


SANGUE»)

Grupos sanguíneos sistema ABO e Rh (ver aula teórica)

International Society of Blood Transfusion (ISBT)


Instituto Português do Sangue e da Transplantação, IP (IPST)

Distribuição dos grupos


sanguíneos em Portugal,
segundo o IPST, I.P:

-Grupo A (46,6%)
-Grupo 0 (42,3%)
-Grupo B (7,7%)
-Grupo AB (3,4%)
-Rh+(85.5%)
MEDICINA TRANSFUSIONAL =
IMUNOHEMOTERAPIA

 SISTEMA ABO e Rh: DADOR / RECETOR

-Chama-se dador a quem doa sangue


-Chama-se recetor a quem recebe sangue
-Se o dador é transfundido com outro tipo sanguíneo, é provável que ocorra uma
reação de transfusão na qual os GV do dador são aglutinados
-«Recetores universais»: indivíduos com o grupo AB, visto que não têm
aglutininas circulantes e assim podem receber sangue de qualquer tipo sem
desenvolver uma reacção transfusional resultante da incompatibilidade ABO
-«Dadores universais»: indivíduos do tipo O, visto que não têm os AG A e B, de
modo que o sangue do tipo O pode ser dado a qualquer pessoa sem provocar
reacção transfusional devida à incompatibilidade ABO
-No entanto o termo dador universal é incorreto porque pode ocorrer uma
reacção transfusional por dois motivos:
- Há outros grupos de sangue que podem causar reação à transfusão
- OS AC do dador podem reagir com os AG do recetor; os AC anti-A ou anti-B do
dador reagem com os AG A (gr. A) ou B (gr. B) do recetor
-Geralmente estas reações não são graves porque os Ac do dador são diluídos
no recetor, originando poucas reações
-O sistema ABO e Rh são designados em conjunto normalmente
- A combinação mais rara é AB Rh negativo (< 1%)
MEDICINA TRANSFUSIONAL =
IMUNOHEMOTERAPIA

 SISTEMA ABO E OUTROS SISTEMAS DE GRUPOS


SANGUINEOS

 Os sistemas mais importantes: ABO (ABO), Rh(RH), Kell(KEL),


Duffy (Fy), Kidd(JK) Lutheran(LU), Lewis(LE), P(PI),MNS(MNS)

 Para efeito de transfusão, o sistema ABO e Rh são dos


mais importantes, dado que a maioria dos outros antigénios não
tem grande poder imunogénico.

 Anticorpos naturais dos sistemas P, Lewis e MN mas reagem


apenas a baixas temperaturas e por isso sem consequências
clínicas
 A incidência de anticorpos importantes para a prática de
transfusão nos grupos Kell, Duffy e Kidd (em pacientes
submetidos a transfusões múltiplas. Esta determinação é
geralmente denominada fenotipagem)
MEDICINA TRANSFUSIONAL
SISTEMAS DE GRUPOS SANGUINEOS
CLINICAMENTE IMPORTANTES

 Na prática transfusional o sistema ABO e Rh são os mais importantes


SISTEMAS DE GRUPOS SANGUINEOS
ORIGEM DA NOMENCLATURA
Exemplos
IMUNOHEMOTERAPIA
Complicações da transfusão de sangue
Exemplos
Componentes do sangue
GRUPOS SANGUINEOS
SISTEMA ABO e Rh

 Os chamados “dador universal” (grupo O) e “recetor universal”


(grupo AB).
 Existem outros grupos de sangue que podem causar reação à
transfusão

Distribuição dos grupos


sanguíneos em Portugal,
segundo o IPST, I.P:

-Grupo A (46,6%)
-Grupo 0 (42,3%)
-Grupo B (7,7%)
-Grupo AB (3,4%)
-Rh+(85.5%)
GRUPOS SANGUINEOS
SISTEMA ABO e Rh

Para efeito de transfusão o sistema ABO e Rh são dos mais importantes,


tendo sido identificados mais de 35 grupos de sangue:
AULA P5
Objetivo
DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS
SANGUINEOS
ABO e RhD (D)
=
TIPAGEM SANGUINEA
METODOS: (Obrigatória antes de qualquer) transfusão
-Técnica em lâmina
-Técnica em tubo
-Técnica em gel
-Técnica em microplaca

 TECNICA EM LÂMINA:

 Material:
Placas de nacryl
e pipetas de Pasteur descartáveis
 Reagentes: Anti-soros Anti-A, Anti-B e Anti-D
 Amostra: sangue total com EDTA
GRUPOS SANGUINEOS
ABO e RhD

Principio
-O estudo dos AG eritrocitários e seus AC representam a base da Medicina
transfusional
-Atualmente a composição, estrutura molecular, função de muitos deles já é
conhecida
-Os antigénios do sistema ABO são oligossacarídeos complexos presentes na
maioria das células do corpo e algumas secreções
-Na membrana dos GV, trata-se predominantemente de glicoesfingolípidos,
enquanto que nos outros tecidos são glicoproteínas
-A determinação do grupo sanguíneo consiste na identificação do sistema ABO
existente nos GV
-Conforme a existência dos AG A e B, os GV são classificados (fenotipicamente)
como sendo do grupo A, B, AB ou O
-Conforme a existência / ausência do AG D, os GV são classificados com sendo Rh
positivo /Rh negativo

 O teste em lâmina deteta os AG A e B em GV usando o princípio da


aglutinação
-Esta técnica é designada de tipagem
-Combinam-se células com um anti-soro conhecido e observa-se a aglutinação
-Se o AG presente nas células corresponde ao AC do anti-soro, o AC irá ligar-se
ao AG e formará grumos visíveis
-Se o AG não está presente nas células, não haverá aglutinação
GRUPOS SANGUINEOS
ABO E RhD

Reagentes
-Para a determinação dos grupos sanguíneos, utilizam-se anti-
soros padrões (mistura monoclonais ou policlonais para identificar
os AG dos GV)
GRUPOS SANGUINEOS
DETERMINAÇÃO DO GRUPO ABO

 TÉCNICA:
- Numa placa de Nacryl, colocam-se 1 gota de soro anti-A e 1 gota de soro anti-B
separados com o conta-gotas respetivo de cada reagente
- Adicionar a cada um deles 1 gota de sangue total do indivíduo a que se vai
determinar o grupo sanguíneo com a ajuda da pipeta de Pasteur
- Misturar, inclinando a lâmina de frente para trás e observando a aglutinação
- Resultados reportados como + ou -

 Interpretação dos resultados:


-4 casos podem ocorrer:
* Sangue não fica aglutinado com nenhum dos soros e pertence ao grupo O;
* Ou aglutina só como o soro anti-A e pertence ao grupo A;
* Ou aglutina só com o soro anti-B e pertence ao grupo B;
* Ou aglutina com os dois soros e pertence ao grupo AB.
-Nota: os testes que não apresentam aglutinação no prazo de 2 minutos são
considerados negativos

 Precauções:
-Evitar a contaminação dos reagentes
-Não confundir aglutinação verdadeira com artefactos (secagem periférica/ fibrina)
-Respeitar os 2 minutos de leitura
GRUPOS SANGUINEOS
DETERMINAÇÃO DO GRUPO ABO
TESTE EM LAMINA
Exemplos
GRUPOS SANGUINEOS
DETERMINAÇÃO DO GRUPO RhD (D)

 TÉCNICA: GV que contêm o antigénio D vão aglutinar na presença do soro anti-D


Interpretação dos resultados
-Presença de aglutinação: o paciente é classificado como D positivo (Rh positivo)
-Ausência de aglutinação: o paciente é classificado como Rh negativo (D-), devendo fazer-
se a pesquisa de “D fraco” (pesquisa do fator D de baixa expressão)
GRUPOS SANGUINEOS
DETERMINAÇÃO DO GRUPO ABO e RhD
TESTE EM LÃMINA
DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS SANGUINEOS
SISTEMA ABO e Rh =
TIPAGEM SANGUINEA
DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS
SANGUINEOS
SISTEMA ABO e Rh
OUTRO METODOS MANUAIS: Exemplos
-Técnica em tubo
-Técnica em gel
-Técnica em microplaca
DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS
SANGUINEOS
SISTEMA ABO e Rh
Exemplos
DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS
SANGUINEOS
SISTEMA ABO e Rh
Exemplos
 AUTOMAÇÃO da determinação de grupos sanguíneos: em fase
de progressão
 Equipamento automático
 Equipamento semi-automático
AUTOMAÇÃO
EM IMUNOHEMOTERAPIA
Exemplos
SERVIÇO DE IMUNOHEMOTERAPIA
(SERVIÇO DE SANGUE)
CHUA, EPE
APELA À DÁDIVA
Obrigada pela
atenção

Adaptado de Saúde Positiva, edição online, nº4, Agosto 2015


wwww.chalgarve.min-saude.pt 23
AULA PL5 2017
Bibliografia

1-Barbara J Bain, Imelda Bates, Mike A. Laffan, Dacie and Lewis Practical Haematology, 12
th ed. Elsevier Limited, 2017

2-VanPutte Cinnamon et al.: Seeley´s Anatomy &Physiology, Eleventh Edition, McGraw-Hill


Education International Edition, 2017

3-A.V. Hoffbrand, P.A., P.A.H. Moss: Fundamentos em Hematologia, 6ª Edição, Artmed


Editora S.A., 2011

4-RODWELL V.W. et al.(2015) Harper´s illustrated biochemistry, 30th ed.McGraw-Hill


Education

5-Jacques Chiaroni, France Noizat-Pirenne: Les Analyses Immunohématologiques et leurs


applications cliniques, Éditions John Libbey Eurotext, Paris, 2011

6-Guyton and Hall. Textbook of Medical Physiology, 12 th ed, Saunders Elsevier, 2011

7-William f Ganong: Fisiologia Médica, McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda, 2007

8-Therezinha Florenzi: Manual de Hematologia, Propedêutica e Clínica, Editora Guanabara


Koogan S.A., 2006

9-Atul Mehta, Victor Hoffbrand: Compêndio de hematologia, Instituto Piaget, 2005

10-Geoff Daniels and Imelda Bromilow: Essential Guide to Blood Groups, 2nd Edition, Wiley-
Blackwell, 2010

11-Norma J. Walters, Barbara H. Estridge, Anna P. Reynolds: Laboratório Clínico, Técnicas


Básicas, 3ª edição, Artmed, 1998
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

FIBRINA

PLT
GV

Coágulo sanguíneo em microscopia electrónica

AULA Prática Laboratorial nº 6


2017
Dra. Delminda Simões
AULA PL6
2017
Sumário

Objetivos:

 Introdução: revisão da fisiologia da hemostase (ver aulas teóricas)


 Cascata da coagulação = modelo laboratorial do estudo da hemsotase
 Determinação do Tempo de protrombina (TP)
 Conceito de INR
 Determinação do Tempo de tromboplastina parcial ativada (APTT)
 Monitorização da terapia com anticoagulantes: indicação do TP (antagonistas da
vitamina K) e APTT (heparina não fracionada)
 Casos particulares da heparina de baixo peso molecular e dos «novos»
anticoagulantes orais (NOACs)
 Estudo da hemostase: valor diagnóstico do TP e APTT
 Precisão da terminologia do TP e APTT (português, inglês, francês)
 Técnicas do TP e APTT automatizadas (algumas noções; demonstração na vista
de estudo)
Introdução: FISIOLOGIA DA HEMOSTASE (ver aulas teóricas)
Introdução: HEMOSTASE
REVISÃO DA CASCATA DA
COAGULAÇÃO

 A via intrínseca

 inicia-se com as modificações induzidas pela lesão vascular


-é assim designada por se iniciar com substâncias químicas que
estão dentro , intrínsecas ao sangue
-é ativada quando o fator XII do plasma entra em contacto com as
superfícies vasculares lesadas (colagénio do tecido conjuntivo
abaixo do revestimento endotelial do vaso)
-o fator XII ativado ativa o fator IX. O fator IX ativado liga-se ao fator
VIII, aos fosfolípidos das PLT e ao Ca2+ para ativar o fator X, o
que dá inicio à via comum
-Atualmente, pensa-se que a primeira parte da via intrínseca é
irrelevante para a coagulação in vivo. Julga-se que a ativação do
fator IX in vivo é desencadeada pelo fator VII, ativado pelo fator
tecidular, sendo esta provavelmente a via dominante da
coagulação sanguínea.
Introdução: HEMOSTASE
REVISÃO DA CASCATA DA
COAGULAÇÃO

