MAQO19112018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO – CE
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

NONÍLIA ALICE QUIRINO DE OLIVEIRA

INTERAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA NO PROCESSO DE


ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA: ANÁLISE DA REVISTA
BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

João Pessoa – PB
2018
NONÍLIA ALICE QUIRINO DE OLIVEIRA

INTERAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA NO PROCESSO DE


ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA: ANÁLISE DA REVISTA
BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


orientado pela professora Izaura Maria de
Andrade da Silva, apresentado ao Curso de
Pedagogia da Universidade Federal da
Paraíba, como requisito parcial para a
obtenção do grau de Licenciada em
Pedagogia.

João Pessoa – PB
2018
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção.”

Paulo Freire
Agradecimentos
"Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se
sonha juntos é o começo da realidade" (Dom Quixote).
São muitas as pessoas que junto comigo sonharam e tornaram esse
momento realidade, com palavras de apoio e incentivo.

Quero agradecer primeiramente à Deus, por me dar essa oportunidade e


oferecer condições para a realização dessa conquista

A minha família que esteve presente à sua maneira, me incentivando,


compreendendo minhas ausências e mudanças de humor. Em especial minha mãe
Cida, meu Pai Romildo e meu irmão Reinaldo.

Aos meus avós materno, Tereza e Severino, que estiveram sempre me


incentivando e muitas vezes fazendo esforços para que eu pudesse ter a educação
que não tiveram a oportunidade de ter.

A meu tio Remyson, pela preocupação diária, de como estava sendo meu
percurso enquanto Universitária.

Aos meus avós paterno, Maria do Socorro e Reinaldo, pelos os conselhos e


palavras de apoio. Por demostrarem o quanto se sentem orgulhosos por cada
conquista minha.

Ao meu namorado João Pedro, por cada gesto de motivação, por estar
presente nos momentos mais difíceis e felizes da minha vida. Por todas as vezes
que me aconselhou a não desistir dos meus sonhos, acreditando em meu potencial,
enquanto pessoa e profissional.

A minha orientadora Izaura Maria de Andrade da Silva, pela paciência e


disponibilidade para me orientar, com quem também pude aprender a ampliar meus
conhecimentos.
As minhas amigas, com quem pude contar em diferentes momentos,
demonstrando carinho, atenção, preocupação, me fazendo compreender o
verdadeiro sentido da amizade, em especial Suelene, Ligia e Heidd.

Aos colegas de turma, com quem pude trocar experiências e aprofundar


discussões.

Obrigada!
LISTAS DE QUADROS

QUADRO 1. COMO ESTABELER UMA RELAÇÃO HARMONIOSA ENTE A


ESCOLA E A FAMILIA...............................................................................................15

QUADRO 2. DADOS DA PESQUISA........................................................................35


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
2 A FAMÍLIA NA ESCOLA, UM PROCESSO EM
CONSTRUÇÃO..........................................................................................................14
2.1 A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMILIA E ESCOLA NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM.....................................................................................14
2.2 PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: ESCOLA E FAMILIA UNIDA......17
3 RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA: PARCERIA QUE DÁ CERTO.............19
3.1. A COMUNIDADE E A FAMÍLIA............................................................................21
3.2 A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO
INFANTIL....................................................................................................................22
4 INTERAGIR É PRECISO........................................................................................24
4.1 COLABORAÇÃO DE TODOS...............................................................................25
4.2 A IMPORTÂNCIA DA REUNIÃO .......................................................................... 26
5 PARADIGMAS ENCONTRADOS ENTRE PAIS E ESCOLA NO PROCESSO DE
INCLUSÃO.................................................................................................................27
5 .1 A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA .......................................................................................... 29
6 PERCURSO METODOLÓGICO ............................................................................. 33
7 ANÁLISE DOS ARTIGOS DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
SOBRE A INTERAÇÃO FAMILIA E ESCOLA NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM......................................................................................................35
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 41
REFERÊNCIA ........................................................................................................... 45
RESUMO

Este trabalho analisou como o tema “A Interação entre Escola e Família no Processo
de Ensino e Aprendizagem da criança”, foi abordado na Revista Brasileira de
Educação Especial durante os anos de 2007 a 2017. O estudo verificou na revista
por um período de dez anos, data de publicação, autoria, filiação institucional, objeto
de estudo e conclusões. No entanto, outras fontes de análise na coleta de dados
foram utilizadas para complementar a abordagem deste assunto. A metodologia
utilizada foi de caráter bibliográfico específico e de cunho qualitativo a qual
constatou que durante dez anos de publicações dos artigos da Revista Brasileira de
Educação Especial, apenas quatro artigos estiveram relacionados a família e a
escola. Além disso, os resultados revelam que a relação escola e família é de suma
importância, pois a família como espaço de orientação, da identidade de um
indivíduo deve promover juntamente com a escola uma parceria, a fim de contribuir
no desenvolvimento integral da criança e do adolescente. Sendo assim, o foco
principal dessa relação é favorecer uma participação que gere o compromisso da
família com a aprendizagem e o sucesso escolar das crianças da rede regular de
ensino, a participação da escola com a inserção curricular da família e da
comunidade. Essa parceria assegurará, em última instância, o pleno cumprimento da
função social da escola. Desse modo, nota-se que uma depende da outra na
tentativa de alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor futuro para o filho e
educando e, automaticamente, para toda sociedade.

Palavras-chave: Relação Família x Escola. Parceria colaborativa. Revista


Brasileira de Educação Especial.
ABSTRACT

This study analyzed how the theme "The Interaction between School and Family in
the Process of Teaching and Learning of the Child" was approached in the Brazilian
Journal of Special Education during the years 2007 to 2017. The study verified in the
magazine for a period of ten years , date of publication, authorship, institutional
affiliation, object of study and conclusions. However, other sources of analysis in the
data collection were used to complement the approach of this subject. The
methodology used was of a specific bibliographic character and of qualitative
character, which verified that during ten years of publications of the Brazilian Journal
of Special Education, only four articles were related to family and school. In addition,
the results show that the relationship between school and family is of paramount
importance, since the family as a guiding space, of the identity of an individual, must
promote a partnership with the school in order to contribute to the integral
development of the child and adolescent Therefore, the main focus of this
relationship is to favor a participation that generates the commitment of the family to
the learning and school success of the children in the regular school system, the
participation of the school with the curricular insertion of the family and the
community. This partnership will ultimately ensure full compliance with the school's
social function. In this way, it is noticed that one depends on the other in the attempt
to achieve the greater goal, that is, the better future for the child and educating and,
automatically, for every society.

Keywords: Relationship Family x School. Collaborative partnership. Brazilian


Journal of Special Education.
1 INTRODUÇÃO

Este trabalho teve por objetivo investigar de que forma o tema, a Interação
Família e Escola no Processo de Ensino e Aprendizagem da Criança, vem sendo
abordado e analisado nos artigos e pesquisas da Revista Brasileira de Educação
Especial, durante o período compreendido entre 2007 a 2017. Além disso, outras
pesquisas referentes a este contexto foram elaboradas, não só na perspectiva da
educação especial, mas articuladas no processo de ensino-aprendizagem de um
modo geral.
Muito se tem discutido, recentemente, acerca do processo de ensino e
aprendizagem, em decorrência deste assunto, foi de suma importância abordar o
tema “A Interação entre Escola e Família no Processo de Ensino e Aprendizagem da
Criança”, cuja análise trata-se de uma pesquisa bibliográfica e pesquisa qualitativa,
que envolve uma série de artigos publicados pela Revista Brasileira de Educação
Especial no período de dez anos sobre a parceria entre escola e família para o
processo de ensino e aprendizagem da criança com deficiência.
A Revista Brasileira de Educação Especial é uma publicação trimestral mantida
pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial – ABPEE, criada
em 1993. É de grande referência nacional na divulgação das pesquisas na área de
Educação Especial. Além disso, publicam artigos originais principalmente de
pesquisa, abrindo espaço para ensaios, artigos de revisão e resenhas.
Dentro desse panorama de discussão, pretende-se visar à família e a
importância de sua participação, focalizando o interesse pelo desenvolvimento
escolar da criança e adolescente com deficiência. Sendo assim, o objetivo principal
da educação hoje é favorecer uma participação que gere compromisso da família
com a aprendizagem e o desenvolvimento escolar de seus filhos.

O papel da família e da escola no que se refere ao processo educativo dos


alunos com necessidades especiais são de importância para Educação e
deve garantir que a aprendizagem dos alunos especiais aconteça de forma
ética, democrática e cidadã. (SILVA, 2010, p. 22).

A escolha por este contexto deve-se ao fato de que, existe uma problemática
envolvendo a ausência dos pais na escola.

E mesmo sendo um tema explorado por diversos pesquisadores, percebe-


se que tal problemática envolve não só a família, mas todos os segmentos

11
da escola, isto é, alunos, pais/ responsáveis, professores, gestores, o
próprio coordenador pedagógico e demais profissionais envolvidos com a
comunidade escolar. (RÉGIA, 2004 p.45).

