Encerramento de Projeto e Responsabilidade Social
Encerramento de Projeto e Responsabilidade Social
Encerramento de Projeto e Responsabilidade Social
Responsabilidade Social
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação................................................................................................................................... 4
Introdução...................................................................................................................................... 7
Unidade i
Encerramento do Projeto.............................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
Caracterização do Encerramento do Projeto.............................................................. 9
Capítulo 2
Obtenção do Aceite Formal do Produto e do Projeto................................................ 12
Capítulo 3
Encerramento Financeiro, Contratual e Administrativo do Projeto.......................... 14
Capítulo 4
Avaliação da Satisfação do Cliente e Documentação das Lições Aprendidas.......... 16
Unidade iI
Responsabilidade Profissional e Social ....................................................................................... 20
Capítulo 1
Conflitos de Interesses..................................................................................................... 20
Capítulo 2
Ética ................................................................................................................................... 23
Capítulo 3
Relacionamento Político ................................................................................................ 25
Referências..................................................................................................................................... 27
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
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Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
Depois de um longo caminhar, o projeto chega a seu termo. A despeito de as questões tratadas
nesta apostila se endereçarem mais ao final do projeto como um todo, o conceito de encerramento
aplica-se também a atividades intermediárias que, para prosseguimento da execução, devem ser
concluídas e aceitas pelo membro da equipe que se encontra no elo seguinte da cadeia que forma
um projeto.
Por valorizar a importância do trabalho de uma equipe coesa, motivada, respeitadora de normas e
princípios, a Coordenação houve por bem tratar da Ética, ainda que sumariamente, uma vez que
foge ao escopo deste curso de metodologia simplificada. Ela entende que a observância de princípios
éticos, obtida pela compreensão e o desenvolvimento da inteligência emocional e social, forma um
conjunto de conhecimentos de grande valor para o gerenciamento de projetos, por propiciar a
excelência dos resultados e, portanto, um diferencial competitivo para a equipe.
Neste final, Coordenadores e Professores esperam que o conhecimento dos últimos temas pertinentes
ao Gerenciamento de Projetos possam fechar não um círculo, mas uma espiral de conhecimento que
leve os estudantes aos píncaros da profissão.
Objetivos
»» Aprofundar os conhecimentos teóricos sobre Encerramento do projeto e
Responsabilidade Social.
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Encerramento do Unidade i
Projeto
CAPÍTULO 1
Caracterização do encerramento
do projeto
Desde o início deste curso, foi bastante frisada a necessidade de se elaborar os artefatos com
diligência, pois eles são as ferramentas que garantem boa parte do êxito do projeto. Implícito nesses
documentos, encontra-se um princípio de grande peso e significado em Gerenciamento de Projetos:
a formalidade. Ser formal é proceder de certa maneira predefinida ou obrigatória para que atos
praticados sejam válidos, tenham aceitação ou cumpram seus objetivos satisfatoriamente. Ainda
que seja um Grupo de Processos ao qual muitos gerentes não atribuem a devida importância, a
caracterização do encerramento de projetos dá-se, também, pela observância da formalidade.
De acordo com o PMBOK, o Grupo de Processos de Encerramento tem por objetivo verificar se
todas as atividades ou fases de todos os Grupos anteriores foram devidamente concluídas e, por
consequência, habilitar a entrega do produto. Assim, os processos deste Grupo começam a ser
executados no momento intermediário entre o planejamento e a execução. Concluir a elaboração
de um artefato do planejamento, ainda que se saiba que pode ser alterado, é, por exemplo,
encerrar uma atividade. O bom gerente é aquele que planeja pensando na aceitação. Conclusão
falha, portanto, é considerar que o encerramento acontece apenas no final do projeto. Nas fases
intermediárias, quando um membro transfere a outro um produto parcial a ser trabalhado no
momento seguinte, esse produto, para ser entrada, deve ser aceito, após encerradas as atividades
que o produziram. Ou seja, há uma sucessão de atos na linha do tempo: conclusão das atividades
e, depois, o encerramento formal.
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UNIDADE I │ ENCERRAMENTO DO PROJETO
Figura 01 – Como exemplo, segue um resumo de alto nível das interações entre os grupos de processos da
iniciação ao encerramento.