 A via extrínseca

 Tem início com a libertação imediata de tromboplastina dos tecidos,


após uma lesão vascular
-é assim chamada por ser ativada por fatores químicos exteriores ou
extrínsecos ao sangue
-é ativada quando a tromboplastina tecidular (substância libertada
pelos tecidos lesados que é uma mistura de lipoproteínas e
fosfolípidos, também designada fator tecidular (TF) ou fator III
entra em contacto com o fator da coagulação (fator VII)
-A tromboplastina, na presença do Ca2+, forma um complexo com o
fator VIIa (fator VIIa-TF), o qual ativa tanto o fator IX, quanto o X,
dando inicio à via comum
-Neste processo o fator VII é ele próprio ativado
 Hoje, o principal papel de fator VII, in vivo, é ativar o fator IX,
mais do que ativar o fator X diretamente.
Introdução: HEMOSTASE
REVISÃO DA CASCATA DA COAGULAÇÃO
CASCATA DA COAGULAÇÃO
in vivo / in vitro

VIA COMUM
RESUMO DA CASCATA DA COAGULAÇÃO I (Revisão)
RESUMO DA CASCATA DA COAGULAÇÃO II (Revisão)
HEMOSTASE

 A teoria inicial da coagulação utilizou a imagem de uma


cascata

 Embora a cascata da coagulação não reflita o que se


passa in vivo, representa o modelo em que o
laboratório se baseia para os testes de coagulação (in
vitro)

 De uma forma ou outra, a cascata da coagulação


descreve os mecanismos que o laboratório utiliza
para realizar os testes da coagulação
Le Penseur de Rodin  Os testes de rastreio da coagulação fornecem uma
avaliação do sistema extrínseco e intrínseco da
coagulação e da conversão final do fibrinogénio em
fibrina
ESTUDO DA HEMOSTASE
ESTUDO DA HEMOSTASE
INTRODUÇÃO

 Avaliação Laboratorial da Hemostase por testes da


coagulação
- Os fatores da coagulação podem ser avaliados pelo tempo de
protrombina (TP) e pelo Tempo de tromboplastina parcial ativada
(APTT), considerados testes de screening para o estudo da
coagulação
- Atualmente, os instrumentos para os testes da coagulação estão
completamente automatizados de forma a analisarem grandes
quantidades de amostras com elevada exatidão
- Se a determinação for manual o procedimento técnico deverá ser
seguido com rigor
- Muitos instrumentos analisam as amostras por diversos métodos:
coagulação (por fotodeteção), cromatográfico e de
radioimunoensaio
- Alguns instrumentos já identificam variáveis como a lipemia e a
hemólise
- Antes da determinação (fase analítica) é muito importante a
colheita, o anticoagulante (fase pré-analítica)
MEDICINA LABORATORIAL
ESTUDO DA COAGULAÇÃO
COLHEITA

 Avaliação Laboratorial da Hemostase pelo TP e APTT


- Colheita de sangue venoso sem ser traumática (porque pode haver libertação do
fator tecidular (tromboplastina) e interferir no resultado e também sem stress e
sem exercício físico vigoroso (que podem afectar fatores da coagulação e a
fibrinólise)
- Plasma hemolisado é sinal de punção traumática e não deve ser utilizado para a
realização do TP e APTT
- Não usar garrote ou < 1min (hemoconcentração vai aumentar a atividade
fibrinolítica, a libertação de PLT e ativação de alguns fatores da coagulação)
- As amostras não devem ser obtidas através de cateteres heparinizados (amostras
sujeitas a diluição e contaminação pela heparina)
- Usar seringa / contentores de boa qualidade (plástico, polipropileno) para minimizar
a ativação de contacto
- Ordem dos tubos para o estudo da coagulação: 2º ou 3º tubo
- Misturar o sangue de imediato com o anticoagulante, invertendo o tubo da amostra
várias vezes, para evitar a formação de coágulos
- Hora da colheita: a hora da colheita pode ser importante para a interpretação dos
resultados: ritmo circadiano do fibrinogénio, tempo de colheita em função da
administração de fármacos (heparina, concentrados de fatores da coagulação), na
monitorização dos anticoagulantes orais (pico de inibição da vitamina K);
necessário padronizar hora de colheita do TP
ESTUDO DA COAGULAÇÃO
COLHEITA
Diferença entre plasma e soro
ESTUDO DA COAGULAÇÃO
ANTICOAGULANTES in vitro

 Avaliação Laboratorial da Hemostase pelo TP e


APTT
 Anticoagulante: CITRATO DE SÓDIO
-quelante do cálcio
-anticoagulante de escolha para o estudo dos fatores
da coagulação
-os outros anticoagulantes (EDTA, oxalatos,
heparina) não são permitidos
-concentração recomendada 3.2 g/dL ou 3.2%
(0.109 M)
-relação sangue: anticoagulante 1:10 (uma parte de
anticoagulante para 9 partes de sangue) para um VG
ou HT de 45% (variação 25-55%). Para um VG ou
HT < ou > a quantidade de anticoagulante deve ser
corrigida (existem formulas; dificuldade na rotina
laboratorial)

 Amostra obtida: PLASMA


ESTUDO DA COAGULAÇÃO

Envio e Transporte da Amostra

 Avaliação Laboratorial da Hemostase pelo TP e APTT


-Enviar a amostra para o Laboratório o mais rapidamente possível
para prevenir a deterioração dos fatores da coagulação que são
lábeis (fator V e VIII)
-Evitar a agitação e vibração dos tubos que pode provocar hemólise
(sistema de transporte pneumático possível para TP e APTT)
-(Evitar o envio neste sistema quando se pretende o estudo funcional das PLT porque o
traumatismo associado pode afetar os resultados)

Centrifugação
-O ideal é que a amostra seja centrifugada logo após a colheita
-Obter um plasma pobre em plaquetas o que necessita uma
centrifugação (1x) a 2500g, 15 min à temp. ambiente
ESTUDO DA COAGULAÇÃO
Armazenamento e Conservação da amostra

 Avaliação Laboratorial da Hemostase pelo TP e APTT


- O ideal é que e o teste seja realizado o quanto antes (a realização
do teste não deve ultrapassar 2h/4h; no máximo 6h para o TP)
- A determinação do TP e APTT realizam-se em amostras frescas
- As amostras para determinação do TP e APTT devem ser
guardadas à temperatura ambiente e processadas à temperatura
ambiente (o frio pode provocar alteração da função PLT e a
ativação de alguns fatores da coagulação (fatores VII, VIII e fator
de von Willebrand); desejável 18-22º C
- Nunca colocar as amostras no frigorífico ou em gelo

- Nota: Atenção aos casos particulares do transporte de amostras de longa distância e de outros
testes da coagulação que exigem diferentes condições pré-analíticas de centrifugação (x2); envio
da amostra em gelo (estudo da fibrinólise); congelação das amostras de plasma em alíquotas,
conservadas a - 70ºC (6 meses) ou -20º C (2 semanas até max. 30 dias) sem perda significativa da
atividade hemostática, quando não for possível realizar os testes de imediato
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP
Princípio do teste
 Tempo de Protrombina (TP)
 Desenvolvido por Armond Quick(1935)
 O TP mede o tempo de coagulação do plasma recalcificado na presença
de uma concentração ótima de tromboplastina
- O reagente do TP é a tromboplastina que faz o papel do factor tecidular (FT)
- No teste TP, o cálcio é adicionado à tromboplastina (tromboplastina cálcica),
porque ele foi removido pelo anticoagulante e sem o cálcio, o coágulo não se
forma. A tromboplastina adicionada ao plasma do doente inicia a ativação da
via extrínseca da coagulação e determina-se o tempo necessário à
formação do coágulo
- A tromboplastina ativa o fator VII, que quando ativado, ativa o fator X que
transforma a protrombina em trombina que atua na transformação do
fibrinogénio em fibrina, formando-se o coágulo de fibrina
- O TP é exclusivo para o fator VII e também sensível à diminuição dos fatores
da via comum
 O TP mede a via extrínseca e via comum da coagulação: mede os
fatores VII, X, V, II (protrombina) e I (fibrinogénio)
 Indicações do teste: investigação de coagulopatias, rotina pré-
operatória, monitorização dos anticoagulantes orais (antagonistas da
vitamina K ou antivitamínicos K)
 Resultado do TP em segundos com o valor do controlo normal em
segundos e INR (o resultado do TP em expresso em % é considerado obsoleto)
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP
Princípio do teste

 Tempo de Protrombina (TP)

 Tromboplastina
-O reagente de tromboplastina cálcica comercial tem o valor do índice de
sensibilidade internacional (ISI) que indica a qualidade da tromboplastina
-Quanto > ISI > a sensibilidade da tromboplastina
-O ISI é um sistema de calibração
-A tromboplastina comercial é calibrada com o ISI pela OMS ( a partir de
uma tromboplastina de referência da OMS que tem ISI = 1.0)
-O 1º critério para se adquirir o reagente de tromboplastina é o valor de ISI
(ISI mais próximo de 1.0 = melhor qualidade da tromboplastina)
-O ISI deve ser fornecido pelo fabricante e o seu valor situa-se entre 1.0-2.0
-Necessário avaliar a atividade da tromboplastina adquirida ou seja qual o
valor em segundos do controlo normal
- O controlo normal deve ser feito a partir de um pool de plasma adquirido
no comércio e de boa qualidade (o pool caseiro não deve ser utilizado para
a determinação do controlo normal?)
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP/INR

STANDARDISATION OF PT

The INR is calculated from the


following formula:

INR = (PT patient / PT normal )ISI


.
PT patient is the patient's PT result
expressed in seconds. .
PT normal is obtained by averaging the
PTs of a group of healthy individuals
not taking medications.
The International Sensitivity Index
(ISI) is provided by the manufacturer
of the thromboplastin and is lot
specific and somewhat instrument
dependent.

INR (International Normalized Ratio)


ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP
Significado do INR
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP
Significado do INR

STANDARDISATION OF PT Sistemas de point-of-care


para autocontrolo e
monitorização da terapêutica
anticoagulante oral com
antagonistas da vitamina K ou
antivitamínicos K (AVK)*

(*)Antivitamínicos K (AVK):
-derivados da cumarina (varfarina (VARFINE®) e acenocumarol
(SINTROM®)
-derivados da indanediona (PREVISCAN®); não comercializado
em Portugal
-varfarina é o mais utilizado nível mundial e em Portugal
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP/ INR
Terapêutica com anticoagulantes orais AVK

Revista Semana Médica, nº598/599, 2 a 8 de setembro 2010


ESTUDO DA COAGULAÇÃO
TP/INR

 Tempo de Protrombina (TP)


 Resultado expresso em INR (Razão Normalizada Internacional) quando
o paciente utiliza anticoagulantes orais (antivitamínicos K)
 O INR é calculado a partir de uma relação de tempos entre o TP do
paciente e o TP do controlo normal elevado ao valor de ISI.
 Quanto maior o INR mais anticoagulado está o paciente
 O médico faz a monitorização dos anticoagulantes orais (varfarina,
acenocumarol…) pelo INR: para cada situação clínica existe um valor
de INR desejável: INR (2.0-3.0) em muitas situações clínicas
 O TP é o teste de escolha para o controlo dos anticoagulantes orais
AVK porque a formação do coágulo de fibrina inicia-se pelo fator VII, que
é um fator dependente da vitamina K e por isso o TP é o teste de escolha
para os AVK. A monitorização do tratamento com AVK, através do TP, é teoricamente
imperfeita porque o TP avalia os fatores VII, X, V, II e I, enquanto que, os fatores pró-
coagulantes vitamina K-dependentes são os fatores II, VII, IX e X. Desta forma, o TP é
influenciado pelo fator V (não dependente da vitamina K) e não avalia o fator IX
(dependente da vitamina K).
 O TP não tem valor para monitorizar a heparinoterapia (podendo
inclusivamente estar alterado)
 Tempo normal para a coagulação: TP = 10 a 14 segundos, INR = 0.9 a 1.3
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP/INR
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP/INR
Monitorização dos AVK