Embora o foco principal desse estudo esteja correlacionado a Revista de


Brasileira de Educação Especial, as demais fontes de pesquisa estão a
complementar o estudo como um todo.
A família e a escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano, é
marco de referência existencial. Quanto maior for à parceria, para que haja uma
participação, desta forma será mais fácil resolver todos os problemas que podem
impedir o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.
Acredita-se, que a construção dessa parceria deve partir dos professores,
visando que a família esteja cada vez mais preparada para ajudá-los. Entretanto,
muitas famílias sentem-se impotentes ao receberem, em suas mãos as dificuldades
de seus filhos, por não se sentirem preparadas para isso. Diante disso, é necessária
uma conscientização muito grande para que todos se sintam envolvidos neste
processo constantemente de educar os filhos. A sociedade inteira é responsável
pela educação destes jovens, desta geração.
As crianças, os jovens, precisam sentir que fazem parte de uma família.
Sabe-se que a família é a base para qualquer ser, não se refere aqui somente
família de sangue, mas também famílias construídas através de laços de afeto.
A necessidade de se construir uma relação entre escola e família, deve ser
para planejar, estabelecer compromissos e acordos mínimos, para que o educando
tenha uma educação com qualidade tanto em casa quanto na escola. E para isso,
ao analisar a importância dessa relação, através de várias pesquisas realizadas,
este estudo vem a descrever: O que é preciso fazer para que haja uma parceria
entre a família e a escola?
Ao buscar conhecer as famílias das crianças com deficiência é imprescindível
à obtenção de informações do maior número possível de familiares, não se
restringindo apenas as informações fornecidas pela mãe que, em geral, tem sido a
única envolvida nos atendimentos familiares e nas pesquisas sobre a família.
(DESSEN, CERQUEIRA-SILVA, 2008).
Esta não é uma tarefa fácil, mas não impossível, pois ter uma educação de
qualidade com o apoio das famílias e comunidade é um sonho, que para virar

12
realidade é preciso agir. “Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem, a
cooperação é fundamental.” (FREINET apud ACKER, 2000).

OBJETIVO GERAL

 Investigar de que forma o tema, a Interação Família e Escola no Processo de


Ensino e Aprendizagem da Criança, vem sendo abordado e analisado nos
artigos e pesquisas da Revista Brasileira de Educação Especial, durante o
período compreendido entre 2007 a 2017.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Conhecer o papel da família e da escola e como essa parceria pode ajudar


alunos com deficiência;
 Evidenciar a importância da interação família e escola na vida educacional da
criança;
 Identificar como a parceria colaborativa, vem a contribuir no processo de
ensino e aprendizagem;
 Analisar as relações entre pais e professores de alunos com deficiência.

13
2 A FAMÍLIA NA ESCOLA, UM PROCESSO EM CONSTRUÇÃO

2.1 A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO


PEDAGÓGICO

Tradicionalmente a família tem sido apontada como parte fundamental do


sucesso ou fracasso escolar. Família, no sentido mais amplo, é um conjunto de
pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se
complementarem. É através dessa relação que as famílias podem se tornar mais
harmoniosas, aprendendo a viver o jogo da afetividade de modo mais adequado.
Percebe-se que muito tem sido transferido da família para escola, funções
que eram das famílias: educação sexual, definição política, formação religiosa, entre
outros. Com isso a escola vai abandonando seu foco e a família perde função. Além
disso, a escola não deve ser só um lugar de aprendizagem, mas também um campo
de ação no qual haverá continuidade da vida afetiva.
A busca de uma harmonia entre a família e a escola deve fazer parte de
qualquer trabalho educativo, que tem como foco a formação do indivíduo. Pensar em
uma educação de qualidade é preciso ter em mente que a família esteja presente na
vida escolar de todos os alunos em todos os sentidos. É preciso uma interação entre
família e escola.
Nesse sentido, a família e a escola possuem uma grande tarefa, pois nelas é
que se formam os primeiros grupos sociais de uma criança. Entretanto, a escola
deve sempre envolver a família dos educandos em atividades escolares, não só para
falar dos problemas que envolvem a família atualmente, mas para ouvi-los e tentar
engajá-los em algum movimento realizado pela escola como: projetos, festas,
desfiles escolares, entre outros.
Nessa perspectiva, a escola por sua maior aproximação as famílias, constitui-
se em instituição social importante na busca de mecanismos que favoreça um
trabalho avançado em favor de uma atuação que mobilize os integrantes tanto da
escola, quanto da família, em direção a uma maior capacidade de dar respostas aos
desafios que impõem a essa sociedade. Como diz Paro (1997, p.30):

A escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais, para


passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e
também sobre as questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir

14
comprometida com a melhoria da qualidade escolar e com o
desenvolvimento de seu filho como ser humano.

Através dos estudos realizados, pretende-se buscar possíveis respostas para


a relação família e escola, com a formação da consciência crítica. Será questionado,
entretanto, que uma depende da outra na tentativa de alcançar o objetivo, seja este,
o melhor futuro para a criança, educando-a para a sociedade.
Apesar de haver alguns estudos e pesquisas relacionados a essa questão,
inicialmente, pode-se dizer que há uma necessidade da escola estar em perfeita
sintonia com a família. A escola é uma instituição que completa a família e juntas se
tornam responsáveis para o desenvolvimento educativo do indivíduo. A família deve
integrar-se aos projetos da escola, desde o início e inserir-se no cotidiano escolar.
Ela não pode ser um elemento introduzido depois que tudo já estiver funcionando.
Para que se tenha sucesso nesta integração Escola e Família, serão
apresentadas algumas atitudes e/ou sugestões, que possivelmente podem favorecer
o sucesso dos filhos e o bom relacionamento da escola com a família.

QUADRO 1

COMO ESTABELECER UMA RELAÇÃO HARMONIOSA ENTRE A ESCOLA E A


FAMILIA

FAMÍLIA ESCOLA (Núcleo Gestor e Corpo


Docente)

 Falar sempre bem da escola para  Tente conhecer o entorno da escola e


criar uma expectativa positiva em família dos alunos;
relação aos estudos;  Aceite as diferentes formas de arranjos
 Deseje coisas boas ao seu filho familiares, sem fazer críticas;
quando estiver de saída para a  Não julgue certas atitudes dos alunos,
aula e converse com ele quando mas divulgue alternativas;
voltar;  Propiciar aos pais momentos de
 Converse com o professor palestras, encontros e confraternização;
regularmente, participe  Acolha os pais com atenção e receba-os
ativamente do cotidiano de seu bem;
filho;  Converse sobre as conquistas dos alunos
 Não espere ser chamado para ir e não só sobre as dificuldades;

15
à escola e mantenha um bom  Peça apoio e incentivo da família;
relacionamento com todos os  Realizar encontros com pais e
professores; professores, bimestralmente;
 Reforce a autoestima e a  Esteja aberto a críticas e sugestões.
autoconfiança de seu filho;
 Compartilhe com a escola sem
omitir fatos nem julgar atitudes de
seu filho quando estiver com
problemas.
Fonte: Autoria própria

Essas sugestões, juntamente com a atual situação da escola e seus alunos,


problemas como inclusão da criança com deficiência, indisciplina, dificuldades de
aprendizagens, vandalismos, são situações que podem ser corrigidas se a escola e
família trabalharem juntas. Em muitos casos, a família e a escola jogam a
responsabilidade uma para a outra, professores atribuem a culpa dos problemas aos
pais que não cumprem suas obrigações de educar, mandam seus filhos para escola,
mas não ajudam e nem participam de sua vida escolar. Por sua vez, as famílias
culpam os professores que são despreparados e a gestão escolar que não faz o
necessário para melhorar a situação.
Com toda essa importância e porcentagem de responsabilidade na formação
do indivíduo que é dada aos responsáveis por educá-los, a necessidade da boa
relação deles com o ambiente escolar se torna praticamente indiscutível para obter o
sucesso na aprendizagem. Ao mesmo tempo em que esse estreitamento é
necessário, é importante que não seja colocada na escola toda a responsabilidade
de agir como se fosse a própria família da criança.
O papel da escola é outro, e para isso, ela precisa ter autonomia em resolver
seus problemas e impor suas regras. A família surge no ambiente escolar como uma
aliada em busca da aprendizagem. Para isso, a comunicação direta com os
responsáveis, o fornecimento de informações relevantes, as reuniões e
demonstrações de práticas pedagógicas para que eles conheçam e participem são
essenciais. Tudo isso deixando claro para a família que a escola não é a única
responsável pela educação da criança e sim colabora com uma parcela significativa
desse processo.

16
2.2 PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: ESCOLA E FAMÍLIA UNIDAS

Em uma educação centralizada em forma de caráter moral das pessoas, fica


claro que a família desempenha um papel muito importante, os pais são os principais
responsáveis pela educação dos seus filhos. Como linhas paralelas, a escola e a
família devem caminhar unidas. A escola exercendo seu papel para a formação
intelectual do indivíduo e a família na formação moral em busca de um único
propósito, “o de formar pessoas para vida”.
A família é considerada uma instituição responsável por promover a educação
dos filhos e influenciar o comportamento dos mesmos no meio social. A escola, por
sua vez, que se unir com a instituição familiar terá mais chances de oferecer com
mais qualidade o seu trabalho pedagógico.
O acesso à educação formal e informal são tarefas das duas, que trabalhando
juntas poderão ter mais sucesso. No momento em que as duas se unirem, muitos
dos problemas enfrentados pela escola poderão ser superados. Para que isso
aconteça, os pais devem participar do cotidiano escolar dos filhos, os mesmos
devem comprometer-se com a escola dando condições ao educando de que estão
sendo amparados.
Dessa maneira, a criança, o jovem, passa a dar valor à escola e ao seu
professor, pois sabe da importância do seu sucesso educacional para seus pais. A
escola por sua vez, precisa do amparo familiar, reunir os pais e seus alunos,
estimulando e aproveitando as iniciativas dos pais a favor da educação.
A escola como detentora do conhecimento científico deve fornecer e
promover nessa relação, todo seu cabedal de conhecimento de forma que esse
esforço leve em consideração os aspectos particulares da situação social e cultural
hora vigente, e que influenciam de forma decisiva o equilíbrio familiar (Jardim, 2006).

