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HISTÓRIA DA MÚSICA: DO

CLASSICISMO AO
CONTEMPORÂNEO
AULA 3

Profª Jeimely Heep Bornholdt


O ROMANTISMO (I)

CONVERSA INICIAL

Prezado aluno, iniciamos esta aula caminhando em direção à reta final da


disciplina. À medida que vamos avançando os anos na história, as informações
disponíveis se tornam mais ricas, os acontecimentos são registrados com mais
detalhes, além de a própria história em si tornar-se mais diversificada por
influência dos mais variados fatores. Evoluções ocorrem cada vez em menor
espaço de tempo, fenômeno que se reflete diretamente nas artes. O século XIX
foi responsável por grandes transformações. Para se ter uma ideia, conforme
Miranda e Justos (2010, p. 103), no ano de 1800, longas viagens por terra se
faziam somente a pé ou a cavalo. Em 1900 já havia trens a vapor.
O romantismo acontece basicamente no século XIX, perdurando até o
início do século XX. Nesse período, a visão de mundo volta-se para o indivíduo,
para o eu. Nesse sentido, ao contrário da visão racional pregada no classicismo,
os artistas passaram a empregar em suas obras os próprios sentimentos
pessoais. O sentimento de nacionalismo surge e se desenvolve, tornando-se
eminente no período seguinte (Era Contemporânea), o que também trouxe
influência sobre as inspirações artísticas.

TEMA 1 – CONTEXTO HISTÓRICO

Os grandes centros urbanos se tornaram atrativos para os moradores do


campo, pois inovações estavam tomando conta das cidades. Iluminação pública,
a invenção da fotografia, da máquina de escrever, da máquina de costura e
também da bicicleta. Além disso, desde a Revolução Industrial, a demanda por
operários nas fábricas só aumentava. As vestimentas, além de mais discretas
em tons escuros, tinham caráter mais formal, rigoroso. As pessoas estavam
começando a apurar seus gostos pessoais, dando início a uma diversificação do
interesse cultural. Um determinado espetáculo já não mais poderia agradar
necessariamente a todos os públicos. Uns gostavam mais do teatro, outros, de
espetáculos de mágica, por exemplo.
Em 1840, conforme Miranda e Justus (2010, p. 104), surge o serviço
postal na Inglaterra. Em meio aos esportes, com a invenção da bicicleta, surge
o ciclismo. Além deste, o tênis e a patinação também aparecem.

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No âmbito sociopolítico, aparecem movimentos revolucionários de
independência, por conta do forte sentimento de nacionalismo. A busca pela
democracia também marca o período. Esse cenário marcou a produção musical,
que apresentava características cada vez mais distintas de um país para outro.
Canções folclóricas e a cultura local serviram de inspiração para os compositores
da época.
No Brasil, em 1822, o romantismo coincidiu com a independência política,
Segundo Reinado, Guerra do Paraguai e campanha abolicionista.

1.1 Arquitetura e urbanismo

Como abordamos anteriormente, o romantismo valorizava o emprego dos


sentimentos do artista em sua obra. Embora já não mais embasados na
sobriedade da Grécia e Roma Antigas, “na arquitetura, os artistas inspiraram-se
no estilo gótico da Idade Média” (Miranda; Justus, 2010, p. 106).

Figura 1 – O famoso Big Ben, construído no século XIX, influenciado pelo estilo
gótico

Fonte: CCBY-SA 2.0/Diliff.

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1.2 Literatura, pintura, dança e teatro

A arte romântica buscou apresentar os sentimentos e emoções de seus


autores por meio da livre criação. Na literatura, citamos grandes obras como Os
miseráveis, do francês Victor Hugo; Fausto, do alemão Goethe; e Iracema, de
José de Alencar, representando a literatura brasileira.
Os artistas da pintura buscavam inspiração na natureza. No Brasil, além
da natureza, serviam de inspiração os temas sociopolíticos da época em que
estavam vivendo.

Figura 2 – Retrato do compositor Chopin, pintado por Delacroix

Fonte: CC/PD.

Figura 3 – A Batalha do Avaí, de Pedro Américo

Fonte: CC/PD.