 Comentários

 O TP avalia os fatores VII, X, V, II (protrombina) e I


(fibrinogénio)
 Fatores da coagulação dependentes da vitamina K são os
factores II, VII, IX, X, proteína C, S e Z
 O TP é influenciado pelo factor V (não dependente da vitamina K) e
não avalia o fator IX que é dependente da vitamina K
 Assim este teste é teoricamente imperfeito na monitorização dos
AVK
 Embora o INR tenha facilitado a padronização do tratamento
anticoagulante com os AVK ainda existem alguns problemas
(precisão do INR em função da combinação reagente-coagulómetro
utilizado, definição pouco fiável do ISI pelos fabricantes)
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: APTT
Princípio do teste

 Tempo de Tromboplastina parcial activada (APTT)


 O APTT mede o tempo de coagulação do plasma in vitro, entre a
adição de cálcio e a coagulação do plasma, na presença de um fator de
contato e adição de fosfolípidos. O ativador da fase de contato é
colocado em excesso e vai iniciar a ativação da via intrínseca da
coagulação e sequencialmente da via comum com formação final de
fibrina
 O APTT mede a via intrínseca e via comum da coagulação
sanguínea, medindo os fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, II e I. É ainda
sensível aos efeitos anticoagulantes da heparina, anticoagulante
lúpico ou outros inibidores. O APTT mede a via intrínseca da
coagulação porque o fator VII não é ativado e a formação de fibrina
inicia-se pela fase de contacto
 Composição fosfolipídica dos reagentes do APTT é variável (inflencia a
sensibilidade do teste)
 Resultados: expressos em segundos e comparado com o valor do
controlo normal (Tempo normal de coagulação para o APTT = 30 a 40 segundos)
 Indicações: O APTT é utilizado como teste de rotina para investigação
das coagulopatias, rotina pré-operatória e monitorização da
heparinoterapia quando se utiliza heparina não fracionada (HNF). O
APTT não está indicado para a monitorização das heparinas de baixo peso
molecular (HBPM)
FÁRMACOS ANTICOAGULANTES (HBPM)
HEMOGRAMA (PLT)

 Monitorização das heparinas de baixo peso molecular (HBPM):


CONTAGEM de PLT (HEMOGRAMA) frequente por causa da
Trombocitopenia Induzida pela Heparina (HIT)
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: APTT
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: APTT
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP e APTT
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP e APTT
Interpretação

 Valor diagnostico do TP e APTT


- É muito raro que um paciente apresente uma deficiência de dois
fatores, por isso quando o TP e APTT estão alterados pensa-se em
fatores da via comum
- TP normal e APTT aumentado
- TP aumentado e APTT normal
- TP e APTT aumentados
- O tipo de hemorragia (clínica) é muito importante:
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP e APTT
Nomenclatura em inglês = PT e APTT
ESTUDO DA COAGULAÇÃO: TP e APTT
Nomenclatura em francês = TQ e TCA
ESTUDO DA COAGULAÇÃO
OUTROS TESTES
Exemplo: TT
ESTUDO DA COAGULAÇÃO
Interpretação dos testes
TP, APTT, TT e Doseamento do fibrinogénio
Exemplos
ESTUDO DA COAGULAÇÃO
Interpretação dos testes
Exemplos
ANTICOAGULANTES in vivo
= FÁRMACOS

Exemplos

 ANTICOAGULANTES orais (clássicos)


-Antagonistas da vitamina K
-Ou antivitamínicos K (AVK)(*)
-Com estrutura semelhante à vitamina K
-Derivados da cumarina ou indanediona. Inibem a ação da vitamina K
(responsável pela carboxilação de resíduos terminais do ácido glutâmico)
-Na coagulação são dependentes da vitamina K (fatores II,VII.IX,X e as
PROTEÍNAS C, S e Z)
-Como consequência da inibição da vitamina K, formam-se proteínas sem efeito
coagulante que se denominam PIVKA (protein induced by vitamin K absence)
-A varfarina associa-se desta forma à diminuição na atividade funcional dos
fatores II,VII,IX,X e das proteínas C e S, exercendo assim a sua atividade
anticoagulante
(*)Antivitamínicos K (AVK):
-derivados da cumarina (varfarina (VARFINE®), acenocumarol (SINTROM®)
-derivados da indanediona (PREVISCAN®); não comercializado em Portugal
-varfarina é o mais utilizado nível mundial e em Portugal

 ANTICOAGULANTES (inibidores indiretos da trombina)


-Heparina não fraccionada
-Heparina de baixo peso molecular (Lovenox®)
ANTICOAGULANTES in vivo = FÁRMACOS
Exemplos

«NOVOS» ANTICOAGULANTES ORAIS (NACOs ou NOACs em inglês)


New/Novel Oral Anticoagulants ou Non-vitamin K antagonist oral anticoagulants ou
Non-monitored Oral Anti Coagulants

-Atuam na cascata da coagulação


-Inibição directa da coagulação = também designados de
Anticoagulantes Orais diretos (AOD) ou em inglês Direct Oral Anti
Coagulants (DOACs )

-Através da inibição direta do fator IIa (trombina): dabigatrano


(Pradaxa®)
-Através da inibição do fator Xa: rivaroxabano (Xarelto®) e o apixabano
(Eliquis®), outros (Edoxabano,….)
-Não necessitam de monitorização dos níveis de anticoagulação ou
ajustamentos regulares da dose
-A monitorização clinica dos sinais e sintomas de hemorragia durante todo
o período de tratamento é recomendada
-Avaliar a Hemoglobina, função renal e hepática (anualmente ou mais
frequentemente em função do estado clínico do doente)
ANTICOAGULANTES in vivo = FÁRMACOS
Exemplos

«NOVOS» ANTICOAGULANTES ORAIS (NACOs ou NOACs)


Interferência na cascata da coagulação

Adaptado de Teresa Gago (Médica responsável da Seção de Coagulação, Consultas de Anticoagulação e Trombose e
Hemostase do Serviço de Patologia Clínica, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental – JMIPC 3ª edição Coimbra 2016)
ANTICOAGULANTES in vivo = FÁRMACOS
Exemplos

«NOVOS» ANTICOAGULANTES ORAIS (NACOs ou NOACs)

-Utilização terapêutica mais cómoda


-Necessidade de determinação destes fármacos através da medição da
atividade anticoagulante (testes qualitativos)* ou da concentração plasmática
(testes quantitativos), em situações urgentes
-Determinação da concentração plasmática destes fármacos (alguns testes
já disponíveis para o dabigatrano, rivaroxabano e apixabano) em laboratórios
especializados
-*Testes clássicos TP , APTT e TT, ver recomendações:
-Measuring oral direct inhibitors of thrombin and factor Xa: a recommendation from the
Subcommittee on Control of Anticoagulation of the Scientific and Standardization Committee of
the International Society on Thrombosis and Haemostasis (Journal of Thrombosis and
Haemostasis, 11:756-760, 2013), guideline da BCSH (British Committee for Standards in
Haematology, 2014) e do GIHP (working group on perioperative haemostasis)

 Falta de antídoto específico (já existe para o dabigatrano;


desenvolvimento em curso para os outros fármacos)
-Necessidade de mais estudos clínicos
-Aparecimento de outros anticoagulantes
NOVOS ANTICOAGULANTES in vivo = FÁRMACOS

NACOs ou AOD (Testes laboratoriais?)


Exemplo

Les anticoagulants en France en 2014 : état des lieux, synthèse et surveillance


Agence nationale de sécurité du médicament at des produits de santé (ANSM)

NA: não adequado/aplicável


NACOs ou AOD; Testes laboratoriais?
MANUSEIO PERI-OPERATÓRIO DOS DOENTES MEDICADOS COM ANTICOAGULANTES E ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS:
RESULTADO DA 3ª REUNIÃO DE CONSENSO da SOCIEDADE PORTUGUESA DE ANESTESIOLOGIA. Cristiana Fonseca1, Joana Alves2,
Fernando Araújo3. Rev Soc Port Anestesiol | Vol. 23 - nº3 | 2014

http://www.spanestesiologia.pt/wp-content/uploads/2014/09/MANUSEIO_PERI-
OPERATORIO_DOS_DOENTES_MEDICADOS_COM_ANTICOAGULANTES_E_ANTIAGREGANTES_PLAQUETARIOS.pdf
ESTUDO DA COAGULAÇÃO:
Caso clínico
ESTUDO DA COAGULAÇÃO:
Técnicas de Laboratório
ESTUDO DA COAGULAÇÃO:
Técnicas de Laboratório
ESTUDO DA COAGULAÇÃO:
Técnicas de Laboratório
INR é próximo de
1,0 em pessoas
saudáveis sem
tratamento
anticoagulante
ESTUDO DA COAGULAÇÃO:
Técnicas de Laboratório
ESTUDO DA COAGULAÇÃO:
Técnicas de Laboratório
AULA PL6 2017
Bibliografia

1-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010

2-VanPutte Cinnamon et al.: Seeley´s Anatomy &Physiology , Eleventh Edition, McGraw-Hill Education International Edition, 2017

3-A.V. Hoffbrand, P.A., P.A.H. Moss. Fundamentos em Hematologia, 6ª Edição, Artmed Editora S.A., 2013

4- Anabela Mota Pinto. Fisiopatologia, Fundamentos e aplicações, 2ª edição, Lidel, edições técnicas, lda, 2013 (Cap.20)

5-Barbara J Bain, Imelda Bates, Michael A. Laffan, Dacie and Lewis Practical Haematology, 12 th ed. Churchill Elsevier Limited,
2017

6-Paulo Henrique da Silva, Hemerson Bertassoni Alves et al. Hematologia Laboratorial. Editora Artmed Editora S.A., 2016

7-Guyton and Hall. Textbook of Medical Physiology, 12 th ed, Saunders Elsevier, 2011

8- Étape préanalytique en hémostase: Annales de Biologie Clinique, volume 71, nº4, juillet-août 2013

9-Spectra Biologie:Hémostase, nº208, Mai 2014

10-Longo et al. Medicina Interna de Harrison, 18ª ed., AMGH Editora Ltda, 2013

11- Abrahan L.Kierszenbaum. Histologia e Biologia Celular; Uma Introdução à Patologia, 3ª Edição, Elsevier Editora Ltda, 2012

12-Journal of Thrombosis and Haemostasis, 11:756-760, 2013

13-Rapport Les anticoagulants en France en 2014 : état des lieux, synthèse et surveillance , Agence nationale de sécurité du
médicament at des produits de santé (ANSM), Avril 2014

14-http://www.spanestesiologia.pt/wp-content/uploads/2014/09/MANUSEIO_PERI-
OPERATORIO_DOS_DOENTES_MEDICADOS_COM_ANTICOAGULANTES_E_ANTIAGREGANTES_PLAQUETARIOS.pdf
OBRIGADA PELA ATENÇÃO
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

AULA Prática Laboratorial nº 7


2017
Dra. Delminda Simões
AULA PL7
2017
Sumário

Objetivos:

 Abordagem clínica e classificação das anemias (ver aulas teóricas)

 Dismorfias do glóbulo vermelho (GV)


-Variações no tamanho, na forma e na cor do GV; inclusões do GV
-Observação de algumas dismorfias do GV em esfregaço de sangue
periférico (ESP) com patologias benignas do GV (anemia ferropénica,
megaloblástica, hemolíticas, de células falciformes, outras)

 Revisão de ESP com Plasmodium spp.


PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Conceito de ANEMIA (Ver aula teórica)

 Anemia define-se como uma redução da Hb, do nº de GV e do Hct,


relativamente a um grupo etário e género para o qual tenham sido
estabelecidos intervalos de referência
 Anemia corresponde assim a uma diminuição da concentração dos GV ou
da Hb no sangue periférico (SP) abaixo do limite inferior dos valores normais
 Anemia pode ser ainda definida como uma redução de mais de 10% abaixo
dos valores médios de Hb consoante o género (♂ ou ♀)
-Muitas anemias são secundárias a outras doenças
-Algumas constituem o efeito primário da doença do GV
-Diagnóstico de anemia requer uma história clínica cuidadosa, observação
física e sintomas
-História familiar completa: regime alimentar, etnicidade, antecedentes
pessoais e familiares de hemorragia ou anemia
-Anemia moderada (HB: 7-10 g/dL)*: pode haver poucos sintomas físicos pela
natureza compensatória da medula óssea (MO)
-Anemia grave (HB < 7 g/dL)*: presença de sintomas

 Sintomas: palidez, fadiga, taquicardia, síncope e hipotensão

* Atenção às unidades!
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Conceito de ANEMIA: sintomas
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Dismorfias do GV

 A Automatização dos instrumentos em hematologia redefiniu a


prática da Hematologia Laboratorial
 Revisão de laminas quando os valores caem fora dos valores
de referência; menos revisões de amostras de sangue mas
presença de patologias mais graves (por vezes múltiplas)
 As patologias originam dismorfias do GV
- Os instrumentos de contagem automática ainda não
substituíram o olho treinado no que se refere às subtilezas da
morfologia do GV
- Anisocitose (variação no tamanho do GV), poiquilocitose
(variação na forma), variação na cor (normocromia,
hipocromia, anisocromia, policromasia)
- Observação e quantificação das diferentes alterações
 O mais importante na avaliação das dismorfias do GV é a
descoberta da respetiva causa fisiológica para o tratamento
do doente
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Dismorfias do GV

 Variações no tamanho do GV (Anisocitose)


-Macrócitos
-Normócitos
-Micrócitos

 Variações na cor do GV
-GV normocrómicos
-GV hipocrómicos
-GV policromatófilos (policromasia)
-Anisocromia (variação da intensidade da coloração Hb do GV)

 Parâmetros eritróides derivados, no HEMOGRAMA:


- índices eritrocitários,
- índice de anisocitose : RDW; variação no tamanho dos GV e em
alguma medida da forma dos GV (ou poiquilocitose)
- RDW = (desvio padrão do volume de GV/média VGM) x100
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Dismorfias do GV

 Variações na forma do GV (Poiquilocitose)


-Esferócitos
-Células falciformes
-Ovalócitos
-Eliptócitos
-Células em alvo
-Esquisocitos (GV fragmentados)
-Acantócitos
-Equinócitos
-Estomatocitos
-Dacriócitos
-Outras….

 Inclusões do GV
-Ponteado basófilo
-Corpos de Howell-Jolly
-Corpos de Heinz
-Corpos de Pappenheimer
INDICES ERITROCITÁRIOS
CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS

 Interesse clínico da
determinação dos índices
eritrocitários:
 Normocitos: GV de tamanho
normal
 Microcitos: GV de tamanho
inferior ao normal
 Macrocitos: GV de tamanho
superior ao normal
 Anemias microcíticas (VCM
diminuído)
 Anemias macrocíticas (VCM
aumentado)
 Anemias normocíticas (VCM
normal
 Anemias hipocrómicas (CHCM
diminuída)
 Anemias normocrómicas (CHCM
normal)

Nota: VCM ou VGM (Volume Globular Médio)


PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Dismorfias do GV
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Dismorfias do GV
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Dismorfias do GV

Reticulócitos = macrócitos
policromatófilos

Reticulocitose =
policromasia

NRBC=Nucleated Red
Blood Cells = eritroblastos
=NRBC
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Dismorfias do GV

= Célula em alvo

= Célula falciforme
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP

Esfregaço de sangue periférico


ERITRÓCITO
Observação GV no ESP normal
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP

Reticulócito
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Diagnóstico diferencial dos macrócitos
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP

Esquisocito (célula dentada)


PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Inclusões do GV
Exemplos
DOENÇAS DO SANGUE

Inclusões dos GV/GB

Exemplos
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Inclusões
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO: REVISÃO das dismorfias

Variações do tamanho do GV (anisocitose) e da forma (poiquilocitose)


observadas em anemias
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP
TIPOS DE ANEMIAS (Ver aulas teóricas)
Distribuição das talassemias e
anomalias estruturais da hemoglobina

Classificação das talassemias

Talassemia: GV microcitose, hipocromia, células em


alvo
ANEMIAS: Observação de ESP

Deficiência de ferro: GV hipódromos microciticos, Anemia megaloblástica: GV macrócitos,


células alvo ocasionais ovalocitos, neutrófilos hipersegmentados

Esferocitose hereditária
Eliptocitose hereditária
ANEMIA FALCIFORME
Célula falciforme em
Microscopia ótica e eletrónica
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Observação de ESP
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Parasitas

Parasitas:
Plasmodium falciparum
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
REVISÃO
Plasmodium falciparum
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Texto de apoio (1)
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Texto de apoio continuação (2)
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Texto de apoio continuação (3)
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Texto de apoio continuação (4)
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Fisiopatologia das células em alvo
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Fisiopatologia do esferócito
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Fisiopatologia dos corpos de Heinz
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Fisiopatologia dos esquisocitos

-Por formação de corpos de Heinz


-Por formação de trombos (coagulação intravascular
disseminada, púrpura trombótica trombocitopénica)
-Em doentes queimados , operados a válvulas
cardíacas
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Significado da presença de eritroblastos
(NRBC)

Nucleated red blood cells – NRBC


More than error correction

 Because nucleated red blood cells (NRBC) have a size and a nucleus similar to that of lymphocytes, many
haematology analysers misclassify NRBC and produce a wrong total leukocyte and lymphocyte count.
Usually such samples are flagged for microscopic analysis. You then have to count the NRBC in the blood film
manually and mathematically correct the total leukocyte and lymphocyte count. This is a costly, tedious and
error-prone procedure. In addition, if the sample is not flagged, the NRBC may remain undetected and the total
leukocyte and the lymphocyte count may be wrongly elevated. Many still think automated NRBC measurement
is no more than a way of correcting these counts. Yet the clinical value of measuring NRBC goes far beyond
correcting the total leukocyte and lymphocyte count.

 NRBC are seen as a reflection of extreme increases in erythropoietic activity, such


as in acute haemolytic episodes and severe hypoxic stress, or as a result of a
haematological malignancy. This includes many leukaemias and myelodysplastic
syndromes, and some kinds of lymphoma. NRBC can also be present in thalassaemia
syndromes, bone marrow metastases of solid tumours, extramedullary haematopoiesis
and other conditions of haematopoietic stress such as sepsis, or massive
haemorrhages. In these situations, their presence is correlated with the severity of the
disease. It has been observed that the entity and duration of the presence of NRBC in
peripheral blood is associated with a poor prognosis in several haematological and non-
haematological diseases.

http://www.sysmex-europe.com/academy/knowledge-centre/sysmex-parameters/nucleated-red-blood-cells-nrbc.html
AULA PL7
2017
Bibliografia

1-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010, p 33-51

2-Barbara J Bain, Imelda Bates, Michael A. Laffan, Dacie and Lewis Practical Haematology, 12
th ed. Churchill Elsevier Limited, 2017

3-Barbara J. Bain (2015), Blood Cells, A Pratical Guide, Fifth edition, Wiley Blackwell

4-A. V. Hoffbrand, P.A.H. Moss: Fundamentos em Hematologia, 6ª edição, Editora Artmed


Ltda., 2011

5-Paulo Henrique da Silva, Hemerson Bertassoni Alves et al. Hematologia Laboratorial.


Editora Artmed Editora S.A., 2016

6-Ricardo Rosenfeld. Fundamentos do Hemograma do Laboratório à clínica. Editora


Guanabara Koogan S.A., 2007

7-Mário M. Pádua: Patologia Clínica para Técnicos, Hematologia-citologia, Lusociência,


Edições Técnicas e Científicas, Lda., 2011

8-F. Valensi, Morphologie des cellules sanguines normales, EMC, 13-000-A-15, Elsevier SAS,
2005

9-Isabel Ribeiro: Hematologia Da Prática Clínica à Teoria, Lidel Edições Técnicas Lda., 2015
(Cap.1 Anemias)

10-Barabara J.Bain. A Beginner´s Guide to Blood Cells, John Wiley & Sons Ltd, 2017
Obrigada pela atenção
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

AULA Prática Laboratorial nº 8


2017
Dra. Delminda Simões
AULA PL8
2017
Sumário
GV

GB
PLT

Objetivos:

 Observação de ESP com alterações benignas dos glóbulos brancos (GB):


• Leucocitose, leucopenia; neutrofilia; eosinofilia; desvio à esquerda; neutrófilos com
vacuolização e granulação tóxica; neutrófilos hiposegmentados, hipersegmentados;
linfócitos reativos, atípicos

 Observação de ESP com alterações benignas das plaquetas (PLT):


• Anisocitose plaquetária (PLT pequenas, grandes, gigantes); PLT agregadas;
trombocitopenia; trombocitose
ALTERAÇÕES DOS GLÓBULOS BRANCOS
ALTERAÇÕES DOS GLÓBULOS BRANCOS

(Desvio à esquerda)
(Desvio à direita)
ALTERAÇÕES DOS GLÓBULOS BRANCOS
ALTERAÇÕES DOS GLÓBULOS BRANCOS
ALTERAÇÕES DOS GLÓBULOS BRANCOS

Linfócitos atípicos
(reativos)
ALTERAÇÕES DOS
GLÓBULOS BRANCOS

Neutrófilo
hipersegmentado

Bastonete

Neutrófilo hipersegmentado (núcleo ≥ 6 lóbulos)


ALTERAÇÕES DAS PLAQUETAS
Nº, tamanho, morfologia

 Trombocitopenia: valor de PLT ≤ 150 x 109/L (< 120x 109/L para alguns autores )
 Trombocitopenia (verdadeira)
A trombocitopenia pode ser ligeira (contagem de PLT de 100 a 150 x 109/L), moderada (50 a 99 x
109/L), ou severa (< 50 x 109/L)
 Pseudotrombocitopenia (ou falsa diminuição da contagem de PLT) pode ser por:
1) trombocitopenia falsa (presença de agregados plaquetários) ou
2) pseudotrombocitopenia (EDTA-dependente) = variáveis pré-analíticas
-A agregação plaquetária pode ser por colheita difícil (traumática) ou má
homogeneização da amostra (sangue c/ EDTA) o que leva à formação de pequenos
coágulos
-A agregação das PLT pode ser ainda induzida pela presença do anticoagulante (EDTA)
ou por satelitismo plaquetário em amostras com EDTA (formação de rosetas de PLT em torno de
leucócitos), prejudicando o valor real de PLT

 Confirmar sempre uma trombocitopenia com uma 2ª colheita e usar 2 tubos: sangue
colhido em tubo com EDTA (para excluir a agregação devida a uma colheita difícil) e sangue colhido
em tubo com Citrato de sódio (para excluir a trombocitopenia devida ao anticoagulante EDTA que induz
agregação espontânea das PLT in vitro = pseudotrombocitopenia)

 Anisocitose plaquetária (variação no tamanho da PLT)


-PLT pequenas
-PLT grandes (diâmetro > 4µm)
-PLT gigantes (tamanho próximo do GV ou linfócito)
-Quando a renovação PLT (turnover) está acelerada aparecem PLT grandes
 Anomalias da morfologia (Plaquetas hipogranulares)
ALTERAÇÕES DAS PLAQUETAS
Agregação PLT EDTA-dependente
Texto de apoio

Renato Failace 2015 (Ref. bibliográfica nº9)


ALTERAÇÕES DAS PLAQUETAS
Satelitismo plaquetário
Texto de apoio

Renato Failace 2015 (Ref. bibliográfica nº9)


ALTERAÇÕES DAS PLAQUETAS
Nº, tamanho, morfologia

 Trombocitose (aumento de PLT por causas reativas) (PLT >


450 x 109/L)

 Nota: A“Trombocitemia Essencial (TE)” ou Trombocitémia


primária; é um distúrbio clonal dos megacariócitos (NMP) que se
caracteriza por uma superprodução de PLT ( PLT > 1 milhão/ µL):
PLT em nº elevado mas com diminuição da função.
NMP = Neoplasias Mieloproliferativas crónicas

OUTROS EXEMPLOS DA ALTERAÇÃO DAS PLT NA PATOLOGA PLAQUETARIA (ver


aulas teóricas)

DISTRUBIOS PLAQUETARIOS:
 Doentes com sangramento da pele e mucosas
 Distúrbios hereditários
 Síndrome de Bernard-Soulier (PLT grandes, disfunção da GPIb; ligação defeituosa
com o VWF; ADESÃO das PLT defeituosa ao endotélio lesado; trombocitopenia
variável)
 Tromboastenia de Glanzmann (nº PLT normal ; AGREGAÇÃO anormal por
deficiência de GP IIb/IIIa)
 Síndrome da plaqueta cinzenta (alteração morfológicas e bioquímicas nos grânulos
α das PLT, trombocitopenia, PLT grandes)
ALTERAÇÕES DAS PLAQUETAS