Por sua vez as famílias, responsáveis pelo desenvolvimento social e


psicológico de seus filhos, devem buscar a interação com a escola,
promovendo, questionando, sugerindo e interagindo de forma a fornecer
elementos que através de discussões e ampla comunicação com os
educadores promovam as iniciativas que vão de encontro às necessidades
dos educandos. (PIAGET, 1972 apud JARDIM, 2006, p.50).

Sendo assim, a relação família e escola deve partir da própria escola, porque
a maioria dos pais tem pouco conhecimento e até mesmo nenhum conhecimento

17
das características do desenvolvimento cognitivo, psíquico e motor da criança e
muito menos como acontece a aprendizagem, por isso fica tão difícil participar da
vida escolar dos filhos.
Portanto, o papel que a escola desempenha na construção dessa parceria é
de suma importância, pois cabe a ela levar em consideração as necessidades da
família interagindo com vivencias e situações que favoreçam a participação ativa da
família na escola. Vale salientar que, a escola e a família devem se unir e dessa
forma entender o que é família, o que é escola, e como ambas eram vistas
antigamente e como se apresentam nos dias de hoje.
Atualmente a escola busca o apoio da comunidade, permitindo sua presença
para que reflita positivamente trazendo benefícios. Por outro lado, a família precisa
mudar a visão de que a escola é um ambiente formal, que só serve para deixar os
filhos e pegá-los depois.
Conforme as mudanças vivenciadas pela a escola, é necessária também a
mudança dos pais, procurando conhecer melhor os profissionais que atuam na
instituição e também conhecer outros pais, pois desta forma, contribui positivamente,
trazendo benefícios qualitativos para o ensino.
As reuniões de pais para a entrega de boletim escolar e para tratar da
conduta dos seus filhos, pode ser uma forma com que a escola deve solicitar a
colaboração dos pais na tarefa de ensinar.

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois,


muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba
resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real
dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações
profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um
interesse pelas coisas da escola, chega-se a uma divisão de
responsabilidades [...] (PIAGET, 1972 apud JARDIM 2007, p.50).

É de extrema importância para a escola um trabalho inovador, a instituição


deve buscar novos projetos para serem postos em práticas à medida que vão
surgindo novos paradigmas.
O uso de uma metodologia inovadora proporciona ao aluno uma melhora no
seu aprendizado, despertando-os para o interesse de conhecer o “novo” através de
outras formas de realizações.

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A maioria das escolas coloca em práticas projetos receptivos e cansativos,
apenas cumprindo seu papel por obrigatoriedade deixando de lado verdadeiros
objetivos, que são educacionais.
Portanto, essa falta de compromisso da escola com o seu trabalho
pedagógico acaba desestimulando os pais que por sua vez, não motiva os filhos a
participarem. As escolas devem promover projetos e eventos que possam ser
atrativos para a família e organizados com dedicação por parte das instituições
escolares, os mesmos proporcionam o incentivo a educação e a cultura, e aos
alunos momentos prazerosos de aprendizagem. Através desses métodos o trabalho
da escola, corpo docente e dos pais tornar-se mais valorizado. (Jardim, 2006)
A escola como patrocinadora da educação deve propiciar e incentivar os pais
a participarem dos projetos e eventos realizados pela instituição. Escola e a família
são as responsáveis pela missão de educar, socializar, ensinar valores, sentimentos
de amor e solidariedade ao próximo.

3 RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA: PARCERIA QUE DÁ CERTO

A responsabilidade de educar não só é do educador, mais também dos pais,


que podem atuar como maior incentivador para a criança se tornar um cidadão
capaz de exercer sua cidadania.
Para Lopes (2006, p. 12) “a família e a escola são os principais pontos de
sustentação de qualquer indivíduo. Cabe a ambas transformar a criança em cidadão
consciente”. Essa participação dos pais é indispensável na vida escolar dos filhos,
pois a família é o primeiro grupo com o qual a criança convive e seus membros são
exemplos para a vida. Assim, com o interesse dos mesmos, em relação ao que
acontece na escola, eles estarão dando contribuições ao processo de ensino e
aprendizagem.
Para isso acontecer, a escola deve envolvê-los sempre que possível. Os
familiares precisam se sentir bem acolhidos e a equipe pedagógica deve mostrar
como eles podem contribuir no processo de educação.
Conforme Jardim, (2006, p. 63) “a relação escola e família vêm sendo muito
discutida nos últimos tempos. A grande dúvida é saber os limites entre os deveres
da família e os da escola”. Como se sabe, não é a escola e sim a família que
proporciona as primeiras experiências educacionais à criança.
19
A família é o berço da formação de regras, princípios e valores, outras
instituições assim como a escola, possuem também papel muito importante
nesta formação moral, à escola se organizando de forma democrática,
oportunizando uma vivência cidadã. Dessa forma, promovem o nascimento,
crescimento do respeito mútuo e o desenvolvimento da autonomia,
ingrediente para formação moral. (SANDI, 2008, p.34,)

Desta forma, observa-se que as escolas que vem desempenhando o papel de


parceria na formação do indivíduo, vem construindo um melhor desenvolvimento
educacional. Além disso, garante melhor rendimento em sala de aula,
companheirismo, laços de afeto, aprendendo a viver em sociedade. Acredita-se, que
esse é o caminho para que a educação atinja seu verdadeiro objetivo, formar
cidadãos para vida.
Uma das vantagens de ter esta participação e integração dos pais na escola,
estão voltadas as informações de como está o rendimento escolar de seus filhos e
suas dificuldades e por meio do diálogo ajudá-los. Todo educador sabe que o apoio
da família é crucial no desempenho escolar.
Desse modo, Bencini (2003, p.38) afirma que, “é possível estreitar a relação
com a família e formar uma parceria produtiva”. Pai que acompanha a lição de casa,
mãe que não falta a nenhuma reunião, pais cooperativos e atentos no desempenho
escolar de seus filhos na medida certa, passam a ser mais participantes e
contribuintes no desenvolvimento escolar.
No parágrafo único do capítulo IV do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA, Brasil, 1990), encontra-se que “é direito dos pais ou responsáveis ter ciência
do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais”, ou seja, trazer a família para o convívio da escola já está prescrito no
Estatuto da Criança e do Adolescente o que está faltando é concretizá-lo, é pôr a lei
em prática.
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica/SAEB/de 1999,
apontou que nas escolas que contam com a parceria dos pais, onde há troca de
informações com o diretor e os professores, os alunos aprendem melhor.
Diversos educadores brasileiros também defendem que a família realize um
acompanhamento da escola, verificando se seus objetivos estão sendo devidamente
alcançados.
Essa atuação dos pais ainda é bem rara. De acordo com uma pesquisa
realizada pelo Observatório do Universo Escolar, Bencini, (2003, p.38), onde se
20
ouviram mais de 100 pais e educadores da rede pública e privada de todo país,
constatou-se que só 13% das escolas públicas mantêm um relacionamento próximo
com a família. Por outro lado, 43,7% dos pais de alunos da rede pública acreditam
que, se fossem promovidos mais encontros e palestras interessantes, haveria maior
integração com as famílias, maior interação com a escola.
Por que pais e professores ainda não conseguem se entender? Segundo a
mesma pesquisa, a maior parte dos educadores atribui aos pais à origem dos
problemas de indisciplina e apontam como fatores o novo modelo familiar, no qual,
adulto permanece pouco tempo em casa ou são aqueles que apresentam uma
organização diferente da tradicional.

A realidade é que a maioria dos educadores atribui aos pais a origem dos
problemas, e acusam como fator as mudanças na família. Assim entre
escola e família ocorre uma confusão de papéis, cobranças para ambas as
instituições. O que parece ocorrer uma incapacidade de compreensão por
parte dos pais a respeito daquilo que é transmitido pela escola e pôr o outro,
uma falta de habilidade dos professores em promover comunicação.
(JARDIM, 2006, p. 38)

Assim, a inversão de papeis, responsabilidades e a falta de comunicação gera


retrocesso no processo de ensino/aprendizagem. Tanto a escola, quanto a família
precisam compreender suas responsabilidades e funções, responsabilidade essa,
que inicia-se em casa, passa pela escola, tendo reflexo no desenvolvimento da
criança enquanto ser integrado em uma sociedade. Sociedade essa, que leva a
criança e adolescente a pensar e refletir suas escolhas enquanto agente
participativo e cooperativo na comunidade, a qual está inserida.
Para Oliveira e Marinho-Araújo (2010), a família é responsável pela educação
primária. Portanto cabe a ela a transmissão dos modelos e a forma como a criança
desempenhará seus papéis sociais, orientando-a no desenvolvimento e na
aprendizagem dos comportamentos, de acordo com os padrões sociais adequados
ao grupo em que está inserida. Completando, Portela e Almeida (2009), afirmam
que, mesmo não sendo o único espaço de socialização, a família é um lugar
privilegiado, pois tende a ser o primeiro grupo socializador, se instituindo como uma
das mediações entre o homem e a sociedade.