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Encerramento do Projeto │ UNIDADE I
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Capítulo 2
Obtenção do aceite formal do produto
e do projeto
Inicialmente, há de se fazer uma distinção entre produto e projeto. Como certo, sabe-se que um
projeto tem por objetivo entregar um produto ou serviço nos moldes acordados com o cliente
ou patrocinador. Para compreensão didática, aqui, considera-se produto, no entanto, como uma
entrega intermediária produzida nas várias fases do projeto e que funciona como entrada para
outro processo. Incidindo o princípio da formalidade, que diz respeito à formalização dos atos e dos
termos do processo, os quais devem assumir a forma escrita, essas entregas também necessitam ser
devidamente concluídas e aceitas.
Pode-se ver um projeto como uma corrente de atos em que um elo se fecha tendo dentro de si parte
de outro elo, em uma sucessão finita. Nessa visualização, é possível compreender que a segurança de
um elo, e portanto de toda a cadeia, só é alcançada se o anterior se fechar devidamente, ou cumprir
todos os requisitos necessários. Assim ocorre no gerenciamento de projetos.
O exemplo do projeto de fabricação de novo medicamento, citado em outro Caderno de Estudos, ilustra
claramente o que significam fases de um projeto, seu encerramento e sua aceitação. Normalmente,
as empresas farmacêuticas empreendem a pesquisa de mercado, a pesquisa do princípio ativo, os
testes e a fabricação seguida do marketing, caso tenham obtido êxito na efetividade do elemento
químico na cura da doença. Essas são verdadeiramente fases de um projeto, cada uma considerada
como um subprojeto, ou mesmo um projeto, se assim se desejar. Na prática diária do gerenciamento
de projetos, diz-se que o projeto está na fase de planejamento ou de execução apenas por questão de
conveniência linguística ou de discurso, consagrada pelo uso, porém tecnicamente incorreta. Que o
estudante tenha claro em mente a distinção.
No exemplo em comento, a indústria não vai de uma fase a outra sem que a anterior tenha sido
encerrada, ou seja, sem suas atividades devidamente concluídas e o aceite formalmente dado. Caso
a pesquisa mercadológica indique de que há espaço para novo medicamento, o projeto é levado
adiante. Veja-se que uma pesquisa formal é desenvolvida e que suas conclusões chegam à mesa
do presidente da indústria por meio de relatório conclusivo. Este as aceita e dá o aval para a fase
seguinte, se considerar pertinente na condução administrativa da empresa.
Apurando-se o olhar sobre esse subprojeto, vê-se que uma das atividades ou dos pacotes de trabalho,
possivelmente o último, dessa primeira fase é o tratamento de dados e que a elaboração do relatório
final só pode ser iniciada se cada pesquisador de campo apresentar seus dados, após concluídas as
entrevistas. Os dados são a entrada para o relatório, e o redator não pode dar o aceite se verificar, por
exemplo, a pesquisa era nacional, faltavam informações de determinada região e os dados faltantes
são-lhe imprescindíveis. Infere-se, assim, que a conclusão das atividades cabe ao membro da equipe
que faz a entrega (do produto) e que o aceite é daquele que a recebe. A checagem deve ser procedida
pelos dois, e mesmo pelo gerente, o que significa monitorar e controlar. Acaso inaceitável a entrega,
os processos de controle devem incidir para colocar o projeto nos eixos traçados.
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Encerramento do Projeto │ UNIDADE I
Quando o empreendimento chega a seu termo, a equipe expõe o seu trabalho e busca, por fim, o
aceite do projeto como um todo. Ainda que não tenha sido o executor, o gerente é responsável pelo
fechamento de todas as atividades, de todos os processos de todos os Grupos, alguns dos quais ainda
restam a ser tratados logo abaixo. É lavrado o artefato Aceite do Produto e se encerra o contrato, se
for o caso. Alguns estudiosos mencionam a necessidade de auditoria independente, sobretudo em
projetos do governo, cioso do resguardo da coisa pública, ou de grandes projetos. Assim disporá
o contrato se as partes entenderem. A assinatura do cliente é prova, a princípio, de que ele está
satisfeito e um dos instrumentos de garantia jurídica para o gerente.