Classificação das Trombocitoses


ALTERAÇÕES DAS PLAQUETAS

-Trombocitopenia (pseudo ou falsa) / (verdadeira)


-Trombocitose (reativa) / Trombocitemia (clonal )

Anisocitose PLT
e Trombocitose (aumento PLT) Trombocitopenia falsa
(agregação de PLT)

Trombocitemia Trombocitopenia
(proliferação clonal) verdadeira (raras PLT)
ALTERAÇÕES DAS PLAQUETAS

-Anisocitose plaquetária (PLT pequenas, grandes, gigantes)


-Plaquetas hipogranulares
ALTERAÇÕES DAS PLAQUETAS
Variação no tamanho e normal/anormalmente granuladas

PLT grandes PLT pequenas

PLT gigantes
ALTERAÇÕES DOS GB E PLT
Revisão
ALTERAÇÕES DOS GB (neutrófilos e linfócitos)
Revisão
ALTERAÇÕES DOS GB (neutrófilos e eosinófilos)
Revisão
ALTERAÇÕES DOS GB E PLT
Revisão
FIM
DA AULA

OBRIGADA PELA ATENÇÃO


Teste os seus conhecimentos:
AULA PL8
2017

Bibliografia

1-Paulo Henrique da Silva, Hemerson Bertassoni Alves et al. Hematologia Laboratorial. Editora
Artmed Editora S.A., 2016

2-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010

3-Barbara J. Bain (2015), Blood Cells, A Pratical Guide, Fifth edition, Wiley Blackwell

4-A. V. Hoffbrand, P.A.H. Moss: Fundamentos em Hematologia, 6ª edição, Editora Artmed Ltda.,
2011

5-Mário M. Pádua: Patologia Clínica para Técnicos, Hematologia-citologia, Lusociência, Edições


Técnicas e Científicas, Lda., 2011

6-Atul Mehta, Victor Hoffbrand: Compêndio de hematologia, Instituto Piaget, 2005.

7-Ricardo Rosenfeld. Fundamentos do Hemograma do Laboratório à clínica. Editora Guanabara


Koogan S.A., 2007

8-F. Valensi, Morphologie des cellules sanguines normales, EMC, 13-000-A-15, Elsevier SAS, 2005

9-Renato Failace: Hemograma, Manual de Interpretação, 6ª Edição, Artmed Editora S.A., 2015

10-Isabel Ribeiro: Hematologia Da Prática Clínica à Teoria, Lidel Edições Técnicas Lda., 2015
(Cap.11 Alterações da hemostase)

11-Barabara J.Bain. A Beginner´s Guide to Blood Cells, John Wiley & Sons Ltd, 2017
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
PATOLOGIA HEMATO-ONCOLOGICA
AULA Prática Laboratorial nº 9 2017
Patologia Hemato-Oncológica
2017
Sumário

Objetivos:

 Valor do hemograma e do esfregaço de sangue periférico (ESP) no


diagnóstico hemato-oncológico
 Complexidade da patologia hemato-oncológica (diferentes tipos,
processo agudos/crónicos, classificações)
 Importância da Classificação de Tumores dos Tecidos Hematopoiético e
Linfóide: OMS 2008 e 2016 (e Classificação FAB)
 Conceito de Blasto
 Observação de lâminas (ESP) com alguns tipos de neoplasias
hematológicas (Leucemias agudas, Síndromes Linfoproliferativas
Crónicas, Neoplasias Mieloproliferativas, Linfomas Não Hodgkin,
Linfoma de Hodgkin, Doenças plasmocitárias, Síndromes
Mielodisplásicas)
 Formação contínua em hemato-oncologia imprescindível
(conhecimento das hemopatias malignas imperfeito; novas
classificações)
Patologia Hemato-Oncológica

INTRODUÇÃO

-No passado o diagnóstico hemato-oncológico era feito pela observação de


células do sangue periférico (SP) e da medula óssea (MO)
-A morfologia como único parâmetro é insuficiente para resolver todos os
casos de doença hematológica oncológica
-O hemograma (HE) com ESP continua a ser um exame muito importante no
diagnóstico porque permite detetar por exemplo um quadro leucémico
-HE não permite fazer a classificação da leucemia mas pode informar se o
processo é agudo ou crónico
-HE é realizado por rotina ou para investigar algum sintoma clínico
-O mielograma é um exame posterior ao HE (muito útil na caracterização
morfológica das leucemias agudas ou crónicas)
-A partir do aspirado medular são realizados: exames de citoquímica,
imunofenotipagem e citogenética
-Em alguns casos também é necessário o exame histopatológico da M0 ,
realizando-se uma biopsia óssea e a biopsia dos gânglios linfáticos
(linfomas)
-Outros exames complementares do diagnóstico hemato-oncológico:
imunohistoquímica, citologia convencional, citologia molecular, biologia
molecular e imagiologia
Patologia Hemato-Oncológica

INTRODUÇÃO

-A multiplicidade de classificações e nomenclaturas que dificultou a


abordagem das hemopatias malignas até ao final do seculo XX, parece ter
terminado a partir de 2001 com a publicação pela OMS (Organização
Mundial de Saúde) da Classificação de Tumores dos Tecidos
Hematopoiético e Linfóide
Atualmente The 2008 WHO classification of tumours of the
haematopoietic and lympoid tissues, 4th edition, Internayional Agency
for Research on Cancer, 2017; trata-se de uma revisão e update da edição
de 2008

-Até recentemente , a classificação FAB (Franco-Americana-Britânica) era a


mais aceite mas a classificação da OMS está progressivamente a ser
adotada, no entanto a classificação FAB persiste porque permite um diagnóstico morfológico
preliminar por se tratar de uma classificação morfológica.

-Em 2016: Update da WHO Classification of tumors of haematopoietic


and lymphoid tissues - algumas alterações à classificação de 2008 (The
2016 revision of the WHO classification of tumors of hematopoietic and
lymphoid tissues, 3rd edition)
Patologia Hemato-Oncológica
Hematopoiese - REVISÃO
Patologia Hemato-Oncológica
Hematopoiese - REVISÃO
Patologia Hemato-Oncológica
Hematopoiese - REVISÃO
CONCEITO DE BLASTO

DEFINIÇAÕ DE BLASTOS

 Os hematologistas designam por blastos as células jovens de várias séries:


mieloblastos, linfoblastos, monoblastos, megacarioblastos
 A distinção entre estes diferentes blastos e também com os proeritroblastos
pode ser difícil em microscopia ótica (coloração de Romanowsky)
 Habitualmente os eritroblastos não se consideram blastos e as células
não eritróides separam-se das outras na definição de vários tipos de
leucemias agudas de acordo com o grupo FAB (Comité de hematologistas
franceses, ingleses e americanos)
 Para o grupo FAB, os blastos mielóides contêm poucos ou nenhum
grânulos visíveis com as colorações de Romanowsky. É uma questão de
convenção nem sempre admitida por todos mas que tem sido
preponderante
 Os linfoblastos são quase sempre agranulares, comparam-se aos
mieloblastos jovens, embora muitas vezes mais pequenos
 O blasto é uma célula hematopoiética precursora imatura, pouco ou não
diferenciada (sem maturação)
 Os blastos são células patológicas quando existe paragem maturativa,
aumento de blastos
CONCEITO DE BLASTO

 DESCRIÇÃO DOS BLASTOS (células


precursoras) pela coloração de Romanowsky

-Tamanho

-Relação N/C
Presença de nucléolos

-Citoplasma (C): presença/ ausência de


grânulos, coloração azulada (basófila)/
rosada (acidófila)

-Núcleo (N): forma, cromatina laxa/


grosseira, presença/ ausência de
nucléolos

Nota : a maturação normal das células segue o


seguinte processo evolutivo ( salvo exceções):
-redução de tamanho da célula, diminuição da relação
N/C, perda de basófila do citoplasma, cromatina fica
mais grosseira, desaparição do nucléolo)
CONCEITO DE BLASTO

CARACTERÍSTICAS
DOS BLASTOS

-Estrutura citoplasmática formada pela fusão de grânulos primários (descrita por Joseph Auer)
-Habitualmente só presentes nos blastos
-Podem ser vistos em células maduras (neutrófilos) quando fazem parte do clone neoplásico
BASTONETES DE AUER
ALTERAÇÕES MALIGNAS
DOS GLOBULOS BRANCOS
Exemplos
ALTERAÇÕES MALIGNAS
DOS GLOBULOS BRANCOS
Exemplos
ALTERAÇÕES MALIGNAS
DOS GLOBULOS BRANCOS
Exemplos
LEUCEMIAS AGUDAS (exemplos)
LLA e LMA
CLASSIFICAÇÃO DAS LEUCEMIAS:
FAB / OMS (exemplo)
LEUCEMIAS
MIELÓIDES / LINFÓIDES
AGUDAS / CRÓNICAS
HEMOPATIAS MALIGNAS: LEUCEMIAS
CARACTERISTICAS
LEUCEMIA AGUDA/ CRÓNICA
HEMOPATIAS MALIGNAS
Algumas noções

 Leucemias mieloblásticas agudas (LMA): proliferações clonais malignas de


células mieloides imaturas (blastos) que mantêm a capacidade de se
autorreplicar mas com perda da capacidade de diferenciação, maturação e da
apoptose
 Leucemias linfoblásticas agudas (LLA): grupo heterógeno de patologias
caracterizadas por proliferações clonais de células imaturas do linhagem
linfoide (B ou T), devidas a alterações citogenéticas e moleculares, que podem
surgir em diferentes fases da maturação celular
 Neoplasias mieloproliferativas: entidades clínicas devidas à prolferação
clonal das células progenitoras hematopoiéticas e apresentam carateristicas
morfológias e clínicas semelhantes, com possível intertransformação, podendo
evoluir para leucemia aguda em alguns casos; Policitemia vera, Trombocitemia
essencial (TE), Milelofibrose primária, Leucemia mieloide crónica (LMC)
 Síndromes linfoproliferativas crónicas : varias entidades clínicas
caracterizadas pela proliferação monoclonal de linfócitos maduros, com
envolvimento primordial do SP mas também da MO e órgãos linfoides;
neoplasias da linhagem B mais frequentes no ocidente e as da linhagem T são
mais frequentes no oriente ;exº a Leucemia linfática crónica (LLC)
 Aplasia medular: doença clonal caracterizada por uma pancitopenia com MO
hipoceluar, sem infiltrados patológicos ou aumento de reticulina
HEMOPATIAS MALIGNAS
Algumas noções

 Linfomas não Hodgkin (LNH): grupo heterogéneo de patologias malignas dos


órgãos e tecidos linfoides (maioria de células B, menos frequentes as células T,
e raros a origem nas células citotóxicas NK); infiltração extraganglionar
(disseminação da doença) ou localização primária do linfoma
 Linfomas de Hodgkin(LH): linfoma mais frequente em jovens adultos;
adenopatias cervicais, supraclaviculares e mediastínicas, envolvimento do baço
frequente; presença de células de Reed-Sternberg (células grandes, com núcleo
bilobulado – “olhos de coruja”)
 Doenças plasmocitárias: grupo de entidades clínicas caraterizadas pela
proliferação clonal, idiopática e de plasmócitos, todas as células neoplásicas de
um tumor plasmocitário produzem apenas um tipo de imunoglobulina, com
gamapatia monoclonal no SP e eventualmente na urina
 Síndromes mielodisplásicas (SMD): entidades clínicas, tendo em comum a
presença de citopenia ou citopenias períféricas, MO normo ou hipercelular, com
numerosas anomalias morfológicas nas diversas linhas celulares; grupo
heterogéneo de patologias devidas a uma alteração clonal ao nível da célula
hematopoiética pluripotencial ou de uma célula mielóide progenitora mais
diferenciada
LEUCEMIA LINFÁTICA CRÓNICA (LLC)