21
3.1 A COMUNIDADE E A FAMÍLIA

A presença dos pais e da comunidade é fundamental na escola,


principalmente participando ativamente na educação das crianças e dos
adolescentes, estimulando-os a uma melhor aprendizagem, ajudando o educador a
se engajar nesse processo de entrosamento e desenvolvimento intelectual.
Uma das consequências da ausência dos pais é a violência e a evasão
escolar, por ver o desinteresse dos pais, o jovem se perde da responsabilidade de
estudar, desta forma, o educando se sente desestimulado e inferior aos outros. Com
o interesse da família e da comunidade, acredita-se que é possível diminuir a evasão
e à violência, mostrando assim a importância do trabalho em grupo.
De acordo com GigliotI (2006, p.32; 39) “Abrir as portas à participação de
familiares e da comunidade ajuda os alunos a ter sucesso na vida escolar e colabora
para diminuir a evasão e a violência.” Quando as notas são altas e tudo vai bem,
ninguém pensa em discutir a relação. Se o boletim e o comportamento deixam a
desejar começa o jogo de empurra. Professores culpam a família “desestruturada,”
que não se impõe limites nem se interessa pela Educação. Os pais, por sua vez,
acusam a escola de negligente, quando não acusam o próprio filho de irresponsável.
Nessa briga nada saudável a única vítima é o aluno, escola e família, tem os
mesmos objetivos: fazer a criança e adolescente se desenvolver em todos os
aspectos e ter sucesso na aprendizagem.
As instituições que conseguiram transformar os pais ou responsáveis em
parceiros diminuíram os índices de evasão e de violência e melhoraram o
rendimento das turmas de forma significativa.
Pesquisa realizada pelo Observatório do Universo Escolar, em conjunto com
o ministério da educação, mostrou que há um desejo explícito por mais intimidade:
77,2% dos pais acham que um bom relacionamento entre as duas partes é raro, mas
43,7% gostariam que a escola promovesse mais reuniões palestras e encontros para
eles. Já 77,29% dos professores de instituições públicas consideram insatisfatória a
participação dos familiares, mas 99,5% creem ser de extrema importância um
contato mais estreito.

22
3.2 A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Com as mudanças realizadas no processo de globalização da economia


capitalista, acorridas no plano sociopolítico e econômico, a dinâmica e a estrutura
familiar vêm sofrendo cada vez mais interferências e consequentes modificações em
seu padrão tradicional de organização. Assim, o conceito família deve ser entendido
em um âmbito diversificado e em constante movimento.
Segundo PARELLADA (2002), essas transformações fazem parte do
processo de reestruturação que a família tem sofrido, o qual pode fragilizar o
sentimento de segurança das pessoas, com a falta ou diminuição da solidariedade
familiar a falta de estabilidade emocional dos filhos. Processo este que Pereira
(1995) considera contraditório, pois, se por um lado pode causar desestabilidade
emocional, por outro lado pode proporcionar a emancipação de segmentos que
tradicionalmente se encontram ou ainda estão presos nos limites da sociedade.
Como resultados dessas mudanças a escola, além de ter a função de ensinar
o conhecimento sistematizado, assume a responsabilidade de desenvolver as
habilidades sociais que eram considerados encargos da família. E ainda que por
muito a escola tenha entendido a presença da família como uma invasão, hoje se
busca uma atividade conjunta com os familiares, de modo, que possam promover o
desenvolvimento e a educação dos filhos/alunos.
Nesse contexto, encontram-se escolas de educação infantil, nelas se
pressupõe que a relação com as famílias funciona bem, comparando com os demais
níveis de ensino, uma vez que nessa etapa existem muitos canais de comunicação
que são usados pelos professores e pelas famílias. No entanto, tal suposição pode
produzir certa comodidade, refletida nas reuniões quando a questão da relação
família e escola não costuma estar presente nas reflexões das escolas.

As relações entre a família e a escola devem consistir em uma preocupação


de todos os profissionais da educação, sobretudo dos que, trabalham com a
educação infantil. A relação entre a escola e o lar deve ser um dos eixos
centrais desse segmento da educação. RÉGIA (2004, p. 46; 47)

Diante desse fato, a importância que se dar as relações entre a família e a


escola, devem constituir uma preocupação de todos os profissionais da educação,
sobretudo dos que trabalham com a educação infantil.

23
As leis brasileiras contemplam o compromisso da família em relação ao
cuidado e acompanhamento dos filhos, enfocando a responsabilidade e a
obrigatoriedade da frequência escolar. Conforme o Art. 205 da Constituição Federal,
lei soberana, promulgada em 1988, a educação é um direito de todos os cidadãos e
um dever do Estado e da família, devendo acontecer com o incentivo e colaboração
da sociedade. Também o Art. 227 declara que é dever da família, da sociedade e do
Estado assegurar às crianças, jovens e adolescentes o direito à educação e à
cultura (BRASIL,1996). Ademais encontramos na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional:
Art.2º: A educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL,1996).

Com a instituição do ECA (1990), a função e o dever familiar foram definidos,


demonstrando em seu Art. 4 que é dever da família, da comunidade e do poder
público assegurar a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à alimentação, à
educação. Confirme seu Art. 53, as crianças e adolescentes têm o direito à
educação visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa e preparando-o para
ser um cidadão, citando como direito dos pais ou responsáveis ter conhecimento dos
processos pedagógicos e participar da construção das propostas educacionais da
escola.
Portanto, de acordo com as citações anteriores, as leis brasileiras estabelecem
de maneira clara o direito fundamental das crianças e dos adolescentes à educação,
destacando a importância desta. Mas, estas leis também deixam claro que a
formação das crianças não é função somente da escola ou das famílias, mas das
duas instituições que, com apoio da sociedade, devem garantir o seu pleno
desenvolvimento. Desta forma, para que os direitos previstos nas leis sejam
assegurados, a escola e a família devem trabalhar em conjunto, buscando envolver
a comunidade onde estão inseridas e o poder público, para que os direitos das
crianças e adolescentes sejam respeitados e cumpridos.

4 INTERAGIR É PRECISO

Muitos pensam que o professor é o único que pode educar, isto deve ser
quebrado. Os professores precisam da participação dos pais na educação das

24
crianças, o professor não é dono do saber e sim orientador da aprendizagem, que
precisa da colaboração de todos, fazendo assim os pais parceiros da educação, ou
seja, expressando a sua opinião diante dos assuntos que, envolve a educação dos
seus filhos.
Segundo Régia (2004, p. 48) “Defrontamos com o despotismo profissional do
professor em relação às famílias ao considerar-se como o único depositório do saber
pedagógico”. Vale ressaltar que esta citação de subordinação comumente está ao
inverso, isto é, as famílias submissas aos professores. Na maioria das vezes não é
dada as famílias a oportunidade de participar.
As práticas curriculares ainda não assumiram o compromisso de considerar o
interpretar da família e sua participação como enriquecedoras do trabalho
pedagógico. De modo a acreditar, que são ignorantes, pouco aptos a opinar e tomar
decisões juntamente com a equipe docente da escola.
Com a relação à tomada de decisão, cabe acrescentar a necessidade de
evitar situações que convidam os familiares a uma pseudoparticipação quando na
verdade as questões a serem decididas já foram resolvidas pela equipe docente.
Esse tipo de atitude marcará o sentido verdadeiro da participação, o qual deve ser
construído com base na discussão na negociação do poder e não do autoritarismo,
como justifica Bordenave (1983), quando se refere à educação e à qualidade da
participação. É essa participação que se faz necessária, uma participação coerente e
consistente.

A qualidade da participação se eleva quando as pessoas aprendem a


conhecer sua realidade; a refletir; a superar contradições reais ou
aparentes; a identificar premissas subjacente; a antecipar consequência; a
entender novos significados das palavras; a distinguir efeitos de causas,
observações de inferência e fatos de julgamentos. (BORDENAVE, 1983,
p.72-73).

Desse modo, para que a participação da família se torne realmente positiva e


significativa na escola, é necessário antes de tudo uma mudança de atitude por
parte de todos.
É comum pais acharem que cabe à escola tomar a iniciativa de procurá-los,
enquanto a escola, por sua vez, coloca toda a responsabilidade sobre os pais. Em
muitos casos, a famílias só são chamadas para falar sobre os filhos quando ocorre
algum problema. Quando os pais ou responsáveis tomam a iniciativa de procurar a
escola. Esta nem sempre se mostra preparada para acolhê-los e o inverso também
25
ocorre: diretores que tentam atrair as famílias, mas não conseguem. O desafio é
romper essa inércia e criar uma agenda positiva, que busque estratégias de
aproximação em todos os momentos. Esse deve ser um compromisso tanto dos
gestores e formuladores de políticas públicas quanto de diretores, professores,
funcionários e pais ou responsáveis no cotidiano.

4.1 COLABORAÇÃO DE TODOS

A escola e seus funcionários devem estar bem preparados para ajudar e


orientar as famílias com diferentes problemas e dificuldades. A parceria entre a
família e a escola serve de apoio e sustentação para o desenvolvimento integral da
criança. Nesta perspectiva, o objetivo dessa relação é favorecer uma parceria onde
nenhum problema familiar afete o desenvolvimento integral da criança.