Na dança, destacam-se ainda as performances do balé, que ganharam as


sapatilhas de ponta nesse período para as bailarinas mulheres. O objetivo era
auxiliar a dançarina a transmitir a “sensação de leveza” em seus movimentos na
ponta dos pés. O balé também foi veículo artístico para comunicar sentimentos
e emoções pessoais. Músicos como Tchaikovsky fizeram composições

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especialmente para peças do balé de repertório, como O quebra-nozes, por
exemplo.
No teatro, as peças “passaram a apresentar personagens reais e
situações do cotidiano, por meio de cenas curtas” (Miranda; Justus, 2010,
p. 111).

TEMA 2 – MÚSICA VOCAL

A música vocal continua presente nas óperas no período romântico e


também em forma de música coral. Contudo, o grande destaque do período para
música vocal é a chanson alemã, ou seja, o Lied.

2.1 Música coral

A música coral pode ser encontrada como um gênero propriamente dito,


ou seja, uma composição para ser executada por um coro. Mas, além disso, é
observada em obras mais amplas, como uma ópera. Neste caso, juntamente
com os solos, duetos, música instrumental, interpretação e dança, a música coral
será parte de um conjunto de performances que compõem a obra.
No primeiro caso, vamos desmembrar a música coral em três grupos,
conforme a finalidade da peça:

1. Grupo dos oratórios e cantatas: é o que mais se aproxima do teatro.


Oratórios e cantatas são peças “para coro e orquestra de caráter
dramático-narrativo não encenadas” (Cavini, 2012, p. 48);
2. Grupo das missas e réquiens: músicas de canto coral com propósitos
religiosos nos cultos e missas cristãs;
3. Grupo das pequenas peças corais: destinadas a um grupo vocal
reduzido, são peças breves que podem ou não ter acompanhamento
instrumental.

2.2 Lied

Recordando, a chanson no período clássico desenvolveu-se


principalmente na Alemanha, garantindo um vasto repertório das lieder,
inspiradas na música folclórica local no século XIX. Tal decorrência histórica
justifica a importância do Lied no romantismo, e exemplifica a característica
nacionalista do período, que influencia as composições musicais.
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O Lied, assim como no classicismo, era acompanhado basicamente ao
piano. Cavini (2012) comenta que o acervo de lieder conta com
aproximadamente 600 canções de Franz Schubert, um dos maiores
compositores de Lied, abrangendo vários estilos musicais da época. Vale
lembrar que no romantismo as composições musicais recebiam inspiração direta
das poesias e da literatura. Schubert chancela essa afirmação ao adequar
poemas de Goethe e Schiller a suas melodias, além de elucidar uma importante
condição para nascer um Lied: o compositor deve identificar-se com o poeta e
sua obra. Dentre os compositores, estão também Beethoven, Schumann,
Brahms, Wolf e R. Strauss.

2.3 Ópera

A ópera, peça de teatro cantada e acompanhada por uma orquestra,


também tem sua importância no romantismo. Aliás, “a ópera foi para o século
XIX o que o cinema foi para o século XX” (Miranda; Justus, 2010, p. 112),
inclusive no Brasil, onde foi representada por Carlos Gomes. Sua obra O guarani
foi muito bem-sucedida não somente no Brasil, mas ganhou destaque
internacional na ocasião de sua estreia em Milão.
Conforme Lovelock (2013), o início da ópera romântica veio com Carl
Maria von Weber, que viveu entre 1786 e 1826. “Tema ligado à magia e ao
sobrenatural, orquestração brilhante, eficiência das partes solistas e corais”
(Cavini, 2012, p. 49) eram características novas na ópera e foram aprovadas
pelos apreciadores da época, os quais compunham sua obra Der Freischütz,
uma ópera-séria de 1820. Relembrando, na ópera-séria, “cada cena era
composta de um diálogo animado, porém dramático (recitativo secco) e de uma
ária que fazia seu comentário lírico” (Cavini, 2012, p. 23).
Contudo, Cavini salienta que R. Wagner foi quem de fato promoveu a
reforma na ópera do século XIX, cuja busca era alcançar a criação de uma obra
completa, que envolvesse todos os aspectos da arte. Dentre eles, a ópera deve
ser essencialmente um drama musical, os elementos de arte devem ter a mesma
importância, e a música deve servir de instrumento para auxiliar a dramatização
da peça, e nunca a sobrepor (Cavini, 2012, p. 49).
A ópera romântica, sob a influência de Wagner, explorou a escala
cromática mais agressivamente que a ópera classicista e, além disso, incorporou
a dissonância. Podemos dizer que esse foi o primeiro passo para as revoluções
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harmônicas do século seguinte, que vão explorá-la ainda mais, evoluindo a
outros estilos, como o atonalismo.
Sadie (1994) traz como característica da ópera romântica a exaltação do
nacionalismo, com o emprego de características do folclore e da história local.