- Morfologicamente os linfócitos leucémicos são semelhantes aos normais


- Linfócitos mais frágeis e originam restos nucleares = Sombras nucleares ou
Sombras de Gumprecht
- Monotonia celular (morfologicamente muito semelhantes uns aos outros)
- Alguma variação (prólinfocitos, aspecto plasmocitóides, núcleo clivado)
-LEUCEMIAPROLINFOCÍTICA CRÓNICA
E
-TRICOLEUCEMIA: hairy cell (célula pilosa)
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÓNICA
(LMC)
LEUCEMIA MIELOBLÁSTICA AGUDA
(LMA)
LEUCEMIA MIELOBLÁSTICA AGUDA
(LMA)
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA
(LLA)
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA
(LLA)

 LINFOMA DE BURKITT

Criança africana com Linfoma de


Burkitt.
LINFOMAS NÃO HODGKIN
(LnH)
LINFOMA DE HODGKIN
LINFOMAS
ASPETOS HISTOLÓGICOS
DOENÇAS PLASMOCITÁRIAS:
MIELOMA MULTIPLO (MM)
MACROGLOBULIMEMIA DE WALDENSTROM (MW)

Os plasmócitos em geral são células


teciduais mas algumas vezes podem
estar presentes no SP (no caso de
MM, MW ou como um fenómeno
reativo: infeção, inflamação, cirrose,
várias neoplasias - LMA, Linfoma,
carcinoma )

Os linfócitos B transformam-se em
plasmócitos (resposta a infeções virais ou
outro estímulos imunológicos), podendo notar-
se linfócitos com aspetos intermédios da
transformação, que são denominados linfócitos
plasmocitóides
MIELOMA MULTIPLO (MM)

O MM (mielomatose) é uma doença neoplásica caraterizada pela acumulação de


plasmócitos clonais na MO que segregam uma imunoglobulina clonal (anormal) designada
paraproteína no soro e/ou urina, e dano tecidual relacionado (gamapatia monoclonal)

Em 2/3 dos casos de MM, cadeias leves livres


Uma banda monoclonal, proteína M ou
são encontradas urina ( denominadas proteína
paraproteína, devida à síntese de
de Bence-Jones) imunoglobulina de um único clone de
plasmócitos
MIELOMA MULTIPLO

PLASMÓCITOS ANORMAIS NO SP

Plasmócitos atípicos

No MM, na maioria dos casos em que há


uma paraproteína sérica, também há
aumento da coloração de fundo
(background staining) e formação de
rouleaux no ESP.
MIELOMA MULTIPLO

PROLIFERAÇÃO DE PLASMÓCITOS COM FORMAS ANORMAIS NA MO


MIELOMA MULTIPLO

PROLIFERAÇÃO DE PLASMÓCITOS COM FORMAS ANORMAIS NA MO


SÍNDROMES MIELODISPLÁSICAS
(SMD)
NEOPLASIAS MIELOPROLIFERATIVAS
 Policitemia vera
 Trombocitemia essencial
 Mielofibrose primária
 Leucemia mielóide crónica
MIELOFIBROSE
CONCLUSÃO
FORMAÇÃO CONTINUA EM
HEMATO-ONCOLOGIA

O conhecimento das hemopatias malignas é por vezes imperfeito, podendo


haver no futuro alterações, nomeadamente das classificações, à medida que
o conhecimento cientifico aumenta…

FMUC FACULDADE DE MEDICINA UNIVERSIDADE DE COIMBRA


CHUC CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA
Associação de Microscopia e Embrio-Anatomo-Histologia
AMEAH

VII CURSO INTERNACIONAL DE DIAGNÓSTICO


LABORATORIAL:

PATROCÍNIO CIENTÍFICO
Ordem dos Médicos
Direcção do Curso:
Professora Doutora Maria de Fátima Pinto Saraiva Martins
Organização:
Associação de Microscopia e Embrio-Anatomo-Histologia
AMEAH
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
“Apresentação e Objectivos do Curso:
Local: O presente curso tem por principal objectivo a actualização de conhecimentos tanto
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, laboratoriais como clínicos necessários para o correcto diagnóstico laboratorial da
2º andar, Instituto de Histologia e Embriologia patologia displásica/mieloproliferativa com incidência na leucemia mielomonocítica
Data: crónica.
10 e 11 de novembro de 2017 Incluirá uma forte componente prática, com vídeoprojecção
em tempo real, seguida de observação individual de esfregaços de sangue periférico
e de medula óssea, relativos a casos reais.”
https://www.uc.pt/fmuc/DocumentosHomepage/2017/Outubro/FLyer
Aula PL9 Patologia Hemato-Oncológica
2017
Bibliografia
1-A. V. Hoffbrand, P.A.H. Moss: Fundamentos em Hematologia, 6ª edição, Editora Artmed Ltda., 2011

2-Paulo Henrique da Silva, Hemerson Bertassoni Alves et al. Hematologia Laboratorial. Editora Artmed Editora S.A.,
2016

3-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010

4-Barbara J. Bain (2015), Blood Cells, A Practical Guide, Fifth edition, Wiley Blackwell

5-Mário M. Pádua: Patologia Clínica para Técnicos, Hematologia-citologia, Lusociência, Edições Técnicas e Científicas,
Lda., 2011

6-Atul Mehta, Victor Hoffbrand: Compêndio de hematologia, Instituto Piaget, 2005.

7-Ricardo Rosenfeld. Fundamentos do Hemograma do Laboratório à clínica. Editora Guanabara Koogan S.A., 2007

8-Renato Failace: Hemograma, Manual de Interpretação, 6ª Edição, Artmed Editora S.A., 2015

9-Márcio Melo, Cristina da Silveira, Leucemias e Linfomas, Atlas do Sangue Periférico - 2ª edição, Editora Rubio Ltda.,
2013

10-S.H. Swerdlow, E. Campo, N.L. Harris, E.S. Jaffe, S.A. Pileri, H. Stein, J. Thiele, J.W. Vardiman: WHO Classification of
tumors of haematopoietic and lymphoid tissues, Revised 4 th Edition,IARC, Lyon 2017

11-Isabel Ribeiro: Hematologia Da Prática Clínica à Teoria, Lidel Edições Técnicas Lda., 2015

12-Richard A. McPherson, Matthew R. Pincus. Henry´s, Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods, 23rd
ed. Elsevier Saunders, 2017

13-Barabara J.Bain. A Beginner´s Guide to Blood Cells, John Wiley & Sons Ltd, 2017
14-Mathias Freund: Hematologia Microscópica Prática, 11ª Edição , Livraria Santos Editora Ltda, 2013
OBRIGADA PELA
ATENÇÃO
(Paris, França)

Marie Skłodowska Curie (1867-1934), cientista polonesa com naturalização francesa, conduziu pesquisas pioneiras no ramo da radioatividade. Foi a
primeira mulher a ser laureada com um Prémio nobel (Física) e a primeira pessoa e única mulher a ganhar o prémio (Química) duas vezes. Marie Curie
morreu aos 66 anos de leucemia causada pela exposição à radiação.
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

AULA Prática nº 10 (1ª Parte)


VISITA DE ESTUDO
2017

Dra. Delminda Simões


AULA P10
2017
Sumário

Objetivos:

 Visita ao Serviço de Patologia Clínica do Hospital Particular do Algarve –


Unidade de Gambelas, em Faro
 Automatização em Hematologia (contadores hematológicos automáticos)
 Noções de Qualidade
 Laboratório do futuro; automatização, robótica e informatização num
laboratório clínico (fase pré-analítica, analítica e pós-analítica); novidades
(microscopia digital)
 Problemática das análises laboratoriais descentralizadas (técnicas de point-
of-care; autocontrolo dos doentes hipocoagulados)
 Conceito de gestão integrada da doença (papel e responsabilidade do
farmacêutico na equipa de saúde / prestação de cuidados de saúde)
 Formação contínua em Medicina Laboratorial a nível nacional e
internacional / europeu
VISITA A UM LABORATÓRIO
CLÍNICO
EXAMES DE DIAGNÓSTICO HEMATOLÓGICO

AUTOMATIZAÇÃO
Atualmente as determinações dos parâmetros hematológicos são
realizadas em minutos, em instrumentos automáticos ou
semiautomáticos, com modificações das técnicas manuais ou com uma
tecnologia completamente nova. As determinações são mais rápidas,
reprodutíveis e exatas. As técnicas manuais continuam úteis como
métodos de referência, na investigação de algumas amostras com
resultados anómalos nos instrumentos automatizados e para lembrar os
princípios em que se baseiam as diferentes determinações.
AUTOMATIZAÇÃO EM
HEMATOLOGIA

 Automação aliada a um controlo de qualidade rígido


(calibradores, controlos diários, manutenções diárias, semanais,
mensais, avaliação externa da qualidade) permite uma resposta
mais rápida, precisa e exata
 Economia de tempo e de mão de obra
 Melhoria da qualidade do resultado (contagem diferencial e das
3 séries)
 Exige um bom controlo da Fase pré-analítica (tempo de garrote,
evitar uma punção traumática que resulta em hemólise, coágulos
ou microcoágulos, respeitar relação sangue/anticoagulante)
 «A qualidade da colheita é directamente proporcional à
qualidade do resultado»
 Os procedimentos da colheita devem estar padronizados e as
pessoas envolvidas devem ser treinadas e recicladas
periodicamente
 Na automação são contadas cerca de 5 a 10.000 células e 100 no
esfregaço de sangue periférico (ESP) de qualidade (deve estar
bem confecionado e bem corado)
ROBOTIZAÇÃO
EM
HEMATOLOGIA

 Sistemas criados nos finais dos anos 1990

 Anexação ao contador eletrónico de equipamento


automático capaz de distender e corar lâminas (sob
comando de software inteligente)

 Equipamento fica muito caro

 Uso está a generalizar-se nos países desenvolvidos onde


a mão-de-obra é muito cara

 A robotização traz maior rapidez, aumento da segurança


( evita o erro humano)

 Não interfere na qualidade do produto final: resultado do


hemograma
CONTADORES HEMATOLÓGICOS
AUTOMÁTICOS
 PRINCIPIOS TÉCNICOS:
 Princípio Coulter
Em 1950 a Coulter Electronic introduziu e patenteou o princípio da
impedância elétrica para fazer as contagens celulares
-O princípio da impedância baseia-se no fato das células, más
condutoras de eletricidade, estarem diluídas numa solução eletrolítica
condutora de eletricidade
- A suspensão é passada através de um orifício pelo qual passa uma
corrente elétrica que é estabelecida entre dois elétrodos (+) e (-) de
cada lado do orifício
-Cada vez que uma célula passa através do orifício interrompe a
corrente elétrica e ocorre resistência elétrica ou impedância, causando
uma alteração na voltagem
-Esta alteração na voltagem origina um impulso
-O nº de impulsos é proporcional ao nº de células contado
-A dimensão do impulso voltaico também é proporcional ao
tamanho da célula
 O princípio de contagem por impedância, idealizado e desenvolvido por Wallace
Coulter iniciou a era moderna da contagem automatizada das células sanguíneas.
CONTADORES HEMATOLÓGICOS
AUTOMÁTICOS

 PRINCIPIOS TÉCNICOS:
-Posteriormente surge a Tecnologia VCS (Volume, Condutividade e
Dispersão) na qual a corrente de baixa frequência mede o volume e a
corrente de alta frequência mede as alterações de condutividade e o
ressalto do laser na superfície dos GB informa sobre a forma da
superfície e a refletividade de cada célula (permite distinguir as
características dos GB: informações sobre o volume celular, o
tamanho do núcleo e o conteúdo citoplasmático de granulações)
-A partir de 1970, foram introduzidas nos contadores hematológicos
as técnicas de Dispersão óptica (laser light scatter) e de focalização
hidrodinâmica (hydrodynamic focusing)

-Atualmente existe uma grande quantidade de aparelhos


multiparamétricos que utilizam as técnicas de impedância, da
conductividade e da dispersão de luz emitida
-A estas tecnologias podem associar-se características
citoquímicas das células (como a mieloperoxidase) e a utilização de
outros reagentes
CONTADORES HEMATOLÓGICOS
AUTOMÁTICOS

 PRINCIPIOS TÉCNICOS:
 Princípio Coulter

 Focalização hidrodinâmica
CONTADORES HEMATOLÓGICOS
AUTOMÁTICOS
 PRINCIPIOS TÉCNICOS: Dispersão ótica e focalização
hidrodinâmica
CONTADORES HEMATOLÓGICOS
AUTOMÁTICOS

 CARACTERÍSTICAS:
-Os contadores de células sanguíneas totalmente automatizados aspiram
e diluem uma amostra de sangue e determinam de 8 a 46 parâmetros (ou
mais) relacionados com os eritrócitos, leucócitos e plaquetas.
-Muitos deles também identificam a amostra, homogeneízam e
transportam a amostra, verificando o volume, a presença de coágulos
-Alguns estão conetados a uma máquina automática de distender e corar
lâminas.
-Evitam o manuseamento desnecessário das amostras sanguíneas.
-Possuem vários canais para a determinação dos diferentes parâmetros
hematológicos.
-Não conseguem identificar todas as anomalias (alarmes/ necessidade da
revisão de esfregaços)

 O resultado de Hemograma automatizado deve ser avaliado:


anemia ou não; se houver anemia classificá-la, interpretar o RDW
(homogeneidade ou não da população de GV), leucocitose, leucopenia
e se houver uma contagem diferencial interpretar os valores
absolutos
CONTADORES HEMATOLÓGICOS
AUTOMÁTICOS
AUTOMAÇÃO E ROBOTIZAÇÃO
EM
HEMATOLOGIA

Contadores hematológicos elecrónicos com dispositivos automáticos para


distensão e coloração de lâminas
EXAMES DE DIAGNÓSTICO HEMATOLÓGICO

CONTADORES HEMATOLÓGICOS

Contagem eletrónica

 Alarmes
Instrumentos cada vez mais
 Gráficos complexos
 Histograma -Competências
 Citograma interpretativas
 Interpretação dos gráficos
-Competências de
 Calibração identificação e discriminação
exata das células em MO são
 Robotização Laboratorial ainda essenciais (muitas variantes
da morfologia dos GV e inclusões não são
 Qualidade Laboratorial detetadas; algumas são sugeridas.)