É importante que a participação seja presencial, no entanto, não podemos


esquecer a realidade de muitas famílias, que por questões econômicas, tem uma
jornada de trabalho extensa, que impossibilita esse tipo de participação. Assim, não
podemos vincular a participação presencial a característica da família responsável,
adequada, etc. Insistir nesse ponto só contribuirá para a criação da hierarquia entre
as famílias em função do grau de presença física na vida escolar, em vez de
potencializar o desenvolvimento da cooperação entre elas e os professores nos
processos educativos da escola e da sala de aula.

Isso não significa que essas famílias não possam participar, significa que há
necessidades dos professores e a escola como um todo, “criarem estratégias que
considerem as diversidades das famílias para que todas de alguma forma tenham
garantida sua participação na escola.” (RÉGIA, 2004, p.49). Com base nessas
diversidades, deve-se ampliar a participação a outros membros da família, não só os
pais, considerando também os avôs das crianças, irmãos mais velhos, tios e primos
ou outro responsável.

Almejar uma prática participativa sem que o professor perca sua função, seu
espaço como educador e referencial para os alunos. Contudo, os professores e
sobretudo os especialistas na construção dos modelos curriculares precisam,
conscientizar-se de que não são os únicos possuidores do saber, sendo possível

26
contar com a participação dos alunos da família e da comunidade em sua
elaboração. Todos têm algo a ensinar e aprender.

4.2 A IMPORTÂNCIA DA REUNIÃO

De acordo com Mingues (1996, p.21), “é importante à reunião com os pais,


pois é, uma das primeiras iniciativas a ser tomada pela escola”. A reunião com
pais/mestres, para um melhor contato entre eles no ambiente educacional, é
fundamental, para que haja uma troca de informações, havendo assim, uma
melhoria na educação das crianças. Com essa cooperação, os pais ficarão
informados e integrados no projeto pedagógico.
Quando a comunidade escolar considerar os pais integrantes de seu projeto
pedagógico, todos podem sair ganhando com essa parceria, principalmente os
alunos. Essas comunicações entre a família e escola deveriam ser mais estudadas.
A interação entre essas duas instituições não deveria ser reduzida apenas a
reuniões formais e contatos rápidos, mas ocorrer regularmente em momentos de
maior intercâmbio nos quais a família pode efetivamente participar do cotidiano da
escolar.

A reunião de pais é um importante instrumento para que a escola e pais


possam compartilhar a tarefa de educar seus alunos, filhos. Não pode ser
apenas um espaço de queixas, reclamações se resolução de problemas de
ordem prática, financeira e burocrática MINGUES (1998, p. 21).

Todavia, é importante observar a diferença entre o simples cobrar e o


verdadeiro acompanhamento. Os pais precisam entender, no entanto, que
acompanhar a vida escolar dos filhos não deve significar apenas cobrar. O
acompanhamento pressupõe muito mais do que isso. É necessário estimular,
motivar, valorizar, ensinar, conversar, prestigiar, discutir. Nessa parceria, a cobrança
é a última ferramenta a ser utilizada.
A correria do dia a dia torna esse acompanhamento um grande desafio, mas
é importante lembrar que qualidade vale mais que quantidade. Independentemente
da quantia de tempo que se dedica a estar com os filhos, é fundamental que esse
tempo disponível seja só deles. É necessário conversar, estudar, estar presente. E o
afeto sem dúvida é o maior motivador.

27
É importante salientar, que o fracasso ou sucesso escolar de cada um é
influenciado por diversos fatores, sendo o envolvimento da família com a escola
apenas um deles, pois, também contam a cultura familiar, as oportunidades vividas
pelos alunos.

5 PARADIGMAS ENCONTRADOS ENTRE PAIS E ESCOLA NO PROCESSO DE


INCLUSÃO

É um grande desafio incluir as crianças com deficiência no ensino regular,


pela necessidade de adaptação do ambiente escolar tanto no sentido estrutural,
quanto na formação de professores capacitados a atender esse público.
Atualmente, as escolas vem sendo organizadas e adaptadas para atendente
a criança com deficiência. É obrigatoriamente a construção de rampas de acesso
para cadeirantes, banheiros adaptados, no sentido de que as instituições que não
possui esta adaptação são fiscalizadas pelo governo e estabelecidas prazos que
venha a contribuir na agilidade do processo de construção (Mittler, 2003).

A inclusão envolve um processo de reforma e de reestruturação das escolas


como um todo, com o objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter
acesso a todas as gamas de oportunidades educacionais e sociais
oferecidas pela escola. Isto inclui o currículo corrente, a avaliação, os
registros e os relatórios de aquisições acadêmicas dos alunos, as decisões
que estão sendo tomadas sobre o agrupamento dos alunos nas escolas ou
nas salas de aula, a pedagogia e as práticas de sala de aula, bem como as
oportunidades de esporte, lazer e recreação (MITTLER, 2003, p.25).

Além disso, outra dificuldade enfrentada pela criança e pela família é o


processo de aceitação no ambiente escolar e familiar. No sentido em que, a família
passa não aceitar a deficiência da criança, ou até mesmo acreditar na incapacidade
de evolução na aprendizagem. Nesta perspectiva, as dificuldades encontradas pelos
professores variam da má condição estrutural da instituição, falta de formação
especializada e a contribuição da família no processo de aprendizagem, que é de
sua importância para a evolução da criança quanto pessoa física e social.
Ao mesmo tempo, alguns professores que atuam na educação, tem restrições
para trabalhar com crianças com necessidades especiais. Por medo, preconceito,
baixo salário, deixando a responsabilidade de educar para o cuidador, que tem como
única função cuidar da criança, quanto a ida ao banheiro, alimentação e qualquer

28
tipo de necessidade física, além da falta de capacitação para realizar esse tipo de
função (MITTLER, 2003).
O professor deve, “orientar e mediar o ensino para a aprendizagem dos
alunos; responsabilizar-se pelo sucesso da aprendizagem dos alunos; assumir e
saber lidar com a diversidade existente entre os alunos; incentivar atividades de
enriquecimento curricular; elaborar e executar projetos para desenvolver conteúdos
curriculares; utilizar novas metodologias, estratégias e material de apoio;
desenvolver hábitos de colaboração e equipe.” (BRASIL, 2000, p.5).
De acordo com Caetano e Dias (2016), a inclusão implica, uma reforma
radical nas escolas em termos de currículo, avaliação, pedagogia e formas de
agrupamento dos alunos nas atividades de sala de aula.

Não é uma tarefa muito fácil diante desta diversidade de necessidades dos
alunos, e cabe ao professor construir e ampliar suas habilidades sobre
experiências que já possuem para alcançar a todas as crianças e jovens
com uma educação inclusiva. Frente às novas concepções de educação do
mundo contemporâneo (educação esta, que inclui a inclusão). (CAETANO,
DIAS, 2016, p. 73)

A LDB 9394/96, deixar clara a necessidade de currículos, métodos, técnicas,


recursos educativos e organização específicos para atender às necessidades,
também se preocupa com a formação e capacitação dos professores, bem como
uma educação onde a criança ou o jovem se integram também na vida em
sociedade.

A inclusão realizada nas escolas de ensino regular depende de uma


pedagogia centrada na criança levando em consideração as suas
habilidades e não suas deficiências, facilitando a inserção dos alunos que
apresentam necessidades especiais na escola através da
“interdisciplinaridade, individualização, colaboração e
conscientização/sensibilização” (GUIMARÃES e FERREIRA, 2003).

Assim, a política de inclusão escolar, implica no remanejamento e


reestruturação da dinâmica da escola para atender a todos, sem distinção. De modo
que o professor venha ter acesso a conhecimentos gerais e específicos da área,
com uma formação continuada que viabilize seu trabalho no atendimento
especializado.

29
5.1 A RELAÇÃO FAMILIA E ESCOLA NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Muito se tem discutido em virtude da escola inclusiva e como a parceria entre


família e escola tem a contribuir para a execução desse processo de inclusão. De
acordo com a UNESCO, (1994, p. 57):

O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças


deveriam aprender juntas, independentemente de dificuldades ou diferenças
que possam apresentar. As escolas inclusivas devem reconhecer e
responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando estilos e
ritmos diferentes de aprendizagem. Devem assegurar a todos uma
educação de qualidade, por meio de currículo apropriado, modificações
organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a
comunidade. Nas escolas inclusivas, as crianças com necessidades
educacionais especiais devem receber qualquer apoio extra de que possam
precisar, para que lhes seja assegurada uma educação efetiva.