O meio pelo qual o aceite é dado depende das características do projeto. Quanto mais importante,
mais formal o aceite, mesmo nas fases intermediárias. Uma vez que a comunicação é apanágio do
Gerenciamento de Projetos e um dos elementos mais importantes para seu êxito, em projetos mais
simples também não se declina de certa formalidade. Um telefonema, uma mensagem eletrônica, a
palavra do gerente servem de feedback, não valendo o aforismo de que “quem cala consente”. Para
o final do projeto, é necessário confirmação no artefato Aceite do Produto.
Aceite Formal
on-line
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Capítulo 3
Encerramento financeiro, contratual e
administrativo do projeto
A obtenção da assinatura no Aceite do Produto não encerra de uma vez por todas o projeto. Como
uma sucessão de atos encadeados, um projeto tem vida; seu desenvolvimento cria amarras que não
podem permanecer ativas, mesmo em organizações que não têm sua forma e política administrativas
centradas nesse tipo de gerenciamento, ou seja, as organizações funcionais e também as matriciais.
Nas organizações projetizadas, a finalização completa é mais exigida. Três aspectos ou facetas do
projeto ainda precisam de tratamento: o fechamento de contas, a rescisão contratual por atendimento
de seu objeto e, por fim, as questões administrativas remanescentes.
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Encerramento do Projeto │ UNIDADE I
O encerramento formal do contrato que deu ensejo ao projeto, quando esse for o caso, por qualquer
que seja a razão, é uma necessidade para a segurança jurídica das partes. Como salientado alhures,
nem todos os projetos necessariamente logram o êxito esperado. Mas nem diante do conhecimento
geral da derrocada do projeto, declina-se de sua conclusão formal. Nessa situação, não cabe o
artefato Aceite do Produto, logicamente porque o produto não existe, e, assim, um documento com
validade legal dispondo sobre os motivos do encerramento deve ser elaborado para término jurídico
do empreendimento e liberação da responsabilidade da equipe do projeto.
Por outro lado, nas situações em que o produto satisfaz o cliente e ele o aceita, sua firma no artefato
correspondente, após a conferência contábil, é a garantia de que o contrato deve ser rescindido
por ter atingido o seu objeto. O Aceite do Produto, neste caso, é o termo válido cuja cópia deve ser
anexada ao contrato.
A natureza do projeto impõe necessidades que podem não ser as mesmas de outro projeto a ser
desenvolvido futuramente na organização. É o caso, por exemplo, da construção ou aluguel de
instalações, de meios de comunicação, de serviços de apoio, os quais precisam ser desfeitos ao final.
Contratos relativos a esses aspectos também necessitam ser administrados e formalmente encerrados.
É possível, ainda, a existência de estoques remanescentes, inúteis em novo empreendimento e, dessa
forma, geradores de custos de manutenção. Entregue o produto e, em contrapartida, assinado o
aceite formal, ao cliente não interessam esses resquícios administrativos. A a resolução final impõe-
se, por conseguinte, como responsabilidade do gerente.
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Capítulo 4
Avaliação da satisfação do cliente e
documentação das lições aprendidas
(Mark Rutherford)
“Aquele que conhece outros homens é perspicaz; aquele que conhece a si próprio
é inteligente. Aquele que domina outros homens é forte; aquele que domina a si
mesmo é poderoso.”
Essa digressão serve para demonstrar que o Gerenciamento de Projetos é uma atividade que
também se aperfeiçoa pela reflexão, pelo autoconhecimento, da mesma forma que ocorre na vida
pessoal. Uma diferença é que a reflexão sobre os caminhos percorridos pela equipe, a sondagem
da satisfação do cliente e a documentação das percepções e experiências é uma exigência para o
gerente de projetos e sua equipe depois de encerrado um empreendimento.
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Encerramento do Projeto │ UNIDADE I
Perquirir o que o cliente o patrocinador pensam sobre o projeto concluído, fazê-los cotejar
as expectativas iniciais com o resultado apresentado ensinam muito sobre como conduzir um
projeto. Casos ocorrem em que eles assinam o aceite de produto, sem que estejam verdadeiramente
satisfeitos. A reflexão cabível para a equipe é porque não satisfizeram o esperado, e com
isso aprender.