TEMA 3 – MÚSICA INSTRUMENTAL

Desde o período barroco, as orquestras estão em constante evolução,


ganhando forma, regras e reconhecimento. O classicismo foi o período no qual
a música instrumental atinge seu ápice, com formação padronizada e um número
avantajado de instrumentos, graças ao cromatismo. Ainda no classicismo,
aparece a figura do maestro, cujas funções até então eram em partes
executadas pelo spalla. Contudo, conforme Cavini (2012, p. 20), no classicismo
essa figura ganha forma e passa a conduzir a apresentação no período. Miranda
e Justus (2010, p. 113) ainda ressaltam que foi no romantismo que a função de
maestro se tornou uma profissão, visto o aumento do porte das orquestras.
O piano se estabelece no meio musical como o principal instrumento,
tanto para compositores quanto para a sociedade, e “ultrapassou a então
supremacia do violino” (Cavini, 2012, p. 46). A popularidade do piano permitiu a
exploração por parte dos compositores de todas as suas possibilidades, como
arranjos mais complexos e extensões mais amplas.
Ganham notoriedade as peças menores, ou “formas livres”, justamente
por se apresentarem em desacordo com as regras formais de estruturação
clássica e carregarem em sua essência os sentimentos pessoais impetrados
pelos artistas.

3.1 Suíte

No romantismo, as suítes são conjuntos de peças musicais (e não mais


de danças, como no período barroco) que podem compor uma obra de concerto
e normalmente “eram retiradas de obras maiores para o teatro ou balé” (Cavini,
2012, p. 44), como as suítes O lago dos cisnes e O quebra-nozes, ambas de
Tchaikovsky, extraídas de seus respectivos balés, que levam o mesmo nome.

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3.2 Sonata

Basicamente, a sonata romântica ganhou um quarto movimento e


manteve as demais características herdadas da sonata clássica. Existem
algumas exceções, seguindo a tendência da criação livre do período, em que
alguns compositores produziram obras que fugiram desses parâmetros, “como
a Sonata em si menor para piano, de Liszt, que é escrita em um único
movimento” (Cavini, 2012, p. 45).

3.3 Quarteto

Novamente, Beethoven aparece na transição dos estilos. No caso dos


quartetos de cordas, a estrutura permanece inalterada. O que vamos ver de
mudanças depois dos quartetos de Beethoven está relacionado à expressão
musical.

3.4 Sinfonia

Obras de características clássicas são encontradas no período romântico


graças a compositores mais conservadores, preocupados em preservar as
características da chamada “música absoluta”. Relembrando, no classicismo a
música instrumental era tão importante que recebia essa denominação.
Contudo, a sinfonia a partir do final do século XIX “adquiriu novos
parâmetros, principalmente por meio do caráter brilhante e triunfante do
conteúdo musical” (Cavini, 2012, p. 45). Beethoven dá os primeiros passos que
rompem com o classicismo em direção às novas tendências românticas, sendo
uma figura emblemática nessa transição. Heroica é a sinfonia de sua obra cujos
parâmetros correspondem às características da sinfonia romântica, podendo ser
considerada um marco entre as duas estruturas.

3.5 Concerto

Os concertos sofreram alterações em relação à estrutura do concerto


clássico. Recapitulando, concertos são composições para um instrumento solista
acompanhado pela orquestra, sendo arranjados com alternâncias entre ambos.
No romantismo, Cavini (2012, p. 45) diz que essa característica se tornou praxe,
por meio da “exposição única” do tema, sendo executada pelo solista e em

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seguida pela orquestra. Seguindo a tendência da liberdade de criação própria do
período romântico, alguns compositores, como Mendelssohn, passaram a
escrever “passagens de ligação entre os movimentos” (Cavini, 2012, p. 45).
Empregou-se também liberdade na escolha da sequência dos três movimentos.
Se vimos personagens virtuoses ao cravo ou violino, no romantismo esse
adjetivo passa a ser buscado pelos solistas, seja de qual instrumento for, vista a
importância dada às performances solo nos concertos.