Silva e Mendes (2008) realizaram um estudo com o objetivo de identificar e


descrever os componentes dos profissionais da escola e dos familiares de crianças
com deficiência que, na perspectiva dos dois lados, são propiciadores e
mantenedores de uma parceria colaborativa, efetiva e bem sucedida. Foram
identificados alguns comportamentos que devem ser emitidos pelos familiares na
parceria colaborativa: comunicar-se com os profissionais, ser responsável pela
educação do filho, manter expectativas adequadas, aceitar a deficiência do filho,
respeitar os profissionais e reconhecer o trabalho deles, confiar no trabalho
desenvolvido, questionar os profissionais de modo adequado, garantir a frequência
do aluno, visitar a escola e participar das atividades.
No que diz respeito aos comportamentos esperados pelos profissionais em
relação às famílias, Silva e Mendes (2008) descrevem a importância da
comunicação como um processo que ajuda a manter expectativas adequadas,
respeito aos alunos e os familiares de forma amistosa, separando problemas
pessoais da atividade profissional e incorporando no trabalho sugestões fornecidas
pelos familiares, incentivando sua participação. Assim, pode-se dizer que a sincronia
entre esses parceiros é fundamental à medida que reconhecem seus papeis e
promovem o respeito mútuo, comunicação, confiança, participação, amabilidade,
sinceridade e seriedade na construção da inclusão.

30
Diante disso, percebe-se a importância da interação pais e escola para
efetivação do processo de inclusão. Para compreender melhor esta relação Ferraz,
Araújo, Carreiro (2010), discute em seu artigo o processo de inclusão do aluno com
Síndrome Down e Paralisia Cerebral, a partir da comparação dos discursos de pais e
professores e, com isso, avaliar como a comunicação entre eles pode afetar o
processo de inclusão. Desse modo, a comparação dos resultados com base nesses
diagnósticos permitiu compreender quais problemas ou experiências satisfatórias,
vividas por mães e professores, são mais presentes em cada uma dessas
deficiências e se eles são independentes das deficiências e mais arraigados às
políticas do processo inclusivo. A escola deve possibilitar condições para que os
pais e professores se comuniquem de forma adequada e assim compartilhem
conhecimentos indispensáveis para a inclusão e aprendizado.
O processo de ensino e aprendizagem da criança com necessidades
30
educacionais especiais tem sido apresentado de forma desafiadora. A inclusão
escolar dessas crianças vem ocorrendo com maior frequência em idade pré-escolar
e produzir dados sobre estes alunos possibilita uma atuação preventiva junto às
famílias e às escolas. Para Christovam e Cia (2013), existem evidências científicas
de que uma relação parental próxima à escola é efetiva para a construção de
práticas de ensino adequadas a promoção do desenvolvimento da criança de modo
geral.
Embora a ideia da inclusão já esteja presente na legislação brasileira, na 1º
Lei de Diretrizes e Bases (LDB, lei Nº 4.024/61), para transpor as barreiras
existentes neste contexto e buscando práticas mais inclusivas, os movimentos de
integração contribuíram pouco a pouco com a criação de serviços e classes
especiais em escolas públicas (MARCHESI, 2004). A legislação brasileira,
determinando que as escolas oferecessem serviços de apoio especializados nas
escolas comuns, para atender as particularidades da clientela com deficiência
(BRASIL, 1996). “Tais movimentos contribuíram para que práticas preconceituosas e
segregacionistas fossem deixadas de lado em direção a uma postura mais inclusiva
e igualitária.” (CHRISTOVAM, CIA, 2013, p.564).
A importância da inclusão do aluno com deficiência ainda na educação
infantil apresenta evidências científicas de que uma relação parental mais próxima
da escola é efetiva para a construção de práticas de ensino mais adequadas para a
promoção das condições necessárias ao desenvolvimento da criança, sobretudo

31
quando se trata de alunos com deficiência. No entanto, salienta-se a importância da
continuidade de pesquisas nesta direção, para identificação da percepção de pais e
professores sobre as práticas existentes em relação à inclusão do pré-escolar,
identificando também, como se dá o envolvimento desses pais na escolaridade dos
filhos (CHRISTOVAM, CIA, 2013).
É possível afirmar, que a escola deve possibilitar condições para que os pais
e professores se comuniquem de forma adequada, ou seja, troquem informações
constantemente, participem de reuniões específicas para falar sobre o aluno com
deficiência ou organizem horários para que isso aconteça.
É importante destacar que essas iniciativas não garantem a construção de
educação inclusiva, visto que os professores precisam de suporte de várias ordens
para trabalhar adequadamente em sala de aula, porém é um caminho que contribui
para minimizar tantas dificuldades.
Segundo Brandão e Ferreira (2013 p.487), “Todas as crianças têm direito à
educação em classes do ensino regular, em escolas abertas à comunidade, onde se
ofereça um ambiente educativo de qualidade e se vá ao encontro das necessidades
pedagógicas e terapêuticas de cada criança.” Em seu artigo, buscaram compreender
a importância da inclusão nas instituições de educação pré-escolar. Acredita-se que
“numa filosofia de educação pré-escolar inclusiva, todos os intervenientes no
processo educativo, crianças, educadores, terapeutas e órgãos de gestão trabalham
de forma cooperativa na tarefa de ensinar e aprender, proporcionando experiências
significativas para todas as crianças.” (Brandão, Ferreira, 2013 p. 487).
O princípio fundamental dessa iniciativa está baseado em um direito de todo
ser humano, o acesso à educação. Além disso, a inclusão escolar nos espaços de
estudo regulares é importante para o desenvolvimento socioemocional e psicológico
das crianças com deficiência.
A legislação brasileira (LDBEN 9394/96) busca garantir que a inclusão escolar
permita que as crianças que apresentam algum tipo de necessidade especial,
possam se socializar, desenvolver suas capacidades pessoais e aprimorar sua
inteligência emocional. O acesso à escola não só promove o desenvolvimento
pessoal, mas também é uma ferramenta social importante para os relacionamentos
interpessoais (BRASIL, 1996).

32
Brandão e Ferreira (2013) afirma que uma das preocupações centrais sobre a
questão da inclusão é saber se ela será bem sucedida. Diante desse ponto de
articulação buscaram compreender: O que significa uma inclusão de sucesso?
Para isso, “num estudo realizado por Cross e colaboradores (2004) sobre as
práticas dos técnicos que contribuíram positivamente para o processo de inclusão,
foram identificados quatro aspectos fundamentais para garantir uma inclusão de
sucesso: Atitudes dos profissionais e das famílias; Relação dos pais com os
prestadores de cuidados; Intervenção pedagógico-terapêutica e Adaptações dos
contextos físicos”. (BRANDÃO, FERREIRA, 2013 p.490).
No entanto, “se a criança é rejeitada pelos pares, não recebe os apoios
adequados por parte dos técnicos ou, ainda, se os técnicos não dão resposta às
preocupações dos pais, então a inclusão não pode ser considerada como bem-
sucedida” (BRANDÃO, FERREIRA, 2013 p. 490). Vários autores têm referido a
importância do apoio à família e o seu envolvimento ativo neste processo como um
fator crítico no sucesso da inclusão (SALEND, 2004; DUHANEY; SALEND, 2000).
De acordo com (Diamond; Huang, 2005, p. 210):

As crianças com e sem deficiência podem interagir com mais frequência


quando os educadores estão presentes, os quais podem orientar as
crianças e ajudá-las a iniciar e manter interações com pares com
deficiência. Por exemplo, tecer comentários sobre as semelhanças entre as
crianças com e sem problemas de desenvolvimento ajuda as crianças a
focarem a sua atenção nas capacidades do outro.

“A forma como as crianças ditas "normais" aceitam as crianças com


deficiências depende essencialmente de experiências indiretas”, (BRANDÃO,
FERREIRA, 2013 p. 491), a exemplo: imagem que delas é transmitida através de
mídia, filmes e livros, de experiências de contato direto (na escola, na rua, nos
parques infantis), bem como, e não menos importantes, das atitudes dos membros
do grupo social mais próximo da criança (pais, avós, professores, educadores, etc.)
em relação aos indivíduos com deficiência.
Desse modo, a inclusão depende de mudanças de valores da sociedade e a
vivência de um novo paradigma que não se faz com simples recomendações
técnicas, mas com reflexões dos professores, gestores, pais, alunos e sociedade de
um modo geral.

33
6 PERCURSO METODOLÓGICO.

Nesta pesquisa buscou-se mapear e organizar os artigos científicos, que


abordou o tema a Interação Família e Escola no Processo de Ensino e
Aprendizagem, no período de 2007 a 2017, publicados em periódicos científicos.
Visando a participação da família na escola, e como esta parceria tem a contribuir no
processo de aprendizagem da criança. “[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida
com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos.” (Gil, 2002, p. 44). Ferreira (2002) aponta que a pesquisa de cunho
bibliográfico possui uma intencionalidade explícita em mapear e analisar a produção
acadêmica em campos do conhecimento específico.
Como primeiro momento, foi realizado um estudo sobre a participação da
família na escola para o processo de ensino-aprendizagem da criança, indagando
suas contribuições e o papel de ambas as partes para a obtenção do objeto em
comum, uma educação de qualidade para todos. Para isso, foi feito outras pesquisas
de cunho metodológico qualitativo, na busca de um entendimento mais amplo sobre
essa especificidade. Em seguida, foi realizada a análise da Revista Brasileira de
Educação Especial, especificando os autores e seus respectivos estudos em virtude
do tema. Além disso, foi considerado o processo de escolarização e inclusão da
criança com deficiência no ensino regular.
Esta pesquisa teve caráter bibliográfico específico qualitativo, por trabalhar a
Revista Brasileira de Educação Especial com enfoque nos artigos referentes à
contribuição da família para o processo de aprendizagem. Além disso, se distingue
entre as demais, por ser uma pesquisa com área de conhecimento, tema, e período
determinado. Pesquisas desse tipo podem apontar perspectivas para novas
investigações e revelar como o tema tem sido abordado, em sua amplitude,
intensidade, tendências teóricas e vertentes metodológicas.
A pesquisa abrange dez anos de produção científica internacionais com
padrões de excelência na área de Educação Especial, pela Universidade Estadual
de Londrina em parceria com a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” – campos de Marília. Para a identificação dos artigos que abordassem o
contexto família e escola, foram utilizadas a busca de títulos, resumos e palavras-
chave de cada artigo presente nos periódicos e períodos investigados.