 Fase pré-analítica
 Fase analítica
 Fase pós-analítica
MEDICINA LABORATORIAL
GARANTIA DE QUALIDADE
EM HEMATOLOGIA

 Conceitos Básicos do Sistema de GARANTIA DE


QUALIDADE:
-Processo que tem por finalidade garantir ao doente resultados fiáveis
-Abrange todos os níveis operativos do laboratório
-A qualidade diz respeito a todos mesmo quando existem técnicos “da
qualidade” que supervisionam o sistema de garantia de qualidade
-Garantia da Qualidade
-Controlo da Qualidade
-Exatidão
-Precisão
-Variáveis pré-analíticas
-Variáveis pós-analíticas
-Resultados críticos

 Certificação
 Acreditação

 VER “QUALIDADE” EM QUIMICA CLÍNICA


MEDICINA LABORATORIAL
3 FASES

 Medicina moderna depende muito do Laboratório


 60-70% das decisões clinicas dependem de um
resultado laboratorial
MEDICINA LABORATORIAL
GARANTIA DE QUALIDADE
EM HEMATOLOGIA
 Conceitos Básicos do Sistema de GARANTIA DE QUALIDADE:
MEDICINA LABORATORIAL
Erros pré-analíticos, analíticos, pós-analíticos
MEDICINA LABORATORIAL
HEMATOLOGIA
Valores críticos*
 Estes valores devem ser imediatamente comunicados
(médico prescritor, outros)
 Implicam necessidade de intervenção médica imediata
(*variam de acordo com cada laboratório, idade do paciente, outros fatores)
HEMOGRAMA
Análise de sangue que fornece muita
informação:

-Hemograma é um dos testes laboratoriais mais pedidos (fornece informações


seguras precisas, rápidas e relativamente pouco dispendiosas)

-Proporciona informação sobre o estado de saúde da MO através da análise do SP

-Fornece dados (GV, GB, Hct, Hb, VGM, HGM, CHCM, PLT, RDW,)

-Os equipamentos automáticos determinam diretamente GV, GB, Hb e VGM

-Hct é um parâmetro calculado

-Equipamento mostra a representação gráfica dos dados hematológicos

-Muitos dispõem da contagem automática de reticulócitos (RET)

-Os dados do Hemograma não são encarados com a mesma importância e utilidade

(num estudo USA, verificou-se que o RDW e RET eram usados pelos clínicos “mais

novos”)

(MO=Medula óssea; SP=Sangue periférico)


EXAMES DE DIAGNÓSTICO HEMATOLÓGICO

INDICES ERITROCITARIOS

-No passado, a partir das determinações relativas à série vermelha eram


calculados os índices eritrócitários (Indices de Wintrobe):
volume corpuscular médio (VCM): volume dos GV
hemoglobina corpuscular média (HCM)
concentração hemoglobínica corpuscular média (CHCM)
- As fórmulas eram as seguintes:

-Os índices eritrocitários avaliam indirectamente as características dos GV


quanto ao tamanho e à concentração de hemoglobina
-Hoje estas determinações são realizadas em minutos em
instrumentos automáticos e semiautomáticos com modificações das
técnicas manuais
HEMOGRAMA

Atenção à nomenclatura e UNIDADES

ATENÇÃO
UNIDADES!
INDICES ERITROCITÁRIOS
Atenção à Nomenclatura
INDICES ERITROCITÁRIOS
CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS - Revisão

 Interesse clínico da
determinação dos índices
eritrocitários:
 Normocitos: GV de tamanho
normal
 Microcitos: GV de tamanho
inferior ao normal
 Macrocitos: GV de tamanho
superior ao normal
 Anemias microcíticas (VCM
diminuído)
 Anemias macrocíticas (VCM
aumentado)
 Anemias normocíticas (VCM
normal
 Anemias hipocrómicas (CHCM
diminuída)
 Anemias normocrómicas (CHCM
normal)

Nota: VCM ou VGM (Volume Globular Médio)


INDICES ERITROCITÁRIOS

Valores de referência
INDICES ERITROCITÁRIOS E RDW
&
CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS
HEMOGRAMA

Determinação da hemoglobina (Hb)


Determinação do Hematócrito (Hct)
Contagem de eritrócitos
 Parâmetros eritróides derivados: índices eritrocitários (VCM,
HCM, CHCM), índice de anisocitose(RDW: variação no tamanho
dos GV e em alguma medida da forma dos GV ou poiquilocitose)
RDW = (desvio padrão do volume de GV/média VGM) x100

 Contagem de leucócitos (Leucograma: contagem relativa ou percentual


e a absoluta)

 Contagem de plaquetas (PLT)

 Contagem diferencial dos leucócitos em 5 partes (Fórmula


leucocitária)

Contagem de reticulócitos (RET)


Contagem de eritroblastos (NRBC) e Neutrófilos jovens (IG)
HEMOGRAMA: Exemplos (Atenção às unidades)
HEMOGRAMA: Exemplos (Atenção às unidades)
HEMOGRAMA: Exemplos (Atenção às unidades)
HEMOGRAMA: Exemplos (Atenção às unidades)
HEMATOLOGIA LABORATORIAL
AUTOMAÇÃO E ROBOTIZAÇÃO EM
HEMATOLOGIA
Novidades

(*)

 Contadores hematológicos eletrónicos com dispositivos automáticos para


distensão e coloração de lâminas e um microscópico automático (digital)

(*) Revista Biologiste INFOS; L´information stratégique des laboratoires, Septembre-Octobre


2014. nº 71.
TECNICAS DE POINT-OF-CARE
EM
HEMATOLOGIA

Oral anticoagulation: the new era of descentralisation and


autocontrol Dr Artur Bernardo (Gais)
12º Simpósio Internacional de Trombose e Hemostase, Porto 02 de Outubro de 2008

Revista Semana Médica, nº598/599, 2 a 8 de setembro 2010


TECNICAS DE POINT-OF-CARE EM
HEMATOLOGIA
Novidades

“Qloudlab | A Revolution in Point-of-Care diagnostics:

 At Qloudlab we believe that current Point-Of-Care Tests are far from


showing their true potential and our goal is to use them to improve
health management.
 Thanks to our cross-competences we are the inventor and patent
holder of the world’s first touchscreen-based biosensor.
 We are developing an innovative system that is using smartphone
touchscreen technology to perform medical diagnostics.
 Our first application is on coagulation measurement (INR/APTT).”
Qloudlab, Lausanne, Suiça
 http://qloudlab.com/
TECNICAS DE POINT-OF-CARE EM
HEMATOLOGIA
FUTURO / Novidades

http://qloudlab.com/ (Qloudlab, Lausanne, Suiça)

Test Your Blood with the Screen of a Cellphone

© 2014 Alain Herzog

17.03.14 - Using the properties of a smartphone screen to perform blood tests: the device
developed by Qloudlab allows at-home analysis in less than a minute. The expanded diagnostics
will be used to help people undergoing anticoagulant treatment.
http://actu.epfl.ch/news/test-your-blood-with-the-screen-of-a-cellphone/
LABORATÓRIO DO FUTURO
ROBOTIZAÇÃO
FASE PRÉ-ANALÍTICA E ANALÍTICA
Exemplo
GESTÃO INTEGRADA DA DOENÇA

« L´ interprofessionalité »

JIB Paris 2011


GESTÃO INTEGRADA DA DOENÇA

• «Atendimento interprofissional
e coordenado dos pacientes

• Melhoria da qualidade,
segurança e eficiência dos
cuidados de saúde
• Colaboração do Farmacêutico/
Analista com os outros
profissionais de saúde,
nomeadamente os médicos

 Necessário uma evolução de


mentalidades para uma
melhoria da colaboração»

JIB 2011 (Paris)


FORMAÇÃO CONTÍNUA EM MEDICINA LABORATORIAL
A nível nacional em 2010

European Union of
Medical Specialists
FORMAÇÃO CONTÍNUA EM MEDICINA LABORATORIAL
A nível nacional em 2017/18
FORMAÇÃO CONTÍNUA EM MEDICINA LABORATORIAL
A nível internacional em 2017

European Union of
Medical Specialists
FORMAÇÃO CONTÍNUA EM MEDICINA LABORATORIAL
A nível europeu em 2016: próximo evento 2018
JOURNÉES INTERNATIONALES DE BIOLOGIE (JIB) - PARIS
The leading event in Medical Biology

http://www.jib-sdbio.fr/
ESPECIALISTA
EM MEDICINA LABORATORIAL
A nível europeu
OBRIGADA PELA ATENÇÃO

“O médico que só sabe Medicina, nem Medicina sabe”.


Abel Salazar (Médico, Professor catedrático de Histologia e
Embriologia da Faculdade de Medicina da Universidade do
Porto e da Faculdade de Farmácia, 1889-1946)
AULA PL10 2017

Bibliografia

1-Paulo Henrique da Silva, Hemerson Bertassoni Alves et al. Hematologia Laboratorial. Editora
Artmed Editora S.A., 2016

2-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010

3-Barbara J. Bain (2015), Blood Cells, A Pratical Guide, Fifth edition, Wiley Blackwell

4-Mário M. Pádua: Patologia Clínica para Técnicos, Hematologia-citologia, Lusociência, Edições


Técnicas e Científicas, Lda., 2011

5-Ricardo Rosenfeld. Fundamentos do Hemograma do Laboratório à clínica. Editora Guanabara


Koogan S.A., 2007

6-Renato Failace: Hemograma, Manual de Interpretação, 6ª Edição, Artmed Editora S.A., 2015

7-Raimundo Oliveira: Hemograma, Como fazer e interpretar, Livraria Médica Paulista Editora
Ltda, 2007

8-Longo et al.: Medicina Interna de Harrison, 18ª ed., AMGH Editora Ltda, 2013

9-Jacques Wallach: Interpretação de Exames Laboratoriais, Guanabara Koogan S.A., 2009

10-http://www.jib-sdbio.fr/
Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas
HEMATOLOGIA

AULA Prática Laboratorial nº 10 (continuação)


HEMOGRAMA
2017
Dra. Delminda Simões
AULA PL10 (continuação)
2017
Sumário

Objetivos:

 Interpretação e valor diagnóstico dos exames hematológicos (Hemograma)


e interesse (Estudo das anemias)
 Valor diagnóstico do hemograma
 Hemograma normal / alterado
 Parâmetros do Hemograma
 Unidades e Valores de referência
 Terminologia relativa ao hemograma (citopenia, bicitopenia,
pancitopenia, trombocitopenia, outras)
 Interpretação do hemograma em casos clínicos; anemia, neutrofilia,
linfocitose, pancitopenia, linfócitos atípicos/blastos, hemato-oncologia
 Patologias do glóbulo vermelho: estudo das anemias
 Estudo laboratorial das anemias (valor diagnóstico do hemograma, dos
reticulócitos)
 Exemplos de anemias (anemia de células falciformes, anemia no idoso)
 Importância da anemia em Portugal (Anemia Working Group Portugal)
HEMOGRAMA
PARÂMETROS
USADOS NO ESTUDO DA
PATOLOGIA