3.6 A formação da orquestra romântica

Foram inseridos novos instrumentos, como a tuba, clarone e corneta de


pistões, ampliando as possibilidades de combinar timbres, volumes e aumento
da tessitura. Os demais instrumentos, já em seu ápice no período clássico, estão
agora mais aperfeiçoados. Com o aumento do número e da variedade de
instrumentos, principalmente nas madeiras, metais e percussão, foi aumentado
o número de instrumentos das cordas, para compensar o ganho das outras
seções.
Como melhorias gerais dos instrumentos, estão as válvulas nos metais,
permitindo que fossem tocados na escala cromática, e o reforço na estrutura dos
cordofones, a fim de suportar uma maior tensão das cordas, obtendo-se maior
volume e timbre marcante.

TEMA 4 – PRINCIPAIS COMPOSITORES

Como observamos, o nacionalismo inspirou diversos compositores


românticos. Vamos elencar alguns que foram influenciados pelo folclore e pela
cultura de seus países:

 Alemanha: Schumann, Robert (1810-1856);


 Polônia: Chopin, Frédéric (1810-1849);
 Hungria: Liszt, Franz (1811-1886);
 República Checa: Dvořák, Antonín (1841-1904);
 Rússia: Glinka, Mikhail (1804-1857), Balakirev, Mili (1837-1910); Borodín,
Alexander (1833-1887); Mussorgsky, Modest (1839-1881) e Rimsky-
Korsakóv, Nikolái (1844-1908);

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 Espanha: Pedrell, Felipe (1841-1922); Albéniz, Isaac (1860-1909),
Granados, Enrique (1867-1916), Falla, Manuel de (1876-1946) e Turina,
Joaquín (1882-1949).

Vamos focar três dos principais compositores da época: Chopin, Schubert


e Debussy.

4.1 Chopin

Chopin viveu entre 1810 e 1849. Polonês, viveu a partir de 1831 em Paris.
Contudo, suas composições, embora sem mencionar temas folclóricos,
apresentam características e particularidades da música polaca. Uma delas é a
quarta aumentada, comum na música polaca e presente já nas primeiras obras
do compositor. Está “entre os primeiros e melhores exemplos de música
romântica inspirada pelas linguagens nacionais” (Grout; Palisca, 2007, p. 596).

4.2 Schubert

Schubert, de nacionalidade austríaca, viveu entre 1797 e 1828. “Além de


inúmeras marchas, valsas e outras danças, Schubert escreveu catorze
pequenas peças para piano” (Grout; Palisca, 2007, p. 592). Nasceu no final do
período clássico e foi influenciado por Haydn, Mozart e Beethoven.

4.3 Debussy

Debussy nasceu na França e viveu entre 1862 e 1918. “Um dos maiores
compositores franceses, e uma das influências que mais fortemente marcaram
a evolução do século XX” (Grout; Palisca, 2007, p. 684).
Destacou-se em seu tempo por empregar o impressionismo em seu estilo
de composição.

TEMA 5 – PRINCIPAIS OBRAS

O período romântico está repleto de importantes obras, muitas delas


direcionadas ao instrumento do momento: o piano. Vamos destacar algumas
peças da obra de cada um dos três compositores vistos neste resumo.

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5.1 Chopin

Sua obra se direciona especialmente para o piano, e dentre elas está a


conhecida Valsa Opus 64 n. 2, em dó sustenido menor. Ao contrário de outras
valsas, as compostas por Chopin não têm caráter dançante, aliás, “a maior parte
das peças de Chopin têm um caráter introspectivo” (Grout; Palisca, 2007,
p. 596), embora suas valsas conservem o ritmo do gênero. Composta em 1847,
a Valsa em dó sustenido menor também faz parte do bailado Les Sylphides, de
1909.
A Polonaise Opus 53 é outro exemplo de peça muito conhecida de
Chopin, que exemplifica o estilo polaco nas composições e “até certo ponto,
[pode] ser considerada como uma manifestação nacional”, trazendo “a chama
do espírito cavalheiresco e heroico do seu país natal” (Grout; Palisca, 2007,
p. 596), juntamente com a Polonaise em fá menor (Opus 44).