34
Como fonte principal de coleta de dados, foi utilizado o site da Revista
Brasileira de Educação Especial. Para identificar as publicações relacionadas ao
tema da pesquisa, foi feita a leitura de todos os resumos dos artigos produzidos
durante o período de 2007 a 2017. Após a leitura, foram identificados apenas quatro
artigos: Família de crianças com deficiência e profissionais: componentes da
parceria colaborativa na escola; Inclusão de crianças com Síndrome de Down e
paralisia cerebral no ensino fundamental I: comparação dos relatos de mães e
professores; Inclusão de crianças com necessidades educativas especiais na
educação infantil; O Envolvimento parental na visão de pais e professores de alunos
com necessidades educacionais especiais.

Foram utilizados autores que se fundamentam no referencial crítico-dialético e


apresentam reflexões sobre o desenvolvimento da criança com deficiência em seu
processo de ensino-aprendizagem e como a escola e a família podem contribuir,
através de uma parceria colaborativa no desenvolvimento pessoal e intelectual do
indivíduo.

Em virtude do que foi analisado, é importante destacar a necessidade de


haver outros artigos relacionados à família na escola. Pois, é imprescindível sua
participação no desenvolvimento da criança. Por si só, a escola não educa sozinha,
a formação do indivíduo é construída a partir do conhecimento e aprendizado
procedente da família e da escola.

7 ANÁLISE DOS ARTIGOS DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO


ESPECIAL SOBRE A INTERAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM

Para compreender a problemática da interação família e escola, ao analisar


os artigos da Revista Brasileira de Educação Especial algumas considerações
acerca dos autores e seus respectivos estudos vieram a discernir a relação de
parceria entre escola e família, levando em consideração esta relação numa
problemática inclusiva.

QUADRO 2

35
DADOS DA PESQUISA

AUTORES ARTIGOS ANO DE VINCULAÇÃO


PUBLICADOS PUBLICAÇÃO
 SILVA,  Família de  2008  Mestre em Educação
Aline Maira da; crianças com Especial. Doutoranda
 MENDES, deficiência e em Educação Especial
Enicéia profissionais: no Programa de Pós-
Gonçalves. componentes da Graduação em
parceria Educação Especial da
colaborativa na Universidade Federal
escola. de São Carlos
(UFSCar);
 Doutora em
Psicologia. Professora
adjunta do
Departamento de
35
Psicologia da
Universidade Federal
de São Carlos
(UFSCar) - Programa
de Pós-Graduação em
Educação Especial.

36
 FERRAZ, Clara  Inclusão  2010  Mestre em Distúrbios
Regina de crianças com do Desenvolvimento
Abdalla; Síndrome de da Universidade
 ARAÚJO, Down e paralisia Presbiteriana
Marcos Vinícius cerebral no Mackenzie.
de; ensino  Psicólogo pelo
 CARREIRO fundamental I: Mackenzie, Mestre e
, Luiz Renato comparação dos Doutorando em
Rodrigues. relatos de mães Distúrbios do
e professores. Desenvolvimento da
Universidade
Presbiteriana
Mackenzie. Professor
do Curso de Psicologia
da Universidade
Presbiteriana
Mackenzie.
 Psicólogo pela UFF,
Mestre e Doutor em
Fisiologia Humana
pelo ICB-USP,
Professor Adjunto I do
Programa de Pós-
Graduação em
Distúrbios do
Desenvolvimento do
Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde
da Universidade
Presbiteriana
Mackenzie.

37
 BRANDÃO,  Inclusão  2013  Universidade de
Maria Teresa; de crianças com Lisboa, Faculdade de
 necessidades Motricidade Humana,
FERREIRA, educativas Departamento de
Marco. especiais na Educação, Ciências
educação Sociais e Humanidades,
infantil. Lisboa, Portugal.
 Universidade de
Lisboa; Faculdade de
Motricidade Humana;
Departamento de
Educação, Ciências
Sociais e Humanidades,
Lisboa, Portugal.

 CHRISTOV  O  2013  Psicóloga, Mestre e


AM, Ana Carolina envolvimento Doutoranda em Educação
Camargo; parental na visão Especial Programa de
 CIA, de pais e Pós-Graduação em
Fabiana. professores de Educação Especial da
alunos com Universidade Federal de
necessidades São Carlos, São Carlos,
educacionais São Paulo, Brasil. Bolsista
especiais. CAPES.
Professora Adjunta do
Departamento de
Psicologia e do Programa
de Pós-Graduação em
Educação Especial da
Universidade Federal de
São Carlos, São Paulo,
Brasil.
Fonte: Rev. bras. educ. espec. [online].

38
Os dados mostram que são poucos os artigos que relatam pesquisas
envolvendo família e escola. No período de dez anos foram identificados apenas
quatro e os artigos são recentes, estão entre os anos de 2008 a 2013. A maior parte
das pesquisas foram desenvolvidas na região Sudeste com destaque para a
Universidade Federal de São Carlos.
Silva e Mendes (2008), em seu artigo “Família de crianças com deficiência e
profissionais: componentes da parceria colaborativa na escola”, utilizaram a análise
qualitativa de dados obtidos, para identificar e descrever o comportamento dos
profissionais da escola e dos familiares de crianças com deficiência que, na
perspectiva dos dois lados, são propiciadores e mantenedores de uma parceria
colaborativa. O estudo é baseado na abordagem qualitativa de pesquisa e envolveu
entrevista com base na técnica dos grupos focais, na qual dados de natureza verbal
são coletados por meio de interações grupais ao se discutir um tópico sugerido pelo
pesquisador (MORGAN, 1997). O método consistiu numa replicação parcial do
estudo de Blue-Banning e colaboradores (2004).
O procedimento de análise dos dados consistiu em dezesseis reuniões
conduzidas com os quatro grupos focais, compostos por familiares (FAM1 e FAM2) e
por profissionais (PROF1 e PROF2). Foram conduzidas duas etapas de coleta de
dados, a etapa 1 consistiu em reuniões com objetivo de identificar essa parceria
colaborativa, a etapa 2, confrontar os dados obtidos entre ambas as partes. As
reuniões foram gravadas em fitas VHS e, posteriormente, transcritas. Para analisar
as transcrições foi utilizada a análise de conteúdo que, de acordo com Bardin
(1977), envolve operações de desmembramento do texto em unidades e em
categorias segundo reagrupamentos analógicos.
De acordo com os dados levantados, todos enfatizam a importância da
igualdade para a parceria colaborativa. Os familiares acreditam que, para atingi-la, é
necessário haver o encorajamento dos familiares por parte dos profissionais ao
expressarem suas opiniões e ajudá-los a adquirir habilidades para participar
plenamente na tomada de decisões. Os participantes consideraram não apenas o
papel dos familiares em manter expectativas adequadas, mas também o papel dos
profissionais em ajudar no estabelecimento de tais expectativas. Dessa forma, todos
concordaram que cabe aos profissionais esclarecer a família sobre as possibilidades
de desenvolvimento da criança. Além disso, os profissionais relataram a

39
necessidade de informar os familiares sobre a deficiência apresentada pelo aluno,
sobre as diferenças existentes entre crianças que apresentam uma mesma
deficiência e também sobre as etapas e as dificuldades das intervenções a serem
realizadas.
Ferraz, Araujo e Correiro (2010), no artigo “Inclusão de crianças com
Síndrome de Down e Paralisia Cerebral no ensino fundamental I: comparação dos
relatos de mães e professores”, buscaram conhecer o processo de inclusão do aluno
com Síndrome de Down (SD) e Paralisia Cerebral (PC), a partir da comparação dos
relatos de pais e professores e analisar como sua interação afeta o processo de
inclusão. Participaram deste estudo 4 mães que têm filhos com Paralisia Cerebral, 4
mães que têm filhos com Síndrome de Down e os 8 respectivos professores dessas
crianças, da rede regular de ensino de um município da grande São Paulo. Tais
deficiências foram selecionadas em função da sua presença constante em classes
do ensino regular, mais do que outras que possuem uma baixa incidência na
população.
O instrumento utilizado para obtenção de dados consistiu em uma entrevista
estruturada, para a qual foram elaboradas questões abertas e relevantes ao tema
pesquisado. As perguntas foram construídas pelos pesquisadores, com base nos
objetivos específicos, e adaptadas especificamente para mães e professores. Desse
modo, a análise dos relatos dos pontos de vista de pais e professores sobre a
inclusão de crianças com essas deficiências puderam evidenciar particularidades e
diferenças no processo inclusivo. Como critérios de inclusão na pesquisa, as
crianças deveriam ser diagnosticadas com tais deficiências, frequentar escolas
regulares do Ensino Fundamental I e ter pais e professores que concordassem em
participar do estudo. (FERRAZ, ARAUJO, CORREIRO, p.404, 2010).
Os resultados apresentam informações importantes referentes à inclusão dos
alunos com SD e PC no ensino fundamental. O que mais foi abordado pelas mães e
professores foi a oportunidade de se diminuir o preconceito, pois, mesmo com todos
os movimentos existentes a favor da inclusão, muitos ainda vivenciam situações de
discriminação. Os resultados encontrados revelam também a expectativa das mães
em matricular o filho na escola comum, com a possibilidade de ele aprender a ler e a
escrever. Esperam que o filho conquiste no mínimo a escrita do nome. Por outro
lado, os professores declaram não se sentirem preparados para trabalhar com