Determinação da hemoglobina (Hb)


Determinação do Hematócrito (Hct)
Contagem de eritrócitos (GV)
Parâmetros eritróides derivados: índices eritrocitários (VCM,
HCM, CHCM), índice de anisocitose(RDW: variação no
tamanho dos GV e em alguma medida da forma dos GV ou
poiquilocitose)
RDW = (desvio padrão do volume de GV/média VGM) x100

 Contagem de leucócitos (GB)


 (Leucograma: contagem relativa ou percentual e a absoluta)

 Contagem de plaquetas (PLT)

 Contagem diferencial dos leucócitos em 5 partes (Formula


leucocitária) e contagem manual diferencial por microscopia (alguns casos)

Contagem de reticulócitos (RET)


 Contagem de eritroblastos (NRBC) e Neutrófilos jovens (IG)
 “NRBC”= “nucleated red blood cells”
PATOLOGIA DO ERITRÓCITO
Significado da presença de eritroblastos
(NRBC)

Nucleated red blood cells – NRBC


More than error correction

 Because nucleated red blood cells (NRBC) have a size and a nucleus similar to that of lymphocytes, many
haematology analysers misclassify NRBC and produce a wrong total leukocyte and lymphocyte count.
Usually such samples are flagged for microscopic analysis. You then have to count the NRBC in the blood film
manually and mathematically correct the total leukocyte and lymphocyte count. This is a costly, tedious and
error-prone procedure. In addition, if the sample is not flagged, the NRBC may remain undetected and the total
leukocyte and the lymphocyte count may be wrongly elevated. Many still think automated NRBC measurement
is no more than a way of correcting these counts. Yet the clinical value of measuring NRBC goes far beyond
correcting the total leukocyte and lymphocyte count.

 NRBC are seen as a reflection of extreme increases in erythropoietic activity, such


as in acute haemolytic episodes and severe hypoxic stress, or as a result of a
haematological malignancy. This includes many leukaemias and myelodysplastic
syndromes, and some kinds of lymphoma. NRBC can also be present in thalassaemia
syndromes, bone marrow metastases of solid tumours, extramedullary haematopoiesis
and other conditions of haematopoietic stress such as sepsis, or massive
haemorrhages. In these situations, their presence is correlated with the severity of the
disease. It has been observed that the entity and duration of the presence of NRBC in
peripheral blood is associated with a poor prognosis in several haematological and non-
haematological diseases.

http://www.sysmex-europe.com/academy/knowledge-centre/sysmex-parameters/nucleated-red-blood-cells-nrbc.html
HEMATOLOGIA LABORATORIAL

VALOR DIAGNÓSTICO DO HEMOGRAMA

"A Lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp” (Rembrandt, 1632)


ROTINA LABORATORIAL
Hemograma / Eritrograma
Valores de referência
Atenção às unidades
ROTINA LABORATORIAL
Hemograma Normal/ Hemograma Alterado
(comparação com Valores de referência)
Atenção às unidades
HEMOGRAMA
PARÂMETROS

Atenção às unidades

Trombocitopenia Trombocitose
HEMOGRAMA
PARÂMETROS

Atenção às unidades
HEMOGRAMA
“Alarmes”
VALORES DE REFERÊNCIA
Alguns exemplos

= NRBC

 VALORES DE REFERÊNCIA

Os valores de referência variam principalmente


com o género e a idade (também com as
características populacionais)

HEMOGLOBINA
HEMOGRAMA
COMPLEXIDADE ANALÍTICA

Atenção às unidades
HEMOGRAMA
COMPLEXIDADE ANALÍTICA
Revisão de lâmina (ESP) em MO
HEMOGRAMA
CASOS CLINICOS
ANEMIA normocítica / ferropenica

Atenção às unidades
HEMOGRAMA
CASOS CLINICOS
ANEMIA falciforme/ esferocitose hereditária

Atenção às unidades
HEMOGRAMA
CASOS CLINICOS
NEUTROFILIA
Infeção bacteriana / LMC
Atenção às unidades
HEMOGRAMA
CASOS CLINICOS
LINFOCITOSE: LLC / Linfoma em fase leucémica

Atenção às unidades
HEMOGRAMA
CASOS CLINICOS
PANCITOPENIA: aplasia da MO /anemia megaloblástica

Atenção às unidades
HEMOGRAMA
CASOS CLINICOS
LINFÓCITOS ATÍPICOS / BLASTOS
Infeção viral / LLA
Atenção às unidades
HEMOGRAMA
CASOS CLINICOS
INFILTRAÇÃO MO / MIELOFIBROSE
Atenção às unidades
HEMOGRAMA
CASOS CLINICOS
SMD / LEUCEMIA
Atenção às unidades
HEMOGRAMA
TERMINOLOGIA
DEFINIÇÃO

Citopenia: diminuição de apenas uma série do hemograma ou


simplesmente: anemia, leucopenia ou trombocitopenia

Bicitopenia: diminuição de duas séries do hemograma anemia e


leucopenia; anemia e trombocitopenia, etc…

Pancitopenia: diminuição das três séries do hemograma; anemia +


leucopenia + trombocitopenia

Trombocitopenia: diminuição do número de plaquetas


Provoca hemorragias das mucosas, como as gengivorragias e do nariz
(epistaxes), grandes equimoses e petéquias (hemorragias puntiformes)
A trombocitopenia confere um risco aumentado de hemorragia, mas a
correlação entre o nº de PLT e o risco hemorrágico varia com a afeção
subjacente, podendo ser imprevisível:
HEMOGRAMA
TERMINOLOGIA
DEFINIÇÃO

 Trombocitopenia e risco hemorrágico (depende ainda de fatores


individuais: doente e doença)
> 50 x 109/L: frequentemente assintomático;
30 – 50 x 109/L: raramente apresentam púrpura, podem ter hemorragia
excessiva por trauma;
10 – 30 x 109/L: pode levar a hemorragia devido a trauma mínimo
< 10 x 109/L: risco aumentado de hemorragia espontânea (petéquias,
hematomas, esquimoses);
< 5 x 109/L: hemorragia espontânea (mucosas, intracraniana, gastrointestinal e
genitourinária); sendo considerada uma emergência hematológica;
Em caso de cirurgia: < 50 x 109/L: risco hemorrágico elevado, cirurgias
contraindicadas; < 100 x 109/L: risco hemorrágico apenas para alguns
procedimentos de alto risco tais como intervenções neurocirúrgicas, cirurgias
cardíacas majores ou cirurgias ortopédicas.

 Outros fatores afetam o risco hemorrágico (defeitos plaquetários funcionais e anomalias da


coagulação); podem contribuir para o seu agravamento, tornando-se mais preocupantes que um
valor baixo de PLT.
 Trombocitopenia e risco trombótico em vez de risco hemorrágico; situação pouco frequente;
requer um tratamento urgente para prevenir complicações trombóticas fatais; exemplos:
Trombocitopenia Induzida pela Heparina, Síndrome Antifosfolipido, Coagulação Intravascular
Disseminada, Microangiopatia Trombótica e Hemoglobinúria Paroxística Noturna.
REVISÃO
MORFOLOGIA DOS GV
RELAÇÃO COM ANEMIA
REVISÃO
CLASSIFICAÇÃO DE ANEMIAS
(MORFOLOGIA GV)
CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS
RESUMO

 Classificação das anemias


-ANEMIAS CARENCIAIS
-ANEMIA FERROPÉNICA
-ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
-Défice de ácido fólico
-Défice de vitamina B12
-Anemia megaloblástica provocada por medicamentos
-Outras causas de macrocitose
-ANEMIAS HEMOLÍTICAS
-HEMOGLOBINOPATIAS
-Síndromes talassémicas
-Anemia de células falciformes (Drepanocitose)
-ENZIMOPATIAS
-Deficiência de glucose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD)
-MEMBRANOPATIAS (alterações da membrana do GV)
-Esferocitose hereditária
-Eliptocitose hereditária
-ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES
-Anemia hemolítica por anticorpos a quente
-Anemia hemolítica por anticorpos a frio
-Anemia hemolítica imune medicamentosa

Adaptado de Isabel Ribeiro: Hematologia Da Prática Clínica à Teoria, Lidel Edições Técnicas Lda, 2015
REVISÃO
RETICULÓCITOS
REVISÃO ANEMIAS - Exemplos
ESTUDO LABORATORIAL DA ANEMIA
RESUMO
ESTUDO LABORATORIAL DA ANEMIA
RESUMO
ANEMIA FALCIFORME - Exemplo
ANEMIA FALCIFORME - Exemplo
HEMOGRAMA
E
ESP
Eritrograma
(Coloração de May-Grunwald-Giemsa)
IMPORTÂNCIA DA ANEMIA NO IDOSO
IMPORTÂNCIA DA ANEMIA EM PORTUGAL

2012 : Anemia: primeiro estudo vai arrancar em Portugal (Estudo


realizado pela Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia).
http://www.awgp.pt/media/k2/items/cache/69bc9c3e85c501b0a6208cc7a55abbf9_M.jpg

2016: Reunião Científica do Anemia Working Group Portugal

(www.awgp.pt) Temas em debate:


Anemia em números
Abordagem Laboratorial
Ferro e Infecção
Anemia na Mulher
Anemia na Adolescência
Envelhecimento e Anemia
Anemia e Coagulopatias
Anemia e Saúde Mental
Anemia nas Endocrinopatias

Contacto: [email protected]
IMPORTÂNCIA DA ANEMIA EM PORTUGAL

http://perspetivas.pt/wp-content/uploads/2017/11/Anemia.pdf

Anemia Working Group Portugal (www.awgp.pt)


AULA PL10 (continuação) 2017
Bibliografia

1-Paulo Henrique da Silva, Hemerson Bertassoni Alves et al. Hematologia Laboratorial. Editora
Artmed Editora S.A., 2016
2-Betty Ciesla. Hematologia na Prática Clínica. Lusodidacta, 2010
3-Barbara J. Bain (2015), Blood Cells, A Pratical Guide, Fifth edition, Wiley Blackwell
4-Mário M. Pádua: Patologia Clínica para Técnicos, Hematologia-citologia, Lusociência, Edições
Técnicas e Científicas, Lda., 2011
5-Atul Mehta, Victor Hoffbrand: Compêndio de hematologia, Instituto Piaget, 2005.
6-A. V. Hoffbrand, P.A.H. Moss: Fundamentos em Hematologia, 6ª edição, Editora Artmed Ltda.,
2011
7-Renato Failace: Hemograma, Manual de Interpretação, 6ª Edição, Artmed Editora S.A., 2015
8-Ricardo Rosenfeld. Fundamentos do Hemograma do Laboratório à clínica. Editora Guanabara
Koogan S.A., 2007
9-Raimundo Oliveira: Hemograma, Como fazer e interpretar, Livraria Médica Paulista Editora Ltda,
2007
10-VanPutte Cinnamon et al.: Seeley´s Anatomy &Physiology , Eleventh Edition, McGraw-Hill
Education International Edition, 2017
11- Anabela Mota Pinto: Fisiopatologia, Fundamentos e aplicações, 2ª edição, Lidel, edições
técnicas, lda, 2013 (Cap.20)
12-Longo et al.: Medicina Interna de Harrison, 18ª ed., AMGH Editora Ltda, 2013
13-Isabel Ribeiro: Hematologia Da Prática Clínica à Teoria, Lidel Edições Técnicas Lda., 2015
14-Paulo Abrahamsohn: Histologia Básica Texto e Atlas, Junqueira e Carneiro , 13ª edição, Editora
Guanabara Koogan Ltda., 2017
15-Barabara J.Bain. A Beginner´s Guide to Blood Cells, John Wiley & Sons Ltd, 2017
16-http://perspetivas.pt/wp-content/uploads/2017/11/Anemia.pdf
17-www.awgp.pt
OBRIGADA PELA ATENÇÃO

Dra. Delminda Simões

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