5.2 Schubert

Encontramos na obra de Schubert várias peças para quartetos de cordas.


Dentre elas, está o Quarteto n. 14 em ré menor, também chamada “A morte e a
donzela”, composta em 1824, dois anos após o compositor ter descoberto estar
com sífilis, o que leva alguns a sugerirem que tal fato serviu de inspiração para
a composição.
Outra peça muito conhecida de Schubert é Ellens dritter Gesang
(“Terceira música de Ellen”), fazendo parte do Opus 52, composta em 1825.
Popularmente conhecida por “Ave Maria de Schubert”, sua letra original não é a
oração de Ave Maria da Igreja Católica. Embora o texto comece com “Ave Maria”,
Ellens dritter Gesang é na verdade uma das sete peças do Opus 52, que compõe
o acervo do poema A dama do lago.
Vale a pena ouvir An die Musik como exemplo de Lied do compositor.

5.3 Debussy

Prélude à l’après-midi d’un faune, de 1894, é uma importante obra para a


orquestra de Debussy, a qual pode exemplificar o seu estilo. “A orquestração de
Debussy ajusta-se admiravelmente às suas ideias musicais. É necessária uma
grande orquestra, mas que raramente é utilizada para produzir um grande
volume de som” (Grout; Palisca, 2007, p. 684). As cordas fazem um pano de
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fundo discreto, com “enfeites” de harpas e pequenas participações das trompas
e trompetes com o piano. Como solista, temos normalmente as madeiras,
especialmente a flauta, tocando no registro mais grave do instrumento.

NA PRÁTICA

Composições em tons menores podem auxiliar o artista a expressar


sentimentos de melancolia e tristeza. Chopin foi conhecido pela introspecção
expressa em sua obra, lembrando que, no romantismo, as emoções e os
sentimentos pessoais do compositor eram essenciais, para não dizer a “razão
de ser” da composição propriamente dita.
Vamos aguçar nossa percepção da essência do artista?
Ouça um trecho do conhecido Noturno Opus 9 n. 2, em mi bemol maior,
de Chopin. Procure apreciar e explorar quais poderiam ter sido os sentimentos
do compositor no momento de escrever a peça. Não é necessário conhecer a
história nem pesquisá-la. Também não há certo nem errado; cada aluno vai
expressar uma opinião pessoal.
Ouça agora um trecho do Noturno do mesmo Opus 9, n. 1, em si bemol
menor. Quais sentimentos essa peça provoca em você?
Volte a ouvir o Opus 9 n. 2. Sua percepção dessa vez, em relação à
primeira vez que ouviu o trecho em si bemol menor, foi a mesma, ou difere em
algum aspecto?

FINALIZANDO

Estudamos um período da história que trouxe fortes acontecimentos, e a


arte se preocupou em expressá-los.
No âmbito musical, as obras transmitiam os sentimentos de seus
compositores, que tinham mais liberdade para escrevê-las. Possibilidades
sonoras foram exploradas pelo cromatismo e pela dissonância, abrindo as portas
para estilos, como o atonismo no período seguinte. Peças curtas foram
apreciadas, como os lieder, e o virtuosismo dos músicos foi extremamente
valorizado, não mais apenas dos violinistas. Vimos também a ascensão do
piano, tanto que grande parte das obras do período são para esse instrumento,
o qual obteve seus últimos melhoramentos estruturais, superando até mesmo o
violino em popularidade.

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REFERÊNCIAS

CAVINI, M. História da música ocidental. São Carlos: EdUFSCar, 2012. v. 2.

GROUT, D. J.; PALISCA, C. V. História da música ocidental. Lisboa: Gradiva,


2007.

MIRANDA, C.; JUSTUS, L. A música e sua relação com outras artes. Curitiba:
Expoente, 2010. v. 1.

LOVELOCK, W. História concisa da música. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes,


2013.

SADIE, S. (Ed.). The New Grove Dictionary of Musical Instruments.


London: MacMillan Press, 1997.

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