Normalmente, faz-se uma reunião com todas as pessoas que possam apresentar lições ou
feedbacks. Embora por mais difícil que pareça, a presença do cliente ou do patrocinador é de
grande riqueza. Mas um gerente experiente tem desenvolvida a habilidade de extrair de seus
clientes lições a partir não de uma abordagem direta formal, mas pela leitura de comportamento
e de discurso realizada em vários momentos. Como não existem regras predefinidas, a natureza
do projeto pode dispor sobre a forma como as discussões serão feitas: abordando-se cada
área de conhecimento separadamente ou debate aberto segundo a manifestação espontânea
das pessoas.
As lições aprendidas no Gerenciamento de Projetos podem ser de toda ordem, caso a equipe tenha
mais ou menos desenvolvida a habilidade da percepção. Exemplos: melhor contratar um advogado
para redigir um contrato, do que incorrer no risco de questionamento judicial de cláusulas obscuras
de um instrumento redigido sem conhecimento dos meandros legais; não se inicia um projeto
sem que membros designados para tarefas especiais estejam treinados; ou, ainda, em projetos
governamentais, não se inicia uma obra com licitação parcialmente inconclusa.
Uma palavra há que ser dita a respeito de normas internas da organização. Muitos órgãos têm seus
manuais de padrão, seus regimentos e regulamentos internos, muitas vezes, imbuídos na história
da instituição ou empresa. Em alguns casos, são normas tipo ISO já devidamente implantadas
e satisfatoriamente operando ou normas obrigatórias tipo ABNT. Ainda que se trate mais de
temática condizente com a execução dos projetos, porque normas internas de procedimento
podem funcionar como empecilho ao desenvolvimento das atividades, é necessária uma reflexão
final sobre a obediência a padrões internos, a maneiras padronizadas de se proceder em uma
organização. Um projeto não é perfeitamente exitoso se alcançou os resultados esperados com
uma “guerra administrativa”. Se assim ocorrer, mina-se de certa forma a aceitação futura do
desenvolvimento de projetos nos moldes em estudo e possivelmente desgastará a equipe e, em
especial, a figura do gerente.
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UNIDADE I │ ENCERRAMENTO DO PROJETO
Senge, Peter. A Quinta Disciplina – arte e prática da organização que aprende. Rio
de Janeiro: Best Seller, 2009.
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Encerramento do Projeto │ UNIDADE I
De acordo com a frase lapidar citada por Ed Land, fundador e presidente da Polaroid por anos, “Um
erro é um evento cujo benefício ainda não se transformou em vantagem.”
Este é o grande valor de se aprender com a vivência, ainda que sejam experiências infelizes.
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Responsabilidade
Profissional e Unidade iI
Social
Capítulo 1
Conflitos de interesses
A breve discussão que se propõe agora nem é tanto sobre as atribuições e as responsabilidades do
gerente em selecionar membros da equipe que se comprometam em tornar o grupo coeso, motivado,
treinado com vistas a resultados ótimos para o projeto. Já se sabe que dos gerentes são esperadas,
prosaicamente, capacidades de super-homem ou de mulher maravilha, tamanha é a carga de
responsabilidade em planejar, orientar a execução, controlar mil tarefas e, ao final, conseguir do
cliente, mais do que a valiosa assinatura no artefato do Aceite do Produto, a satisfação que resvala
para o domínio da subjetividade. O enfoque, agora, é que o gerente também é um indivíduo que
busca sua satisfação pessoal.
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Responsabilidade Profissional e Social │ UNIDADE II
traços do ser humano; ele é deletério, todavia, quando se torna a única força motriz do indivíduo
no grupo.
O cerne desta discussão é o conflito entre o interesse da equipe, isto é, planejar e desenvolver o
projeto de modo a obter os resultados esperados pelo cliente ou patrocinador, e o interesse
individual. Como membro da equipe, o gerente pode valorizar muito mais o brilho individual que
os verdadeiros objetivos do projeto, por exemplo. Por outro lado, um membro pode querer, por
infelicidade, que o gerente incorra em erros e riscos graves, para ocupar-lhe o cargo em caso de
destituição. Como dito acima, um membro é capaz de atrasar a conclusão de uma atividade e,
portanto do projeto, para garantir-se mais tempo empregado, tendo em vista a dissolução da equipe
após o encerramento. Toda sorte de avareza humana não é alheia ao gerenciamento de projetos,
como, de resto, em qualquer domínio da vida.