40
alunos com deficiências; no entanto, mesmo sem orientações, recursos e estrutura
física adequada, trabalham para melhorar as condições dos alunos em sala de aula.
Brandão e Ferreira (2013), no artigo “Inclusão de crianças com necessidades
educativas especiais na educação infantil”, utilizaram a pesquisa bibliográfica
qualitativa, ao discutirem a importância da inclusão nas instituições de educação pré-
escolar. Trataram de viabilizar o direito à educação em classes do ensino regular,
em escolas abertas à comunidade, onde se ofereça um ambiente educativo de
qualidade e se vá ao encontro das necessidades pedagógicas e terapêuticas de
cada criança. Além disso, discutem as vantagens e benefícios da inclusão acerca
das crianças com necessidades especiais e suas famílias, e também de crianças
ditas normais e seus respectivos familiares.

Em face de tantos e tão significativos benefícios entendemos que quanto


mais cedo se iniciar o caminho da inclusão, mais extensas e positivas serão
as mudanças no desenvolvimento da criança e na sua inserção social [...]
BRANDÃO, FERREIRA, 2013, p.490,).

Nesta perspectiva, a educação pré-escolar tem vindo a ser, de forma


progressiva, cada vez mais valorizada. Vários são os agentes que se encontram
envolvidos na problemática da educação pré-escolar: pais, outros familiares,
docentes, técnicos especializados, políticos, psicólogos, sociólogos e a própria
comunidade. Todos estes intervenientes contribuem para o desenvolvimento do
processo educativo de cada criança, o qual é inacabável e contínuo, ou seja, a
educação é um processo permanente que está sempre presente na vida dos
indivíduos, o qual influencia a forma de pensar e agir dos mesmos. Neste artigo, os
autores se preocuparam em enfatizar o processo de inclusão de crianças com
Necessidades educacionais especiais - NEE na Educação Pré-escolar, desafios e
fatores determinantes para o sucesso.
Christovam e Cia (2013), no artigo “O envolvimento parental na visão de pais
e professores de alunos com necessidades educacionais especiais”, identificaram a
percepção dos participantes da pesquisa sobre a relação família-escola,
considerando o processo de inclusão. Participaram do estudo 60 pais e 54
professores de crianças NEE, matriculados na pré-escola de uma cidade do interior
do estado de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de questionários, e
analisados utilizando métodos descritivos e análise de conteúdo. Os dados indicam

41
que os fatores importantes ao sucesso do aluno segundo professores seriam o apoio
do profissional especializado, e o auxílio aos pais em tudo que envolvesse o
desenvolvimento da criança; enquanto pais indicaram a importância de auxiliar
alunos e professores na tarefa de casa.
Os participantes afirmaram que uma boa relação família-escola seria aquela
em que comunicação fosse eficiente. No que diz respeito à promoção da relação,
professores afirmam a necessidade da escola ser mais atrativa e pais entendem a
necessidade desta oferecer orientações sobre como participar. Embora os
participantes compreendam a importância de uma relação parental próxima, existem
lacunas sobre a melhor forma de realizar esse envolvimento, indicando a
necessidade de ações que promovam o envolvimento parental.
Em decorrência da análise dos artigos, foi possível desenvolver uma
concepção de inclusão entre família e escola a partir das pesquisas vivenciadas
pelos autores, de modo, a contribuir na construção e definição do contexto deste
trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, não é possível ignorar a diversidade da população escolar,


diversidade que decorre de diferentes interesses, experiências, vivências, estilos
cognitivos, estilos de aprendizagens, entre outros, que se entrecruzam nos contextos
escolares e que devem ser objeto de intervenções individualizadas e apoio
educativo apropriado. A escola dos nossos dias confronta-se com uma grande
heterogeneidade social e cultural. Esta realidade implica uma outra concepção de
organização escolar que ultrapasse a via da uniformidade e que reconheça a
diferença considerando, assim, a diversidade como um aspecto enriquecedor da
própria comunidade.
Por meio da pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, foi possível atingir os
objetivos propostos de identificar a Relação Família e Escola no Processo de Ensino
e Aprendizagem da Criança, na Revista Brasileira de Educação Especial. De modo,
a contemplar a percepção de diferentes autores em virtude deste contexto.
A Revista Brasileira de Educação Especial, como principal fonte de pesquisa,
disponibilizou quatro artigos referentes à integração da família na escola em uma
pesquisa de 10 anos de publicação, de 2007 a 2017. O que chama à atenção é o

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fato de que sua última publicação a respeito deste assunto ocorreu em 2013. No
qual, acredito necessitar de mais atenção, por se tratar de um ponto de extrema
importância para o desenvolvimento integral da criança.
Além disso, acredito que a revista deve promover, artigos de forma mais
específica sobre este assunto, de modo a relatar as vivencias das escolas sobre
esta questão de integração, participação, colaboração e inclusão. E como, as
escolas buscam promover esta visão de inclusão entre família e escola, no cotidiano
educacional dessas crianças.
Sabemos que todo indivíduo é cidadão de direitos e como tal faz jus a uma
educação de qualidade. A educação é o alicerce para o desenvolvimento de
qualquer cidadão e dessa forma a inclusão vem para estabelecer um novo modelo
onde a escola tem que se adaptar às necessidades educacionais de toda uma
diversidade de alunos a fim de alcançar uma educação de qualidade para todos.
Nesta perspectiva, é importante ressaltar que colocar o aluno na sala de aula
e não garantir o atendimento que ele necessita, não será inclusão, pois não basta
somente atender a legislação vigente, é preciso ter recursos apropriados para
assegurar seu efetivo cumprimento.
Durante a realização da pesquisa, foi possível perceber que a relação escola
e família é indispensável para que ocorra uma educação de qualidade. É necessário
que as famílias criem o hábito de participar da vida escolar de seus filhos, que
perceba a importância de se relacionar com a escola na busca de um objetivo em
comum, “Educação para todos”. Por outro lado, a escola deve ser a responsável por
criar meios de aproximação com as famílias e a comunidade, orientando e
mostrando que educar não é papel exclusivo das escolas, é papel de todos. Todos
juntos lutando por uma melhor educação.
Nessa análise não podemos desconsiderar o fato de que os professores
tendem a culpar a família, pela falta de seu envolvimento, quando os alunos vão
mal, ou apresentam problemas em sua aprendizagem. Não obstante, os
professores tenham razão quando afirmam que a participação da família na vida
escolar do filho é muito importante para uma melhor aprendizagem, é papel da
escola buscar uma prática pedagógica, na qual o aluno possa atribuir significado à
sua vida e aos conteúdos ensinados, “pois são os professores os especialistas em
educação” (JARDIM, 2006, p.80). Portanto, culpar a família pelas dificuldades de
aprendizagem do aluno, acaba afastando-as ainda mais da escola.
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É fundamental e importante uma mudança nas atitudes dos pais e
professores, o importante não é encontrar um culpado pelas situações ocorridas nas
escolas, mas sim buscar juntos soluções para tais situações problemáticas. A escola
como detentora dos conhecimentos, métodos e técnicas de ensino, deve ter a
iniciativa de aproximar família e escola, envolvendo-as em atividades realizadas na
escola como comemorações, palestras, confraternizações com toda comunidade e
orientando-as sobre a importância de um trabalho de parceria.
Em virtude disso, foram analisadas as questões da educação na prática
social, na qual, constatou que a educação sozinha não transforma a sociedade.
Neste sentido, destaca-se que a escola depende da família e a família depende da
escola, para melhor entrosamento e desenvolvimento da educação.
Diante desta perspectiva, certamente, houve uma contribuição para que se
tenha melhor clareza do que se pode fazer a respeito das ações pedagógicas que a
escola pode favorecer para atrair os pais a serem participantes do processo
educativo de seus filhos.
Sendo assim, a orientação do educando precisa está voltada para estratégias
que irão possibilitar a assumir efetivamente os valores humanos com consciência e
responsabilidade, para que seja agente de transformação na realidade em que se
vive.
Este trabalho foi desenvolvido no intuito de conscientizar os leitores em
relação ao desenvolvimento educativo da criança, sendo o principal ponto a
participação da família nos parâmetros curriculares da escola.
Nota-se que a participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser
constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e
complementares. Promover a família nas ações dos projetos pedagógicos significa
enfatizar ações a seu favor, dessa forma, contribuindo para a integração da família
no ambiente escolar. Este trabalho, descreve de forma clara e coerente a
importância dessa participação, relatando as contribuições que esta relação trará
para o desenvolvimento da educação com o apoio dos pais e a participação da
escola.
Logo, conclui-se que é direito dos pais ter ciência, do processo pedagógico e
assim participar das ações que a escola oferece, para melhorar a educação de seus
filhos.

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REFERÊNCIAS

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