Tendo em mente a grande importância do trabalho em equipe, são listadas algumas dicas do que
precisa ser feito para ter uma equipe eficaz.
21
UNIDADE II │ RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL E SOCIAL
Essas questões precisam ser gerenciadas. Porém, como são mais atinentes à responsabilidade
individual para consigo mesmo, o objetivo aqui é apenas de despertar o questionamento dos
estudantes sobre a temática. O que se propõe, ainda, é o aprofundamento do conhecimento sobre
inteligência emocional e social, por se considerar que se trata de algo cuja aplicação prática é de
grande valor. É pertinente, agora, retomar o pensamento de Daniel Goleman (2001, p.43), no
sentido de que
A título de comentário, a meta distante pode ser o objetivo comum de todos no projeto, desvirtuado,
no entanto, por conta de emoções que não são as de entusiasmo e prazer mencionadas pelo autor.
Pertinente, ainda, citar Karl Albrecht (2006, p.15) discorrendo sobre a inteligência social, a qual
caracteriza como “uma combinação entre uma compreensão básica das pessoas – uma espécie de
consciência social estratégica – e um conjunto de técnicas para bem interagir com elas” e a descreve
como “...a habilidade de se relacionar com as outras pessoas e conseguir que elas cooperem com
você.” Prossegue o autor dispondo que
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Capítulo 2
Ética
Juntamente com a importância das questões expendidas sobre o conflito entre interesses comuns
e individuais, está a temática dos princípios éticos a inspirar os membros de uma equipe de
gerenciamento de projetos.
Nos dias de hoje, as questões éticas parecem não ter a importância prática que os filósofos vêm
defendendo há séculos. Talvez seja um desafio de nossa época alinhar a competividade que se
verifica em todas as áreas com os princípios éticos.
O homem é o único ser dotado de razão, de capacidade de agir livremente e de lutar contra o
instinto. Evitando a tese filosófica de que a sociedade é uma guerra de todos contra todos, ele pôde
criar valores transcendentais, como a Verdade, a Justiça, a Liberdade, a Virtude, o Bem individual
e coletivo, o respeito ao Outro e à Lei, entre outros, cuja observância está ligada à construção da
Ética. Em sua práxis, ou agir, ao homem é requisitado obedecer a esses comandos, de modo a tornar
a sociedade melhor. E não basta apenas não prejudicar, tem-se de trabalhar pelo bem comum, pelo
interesse de outrem, declinado da busca de objetivos tão somente individuais.
As questões éticas, embora filosóficas, têm grande aplicabilidade na gestão de projetos, ou pelo
menos deveriam ter. A primazia da Razão sobre as emoções instintivas (inteligência emocional), o
princípio dos fins coletivos ou do Bem coletivo – consubstanciado nos objetivos do projeto – devem
nortear todo o gerenciamento, o que requer a solução, tanto na esfera individual quanto na coletiva,
dos conflitos de interesses acima tratados. O respeito aos contratos, que é lei entre as partes,
corresponde ao respeito à Lei. Este deve se estender a todas as normas internas da organização e
também a outras que emergem com a especificidade do projeto, ou seja, respeito aos códigos legais,
técnicos ou de profissão. A Verdade está, por exemplo, em se reportar os fatos tal como ocorreram
em se prestar as informações verdadeiras, ainda que infelizes. A Justiça, em dar a cada um o que é
seu, segundo o consagrado aforismo filosófico. O respeito ao Outro é primado da ética dos direitos
humanos, que vê cada pessoa como um fim em si mesmo, e não como um meio para se alcançar
um objetivo – princípio importantíssimo para a inteligência social não só do gerente, mas de todos
os membros da equipe. Para discorrer sobre a Virtude, por fim, a um dos mestres, André Comte-
Sponville (1995, p.8-9), é dada agora a palavra:
Se todo ser possui seu poder específico, em que excele ou pode exceler (assim,
uma faca excelente, um remédio excelente...) perguntemo-nos qual é a
excelência própria do homem. Aristóteles respondia que é o que o distingue dos
animais, ou seja, a vida racional. Mas a razão não basta: também é necessário
o desejo, a educação, o hábito, a memória... O desejo de um homem não é o
de um cavalo, nem os desejos de um homem educado são os de um selvagem
ou de um ignorante. Toda virtude é, pois, histórica, como toda humanidade,
e ambas, no homem virtuoso, sempre coincidem: a virtude de um homem é o
que o faz humano, ou antes, é o poder específico que tem o homem de afirmar
23
UNIDADE II │ RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL E SOCIAL
sua excelência própria, isto é, sua humanidade. (...) A virtude ocorre, assim,
no cruzamento da hominização (como fato biológico) e da humanização (como
exigência cultural); é nossa maneira de ser e agir humanamente, isto é (já que
a humanidade, nesse sentido, é um valor), nossa capacidade de agir bem.
Em todos os sentidos, talvez seja este o grande propósito de todos os projetos: a excelência.
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Capítulo 3
Relacionamento político
A forma como o poder é exercido se reflete no comportamento das pessoas, que respondem com as
seguintes atitudes em relação à visão da organização, às metas, aos objetivos.
»» Participação: a pessoa “faz parte”, mas procura criar e realizar apenas o possível,
“o que der”.
»» Obediência relutante: não enxerga os objetivos, mas também não quer perder o
emprego e, por isso, trabalha.
»» Desobediência: não se interessa por objetivos e ainda se recusa a fazer o que lhe
compete. Não trabalha.
Todos esses comportamentos ocorrem em nível micro e macro na organização, o que significa
que são passíveis de serem vistos no seio da equipe do projeto. E como lidar com a apatia, por
exemplo, de uma pessoa “mandada” para compor a equipe? Não há respostas “didáticas” a
serem prestadas. Senge (2009), para construir seu pensamento a respeito das organizações que
aprendem, discorre sobre domínio pessoal, que é uma capacidade de pensar a si próprio e a seus
objetivos na vida. Segundo ele, as pessoas com domínio pessoal se comprometem mais, tomam
mais iniciativas, aprendem mais, têm mais responsabilidade pelo trabalho. Nesse sentido, as
relações de poder não deixam de ser menos importantes. No entanto, o poder precisa ser pensado
pelas duas óticas: a dos líderes e a dos liderados, em um exercício de autorreflexão que não é fácil de
ser realizado.
25
UNIDADE II │ RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL E SOCIAL
Transposta para o ambiente do projeto, essa questão é bastante relevante. Qual é o tipo de liderança
do gerente ou do patrocinador? Que tipo de poder deve ser exercido? O tipo deve variar segundo o
momento? Qual o perfil comportamental de cada membro da equipe? No fim, qual é a atmosfera
que se cria? Em verdade, a organização é o reflexo das pessoas que nela trabalham.
O estudante, futuro gerente de projetos, precisa refletir sobre essa temática, aqui sumariamente
colocada, porquanto é certo que enfrentará o poder, exercendo-o ou a ele se submetendo. Recordando
a documentação das lições aprendidas acima constante, ainda que em um exercício fictício, tudo
parecia indicar que o levantamento mais aprofundado de palavras-chave era alargamento do
escopo. Porém, o gerente teve de se submeter a uma relação que era de poder. Ele obedeceu porque,
dominando-se pessalmente, reconheceu sua falha em não ter documentado corretamente o escopo
do projeto.
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Referências
ALBRECHT, Karl. Inteligência Social – A nova ciência do sucesso. São Paulo: M. Books, 2006,
p. 15.
COMTE-SPONVILLE, André. Pequeno tratado das grandes virtudes. São Paulo: Martins
Fontes, 2009. p. 8/9.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 29.ed. São Paulo:
Paz e Terra, 2004.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional – A teoria revolucionária que redefine o que é ser
inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 93.
HELDMAN, Kim. Gerência de Projetos: guia para o exame oficial do PMI. 2.ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005.
_____. Gerência de Projetos; fundamentos: um guia prático para quem quer certificação em
gerência de projetos. 4.ed.Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
MICHELETTI, Camila. Trabalho em equipe: essencial para todas as empresas. Disponível em:
<http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/sucesso/equipe/050704-
trabalho_equipe.shtm>. Acesso em: 10 mar. 2010.
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Referências
SENGE, Peter. A Quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende. Rio de Janeiro:
Best Seller, 2009.
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